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http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-76122011000300009&script=sci_arttext April 10, 2013 Revista de Administração Pública ARTIGOS Estresse ocupacional na administração pública Brasileira: quais os fatores impactantes? Occupational stress in the Brazilian public administration: what are the impacting factors? Moises Balassiano I ; Elaine Tavares II ; Roberto da Costa Pimenta III I PhD em psicologia quantitativa pela University of Illinois (EUA). Professor da Fucape Business School. Endereço: Av. Fernando Ferrari, 1358 - Boa Vista - CEP 29075-505, Vitória, ES, Brasil. E- mail: [email protected] II Doutora em administração pela Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getulio Vargas (Ebape/FGV). Pós-doutoranda no Centre d'Etude et de Recherche en Gestion Aix Marseille, Université Aix-Marseille III - Aix-en-Provence - France. Professora da Ebape/FGV. Endereço: 3 Rue du Bras D'Or. BT D - 13100, Aix-en-Provence, France. E-mail: [email protected] III Doutor em administração pela Ebape/FGV. Pesquisador da Ebape/FGV. Endereço: Praia de Botafogo, 190, 5º andar - Botafogo - CEP 22250-900, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail: [email protected] RESUMO Neste artigo é examinado o estresse ocupacional no ambiente organizacional da administração pública brasileira. Na recensão teórica, são indicados os principais estressores organizacionais apontados na literatura especializada e identificados efeitos destes estressores sobre a saúde e o desempenho do indivíduo. A pesquisa empírica utilizou dados de uma investigação realizada com base em uma amostra de 242 servidores públicos federais. Na identificação dos estressores e dos sintomas de estresse, bem como a forma como eles se relacionam, foi utilizado um modelo de equações estruturais (SEM). Com base nesse modelo, foram identificados três tipos de estressores ambientais: emoção, social e mobilidade, na forma percebida pelos servidores. Foram também identificados dois tipos de estresse: o psicológico e o fisiológico. Os resultados revelam que apenas o fator emocional presente no ambiente de trabalho nas organizações públicas influencia o estresse ocupacional psicológico, entre os fatores estudados. Espera-se que os resultados possam contribuir para orientar gestores públicos a criar um ambiente propício ao trabalho, com melhor qualidade de vida, gerando condições favorecedoras a altos padrões de produtividade na administração pública brasileira. Palavras-chave: estresse ocupacional; administração pública; modelo de equações

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http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-76122011000300009&script=sci_arttext April 10, 2013

Revista de Administração Pública

ARTIGOS

Estresse ocupacional na administração pública Brasileira: quais os fatores impactantes?

Occupat ional stress in the Brazilian public administrat ion: what are the impact ing factors?

Moises Balassiano I; Elaine TavaresII; Roberto da Costa PimentaIII

IPhD em psicologia quant itat iva pela University of Illinois (EUA). Professor da Fucape BusinessSchool. Endereço: Av. Fernando Ferrari, 1358 - Boa Vista - CEP 29075-505, Vitória, ES, Brasil. E-mail: [email protected] em administração pela Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas daFundação Getulio Vargas (Ebape/FGV). Pós-doutoranda no Centre d'Etude et de Recherche enGest ion Aix Marseille, Université Aix-Marseille III - Aix-en-Provence - France. Professora daEbape/FGV. Endereço: 3 Rue du Bras D'Or. BT D - 13100, Aix-en-Provence, France. E-mail:[email protected] em administração pela Ebape/FGV. Pesquisador da Ebape/FGV. Endereço: Praia deBotafogo, 190, 5º andar - Botafogo - CEP 22250-900, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail:[email protected]

RESUMO

Neste art igo é examinado o estresse ocupacional no ambiente organizacional daadministração pública brasileira. Na recensão teórica, são indicados os principais estressoresorganizacionais apontados na literatura especializada e ident if icados efeitos destesestressores sobre a saúde e o desempenho do indivíduo. A pesquisa empírica ut ilizou dadosde uma invest igação realizada com base em uma amostra de 242 servidores públicos federais.Na ident if icação dos estressores e dos sintomas de estresse, bem como a forma como eles serelacionam, foi ut ilizado um modelo de equações estruturais (SEM). Com base nesse modelo,foram ident if icados três t ipos de estressores ambientais: emoção, social e mobilidade, naforma percebida pelos servidores. Foram também ident if icados dois t ipos de estresse: opsicológico e o f isiológico. Os resultados revelam que apenas o fator emocional presente noambiente de trabalho nas organizações públicas inf luencia o estresse ocupacional psicológico,entre os fatores estudados. Espera-se que os resultados possam contribuir para orientargestores públicos a criar um ambiente propício ao trabalho, com melhor qualidade de vida,gerando condições favorecedoras a altos padrões de produt ividade na administração públicabrasileira.

Palavras-chave: estresse ocupacional; administração pública; modelo de equações

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estruturais.

ABSTRACT

In this art icle, we examine occupat ional stress in the organizat ional environment of the Brazilianpublic administrat ion. In the theoret ical review, the major organizat ional stressors highlighted inthe literature are pointed out and their ef fects on health and performance of individuals areident if ied. The empirical research used data f rom a survey based on a sample of 242 federalpublic servants. A Structural Equat ion Model (SEM) was used to ident ify the stressors, therelated stress symptoms, as well as the way they relate with each other. Three types ofenvironmental stressors has been ident if ied, namely: emot ion, and social mobility, as perceivedby the servants. The symptoms were classif ied according to two types of stress: psychologicaland physiological. The results show that only the emot ional factor present in the workplace, inpublic organizat ions, inf luences the psychological occupat ional stress, among the factorsstudied. It is expected that the present results may help public managers to create betterenvironment and a workplace favorable with high standards of product ivity in the Brazilianpublic administrat ion.

Key words: occupat ional stress; public administrat ion; structural equat ion model.

1. Introdução

O estresse no trabalho tem sido um tema amplamente discut ido na literatura nos últ imos anos.A natureza do estresse ocupacional, seus mecanismos e suas consequências para a saúde e odesempenho do trabalhador têm sido objeto de um número signif icat ivo de pesquisas(Cavanaugh, 2000; Cohen et al., 1995; Evans e Steptoe, 2001; Mackie, Holahan, e Gott lieb,2001; Pollard, 2001; Wang e Patten, 2001).

O interesse acerca do tema se deve à preocupação dos pesquisadores com as váriasconsequências negat ivas que podem decorrer do estresse. Theorell (1985) demonstrou que,quando as condições de trabalho forem percebidas como estressantes de maneirapermanente, poderão exist ir efeitos sobre o bem-estar psicológico e f ísico. Spielberger eReheiser (1994) ressaltaram que o estresse no local de trabalho resulta em custos muitoelevados para indivíduos, para organizações e para a sociedade.

Há um consenso na literatura de que o estresse intenso ou prolongado pode ter impactonegat ivo na saúde f ísica e mental de uma pessoa (Cooper et al., 2001), podendo, em situaçõesextremas, causar doenças cardíacas, dores generalizadas, distúrbios gastrointest inais,ansiedade e depressão (Johnson et al., 2005). A psicopatologia do trabalho coloca osofrimento no centro da relação psíquica entre o homem e o t rabalho. Dejours (1992, 1996)busca compreender como os trabalhadores, em sua maioria, conseguem preservar umequilíbrio psíquico e manter-se na normalidade, por meio de suas estratégias defensivas, emque a loucura seria o mais esperado, devido à exploração do sofrimento no ambienteorganizacional.

Segundo Albrecht (1990), o estresse é uma doença que se tornou recorrente e está t razendoum elevado custo em termos de saúde e bem-estar emocional. O estado prolongado depreocupação, alerta e ansiedade, que caracteriza uma forte carga de estresse, se t ransformounum grande inimigo das pessoas (Albrecht, 1990; Moraes e Kilimnik, 1992).

O relaxamento na busca por um ambiente de trabalho propício para o bem-estar e para aprodut ividade, as doenças ocupacionais, mentais e f ísicas, ref letem, em termos f inanceiros, o

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custo oculto do estresse no trabalho (Figueroa et al., 2001). Trabalhadores estressadostendem a uma diminuição no desempenho e na qualidade de seu trabalho e a gerar umaumento dos custos das organizações com problemas de saúde e com o aumento doabsenteísmo, da rotat ividade e do número de acidentes no local de trabalho (Meng-Jinn eCunradi, 2008; Jex, 1998; Rees, 1995).

Nesta perspect iva, Santos e colaboradores (1999) consideram que pesquisar o estresseocupacional const itui uma tentat iva de conhecer melhor as variáveis que interferem noajustamento do homem às mudanças das condições de trabalho, e o que pode ser feito parafacilitar esta relação, promovendo melhoria da qualidade de vida do trabalhador e, assim,melhores condições para o incremento da produt ividade.

Diversas pesquisas conceituam o estresse ocupacional de formas dist intas (Rees e Redfern,2000). Jex (1998), por exemplo, classif ica as def inições de acordo com três aspectos: (1)est ímulos do ambiente de trabalho, conhecidos por estressores organizacionais, que exigemrespostas adaptat ivas por parte do funcionário e que excedem sua habilidade deenfrentamento; (2) as diversas respostas que os indivíduos emitem quando expostos aosestressores; e (3) o processo geral em que demandas do trabalho têm impacto nosfuncionários. De acordo com esta taxonomia, os estudos podem se basear nos estressoresorganizacionais, nas respostas do indivíduo a esses estressores ou nas diversas variáveispresentes no processo estressor-resposta.

No entanto, os principais estudos da área indicam que as percepções dos indivíduos sãomediadoras do impacto do ambiente de trabalho sobre o indivíduo. É preponderante a ideia deque, para algo na organização ser um estressor, ele precisa ser percebido como tal pelofuncionário (Paschoal e Tamayo, 2004).

Desta ót ica, o estresse ocupacional pode ser def inido como um processo em que o indivíduopercebe demandas do trabalho como estressores, os quais, ao exceder sua habilidade deenfrentamento, provocam no sujeito reações negat ivas (Paschoal e Tamayo, 2004).

Esta def inição está de acordo com o modelo de Michigan, apresentado por Seegers e VanElderen. Segundo os autores:

O estresse é o resultante da percepção sobre a discordância entre as exigênciasda tarefa e os recursos pessoais para cumprir as ditas exigências. Uma pessoapode sentir esta discordância como desafio e, em consequência, reagirdedicando-se à tarefa. Caso contrário, se a discordância é percebida comoameaçadora, então o trabalhador enfrentar-se-á com uma situação estressantenegativa, que pode conduzi-lo a evitar a tarefa (Seegers e Van Elderen,1996:213).

Neste sent ido, qualquer intervenção em relação ao estresse ocupacional necessita ident if icarcorretamente os estressores organizacionais. O sucesso de qualquer esforço para minimizar oestresse e maximizar a sat isfação no trabalho depende deste diagnóst ico, porque diferentest ipos de estresse requerem diversas ações (Fulcheri et al., 1995). Por esta razão, osestressores despertam tanto interesse (Steinmetz e Schmidt, 2010).

O estresse ocupacional está presente em qualquer prof issão ou nível hierárquico (Albrecht,1990; Mota et al., 2008, Laranjeira, 2009). A apt idão de criar e manter um ambiente compresença reduzida de estressores organizacionais é uma exigência crescente e todoadministrador deve estar capacitado para gerir e reduzir o próprio estresse e para auxiliar nadiminuição das tensões de seus subordinados. Além disto, é necessário admit ir que hajaestressores inerentes à natureza da at ividade, à cultura organizacional e às interaçõeshumanas. Ainda assim, a ident if icação dos estressores é essencial para que se possa adequar

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o perf il dos cargos à convivência com estes estressores.

Devido à sua relevância para o entendimento do tema estresse ocupacional, os estressoresocupacionais têm sido pesquisados em muitas prof issões, como professores (Travers eCooper, 1993), prof issionais de saúde (Cooper et al., 1999), enfermeiras e assistentes sociais(Kahn, 1993; Chen et al., 2009, Admi e Moshe-Eilon, 2010), policiais militares (Costa et al.,2007), militares (Campbell e Nobel, 2009) e gestores (Skakon et al., 2011).

No Brasil, essas invest igações abrangem categorias dist intas, como professores do ensinosuperior (Marques e Paiva, 1999; Ayres et al., 1999), magistrados (Lipp e Tanganelli, 2002),gestores de empresa pública (Couto e Paiva, 2008), bancários (Veloso e Pimenta, 2004),funcionários do setor automobilíst ico (Santos et al., 1999) e caixas de supermercado (Couto eMoraes, 1999).

No que diz respeito ao campo da administração pública, percebe-se que ainda há uma carênciade pesquisas sobre o estresse ocupacional no Brasil. Neste contexto, uma pesquisa sobre oestresse ocupacional parece oportuna e relevante. Como consequência da signif icat ivatransformação do modelo de gestão das organizações públicas ocorrida nos últ imos 10 anos,o ambiente dessas organizações incorporou uma nova dinâmica de trabalho que pressupõenovas habilidades e competências dos indivíduos.

Diante dessa nova perspect iva, inerente ao mundo digitalizado e que pressupõe aimplementação de novas prát icas gerenciais e a adoção de novas tecnologias, o ambiente detrabalho nas organizações públicas sofreu diversas alterações com o propósito básico dealcançar um desempenho mais produt ivo.

Neste cenário, esta pesquisa tem o objet ivo de ident if icar estressores próprios do âmbito dotrabalho, no funcionalismo público no Brasil. Mais especif icamente, desenvolveu-se a presentepesquisa para invest igar a inf luência do ambiente do trabalho no estresse de servidorespúblicos federais.

A busca de evidências empíricas, que permitam inferir considerações relat ivas à percepção dosservidores públicos federais quanto à inf luência do ambiente de trabalho no desempenho desuas tarefas, rat if ica a importância do estudo para o campo das organizações públicas eest imula o debate sobre o tema. Isto é especialmente oportuno em face do momento ímpar deprof issionalização da função pública a part ir da Reforma do Aparelho do Estado e dasrecentes inovações tecnológicas, que imprimiram mudanças substant ivas no ambiente detrabalho da administração pública brasileira.

2. Aspectos teóricos

A pesquisa acadêmica ut iliza uma grande diversidade de estressores organizacionais (Johnsonet al., 2005). Estes estressores podem ser de natureza f ísica (por exemplo, barulho, vent ilaçãoe iluminação do local de trabalho) ou psicossocial, e estes últ imos têm despertado maisinteresse nos psicólogos organizacionais.

Ao invest igarem os estressores organizacionais, Cooper e Marshall (1976) def iniram cincofontes de estresse:

(1) fatores intrínsecos ao trabalho, incluindo aspectos como baixas condições detrabalho, sobrecarga de informação, pressão de prazos, mudanças tecnológicas.A ambiência física presente em fatores como a qualidade do ar, a iluminação, adecoração, o barulho e o espaço pessoal pode influenciar o humor e o estadomental das pessoas;

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(2) papel na organização, incluindo ambiguidade e conflito de papéis. Aambiguidade de papéis ocorre quando o indivíduo não tem uma visão clara sobreos objetivos de seu trabalho, da expectativa que seus colegas têm sobre ele e doescopo e responsabilidade de sua função;

(3) desenvolvimento de carreira, incluindo falta de segurança no emprego, faltaou excessos de promoções e obsolescência;

(4) relacionamentos no trabalho, incluindo relacionamentos com os colegas ecom os superiores. Lidar com os chefes, pares e subordinados pode afetarbastante a forma com que o indivíduo se sente ao fim do dia; e

(5) estrutura e clima organizacional, incluindo baixo envolvimento na tomada dedecisão e em questões políticas.

Entre os fatores intrínsecos ao trabalho, de acordo com Glowinkowski e Cooper (1987), asobrecarga de trabalho tem recebido considerável atenção dos pesquisadores. Este estressorpode ser dividido em dois níveis: quant itat ivo e qualitat ivo. A sobrecarga quant itat iva dizrespeito ao número excessivo de tarefas a serem realizadas; isto é, a quant idade de tarefasencontra-se além da disponibilidade do trabalhador. A sobrecarga qualitat iva refere-se àdif iculdade do trabalho, ou seja, o indivíduo depara-se com demandas que estão além de suashabilidades ou apt idões (Glowinkowski e Cooper, 1987; Jex, 1998).

Nos relacionamentos no ambiente de trabalho, a maioria das ocupações envolve interaçõesentre pessoas, seja entre colegas de mesmo nível hierárquico, superiores e subordinados ouentre funcionários e clientes, que podem gerar outra fonte de estresse (Glowinkowski eCooper, 1987; Jex, 1998). Os estudos de Iwata e Suzuki (1997) e de Ramirez e colaboradores(2008) observaram que o suporte social se relacionou negat ivamente ao estresse.

Em relação à estrutura e ao clima organizacional, outro t ipo de estressor, comumente relatadona literatura, refere-se ao controle/autonomia no trabalho (Johnson et al., 2005). O controletem sido tratado em termos da autonomia do trabalhador em relação às decisões e aosmétodos de trabalho (Paschoal e Tamayo, 2004).

Há ainda variáveis pessoais que inf luenciam o estresse ocupacional. O est ilo de enfrentamentodo funcionário diante dos eventos estressores consiste na principal variável individual,representando, ainda, um ponto central de muitos estudos (Iwata e Suzuki, 1997).

De forma mais abrangente, Cooper e Baglioni (1988) propuseram que o estresse é resultado dainteração de várias fontes de pressão com o indivíduo. Com relação a essas fontes de pressãono trabalho, Cooper e colaboradores (1988, 1999) ident if icaram como estressores: (i) fatoresintrínsecos ao trabalho, (ii) os relacionamentos interpessoais, (iii) a sat isfação do trabalhadorem termos de carreira e perspect ivas futuras; e (iv) o clima e a estrutura organizacionais.

Além das fontes de pressão, Cooper e colaboradores (1988, 1999) também ident if icaram que oestresse ocupacional tem sintomas f ísicos e mentais, que podem se mostrar, no nívelindividual, por dores, depressão, alienação, apat ia e ansiedade.

Dejours (1992, 1996), ao estudar o prazer e o sofrimento ocasionados pelo t rabalho,evidenciou que a exploração do sofrimento não cria doenças mentais específ icas, pois aspressões no ambiente organizacional acabam ret irando das organizações os sujeitos quesofrem de sintomas mentais. As pesquisas relat ivas à teoria do estresse estão maisposicionadas no domínio no qual o psiquismo dos trabalhadores não sai da normalidade(Dejours, 1996).

Estas pesquisas apontam, entretanto, uma alternat iva ao adoecer psíquico, que reside na

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somatização das doenças (Dejours, 1992:126). A compet ição e o conf lito nas organizaçõestêm efeitos relacionados à saúde dos execut ivos. Os efeitos, a longo prazo, são debilitantes eexpõem os execut ivos a um grande número de riscos médicos e psicológicos à saúde (Mota etal., 2008).

Tal como os resultados de Cooper, Elkins e colaboradores (2010) também mostraram que oestresse ocupacional está associado a sintomas de depressão e ansiedade, como distúrbiosde sono, dif iculdade de manter atenção e fast io. Efeitos similares foram apontados pelaUniversidade de Loughborough (2009), que atribuiu ao estresse ocupacional dores, enjoos,ansiedade, dif iculdades para dormir e falta de concentração. A estafa é um risco para oexecut ivo e, além dos problemas psicológicos, apresenta também sintomas f ísicos, tais comodores, insônia e falta de fôlego (Quick et al., 2003).

Especif icamente na área da administração pública, o departamento de saúde e segurança daFederação dos Funcionários Públicos do Estado de Nova York (New York State PublicEmployees Federat ion, 2010) ident if icou como efeitos do estresse ocupacional problemas deestômago, distúrbios de sono e fadiga.

3. Aspectos metodológicos

Consoante o objet ivo precípuo do trabalho, qual seja, ident if icar e relacionar os estressoresprovenientes do ambiente do trabalho, foi delineado um estudo exploratório que permit isseavaliar a dinâmica da estrutura das relações das associações envolvendo um elenco depossíveis estressores e sintomas predef inidos. Os princípios metodológicos que nortearam acondução da invest igação são, a seguir, apresentados.

Amostra

Visando a obtenção dos dados que permit issem a ident if icação dos estressores e sintomas doestresse ocupacional, foi selecionada uma amostra const ituída por 242 funcionários públicosfederais civis at ivos f iliados ao Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal noEstado do Rio de Janeiro (Sintrasef). Esta ent idade agrega servidores de aproximadamente 70órgãos públicos federais, da administração direta e indireta, no estado do Rio de Janeiro.

O perf il da amostra foi marcado, preponderantemente, por servidores do sexo masculino(69,5%), com faixa etária acima de 31 anos (90,5%). Esse perf il foi comparado com os dadosdisponíveis sobre a população, em que pode ser observada a similaridade desejada. Segundo oBolet im Estat íst ico de Pessoal, emit ido pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestãodo governo brasileiro (Brasil, 2010), o estado do Rio de Janeiro possui 103.479 servidorespúblicos federais civis at ivos. Destes, 50,8% são do sexo masculino, com idade média de 47anos.

Os dados

O instrumento de coleta dos dados foi um quest ionário const ituído de duas seções, com itensconsolidados a part ir da revisão bibliográf ica. Na primeira seção, foram apresentadas questõesfechadas, de acordo com uma escala de diferencial semânt ico de cinco pontos que t inhamcomo objet ivo descrever o ambiente de trabalho. Na segunda, foram apresentados itensbinários, na forma de check-list, que indagavam a possível presença, ou não, de sintomasrelacionados ao estresse, tal como percebida pelos respondentes.

Os quest ionários foram aplicados no próprio local de trabalho dos servidores, após breveexplicação do objet ivo do estudo e do conteúdo das questões levantadas.

Os construtos e seus indicadores

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Com o propósito de se ident if icar quantas e quais dimensões poderiam ser def inidas a part irdas variáveis de meio ambiente e as de sintomas de estresse, submeteram-se, primeiramente,os dados a uma análise fatorial exploratória. As relações entre as variáveis observáveisdef iniram uma estrutura latente para o meio ambiente e outra para os sintomas de estresse.Em ambos os casos, as variáveis que não carregaram de modo signif icat ivo em qualquer fator,ou cujo grupamento deixou de fazer algum sent ido teórico ou prát ico, foram alijadas doestudo. Contribuiu para a obtenção de um resultado mais conf iável o estabelecimento docritério de maximização do coef iciente alfa de Cronbach (1951), visando aumentar af idedignidade do construto por meio de maior consistência interna de seus indicadores.

A avaliação da adequação do método ut ilizado no estudo à base de dados foi feita a part ir dedois indicadores descritos no quadro 1: o teste de Kaiser-Meyer-Oklin para a adequação dotamanho da amostra e o teste da esfericidade da matriz das correlações entre as variáveis. Noprimeiro caso, o valor da estat íst ica, 0,783, mostrou-se meritório para a amostra de 250servidores, enquanto o teste da esfericidade rejeitou a hipótese nula de que a matriz dasassociações entre as variáveis pudesse ser considerada diagonal, caso que tornaria o métodode análise adotado inadequado.

Representando 70,9% do total das variâncias das variáveis observáveis, a estrutura latenteassociada ao meio ambiente, constante da primeira seção do quest ionário, ident if icou trêsdimensões. Em função do que as variáveis alocadas a cada dimensão guardavam em comum,esses fatores foram def inidos como Emoção, Social e Mobilidade.

O quadro 2 fornece a especif icação dos construtos def inidos como os fatores latentesexógenos, associados ao meio ambiente, a serem considerados no modelo a ser propostoposteriormente, bem como seus respect ivos indicadores e o coef iciente alfa associado.

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A operacionalização dos fatores latentes endógenos, relacionados ao estresse, foi realizada apart ir dos sintomas apresentados na segunda seção do quest ionário. A análise fatorial,também exploratória, discriminou dois fatores explicando 37,5% do total das variâncias dasvariáveis observáveis. Pôde-se constatar que, de fato, o estresse poderia ser caracterizado apart ir de duas fontes: o psicológico e o f isiológico. Os sintomas foram alocados ao fator(estresse) em função da carga fatorial prevalente. Nota-se que os sintomas relacionados aosono f icaram todos associados ao fator psicológico de acordo com o método ut ilizado. Oquadro 3 apresenta, como o anterior, os fatores, seus indicadores e o coef iciente alfaassociado.

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O modelo

A ident if icação dos estressores e dos sintomas do estresse, bem como a forma como eles serelacionam, foi modelada de acordo com o modelo de equações estruturais (SEM). A ut ilizaçãodo SEM em pesquisas sobre estresse ocupacional não é f requente. A maioria dos estudosnesta área ut iliza métodos mais simplif icados, como análise fatorial exploratória e, na maiorparte dos casos, distribuição de frequências. No entanto, a literatura aponta uma preocupaçãoexpressa pela necessidade de ut ilização de métodos mais conf iáveis nas pesquisas sobreestresse ocupacional (Bunce e Stephenson, 2000; Evers, Frese e Cooper, 2000).

Ident if icados os fatores ambientais que supostamente poderiam inf luenciar a ocorrência deestresse, part iu-se para se testar as hipóteses sobre as possíveis inf luências de cada um deles.As hipóteses a serem testadas foram def inidas como:

H01: O fator emocional, verif icado nos ambientes de trabalho, tem efeito sobre o estresseocupacional;

H02: O fator social, verif icado nos ambientes de trabalho, tem efeito sobre o estresseocupacional; e

H03: O fator mobilidade, verif icado nos ambientes de trabalho, tem efeito sobre o estresseocupacional.

Entende-se como estresse, para o desenvolvimento dos testes, a ocorrência de um conjuntode sintomas presentes no cot idiano dos servidores. Para as t rês af irmat ivas acima foramconsideradas as duas formas de estresse, psicológico e f isiológico, tais como ident if icadas nasanálises preliminares, por meio da avaliação exploratória.

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Para se testar as hipóteses acima, foi elaborado um modelo de equações estruturais (SEM), noqual cada variável latente exógena, expressa pelos fatores ambientais, representa umapossível causa para cada uma das variáveis latentes endógenas, expressas pelas duas formasde estresse. O método de análise proposto tem se propagado sobremaneira nos últ imos 10anos nas diversas áreas da administração. Os estudos das relações simultâneas envolvendovariáveis observáveis e latentes receberam um grande impulso, principalmente após ostrabalhos de Wright (1960), Jõreskog (1973), Keesing (1972) e Wiley (1973), que levaram aodesenvolvimento do aplicat ivo Lisrel, por Jõreskog e Sõrbom (1996), precursor dos pacotesestat íst icos que o sucederam, tais como Amos, EQS, Liscomp e outros.

Este modelo, em sua forma geral, é const ituído por dois submodelos: um de medidas e outroestrutural. O primeiro permite medir as variáveis latentes a part ir de seus indicadores, com basenos instrumentos da Análise Fatorial Conf irmatória, enquanto o segundo ut iliza taismensurações para avaliar as possíveis relações entre as variáveis latentes. A especif icação domodelo é a parte fundamental do processo, pois a part ir dela é que as relações a seremtestadas são efet ivamente postuladas. Outro fator importante é a avaliação da capacidade deo modelo ter seus parâmetros est imados (ident if icados) com as informações fornecidas pelasassociações entre as variáveis observáveis. A dinâmica das relações entre as variáveisobserváveis é que permit irá, em últ ima forma, avaliar a signif icância das relações estruturaisque se deseja testar.

Para o presente estudo, o modelo especif icado foi def inido de acordo com o diagramaexposto na f igura 1.

De acordo com o diagrama representat ivo do modelo, pela parte estrutural, os fatoresambientais, representados pelas dimensões emoção, social e mobilidade, têm efeito sobre asduas formas de estresse. A parte conf irmatória do modelo foi construída com base nosresultados da análise exploratória que extraiu os fatores a part ir dos indicadores, tanto para asvariáveis exógenas, ambientais, quanto para as endógenas, relacionadas aos sintomas.

4. A análise dos dados

De acordo com Jõreskog e Sõrbom (1996), a medida de associação indicada para variáveiscom nível ordinal de mensuração, como as ut ilizadas no presente estudo, é a correlaçãopolicórica. A matriz das correlações ut ilizada como input do modelo encontra-se disposta noquadro 4.

Tendo como base o modelo apresentado na f igura 1, foi ut ilizado o programa Lisrel para seest imar os coef icientes associados às relações estabelecidas. Primeiramente foram obt idos oscoef icientes dos submodelos de medidas, para as t rês variáveis latentes exógenas, emoção,social e mobilidade, e para as variáveis latentes endógenas, estresse psicológico e estressef isiológico. Todos foram signif icat ivos a 5%.

O quadro 5 apresenta o resumo dos valores dos coef icientes (cargas fatoriais), os errospadronizados, os valores da estat íst ica t a eles associados e os coef icientes padronizados(cargas padronizadas) para as variáveis latentes exógenas. Para se f ixar a escala das variáveislatentes, foi atribuído valor unitário para as relações entre as primeiras variáveis indicadoras emrelação aos conceitos por elas mensurados. Esta é também uma condição suf iciente para aident if icação dos coef icientes, segundo Bollen (1989).

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De acordo com os resultados do quadro 5, notamos que todos os indicadores carregaram osrespect ivos fatores latentes de modo signif icat ivo a 5%. Para permit ir uma avaliaçãocomparat iva entre os indicadores com maiores impactos para cada fator, foram calculados oscoef icientes padronizados. Nota-se que, para o fator emoção, o indicador t ranquilo-estressante desempenhou um papel mais importante do que os demais, com cargapadronizada de 0,82. Gent il-brutal foi o fator mais inf luente para o fator social (0,93) edinâmico-monótono para o fator mobilidade, com carga padronizada de 0,73.

Para as variáveis latentes endógenas, foram obt idos os valores descritos no quadro 6. Comono caso anterior, todos os indicadores carregaram signif icat ivamente a 5% nos dois fatores.Sonolência foi o sintoma com maior impacto sobre o estresse psicológico, com carga padrãode 0,64, seguido de falta de atenção com 0,60. Para o estresse f isiológico o sintoma maisinf luente foi enjoo, com carga padrão igual a 0,70, seguido de tonteira com 0,61.

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A signif icância dos coef icientes do modelo estrutural é que permit irá testar as hipóteseslevantadas quanto aos efet ivos efeitos dos estresses psicológico e f isiológico. Abaixo sãoapresentados os coef icientes est imados para as relações estruturais na forma def inida pelomodelo.

Do quadro 7, nota-se que os fatores ambientais não se mostraram signif icat ivos para explicaro estresse f isiológico, a 5%. Ademais, somente a dimensão emoção mostrou ter efeito sobre oestresse psicológico, embora o fator social tenha f icado no limite da região de rejeição.Pesquisas futuras podem melhor avaliar a signif icância deste fator como possível fonte deestresse psicológico. De acordo com os resultados obt idos a part ir do modelo estrutural, pode-se constatar que apenas a hipótese 1, para o estresse psicológico, pôde ser conf irmada, ouseja, o fator ambiental relat ivo à emoção é o único que, efet ivamente, leva ao estressepsicológico, não causando, porém, o estresse f isiológico. A f igura 2 resume o modeloproposto, representando seus coef icientes e erros.

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5. Considerações f inais

Algumas observações sobre a questão do estresse ocupacional no âmbito da administraçãopública brasileira podem ser feitas. Em síntese, a pesquisa mostra que apenas o fatoremocional presente no ambiente de trabalho nas organizações públicas inf luencia o estresseocupacional psicológico, entre os t rês fatores estudados. O fator social merece atenção eminvest igações futuras sobre o tema, dado o fato de sua signif icância ter f icado na fronteira darejeição.

Em seus contornos mais amplos, a pesquisa ident if icou as relações entre t rês fatoresambientais (emocional, social e mobilidade) e duas formas de estresse (psicológico ef isiológico), operacionalizadas pelos indicadores do ambiente organizacional e pelos sintomasde estresse, respect ivamente.

Os resultados obt idos encontram respaldo na literatura especializada no tema, ainda que nãosigam na íntegra qualquer modelo prevalente na análise do estresse ocupacional. A opção pelaproposta de uma nova perspect iva de análise deve-se ao fato de se ter privilegiado aident if icação dos estressores baseados no ambiente de trabalho, em face do interesseespecíf ico na área de administração.

Foram conf irmados como estressores organizacionais fatores intrínsecos ao trabalho erelacionados ao papel do indivíduo na organização, conforme Cooper e Marshall (1976) jáhaviam ident if icado.

A iniciat iva do estudo permite que se tenha uma diretriz preliminar para ações gerenciaisvoltadas à minimização das consequências do estresse ocupacional no setor público, taiscomo: (i) o aumento dos custos previdenciários advindo do absenteísmo e dos afastamentospor problemas de saúde; e (ii) a redução do desempenho e da qualidade de trabalho doservidor.

A pesquisa, desenvolvida por um método estat íst ico que privilegia a conf iabilidade do modelo,ainda pode ser aprimorada no que diz respeito aos sintomas. Embora os sintomas tenhammostrado duas dimensões dist intas, ident if icadas como psicológica e f isiológica, esta últ imanão foi explicada por qualquer dos fatores ambientais considerados. Talvez outras variáveisnão associadas ao estresse concorram para estes sintomas f isiológicos, ou até mesmo estespossam ser caracterizados simplesmente como uma somatização daqueles, o que pode seravaliado em estudos futuros. Outra possibilidade pode ser atribuída ao fato de que, embora o

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indivíduo perceba o ambiente de forma supostamente estressante, o estresse de fato nãoocorre. Isto pode acontecer se o indivíduo não mais reagir negat ivamente aos estressores.Outros possíveis sintomas podem ter sido omit idos, razão pela qual a variação total dosindicadores de estresse explicada pelos dois fatores, estresse psicológico e estressef isiológico, foi de apenas 37,5%.

Por f im, pesquisas futuras poderão incorporar variáveis psicológicas, relacionadas àpersonalidade do indivíduo, que potencializem o estresse neste modelo. A ident if icação defatores externos que possam inf luenciar os sintomas de estresse f isiológico seria, da mesmaforma, de grande contribuição para um melhor mapeamento de um problema que af lige grandeparte dos servidores públicos, em todos os níveis de governo.

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