69
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA DINÂMICA POPULACIONAL E DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE PERCEVEJOS FITÓFAGOS EM CULTIVOS DE SOJA [Glycine Max (L.) Merril] HUMBERTO OLIVEIRA GUIMARÃES Orientadora: Profª. Cecilia Czepak Co-orientador: Prof. José Alexandre Freitas Barrigossi Fevereiro 2014

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

1

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE AGRONOMIA

DINÂMICA POPULACIONAL E DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE PERCEVEJOS

FITÓFAGOS EM CULTIVOS DE SOJA [Glycine Max (L.) Merril]

HUMBERTO OLIVEIRA GUIMARÃES

Orientadora:

Profª. Cecilia Czepak

Co-orientador:

Prof. José Alexandre Freitas Barrigossi

Fevereiro – 2014

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

2

HUMBERTO OLIVEIRA GUIMARÃES

DINÂMICA POPULACIONAL E DISTRIBUIÇÃO

ESPACIAL DE PERCEVEJOS FITÓFAGOS EM CULTIVOS

DE SOJA [Glycine Max (L.) Merril]

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Agronomia, da Universidade

Federal de Goiás, como requisito parcial à

obtenção do título de Mestre em Agronomia, área

de concentração: Fitossanidade.

Orientadora:

Profª. Drª Cecilia Czepak

Co-orientador:

Prof. Ph. D. José Alexandre Barrigossi Freitas

Goiânia, GO – Brasil

2014

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

3

HUMBERTO OLIVEIRA GUIMARÃES

Dinâmica populacional e distribuição espacial de percevejos fitófagos em cultivos de

soja [Glycine Max (L.) Merril].

Dissertação DEFENDIDA e APROVADA em 25 de fevereiro de 2014, pela

Banca Examinadora constituída pelos membros:

_______________________________ __________________________________

Prof.ª Dr.ª Karina Cordeiro Albernaz Dr. Newton Cavalcanti de Noronha Júnior

Membro - EA/UFG Membro – Embrapa Arroz e Feijão

________________________________________ _______________________

Dr. Mário Henrique Ferreira do Amaral Dalpogetto Prof.ª Dr.ª Cecilia Czepak

Membro – Dow Agrosciences Orientadora - EA/UFG

Goiânia, Goiás

Brasil

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

4

Aos meus pais Antônio e Elaine, pelo amor incondicional, por serem meus

exemplos de vida, sempre apoiar minhas decisões mesmo que fossem diferentes

do que tinham em mente e fazer de tudo para que meus sonhos fossem

realizados...

Ao meu irmão, Rodolfo, que mesmo com todo seu jeito desastrado sempre

esteve ao meu lado, procurando ajudar no que fosse preciso para minhas

conquistas tornassem verdadeiras...

As minhas avós, Floripes, Maria e Aparecida, que mesmo distantes sempre

rezaram por mim, para que meu caminho fosse iluminado...

Dedico!

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

5

AGRADECIMENTOS

A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu

lado, iluminando meu caminho e me dando forças para correr atrás dos meus objetivos e

enfrentar os obstáculos.

A toda minha família que sempre esteve ao meu lado me incentivando a

estudar cada vez mais.

À professora Cecilia Czepak, que foi e continua sendo minha grande

companheira dentro e fora da universidade, por sempre acreditar em mim, desde a

graduação, me mostrando os melhores caminhos a serem seguidos e, percorrendo-os ao

meu lado, por sempre me orientar, tanto na vida profissional quanto na pessoal, e

“brigando”, quando necessário, para que eu não me desviasse dos meus propósitos. E por

fazer tudo isso com muito prazer e determinação, o que me deixa mais motivado ainda a

seguir em frente.

Aos meus grandes amigos, Leonardo Buys, Luis Felipe Lombardi, Lucas

Barros, Bruno Alves, Victor Dias, João Paulo Trevisan, Jardel Barbosa, Helton Salles,

Mariana Ortega, Nasla Ruciane, Lorrana Morais, Laryssa Moreira, que fizeram com que

este trabalho se concretizasse mesmo nos momentos mais difíceis, dias ensolarados ou

chuvosos, soja acamada ou não, sempre pude contar com a ajuda de vocês. Obrigado

Ao meu amigo, em especial, Tiago Carvalhais de Oliveira, que compartilhou

comigo todas as dificuldades desta caminhada, sempre incentivando a manter a cabeça

erguida. E agora também, depois de muito esforço e dedicação, colhe os frutos desse nosso

trabalho.

Ao co-orientador José Alexandre Freitas Barrigossi, que sempre esteve de

portas abertas, para ajudar no que fosse preciso, orientando sobre o que fazer, quando fazer

e como fazer, mesmo não convivendo com tanta intensidade nunca negligenciou apoio.

A todos os professores do Programa de Pós Graduação em Agronomia pelos

ensinamentos e apoio concedidos.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico pela

bolsa concedida.

Ao secretário do PPGA, Welinton Barbosa Mota, pela mão sempre estendida

quando todos necessitam.

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

6

À Universidade Federal de Goiás, em especial à direção da Escola de

Agronomia, pela oportunidade de crescimento profissional.

Aos produtores Sr. Moisés Martins Miranda, Sr. Celso Martins Miranda, Sr.

Amarílio e Sr. Paulo pela abertura de suas propriedades para que o estudo fosse realizado.

À comissão julgadora, Dr. Mário Dalpogetto, Dr.ª Karina Cordeiro Albernaz e

Dr. Newton Noronha, que dispuseram do seu tempo para ajudar a corrigir os erros

cometidos durante a confecção desta dissertação.

Aos amigos e atuais estagiários do laboratório de Manejo Integrado de Pragas

Giovanna Cavalieri, Isabella Siqueira, Matheus Nunes, Fernando Ordones, Lara Leal,

Rodrigo Rezende, Thiago Carvalho, Arthur Pereira, Matheus Teles, Bárbara Fleury, Gisele

Delfino, Tales Neri, Mariana Albernaz, Matheus Janczeski, Fernando de Souza, Valter

Fernandes, Daniel Miranda, Adriano Candido e Helen Rodrigues, os quais nos ajudaram

durante este período de confecção da dissertação, e conseqüente ausência, mantendo todos

os trabalhos do laboratório.

À Aniela Melo pela imensa contribuição nas análises estatísticas e construção

dos gráficos inseridos na dissertação.

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

7

SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS................................................................................................. 8

LISTA DE FIGURAS.................................................................................................. 9

RESUMO....................................................................................................................... 10

ABSTRACT.................................................................................................................. 11

1. INTRODUÇÃO............................................................................................. 12

2. REVISÃO DE LITERATURA.................................................................... 15

2.1. A SOJA E SUAS PRAGAS........................................................................... 15

2.2. PERCEVEJOS SUGADORES DE GRÃOS................................................ 16

3. MATERIAL E MÉTODOS......................................................................... 22

3.1. CONDIÇÕES DO ESTUDO.......................................................................... 22

3.1.1. Caracterização das áreas.............................................................................. 23

3.1.1.1. Safra 2011/2012.............................................................................................. 23

3.1.1.2. Safra 2012/2013.............................................................................................. 24

3.2 COLETA DE DADOS................................................................................... 25

3.3 ANÁLISE DOS DADOS................................................................................ 28

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................. 29

4.1 FLUTUAÇÕES POPULACIONAIS.............................................................. 29

4.2 DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE Euschistus heros..................................... 38

4.3 DISTRIBUIÇÃO DE PROBABILIDADE................................................... 57

5 CONCLUSÃO............................................................................................... 64

6 REFERÊNCIAS........................................................................................... 65

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

8

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Localização, tamanho e tratos culturais realizados nas áreas estudadas... 24

Tabela 2. Qui-quadrado e valores de p para a distribuição de Poisson e Binomial

Negativa de percevejos (ninfas e adultos) de E. heros. Área A, safra

2011/2012, município de Palminópolis-

GO)........................................................................................................ 59

Tabela 3. Qui-quadrado e valores de p para a distribuição de Poisson e Binomial

Negativa de percevejos (ninfas e adultos) de E. heros. (Área B, safra

2011/2012, município de Nazário-

GO)........................................................................................................ 60

Tabela 4. Qui-quadrado e valores de p para a distribuição de Poisson e Binomial

Negativa de percevejos (ninfas e adultos) de E. heros. Área C, safra

2012/2013, município de Palminópolis-

GO)........................................................................................................ 61

Tabela 5. Qui-quadrado e valores de p para a distribuição de Poisson e Binomial

Negativa de percevejos (ninfas e adultos) de E. heros. Área D, safra

2012/2013, município de Palminópolis-

GO)........................................................................................................ 62

Tabela 6. Qui-quadrado e valores de p para a distribuição de Poisson e Binomial

Negativa de percevejos (ninfas e adultos) de E. heros. Área E, safra

2012/2013, município de Nazário-

GO)............................................................................................................ 63

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

9

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Modelo da malha de amostragem das áreas, com os pontos

eqüidistantes 50 metros, representados por +............................................ 25

Figura 2. Método do pano de batida para amostrar um metro linear de plantas de

soja............................................................................................................. 27

Figura 3. Localização do ponto de amostragem com GPS....................................... 27

Figura 4. Flutuação populacional de percevejos sugadores de grãos de soja na

área A, safra de 2011/12, Palminópolis-GO e suas respectivas

pulverizações com inseticidas representadas pelas setas........................... 30

Figura 5. Flutuação populacional de percevejos sugadores de grãos da soja na

área B, safra 2011/12, Nazário-GO e suas respectivas pulverizações

com inseticidas representadas pelas setas.................................................. 31

Figura 6. Flutuação populacional de percevejos sugadores de grãos da soja na

área C, safra 2012/13, Palminópolis-GO e suas respectivas

pulverizações com inseticidas representadas pelas setas........................... 33

Figura 7. Flutuação de percevejos sugadores de grãos da soja na área D, safra

2012/13, Palminópolis-GO e suas respectivas pulverizações com

inseticidas representadas pelas setas......................................................... 35

Figura 8. Flutuação de percevejos sugadores de grãos da soja na área E, safra

2012/13, Nazário-GO e suas respectivas pulverizações com inseticidas

representadas pelas setas........................................................................... 36

Figura 9. Composição dos percevejos estudados, na região Centro-Sul de Goiás... 38

Figura 10. Representação do número de percevejos (ninfas e adultos/m) em pontos

de amostragem, identificados por símbolos, nos diferentes estádios

fenológicos da cultura – área A, safra 2011/2012 – Palminópolis –

Goiás - Brasil............................................................................................. 40

Figura 11. Representação do número de percevejos (ninfas e adultos/m) em pontos

de amostragem, identificados por símbolos, nos diferentes estádios

fenológicos da cultura – área B, safra 2011/2012 – Nazário – Goiás -

Brasil......................................................................................................... 44

Figura 12. Representação do número de percevejos (ninfas e adultos/m) em pontos

de amostragem, identificados por símbolos, nos diferentes estádios

fenológicos da cultura – área C, safra 2012/2013 – Palminópolis –

Goiás - Brasil............................................................................................. 47

Figura 13. Representação do número de percevejos (ninfas e adultos/m) em pontos

de amostragem, identificados por símbolos, nos diferentes estádios

fenológicos da cultura – área D, safra 2012/2013 – Palminópolis –

Goiás - Brasil............................................................................................. 51

Figura 14. Representação do número de percevejos (ninfas e adultos/m) em pontos

de amostragem, identificados por símbolos, nos diferentes estádios

fenológicos da cultura – área E, safra 2012/2013 – Nazário – Goiás -

Brasil.......................................................................................................... 54

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

10

RESUMO

GUIMARÃES, H. O. Dinâmica populacional e distribuição espacial de percevejos

fitófagos em cultivos de soja [Glycine Max (L.) Merril]. 2014. 67f. Dissertação

(Mestrado em Agronomia: Fitossanidade) – Escola de Agronomia, Universidade Federal

de Goiás, Goiânia, 2014.1,2

Durante as safras de 2011/2012 e 2012/2013 campos de soja foram amostrados em

diversos estádios fenológicos da planta. Neste caso objetivou-se conhecer a flutuação

populacional das principais espécies de percevejos fitófagos e determinar a sua distribuição

espacial na lavoura com o intuito de analisar como ocorre a colonização nos campos de

soja. Foram monitoradas cinco lavouras comerciais submetidas a diferentes condições de

manejo. Para tanto confeccionou-se malhas regulares de amostragem com pontos

equidistantes de 50 metros, as quais foram amostradas semanalmente com o auxílio do

GPS a partir da emissão dos primeiros trifólios até próximo à colheita. O método de

amostragem utilizado foi o do pano de batida, através da contagem de ninfas e adultos dos

percevejos em um metro linear. Os dados obtidos foram submetidos às análises estatísticas

descritivas, para melhor entendimento da flutuação populacional. Para verificação da

distribuição estatística a que a população de percevejos melhor se ajustou foi utilizado o

teste de hipótese de nulidade. Mapas representativos da localização dos percevejos no

campo foram confeccionados. Euschistus heros foi a espécie predominante, compondo

91% dos percevejos encontrados. As flutuações populacionais demonstraram a presença

precoce dos percevejos nos cultivos de soja. A distribuição de E. heros nos campos de soja

se ajustou melhor à Binomial Negativa e ocorreu de forma aleatória, asssim amostras

devem ser realizadas em toda a área.

Palavras-chave: Pentatomidae, flutuação populacional, distribuição, amostragem.

____________________________

1 Orientadora: Profª. Drª. Cecilia Czepak. EA/UFG

² Co-orientador: Ph.D. José Alexandre Freitas Barrigossi. Embrapa Arroz e Feijão.

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

11

ABSTRACT

GUIMARÃES, H. O. Population dynamics and spatial distribution of phytophagous bugs

in soybean crops [Glycine max (L.) Merrill]. 2014. 67f. Dissertation (Master in Agronomy:

Phytosanity) – Escola de Agronomia, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2014.1, 2

During 2011/2012 and 2012/2013, soybean fields were sampled in all stages. In this case

objective of describing the population dynamics of the main species of phytophagous stink

bugs and to determine the spatial distribution within field level to understand how is the

stink bugs colonize soybean field. Five commercial fields submitted to different

management practices were monitored. Sampling surveys to describe the spatial and

probability distribution were conducted using regular sampling grids with equidistance of

50 m between sampling points. Fields were sampled weekly for stink bugs in all crop

stages. The sampling method used was ground cloth, trough coutn nymphs and adults. The

data were subjected to descriptive statistical analysis for better understanding of population

dynamics. To verify the statistical distribution to the population of stinkbugs best adjusted

of the null hypothesis test. Maps representing the localization of samples of stink bugs in

soybean fields were constructed. Euschistus heros was the predominant species,

representing 91% of all stink bugs sampled. The stink bug population fluctuation showed

an early colonization of the soybean fields, which in the past was restricted to pod

formation. Our results indicate that E. heros best fits the negative binomial and occurs

randomly distributed in soybean fields what allows to conclude that sampling should be

done in the hole field.

Key words: Pentatomidae, sampling, Euschistus heros

____________________________

1Adviser: Profª. Drª. Cecilia Czepak. EA/UFG

²Adviser: Ph.D. José Alexandre Freitas Barrigossi. Embrapa Rice and Beans.

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

12

1 INTRODUÇÃO

No cenário mundial de “commoditties” agrícolas o Brasil ocupa posição de

destaque, mantendo-se entre os maiores produtores de soja. Alguns fatores são

responsáveis por tal fato como, por exemplo, a sua grande extensão territorial e os avanços

científicos e tecnológicos na agricultura, os quais têm proporcionado ganhos de

produtividade. Na safra agrícola de 2012/13, o Brasil teve sua maior área cultivada já

registrada, de 27.721,5 mil hectares, cerca de 10% superior à safra anterior, e produziu em

torno de 81,5 milhões de toneladas, o que representou um incremento de 22,7% em relação

ao exercício anterior. Neste contexto temos o estado do Mato Grosso como o maior

produtor brasileiro, seguido do Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul (Conab, 2013).

A soja é a principal fonte de proteína para a produção animal, além do que, seu

subproduto, o óleo, é utilizado na alimentação humana e como biocombustível, sendo este

último, uma fonte de energia renovável e também o maior responsável pelo aumento da

demanda pelo grão (Embrapa, 2010). Nos últimos anos, o cultivo dessa leguminosa no país

teve uma grande expansão, estimulada pela estabilidade do preço da saca e da alta

rentabilidade da cultura. Diante disso, o monocultivo da soja expandiu-se por diversas

regiões do país.

O crescimento desordenado do cultivo de soja no Brasil tem sido um entrave

para o estabelecimento de um manejo fitossanitário adequado da cultura. Pois esse

crescimento favorece o aumento das populações de pragas, doenças e plantas daninhas.

Isso ocorre devido à homogeneidade do sistema produtivo, o que, por sua vez, aumenta a

perturbação ao meio ambiente, desfavorecendo assim a biodiversidade (Oliveira &

Hoffmann-Campo, 2003).

A cultura da soja está sujeita, durante todo o seu ciclo, ao ataque de diversos

insetos-pragas apesar de estarem suscetíveis a inúmeros predadores, parasitóides e

entomopatógenos. Contudo em determinadas situações esta regulação natural não é

suficiente para evitar surtos populacionais destas pragas, podendo ocorrer perdas

significativas no rendimento da cultura gerando a necessidade de uso de outros métodos de

controle (Embrapa, 2010).

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

13

Entre os principais fitófagos limitadores da produtividade nos cultivos de soja

estão os percevejos sugadores de grãos. Estes fitófagos alimentam-se do grão, produto de

interesse da cultura, afetando diretamente o produto final e reduzindo o rendimento e a

qualidade (Stürmer et al., 2011a). As principais espécies encontradas na região central do

Brasil são: o Piezodorus guildinii (percevejo verde pequeno), e Euschistus heros

(percevejo marrom).

P. guildinii é nativo da região Neotropical e se adaptou a soja como fonte

nutricional. Esta espécie possui ampla distribuição geográfica, ocorrendo tanto no sul

como nas regiões produtoras do norte e nordeste do país. É uma espécie oligofaga sendo

encontrada também em crotalárias, guandu e anileiras (Corrêa-Ferreira & Panizzi, 1999).

E. heros assim como o percevejo verde pequeno também é nativo da região

Neotropical e tem a soja como hospedeiro principal. Esta era uma espécie rara nos anos de

1970, nos cultivos de soja do sul e hoje é uma das mais abundantes nas regiões que vão do

norte do estado do Paraná ao Centro-Oeste brasileiro, sendo muito bem adaptada às

localidades mais quentes do país (Hoffmann-Campo et al., 2000). Recentemente também

foi observada, pela primeira vez, na Argentina em cultivos da leguminosa (Saluso et al.,

2011).

Os percevejos são insetos sugadores que, ao se alimentarem dos grãos, afetam

a qualidade e o peso, além de deixá-los atrofiados, de tamanho reduzido e com menor

massa (Corrêa-Ferreira & Panizzi, 1999). Apesar de serem significativos, os danos não são

facilmente percebidos durante o desenvolvimento da cultura. Diante disso, é de extrema

importância uma correta amostragem, que indica o melhor para a tomada de decisão para a

adoção de táticas de controle. (Stürmer et al., 2011a).

O Manejo Integrado de Pragas (MIP), conceito antigo e de grande sucesso no

passado é essencial para a busca por sustentabilidade, pois relacionam as condições

ambientais, os insetos fitófagos e benéficos e a fenologia das plantas em vista da redução

dos impactos ambientais, contudo vem sendo esquecido nos últimos anos (Bueno, et al.,

2012). Em detrimento desse o método de controle de percevejos mais difundido,

atualmente, é o controle químico, devido a sua facilidade de acesso, utilização e por

promover resultados rápidos. Contribuindo para o uso de forma indiscriminada de

agroquímicos, o que resulta em desequilíbrios ecológicos (Parra et al., 2002). Visto que

são poucas as moléculas, cerca de vinte, disponíveis no mercado para controle destes

fitófagos sugadores (Agrofit, 2013), a probabilidade de surgimento de insetos resistentes,

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

14

oriundos de aplicações seqüenciais é grande, o que poderá agravar a situação, pois a

primeira atitude a ser tomada por profissionais que atuam no campo será o aumento das

doses dos inseticidas. Na tentativa de evitar tais impasses, alternativas têm sido estudadas

a fim de facilitar as amostragens e trazer dados mais confiáveis durante o monitoramento

das pragas. Diante disso, a quantidade de amostras a serem realizadas em uma

determinada área precisa ser determinada com cuidado, pois elas devem indicar com

precisão a quantidade de percevejos existentes na lavoura.

A agricultura de precisão é uma das novas tecnologias com potencial para

serem utilizadas no manejo integrado de pragas. O georreferenciamento é uma ferramenta

que pode ser utilizada tanto no monitoramento quanto no controle de populações de

insetos (Stürmer et al., 2011b). Essa prática pode trazer inúmeros benefícios, sejam eles

ambientais ou econômicos, como a aplicação localizada de agrotóxicos, podendo acarretar

numa redução de mais de 60% no uso de agroquímicos. Tendo-se, com isso, a

minimização nos custos de produção e no impacto ambiental (Zambolin & Zambolin,

2008).

Através das amostras georreferenciadas pode-se ter uma visão mais precisa da

infestação, como por exemplo, quando e de onde as pragas estão surgindo, quanto tempo é

decorrido até ocuparem toda a área e por fim quais localidades devem receber uma maior

atenção durante os monitoramentos.

Para que esta ferramenta se torne viável para o manejo integrado de pragas, é

necessário conhecer a dinâmica populacional das principais espécies de percevejos

fitófagos da cultura da soja, e a sua distribuição espacial para compreender a forma com

que estes percevejos colonizam os campos de soja.

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

15

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 A SOJA E SUAS PRAGAS

A capacidade produtiva da soja sempre esteve associada aos avanços

científicos e à disponibilidade de tecnologias ao setor primário. Isto se deve, em grande

parte, aos programas de melhoramento vegetal, os quais se ocupam em buscar cultivares

mais produtivas, adaptadas as diferentes regiões brasileiras e resistentes às doenças.

Paralelamente a esses, avanços expressivos em outras áreas de pesquisa também foram

alcançados, como no manejo de solos, de adubação, de calagem, de pragas, os quais visam

à sustentabilidade. O uso conciliado de todos esses conceitos, e não de um ou outro

isolado, podem reduzir os impactos ambientais (Lima et al., 2008).

Dentre os conceitos citados anteriormente destacam-se o manejo integrado de

pragas, o qual vem sendo esquecido. Assim como os demais, este método é de grande

importância para a conquista da sustentabilidade. E atua na tentativa de estabelecer um

equilíbrio entre as populações das diversas espécies habitantes de um cultivo de soja (Gallo

et al., 2002). Os cultivos sucessivos e a não adoção deste manejo tem proporcionado um

aumento de determinadas pragas, entre elas os fitófagos sugadores.

O agroecossistema do Centro-Oeste brasileiro é um ambiente favorável à

multiplicação de pragas, já que prevalece um sistema de produção de rotação e sucessão de

diversas culturas graníferas e leguminosas, irrigadas ou não, ou integrados a sistemas

pecuários. Desta maneira, existem hospedeiros o ano inteiro para as pragas, já que diversas

espécies podem ocorrer nestes diferentes cultivos. Tal situação favorece o aumento

populacional dos artrópodes, pois as condições climáticas da região, como temperaturas

altas e inverno ameno são ideais ao desenvolvimento desses insetos fitófagos (Quintela et

al., 2007). Dentre os fatores que limitam o aumento da produtividade da soja estão as

pragas, as quais são responsáveis por causar grandes perdas no rendimento de grãos

(Roggia, 2009).

A cultura da soja durante todo o seu ciclo, da germinação à colheita, está

sujeita ao ataque de diferentes insetos. Após a germinação, a lagarta elasmo, os corós e os

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

16

percevejos-castanhos-da-raiz podem danificar a cultura. Mais adiante, os insetos

desfolhadores podem atacá-la, como as lagartas, a Anticarsia gemmatalis e a Chrysodeixis

includens. E no período reprodutivo os insetos sugadores, como os percevejos fitófagos,

Nezara viridula (percevejo verde), P. guildinii (percevejo verde pequeno) e E. heros

(percevejo marrom) podem causar danos desde a formação das vagens até o final do

enchimento dos grãos, ainda nesse período outras lagartas podem se alimentar das vagens e

flores como o complexo Spodoptera e a Helicoverpa armigera, recentemente identificada

no Brasil (Hoffmann-Campo et al., 2000; Czepak et al., 2013)

2.2 PERCEVEJOS SUGADORES DE GRÃOS

Os percevejos da família: Pentatomidae, fitófagos ou predadores, são os mais

frequentes na cultura da soja, (Corrêa-Ferreira & Panizzi, 1999). Seus caracteres principais

são antenas com cinco segmentos, escutelo grande e triangular, mas não maior do que o

cório e não atingindo o ápice do abdômen e tíbia com poucos ou nenhum espinho, podendo

medir até mais do que sete mm (Borror & White, 1970). Os indivíduos desta família

apresentam, durante o desenvolvimento, cinco ecdises quando então atingem a fase adulta,

totalizando assim cinco estádios de formas jovens (ninfas), sendo as duas primeiras ápteras

e as três seguintes providas de tecas alares (Costa Lima, 1940). Dentre as espécies de

percevejos que comumente atacam a cultura da soja, as que ocorrem na região Centro

Oeste são: percevejo verde pequeno (P. guildinii) e o percevejo marrom (E. heros).

O percevejo verde pequeno pode se alimentar de diversas espécies vegetais,

sendo encontrado tanto em plantas cultivadas como nativas. Isto contribuiu para sua ampla

distribuição nas regiões produtoras do Brasil. Esta espécie completa três gerações em

cultivos de soja de verão e posteriormente se desloca para hospedeiros alternativos,

principalmente anileiras, onde pode completar mais uma ou duas gerações na entressafra

da soja (Hoffmann-Campo et al., 2000). No período de inverno P. guildinii não consegue

se reproduzir, diferentemente do percevejo verde (N. viridula) (Panizzi, 1992).

Os adultos de P. guildinii possuem uma coloração verde amarelada, com

aproximadamente 10 mm de comprimento e apresentam uma listra transversal marrom

avermelhada na parte dorsal do tórax, próximo à cabeça (pronoto), e no final de suas vidas

podem apresentar coloração amarelada. Os ovos são pretos, em forma de barril e colocados

em fileiras pareadas. A quantidade de ovos por postura pode variar de 10 a 20 unidades, as

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

17

quais são, normalmente, depositadas sobre as vagens de soja, mas também podem ser

encontradas na face abaxial ou adaxial das folhas, no caule e nos ramos (Sosa-Gómez et

al., 2010b; Corrêa-Ferreira & Panizzi, 1999). As fêmeas podem realizar número variado de

posturas de 3 a 37, assim como a quantidade de ovos de 28 a 500 e a longevidade dos

adultos de 50 a 90 dias, dependendo do substrato que estão se alimentando (Panizzi, 1987).

As ninfas recém-eclodidas possuem manchas vermelhas e pretas dispostas

sobre o dorso e à medida que avançam no seu ciclo vão adquirindo coloração esverdeada.

Nesta fase possuem o hábito gregário, concentrando-se em colônias, próximo às posturas.

Com o decorrer de seu desenvolvimento, efetuado em cinco estádios ninfais, se dispersam

sobre as diferentes partes da planta. Nos últimos estádios, quando a forma jovem é

semelhante ao adulto podem chegar a medir cerca de oito mm (Gazzoni et al., 1981). Este

período compreendido entre o desenvolvimento de ovo até adulto é de aproximadamente

24,4 dias (Cividanes, 1992).

Alguns estudos afirmam ser o percevejo verde pequeno, dentre os comuns à

cultura, o que causa maiores prejuízos à qualidade das sementes além de promover a

retenção foliar da soja (Hoffmann-Campo et al., 2000). O P. guildinii apresenta

comportamentos de inserção e retirada dos estiletes que podem causar maior lesão às

paredes celulares, em comparação às outras espécies e isto está relacionado aos diferentes

graus de destruição dos tecidos (Depieri & Panizzi, 2011; Hori, 2000).

O percevejo marrom (E. heros) é considerado, atualmente, o percevejo mais

abundante nas regiões produtoras de soja do país, completando menor número de gerações

em comparação aos demais pentatomídeos da soja e também se apresenta como o menos

polífago (Cividanes & Parra, 1994). Esta espécie é encontrada nas lavouras entre os meses

de novembro a abril e durante a safra pode chegar a completar três gerações. Neste mesmo

período pode se alimentar também de amendoim bravo (Euphorbia heterophylla). Após a

colheita da soja esse inseto completa sua quarta geração em hospedeiros alternativos, como

o girassol, guandu, carrapicho-de-carneiro, antes de entrar em dormência (Corrêa-Ferreira

& Panizzi, 1999).

O E. heros permanece em diapausa na palhada, oriunda da cultura anterior,

encontrada no solo, onde se protege da ação de parasitóides e predadores. Nessa situação

se mantém durante sete meses (maio a novembro), período considerado desfavorável à

praga, e neste caso pode permanecer sem se alimentar e sobreviver apenas das reservas de

lipídeos armazenadas antes da diapausa (Hoffmann-Campo et al., 2000).

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

18

Os adultos do percevejo marrom têm longevidade média de 116 dias e possuem

uma coloração marrom-escura, e apresentam dois prolongamentos laterais, em forma de

espinhos, próximos à cabeça. No verão esses espinhos tendem a ser mais longos e escuros

enquanto que no inverno estes espinhos pronotais são arredondados além de possuírem

uma coloração marrom-avermelhada (Mourão, 1999). A duração média do ciclo de ovo a

adulto é de 28,4 dias. Os ovos são depositados em pequenas massas, cinco a oito, de

coloração amareladas e próximas à eclosão das ninfas apresentam uma mancha rósea. São

depositados, normalmente, nas folhas e vagens de soja (Sosa-Gómez et al., 2010b).

As ninfas recém-eclodidas do percevejo marrom medem cerca de um mm e

têm o corpo alaranjado e a cabeça preta, estas permanecem sobre os ovos e ao mudarem

para o segundo ínstar iniciam o processo de alimentação. Apesar de iniciarem sua

alimentação só causam danos às sementes no próximo estágio juvenil, isto é a partir do

terceiro instar. Quando então podem chegar até 3,63 cm, e se tornarem mais ativas se

dispersando pelas plantas e aumentando sua voracidade conforme passam para os demais

estágios onde assumem colorações que podem variar de cinza a marrom, podendo chegar

até 10 mm de comprimento (Corrêa-Ferreira & Panizzi, 1999; Costa et al., 1998). Os danos

ocasionados por E. heros são mais amenos, quando comparados aos das outras duas

espécies de pentatomídeos da soja, porém suas populações são sempre muito grandes

sendo um dos maiores problemas para os sojicultores (Sosa-Gómez et al., 2010b).

Nas últimas safras a população do percevejo marrom, assim como de outros

sugadores como pulgão e percevejo manchador, tem crescido nas lavouras de algodão,

principalmente naquelas cultivadas com o algodão transgênico Bt, devido, provavelmente,

a redução nas pulverizações com inseticidas. Este percevejo tem provocado perdas na

qualidade dos fios e na produtividade ao se alimentar das cápsulas de maturação. Esta

infestação tem sido favorecida devido ao fato dos cultivos de algodão serem circundados

por campos de soja assim, os pentatomídeos fitófagos se dispersam a partir do final do

ciclo da cultura, em busca de alimento e abrigo alojando-se no algodão (Soria et al., 2010).

E. heros também tem ocorrido em lavouras de milho causando injúrias de diferentes

intensidades em plântulas ou espigas (Rosa-Gomes, 2010).

Os percevejos estão entre as pragas de maior importância na cultura da soja e

apresentam alta distribuição sobre as áreas produtoras (Corrêa-Ferreira & Panizzi, 1999).

São responsáveis por perdas no rendimento e qualidade das sementes, em consequência

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

19

das picadas e transmissão de fitopatógenos, tais como a levedura Nematospora coryli.

Estudos comprovaram que sementes de soja atacadas por P. guildinii tiveram corpos de

proteína completamente destruídos, sugerindo que suas enzimas salivares são mais

deletérias aos tecidos do que aquelas de E. heros e N. viridula (Depieri & Panizzi, 2011).

Os grãos atacados ficam menores, chochos, enrugados, e tornam-se mais escuros. Outros

danos relacionados a estas pragas são a má formação dos grãos e vagens. Os percevejos

também podem ocasionar distúrbios fisiológicos como retenção foliar das plantas,

impedindo o amadurecimento dos grãos na época da colheita (Sosa-Gómez et al., 2010a;

Villas-Bôas et al.,1990).

A infestação dessas pragas na cultura da soja, em geral, está associada à

presença de vagens nas plantas. Período compreendido entre o começo da frutificação e o

ponto de acúmulo máximo de matéria seca no grão, no qual a soja se mostra mais sensível

ao ataque desses insetos sugadores (Gazzoni, 1998). A maior parte da população migrante

é composta por indivíduos adultos e muitas vezes observa-se que a colonização das

lavouras ocorre no final do período vegetativo ou início da floração. Momento em que os

percevejos saem de seus hospedeiros alternativos ou da diapausa e migram para a lavoura

mais próxima, a partir da qual aumentam progressivamente suas populações (Corrêa-

Ferreira & Panizzi, 1999).

Sabe-se que até mesmo as ninfas de heterópteros podem se dispersar, cobrindo,

entretanto, distâncias relativamente pequenas. Formas jovens de P. guildinii e N. viridula

podem se deslocar até 12 metros de seu ponto inicial, durante seu desenvolvimento. Ninfas

de quarto e quinto instar são responsáveis por percorrer as maiores distâncias. Estas

movem-se mais no sentido longitudinal do que transversal das fileiras de soja. Em geral os

percevejos adultos iniciam sua dispersão para outras áreas após atingirem o pico

populacional, mesmo antes da cultura que estão se alimentando complete a maturação e

este processo se intensifica à medida que as plantas entram em senescência (Panizzi et al.,

1980).

Nas últimas safras tem-se notado a presença cada vez mais precoce dessas

pragas nos cultivos de soja. Altas populações foram identificadas em plantas de soja no

início do período vegetativo. Informações sobre este assunto ainda não são muito bem

compreendidas. Tal situação gera constantes questionamentos e preocupações por parte de

técnicos e produtores, o que os leva ao uso inadequado e excessivo de produtos químicos

de alta toxidez para o controle desses insetos (Corrêa-Ferreira, 2005).

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

20

Observando o quadro atual das lavouras em todo o país, inúmeras pesquisas

têm sido feitas a fim de conscientizar sobre os impactos negativos que os defensivos

podem ocasionar. Assim, tenta-se reforçar os conceitos do manejo integrado de pragas, e a

consequente minimização no uso de agrotóxicos (Gallo et al., 2002).

Estudos têm revelado que a intensidade dos danos decorrentes do ataque de

percevejos é dependente de alguns fatores como a espécie, densidade populacional, o

estádio de desenvolvimento da planta e dos insetos, da época da semeadura e da

suscetibilidade dos genótipos (Villas-Bôas et al., 1990; Corrêa-Ferreira, 2005). Nos

últimos anos populações elevadas de percevejos têm sido encontradas nas lavouras de

soja, principalmente nos cultivos tardios. Em determinadas situações, constatou-se

quantidade de insetos que são iguais a doze vezes o nível de controle preconizado para tal

praga. Isso decorre do movimento dos percevejos entre as áreas com soja em diferentes

grãos de maturação (Degrande & Vivan, 2008).

Para evitar que danos severos sejam ocasionados por essas pragas, a

quantificação correta das populações de percevejos num determinado cultivo é de suma

importância. O entendimento de como colonizam a lavoura, de onde essas espécies se

originam e até onde podem chegar e quanto tempo pode-se decorrer até que toda a área

esteja totalmente tomada é de grande valia no momento de se decidir por uma tática de

controle. Diante disso, o monitoramento através da amostragem correta dos insetos

pragas e inimigos naturais torna-se imprescindível. O plano de amostragem deve ser

estabelecido visando maior praticidade e redução de custos. Portanto, faz-se necessário o

conhecimento da distribuição espacial e temporal das pragas (Souza et al., 2011).

A amostragem é uma das bases do MIP, para que ela seja realizada com

grande êxito alguns fatores devem ser considerados: identificação correta das pragas e

dos seus diferentes estágios de vida, fases causadoras de danos à cultura; e

reconhecimento dos inimigos naturais. Atrelado a estes, o entendimento da fenologia das

plantas, estádios suscetíveis à praga, condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento

do inseto dentre outros são de relevância no momento da tomada de decisão quanto a

uma tática de controle, buscando assim o equilíbrio entre as diferentes espécies de

artrópodes (Gallo et al., 2002).

A agricultura de precisão é uma das novas tecnologias com potencial para ser

utilizada no manejo integrado de pragas. A qual, através do georreferenciamento, pode

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

21

auxiliar tanto o monitoramento quanto o controle dos insetos pragas (Stürmer et al.,

2011a). Tal técnica permite adequar o manejo da cultura de acordo com os fatores que

podem afetar sua produtividade. A incorporação da agricultura de precisão ao manejo da

cultura pode trazer diversos benefícios, sejam eles econômicos ou ambientais. Isto se dá

através de pulverizações localizadas de defensivos químicos, as quais podem propiciar

uma redução de até 60% nas quantidades utilizadas, minimizando assim os custos de

produção e o impacto ambiental (Zambolin & Zambolin, 2008).

As amostragens georreferenciadas proporcionam um diagnóstico mais preciso

acerca do problema e consequentemente uma tomada de decisão mais consistente. Esse

tipo de monitoramento dá suporte a um estudo mais detalhado da situação vigente na

área. O que permite uma melhor visualização da ocorrência e distribuição tanto no

espaço quanto no tempo das pragas e a influência dos fatores de manejo. Este melhor

entendimento sobre os problemas fitossanitários ao longo da safra pode não somente

resultar na aplicação correta de técnicas tidas como curativas, mas também num

planejamento melhor elaborado para a próxima safra, visando à prevenção ao problema

(Roggia, 2009).

Na safra de 2010/2011, em uma área experimental de 6,16 hectares, foi

realizado um estudo para determinar o tamanho de amostra para a estimação da média de

ninfas e adultos do percevejo verde pequeno na cultura da soja, para tal utilizou-se dois

métodos, o do pano vertical e o do pano de batida. Confeccionou-se um gride de

amostragem composto por 154 pontos, espaçados de 20 X 20 metros, com o auxílio do

programa CR Campeiro 6, a coleta de dados se iniciou no estádio vegetativo R5 da soja, ou

seja, enchimento dos grãos. Ficou constatado a distribuição inicial aleatória dos percevejos

e a medida que a população foi crescendo eles se agregaram (Strumer et al., 2011).

Nas safras de 2006/2007 e 2007/2008 verificou-se a distribuição espacial e

temporal dos percevejos da soja através de levantamento georreferenciado, com um gride

de amostragem de 25 X 25 metros, e semanal, com o auxílio do pano de batida, em uma

área de 6,64 hectares. Assim constatou a maior incidência de percevejos na cultura após a

formação de legumes na soja e que a população destes fitófagos sofreu grande influência

das formações vegetais na circunvizinhança da área estudada (Roggia, 2009).

Os percevejos adultos são os que mais se deslocam nas plantas de soja,

permanecendo, durante os momentos mais frescos do dia sobre as folhas superiores. As

ninfas têm deslocamento limitado e possuem um comportamento gregário, localizando-se

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

22

normalmente, no terço médio da cultura. Levantamentos têm mostrado que durante o

período reprodutivo das plantas (floração a maturação), a maior parte da população que

está causando dano é composta por formas jovens. As ninfas de terceiro, quarto ou quinto

ínstar causam prejuízos à soja semelhantes aos adultos. Diante disso, é de fundamental

importância que o monitoramento seja executado com eficiência principalmente para que

os métodos de controle sejam adotados no momento certo (Corrêa-Ferreira et al., 2009).

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

23

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 CONDIÇÕES DO ESTUDO

O estudo foi realizado durante dois anos agrícolas (2011/12 e 2012/13) em

lavouras da região centro-sul de Goiás, municípios de Nazário e Palminópolis. Cultivos de

soja sujeitos às diferentes condições de manejo foram monitorados. Em algumas áreas

com a presença de pivô central e em outras sem sistema de irrigação (Tabela 1). Nas áreas

cultivadas sob pivô ocorre a presença de culturas o ano inteiro (pontes verdes), o que

favorece a população de insetos. Já nas áreas que não estão sob pivô passam por um

período de entressafra bem definido, em que apenas palhada e plantas invasoras ou

pastagem são encontradas. O estudo contemplou diversas situações de cultivo encontradas

na região, pois ocorreu com cultivares de distintos ciclos e épocas de plantio. Algumas das

áreas foram plantadas logo no início da estação chuvosa (outubro), já outras só foram

semeadas em novembro, período em que as precipitações pluviométricas já haviam se

estabelecido.

O monitoramento se iniciou logo que as plantas emitiram os primeiros

trifólios, estádio fenológico mais apropriado para as plantas serem amostradas com o

auxílio do pano de batida largo (Embrapa, 2006) e se estenderam até próximo à colheita

dos grãos. Os monitoramentos foram realizados a partir de pontos determinados pelo GPS

(Global Position System) a intervalos semanais.

Os tratos culturais foram realizados pelo produtor de acordo com seu próprio

manejo, e todas as práticas efetuadas foram devidamente registradas.

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

24

3.1.1 Caracterização das áreas

Tabela 1. Localização, tamanho e tratos culturais realizados nas áreas estudadas.

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

25

3.2 COLETA DE DADOS

Para estabelecer o plano de amostragem as áreas tiveram seus perímetros

demarcados com GPS de navegação Garmin Etrex, para posterior confecção de uma grade

de amostragem (plano amostral) de 50 x 50 m com o auxílio do programa Track Marker

(Figura 1). Para a safra 2011/2012 foram realizadas as seguintes amostragens: na área A

foram marcados 234 pontos de amostragem, os quais foram avaliados em 14

monitoramentos, totalizando 3276 amostras e na área B 83 pontos, avaliados em 13

monitoramentos, totalizando 1079 amostras. E para a safra 2012/2013 foram realizadas as

seguintes amostragens: na área C foram marcados 117 pontos, avaliados em 15

monitoramentos, totalizando 1755 amostras; na área D 56 pontos, avaliados em 12

monitoramentos, totalizando 672 amostras, e na área D 83 pontos, avaliados em 14

monitoramentos, totalizando 1162 amostras. Ao final dos dois anos agrícolas 7944

amostras foram coletadas. Em cada ponto estabelecido, uma batida de pano foi realizada,

para tal utilizou-se pano de batida com as dimensões de 1,0 x 1,4 (Figura 2).

Esta amostragem consiste em bater as plantas de uma fileira de soja

vigorosamente contra um pano branco preso em dois suportes, desta maneira, um metro

linear de plantas foi avaliado (Corrêa-Ferreira & Panizzi, 1999). Os artrópodes coletados

no pano foram quantificados, primeiro os adultos e depois os demais, classificando-os por

Figura 1. Modelo da malha de amostragem das áreas, com os pontos equidistantes 50

metros, representados por +.

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

26

estágio, ordem, família ou espécie. Desta maneira toda a área foi percorrida, e para evitar

danos à cultura advindos do caminhamento, este foi realizado no sentido das entrelinhas.

Figura 2. Método do pano de batida para amostrar um metro linear de plantas de soja.

As avaliações foram realizadas por duas pessoas. Uma que caminhava com o

GPS localizando os pontos a serem amostrados (Figura 2) que também se incumbia de

executar as batidas de pano, e outra que se encarregava de anotar os dados coletados pela

primeira e de realizar as observações acerca da área no dia da avaliação. Observações como

estádio fenológico das plantas, pulverizações com agroquímicos, condições climáticas ou

qualquer fenômeno que pudesse vir a interferir na distribuição dos insetos foram

devidamente anotados.

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

27

Figura 3. Localização do ponto de amostragem com GPS.

3.3 ANÁLISE DOS DADOS

Os dados foram submetidos á análise estatística descritiva para verificar a

flutuação da população das espécies mais freqüentes em cada campo utilizando os

seguintes procedimentos do SAS, PROC UNIVARIATE, PROC MEANS, e PROC FREQ.

A flutuação populacional das espécies predominantes foi representada em gráficos obtidos

no programa Sigma Plot. O primeiro passo para descrever a distribuição espacial foi plotar

os dados para construir mapas representativos do número de percevejos/batida de pano

(m). O programa de computador plotar os gráficos foi o SURFER (Golden Software, Inc).

Para verificar qual a distribuição estatística a que a população de percevejos

melhor se ajustava foi utilizado o procedimento PROC GENMODE. Os dados foram

submetidos à distribuição de Poisson e à Binomial Negativa.

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

28

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 FLUTUAÇÕES POPULACIONAIS

Na área A foram observados picos populacionais distintos da praga com

evidência para espécie E. heros (Figura 4). É importante ressaltar que nesta área foi

constatado apenas um pico populacional de percevejos que chegou a mais de três

percevejos/m, um percevejo acima do recomendado para a tomada de decisão no controle

(Panizzi et. al, 2012) e que esta evolução, representada, principalmente pelo aumento

populacional de ninfas e migração de adultos de E. heros para a área, de 0,5 percevejo para

3 percevejos/metro se deu em 14 dias, demonstrando a rapidez com que a população desta

praga se multiplica no campo. Também foi possível observar que a evolução da população

coincidiu com o estádio fenológico R5.5 (Figura 4 A), isto é, estes picos populacionais

aconteceram quando os grãos estavam em formação, condição fenológica ideal ao

desenvolvimento e reprodução dos percevejos e consequente colonização da lavoura (Brier

& Rogers, 1991). Já nas avaliações seguintes, isto é a partir do estádio fenológico R6 a

densidade populacional começou a decrescer, chegando à quase um percevejo por metro

em R8, quando foi feita a última avaliação antes da colheita dos grãos (Figura 4 B).

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

29

Estádios Fenológicos

V4 V6 V7/V8 R1 R2 R3 R4 R5.1 R5.3 R5.4 R5.5 R6 R7 R8

de

Pe

rce

vejo

s/m

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

Ninfas E. heros

Adultos E. heros

Ninfas P. guildinii

Adultos P. guildinii

Estádio Fenológico

V4 V6 V7/V8 R1 R2 R3 R4 R5.1 R5.3 R5.4 R5.5 R6 R7 R8

de

Pe

rce

vejo

s/m

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

Total

E. heros

P. guildinii

Figura 4. Flutuação populacional de percevejos sugadores de grãos de soja na área A,

safra 2011/12, Palminópolis-GO e suas respectivas pulverizações de inseticidas

representadas pelas setas.

A

B

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

30

A população de percevejos na área A esteve presente em todo o ciclo da

cultura, pois desde a primeira amostragem realizada em V4 foram constatados alguns

indivíduos de P. guildini (percevejo verde pequeno), isto devido a capacidade deste

percevejo conseguir se desenvolver em hospedeiros alternativos (Hoffmann-Campo et al.,

2000). A espécie E. heros (percevejo marrom) apareceu em V7/V8. Assim pode-se inferir

que os níveis preocupantes da praga só ocorreram quando as plantas iniciaram o processo

de desenvolvimento das vagens. A interferência química na população se deu em três

momentos específicos, representadas por setas na Figura 4 B, sendo a primeira com o

inseticida Endosulfan (Endosulfan) na dosagem de 1,5 L/ha e as demais com Connect

(Imidacloprido + Beta-cifutrina), nas doses de 750 mL/ha e 1 L/ha, respectivamente. Em

nenhum deles foi respeitado o nível de controle recomendado para a praga, pois duas das

aplicações foram feitas com uma população bem abaixo do nível de controle e a terceira

com um número bem acima da recomendada. Importante neste caso salientar que

percevejos sugadores de grãos, assim como as demais pragas, são toleráveis pela soja até

certo patamar, conhecidos como nível de controle e que acima disso têm-se os níveis de

dano econômico pela praga, que se assemelham ao custo de uma tática de controle para

reduzir sua população (Gallo et al. 2002).

Na área B a incidência de percevejos começou, assim como na área A, ainda no

período vegetativo da cultura. A primeira identificação do percevejo marrom se deu

quando as plantas se encontravam com dezoito dias após a emergência (V5/V6) e do

percevejo verde pequeno uma semana após (V7), vinte e quatro dias após a emergência

(Figura 5 B). Estes indivíduos possivelmente se originaram das áreas de refúgio saindo da

diapausa, ou podem ter migrado de lavouras que circundavam o local estudado (Corrêa-

Ferreira & Panizzi, 1999).

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

31

Estádios Fenológicos

V4 V5/V6 V7 V8 R1 R2/R3 R3/R4 R5.1 R5.3 R5.5 R6 R7

de

Pe

rce

vejo

s/m

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

Ninfas E. heros

Adultos E. heros

Ninfas P. guildinii

Adultos P. guildinii

Estádios Fenológicos

V4 V5/V6 V7 V8 R1 R2/R3 R3/R4 R5.1 R5.3 R5.5 R6 R7

de

Pe

rce

vejo

s/m

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

Total

E. heros

P. guildinii

Figura 5. Flutuação populacional de percevejos sugadores de grãos da soja na área B, safra

2011/12, Nazário-GO e suas respectivas pulverizações de inseticidas

representadas pelas setas.

A

B

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

32

A população de E. heros se manteve abaixo de um percevejo por metro até o

estádio reprodutivo R3/R4, setenta e oito dias após a emergência porém a sua população

teve um grande acréscimo com o surgimento das vagens, devido a migração de insetos

adultos, mas principalmente pelo desenvolvimento das ninfas. Os legumes são alvo de

maior ataque dos percevejos (Corrêa-Ferreira & Panizzi, 1999) (Figura 5 A). O pico

populacional desta praga ocorreu quando a cultura se encontrava com as vagens formadas

e os grãos em formação, estádio fenológico R5.1, período de grande suscetibilidade da

cultura a esta praga. Já a avaliação que mostrou a maior população do percevejo verde

pequeno ocorreu quando a soja encontrava-se em senescência (R6), porém não alcançou o

nível de um percevejo/metro, demonstrando, portanto conforme Belorte, et al., (2003) e ;

Didonet, et al., (2003) uma ocupação tardia da área por este inseto (Figura 5 B).

A população de percevejos sugadores de grãos na área B teve a flutuação

representada na Figura 5 B, na qual notou-se que a quantidade amostrada destes insetos

não atingiu, em nenhum momento, o nível de controle. O pico populacional foi atingido

com aproximadamente 1,5 percevejos por metro e declinou para menos de um

percevejo/metro nos estágios R6/R7. Diante deste número de indivíduos e com base nas

recomendações de controle não seria necessária a intervenção química visando o controle

de percevejos. No entanto, a grande maioria dos produtores fazem aplicações de

agrotóxicos de forma associada, ou seja, inseticidas misturados a fungicidas e/ou

herbicidas, visando otimizar a logística de pulverização. Assim o técnico responsável pela

lavoura nem sempre espera o nível de controle para tomar uma decisão quanto alguma

tática. Para esta área foram feitas duas pulverizações, representadas por setas, com

inseticidas juntamente com fungicidas como é possível verificar na Figura 5 B, sendo a

primeira de Orthene (Acephato), na dose de 750 g/ha, quando a cultura se encontrava em

R2/R3 e outra de Korinor (Imidacloprido) em mistura com Brigade (Bifentrina) nas doses

de 200 e 150 mL/ha em R5.1, respectivamente.

A população de percevejo verde pequeno na área C foi de 0,07 espécimes por

metro (Figura 6 B). E assim como na área B, a maior densidade de insetos foi observada

quando as plantas se encontravam em senescência, não sendo alvo de aplicações durante a

condução da cultura.

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

33

Estádios Fenológicos

V5/V6V7/V8V8/V9 R1 R2 R3 R4 R5.1 R5.3 R5.5 R6 R6/R7 R7 R8

Pe

rce

vejo

s/m

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

Ninfas E. heros

Adultos E. heros

Ninfas P. guildinii

Adultos P. guildinii

Estádios Fenológicos

V5/V6 V7 V8/V9 R1 R2 R3 R4 R5.1 R5.3 R5.5 R6 R6/R7 R7 R8

de

Pe

rce

vejo

s/m

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

Total

E. heros

P. guildinii

Figura 6. Flutuação populacional de percevejos sugadores de grãos da soja na área C, safra

2012/13, Palminópolis-GO e suas respectivas pulverizações de inseticidas

representadas pelas setas.

A

B

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

34

A população de E. heros se manteve abaixo do nível de controle até 109 dias

da emergência correspondendo ao estádio fenológico R7 e em R8 e apresentou seu maior

pico populacional com mais de dois percevejos/m, isso pode ser explicado devido,

principalmente, a evolução da população de ninfas na lavoura, enquanto que a população

do percevejo verde pequeno foi insignificante (Figura 6 A). Kuss-Roggia, (2009) sugeriu

em trabalhos anteriores que a semeadura precoce da área, antes das lavouras vizinhas, pode

desfavorecer as migrações de percevejos para aquela área. Diante disso uma pulverização

para o controle deste inseto, mesmo no final do ciclo da soja, pode ser uma alternativa

viável, visto que o campo se localiza sob um pivô central, em que o cultivo é intenso, então

uma nova cultura será implantada logo após a colheita da outra. Esta mesma aplicação

pode evitar que os indivíduos se dispersem para lavouras vizinhas ou outras áreas de

refúgio, e até mesmo que eles, no caso do percevejo marrom, entrem em diapausa e

possam vir a infestar os próximos cultivos.

No campo C foram feitas duas pulverizações com inseticidas para o controle de

percevejos fitófagos sugadores de grãos (Figura 6 B). A primeira ocorreu quando as

plantas se encontravam no estádio fenológico R1 com o inseticida Malathion 1000 EC

Cheminova (Malationa) na dosagem de 1,2 L/ha e a segunda em R5 com o defensivo

Connect na dosagem de 1L/ha. Diante desse quadro nenhuma aplicação foi realizada

adequadamente nesta área, o que pode ter contribuído para o desequilíbrio da lavoura e

possivelmente um aumento no custo de produção, sem retorno esperado.

Na área D foi possível constatar uma população do percevejo verde pequeno

pouco expressiva e sua maior infestação foi notada ainda durante o estádio vegetativo e

quando as plantas apresentavam cerca de oito trifólios (V7), porém esta chegou a 0,18

percevejos por metro (Figura 7 B). Já para o percevejo marrom foram constatados dois

picos populacionais quarenta e cinco dias após a emergência, correspondendo ao estádio

fenológico R1 e outro oitenta e oito dias após a emergência, correspondendo ao estádio

R5.1. Resultados um tanto quanto diferentes dos encontrados nas demais áreas amostradas,

as quais apresentaram apenas um pico populacional.

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

35

Estádios fenológicos

V5 V6 V7 V8 R1 R2 R3 R4 R5.1 R5.5 R6 R7

Pe

rce

vejo

s/m

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

Ninfas E. heros

Adultos E. heros

Ninfas P. guildinii

Adultos P. guildinii

Estádios Fenológicos

V5 V6 V7 V8 R1 R2 R3 R4 R5.1 R5.5 R6 R7

de

Pe

rce

vejo

s/m

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

Total

E. heros

P. guildinii

Figura 7. Flutuação de percevejos sugadores de grãos da soja na área D, safra 2012/13,

Palminópolis-GO e suas respectivas pulverizações de inseticidas representadas

pelas setas.

A

B

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

36

Quando se observa a população do percevejo marrom nota-se que em apenas

um momento ela atingiu o nível de controle, chegando a 2,25 percevejos por metro, isto

ocorreu durante o início do florescimento (R1), correspondendo ao primeiro pico

populacional, provavelmente, devido à migração de percevejos adultos (Figura 7 A). A

partir daí medidas de controle foram adotadas, reduzindo os insetos para menos de 0,5

percevejo por metro, com uma pulverização com o inseticida Malathion 1000 EC

Cheminova na dosagem de 1,2L/ha. Presume-se que tais insetos possam ser oriundos das

áreas de refúgio ou cultivos próximos.

Considerando-se as demais amostragens é possível perceber que a população

do percevejo marrom voltou a subir em R4, isto ocorreu devido a reinfestação por insetos

adultos simultaneamente ao desenvolvimento de ninfas no campo, mas não chegou a

atingir o nível de controle de dois percevejos por metro (Figura 7 A). Além da aplicação na

fase de florescimento, mais uma segunda aplicação visando o controle da ferrugem asiática

aconteceu neste estádio fenológico, junto ao referido fungicida, foi acrescentado o

inseticida Malathion. As aplicações caronas e a não rotatividade dos ingredientes ativos

dos defensivos são comuns entre os produtores.

Na Figura 8 A estão representadas as populações de percevejos da área E, e

neste caso, assim como nos demais, a população de E. heros, se apresentou em maior

número em comparação a população de P. guildinii, sendo que o pico populacional da

praga só ocorreu aos oitenta e dois dias após a emergência, caracterizado como fase R5.

Esta flutuação populacional obtida apresentou-se de forma divergente das demais áreas

monitoradas, pois a população de percevejos se manteve muito baixa, próxima a zero, até o

estádio fenológico R5 quando então alcançou um patamar elevado, principalmente devido

ao desenvolvimento das ninfas na lavoura, e acima do nível de controle preconizado para a

praga em questão, mantendo-se ainda desta forma durante três avaliações seguidas,

chegando a quase três percevejos por metro em R5.5, quando então foram controlados com

uma pulverização do inseticida Engeo Pleno (Thiametoxan + Lamba-cialotrina), na

dosagem de 250 mL/ha (Figura 8 B).

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

37

Estádios Fenológicos

V5 V6 V7 V8 R1 R2 R3 R4 R5.1 R5.3 R5.5 R6 R7 R8

Pe

rce

vejo

s/m

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

Ninfas E. heros

Adultos E. heros

Ninfas P. guildinii

Adultos P. guildinii

Estádios Fenológicos

V5 V6 V7 V8 R1 R2 R3 R4 R5.1 R5.3 R5.5 R6 R7 R8

de

Pe

rce

vejo

s/m

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

Total

E. heros

P. guildinii

Figura 8. Flutuação de percevejos sugadores de grãos da soja na área E, safra 2012/13,

Nazário-GO e suas respectivas pulverizações com inseticidas representadas

pelas setas.

A

B

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

38

O controle químico, representado pela seta na Figura 8 B, foi efetuado quando

a população já estava com três percevejos por metro, medida esta considerada tardia, visto

que o nível de controle para percevejos e de dois por metro (Corrêa-Ferreira & Panizzi,

1999). Apesar de não terem sido calculadas as perdas por danos ocasionados pelos

percevejos, presume-se que possa ter havido perdas econômicas.

Sabe-se que a população de percevejos se mantendo baixa até o enchimento de

grãos remete a um equilíbrio ecológico entre as espécies habitantes de um cultivo de soja

(Oliveira & Hoffmann-Campo, 2003). Provavelmente, a infestação destes fitófagos só se

alterou quando os percevejos encontraram condições adequadas para se desenvolver e

colonizar a lavoura e, neste caso, supõe-se que os inimigos naturais, principalmente

parasitóides, possam ter exercido papel fundamental na manutenção da população a índices

tão baixos, porém estes dados não foram estudados na presente tese. A semeadura precoce

pode ter favorecido a manutenção de baixas populações, assim como outros fatores

abióticos, como temperatura e umidade.

Ao se analisar a flutuação populacional destas espécies de percevejos nas áreas

monitoradas, notou-se uma incoerência com as observações de inúmeros pesquisadores da

área (Corrêa-Ferreira & Panizzi, 1999) os quais afirmam que os percevejos surgem

somente na fase reprodutiva da soja. Os percevejos surgiram antes do florescimento, mas

seus picos populacionais foram evidenciados a partir da formação de vagens estendendo-se

até a senescência da cultura. Contudo, seria importante salientar que nas flutuações obtidas

com os monitoramentos das cinco áreas de soja a presença dos percevejos nos cultivos de

soja foi precoce e muitas vezes favorecida por plantios vizinhos ou áreas de refúgio e se

prolongaram até a senescência, fase em que ainda podem causar prejuízos. Presume-se que

os percevejos podem se alimentar de diferentes órgãos da soja, reprodutivos ou

vegetativos, podendo manter-se na lavoura por todo o ciclo da cultura.

Com o monitoramento das populações de percevejos sugadores de grãos nos

cultivos de soja da região centro-sul de Goiás foi possível observar a predominância de

apenas uma espécie dentre as três mais ocorrentes no país, sendo o percevejo marrom, E.

heros observado em 91% das amostras. Isso demonstra que a referida espécie se adaptou

muito bem às condições climáticas e de hospedeiros da região (Corrêa-Ferreira & Panizzi,

1999). Apesar desta espécie causar menores prejuízos do que as outras, o número elevado e

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

39

sempre crescente de populações de E. heros nas áreas agrícolas onde se cultiva a soja tem

causado enormes danos à cultura (Cantone, et al., 2011).

4.2 DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE Euschistus heros.

Para facilitar os estudos foram utilizados para confecção de gráficos somente

os monitoramentos que apresentaram maior incidência da espécie E. heros, por ser esta a

espécie encontrada em maior número nas áreas amostradas.

A quantidade de ninfas e de adultos de E. heros coletados estão representados

nas Figuras 9, 10, 11, 12 e 13. Os resultados são originados de uma série de dados obtidos

em cinco lavouras amostradas nas duas estações de cultivo. O número de pontos

amostrados em cada área variou conforme o tamanho da lavoura, conforme descrito no

item 3.2.

O campo A, foi primeiramente colonizado pelos adultos de E. heros e isso se

deu aos 18 dias após a emergência das plantas coincidindo com o estádio fenológico V4. A

ausência de percevejos na lavoura antes de V4 pode ser um indicativo de que a infestação

tenha sido oriunda de migrações externas. Quanto as ninfas, seu aparecimento nas amostras

ocorreu somente em R3, aos 75 dias após a emergência da cultura (Figura 9) reforçando a

suposição de que os percevejos precisam de um tempo para se alimentar nas vagens de soja

antes de iniciarem a oviposição. Tempo este que corresponde aos períodos de pré cópula,

cópula, oviposição e desenvolvimento embrionário (Hoffmann-Campo et al., 2000).

No estádio R1, aos quarenta e dois dias após a emergência, os percevejos

adultos já se encontravam distribuídos por toda a extensão da lavoura (Figura 9)

demonstrando que estes insetos infestam as áreas de soja de forma aleatória sem haver uma

distribuição primeiramente parcial das bordas e depois no restante da área.

Ao se observar as distribuições espaciais do percevejo marrom na área A

percebe-se que até o estádio fenológico R1 (Figura 9) a população encontrada era aquela

migrante possivelmente oriunda de áreas de refúgio, ou recém-saída da diapausa, visto que

este campo foi o primeiro da região a ser semeado durante a safra na qual o estudo foi

desenvolvido. Esta afirmação é constatada através da ausência de ninfas nos pontos

amostrados, resultado semelhante ao observado por Shumann & Todd (1982). Esta

primeira geração ocupou todo o campo de maneira desordenada, ratificando a ideia de que

esta praga apresentou para este campo e nesta safra estudada uma dispersão aleatória.

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

40

A partir das avaliações em R3 e R4 as ninfas também foram identificadas e

estas, se concentraram preferencialmente na região central do campo amostrado, enquanto

que os adultos demonstraram dispersão semelhante aquela observada em R1. Já durante o

enchimento de grãos, R5.3 e R5.5, quando a população de percevejos sofre grande

acréscimo, as ninfas se espalharam por toda lavoura, visto que estas também possuem

capacidade de dispersão (Kuss-Roggia, 2009).

As pulverizações com inseticidas ocorridas ao longo do ciclo da soja (Figura 4)

não interferiram na distribuição dos percevejos fitófagos, ninfas e adultos, visto que os

insetos não modificaram seu modo de se distribuir dentro do campo estudado.

Estádio Fenológico

Representação das densidades:

Figura 9. Representação do número de percevejos (ninfas e adultos/m) em pontos de

amostragem, identificados por símbolo, nos diferentes estádios fenológicos da

cultura – área A, safra 2011/2012 – Palminópolis – Goiás - Brasil.

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

41

Estádio Fenológico

Representação das densidades:

Figura 9 continuação. Continua..

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

42

Estádio Fenológico

Representação das densidades:

Continua..

Figura 9 continuação.

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

43

Representação das densidades:

Figura 9 continuação.

No campo B os primeiros percevejos, e neste caso adultos, foram encontrados

somente quando a soja estava no estádio fenológico V5/V6, e assim como na área A, estes

insetos não estavam apenas nos pontos próximos à bordadura, mas dispersos por todo o

campo (Figura 10).

Quanto as ninfas de E. heros, estas só apareceram em R1 coincidindo com o

início do florescimento, demonstrando grande associação destes insetos às partes

reprodutivas da soja, comprovando que os adultos provavelmente só iniciam suas posturas

quando há possibilidade de alimento para a futura prole. Além disso, foram encontradas

principalmente nos pontos próximos às extremidades da lavoura. Já em R3/R4,

possivelmente a dispersão dos adultos proporcionou a dispersão também das ninfas,

através da oviposicao das fêmeas em quase toda a extensão do campo amostrado. Nas

avaliações seguintes, R5.1 e R5.3, as ninfas continuaram distribuídas aleatoriamente, o que

pode ser justificado pela sua reduzida capacidade de movimentação (Panizzi et al., 1980)

(Figura 10) .

Ao se observar os gráficos de distribuição correspondentes aos estádios

fenológicos R5.3 e R5.5 observa-se que houve uma recomposição da população de adultos

de E. heros podendo-se entender que isto ocorreu, provavelmente, devido a transformação

das ninfas identificadas nas amostragens anteriores em adultos (Figura 10).

0 1 2 3 4 ≤ X

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

44

Em R6 a maior concentração de insetos adultos ocorreu nos pontos próximos

às bordas da lavoura, o que pressupõe uma reinfestação da área com indivíduos

provenientes de cultivos próximos, visto que as lavouras vizinhas já se encontravam em

senescência (Figura 10).

Estádio Fenológico

Representação das densidades:

Figura 10. Representação do número de percevejos (ninfas e adultos/m) em pontos de

amostragem, identificados por símbolo, nos diferentes estádios fenológicos da

cultura – área B, safra 2011/2012 – Nazário – Goiás - Brasil.

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

45

Estádio Fenológico

Representação das densidades:

Continua..

Figura 10 continuação.

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

46

Estádio Fenológico

Representação das densidades:

Figura 10 continuação.

Os primeiros indícios da presença do percevejo marrom no campo C ocorreram

quando as plantas se encontravam com cerca de dez trifólios e, como nas lavouras

anteriores, foram os adultos a serem detectados primeiro na área, confirmando a ideia de

que as colonizações das lavouras ocorrem, inicialmente, por adultos migrantes de outras

áreas, ou recém-saídos da diapausa. Em relação à dispersão foi constatado que no

momento da colonização do campo os percevejos não permaneceram somente nas bordas e

já na primeira detecção se encontravam dispersos pela área (Figura 11). Este resultado

N

in

fa

s

R

A

d

ul

to

s

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

47

difere dos obtidos por Panizzi (1980) e Kuss-Roggia (2009) para esta espécie no sul do

país. No estádio fenológico R1 a população de E. heros começou a se dispersar pela área

de modo aleatório, colonizando toda a área e deixando seus descendentes os quais não

haviam sido encontrados nas amostragens, até então. É importante relatar que este aumento

populacional foi interrompido por uma pulverização com inseticida.

A população de E. heros só se reestabeleceu na lavoura nos estádios

fenológicos R5.1, R5.3 e R5.5, fase de enchimento de grãos. Este reestabelecimento foi,

provavelmente, promovido pela evolução da população habitante, já que ninfas foram

encontradas nos pontos próximos aqueles em que adultos também foram encontrados, mas

não se descarta a contribuição de indivíduos migrantes de lavouras próximas, fato

observado também por Corrêa-Ferreira & Panizzi (1999). Contudo, esta população

apresentou decréscimo após este período, devido a outra aplicação de inseticida. Já a partir

de R7, apesar da população estar reduzida, observou-se uma tendência de aumento da

população de ninfas, no estádio R8, distribuída em todo campo, provavelmente oriundas de

posturas remanescentes na área.

Estádio Fenológico

Representação das densidades:

Figura 11. Representação do número de percevejos (ninfas e adultos/m) em pontos de

amostragem, identificados por símbolo, nos diferentes estádios fenológicos da

cultura – área C, safra 2012/2013 – Palminópolis – Goiás - Brasil.

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

48

Estádio Fenológico

Representação das densidades:

Continua..

Figura 11 continuação.

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

49

Estádio Fenológico

Representação das densidades:

Figura 11. Continuação Continua..

16.865

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

50

Estádio Fenológico

Representação das densidades:

Figura 11 continuação.

A Figura 12 representa a área D e nela podemos verificar que os primeiros

adultos de percevejo marrom foram encontrados quando a soja se encontrava no estádio

fenológico V6, estes foram identificados na bordadura e nos pontos próximos a ela. Nos

estádios seguintes, V7 e V8, os percevejos já haviam se alastrado por toda área, sendo

observada uma maior infestação nos pontos próximos à bordadura.

Entretanto, foi apenas em R1 que as primeiras ninfas apareceram nas

amostragens, o que comprova o fato de que até o início do período reprodutivo a população

de percevejos amostrados era composta unicamente por insetos migrantes. Além disso,

nesta mesma fase (R1) toda a lavoura se encontrava infestada por E. heros, o que pode

justificar o surgimento das primeiras ninfas nos pontos localizados no centro do campo

amostrado, e em maior densidade (percevejos/m) (Figura 12).

A pulverização realizada em R1 foi responsável por reduzir a população de

percevejos, mas não interferiu na sua distribuição dentro da área estudada, visto que

continuou distribuída em toda a lavoura, embora em menor densidade até R5.1 e R5.5

quando a população se restabeleceu e outra pulverização foi realizada (Figura 12).

Ninfas

Adultos

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

51

À medida que a soja foi avançando em seu ciclo e se aproximando da

senescência, os percevejos começaram a se deslocar para os pontos próximos ou para a

bordadura, como é possível ser observar em R6 e R7). Estes insetos provavelmente

migraram para as lavouras vizinhas, já que estas encontravam em estádios fenológicos

menos avançados.

Estádio Fenológico

Representação das densidades:

Figura 12. Representação do número de percevejos (ninfas e adultos/m) em pontos de

amostragem, identificados por símbolo, nos diferentes estádios fenológicos da

cultura – área D, safra 2012/2013 – Palminópolis – Goiás - Brasil.

Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

52

Estádio Fenológico

Representação da densidade:

Figura 12 continuação Continua...

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

53

Estádio Fenológico

Representação da Densidade

Figura 12 continuação.

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

54

Os primeiros percevejos adultos encontrados no campo E, assim como na área

C, não estavam localizados somente nas bordaduras da lavoura. Estes insetos foram

detectados no início da formação dos legumes, R3. Na avaliação seguinte, R4, esta mesma

população de percevejos declinou, com números próximos de zero, ao passo que as ninfas

começaram a aumentar sua população, nos pontos próximos, onde anteriormente, haviam

sido encontrados os adultos (Figura 13).

Durante o enchimento de grãos, R5.1, R5.3 e R5.5 esta população de ninfas

sofreu grande acréscimo e se distribuiu de maneira aleatória por toda área, tomando todo o

campo estudado. Porém em R5.5 a população de E. heros foi interrompida por uma

pulverização com inseticida. E já em R6 e R7 as poucas ninfas remanescentes se

localizavam, principalmente, nos pontos localizados no centro da lavoura, diferentemente

dos adultos que se dispersaram e se concentraram nas extremidades do campo (Figura 13).

Em R8, conforme pode ser observado na Figura 13, a população de ninfas

novamente passou a ocupar o campo estudado, porém, sem grandes avanços visto que a

área já se encontrava em fase final, pronta para a colheita.

Estádio Fenológico

Representação das densidades:

Figura 13. Representação do número de percevejos (ninfas e adultos/m) em pontos de

amostragem, identificados por símbolo, nos diferentes estádios fenológicos da

cultura – área E, safra 2012/2013 – Nazário – Goiás - Brasil.

Ni

nfa

s

R6

Ad

ult

os

49.93

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

55

Estádio Fenológico

Representação das densidades:

Continua..

Figura 13 continuação.

49.93

49.939

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

56

Estádio Fenológico

Representação das densidades:

Continua...

Figura 13 continuação.

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

57

Estádio Fenológico

Representação das densidades:

Figura 13 continuação.

4.3 DISTRIBUIÇÃO DE PROBABILIDADE

Nas Tabelas de 2 a 6 estão apresentados os qui-quadrados com os respectivos

valores de P para ninfas e adultos de E. heros de todas as amostragens. Em algumas

amostragens não se pôde testar nenhuma distribuição, visto que poucas foram as classes

disponíveis na série de dados, ou seja, todos os pontos amostrados apresentaram dados

iguais a zero ou um. A hipótese de nulidade testada foi que a distribuição em questão

representa um bom modelo de ajuste dos dados (o valor observado aproxima do valor

esperado). Portanto, um qui-quadrado significativo indica que a distribuição não se ajusta

aos dados observados.

Os dados foram submetidos a ajustes das frequências aos modelos matemáticos

de duas distribuições: Poisson e Binomial Negativa. Observou-se que de todas as

avaliações realizadas nos dois anos agrícolas, 45,5% se ajustaram a distribuição binomial

negativa para ninfas e 69,7% para adultos de E. heros. Já a distribuição de Poisson teve

ajuste em 22,73% avaliações para ninfas e 30,3% para adultos. De acordo com Terry et al.

(1989), é normal a uma população ajustar-se a mais de uma distribuição de probabilidade.

Para ninfas 31,82 % das avaliações e 18,2% para percevejos não se ajustaram a nenhuma

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

58

distribuição, pois as populações estavam muito baixas e não apresentaram o número de

classes suficientes para fornecerem o número de graus de liberdade mínimo para o teste

ajuste da distribuição.

Ressalta-se que distribuição de probabilidade e distribuição espacial não são

sinônimos. Frequentemente, um ajuste significativo da distribuição da probabilidade é

usado incorretamente como evidência de distribuição espacial agregada, especialmente as

que se ajustam à binomial negativa (Young & Young, 1998). Uma distribuição de

probabilidade sozinha não pode ser usada como parâmetro de agregação. Neste estudo,

enquanto a população se ajusta à distribuição binomial negativa os mapas indicam

claramente que os percevejos, ninfas e adultos, estão aleatoriamente dispersos nos campos

de soja.

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

59

Tabela 2. Qui-quadrado e valores de p para a distribuição de Poisson e Binomial Negativa de percevejos (ninfas e adultos) de E. heros. Área

A, safra 2011/2012, município de Palminópolis-GO.

Campo Estádio

N E. heros

Ninfa (Ẍ) S²

Poisson Binomial Negativa E. heros

Adulto(Ẍ) S²

Poisson Binomial Negativa

Fenológico CHISQ P CHISQ P CHISQ P CHISQ P

A V4 234 0 0 57,27 <0,0001 1,04 0,3084 0,0128 0,09 97,55 <0,0001 1,32 0,2505

A V6 234 0 0 - - - - 0,0897 0,09 37,24 <0,0001 0,49 0,4833

A V7/V8 234 0 0 - - - - 0,0897 0,08 22,25 <0,0001 0,36 0,5512

A R1 234 0 0 - - - - 0,5385 0,79 11,6 <0,0001 0,21 0,6476

A R2 234 0 0 - - - - 0,3803 0,45 157,21 <0,0001 2,71 0,1

A R3 234 0,1538 0,26 120,35 <0,0001 2,51 0,1132 0,4658 0,66 0,02 0,8876 - 0,9972

A R4 234 0,2137 0,26 2,1 0,1469 0,06 0,8048 0,047 0,66 6,26 0,0124 0,1 0,7561

A R5.1 234 0,4188 0,5 315,57 <0,0001 0,8 0,3702 0,09 0,1 64,82 <0,0001 4,58 0,0324

A R5.3 234 0,141 0,86 182,98 <0,0001 4,83 0,028 0,0684 0,24 0,26 0,613 - 0,992

A R5.5 234 1,4188 3,03 596,5 <0,0001 13,76 0,0002 0,4274 0,24 115,23 <0,0001 2,22 0,1363

A R5.7 234 1,5556 3,68 120,57 <0,0001 2,59 0,1074 1,2222 2,84 620,41 <0,0001 12,78 0,0005

A R6 234 1,2094 1,81 12,11 0,0005 0,17 0,6803 0,7949 1,19 700,44 <0,0001 10,64 0,0011

A R7 234 0,812 1,3 22,05 <0,0001 0,3 0,5866 0,7179 0,94 864,21 <0,0001 12,94 0,0003

A R8 234 0,81 1,56 270,01 <0,0001 5,43 0,0198 1,29 2,27 248,49 <0,0001 5,88 0,0153

Teste qui-quadrado significativo (P ≤ 0,05), rejeita-se a hipótese de ajuste da distribuição testada aos dados observados.

Teste qui-quadrado não significativo (P ≥ 0,05), indica ajuste dos dados ao modelo de distribuição.

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

60

Tabela 3. Qui-quadrado e valores de p para a distribuição de Poisson e Binomial Negativa de percevejos (ninfas e adultos) de E. heros. Área

B, safra 2011/2012, município de Nazário-GO.

Campo Estádio

Fenológico N

E. heros

Ninfa (Ẍ) S²

Poisson Binomial Negativa E. heros

Adulto(Ẍ) S²

Poisson Binomial Negativa

CHISQ P CHISQ P CHISQ P CHISQ P

B V4 83 0 0 - - - - 0 0 - - - -

B V5/V6 83 0 0 - - - - 0,253 0,48 3,53 0,061 1,88 0,1691

B V7 83 0,241 0,65 0,55 0,4989 0,34 0,557 0 0 - - - -

B V8 83 0,0843 0,1 0,26 0,6118 0,15 0,6965 0,494 0,95 8,69 0,0032 4,99 0,0255

B R1/R2 83 0,1205 0,53 3,66 0,0559 1,95 0,1623 0 0 - - - -

B R3 83 0,1807 0,44 7,4 0,0065 4,78 0,0289 0,2289 0,27 3,43 0,0639 2,25 0,1384

B R4 83 0,5783 0,74 70,83 0,0052 4,16 0,0413 0,6386 0,78 4,37 0,0365 1,08 0,1796

B R5.1 83 0,8795 1,95 23,66 <0,0001 16,37 <0,0001 0,3494 0,4 0,65 0,419 0,48 0,4878

B R5.2 83 1,0482 1,63 13,45 0,0002 9,89 0,0017 0,0241 0,02 4,1 0,043 3,05 0,081

B R5.3 83 0,8072 2,81 25,8 <0,0001 16,3 <0,0001 0,2771 0,25 0,53 0,4658 0,32 0,5729

B R6 83 0,2289 0,55 0,07 0,7973 0,06 0,8129 0,012 0,02 2,51 0,0131 1,26 0,2613

B R7 83 0,4096 1,38 0,41 0,5218 0,21 0,6455 0 0 - - - -

Teste qui-quadrado significativo (P ≤ 0,05), rejeita-se a hipótese de ajuste da distribuição testada aos dados observados.

Teste qui-quadrado não significativo (P ≥ 0,05), indica ajuste dos dados ao modelo de distribuição.

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

61

Tabela 4. Qui-quadrado e valores de p para a distribuição de Poisson e Binomial Negativa de percevejos (ninfas e adultos) de E. heros. Área

C, safra 2012/2013, município de Palminópolis-GO).

Campo Estádio

Fenológico N

E. heros

Ninfa (Ẍ) S²

Poisson Binomial Negativa E. heros

Adulto(Ẍ) S²

Poisson Binomial Negativa

CHISQ P CHISQ P CHISQ P CHISQ P

C V5/V6 117 0 0 - - - - 0 0 - - - -

C V7 117 0 0 - - - - 0 0 - - - -

C V8/V9 117 8,55E-03 0,01 0,01 0,9349 0 0,9777 0,1026 0,16 34,49 <0,0001 3,65 0,0561

C R1 117 0,00E+00 0 - - - - 0,3248 0,68 11,35 0,0008 1,48 0,2254

C R2 117 0 0 - - - - 0,2479 0,2 7,87 0,005 1,15 1,2839

C R3 117 8,55E-03 0,01 1,3 0,2534 0,2 0,6569 0,1538 0,15 7,88 0,0059 1,01 0,316

C R4 117 0,0342 0,1 4,5 0,0339 0,65 0,4186 0,0769 0,2 1,84 0,1753 0,44 0,5076

C R5.1 117 0,1538 0,23 33,65 <0,0001 6,37 0,0116 0,1197 0,17 2,17 <0,0001 5,37 0,0204

C R5.3 117 0,7692 0,56 84,95 <0,0001 9,98 0,0016 0,2222 0,19 1,36 0,2443 0,25 0,62

C R5.5 117 0,4701 0,33 39,18 <0,0001 5,1 0,0239 0,1624 0,65 3,12 0,0003 1,76 0,1841

C R6 117 0,3419 0,67 23,13 <0,0001 2,98 0,0842 0,5043 0,17 18,4 <0,0001 2,38 0,123

C R6/R7 117 0,1197 0,45 2,59 0,1076 0,33 0,5683 0,3675 0,72 2,66 0,1022 0,34 0,5576

C R7 117 0,2393 0,56 12,5 0,0004 1,96 0,2264 0,0769 0,2 1,99 0,1581 0,17 0,6818

C R8 117 1,735 6.63 0,27 0,6045 0,04 0,8508 0,4103 0,53 15,16 <0,0001 1,98 0,1598

Teste qui-quadrado significativo (P ≤ 0,05), rejeita-se a hipótese de ajuste da distribuição testada aos dados observados.

Teste qui-quadrado não significativo (P ≥ 0,05), indica ajuste dos dados ao modelo de distribuição.

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

62

Tabela 5. Qui-quadrado e valores de p para a distribuição de Poisson e Binomial Negativa de percevejos (ninfas e adultos) de E. heros. Área

D, safra 2012/2013, município de Palminópolis-GO.

Área Estádio

Fenológico N

E. heros

Ninfa (Ẍ) S²

Poisson Binomial Negativa E. heros

Adulto(Ẍ) S²

Poisson Binomial Negativa

CHISQ P CHISQ P CHISQ P CHISQ P

D V5 56 0 0 - - - - 0 0 - - - -

D V6 56 0 0 - - - - 0,3393 0,69 14,8 <0,0001 1,68 0,1948

D V7 56 0 0 - - - - 0,625 1,56 32,58 <0,0001 2,9 0,0886

D V8 56 0 0 - - - - 0,5 0,9 5,81 0,0159 0,67 0,4121

D R1 56 0,0536 0,05 9,08 0,0026 1,27 0,2597 2,1964 3,85 40,48 <0,0001 4,95 0,026

D R2 56 0 0 - - - - 0,1607 0,17 5,28 0,0216 0,53 0,4375

D R3 56 0 0 - - - - 0,2679 0,34 8,34 0,0039 0,77 0,3804

D R4 56 0,0179 0,02 21 <0,0001 2,02 0,1552 0,3036 0,28 16,99 <0,0001 2,44 0,118

D R5.1 56 0,7143 0,78 14,2 0,0002 1,19 0,275 0,5893 0,75 0,13 0,7222 0,05 0,8198

D R5.5 56 0,1964 0,19 9,69 <0,0001 9,79 0,0018 0,4464 0,61 0,33 0,5654 0,12 0,7661

D R6 56 0,2321 0,57 35,97 <0,0001 3 0,0832 0,25 0,37 3,84 0,0501 0,5 0,4786

D R7 56 0,2321 0,57 - 1 - 1 0,2143 0,2 - - - -

Teste qui-quadrado significativo (P ≤ 0,05), rejeita-se a hipótese de ajuste da distribuição testada aos dados observados.

Teste qui-quadrado não significativo (P ≥ 0,05), indica ajuste dos dados ao modelo de distribuição.

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

63

Tabela 6. Qui-quadrado e valores de p para a distribuição de Poisson e Binomial Negativa de percevejos (ninfas e adultos) de E. heros. Área

E, safra 2012/2013, município de Nazário-GO.

Área Estádio

Fenológico N

E. heros

Ninfa (Ẍ) S²

Poisson Binomial Negativa E. heros

Adulto(Ẍ) S²

Poisson Binomial Negativa

CHISQ P CHISQ P CHISQ P CHISQ P

E V5 83 0 0 - - - - 0 0 - - - -

E V6 83 0 0 - - - - 0 0 - - - -

E V7 83 0 0 - - - - 0,012 0,01 - - - -

E V8 83 0 0 - - - - 0,012 0,01 0,15 0,6947 0,09 0,766

E R1 83 0,0241 0,05 3,91 0,048 1,96 0,1614 0,012 0,01 0,71 0,4078 0,36 0,5462

E R2 83 0,012 0,01 0,9 0,3436 2,66 0,1026 0,0602 0,08 5,21 0,0224 0,5 0,4793

E R3 83 0 0 - - - - 0,0723 0,07 2,43 0,1192 1,22 0,2695

E R4 83 0,253 0,31 6,32 0,012 3,27 0,0708 0 0 - - - -

E R5.1 83 1,7952 6,61 0,63 0,4283 0,36 0,5533 0,2169 0,24 0,24 0,6237 0,13 0,7215

E R5.3 83 2,0602 5,67 8,43 0,0037 4,71 0,0299 0,3012 0,33 0,01 0,0105 0,01 0,936

E R5.5 83 2,6506 6,77 4,18 0,0408 2,26 0,1325 0,2289 0,2 0,66 0,4163 0,36 0,5503

E R6 83 0,2892 0,62 0,64 0,4231 0,32 0,5708 0,0602 0,06 0,72 0,3969 0,35 0,553

E R7 83 0,1928 0,2 1,27 0,2591 0,71 0,3998 0,3614 1,08 6,22 0,0127 0,43 0,0641

E R8 83 0,494 0,61 14,85 <0,0001 1,48 0,0036 0,241 0,28 0,19 0,663 0,1 0,7465

Teste qui-quadrado significativo (P ≤ 0,05), rejeita-se a hipótese de ajuste da distribuição testada aos dados observados.

Teste qui-quadrado não significativo (P ≥ 0,05), indica ajuste dos dados ao modelo de distribuição.

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

64

5 CONCLUSÃO

A espécie de percevejo sugador de grãos da cultura da soja predominante na

região Centro-Sul de Goiás é a de Euschistus heros.

A maior incidência de E. heros na soja ocorre a partir do estádio fenológico

R5.

A distribuição do percevejo E. heros (ninfa ou adulto) é aleatória em todos os

estádios de desenvolvimento da cultura.

As pulverizações com inseticidas não interferem na distribuição de E. heros na

lavoura de soja.

A amostragem apenas na bordadura da lavoura pode não apresentar uma boa

estimativa da população de E. heros na soja.

O controle localizado, em bordaduras, de percevejos na soja não é uma

alternativa viável, visto que os insetos se dispersam e colonizam os campos rapidamente.

A distribuição estatística a que a população de percevejos melhor se ajusta é a

binomial negativa.

Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

65

6 REFERÊNCIAS

AGROFIT. Sistema de agrotóxicos fitossanitários. Consulta de praga/doença. Disponível

em: <http://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_ agrofit_ cons>. Acesso em:

27 mai. 2012.

BELORTE, L. C.; RAMIRO, Z. A.; FARIA, A. M. Levantamento de percevejos

pentatomídeos em cinco cultivares de soja (Glycine max (L.) Merrill, 1917) na região de

Araçatuba, SP. Arquivos do Instituto Biológico, São Paulo, v. 70, p. 447-451, abr/jun.

2003.

BORROR, J. D.; WHITE, E. R. Insects. Boston: Houghton Mifflin Company, 1970. 404 p.

BRIER, H.; ROGERS, J. Susceptibility of soybean to damage by Nezara viridula (L.)

(Hemiptera: Pentatomidae) and Riptortus serripes (F.) (Hemiptera: Alydidae) during three

stage of pod development. Journal of Australian Entomological Society, Melbourne, v.

30, p. 123-128, mar. 1991.

BUENO, A. F., PANIZZI, A. R., CORRÊA-FERREIRA, B., S., HOFFMANN-CAMPO,

C. R., SOSA-GOMÉZ, D. R., GAZZONI, D. L; HIROSE, E., MOSCARDI, F., CORSO, I.

C., OLIVEIRA, L. J., ROGGIA, S. Histórico e Evolução do Manejo Integrado de Pragas

da Soja no Brasil. In: HOFFMANN-CAMPO, C. R.; CORRÊA-FERREIRA, B., S.;

MOSCARDI, F. (Ed.). Soja: Manejo Integrado de Insetos e outros Artrópodes-praga.

Brasília: Embrapa, 2012. cap. 1, p. 37-74.

CANTONE, W.; SILVA, F. A. C.; DEPIERI, R. A.; SILVA, J. J.; PANIZZI, A. R. Danos

de percevejos em sementes de soja: 6ª Jornada da Acadêmica da Embrapa Soja.

Londrina: Embrapa-CNPSo, 2011. p.16-21

CIVIDANES, F. J. Determinação das exigências térmicas de Nezara viridula (L., 1758),

Piezodorus guildinii (West., 1837) e Euschistus heros (Fabr., 1798) (Heteroptera:

Pentatomidae) visando ao seu zoneamento ecológico. 1992. 100 f. Tese (Doutorado em

Ciências Agrárias) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – Universidade de

São Paulo, Piracicaba, 1992.

CIVIDANES, F. J.; PARRA, J. R. P. Zoneamento ecológico de Nezara viridula (L.),

Piezodorus guildinii (West.) e Euschistus heros (Fabr.) (Heteroptera: Pentatomidae) em

quatro estados produtores de soja do Brasil. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil,

v. 23, p. 219-226, 1994.

CONAB. Compania Nacional de Abastecimento. Levantamentos de safra. Disponível

em: <http://www.conab.gov.br> . Acesso em: 15 jan. 2013.

Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

66

CORRÊA-FERREIRA, B. S.; PANIZZI, A. R. Percevejos da soja e seu manejo.

Londrina: Embrapa-CNPSo, 1999. 46 p.

CORRÊA-FERREIRA, B. S. Suscetibilidade da soja a percevejos na fase anterior ao

desenvolvimento das vagens. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 40, p. 1067-

1072, nov. 2005.

CORRÊA-FERREIRA, B. S.; KRZYZANOWSKI, F. C.; MINAMI, C. A. Percevejos e a

qualidade da semente de soja: séries sementes. Londrina: Embrapa-CNPSo, 2009. 16 p.

COSTA, M. L. M.; BORGES, M.; VILELA, E. F. Biologia reprodutiva de Euschistus

heros (Heteroptera: Pentatomidae). Anais da Sociedade Entomológica do Brasil. v. 27,

n.4. p 1-8. 1998.

COSTA LIMA, A. M. Insetos do Brasil: hemípteros. Rio de Janeiro: Escola Nacional de

Agronomia, 1940. 351 p.

CZEPAK, C.; ALBERNAZ, K. C.; VIVAN, L. M.; GUIMARÃES, H. O.;

CARVALHAIS, C.; Primeiro registro de ocorrência de Helicoverpa armigera(Hubner)

(Lepidoptera: Noctuidae) no Brasil. Pesq. Agropec. Trop, Goiânia, v. 43, p. 110-113,

jan/mar. 2013.

DEGRANDE, P. E. & VIVAN, L. M. Pragas da Soja In: Caju, J.; YUYAMA, M. M.;

SUZUKI, S.; CAMACHO, S. A.; (Ed.). Boletim de Pesquisa de Soja 2008.

Rondonópolis: Fundação MT, 2008. cap. 8, p. 150-163.

DEPIERI, R. A.; PANIZZI, A. R. Duration of feeding and superficial and in-depth damage

to soybean seed by selected species of stink bugs (Heteroptera: Pentatomidae).

Neotropical Entomology, Londrina, v. 40, p. 197-203, mar/abr. 2011.

DIDONET, J.; SARMENTO, R. A.; AGUIAR, R; AGUIAR, R. W. S.; SANTOS, G. R.;

ERASMO, E. A. L. Abundância de pragas e inimigos naturais em soja na região de

Gurupi, Brasil. Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia, Costa Rica, v. 5, p. 50-57,

jan/mar. 2003.

EMPRESA BRASILEIRA DE AGRICULTURA E PECUÁRIA. Tecnologias de

produção de soja região central do Brasil 2011. 21 ed. Londina: Embrapa-

CNPSo:Embrapa-Cerrados, 2010, 255 p.

GALLO, D.; NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; CARVALHO, R. P. M.; BAPTISTA,

G. C.; BERTI FILHO, E.; PARRA, J. R. P.; ZUCCHI, R. A.; ALVES, S. B.;

VENDRAMIM, J. D.; MARCHINI, L. C.; LOPES, J. R. S.; OMOTO, C. Entomologia

agrícola. Piracicaba: FEALQ, 2002. 920 p.

GAZZONI, D. L. Efeito de populações de percevejos na produtividade, qualidade da

semente e características agronômicas da soja. Pesquisa Agropecuária Brasileira,

Brasília, v.33, p.1229-1237, nov. 1998.

Page 67: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

67

GAZZONI, D.; OLIVEIRA, E. B.; CORSO, I. C.; FERREIRA, B. S. C.; VILLAS BOAS,

G. L.; MOSCARDI, F.; PANIZZI, A. R. Manejo de pragas da soja. Londrina: Embrapa-

CNPSo, 1981. 44 p.

HOFFMANN-CAMPO, C. B.; MOSCARDI, F.; CORRÊA-FERREIRA, B. S.;

OLIVEIRA, L. J.; SOSA-GOMEZ, D. R.; PANIZZI, A. R.; CORSO, I. C.; GAZZONI, D.

L.; OLIVEIRA, E. B. Pragas da soja no Brasil e seu manejo integrado. Londrina:

Embrapa Soja, 2000. 69 p.

HORI, K. Z. Possible causes of disease symptoms resulting from the feeding of

phytophagous Heteroptera. In: SCHAEFER, C. W.; PANIZZI, A. R. (Ed.). Heteroptera of

economic importance. Boca Raton: CRC Press, 2000. cap. 2, p. 11-35.

KUSS-ROGGIA, R. C. R. Distribuição espacial e temporal de percevejos da soja e

comportamento de Piezodorus guildinii (Westwood, 1837) (Hemiptera:

Pentatomidae) na soja (Glycine max) (L.) Merrill) ao longo do dia. 2009. 131 f. Tese

(Doutorado em Ciências Rurais: Entomologia Agrícola)-Escola de Agronomia,

Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2009.

LIMA, D.; SANTOS, A. M. B.; GARCIA, A.; OLIVEIRA, A. B.; CORRÊA-FERREIRA,

B. S.; SEIXAS, C. D. S.; OLIVEIRA, F. A.; SILVA, J. F. V.; SANTOS, J. C. F.;

LANDGRAFL, L.; OLIVEIRA, L. J.; OLIVEIRA, M. A.; SOARES, R. M. A produção

integrada da soja. Londrina: Embrapa-CNPSo, 2008. 8 p.

MOURÃO, A. P. M. Influência do fotoperíodo na indução da diapausa do percevejo

marrom, Euschistus heros (F.) (Heteroptera: Pentatomidae). 1999. 76 f. Dissertação

(Mestrado em Agronomia)-Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 1999.

OLIVEIRA, L. J.; HOFFMANN-CAMPO, C. B. Alternativas para manejo de corós e do

tamanduá da soja. In: Corrêa-Ferreira, B. S. (Ed.). Soja orgânica: Alterantivas para o

manejo dos insetos-pragas. Londrina: Embrapa-CNPSo, 2003. cap. 5, p. 33-54.

PANIZZI, A. R.; GALILEO, M. H. M.; GASTAL, H. A. O.; TOLEDO, J. F. F.; WILD, C.

H. Dispersal of Nezara viridula and Piezodorus guildinii nymphs in soybeans.

Environmental Entomology, Portland, v. 9, p. 293-297, jun. 1980.

PANIZZI, A. R. Impacto de leguminosas na biologia de ninfas e efeito da troca de

alimento no desempenho de adultos de Piezodorus guildinii (Heteroptera: Pentatomidae).

Revista Brasileira de Biologia, São Carlos, v. 47, p. 585-591, abr/jun. 1987.

PANIZZI, A. R. Performance of Piezodorus guildinii on four species of Indigofera.

Entomologia Experimentalis et Applicata, v. 63, p. 221-228, abr. 1992.

PANIZZI, A. R.; SILVA, F. A. C. Seed-sucking bugs (Heteroptera). In: PANIZZI, A. R.;

PARRA, J. R. P. (Ed.). Insect bioecology and nutrition for integrated pest

management. Boca Raton: CRC Press, 2012. cap. 18, p. 295-324.

PARRA, J. R. P.; BOTELHO, P. S. M.; CORRÊA-FERREIRA, B. S.; BENTO, J. M. O.;

Futuro do controle biológico. In: PARRA, J. R. P.; BOTELHO, P. S. M.; CORRÊA-

Page 68: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

68

FERREIRA, B. S.; BENTO, J. M. (Ed.). Controle biológico no Brasil. São paulo:

Manole, 2002. cap. 13, p. 122-143.

QUINTELA, E. D.; TEIXEIRA, S. M.; FERREIRA, S. B.; GUIMARÃES, W. F. F.;

OLIVEIRA, L. F. C.; CZEPAK, C. Desafios do manejo integrado de pragas de soja no

Brasil Central. Goiânia: Embrapa Arroz e Feijão, 2007. 7 p.

ROSA-GOMES, M. F. Avaliação de danos de quatro espécies de percevejos

(Heteroptera: Pentatomidae) em trigo, soja e milho. 2010. 93 f. Tese (Doutorado em

Agronomia) – Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo, 2010.

SALUSO, A.; XAVIER, L.; SILVA, F. A. C.; PANIZZI, A. R. An invasive pentatomid

pest in Argentina: neotropical brown stink bug, Euschistus heros (F.) (Hemiptera:

Pentatomidae). Neotropical Entomology, Londrina, v. 40, p. 704-705, nov/dez. 2011.

SCHUMANN, F. W.; TODD, J. W. Population dynamics of the southern green stink bug

(Heteroptera: Pentatomidae) in relation to soybean phenology. Journal of Economic

Entomology, Portland, v. 75, p. 748-753, ago. 1982.

SORIA, M. F.; DEGRANDE, P. E.; PANIZZI, A. R. Algodoeiro invadido. Revista

Cultivar, Pelotas, v. 131, p. 18-20, jan. 2010.

SOSA-GÓMEZ, D. R.; MOSCARDI, F.; CORRÊA-FERREIRA, B. S.; OLIVEIRA, L.

J.; HOFFMANN-CAMPO, C. B.; PANIZZI, A. R.; CORSO, I. C.; BUENO, A. de

F.; HIROSE, E.; GAZZONI, D. L.; OLIVEIRA, E. B. Soja: manejo integrado de

pragas. Curitiba: Embrapa Soja, 2010 a. 83 p.

SOSA-GÓMEZ, D. R.; CORRÊA-FERREIRA, B. S.; HOFFMANN-CAMPO, C.

B.; CORSO, I. C.; OLIVEIRA, L. J.; MOSCARDI, F.; PANIZZI, A. R.; BUENO, A. de

F.; HIROSE, E. Manual de identificação de insetos e outros invertebrados da cultura

da soja. 2. ed. Londrina: Embrapa Soja, 2010 b. 90 p.

SOUZA, L. A.; BARBOSA, J. C.; GRIGOLLI, J. F. J.; FRAGA, D. F.; KUBOTA, M. M.;

BUSOLI, A. C. Distribuição espacial de Spodoptera eridania na cultura da soja. In: XXXII

Reunião de Pesquisa de Soja da Região Central do Brasil, 32. 2011, São Pedro. Resumos...

São Pedro: Embrapa Soja, 2011. p. 368.

STÜRMER, G. R.; GUEDES, J. V. C.; CARGNELUTTI FILHO, A.; SANTOS, G. O.;

STEFANELO, L.; BOSCHETTI, M.; TOMAZI, B. Distribuição espacial e temporal de

percevejos na cultura da soja (Glycine max (l.) Merrill) em Santa Maria. In: SIMPÓSIO

DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO, 15. 2011. Santa Maria. Anais eletrônicos...

Santa Maria: UFSM, 2011a. Disponível em: < http://www.unifra.br/eventos/sepe2011/

Trabalhos/tecnologia/Completo/1619.pdf >. Acesso em 23 fev. 2011.

STÜRMER, G. R.; CARGNELUTTI FILHO, A; GUEDES, J. V. C.; FACCO, G.;

TOEBE, M.; STEFANELO, L. S.; BURTET, L. M.; FIORENTINI, A. Tamanho de

amostra para a avaliação de percevejos da espécie Piezodorus guildinii em soja coletados

com diferentes métodos de amostragem. In: SIMPÓSIO DE ENSINO, PESQUISA E

EXTENSÃO, 15, 2011. Santa Maria. Anais eletrônicos... Santa Maria: UFSM, 2011b.

Page 69: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA … · A Deus em primeiro lugar por ter me concebido a vida e sempre estar ao meu lado, iluminando meu caminho e me dando forças

69

Disponível em: <http://www.unifra.br/eventos/sepe2011/Trabalhos/tecnologica/Completo/

1449.pdf > Acesso em 23 fev. 2011.

TERRY, I.; BRADLEY, J. R.; VAN DUYN, J. W. Heliothis zea (Lepidoptera: Noctuidae)

eggs in soybeans: Within-field distribution an precision level sequential count plans.

Environmental Entomology, Portland, v.18, p. 908-916, dez. 1989.

VILLAS-BÔAS,G. L.; GAZZONI, D. L.; OLIVEIRA,M. C. N.; COSTA, N. P.;

ROESSING, A. C.; FRANÇA-NETO, J. B.; HENNING, A. A. Efeito de diferentes

populações de percevejos sobre o rendimento e seus componentes, características

agronômicas e qualidade de semente de soja. Londrina: Embrapa CNPSo, 1990,43 p.

YOUNG, L. J.; YOUNG, J. H. Statistical Ecology: a population perspective.

Massachusetts: Kluwer, 1998. 568 p.

ZAMBOLIN, L.; ZAMBOLIN, E. M. Agricultura de precisão. In: ZAMBOLIN, L.;

CONCEIÇÃO, M. Z.; SANTIAGO, T. (Ed.). O que os engenheiros agrônomos devem

saber para orientar o uso de produtos fitossanitários. Viçosa: UFV/DFP, 2008. cap. 5, p

71-94.