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PERCURSO SOCIOEDUCATIVO V
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Expediente:
Esta é uma publicação técnica da Secretaria Nacional de Assistência
Social.
Secretária Nacional de Assistência Social: Ana Lígia
Gomes
Diretora do Departamento de Gestão do SUAS: Simone Aparecida
Albuquerque
Diretora do Departamento de Proteção Social Especial: Valéria
Maria Massarani Gonelli
Diretora do Departamento de Benefícios Assistenciais: Maria José de
Freitas
Diretor-Executivo do Fundo Nacional de Assistência Social: Fernando
Antônio Brandão
Diretora do Departamento de Proteção Social Básica: Aidê
Cançado Almeida Coordenadora-Geral de Regulação das Ações de
Proteção Social Básica: Mariana López Matias
Assessor Técnico do Departamento de Proteção Social
Básica: Alexandre Valle dos Reis
Colaborador: Jeison Pábulo Andrade.
Renata Gérard Bondim (Coordenação de Projeto)
Cássio Alan Ferreira Maduro
Denise Vilardo Nunes Guimarães
Fabiano Antonio dos Santos
Lucília Barbosa de Aguiar
Vera Cristina Rodrigues
*Equipe de pesquisa e elaboração do Laboratório
Trabalho&Formação/LT&F
da Coordenação dos Programas
Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ.
Tiragem: 30.000 exemplares
Impressão: Gráfica Brasil
Coordenação da Publicação: Departamento de Proteção Social
Básica.
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
Secretaria Nacional de Assistência Social Esplanada dos
Ministérios, Bloco C, 6° andar, sala 641
CEP: 70.054-900 –Brasília – DF
Telefone 0800 707 2003
Caderno do Facilitador da FG : Ciclo II : Percurso Socioeducativo V
: “Coletivo Articulador-Realizador” : Formação écnica Geral /
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. – 1. ed. –
Brasília: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome,
2009.
396 p. (Projovem Adolescente : Serviço Socioeducativo)
ISBN 978-85-60700-20-2 ISBN 978-85-60700-28-8
1. Juventude. 2. Assistência Social. 3. Políticas Públicas. 4.
Serviço socio- educativo. 5. Participação cidadã. 6. Formação
écnica Geral para o trabalho. 7. Programa Nacional de Inclusão de
Jovens – PROJOVEM. I. Ministério do Desenvolvimento Social e
Combate à Fome. II.ítulo.
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Apresentação
O tema da juventude ocupa um lugar de destaque na Agenda Social do
Governo Federal, cujos objetivos gerais são a redução da pobreza e
da desigualdade, a erradicação da fome e a promoção da autonomia e
da inclusão social das famílias brasileiras em situação de
vulnerabilidade.
Com igual ênfase política e de maneira complementar ao Plano de
Aceleração do Crescimento – PAC, a Agenda Social enuncia
prioridades e organiza as ações que vêm demonstrando, na prática,
ser possível promover o crescimento econômico aliado ao
desenvolvimento social.
No processo de construção da Agenda Social, sob a coordenação da
Secretaria-Geral da Presidência da
República, os Ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à
Fome – MDS, do rabalho e Emprego – ME, da Educação – MEC, a
Secretaria Especial dos Direitos Humanos – SEDH e a Secretaria
Nacional de Juventude – SNJ constituíram um Grupo de rabalho com a
tarefa de discutir a integração de programas governamentais
voltados aos jovens – Agente Jovem de Desenvolvimento Social e
Humano, Saberes da erra, Projovem, Consórcio Social da Juventude,
Juventude Cidadã e Escola de Fábrica. O objetivo foi elaborar uma
estratégia que articulasse intersetorialmente as políticas públicas
e os respectivos programas, conferindo-lhes escala, otimizando
ações e potencializando resultados.
Como resultado dessa iniciativa, optou-se pela reformulação do
Programa Nacional de Inclusão de Jovens – Projovem, criado em 2005,
ampliando sua faixa etária para o público de 15 a 29 anos e criando
quatro modalidades: Projovem Adolescente – Serviço Socioeducativo,
Projovem Urbano, Projovem rabalhador e Projovem Campo –
Saberes da erra. O novo Projovem foi lançado em setembro de 2007
pelo Presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, e
posteriormente regulamentado pela Lei nº 11.629, de 10 de junho de
2008.
A intersetorialidade na concepção e implantação do Projovem
vai além da sua gestão compartilhada e busca alcançar a efetiva
integração de programas e ações promovidos por cada um dos
ministérios parceiros. Sua lógica visa assegurar um atendimento
integral e contínuo aos jovens dos 15 aos 29 anos de idade,
oferecendo-lhes a possibilidade de participação nas diversas
modalidades do Programa.
O Projovem Adolescente, coordenado pelo MDS, é voltado para jovens
de 15 a 17 anos de famílias bene- ficiárias do Programa Bolsa
Família e jovens vinculados ou egressos de programas e serviços da
proteção social especial, como o Programa de Combate à Violência e
à Exploração Sexual e o Programa de Erradicação do
rabalho Infantil – PEI, ou ainda jovens sob medidas de proteção ou
socioeducativas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente.
Como forma de promover e garantir a intersetorialidade na
modalidade Projovem
Adolescente foi consti tuído um comitê, sob a coordenação do
MDS, com representantes dos ministérios e se- cretarias parceiros,
a saber: Ministérios da Cultura, do Esporte, da Saúde, do Meio
Ambiente, do rabalho, da Educação, Secretaria Especial de Direitos
Humanos, Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade
Racial e Secretaria Nacional de Juventude.
Um importante avanço na concepção da política de proteção e
promoção social para os jovens e suas famílias é o aprofundamento
da integração entre as transferências de renda e os serviços
socioassistenciais. A alteração dos critérios de concessão dos
benefícios variáveis do Programa Bolsa Família, estendidos às
famílias com jovens de 16 e 17 anos que frequentam a escola, foi
articulada à modalidade Projovem Adolescente, como parte de uma
acertada estratégia de pro-
mover a integração das políticas sociais voltadas à juventude,
público mais exposto à violência e ao desemprego.
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O Projovem Adolescente – Serviço Socioeducativo configura-se,
assim, como mais um passo importante na con-
solidação da rede de proteção e promoção social que estamos
construindo de forma republicana e pactuada no Brasil. Ele é mais
um componente do processo de construção do Sistema Único de
Assistência Social – SUAS, implementado com a atuação solidária do
Governo Federal, de Estados, de Municípios e do Distrito
Federal.
Desde a criação do MDS, em janeiro de 2004, temos trabalhado
vigorosamente pelo fortalecimento e institucionaliza- ção das
políticas de proteção e promoção social, promovendo a estruturação
de uma rede articulada de políticas de Assistência Social, de
Segurança Alimentar e Nutricional e de Renda de Cidadania. Estamos
ainda ampliando e integrando as ações de geração de oportunidades
para a inclusão produtiva voltada às famílias em situação de
pobreza e vulnerabilidade social.
Nosso compromisso é consolidar essas políticas no campo das
políticas públicas de garantia de direitos de cidadania,
regulamentadas com padrões de qualidade, critérios republicanos de
alocação de recursos, transparência e controle social.
No Projovem Adolescente, esse compromisso está expresso neste
conjunto de publicações. Aqui são apresen- tados os fundamentos, a
concepção, os referenciais e princípios metodológicos estruturantes
e norteadores das ações integrantes do Projovem Adolescente –
Serviço Socioeducativo.
Mais do que superar a fome e a miséria – estabelecendo um patamar
mínimo obrigatório de dignidade humana – é necessário garantir a
todos as oportunidades para desenvolverem plenamente suas
potencialidades e capacidades e, assim, viverem de forma digna e
autônoma. Esse é o propósito que une as pessoas de bem,
comprometidas com a jus- tiça social, que tratam as políticas
sociais de forma republicana e suprapartidária, como uma
responsabilidade do poder público com a melhoria da qualidade de
vida de nossos cidadãos, principalmente daqueles historicamente
alijados do processo de desenvolvimento do País. O investimento que
estamos fazendo hoje em nossa juventude seguramente
trará frutos não apenas para seus beneficiários diretos, mas para
toda a nação brasileira.
Patrus Ananias de Sousa Ministro do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome
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O Projovem Adolescente na Política Nacional de Assistência Social –
PNAS
O Projovem Adolescente – Serviço Socioeducativo integra a
Política Nacional de Assistência Social, política pú- blica de
proteção social de caráter universalizante, que se materializa por
meio do Sistema Único de Assistência Social – SUAS, composto
por uma rede articulada e orgânica de serviços, programas, projetos
e benefícios socioassistenciais.
A política de assistência social, desenvolvida no âmbito da
seguridade social, juntamente com a saúde e a previ- dência social,
organiza-se em proteção social básica (que visa a prevenção de
situações de risco por meio do desenvolvi- mento de potencialidades
e aquisições em várias dimensões e do fortalecimento de vínculos
familiares e comunitários) e em proteção social especial (que visa
a proteção a indivíduos e famílias em situação de risco pessoal e
social, em decorrência de abandono, maus-tratos, exploração sexual,
envolvimento com atos infracionais, trabalho infantil, entre
outras). A intervenção de cada forma de proteção, ou de ambas,
depende das necessidades dos contextos de prevenção ou da
ocorrência de riscos e da complexidade dos danos sociais e do
comprometimento do direito à vida e à sobrevi- vência que envolva
indivíduos, famílias ou grupos sociais.
Na Política Nacional de Assistência Social (PNAS/2004), a concepção
de proteção social amplia o campo da assistência social pelo
significado preventivo incluído na ideia de proteção. “Estar
protegido significa ter forças próprias ou de terceiros, que
impeçam que alguma agressão / precarização / privação venha a
ocorrer, deteriorando uma dada condição.” (SPOSAI, 2007, p.
17).
A PNAS, nessa perspectiva, organiza sua rede
socioassistencial não mais em função de públicos, mas de seguran-
ças que respondam às necessidades e assegurem direito, dentre os
quais:
(a) segurança de renda , cujo objetivo é garantir que todo
cidadão brasileiro, independentemente de ter vín- culos ou não com
trabalho, tenha acesso à provisão material necessária para
suprimento de suas necessidades básicas, por meio do acesso aos
benefícios socioassistenciais e a outras formas de transferência de
renda. A segurança de renda também se materializa por meio da
realização de projetos de enfrentamento à pobreza;
(b) segurança de acolhida , que visa garantir o direito das
pessoas ao atendimento, por profissional qualificado, para obter
informações sobre direitos e como acessá-los. Em casos de abandono,
fragilização ou perda de vínculos familiares ou em situações que
impeçam a convivência e a permanência na família, os serviços de
acolhida operam na atenção às necessi- dades humanas de abrigo,
reforço (ou construção) de vínculos familiares, proteção à vida,
alimentação e vestuário;
(c) segurança do convívio, que tem por foco a garantia do direito
constitucional à convivência familiar e à proteção à família, com
vistas ao enfrentamento de situações de isolamento social,
enfraquecimento ou rompimento de vínculos familiares e
comunitários, situações discriminatórias e estigmatizantes, por
meio de ações centradas no fortalecimento da autoestima, dos laços
de solidariedade e dos sentimentos de pertença e coletividade.
Alguns autores1
se referem às relações de convivência como uma rede de apoios de
sociabilidades, capaz de oferecer um ambiente edu- cativo e
emocionalmente seguro às pessoas em sua convivência social.
O Projovem Adolescente articula um conjunto de ações dos dois
âmbitos da proteção social – básica e especial – e busca
desenvolver seguranças sociais de acolhida, convívio familiar e
comunitário. Destina-se a jovens de famílias em condi-
1. Entre os quais, Aldaíza Sposati (2007) e Maria do Carmo Brant de
Carvalho (2003).
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PROJOVEM Adolescente
ções de extrema pobreza e àqueles marcados por vivências
resultantes de diferentes circunstâncias de riscos e
vulnerabilidades
sociais – retirados de situações de trabalho infantil, abuso e
exploração sexual, violência doméstica, abandono, negligência e
maus-tratos – e alguns em situação de conflito com a lei, cumprindo
medidas socioeducativas em meio aberto ou egressos de medida de
internação – Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, Estatuto da
Criança e do Adolescente – ECA.
De forma preventiva e potencializadora do papel de referência e
contrarreferência do Centro de Referência de Assistência
Social – CRAS, o Projovem Adolescente visa contribuir para
fortalecer as condições de autonomia das famílias e dos jovens,
para que possam gerir seu processo de segurança social.
O Projovem Adolescente, como serviço socioeducativo, apoia-se em
dois importantes pilares do SUAS:
1) matricialidade sociofamiliar: que considera a capacidade
protetiva e socializadora da família (seja ela bioló-
gica ou construída) em relação aos jovens em seus processos
peculiares de desenvolvimento, assim como leva em contaa
necessidade de que as políticas públicas compreendam a família como
portadora de direitos e de proteção do Estado, bem como assegurem o
seu papel de responsável pelo desenvolvimento dos jovens e garantam
o exercício pleno de suas funções sociais;
2) territorialização: o serviço deve ser ofertado próximo à
moradia dos jovens e suas famílias, no território de abrangência do
CRAS. Define-se aí um universo cultural e histórico e um conjunto
de relações e interrelações a serem considerados, bem como
situações a serem objeto da ação articulada das diversas políticas
públicas.
Outro fato a destacar é a intersetorialidade dos serviços
socioassistenciais que diz respeito à:
a) oferta tanto do Serviço Socioeducativo do Projovem Adolescente,
como de outras políticas públicas bási-cas (Saúde, Educação, Meio
Ambiente, Assistência Social, rabalho, Esporte e Lazer, Cultura,
Direitos Humanos e Segurança Alimentar);
b) socialização e democratização do acesso a esses serviços e
benefícios; e
c) articulação e funcionamento intersetorial dos serviços, como
condições para sua universalidade de acesso e de ampliação dos
direitos de cidadania das pessoas.
O conjunto de necessidades decorrentes da pobreza e dos processos
de exclusão social e vulnerabilidades sociais, aliado às
necessidades peculiares do desenvolvimento dos jovens em seu ciclo
de vida, exigem ações que vão além da
transferência de renda e bens materiais. rata-se de associar
serviços e benefícios que permitam a prevenção de riscose
contribuam para o reforço da autoestima dos jovens, o
desenvolvimento de sua autonomia e capacidade de sobrevi- vência
futura, bem como para a ampliação de seu acesso e usufruto à
cultura e aos bens sociais.
As ações de proteção social que viabilizam um conjunto de
bens sociais, serviços e benefícios não-materiais situam-se no arco
dos serviços socioeducativos que se constituem no caráter principal
do Projovem Adolescente e estarão refletidas no raçado
Metodológico.
O Serviço Socioeducativo do Projovem Adolescente integra-se a
outras estratégias de ação voltadas para as famí- lias, tais como o
Programa Bolsa Família – PBF e o Serviço de Proteção e Atenção
Integral à Família – PAIF, imple- mentados no Centro de Referência
de Assistência Social – CRAS, e aos programas e serviços de
proteção social especial
executados pelo Centro de Referência Especializado de Assistência
Social – CREAS, voltados aos jovens, às famílias e
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PROJOVEM Adolescente
à comunidade. Essa integração se dá de forma complementar e não
substitutiva, de modo a proporcionar alternativas
emancipatórias para o enfrentamento da vulnerabilidade social
decorrente das condições de pobreza e de desigualdades sociais, as
quais afligem milhares de famílias nas diversas regiões do
Brasil.
Decerto os problemas sociais estão arraigados profundamente na vida
dos homens e mulheres desse país. São problemas complexos e de
difícil solução. Atuar em escala e preventivamente junto à
juventude, abrindo-lhe oportu- nidades de desenvolvimento humano,
inserção social e participação cidadã, como propõe o Projovem
Adolescente, é um passo importante que se dá rumo à sociedade que
almejamos construir.
Secretaria Nacional de Assistência Social
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Sumário
PARTE I Conversando com os Facilitadores da FTG e Orientadores
Sociais
........................................................................19
1. Os jovens e adolescentes e suas relações com a escola e o mundo
do trabalho
..................................................................21
2. A Formação Técnica Geral – FTG no Projovem Adolescente
.............................................................................................23
2.1. O conhecimento sobre o mundo do trabalho, princípios e valores
........................................................................23
2.2. A comunicação – Pontocom@
.................................................................................................................................24
3. A metodologia da FTG
............................................................................................................................................................32
4. Objetivos gerais e específicos da Formação Técnica Geral – FTG,
no Percurso V
............................................................37
PARTE II Módulos, Oficinas, Dinâmicas e Momentos
............................................................................................................47
Oficinas de Abertura da Formação Técnica Geral FTG no Percurso V
...................................................................................49
Introdução
......................................................................................................................................................................................51
Dinâmica: Apresentação do Coletivo
.............................................................................................................................52
Dinâmica: Debatendo Dadá e revelando os sonhos
.......................................................................................................54
Oficina 3: Retomando o POP e entrando no mundo virtual
......................................................................................................58
Dinâmica 1: O ponto de partida para a construção da trajetória
pessoal
.....................................................................58
Dinâmica 2: Criação de endereço eletrônico
(e-mail)....................................................................................................59
Dinâmica 3: Criação de blog
............................................................................................................................................61
POP – Ficha 5: Sistematização e registro individual das vivências e
aquisições ao longo do Ciclo I e deste início do Percurso V
...........................................................................................................................................65
Dinâmica: Hoje e amanhã – Trajetória pessoal
..............................................................................................................65
Módulo I Trabalho e Ocupação
...................................................................................................................................................67
Introdução
......................................................................................................................................................................................71
Dinâmica 1: Qual é a moral do trabalho?
.......................................................................................................................75
Dinâmica 2: Refabulando sobre os sentidos do trabalho
...............................................................................................77
Oficina 2: O que é trabalho? O que é emprego?
........................................................................................................................77
Dinâmica 1: O que é trabalho para mim?
.......................................................................................................................78
Dinâmica 2: O que quero para mim: trabalho ou emprego?
.........................................................................................79
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Dinâmica 1: A Teia das Ocupações
.................................................................................................................................81
Dinâmica 2: O mundo do trabalho e sua organização formal
.......................................................................................82
Dinâmica 3: Comparando as ocupações de ator e chapista de
lanchonete...................................................................90
Oficina 4: Observando as Ocupações do território
...................................................................................................................92
Dinâmica 1: Imaginando o mapa do território
................................................................................................................92
Dinâmica 2: Roteiro para a observação em campo
........................................................................................................94
Dinâmica 3: Retorno da observação em campo
.............................................................................................................96
Oficina 5: O outro Brasil que vem aí
..........................................................................................................................................97
Dinâmica: Imagens das Ocupações e Profissões
............................................................................................................98
Oficina 6: Repensando o Brasil e as Ocupações de trabalho
................................................................................................100
Dinâmica: A história da comunidade nos sonhos e as perspectivas
profissionais
....................................................100
Oficina 7: Aguçando o olhar – O trabalho pela lente da arte
.................................................................................................102
Dinâmica 1: Observando as Ocupações e os sonhos da comunidade
.......................................................................103
Dinâmica 2: Aguçando o olhar para a leitura no território
.........................................................................................104
Dinâmica 3: Fazendo arte e trabalho
............................................................................................................................106
Dinâmica 4: A linguagem da matemática, o trabalho e a arte
....................................................................................108
Oficina 8: Quanto vale o trabalho? E o estudo?
......................................................................................................................109
Dinâmica: Trabalho e escola
.........................................................................................................................................109
Oficina 9: O Mapa das Ocupações do território – Pesquisa de campo
.................................................................................112
Dinâmica 1: Pesquisando no território
.........................................................................................................................113
Dinâmica 2: O Mapa das Ocupações no território
......................................................................................................119
POP – Ficha 6: Sistematização e registro individual das vivências e
aquisições no Módulo I
...........................................120
Dinâmica: Hoje e amanhã – Trajetória pessoal
...........................................................................................................120
Módulo II Etapas do Trabalho
..................................................................................................................................................123
Introdução
...................................................................................................................................................................................127
Oficina 1: Curtindo o Maré e conhecendo as etapas de trabalho
...........................................................................................129
Dinâmica 1: Exibição do curta-metragem Maré capoeira
..........................................................................................130
Dinâmica 2: As etapas de trabalho no Maré capoeira
.................................................................................................131
Dinâmica 3: Pesquisando e aprendendo sobre a capoeira
..........................................................................................133
Dinâmica 4: Vivenciando as etapas de trabalho
.........................................................................................................139
Oficina 2: Liberdade e Trabalho
..............................................................................................................................................141
Dinâmica 1: O Trabalho e o Território
.........................................................................................................................141
Dinâmica 2: Trabalho e Liberdade
...............................................................................................................................145
Oficina 3: Concebendo, planejando e programando o Grande Jogo
.....................................................................................147
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Oficina 4: Etapa da preparação do Grande Jogo
....................................................................................................................154
Dinâmica 1: Preparação do Coletivo para o Grande Jogo
..........................................................................................154
Dinâmica 2: Planejando a preparação do Grande Jogo
..............................................................................................155
Dinâmica 3: Planejando e preparando a divulgação do Jogo e
mobilizando a comunidade
...................................157
Oficina 5: Executando o Grande Jogo
.....................................................................................................................................160
Dinâmica 1: O Jogo está rolando...
...............................................................................................................................160
Dinâmica 2: E vai rolar a festa...
...................................................................................................................................161
Oficina 6: Avaliando o Grande Jogo
........................................................................................................................................161
Dinâmica 1: Avaliando e estudando
.............................................................................................................................161
Dinâmica 2: Avaliando com balões
.............................................................................................................................163
POP – Ficha 7: Sistematização e registro individual das vivências e
aquisições no Módulo II
..........................................163
Dinâmica: Hoje e amanhã – Trajetória pessoal
...........................................................................................................164
Módulo III Processos de Trabalho
...........................................................................................................................................165
Introdução
...................................................................................................................................................................................169
Dinâmica 1: Transformando a argila
............................................................................................................................171
Dinâmica 2: Aprendendo com o som do barro
............................................................................................................173
Dinâmica 3: Vamos fazer uma pipa?
...........................................................................................................................175
Dinâmica 4: Vamos fazer arte com a técnica do mosaico?
.........................................................................................179
Oficina 2: Sistematizando as técnicas em História em Quadrinhos –
HQ (produção no computador) ..............................188
Dinâmica 1: A história das técnicas numa charge
.......................................................................................................188
Dinâmica 2: As técnicas em quadrinhos
......................................................................................................................189
Oficina 3: Trabalhado as técnicas teatrais
................................................................................................................................194
Dinâmica 1: Brincando com o corpo
...........................................................................................................................194
Dinâmica 2: Construindo roteiro e personagens
.........................................................................................................196
Dinâmica 3: Montando uma peça teatral
.....................................................................................................................198
Dinâmica 4: Produzindo o espetáculo – atores, luzes, ação
.......................................................................................200
POP – Ficha 8: Sistematização e registro individual das vivências e
aquisições no Módulo III
........................................202
Dinâmica: Hoje e amanhã – Trajetória pessoal
...........................................................................................................202
Módulo IV Organização do Trabalho
......................................................................................................................................205
Introdução
...................................................................................................................................................................................209
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Dinâmica 2: Organizando o trabalho
............................................................................................................................214
Dinâmica 3: Sistematizando os conhecimentos sobre organização do
trabalho
.......................................................216
Oficina 2: Explorando o território e descobrindo diferentes tipos
de organizações de trabalho
........................................218
Dinâmica: Navegando na Internet e sobrevoando o território
..................................................................................218
Oficina 3: Exercitando a autogestão na organização do trabalho
..........................................................................................223
Dinâmica: A assembleia de estruturação e fundação da cooperativa
.........................................................................224
Oficina 4: Este lugar tem história... um programa de rádio
....................................................................................................228
Dinâmica 1: Por que fazer um programa de
rádio?.....................................................................................................228
Dinâmica 2: Definindo o formato do programa de rádio
...........................................................................................232
Dinâmica 3: Produzindo o programa
...........................................................................................................................235
POP – Ficha 9: Sistematização e registro individual das vivências e
aquisições no Módulo IV
.......................................238
Dinâmica: Hoje e amanhã – Trajetória pessoal
...........................................................................................................238
Módulo V Organização da Produção
.......................................................................................................................................241
Introdução
...................................................................................................................................................................................245
Dinâmica: Curta Morango com limão
.......................................................................................................................247
Oficina 2: Uma história, um projeto de trabalho e umafilmadora na
mão
...........................................................................252
Dinâmica 1: Por que e para quem fazer um vídeo?
...................................................................................................253
Dinâmica 2: Ideias do povo do território
.....................................................................................................................254
Dinâmica 3: O que é e como se faz um roteiro de vídeo?
.........................................................................................258
Oficina 3: Planejando a produção do vídeo
.............................................................................................................................261
Dinâmica 1: Planejando, programando e produzindo o vídeo
...................................................................................261
Dinâmica 2: Experimentando a filmadora, filmando e editando o vídeo
..................................................................264
Oficina 4: Pensando alternativas para o futuro
.......................................................................................................................268
Dinâmica: Problematizando e debatendo sobre a formalização da
cooperativa
.......................................................268 POP –
Ficha 10: Sistematização e registro individual das vivências e
aquisições no Módulo V
.......................................270
Dinâmica: Hoje e Amanhã – Trajetória pessoal
..........................................................................................................270
Módulo VI Projeto Coletivo de Trabalho
................................................................................................................................273
Introdução
...................................................................................................................................................................................277
Dinâmica 1: Nós do morro
...........................................................................................................................................279
Dinâmica 2: Evento para quem, por que, para quê?
...................................................................................................282
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FTG
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Dinâmica 3: Iniciando o projeto do evento
..................................................................................................................284
Oficina 2: Um trabalho para muitos – Organizando-se em comissões e
elaborando o
projeto...........................................287
Dinâmica 1: As atividades para a preparação do
evento.............................................................................................288
Dinâmica 2: O cronograma de atividades
....................................................................................................................292
Oficina 3: O evento – Encerramento da
FTG..........................................................................................................................298
Dinâmica 1: Finalizando o Projeto
...............................................................................................................................299
Dinâmica 2: Preparando e realizando o evento
...........................................................................................................300
Dinâmica 3: Avaliando o evento
...................................................................................................................................303
Dinâmica 4: Registrando e agradecendo as parcerias e as
participações no evento
.................................................304
POP – Ficha 11: Sistematização e registro individual das vivências
e aquisições na FTG
.................................................304
Dinâmica 1: Hoje e Amanhã – Trajetória pessoal
.......................................................................................................305
Dinâmica 2: Carta para alguém muito especial
...........................................................................................................305
PARTE III Coletânea de Textos, Recursos e Ferramentas de Apoio
.....................................................................................
309
A. Coletânea de Textos
.............................................................................................................................................................311
Texto: Dadá, curta-metragem de Flavia Lins e Silva
..................................................................................................311
Textos do Módulo
I....................................................................................................................................................................317
Texto 1: O trabalho infantil como forma de exploração econômica e
suas raízes culturais no Brasil, OIT ........... 317
Texto 2: A cigarra e a formiga, de La Fontaine
..........................................................................................................318
Texto 3: A cigarra e a formiga (I – A formiga boa), de
Monteiro Lobato
................................................................319
Texto 4: Sem barra, de José Paulo Paes
......................................................................................................................319
Texto 5: A cigarra e a formiga, de Valdo Garcia Filho
..............................................................................................320
Texto 6: Desempregado, sim, desocupado, não!, de Iara Biderman
........................................................................321
Texto 7: O outro Brasil que vem aí , de Gilberto Freyre
............................................................................................322
Texto 8: Operários, tela de Tarsila do Amaral
.............................................................................................................323
Texto 9: Hands, gravura de Escher
..............................................................................................................................323
Texto 10: Homem vitruviano, desenho de Leonardo da Vinci
..................................................................................324
Texto 11: Foto da Igreja do Espírito Santo, de Filippo Brunelleschi
.........................................................................324
Texto 12: Céu e água, gravura de Escher
....................................................................................................................325
Texto 13: Foto do Parthenon, Grécia
...........................................................................................................................325
Texto 14: 10 centavos, curta-metragem de Reinofy Duarte
.......................................................................................326
Texto 15: Vida Maria, curta-metragem de Márcio Ramos
........................................................................................329
Textos do Módulo II
..................................................................................................................................................................330
Texto 1: Maré capoeira, curta-metragem de Paola Barreto,
Rosane Svartman, Fabiana Igrejas ..........................
330
Texto 2: Mestre Bimba, de mestre Matias
...................................................................................................................331
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Texto 4 : Aruanda, curta-metragem de Linduarte Noronha
......................................................................................332
Texto 5: Canoa veloz , curta-metragem de Joe Pimentel e Tibico
Brasil
..................................................................333
Texto 6 : O ato de estudar (A), de Paulo Freire
...........................................................................................................336
Texto 7 : O ato de estudar (B), de Paulo
Freire............................................................................................................336
Textos do Módulo III
.................................................................................................................................................................337
Texto 1: Som da rua – mestre Nado, curta-metragem de Roberto
Berliner
..............................................................337
Texto 2: História da
pipa................................................................................................................................................338
Texto 4: Assembleia na carpintaria
...............................................................................................................................340
Textos do Módulo IV
...............................................................................................................................................................342
Texto 1: Tempos modernos, longa-metragem de Charles Chaplin
............................................................................342
Texto 2: Roteiro: um olhar sobre o trabalho em diferentes
organizações
.................................................................342
Texto 3: Cooperativas
....................................................................................................................................................344
Texto 4: O rádio por dentro – uma adaptação de Mídia Jovem,
www.se.gov.br
...................................................... 344
Texto 5: Roteiro de programa de rádio
.........................................................................................................................349
Textos do Módulo V
..................................................................................................................................................................351
Texto 3: Para além do empreendedorismo, de Livia de Tommasi
..........................................................................355
Textos do Módulo VI
................................................................................................................................................................356
B. Recursos e Ferramentas de Apoio
.......................................................................................................................................357
Texto 1: O que são ferramentas gratuitas (Programas Freeware)?
...........................................................................357
Texto 2: O que é e-mail ?
...............................................................................................................................................357
Texto 3: Como criar desenhos digitais com o Paint?
.................................................................................................359
Texto 4: Passo a passo para a “Pesquisa de campo”
...................................................................................................362
Texto 5: Como fazer apresentações no PowerPoint?
..................................................................................................380
Texto 6: Como editar áudio com os recursos do Audacity?
.......................................................................................382
Texto 7: Dicas de Utilização – Recursos e Ferramentas – Google
Maps
................................................................384
Bibliografia
.................................................................................................................................................................................392
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Abertura
A principal característica da Formação écnica Geral – FG
neste Percurso V é ser uma formação que parte dos sonhos e das
realidades dos jovens para propor – através de ações coletivas que
possibilitem a experimentação prática de conhecimentos, técnicas e
valores fundamentais – novas vivências voltadas para a sua inserção
no mundo do trabalho. É imperativo, no processo formativo da FG,
que os jovens reflitam sobre os novos conhecimentos e novas
experiências, de tal forma que, ao final deste percurso, estejam em
melhores condições para enfrentar os desafios da vida cidadã.
Este material, dirigido a você, Facilitador2 da FG, reforça
sua importância no planejamento e organização do itinerário
formativo dos jovens, valorizando seu papel de pesquisador e de
mediador no processo de elaboração de conhecimentos e de
experimentação dinâmica, lúdica, criativa e participativa de novas
vivências.
O que se pretende com a proposta deste material é incentivar os
Facilitadores a assumirem uma atitude ativa de diálogo, de
investigação, de pesquisa a respeito do conhecimento sobre o mundo
do trabalho e da sua própria prática, selecionando, complementando
e reformulando as atividades propostas, ao mesmo tempo em que
instigam e mobili- zam os jovens para serem sujeitos nesse processo
formativo.
Outro objetivo importante deste material é motivar os jovens para
avançarem no seu processo de autoconhe- cimento, conhecimento e
ação sobre a realidade em que vivem, instigando-os a construírem um
início de percurso profissional e a se prepararem para futuras
qualificações e formações que lhes permitam uma inserção criativa,
crítica e pró-ativa no mundo do trabalho, o que é fundamental para
sua realização pessoal e social.
Este material de apoio ao Facilitador da FG levou em conta em sua
elaboração tanto a linguagem e o imaginá- rio dos jovens em sua
diversidade regional, econômica, social e cultural – valorizando
seus sonhos e sua perspectiva de compreensão do mundo –, quanto as
condições, necessidades e oportunidades de inserção no mundo do
trabalho que se descortinam para esses jovens. O processo formativo
deve valorizar o desejo de realização pessoal dos adolescentes no
campo profissional e lhes conferir as condições e os meios para a
construção de um projeto profissional e de vida.
A concepção e a elaboração deste material partiram do
princípio de que o trabalho é uma atividade essencial para o ser
humano. No entanto, o trabalho na sociedade atual, é caracterizado
por uma contradição. Ao mesmo tempo em que é possibilidade de
realização humana e princípio educativo de formação dos sujeitos, o
trabalho apresenta-se também como forma de dominação, subordinação
e alienação, sobretudo quando o desenvolvimento econômico não
considera as necessidades sociais.
Por essa razão, os textos e atividades sugerem elementos para
compreender a sociedade atual de forma crítica, para entender as
causas das desigualdades e injustiças e, ao mesmo tempo, para
possibilitar aos jovens construírem, a partir de seus anseios,
novas relações humanas no trabalho e na vida.
O material para o Facilitador nas oficinas da FG está organizado em
três partes:
• Parte I: sobre os jovens, seus sonhos, suas relações com a escola
e o mundo do trabalho; sobre a FG, sua metodologia e princípios
pedagógicos; sobre a leitura, registro, avaliação e sistematização
das vivências dos jovens; sobre o desenho metodológico do processo
formativo.
2. A fim de garantir a fluência textual, seguimos, também na
redação deste Percurso, a norma gramatical, que reconhece a forma
masculina como não marcada, portanto genérica, representativa de
seres masculinos e femininos.
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PROJOVEM Adolescente
• Parte II: que apresenta os Módulos, as Oficinas e descreve as
Dinâmicas selecionadas para a realização da
Formação écnica Geral dos Coletivos. • Parte III: que apresenta uma
Coletânea de extos e orientações sobre Recursos e Ferramentas
digitais, para apoiar o desenvolvimento das Oficinas e
Dinâmicas.
Para o desenvolvimento da Formação écnica Geral é fundamental que
os Coletivos tenham um Dicionário de Língua Portuguesa em versão
impressa e virtual e equipamentos básicos para a produção e edição
de áudio e imagem, além de laboratórios com computadores e conexão
com a Internet. É fundamental também que jovens e Facilitadores
tenham, desde a primeira oficina,
seus kits individuais ( pen drive, CD, caderno
de campo, diário do POP, lápis, caneta, caixa com lápis de cor)
para registro e acompanhamento das atividades.
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PROJOVEM Adolescente 21
1. OS JOVENS E ADOLESCENTES E SUAS RELAÇÕES COM A ESCOLA
E O MUNDO DO TRABALHO
Compartilhamos o conhecimento de que o público-alvo do Projovem
Adolescente é constituído de jovens e adolescentes que, muito
provavelmente, já tiveram, estão tendo ou estão em vias de ter
alguma experimentação no mundo do trabalho. rabalham seja pelo
desejo de obter renda para a conquista de alguma autonomia, seja
por neces- sidade de contribuir com a geração de renda para seu
sustento e o de sua família.
Sabemos também que essa inserção no mundo do trabalho – em função,
sobretudo, da pouca idade e da baixa
escolaridade desses jovens – se dá, no mais das vezes, por meio de
trabalhos temporários e precários: os chamados “bi- cos”. Se eles
já têm 16 anos, podem encontrar oportunidades de trabalho em
situações legais. Nesse caso, se continuam os estudos escolares –
que é o que se espera e deseja –, terão de enfrentar jornadas de às
vezes mais de 12 horas para dar conta dessas duas atividades.
Muitos dos jovens para os quais o Projovem Adolescente foi
concebido estão fora da escola. Seu ingresso no Programa pressupõe
compromisso de volta aos estudos. Por outro lado, os que estão na
escola apresentam, no mais das vezes, defasagem em relação à
idade/série escolar. Isso quase sempre redunda em profundas
dificuldades no processo de ensino-aprendizagem, acentuando sua
baixa autoestima. Como resultado, esses jovens adolescentes carecem
de con- dições e de incentivo para o desenvolvimento de suas
potencialidades na área de comunicação, de raciocínios lógicos e
matemáticos. Além disso, o acesso e o uso da comunicação digital de
que dispõem é insuficiente e limitado, quando
não nulo. São também poucas as situações em que podem desenvolver,
de forma reflexiva, habilidades e capacidades necessárias à sua
vida, sobretudo, ao seu futuro profissional.
Como todo e qualquer jovem, os do Projovem Adolescente têm sonhos
de realização pessoal e profissional, têm vocações, desejo de
adquirir novos conhecimentos, de desenvolver novas habilidades, têm
anseios de participação e transformação da realidade. Nossos jovens
são, portanto, dotados de todas as potencialidades para o
desenvolvimento pleno e integral de suas capacidades, de forma a
terem um futuro profissional e social digno e de acordo com suas
aspirações de realização pessoal.
Nossos jovens devem saber e sentir que o trabalho tem centralidade
na vida humana. O trabalho se constitui no processo que possibilita
a transformação da espécie humana na perspectiva de múltiplas
formas de organização social e
de sociabilidade, a partir das quais os homens criam as condições
para produzir e reproduzir suas vidas. Por isso, envolve normas,
valores, processos de comunicação, cooperação. Por outro lado, como
processo histórico, tem origem na trans- formação da força humana
de trabalho em mercadoria, raiz das formas de alienação, exploração
e subordinação.
O trabalho é em si um princípio educativo, na medida em que homens
e mulheres, na produção social de sua existência, se realizam,
produzem, acumulam e socializam conhecimentos, base da formação das
subjetividades e das identidades culturais. Em suma, podem, no
trabalho, tornar-se sujeitos de seu próprio destino.
O seu desafio, Facilitador, é contribuir, através da FG, para que o
jovem do Projovem Adolescente se reconheça como protagonista da sua
própria vida, fortalecendo seus vínculos comunitários,
conscientizando-se da centralidade do trabalho na constituição de
sua identidade pessoal e social, bem como da importância da
formação e da escolarida-
de para a concretização de seus sonhos.
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PROJOVEM Adolescente22
O nosso desafio é oferecer um material didático que proveja você,
Facilitador, de concepção e metodologia de
formação técnica para o mundo do trabalho, através de textos,
dinâmicas e atividades que instiguem, mobilizem e sejam
instrumentos para a emancipação e autonomia dos jovens
participantes dos Coletivos do Projovem Adolescente.
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PROJOVEM ADOLESCENTE
O processo formativo da FG neste Percurso V desenvolve um conjunto
de conteúdos teóricos e práticos, mo- bilizados em dinâmicas e
atividades referentes a três dimensões:
• conhecimentos sobre o mundo do trabalho, com o objetivo de que os
jovens construam e reconstruam saberes inerentes ao mundo do
trabalho em suas variadas dimensões, a partir de seus próprios
saberes e vivências;
• comunicação – Pontocom@, com o objetivo de aprimorar a
comunicação nas diferentes linguagens –oral, escrita, digitalizada
e imagética – não só como meio de apreender a realidade e nela
intervir, mas também como condição para o desenvolvimento de
competências, capacidades e habilidades concernen- tes à realização
de atividades de trabalho, escolares, sociais e culturais;
• Projeto de Orientação Profissional – POP –, com o objetivo de
orientar as escolhas profissionais dos jovens, incentivando o
autorreconhecimento das aptidões, ampliando os horizontes para a
sua inserção no mundo do trabalho.
2.1. O CONHECIMENTO SOBRE O MUNDO DO TRABALHO, PRINCÍPIOS E
VALORES
A FG fundamenta-se em princípios e valores que concorrem para
o pleno exercício da cidadania e dos di- reitos humanos, com vistas
ao desenvolvimento da autoestima, ao estímulo da convivência e ao
fortalecimento do protagonismo e da responsabilidade, a partir dos
valores de autonomia e solidariedade.
Conhecimentos sobre técnica, tecnologia e organização do trabalho e
da produção, além de permitirem aos jovens situarem-se no
abrangente mundo do trabalho, são imprescindíveis para que eles
entendam quem são, iden- tifiquem o que querem ser e projetem seu
futuro, vivenciando situações coletivas de trabalho de interesse
social, que ensejem sua participação em sociedade e realização
pessoal.
Ao inverter o percurso tradicional de qualificação, que se
inicia pela especialização, a FG propõe uma Formação écnica Geral
que amplie as perspectivas e a mobilidade dos jovens no mundo do
trabalho. A mobili-
dade sempre foi um valor caro ao ser humano. Para o jovem que busca
novas experiências, entre elas as vinculadasao trabalho, o conceito
torna-se ainda mais importante. Ao possibilitar uma aproximação de
conteúdos gerais do mundo do trabalho, a FG facilita ao jovem a
mobilidade profissional.
A formação que aqui propomos aposta no desenvolvimento das
potencialidades de nossos jovens adolescentes e prepara-os para
estarem mais conscientes e em melhores condições para suas escolhas
profissionais e para o enfren- tamento dos desafios atuais e
futuros no mundo produtivo.
A FG discute e reposiciona categorias tradicionais do mercado
formal e informal de trabalho, através do recorte conceitual entre
mundo e mercado de trabalho. Estimula, assim, a vivência e o
conhecimento de práticas e formas de organização do trabalho que,
sendo mais adequadas às reais condições dos jovens, constituam-se
em
alternativas para gerar renda e para alcançar autonomia com
dignidade.
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PROJOVEM Adolescente24
A familiarização com o mundo do trabalho e a atuação social
por meio de ações coletivas propostas pela FG
vêm, pois, contribuir para que o jovem, no serviço socioeducativo,
seja o protagonista da sua história de vida, busque a realização de
seus sonhos pessoais, coletivos e profissionais e a superação da
exclusão no que se refere aos direitos à educação, ao trabalho e à
cidadania plena.
2.2. A COMUNICAÇÃO – PONTOCOM@
O fio condutor para o aprimoramento das competências no
Pontocom@ é a construção de uma rede de relacio- namento entre
os Coletivos do Projovem Adolescente e outras redes de
relacionamento de jovens.
O Pontocom@ está estruturado em atividades de leitura e produção de
diferentes textos, em diversas situações de trabalho e comunicação,
com as finalidades de contribuir para a inclusão digital e de
aprimorar o uso de diferentes linguagens, sobretudo a verbal em
suas modalidades oral e escrita, para propiciar o desenvolvimento
pessoal do jovem e a sua preparação para o mundo do trabalho e
participação social.
Trabalho e Comunicação
Entendemos que o trabalho e a comunicação são condições para a
sobrevivência e realização do indivíduo em sociedade. Nascemos
aptos a adquirir linguagens, vocacionados para nos constituirmos a
partir da interação com o outro, e determinados a permanentemente
intervir, criar, transformar para construir as condições para a
existência humana.
A ação e a interação entre os indivíduos e seu entorno produz
incessantemente as condições e os sentidos de sua existência e
convivência no mundo. Essa aventura humana no mundo se materializa
pela criação e recriação de linguagens, discursos, valores,
princípios, leis, direitos e deveres e todas as condições materiais
e imateriais que criam e recriam a cultura humana.
A comunicação é uma atividade inerente à condição humana, que
se realiza a partir da ação dos indivíduos e grupos sociais para
resolver problemas, partilhar conhecimentos ou simplesmente para
expressar-se como quem pensa, age e cria.
Na perspectiva da FG, o acesso aos meios de comunicação como
tecnologia de produção coletiva é um direito de todos. Por isso, a
abrangência que atribuímos ao conceito de inclusão digital e a
ênfase que damos à necessidade de que sejam criadas condições, nas
sociedades, para que todos possam se valer dos recursos necessários
ao exercício desse direito.
Leitura
Ampliando o conceito de leitura, partimos da premissa de que
a leitura do mundo é condição para a consti- tuição do indivíduo em
sociedade. A leitura é uma ação de produção de sentidos a partir
tanto do que está visível (e, na leitura do mundo, também audível,
palpável), ou seja, do que está posto nos textos que são lidos,
quanto do que está pressuposto, não dito, implícito. Como nos
ensinou Paulo Freire, “existe uma leitura de mundo que antecede a
leitura de palavras”.
Entendendo a leitura como produção de sentidos, podemos dizer que
também produzimos leituras. Ao nos depararmos com um texto – seja
ele verbal, gestual, imagético – construímos significados, que
variam de pessoa para pessoa, dependendo da história de vida de
cada um, que se diversificam de acordo com as leituras feitas
anteriormente.
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PROJOVEM Adolescente 25
A partir dessas reflexões, podemos sintetizar os conceitos
que fundamentam as atividades de comunicação
(Pontocom@) na FG:
• o trabalho do homem sobre a natureza e do homem sobre si mesmo
está na origem da prática social e, portanto, da interação entre
indivíduos e grupos, isto é, da comunicação;
• a comunicação tem como ponto de partida a leitura do mundo;
• a leitura é um ato de criação e produção de sentidos a partir de
outros atos já produzidos e registrados em textos. A leitura é o
ponto de partida para a produção de outros textos;
• o texto é toda unidade de significação, tudo o que seja passível
de ser lido. Uma imagem, um gesto, uma palavra e até apenas um
único som pode ser um texto. É ao mesmo tempo processo e resultado
de situa-
ções na vida prática de trabalho, social e cultural; envolve
produtores, receptores e condições de produçãoe recepção
específicas;
• o hipertexto é o texto em formato digital, ao qual se agregam
outros conjuntos de informação, na forma de blocos de textos,
imagens ou sons, cujo acesso se dá através de referências
específicas denominadas hiperlinks, ou simplesmente
links.
Comunicação verbal
Nas atividades do Pontocom@, o aprimoramento da produção e
interpretação de textos verbais está sempre vin- culado a situações
concretas de uso. Isso porque a língua é um sistema que se realiza
na interlocução, na interação entre
as pessoas, ou entre textos e pessoas em situações de convivência
social, para cumprir inúmeras finalidades: trabalho,lazer, arte,
religião, ciência, política, enfim, qualquer finalidade relacionada
à cultura humana.
As atividades relativas à comunicação verbal privilegiam o
aprimoramento da linguagem verbal em suas mo- dalidades oral e
escrita. O ponto de partida para o trabalho da comunicação oral é a
valorização da fala do jovem, entendida como fonte inesgotável de
compreensão e interação com o mundo. É através dela que poderemos
chegar à sua visão de mundo, à forma como percebe a
realidade.
A fala concretiza, fundamentalmente, o pensamento e o
sentimento do indivíduo. Por isso, sugerimos atividades orientadas
para o desenvolvimento da comunicação oral em diferentes situações
de uso, em que o
jovem possa expor seus pensamentos, ouvir os dos outros,
compartilhar e debater ideias, exercitar o respeito
pela fala do outro, interagir com pessoas ou objetos de
conhecimento, compreender a situação de comunica-ção, percebendo as
variações de linguagem e de atitudes de acordo com a pessoa com
quem está falando e a situação em que se dá a comunicação.
Quanto ao desenvolvimento da linguagem escrita são propostas
atividades que requerem a apropriação e a com- preensão do uso do
código escrito em sua função social. Para que e por que escrever?
ambém aqui é necessário levar em conta o que o jovem já sabe, a
maneira como ele faz uso do código escrito para produzir sentidos,
seja na leitura, seja na escrita. Assim, é partindo do domínio que
o jovem tem do código escrito que são propostas novas produções
escritas. Esse trabalho se realiza com a pesquisa, a investigação e
comparação entre textos falados e escritos, a percepção de
semelhanças e diferenças. Os jovens têm sua curiosidade instigada e
são desafiados a produzir novos textos, criando, recriando,
brincando com outros textos.
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PROJOVEM Adolescente26
É a partir da necessidade e da motivação para a expressão escrita
na interação social e no trabalho que se dá o
desenvolvimento e aprimoramento do domínio da linguagem escrita,
com adequação aos diferentes meios e às diversas situações de
comunicação.
Entrando no mundo digital
Ferramentas digitais que possibilitam a edição de textos e de
vídeos, a criação gráfica e a pesquisa serão utilizadas como apoio
ao desenvolvimento dos jovens, numa perspectiva criativa e prática.
Durante as vivências nas oficinas, essas ferramentas darão suporte
à sistematização de observações, auxiliarão os jovens em suas
descobertas, além de permitirem, a partir das informações que
circulam na Internet e em outras fontes, várias formas de leitura e
de uso das diversas linguagens em seu território.
Lendo e produzindo hipertextos, os jovens estarão apreendendo as
dimensões de uso das ferramentas on-line (blog,
fotolog, podcasting, e-mail, sites, portais etc.). O objetivo
maior para o uso desses recursos é sua inclusão na rede mundial de
computadores, para que possam apreender as relações e os valores
significantes que se estabelecem nesse espaço. Para que sua entrada
no mundo digital venha a favorecer sua autonomia e seu
desenvolvimento como cidadão que participa do mundo e nele
intervém.
As ferramentas usadas na comunicação como meio de intervenção
e apreensão da realidade
O objetivo é utilizar ferramentas para desenvolver habilidades de
comunicação e inclusão digital pautadas no Pontocom@ para
estimular o fortalecimento das relações entre os jovens de um mesmo
Coletivo, entre os Coletivos do Projovem sediados num mesmo
município, e entre os Coletivos e os territórios. Com isso,
estare-
mos favorecendo o exercício da leitura e do diálogo do jovem com
seu mundo, desse jovem que, como sujeito responsável e como
cidadão, se prepara para o mundo do trabalho. E, também, com essas
ferramentas poderemos registrar não só o perfil do Coletivo e as
experiências vividas pelo grupo ao longo das oficinas componentes
dos seis Módulos do Percurso V.
Vejamos algumas informações sobre recursos e ferramentas que
utilizaremos com os jovens.
Blog: é uma página da Internet que pode ser formatada
por qualquer usuário, pois requer recursos simples e interativos. O
objetivo é fazer dessa ferramenta on-line um espaço onde
o Coletivo publicará reflexões e conclusões acerca das leituras e
experiências vividas durante as oficinas da FG. O
blog será um lugar público onde o Coletivo se mostra ao
mundo e a outros Coletivos como grupo em formação. Como
tal, vive e observa suas experiências, apreende, descobre e
constrói sua identidade, ao mesmo tempo em que participa de uma
rede social.
Editor de áudio: será utilizado em várias oportunidades, como
peça de divulgação e mobilização no Módulo II, como programa de
utilidade pública, no Módulo IV, como base para compreender a
estrutura de edição de material audiovisual.
Editor de desenho: será utilizado como ferramenta para
estimular os adolescentes a expressarem-se através do desenho,
aprimorando a prática no uso do mouse, atividade esta
importante, sobretudo, para aqueles que nunca tiveram contato com
um computador.
Editor de imagem: será utilizado como ferramenta para edição
de um vídeo que expresse as expectati-
vas profissionais (sonhos) dos jovens do Coletivo.
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PROJOVEM Adolescente 27
Editor de texto: será utilizado como apoio a todas as
atividades das oficinas, com o objetivo de aprimo-
rar a construção do texto escrito e de desenvolver técnicas de
redação com o computador. E-mail : recurso de entrada
para a comunicação no mundo on-line.
Fanzine: é um meio de comunicação muito simples, que pode ser
feito com colagens (de textos, desenhos e figuras, fotos etc.), de
forma manual. O recurso é muito adequado para o registro de
experiências de grupo, pois auxilia a composição coletiva de
páginas, que podem ser confeccionadas a cada semana ou ao final de
cada oficina. Permite que, ao término do Módulo, o grupo visualize
e avalie todo o percurso ali realizado.
Fotolog : é um site onde “baixamos”
fotografias. A ideia é publicar no fotolog as
fotografias de cada jovem, acompanhadas de seu perfil. No
decorrer dos encontros, o Coletivo irá registrando as fotos das
experiências do grupo, com um breve relato sobre cada momento. Esta
página pode ser um link do blog .
Planilhas: serão utilizadas para tabulação de dados e
organização das produções realizadas du- rante o percurso.
Pesquisa na web: tem o objetivo de estimular o adolescente
para a busca e a pesquisa de informações que irão constituir, junto
às suas reflexões sobre o mundo que o cerca, o seu desenvolvimento
cognitivo, preparando-o para ser sujeito de seu conhecimento.
Editor de slides : será utilizado como apoio aos
exercícios de expressão e comunicação do coletivo.
Linguagem digital – Orientações para o Facilitador
Facilitador, você é o responsável por motivar e orientar os jovens
do Projovem Adolescente na utilização do com-
putador de forma consciente e ética. Esperamos que as sugestões que
apresentamos para sua atuação com os jovens no campo da linguagem
digital possam ajudá-lo a vencer esse grande desafio.
As atividades relativas à linguagem digital propostas ao
longo dos Módulos têm uma dimensão que ultrapassa o espaço de um
laboratório de informática. Elas visam à inclusão social dos
jovens, objetivam estimular neles sentimen- tos de autoconfiança,
abertura para o novo, crença em suas próprias capacidades,
curiosidades e habilidades para lidar com imprevistos. Essas são
algumas condições essenciais para se alcançar a autonomia no mundo
do trabalho. Assim como acontece com o alfabetizador consciente –
que já percebeu que o ato de ler/escrever vai além do domínio dos
códigos da língua escrita – você, Facilitador, pode compreender que
a linguagem digital tem importante função social, pois é mecanismo
de conscientização e participação social.
O laboratório
O laboratório de informática será, muitas vezes, o local onde
ocorrem as oficinas. Dependendo de como ele esteja equipado, é
necessário distribuir equitativamente os jovens pelas máquinas
disponíveis. Dessa forma, nunca trabalharão sozinhos, o que é muito
bom, pois favorece a cooperação entre eles durante as atividades.
Ao longo de algumas oficinas, os jovens que dividem uma mesma
máquina devem permanecer os mesmos, para que se consolide entre
eles essa relação solidária.
Em contrapartida, juntar muitos jovens num só computador pode
comprometer a qualidade da participação. Se você achar conveniente,
e se for possível, reorganize o tempo previsto para as oficinas, de
maneira a trabalhar com grupos menores. Enfim, busque a melhor
estratégia para que, efetivamente, todos os jovens tenham a
oportunidade
de realizar todas as atividades práticas de forma
satisfatória.
8/18/2019 37- Projovem Adolescente_Caderno Do Facilitador Da
FTG
http://slidepdf.com/reader/full/37-projovem-adolescentecaderno-do-facilitador-da-ftg
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PROJOVEM Adolescente28
Diretrizes metodológicas
Em nossa metodologia, devemos considerar a possível falta de
familiaridade dos jovens com os computadores – e os decorrentes
sentimentos de insegurança, medo, baixa autoestima, além da crença
infundada nos superpoderes da máquina, que ganha
status superior ao dos seres humanos. O resultado disso
costuma ser a imobilidade diante da máquina, a rejeição a ela ou,
pior, a ideia equivocada de que operar o computador é algo
extremamente difícil, só o conseguem alguns privilegiados. Essa
ideia reforça ainda mais a baixa autoestima.
Por outro lado, há os jovens que, por frequentarem lan houses com
alguma regularidade, já têm familiaridade com computadores, mas que
acabam lidando com eles de maneira limitada. No geral, esses jovens
só sabem lidar com
jogos, participar de redes sociais (especialmente o Orkut) e
de conversações instantâneas (usualmente o MSN).
É imprescindível que os jovens aprendam a fazer fazendo. A
atividade prática deve ser ponto de partida e de che- gada, pois
esse fazer deve ser sempre reflexivo. Essa é, de resto, uma
condição para se atingir a autonomia. As atividades que servirão ao
aprendizado não devem ser classificadas em mais fáceis, mais
simples ou mais difíceis, mais complexas: as dificuldades são su