58
FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM PAVIMENTAÇÃO E RESTAURAÇÃO RODOVIÁRIA E AEROPORTUÁRIA ALÍPIO AUGUSTO CARAM GUEDES CONCRETO ROLADO COMO BASE PARA PAVIMENTO DE REVESTIMENTO EM CONCRETO BETUMINOSO BELO HORIZONTE 2009

FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

  • Upload
    others

  • View
    2

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

FACULDADES KENNEDY

ESPECIALIZAÇÃO EM PAVIMENTAÇÃO E RESTAURAÇÃO

RODOVIÁRIA E AEROPORTUÁRIA

ALÍPIO AUGUSTO CARAM GUEDES

CONCRETO ROLADO COMO BASE PARA PAVIMENTO DE

REVESTIMENTO EM CONCRETO BETUMINOSO

BELO HORIZONTE

2009

Page 2: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

ii

ALÍPIO AUGUSTO CARAM GUEDES

CONCRETO ROLADO COMO BASE PARA PAVIMENTO DE

REVESTIMENTO EM CONCRETO BETUMINOSO

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Pavimentação e Restauração Rodoviária e Aeroportuária da Escola de Engenharia das Faculdades Kennedy como requisito parcial à obtenção do título de Especialista.

Área de Concentração: Pavimentação e Restauração Rodoviária e Aeroportuária

Orientadores: Prof. Engº José Flávio do Nascimento e Prof. Engº Dalter Godinho.

BELO HORIZONTE

2009

Page 3: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

iii

FACULDADES KENNEDY

ESPECIALIZAÇÃO EM PAVIMENTAÇÃO E RESTAURAÇÃO

RODOVIÁRIA E AEROPORTUÁRIA

ALÍPIO AUGUSTO CARAM GUEDES

Monografia intitulada “Concreto rolado como base para pavimento de revestimento

em concreto betuminoso”, apresentada pelo Eng. Alípio Augusto Caram Guedes em

novembro de 2009 à Comissão de Pós Graduação formada pelos professores e

orientadores da Escola de Engenharia das Faculdades Kennedy, Curso de

Especialização em Pavimentação e Restauração Rodoviária e Aeroportuária.

Comissão examinadora

____________________________________________

Professor Engº José Flávio do Nascimento Escola de Engenharia – Faculdades Kennedy

____________________________________________

Professor Engº Dalter Godinho Escola de Engenharia – Faculdades Kennedy

Belo Horizonte, 25 de novembro de 2009

Page 4: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

iv

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos que participaram da viabilização do curso com o

entusiasmo para obter conhecimentos e aos colegas de curso pelos momentos de

estudos e aprendizados que foram trocados.

Agradeço à minha esposa e filha queridas e ao D.E.R – M.G. (Departamento

de Estradas e Rodagem do Estado de Minas Gerais) pela oportunidade, através do

SST (Serviço de Seleção e Treinamento), às funcionárias Socorro e Eloísa, em

especial, e todo o corpo do setor envolvido na realização do curso.

Aos orientadores e professores Engº José Flávio do Nascimento e Prof. Engº

Dalter Godinho, pela dedicação e amizade ao longo do ano letivo, e a todos os

envolvidos na concretização do curso de Pós Graduação da Escola de Engenharia

das Faculdades Kennedy.

Page 5: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

v

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ................................................................................... vii

LISTA DE TABELAS

ix

LISTA DE ABREVIATURAS ....................................................................... x

RESUMO .....................................................................................................

xi

1.

INTRODUÇÃO .............................................................................................

12

2. OBJETIVOS ................................................................................................

14

3.

REFERENCIAL TEÓRICO ..........................................................................

14

3.1. PAVIMENTO RODOVIÁRIO ...............................................................

14

3.2. CONCRETO ASFÁLTICO ..................................................................

18

3.3. CONCRETO COMPACTADO COM ROLO .....................................

19

4.

MATERIAIS E MÉTODOS ...........................................................................

20

4.1. CIMENTO PORTLAND ....................................................................... 20

4.2. AGREGADOS ..................................................................................... 21

4.3. ÁGUA .................................................................................................. 26

4.4. DOSAGEM DO CONCRETO ROLADO ............................................. 27

4.5. CONSUMO DE CIMENTO .................................................................. 34

5.

EXECUÇÃO .................................................................................................

35

6. DIMENSIONAMENTO DO PAVIMENTO .................................................... 38

7.

ANÁLÍSE DO COEFICIENTE DE EQUIVALÊNCIA ESTRUTURAL ..........

40

7.1. COEFICIENTE DE EQUIVALÊNCIA ESTRUTURAL DE SOLOS E EM MASSA DE CAMADAS CIMENTADAS .................................................

40

Page 6: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

vi

7.2. MÉTODO DE DIMENSIONAMENTO .................................................. 41

8.

CONSIDERAÇÕES PARA ESTUDO COMPARATIVO ...............................

43

8.1. ESPESSURAS MÍNIMAS DE REVESTIMENTO BETUMINOSO ........ 44

8.2. NÚMERO “N” DE PROJETO ............................................................... 45

9.

ESTUDO DE VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DO CONCRETO ROLADO COMPARADO AOS MATERIAIS EM ESTUDO .......................

48

9.1. RESUMO DO DIMENSIONAMENTO DO PAVIMENTO PELO

MÉTODO DNIT (2006) .................................................................................

53

9.2. DISTRIBUIÇÃO DAS DISTÂNCIAS MÉDIAS DE TRANSPORTE DOS

MATERIAIS ..................................................................................................

9.3. ESTUDOS COMPARATIVOS DE VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO

.......................................................................................................................

54

55

10.

CONCLUSÃO ..............................................................................................

57

11.

BIBLIOGRAFIA .......................................................................................... 58

Page 7: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

vii

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - CAMADAS ESTRUTURAIS DOS PAVIMENTOS ................................. 15

FIGURA 2 - DIFERENÇAS BÁSICAS (COMPOSIÇÃO DE CAMADAS) .................. 17

FIGURA 3 - DIFERENÇAS BÁSICAS (ABSORÇÃO DE ESFORÇOS) ................. 18

FIGURA 4 -

USINA DOSADORA E MISTURADORA .............................................. 21

FIGURA 5 - AGREGADO GRAÚDO BRITA 2.......................................................... 22

FIGURA 6 -

FAIXA GRANULOMÉTRICA PARA ENQUADRAMENTO DAS

MISTURAS ..........................................................................................

23

FIGURA 7 - AGREGADO FINO AREIA ............................................................... 25

FIGURA 8 -

PENEIRAMENTO GRANULOMETRIA DA AREIA .............................. 25

FIGURA 9 - DENSIDADE ABSOLUTA DE AGREGADOS GRAÚDO E FINO .......... 26

FIGURA 10 - DENSIDADE APARENTE .................................................................. 26

FIGURA 11 -

CURVA DE COMPACTAÇÃO MASSA ESPECÍFICA X UMIDADE (%) . 27

FIGURA 12 - MOLDAGEM DE CORPO DE PROVA ................................................... 28

FIGURA 13 -

FAIXA DE REFERÊNCIA GRANULOMÉTRICA ..................................... 28

FIGURA 14 - ENSAIO DE ROMPIMENTO À COMPRESSÃO SIMPLES ............... 29

FIGURA 15 - CURVA DE COMPACTAÇÃO MASSA ESPECÍFICA X UMIDADE

(%) .....................................................................................................

31

FIGURA 16 -

RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO SIMPLES X CONSUMO DE

CIMENTO ...............................................................................................

34

FIGURA 17 - CONCRETO ROLADO ...................................................................... 36

FIGURA18 - CONCRETO ROLADO COM VIBRO ACABADORA .......................... 36

FIGURA 19 - COMPACTAÇÃO DO CONCRETO ROLADO COM ROLO LISO ..... 37

FIGURA 20 - COMPACTAÇÃO COM ROLO LISO .......................................................... 37

FIGURA 21 - IMPRIMAÇÃO PARA CURA COM BETUME .................................... 38

FIGURA 22 - DISTRIBUIÇÃO DE CARGAS NOS PAVIMENTOS ......................... 41

FIGURA 23 - DISTRIBUIÇÃO DAS CAMADAS DO PAVIMENTO ......................... 45

FIGURA 24 - ÁBACO PARA DIMENSIONAMENTO MÉTODO DNER .................. 46

Page 8: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

viii

FIGURA 25 - SEÇÃO TRANSVERSAL EM TANGENTE ........................................ 47

FIGURA 26 - SEÇÃO TRANSVERSAL EM CURVA ............................................... 47

FIGURA 27 - DISTRIBUIÇÃO DAS DISTÂNCIAS MÉDIAS DE TRANSPORTE DOS

MATERIAIS ............................................................................................

54

FIGURA 28 - ESTUDOS COMPARATIVOS DE VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO .. 55

FIGURA 29 - ESTUDOS COMPARATIVOS DE VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO .. 56

Page 9: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

ix

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - RESULTADOS DAS GRANULOMETRIAS DOS TRAÇOS DO

CONCRETO ROLADO ...........................................................................

22

TABELA 2 - GRANULOMETRIA DE REFERÊNCIA .................................................. 23

TABELA 3 - VALORES DE ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO DE AREIAS ........... 24

TABELA 4 - RESULTADOS DE ENSAIOS TRAÇO 1 ................................................ 32

TABELA 5 - RESULTADOS DE ENSAIOS TRAÇO 2 ................................................ 33

TABELA 6 - VALORES DE RESISTÊNCIAS À TRAÇÃO NA FLEXÃO E MÓDULO

ELÁSTICO ..............................................................................................

38

TABELA 7 - ESPESSURAS MÍNIMAS RECOMENDADAS DE CAPA ASFÁLTICA E

BASE DE CONCRETO ROLADO PARA ÍNDICE DE SUPORTE

CALIFÓRNIA ≥ 20% ...............................................................................

39

TABELA 8 - FAIXAS GRANULOMÉTRICAS PARA MATERIAIS GRANULARES .... 42

TABELA 9 - TABELA DE REFERÊNCIA PARA K DAS CAMADAS DO PAVIMENTO 44

TABELA 10 - ESPESSURAS E TIPO DE REVESTIMENTO INDICADO PARA O

NÚMERO “N” DE PROJETO .................................................................

44

TABELA 11 -

RESUMO DO DIMENSIONAMENTO DO PAVIMENTO PELO

MÉTODO DNIT (2006) ...........................................................................

53

Page 10: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

x

LISTA DE ABREVIATURAS

DNIT - DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA E TRANSPORTE

ABCP - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND

CBR - CALIFÓRNIA BEARING RATIO

ISC - ÍNDICE SUPORTE CALIFÓRNIA

ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS

SC - SOLO CIMENTO

SMC - SOLO MELHORADO COM CIMENTO

BGTC - BRITA GRADUADA TRATADA COM CIMENTO

CBUQ - CONCRETO BETUMINOSO USINADO A QUENTE

TSS - TRATAMENTO SUPERFICIAL SIMPLES

TSD - TRATAMENTO SUPERFICIAL DUPLO

TST - TRATAMENTO SUPERFICIAL TRIPLO

Page 11: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

xi

RESUMO

O concreto rolado é uma alternativa muito interessante para camada de base

e sub-base para pavimentos urbanos e rodoviários. O mesmo apresenta

características de suporte adequadas para solos de subleito fracos e expansivos em

diversos níveis de tráfego. O concreto rolado pode ser classificado como material

semi-rígido, quando aplicado em camada de base. A camada terá propriedades

específicas que proporcionarão ótimos resultados de resistência aos esforços de

compressão e tração na flexão que, combinados, garantirão a distribuição mais

uniforme das pressões geradas pelo tráfego.

O estudo tem como objetivo motivar o emprego do concreto rolado para uso

em pavimentação, além de demonstrar sua versatilidade e facilidade construtiva.

Para este trabalho, foram realizadas dosagens de concreto rolado

contemplando a utilização de agregados naturais (cascalho de seixo) e artificiais

(materiais britados). Os resultados alcançados indicam que ambas alternativas

podem ser utilizadas, uma vez que atendam os valores mínimos normatizados.

Também foram abordados estudos comparativos de custos entre os materiais

mais usados e indicados para o projeto de pavimentação.

Os custos de transportes apresentados foram elaborados a partir de situações

propostas pelo autor.

Page 12: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

12

1. INTRODUÇÃO

O concreto rolado apresenta-se como um produto de custo moderado e de

fácil implantação na construção de rodovias. Demonstra características de

construção semelhantes às usadas para materiais granulares, sendo indicados para

o dimensionamento de pavimentos de rodovias e ruas. Possui grande capacidade de

distribuir cargas uniformes ao subleito (fundação).

O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto

compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

reduzido e necessita de menor quantidade de água a ser usada na sua dosagem.

Isto permite alcançar bons resultados de resistência a compressão simples e tração

na flexão, aumentando a durabilidade do pavimento, sendo compactado por rolos

compressores estáticos, vibratórios ou equipamentos semelhantes aos usados na

construção com materiais granulares.

Segundo a Associacão Brasileira de Cimento Portland na publicação ET-10, o

concreto rolado pode ser colocado entre o solo-cimento e o concreto normal de

pavimentação que contém propriedades específicas, apresentando resistência

média à tração na flexão a 28 dias de 2 a 4 vezes maior do que o solo cimento e 2

vezes menor do que o concreto comum de pavimentos.

O campo de aplicação do concreto rolado tem características particulares de

resistência mecânica para base de pavimentos flexíveis, sub-base de pavimentos

rígidos ou como camada simultânea de base e revestimento. As resistências à

compressão simples aos 28 dias encontram-se entre 5,0 MPa e 20,0 Mpa.

As camadas contínuas de concreto rolado que possuem quantidades de

cimento com valores menores do que 120,0 kg por metro cúbico apresentam

características como semi-flexível e rígidas (semi-rígidas), isto de acordo com o teor

de cimento e o módulo de elasticidade. Assim, pode ser classificada como flexível a

camada de concreto rolado que apresentar uma proporção cimento/agregado na

ordem de 1:12 ou 1:24 (em massa) e como rígida a que apresentar uma proporção

mais rica em cimento.

A empregabilidade do concreto rolado abrange o campo da sub-base de

pavimentos rígidos de rodovias – onde é mais usual –, bases para revestimentos

flexíveis, aeródromos, ruas e avenidas de trânsito urbano, alcançando as funções

Page 13: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

13

desejadas de evitar bombeamento de solos finos, promover suporte mais uniforme

possível e dar maior proteção, controlando a expansão dos solos instáveis do

subleito.

Tendo isto em vista, o estudo tem como objetivo motivar o emprego do

concreto rolado para uso em pavimentação, além de demonstrar sua versatilidade e

sua grande capacidade de distribuição dos carregamentos do tráfego.

A experiência inicial com o produto se deu por volta 1910 na Grã-Bretanha e,

por volta de 1944, originou-se em Crawley, Surrey, Leiscester, North Walles e

Bracknell. Nos Estados Unidos, novas tecnologias e aplicações também foram

desenvolvidas usando o concreto rolado em ruas de centros urbanos . Em Dakota

do Norte, por exemplo, Grand Forks utilizou concreto rolado em pavimentação

urbana.

No Brasil, a primeira a utilizar o método, segundo pesquisas, foi a Prefeitura

Municipal de Porto Alegre. O mesmo foi utilizado como base de pavimentos flexíveis

sujeitos a tráfego pesado e intenso.

Apresentando até hoje um bom funcionamento, o produto tem sua

manutenção variada de acordo com sua idade. Observa-se a qualidade do

pavimento, onde não apresentam trilhas de rodas, mesmo que o revestimento seja

de CBUQ.

Algumas observações construtivas realizadas em Porto Alegre, nas quais

foram apresentadas a quantidade de cimento usado para elaboração do concreto

rolado como base, são descritas a seguir:

- Segmentos entre a rua São Gonçalo e a rua da Várzea com 800 metros de

extensão e estrutura de camada igual a 20,0 cm, contendo consumo de cimento em

torno de 120Kg/m3. O resultado descrito possibilita afirmar que o comportamento

alcançou resultado esperado. Devido ao consumo de cimento ser mais baixo, a base

apresentou-se menos rígida e menos retrátil, com apenas pequenas fissuras, não

quebrando a continuidade estrutural da camada de base de concreto rolado.

- Em outro trecho construído com concreto rolado, também implantado pela

Prefeitura de Porto Alegre, onde foi usado quantidade de cimento em menor valor –

aproximadamente 100Kg/m3 – observou-se que os resultados obtidos foram mais

satisfatórios pelo fato da camada de base apresentar apenas micro-fissuras.

Page 14: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

14

Segundo a Associação Brasileira de Cimento Portland, de acordo com o

estudo técnico ET-10, foi possível observar que o consumo de cimento deverá

situar-se na casa de 85,0Kg/m3 a 120Kg/m3, evitando-se o efeito de aparecimento de

fissuras e retração, sendo causado pela maior quantidade de cimento na massa.

2. OBJETIVOS

- Divulgar e motivar a utilização da alternativa do concreto rolado em

pavimentação rodoviária e urbana, associado aos pavimentos flexíveis, uma vez que

apresenta ganho de vida útil ao pavimento através da proteção que o concreto

rolado exerce ao subleito;

- Apresentar o ganho de durabilidade que a base de concreto rolado deve

obter, observando a distribuição das cargas uniformes que geram maior distribuição

das cargas ao pavimento e facilitam a construção e o controle de qualidade do

produto;

- Demonstrar a possibilidade de redução da manutenção a partir da colocação

do produto como uma opção em relação aos materiais naturais mais utilizados na

construção das camadas do pavimento.

3. REFERENCIAIS TEÓRICOS

3.1. Pavimento Rodoviário

De acordo com a NBR-7207/82 da ABNT (apud SILVA, 2008), pavimento é

uma estrutura construída após a terraplanagem e destinada técnica e

economicamente a:

- Resistir e distribuir ao subleito os esforços verticais produzidos pelo tráfego;

- Melhorar as condições de rolamento quanto à comodidade e segurança;

- Resistir aos esforços horizontais que nela atuam, tornando mais durável a

superfície de rolamento.

Page 15: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

15

Nos pavimentos, geralmente, temos as seguintes camadas, conforme

apresentado na Figura 1:

Figura 1: Camadas estruturais dos pavimentos

Fonte: BALBO (1997)

- Subleito: é o terreno de fundação do pavimento que nada mais é que a

camada final de terraplenagem. Não e considerada como camada do pavimento. O

pavimento tem como função primordial proteger o subleito da ação do tráfego;

- Regularização: é a operação destinada a conformar o leito estradal,

longitudinal e transversalmente, compreendendo cortes e aterros de até 20 cm, bem

como as operações de escarificação, irrigação ou aeração e compactação, dentro

dos limites especificados, com material do próprio subleito ou de jazidas

previamente determinadas;

- Reforço do subleito: é a camada de espessura constante, determinada de

acordo com o dimensionamento dos pavimentos e construída de materiais

provenientes de jazidas ou de empréstimos com ISC (Índice de Suporte Califórnia) e

expansão máxima determinados por especificação. Estes materiais terão sempre

características superiores às do subleito e escolhidos dentre os melhores

disponíveis ao longo do trecho.

- Sub-base: é a camada complementar à base. Só é utilizada quando, por

circunstâncias técnico-econômicas, não for aconselhável construir a base

Page 16: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

16

diretamente sobre o reforço. Os materiais empregados devem ter ISC superior a

20% e expansão máxima de 1%, conforme DNIT.

- Base: é a camada destinada a receber, transmitir e distribuir os esforços

verticais oriundos do tráfego às camadas subjacentes. É sobre ela que se coloca o

revestimento.

- Revestimento: é a camada, tanto quanto possível, impermeável, que recebe

diretamente as ações do tráfego e destinada a melhorar a superfície de rolamento

quanto às condições de conforto e segurança e resistir aos esforços horizontais.

Esta é, portanto, a camada mais nobre do pavimento, pois necessita ter alto poder

de suporte (resistência), alta resistência ao desgaste (durabilidade) e ser a menos

ondulada possível (conforto), sendo geralmente a de maior custo econômico.

A classificação quanto à reação dos pavimentos às solicitações pode ser feita

em três grupos: flexíveis, rígidos e semi-rígidos. Suas características estão

especificadas a seguir:

a) Pavimentos flexíveis: são aqueles onde a camada superior é destinada a

resistir diretamente às ações do tráfego e transmití-las de forma atenuada às

camadas inferiores, impermeabilizar o pavimento e melhorar as condições de

rolamento (conforto e segurança). Geralmente são constituídos de revestimento

betuminoso delgado sobre camadas puramente granulares. A capacidade de

suporte é função das características de distribuição de cargas por um sistema de

camadas superpostas, onde as de melhor qualidade encontram-se mais próximas da

carga aplicada.

b) Pavimentos semi-rígidos: são aqueles em que a base da estrutura é

executada com adição de cimento. Devido ao aumento de rigidez e

conseqüentemente do módulo de elasticidade, ele absorve parte dos esforços à

tração.

c) Pavimentos rígidos: segundo o Departamento Nacional de Infra-Estrutura

de Transportes (DNIT, 2005), são formados, predominantemente, por camadas que

trabalham sensivelmente a tração, composto por placa de concreto (que

desempenha, ao mesmo tempo, o papel de revestimento e de base) e sub-base,

camada empregada com o objetivo de melhorar a capacidade de suporte do subleito

e/ou evitar o fenômeno de bombeamento “pumping” dos solos subjacentes à placa

de concreto. Seu dimensionamento é baseado nas propriedades resistentes de

placas de concreto de cimento Portland (SILVA, 2008).

Page 17: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

17

A diferença básica entre pavimentos rígidos e flexíveis está na maneira como

as cargas são transferidas para as camadas inferiores e quanto à seção transversal

do pavimento, conforme apresentado na Figura 2.

Figura 2: Diferenças Básicas (composição de camadas)

Fonte: ANDRADE (2007)

Mais especificamente, destaca-se que, no pavimento rígido, o concreto

absorve grande parte dos esforços que são exercidos sobre o pavimento e acaba

desempenhando um papel de base e revestimento, enquanto no pavimento flexível

uma parte destes esforços é transmitida às camadas inferiores, como pode ser

observado na Figura 3. (SILVA, 2008)

Page 18: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

18

Figura 3: Diferenças básicas (absorção de esforços)

Fonte: ANDRADE (2007)

3.2. Concreto Asfáltico

Também chamado de Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ), é um

revestimento flexível resultante da mistura a quente, em usina apropriada, de

agregado mineral graduado, material de enchimento (filer) e material betuminoso,

espalhada e comprimida a quente.

É uma mistura de alta qualidade em que um controle rígido na dosagem,

mistura e execução deve atender a exigências de estabilidade, durabilidade,

flexibilidade e resistência aos deslizamentos preconizados pelas Normas

Construtivas.

Pode ser utilizado como: camada de nivelamento, camada de ligação (Binder)

e camada de desgaste ou rolamento.

Geralmente são utilizados os seguintes materiais na composição de um

concreto asfáltico:

- Materiais betuminosos: CAP 30/45, 50/70;

Page 19: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

19

- Agregados graúdos: Pedra Britada, escória britada, seixo rolado britado ou

não;

- Agregados miúdos: areia, pó de pedra ou mistura de ambos;

- Filer: Cimento Portland, cal, pó calcário;

3.3. Concreto Compactado com Rolo

Segundo Marques (2009), o concreto compactado com rolo, também

conhecido como concreto rolado ou CCR, é um concreto seco, com consistência e

trabalhabilidade tal que permitem sua compactação através de rolos compressores.

É utilizado como base ou sub-base para placas de concreto simples ou armado e

como material para a formação do corpo de barragens.

O início desta tecnologia ocorreu nos Estados Unidos, em 1893, sendo

considerado o pavimento de concreto mais antigo que se conhece. A camada

inferior foi feita com um concreto de baixo consumo de cimento e compactada por

compressão. Em 1944, na Inglaterra, seu uso passou a ser quase uma rotina nestes

tipos de obra. Os materiais componentes são os mesmos utilizados no concreto

convencional e, em geral, é possível conseguir uma boa dosagem sem a

necessidade de se trazer de locais afastados, o que oneraria o custo final.

O cimento a ser empregado pode ser de qualquer tipo, desde que atenda as

especificações das normas brasileiras – inclusive os de alta resistência inicial -, mas

recomenda-se usar os de alto-forno, pozolânicos ou somente com fíler. O consumo

normalmente varia entre 80 a 120 kg/m3. Porém, outros teores podem ser usados

para aplicações específicas. As britas e a areia também devem se adequar às

prescrições das normas brasileiras, com o cuidado de não exagerar no tamanho

máximo – 38 mm ou menor –, e atender a boa distribuição de finos para o correto

preenchimento dos vazios. Uma boa distribuição granulométrica facilita também o

trabalho dos equipamentos de compactação, com a devida economia no custo. A

água é um elemento que deve ser dosado com bastante cuidado.

Para uma perfeita compactação, a umidade ideal é aquela que não deixa o

concreto aderir aos rolos compressores (isso ocorre quando apresenta

trabalhabilidade alta, ou seja, está muito mole) e nem ocasione a passagem do rolo

Page 20: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

20

por muitas vezes, quando está muito seco. Esta umidade, geralmente, situa-se no

intervalo de 5 a 10%, porém a experiência tem demonstrado que a umidade de 6% é

a que mais se aproxima do ideal quando se compacta com rolos (MARQUES, 2009).

O CCR também é uma ótima opção para uso como sub-base de pisos. Além

de propiciar um excelente suporte ao piso propriamente dito, tem outra grande

vantagem que é não permitir a percolação da água no seu interior.

O carreamento dos finos descalça a placa de concreto e provoca o

aparecimento do fenômeno do bombeamento – saída de finos por expulsão através

de juntas ou fissuras –, o que leva à ruptura da placa. É o que pode acontecer

quando utilizamos, por exemplo, apenas a brita graduada ou outro material granular

como sub-base. O conjunto CCR, mais placa de concreto simples ou armado, tem

mostrado grande durabilidade, mesmo em pátios abertos (expostos ao tempo) como

no pavimento rígido, aeroportos e barragens. A execução do concreto rolado deve

ser cuidadosa. O espalhamento pode ser manual, realizado com moto niveladora,

distribuidora de agregados ou vibro acabadora. A camada de espalhamento tem

altura entre 20 a 30% maior que a camada final compactada de projeto. Qualquer

tipo de equipamento compactador pode ser usado em função das condições locais

da obra e materiais. Para áreas menores, os compactadores manuais, tipo placa ou

de percussão, chamados popularmente de “sapos”, são os mais adequados.

(MARQUES, 2009)

Ainda segundo o mesmo autor, um último cuidado é com relação à cura do

CCR. Em princípio, é feita da mesma maneira que no concreto convencional e

podem ser usadas diversas técnicas: aspersão de água, sacos de estopa ou

aniagem umedecidos e cura química. Porém, no caso em que o concreto rolado vai

receber uma placa de concreto, o mais usual é a execução de uma pintura com

emulsão betuminosa. Além de permitir uma boa cura, ela dispensa o uso de lona

plástica.

4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1. Cimento Portland

Page 21: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

21

Segundo ABCP em seu estudo técnico ET-10, o cimento Portland utilizado na

construção do pavimento de concreto rolado, de acordo com normas técnicas NBR-

5732 (anteriormente, EB-1), para cimento Portland comum; NBR- 5733 (EB-2), para

cimento de alta resistência inicial; NBR- 5735 (EB-208), para cimento Portland de

alto forno; NBR- 5736 (EB-758), para cimento Portland pozolânico, podendo ser

usados outros tipos de cimento, de modo que se enquadrem nos requisitos mínimos

da NBR- 5732 (EB-1).

Figura 4: Usina dosadora e misturadora

Fonte: ABCP (2009)

4.2. Agregados

Os agregados usados devem ser enquadrados conforme sua durabilidade. Os

mais utilizados são dos tipos pedregulhos ou britas, desde que atendam os

Page 22: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

22

requisitos necessários para granulometria e dureza e não apresentem matéria

orgânica e argila, conforme Figura 5.

Figura 5: Agregado graúdo brita 2

Fonte: Pedreira Goiás Britas (2009)

Sempre que possível, orienta-se enquadrar os agregados graúdos nas faixas

granulométricas, recomendando-se a utilização de agregados com diâmetro máximo

de 38,0mm. Agregados com tamanhos superiores a 38,0mm podem dificultar a

compactação na regularização da superfície. O agregado miúdo pode ser definido

como o material que passa na peneira de N. 4, geralmente areia natural e pedra

britada.

Características dos agregados usados nos traços 1 e 2

Traço 1 - Cascalho seixo rolado: Traço 2 - Brita 2:

Massa Específica Aparente 1,80g/cm3 Massa Específica Aparente 1,50g/cm3

Massa específica Absoluta 2,54g/cm3 Massa Específica Absoluta 2,56g/m3

Diâmetro Máximo 32,7mm Diâmetro Máximo 38 mm

Módulo de Finura 4,03mm Módulo de Finura 7,42mm

Tabela 1: Resultados das granulometrias dos traços do concreto rolado

Fonte: Resultados dos ensaios de laboratório (2009)

Page 23: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

23

Figura 6: Faixa Granulométrica para enquadramento das misturas

Fonte: ABCP ET-10 (1984)

Tabela 2: Granulometria de referência

Fonte: ABCP ET-10 (1984)

Page 24: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

24

- AGREGADOS MIÚDOS (Areia)

O agregado miúdo passado na malha ABNT nº 4 deverá ser submetido a

todos os ensaios para os quais a NBR-7211 prevê limitações nas suas

características. Deverão ser realizados com as massas mínimas a seguir:

Características da areia traço 2:

- Massa Específica Aparente= 1,57g/cm3

- Massa Específica Absoluta= 2,63g/m3

- Diâmetro Máximo= 3,28mm

- Módulo de Finura= 19 mm

Valores usados para ensaios caracterização de areia

Granulométrica NBR 7217 1000g

Material pulverulento NBR 7219 1000g

Torrões de argila NBR 7218 1000g

Grãos leves ou carbonosos ASTM C 123 500g

Massa específica e absorção ASTM C 128 1000g

Impurezas orgânicas NBR 7220 500g

Efeito de impurezas orgânicas sobre a resistência ASTM C 87 6000g

Umidade total ASTM C 566 1500g

Reatividade c/ álcalis ASTM C 227 2500g

Massa total de agregado 15000g

Tabela 3 - Valores de ensaios de caracterização de areias

Fonte: ABCP ET-10 (1984)

Page 25: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

25

Figura 7: Agregado fino areia

Fonte: Areal Esmeralda (2009)

Figura 8: Peneiramento Granulometria da areia

Fonte: Ensaio de laboratório (2009)

Page 26: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

26

Figura 9 - Densidade Absoluta de agregados graúdo e fino

Fonte: Ensaio de laboratório (2009)

Figura 10 - Densidade Aparente

Fonte: Ensaio de laboratório (2009)

4.3 - Água

É exigido o uso de água de boa qualidade, que seja isenta de substâncias

prejudiciais à hidratação do cimento. Indicam como adequada as águas potáveis.

(DNER-EM 034)

Page 27: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

27

4.4. Dosagem do concreto rolado

O concreto rolado dever conter uma quantidade de água que possibilite a

massa a ser trabalhada conforme o tipo de compactação por rolos compressores. A

quantidade de água a ser usada será determinada por meio de ensaio de

compactação, com características do ensaio de compactação.

Ensaios apresentam resultados que, para a compactação por rolos, o

conteúdo ótimo de umidade no concreto rolado deve estar entre 5% a 6% em

relação a massa dos materiais secos, conforme apontado na Figura 11.

RELAÇÃO MASSA ESPECÍFICA X UMIDADE ÓTIMA

Figura 11 - Curva de compactação massa específica x umidade (%)

Fonte: Resultado de ensaios de laboratório (2009)

Ensaios físicos realizados em laboratório para a avaliação das características

do concreto rolado foram feitos em corpos de prova cilíndricos de dimensões 30cm x

15cm, em 5 camadas iguais e as mesmas recebendo 30 golpes de 4,5 kg com altura

de queda igual a 45 cm nos corpos de prova cilíndricos e nos corpos de prova

prismáticos, sendo 2 camadas iguais recebendo 160 golpes cada com o mesmo

soquete de 4,5 Kg.

Page 28: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

28

Figura 12: Moldagem de corpo de prova

Fonte: Ensaio de laboratório (2009)

- Massa Específica Aparente seca: É a relação entre a massa do concreto

fresco, retirando a massa da água e o volume após seu adensamento.

Na Figura 13 é possível observar a curva de referência para enquadramento

da granulometria dos materiais existentes para obra.

Figura 13: Faixa de referência granulométrica

Fonte: ABCP ET-10 (1984)

Page 29: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

29

É desejável que a granulometria da massa se enquadre no referencial das

curvas.

- Teor de Ar: É determinado com concreto fresco ainda nos moldes cilíndricos,

durante a preparação dos corpos de prova para os ensaios de resistência à

compressão, adotando-se critério de cálculo fixado pela ABNT 18:3.4-001:

“Determinação da Massa Específica e Teor de Ar pelo método gravimétrico”;

- Resistência à Compressão: Determinada conforme NBR-5739: “Ensaio de

Compressão de Corpos de Prova Cilíndricos de Concreto”;

- Resistência à Tração na Flexão: É observada a norma ASTM C-78: ”Flexural

Strength of Concrete (Using simple Beam With Third-Point Loading).”

- Módulo de Deformação Elástico e Coeficiente de Poisson: Ensaios conforme

a ASTM C 469: “Static Modulus of Elasticity and Poisson’s Ratio of Concrete in

compression”.

Figura 14: Ensaio de rompimento compressão simples

Fonte: Ensaios de laboratório (2009)

Ensaios de laboratório:

Foram estudados dois traços em peso 1:18 com consumo previsto de 120Kg

de cimento por metro cúbico de concreto, com as seguintes especificações:

Page 30: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

30

- Traço 1: cimento e cascalho

- Traço 2: cimento, areia e brita

Foram moldados corpos de prova para determinação das curvas de (Уs, hot)

e (fcj,hot), com variação de 0,5% de umidade.

A moldagem dos corpos de prova foi feita com cilindros Califórnia (CBR) com

5 (cinco) camadas uniformes compactadas com 56 golpes, com soquete de 10 libras

(4,5 kg) e altura de queda igual a 45cm. Após a moldagem, os CP foram

armazenados em câmara úmida até a data do ensaio de resistência à compressão

simples.

Características dos traços dosados:

Na curva 1 Densidade Especifica Máxima para o concreto rolado

dosado com cascalho (traço 1), encontrou-se:

=2203g/cm3

- umidade ótima = 5,0% que corresponde à relação A/C = 0,90

Na curva 2 Densidade Especifica Máxima para o concreto rolado

dosado com brita 2 (traço 2), encontrou-se:

=2305g/cm3

- umidade ótima = 5,5% que corresponde à relação A/C = 0,99

Page 31: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

31

Nas curvas variação de resistência com umidade, obteve-se os valores para

as resistências à compressão simples no ponto de umidade ótima para a idade de 7

(sete) e 28 (vinte oito) dias.

Traço 1: Cascalho; fc7 dias = 9,2 MPa

fc28 dias = 10,1 MPa

Traço 2: Brita 2; fc7 dias = 15,1 Mpa

fc28 dias = 16,3 MPa

A densidade máxima específica para cada traço, com variação de umidade de

0,5%, onde, encontrando o ponto mais elevado da curva de compactação,

determinou a densidade específica máxima.

Figura 15: Curva de compactação Massa específica x umidade (%)

Fonte: Resultados de ensaios de laboratório (2009)

Page 32: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

32

Traço 1 - Em peso: 1:18, Cascalho passado # 38mm, com A/C = 0,90

Nº c.p. Idade dias Tonelada Ruptura Kgf/cm

2 Mpa Densidade Máxima Umidade%

1 7 12 66 6,6 2040 4

2 7 12 66 6,6 2089 4

3 28 12 66 6,6 2028 4

4 28 13 71 7,1 2059 4

5 7 16 88 8,8 2091 4,5

6 7 16 88 8,8 2111 4,5

7 28 19 104 10,4 2110 4,5

8 28 18 99 9,9 2155 4,5

9 7 21 115 11,5 2203 5

10 7 20 110 11 2201 5

11 28 23 126 12,6 2190 5

12 28 22 121 12,1 2218 5

13 7 12 66 6,6 2182 5,5

14 7 15 82 8,2 2132 5,5

15 28 20 110 11 2138 5,5

16 28 19 104 10,4 2189 5,5

17 7 12 66 6,6 2088 6

18 7 11 60 6 2102 6

19 28 15 82 8,2 2132 6

20 28 14 77 7,7 2134 6

Tabela 4 - Resultados de ensaios traço 1

Fonte: Ensaios de laboratório (2009)

Page 33: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

33

Traço 2 - Em peso: 1:18, Brita 2 passado # 38,0mm, com A/C = 0,99

Nº c.p. Idade dias Tonelada Ruptura Kgf/cm

2 Mpa Densidade

Máxima Umidade%

1 7 23 126 12,6 2231 4,5

2 7 22 121 12,1 2272 4,5

3 28 28 153 15,3 2260 4,5

4 28 26 143 14,3 2273 4,5

5 7 31 170 17 2257 5

6 7 29 159 15,9 2296 5

7 28 33 181 18,1 2271 5

8 28 34 186 18,6 2341 5

9 7 35 192 19,2 2302 5,5

10 7 35 192 19,2 2311 5,5

11 28 36 197 19,7 2310 5,5

12 28 37 203 20,3 2298 5,5

13 7 29 159 15,9 2279 6

14 7 31 170 17 2280 6

15 28 33 181 18,1 2269 6

16 28 33 181 18,1 2244 6

17 7 24 132 13,2 2277 6,5

18 7 22 121 12,1 2244 6,5

19 28 30 164 16,4 2237 6,5

20 28 31 170 17 2272 6,5

Tabela 5: Resultados de ensaios traço 2

Fonte: Ensaios de laboratório (2009)

Segundo a ABCP, em seu estudo técnico ET-10, experiências feitas na

Inglaterra com misturas experimentais, variando o valor usado de cimento entre

90,0Kg/m3 (1:24) a 340,0Kg/m3 (1:6), demonstraram que, onde é usado como

revestimento cimento betuminoso, o valor mais adequado para pavimentação no que

se refere à quantidade de cimento deverá ficar entre 85kg/m3 a 120kg/m3, evitando

com esta quantidade o aparecimento de fissuras de retração não desejadas

Page 34: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

34

4.5. Consumo de cimento

O emprego de cimento em concreto rolado com teores mais baixos depende

do tipo de agregado disponível. O usual é limitar a quantidade de cimento entre

85,0Kg/m3 a 120Kg/m3 cimento/agregado de 1:24, apresentando no emprego de

pedregulho o aumento da quantidade de cimento a ser dosado para o traço, levando

a adotar consumo de cimento na ordem de 100kg/m3 a 135kg/m3 (1:20 a 1:15);

Figura 16: Resistência à compressão simples X Consumo de cimento

Fonte: Cimenta Engenharia Ltda (2009)

Na figura 16, os valores de resistência à compressão simples foram definidos

a partir de estudos experimentais, através de moldagem de traço com valores em kg

de cimento. Para cada traço, foram obtidos os valores acima representados no que

se refere à compressão simples. Pode-se assim, a partir do MPa de projeto, definir

empiricamente a quantidade de cimento a ser usado para o traço.

As misturas mais fracas do que 1:24 apresentam inconvenientes devido à

dificuldade de se fazer mistura homogênea entre os materiais, comprometendo a

durabilidade do material.

A resistência à compressão simples e na tração terão relação entre o fator

água/cimento. Essa relação depende do grau de compactação obtido nos corpos de

prova e do tipo de agregado.

A resistência mínima a ser determinada se dará na fase das misturas

experimentais de acordo com as NBR-5738 (MB-2) e NBR- 5739 (MB-3), da

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Page 35: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

35

5. EXECUÇÃO

A mistura dos materiais deverá preferencialmente ser feita gravimetricamente.

Quando bem controlado e em obras de pequeno porte, pode-se usar misturas em

volume por proporção, medindo sempre o cimento em massa. De acordo com a

obra, a escolha do equipamento a ser usado, para obter produção necessária, segue

a partir do volume de concreto utilizado, podendo usar betoneiras quando o volume

de concreto for inferior a 15,0 m3 e preferencialmente em usinas normais de

concreto quando a obra tiver consumo de concreto superior a 15,0 m3.

Já o espalhamento do concreto poderá ser executado manualmente ou

usando os variados tipos de equipamento disponíveis. Os espalhamentos manuais

se fazem por lançamento de concreto usando pás e réguas desempenadeiras. No

espalhamento com máquinas, é usual utilizar motoniveladoras, distribuidoras

comuns de agregados e vibro acabadoras de asfaltos, sendo as duas últimas as que

proporcionam melhores resultados quanto ao nivelamento e o acabamento da

camada. A espessura de espalhamento deve ser de 20 a 30% maior do que a

espessura de projeto para que, após compactação, atinja aquela prevista no projeto.

Usando rolos lisos, vibratórios ou estáticos será executada a compactação,

contendo espessura máxima igual a 20,0 cm, como é recomendada. Os

equipamentos a serem usados deverão atender as observações dos tipos de

materiais, dos locais e tipos de subleito, observando também tipos de sub-base.

Page 36: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

36

Figura 17 - Concreto Rolado

Fonte: Cimenta Engenharia Ltda. (2009)

Figura 18: Concreto rolado com vibro acabadora

Fonte: (site Engepavi Engenharia Ltda.2009)

Page 37: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

37

Figura 19: Compactação do concreto rolado com rolo liso

Fonte: (site Engepavi Engenharia Ltda.2009)

Figura 20: Compactação com Rolo Liso

Fonte: (site Engepavi. Engenharia Ltda.2009)

Page 38: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

38

Figura 21: Imprimação para cura com betume

Fonte: (site Engepavi. Engenharia Ltda. 2009)

6. DIMENSIONAMENTO DO PAVIMENTO

O concreto rolado apresenta características próprias, demonstrando excelente

comportamento estrutural ao pavimento. Os valores de resistências à tração na

flexão e módulo elástico são os que seguem:

Propriedades Relação agregado/cimento, em

massa – 15:1

Resistência à compressão simples aos 28 dias,

MPa (kgf/cm2)

11,2 (112)

Resistência à tração na flexão, MPa (kgf/cm2) 2,1 (21)

Massa específica aparente máxima seca

(aproximada), Kg/m3

2160

Módulo de elasticidade aos 28 dias, MPa

(kgf/cm2)

0,6 a 3,5x104

Tabela 6: Valores de resistências à tração na flexão e módulo elástico

Observação: Valores típicos para concreto rolado. Fonte: ABCP – ET-10 (1984)

Page 39: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

39

Segundo a Associação Brasileira de Cimento Portland, em seu estudo ET-10,

uma pesquisa do Road Research Laboratory (RRL) mostra que o concreto rolado

(concreto pobre) se comporta de maneira bastante superior a de outros materiais

quanto à durabilidade.

O dimensionamento da espessura de camada de concreto rolado depende da

intensidade do tráfego e do suporte do subleito, podendo-se adotar sub-base

granular ou não. Deverá ser indicada camada granular quando o concreto rolado

apresentar espessura elevada, diminuindo assim a espessura da camada de

concreto rolado.

Adotaremos para o dimensionamento das camadas do pavimento o método

do Índice de Suporte Califórnia (ISC), conforme o Tabela 7. As espessuras

determinadas por este método, conforme experiências com concreto rolado, foram

adotadas à diminuição das camadas em porcentagens que variam entre 10 a 20%,

sendo mais usado o valor de 15% de redução da espessura da camada de concreto

rolado em relação a outros materiais usados para pavimentação.

O Road Research Laboratory (RRL), baseado nas curvas de

dimensionamento do método de CBR (inglês), desenvolveu 6 (seis) cartas de

dimensionamento de pavimentos semi-flexíveis, colocando o concreto rolado como

material de base, considerando sub-base apenas granulares. Levou-se em conta o

CBR do subleito, o tráfego comercial, o período de projeto e as condições mínimas

necessárias de capa asfáltica e sub-base.

Intens. de tráfego Esp. mínima de capa

asfáltica (cm)

Esp. Mínima de concreto

rolado (cm)

4500 ou mais 7,5 cm 20,0 cm

1500 - 4500 5,0 cm 17,5 cm

450 - 1500 5,0 cm 15,0 cm

450 ou menos 5,0 a 4,0 cm 8,0 a 10,0 cm

Tabela 7: Espessuras mínimas recomendadas de capa asfáltica e base de concreto rolado para

índice de suporte Califórnia ≥ 20%.

Fonte: Tráfego comercial com 1,5 toneladas eixo simples, ABCP ET-10 (1984)

Page 40: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

40

7. ANÁLISE DO COEFICIENTE DE EQUIVALÊNCIA ESTRUTURAL

7.1. COEFICIENTE DE EQUIVALÊNCIA ESTRUTURAL DE SOLOS E EM MASSA

DE CAMADAS CIMENTADAS

O Solo Cimento (SC) é um produto endurecido resultante da cura úmida de

mistura compactada de solo misturado com cimento e água, que atenda os padrões

de qualidade como durabilidade, resistência à compressão simples.

O teor de cimento mínimo para o solo cimento apresenta equivalência

estrutural usual e superior a 5% em massa, variando de acordo com resultados de

resistência à compressão, ficando (K) entre 1,2 a 1,7.

O Solo Melhorado com Cimento (SMC) tem características físicas e

mecânicas inferiores aos de um solo cimento, a começar pela faixa típica de

conteúdo de cimento, que fica entre 3% e 5% em massa. A qualidade de SMC

depende da verificação da influência do cimento em três particularidades do solo

original: a capacidade portante, os índices de consistência e a sensibilidade à água,

buscando, pela adição de cimento, aumentar o valor de Índice de Suporte Califórnia

(ISC), reduzir a plasticidade e a variação volumétrica, possibilitando o uso de

materiais geralmente não enquadráveis nas especificações comuns de

pavimentação.

O SMC apresenta coeficiente de equivalência estrutural indefinido, sendo

usual tomar o valor de K igual a 1,0. A aplicação do valor unitário para o SMC deve

provavelmente super dimensionar a camada.

O concreto rolado apresenta valor para K igual a 1,7 devido a resultados da

compressão simples alcançarem valores superiores a 45 kgf / cm2.

O coeficiente de equivalência estrutural para cada material potencialmente

utilizável no pavimento, representado por K – que é multiplicador da espessura real

de construção – possibilita o cálculo da espessura equivalente, sendo material

puramente granular e não coesivo, que terá K igual a 1,0.

Para camadas de pavimento onde o cimento aumenta a resistência à

compressão simples aos 7 dias, determinante para estabelecer valores para o

coeficiente de equivalência estrutural, poderá ser representado a partir de 1,0 até

1,7. Deverão ser estabelecidas a partir de resultados obtidos como segue:

Page 41: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

41

- inferior a 21 kgf/cm2 igual a 1,0, entre 21 e 28 kgf/cm2 poderá ser adotado o

valor igual a 1,2;

- entre 28 e 45 kgf/cm2 adotar valor igual a 1,4 e

- superior a 45 kgf/cm2 adotar valor igual a 1,7. (DNIT, 2006)

Figura 22: Distribuição de cargas nos pavimentos

Fonte: ANDRADE (2007)

7.2. MÉTODO DE DIMENSIONAMENTO

O dimensionamento atenderá o método do DNER (DNIT), do Engº Murilo

Lopes de Souza, avaliando as espessuras das camadas projetadas para cada um

dos materiais usados para dimensionar pavimentos.

O método do DNER (DNIT) baseou-se no trabalho original de Porter (1949)1

sobre o dimensionamento de pavimentos flexíveis a partir do Índice de Suporte

Califórnia (CBR), acrescentando conceitos mais modernos como o da equivalência

de operações entre diferentes cargas por eixos e a carga padrão, os coeficientes de

equivalência estrutural dos diferentes materiais componentes do pavimento e os

fatores estruturais climáticos.

1 Porter, O. J., Development of original method for highway design, design, Proc., V.75, ASCE, 1949.

Page 42: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

42

A capacidade de suporte do subleito e dos materiais granulares sem adições

foram medidas pelo ensaio de CBR em laboratório. Exige-se que os materiais para

sub-base e base tenham CBR mínimo de 20% para sub-base e 80% para base,

respectivamente. Se os materiais forem estabilizados com cimento, mantém-se a

exigência para a base, passando para 30% o CBR mínimo da sub-base.

Os materiais de base granular seguem faixas granulométricas e têm

requisitos especiais de qualidade, conforme Tabela 8.

FAIXAS GRANULOMÉTRICAS - DNER-ES 303/97

Peneiras Para N > 5 x 106 Para N < 5 x 106

Pol. mm Faixa A Faixa B Faixa C Faixa D Faixa E Faixa F

2" 50,80 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100

1" 25,40 55 85 75 90 100 100 100 100 100 100 100 100

3/8" 9,52 30 65 40 75 50 85 60 100 70 100 82 100

Nº 4 4,80 25 55 30 60 35 65 50 85 55 100 70 100

Nº 10 2,00 15 40 20 45 25 50 40 70 40 100 55 100

Nº 40 0,42 8 20 15 30 15 30 25 45 20 50 30 70

Nº 200 0,075 2 8 5 15 5 15 5 20 6 20 8 25

Tabela 8: Faixas granulométricas para materiais granulares

Fonte: Manual de pavimentação, DNIT (2006)

As especificações gerais do DNER (DNIT), por seu lado, estabelecem requisitos

para o solo cimento e para solo melhorado com cimento, não tendo, até a data,

especificação particular para BGTC e concreto rolado.

A consideração do tráfego é fundamental, uma vez que está ligada à

determinação do seu poder destrutivo sobre o pavimento, através da transformação

de todo o universo das cargas solicitantes, em um único número de operações de

um eixo simples padrão de 8,2 toneladas força (N).

Os dimensionamentos serão determinados para cada material em

comparação descrito no trabalho, buscando apresentar a viabilidade do concreto

rolado.

Page 43: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

43

Outro ponto a ser salientado diz respeito às espessuras mínimas

recomendadas para o revestimento betuminoso. O método do DNER (DNIT) é muito

claro ao mencionar que os valores se referem a revestimento sobre base de

materiais granulares, ou seja, flexível. O mesmo não dá indicação de como agir

quando a camada a ser revestida tiver comportamento de material coesivo, como é

o caso das camadas estabilizadas com cimento.

Tais materiais, pela sua maior capacidade de resistência às tensões de tração

e às deformações, protegem mais acentuadamente o revestimento de sofrer ruptura

precoce por fadiga. Portanto, admitem, teoricamente, menores espessuras de capa.

A falta de pesquisas sobre a questão não permite, no momento, estipular de quanto

poderia ser a redução da espessura. Sabe-se, no entanto, que ela é função direta da

espessura da base e inversa do tráfego previsto.

8. CONSIDERAÇÕES PARA ESTUDO COMPARATIVO

A exemplificação do desenvolvimento do dimensionamento será dada a partir

dos níveis de tráfego e dos níveis dos valores de suporte de CBR do subleito.

Os coeficientes de equivalência estrutural serão os estabelecidos pelo

método DNER (DNIT), apresentados a seguir:

COMPONENTES DO PAVIMENTO K

Base ou revestimento de concreto betuminoso 2,00

Base ou revestimento pré-misturado a quente, de graduação densa 1,70

Base ou revestimento pré-misturado a frio, de graduação densa 1,40

Base ou revestimento betuminoso por penetração (TSD) 1,20

CAMADAS GRANULARES 1,00

Solo cimento com resistência à compressão a 7 dias, superior a 45 kgf/cm2 1,70

Com resistência à compressão a 7 dias, entre 45 kgf/cm2 a 28 kgf/cm2 1,40

Com resistência à compressão a 7 dias, entre 28 kgf/cm2 a 21 kgf/cm2 1,20

Tabela 9: Tabela de referência para K das camadas do pavimento

Fonte: Manual de Pavimentação, DNIT (2006)

Page 44: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

44

8.1. ESPESSURAS MÍNIMAS DE REVESTIMENTO BETUMINOSO

Em função do número equivalente (N) de operações de eixo padrão durante o

período de projeto, o método recomenda as espessuras mínimas de revestimento

betuminoso conforme Tabela 10:

N Espessura Mínima de Revestimento Betuminoso

N < 106 Tratamentos Superficiais Betuminosos

106 < N < 5 x 106 Revestimentos Betuminosos com 5,0cm de espessura

5 x 106 < N < 107 Concreto Betuminoso com 7,5cm de espessura

107 < N < 5 x 107 Concreto Betuminoso com 10,0cm de espessura

N > 5 x 107 Concreto Betuminoso com 12,5 cm de espessura

Tabela 10: Espessuras e tipo de revestimento indicado para o número “N” de projeto

Fonte: Manual de Pavimentação, DNIT (2006)

8.2. NÚMERO “N” DE PROJETO

O número “N” encontrado através de pesquisa de tráfego é igual a 6,3 x 106.

O segmento de projeto se dará entre as estacas 0 a 508, contendo dois

segmentos que apresentam CBR para subleito igual a 9%2.

2 Dados obtidos do trabalho prático do curso de Pavimentação e Restauração Rodoviária e

Aeroportuário

Page 45: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

45

Figura 23: Distribuição das camadas do pavimento

Fonte: Manual de Pavimentação DNIT (2006)

Onde:

Hm - Espessura total necessária para proteger um material com ISC = m;

Hn - Espessura da camada de pavimento com ISC = n;

H20 - Espessura de pavimento sobre a sub-base;

h20 - Espessura da sub-base;

hn - Espessura de reforço do subleito;

B - Espessura da base e

R - Espessura do revestimento.

Determinadas as espessuras Hm, Hn, H20 e R, as espessuras da base, sub-

base e reforço são obtidas pela resolução sucessiva das seguintes equações:

RKR + BKB H20;

RKR + BKB + h20 Ks Hn e

RKR + BKB + h20 Ks + hn KRef Hm.

Coeficientes de equivalência estrutural recomendados pelo método.

Revestimento: KR = 2,0 (concreto betuminoso)

Base : KB = 1,70 (camada de concreto rolado)

Sub-Base : KS = 1,00 (camada granular)

Page 46: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

46

Figura 24: Ábaco para dimensionamento método DNER

Fonte: Manual de Pavimentação DNIT (2006)

Dados do projeto (SEGMENTO RODOVIÁRIO):

Extensão do trecho= 10,16km

Largura do acostamento= 2,00m

Largura de drenagem= 1,15m

Largura da base= 10,40m

1º segmento CBR de subleito da estaca 0 a 150 = 9%

2º segmento CBR de subleito da estaca 150 a 508= 9%

Page 47: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

47

Figura 25: Seção Transversal em Tangente

Fonte: Manual de Pavimentação (2006)

Figura 26: Seção Transversal em Curva Fonte

Fonte: Manual de Pavimentação DNIT (2006)

Materiais disponíveis para pavimentação:

- Cascalho seixo rolado;

- Argila (Solo Cimento)

- Solo Melhorado com cimento

- Concreto Rolado.

Número “N” de projeto: igual a 6,3 x 106

Espessura Mínima de revestimento betuminoso, conforme tabela CBUQ igual

a 7,5 cm, (adotar espessura igual a 8,0 cm).

Page 48: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

48

Ocorrência de materiais indicados em projeto, para segmento rodoviário.

- Jazida cascalho de seixo rolado arenoso localizado a 100,0 km da estaca 508;

- Pedreira comercial com classificação de rocha em Granito com localização a 2,0

km da estaca 0, apresentando produção que atende o projeto e com usina de

mistura de concreto a 200,0 metros da estaca inicial 0.

- Argila arenosa indicada para mistura de Solo Cimento (SC), localizada a 30 km da

estaca 230 e cascalho arenoso indicado para solo melhorado com cimento (SMC),

localizado a 45,0 km da estaca 210, sendo, indicado a implantação de usina para

mistura.

9. ESTUDO DE VIABILIDADE DE IMPLANTACÃO DO CONCRETO

ROLADO COMPARADO AOS MATERIAIS EM ESTUDO

Situação 1: Aplicação de concreto pobre rolado na camada de base de um

pavimento de uma rodovia que apresenta em seu traçado um segmento urbano.

Identificado como área urbanizada a ser implantada com uma extensão de 3.000

metros, iniciando-se na estaca 0 e com término na estaca 150, onde o concreto

rolado apresenta-se como material de durabilidade e com custo de implantação

econômico para segmento da rodovia, de acordo com a ocorrência de materiais em

estudo e de suas distâncias para transporte. No segmento entre as estacas 150 a

508, o material granular seixo rolado apresenta custo superior e as misturas de solo

cimento e solo melhorado com cimento, conforme demonstrados em estudo,

apresentam custo de implantação mais econômico para o segmento de acordo com

estudo o estudo de viabilidade para implantação.

Critérios para seleção do material da base em concreto rolado para o

segmento urbano da rodovia:

1 – Região não privilegiada por ocorrências de materiais “in natura” passíveis de

aplicação. Jazidas (cascalho de seixo rolado) conhecidas e com distância de

Page 49: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

49

transporte a 100,0 km da estaca 508; argila arenosa a 30,0 km da estaca 230 e

cascalho arenoso a 45,0 km da estaca 210 da implantação da rodovia.

2 – Distância da pedreira a estaca zero de 2,0 km;

3 – Existência de uma usina misturadora no local da central de britagem.

4 – Resistência e durabilidade da alternativa sugerida, devido ao tráfego de veículos

comerciais de transporte urbano como corredor de ônibus (coletivos).

Concreto rolado com resistência a compressão igual ou superior a 4,5 MPa,

produzido em usina misturadora, implantada a 200 metros de uma central de

britagem, localizada a 2,0 km da estaca 0 da rodovia.

Dimensionamento pelo método DNIT (2006)

Número “N” de projeto:

N= 6,3 x 106

CBR do subleito para o segmento entre a estaca inicial 0 a estaca final 150, igual a

9%.

Cálculo:

Espessura do revestimento (R), igual a 7,5 cm adotar 8,0 cm.

Coeficiente de equivalência estrutural “K”. KR = 2,0, KB = 1,7, KS = 1,0.

Cálculo espessura da Base (H20):

ISC sub-base 20%

“N” = 6,3 x 106

H20 = 26,0 cm

R.KR + B.KB ≥ H20

H20 – R.KR 26,0 – (8 x 2,0)

B = ---------------------- = ----------------------------- = 5,88 cm, adotar espessura de 18,0 cm.

KB 1,7

Page 50: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

50

Cálculo: Espessura sub-base necessária para proteger subleito (HN).

ISC do subleito igual a 9 %.

RHR + B.KB + S.KS ≥ HN

ISC=9%

N=6,3 x 106

H10 = 45,0 cm

H10 - R.KR – B.KB 45,0 – 8,0 x 2,0 _ 1,7 x 18,0

S = -------------------------------- = -------------------------------------------------- = - 1,60 cm.

Ks 1,0

Não será necessário adotar camada de sub-base.

Situação 2: Pavimentação de segmento de rodovia em uma área caracterizada por

predominância rural, com execução de uma camada de base de material in natura

(cascalho de seixo rolado) extraído diretamente de uma jazida localizada a 100,0 km

da estaca 508 da estrada a ser implantada.

Critérios para seleção do material da base:

1 – Inexistência de outras fontes de materiais com distância econômica de

transporte ou com índices físicos ou mecânicos compatíveis para aplicação em

camada de base com os obtidos no material existente na jazida selecionada;

2 – Pequeno impacto ambiental.

3 – Regularidade ambiental para exploração da jazida.

Material a ser empregado: jazida de cascalho de seixo rolado localizada a 100,0

km da estaca 508 da rodovia a ser implantada.

CBR do subleito para o segmento em estudo igual a 9%.

N= 6,3 x 106

Page 51: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

51

Cálculo:

Numero “N” de projeto:

Espessura do revestimento (R), igual a 7,5 cm adotar 8,0 cm.

Coeficiente de equivalência estrutural “K”. KR = 2,0, KB = 1,0, KS = 1,0.

Cálculo espessura da Base (H20):

ISC sub-base 20%

N= 6,3 x 106

H20 – R.KR 26,0 – (8 x 2,0)

B = ---------------------- = --------------------------- = 10,0 cm, adotar espessura mínima de 15,0 cm.

KB 1,0

Cálculo: Espessura sub-base necessária para proteger subleito (HN).

ISC do subleito igual a 9%.

RHR + B.KB + S.KS ≥ HN

ISC do subleito = 9%

N = 6,3 x 106

H9 = 42,0 cm

H10 – R.KR _ B.KB 42,0 – 8,0 x 2,0 _ 1,0 x 15,0

S = ------------------------------- = ----------------------------------------------- = Espessura igual a 11,0 cm.

Ks 1,0

Adotar camada de sub-base igual 15,0 cm.

Para material granular de seixo rolado será necessário adotar camadas de sub-base

e base com espessura igual a 15,0 cm cada camada, totalizando espessura total de

material granular igual a 30,0 cm.

Situações 3 e 4: Pavimentação de segmento de rodovia em uma área caracterizada

por predominância rural, com execução de uma camada de base de material argila

arenosa para solo cimento localizada a 30 km da estaca 230 e solo melhorado com

cimento extraído diretamente de uma jazida localizada a 45,0 km da estaca 210.

Page 52: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

52

Critérios para seleção do material da base:

1 – Inexistência de outras fontes de materiais com distância econômica de

transporte ou com índices físicos ou mecânicos compatíveis para aplicação em

camada de base com os obtidos no material existente na área selecionada;

2 – Pequeno impacto ambiental.

3 – Regularidade ambiental para exploração da área de empréstimo.

CBR do subleito para os segmentos em estudo igual a 9%.

N= 6,3 x 106

Cálculo:

Número “N” de projeto:

Espessura do revestimento (R), igual a 7,5 cm adotar 8,0 cm.

Coeficiente de equivalência estrutural “K”. KR = 2,0, KB = 1,4, KS = 1,0.

Cálculo espessura da Base (H20):

ISC sub-base 20%

N= 6,3 x 106

H20 – R.KR 26,0 – (8 x 2,0)

B = ---------------------- = -------------------------- = 5,71 cm, adotar espessura mínima de 15,0 cm.

KB 1,4

Cálculo: Espessura sub-base necessária para proteger subleito (HN).

ISC do subleito igual a 9%.

RHR + B.KB + S.KS ≥ HN

ISC do subleito = 9%

N = 6,3 x 106

H9 = 42,0 cm

H10 – R.KR _ B.KB 42,0 – 8,0 x 2,0 _ 1,4 x 15,0

S = ------------------------------- = ------------------------------------------------ = 11,0 cm.

Ks 1,0

Adotar camada mínima de sub-base igual 15,0 cm.

Page 53: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

53

Solo cimento e solo misturado com cimento deverão ser implantados com duas

camadas de sub-base e base com 15,0 cm, totalizando espessura igual a 30,0 cm.

9.1. RESUMO DO DIMENSIONAMENTO DO PAVIMENTO PELO

MÉTODO DNIT (2006)

- Segmento entre estacas 0 a 150.

- Segmento entre estacas 150 a 508.

Tabela 11: Resumo dos dimensionamentos pelo método DNIT (2006)

Fonte: Estudos de dimensionamentos

Material Estaca

inicial

Estaca

final

CBR do

subleito

(%)

Esp.da

sub-

base

(cm)

Esp. da

base

(cm)

Esp. do

revesti-

mento

(cm)

Volume

(m3)

Concreto

rolado

0 150 9 0 18,0 8,0 7.668,00

Solo

Cimento

0 150 9 15,0 15,0 8,0 12.780,00

SMC 0 150 9 15,0 15,0 8,0 12.780,00

Material

Granular

0 150 9 15,0 15,0 8,0 12.780,00

Material Estaca

inicial

Estaca

final

CBR do

subleito

(%)

Esp.da

sub-

base

(cm)

Esp. da

base

(cm)

Esp. do

revesti-

mento

(cm)

Volume

(m3)

Concreto

rolado

150 508 9 0 18,0 8,0 18.300,96

Solo

Cimento

150 508 9 15,0 15,0 8,0 30.501,60

SMC 150 508 9 15,0 15,0 8,0 30.501,60

Material

Granular

150 508 9 15,0 15,0 8,0 30.501,60

Page 54: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

54

Observação: Os custos de Transporte e execução são médias de valores apresentados pelo

Departamento de Estradas e Rodagem do estado de São Paulo (D.E.R - SP), pelo Departamento de

Estradas de Rodagem do Estado de Minas Gerais (D.E.R. - MG) e pelo Departamento Nacional de

Infra-estrutura e Transportes (DNIT).

9.2. DISTRIBUIÇÃO DAS DISTÂNCIAS MÉDIAS DE TRANSPORTE

DOS MATERIAIS

Figura 27: Distribuição das distâncias médias de transporte dos materiais

Fonte: Estudo de viabilidade (2009)

Page 55: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

55

9.3. Estudos comparativos de viabilidade de implantação.

Figura 28: Estudos comparativos de viabilidade de implantação,

Fonte: Estudos de viabilidade (2009)

Page 56: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

56

Figura 29: Estudos comparativos de viabilidade de implantação,

Fonte: Estudos de viabilidade (2009)

Page 57: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

57

10. CONCLUSÃO

Os ensaios experimentais realizados com o concreto rolado apresentaram

resultados que alcançaram valores acima do indicado em projeto com facilidade. O

material atende as especificações indicadas pelas normas, e quando apresentar

custo de transporte e de fabricação, competitivo com os demais materiais, a sua

indicação ganha força, tanto na mistura de cimento e seixo rolado como na mistura

com material britado. O concreto rolado apresenta-se como material nobre que pode

ser indicado para camada de base, revestido com concreto betuminoso, sendo que

suas características em distribuir os esforços ao pavimento e de durabilidade são

fatores que justificam sua indicação.

O concreto rolado de acordo com o estudo deve ser tratado como material

nobre, com grande poder em distribuir as solicitações de cargas impostas ao

pavimento. Apresenta ganho de durabilidade e aumento no tempo de intervenções

na conservação do pavimento e do revestimento.

No estudo comparativo de custo para implantação das camadas, o transporte

representa parcela considerável na composição dos valores de implantação, fato

que contribui diretamente na escolha do material a ser indicado.

Ao observar as distâncias de transportes dos materiais para os segmentos

apresentados, o concreto rolado apresentou custo competitivo de implantação,

quando os materiais a serem utilizados na sua mistura, apresentar distâncias de

transportes reduzidas, especialmente se associado à condição de produção do

concreto, com usina de concreto instalada. Nestas condições, o concreto rolado

apresenta custo competitivo em relação aos demais materiais em estudo. Os custos

superiores para implantação dos materiais granulares e das misturas de solo

cimento e solo melhorado com cimento, apresentados nos estudo para o primeiro

segmento, deve-se às distancias de transporte apresentadas.

Page 58: FACULDADES KENNEDY ESPECIALIZAÇÃO EM …...O concreto rolado, também chamado de concreto magro ou concreto compactado com rolo, apresenta trabalhabilidade baixa, consumo de cimento

58

11. BIBLIOGRAFIA

ANDRADE, M.H., Projetos de Pavimentos Rígidos: notas de aula, UFPR, 2007. Disponível em: http://www.geocties.com/pavimentacao2005/projeto, Acesso em: 01 out. 2009. BARBOSA JR., Álvaro S. Estudo da utilização de agregado reciclado em misturas de concreto de cimento Portland para pavimentação. Campinas - SP, 2008. 117p. Dissertação de Mestrado – Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo UNICAMP - SP. CARVALHO, M.D. Pavimento de concreto: reduzindo o custo social. Disponível em: www.abcp.org.br/sala_de_imprensa /pdf /pav_artigo2007.pdf , Acesso em: 01 out. 2009 MANUAL DE CONSERVACAO RODOVIÁRIA 2005. Publicação IPR – 710. Manual de Conservação Rodoviária. 2a Edição. Rio de Janeiro. 2005. Disponível em: www.dnit.br, Acesso em: 01 out. 2009.

MARQUES, G.L. de O. Capítulo 9: Concreto Asfáltico. Universidade Federal de Juiz de Fora – Faculdade de Engenharia – Departamento de Transportes e Geotécnica TRN 031 – Pavimentação. Disponível em: www.pavimentacao.wufjf/cap9.pdf, Acesso em: 01 out. 2009

PITTA, M. R. Dimensionamento de pavimentos rodoviários e urbanos de concreto pelo método de PCA/84. 2a Ed., São Paulo, ABCP, 1996. Concreto pobre: aplicações em pavimentação. 4.ed.rev.atual. São Paulo, 1984.28p.(ET-10). SILVA, C. E. P. da. Pavimento de concreto simples: dimensionamento, execução e controle tecnológicos. Relatório apresentado à Comissão de Supervisão de Estágio do Centro de Tecnologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), como requisito parcial para graduação em Engenharia Civil. Santa Maria, RS, Brasil, 2008.