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MARCOS HENRIQUE DE CASTRO E SOUZA COMPARAÇÃO DA DOR PÓS-OPERATÓRIA EMPREGANDO OS SISTEMAS SELF-ADJUSTING FILE E RECIPROC 2019 Programa de Pós-Graduação em Odontologia Av. Alfredo Baltazar da Silveira, 580, cobertura 22790-710 Rio de Janeiro, RJ Tel. (21) 2497-8988

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MARCOS HENRIQUE DE CASTRO E SOUZA

COMPARAÇÃO DA DOR PÓS-OPERATÓRIA

EMPREGANDO OS SISTEMAS

SELF-ADJUSTING FILE E RECIPROC

2019

Programa de Pós-Graduação em Odontologia Av. Alfredo Baltazar da Silveira, 580, cobertura

22790-710 – Rio de Janeiro, RJ Tel. (21) 2497-8988

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MARCOS HENRIQUE DE CASTRO E SOUZA

COMPARAÇÃO DA DOR PÓS-OPERATÓRIA EMPREGANDO

OS SISTEMAS SELF-ADJUSTING FILE E RECIPROC

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Odontologia, da Universidade Estácio de Sá, como parte dos requisitos para a obtenção do grau de Mestre em Odontologia (Endodontia).

Orientadora:

Profa. Dra. Mônica Aparecida Schultz Neves

UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

RIO DE JANEIRO

2019

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais Ana Lucia de Castro e Souza (In memoriam) e

Marcos Henrique Gomes de Souza, que me deram todo apoio,

motivação e nunca deixaram de me ajudar. Nessa longa

jornada tenho certeza de que em algum lugar minha

mãe esteve me guiando e acompanhando

em mais uma etapa da minha vida.

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iv

AGRADECIMENTOS

Ao meu pai Marcos Henrique, eu te amo e minha mãe Ana Lucia que

infelizmente não está presente ao meu lado com todo apoio e carinho incondicional

que sempre me deu, mas hoje em meu coração e nas minhas orações sempre está

presente. Ao meu irmão Matheus Felipe que sempre me ajuda quando preciso e está

sempre “quebrando” meus galhos, e ao meu grande amigo Carlos Henrique que

mesmo após formados sempre me manda palavras de apoio e motivação e nós lembra

de tudo que nós já passamos para estarmos nessa etapa de nossas vidas.

Aos meus familiares pelo carinho, confiança e todo apoio e toda felicidade que

me proporcionam.

Agradeço muito a Maria Eduarda por todo companheirismo e por estar sempre

do meu lado em uma época tão difícil na minha jornada. Você é uma pessoa muito

especial, que entrou na minha vida, e o tempo irá revelar o nosso destino.

Queria também ressaltar a importância de um professor que hoje considero

muito mais que um amigo pela forma que me acolheu e de uma forma inexplicável

todo dia me dar oportunidades que poucos têm e me surpreende cada vez mais pela

confiança em mim depositada. Muito obrigado professor Flavio Carvalho!

À equipe do PPGO-UNESA, na qual os professores foram fonte de

conhecimento e incentivo a gostar cada vez mais da Odontologia. Muito obrigado pela

dedicação e transmissão de seus conhecimentos.

Um agradecimento especial à minha orientadora Profa. Mônica Schultz Neves,

pelos seus ensinamentos que me fizeram crescer como profissional e pelo exemplo

de pessoa, que será sempre muito importante na minha jornada.

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EPÍGRAFE

“O sucesso é a soma de pequenos esforços repetidos dia após dia.”

Robert Collier

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ÍNDICE

RESUMO

.....................................................................................................

ABSTRACT

..................................................................................................

LISTA DE

TABELAS.....................................................................................

LISTA DE ABREVIATURAS, SÍMBOLOS E SIGLAS

.................................

1. INTRODUÇÃO

........................................................................................

2. REVISÃO DA LITERATURA ..................................................................

3. JUSTIFICATIVA .....................................................................................

4. HIPÓTESE .............................................................................................

5. OBJETIVO ..............................................................................................

6. MATERIAIS E MÉTODOS .....................................................................

7. RESULTADOS .......................................................................................

8. DISCUSSÃO ..........................................................................................

9. CONCLUSÔES

........................................................................................

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................

11. ANEXOS ..............................................................................................

vii

viii

ix

x

01

04

14

15

16

17

20

21

24

25

31

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RESUMO

Objetivos: Este estudo avaliou e comparou a incidência e a intensidade de dor pós-

operatória empregando os sistemas Self Adjusting File (SAF) e Reciproc (REC), no

preparo químico mecânico (PQM) de dentes unirradiculares com necrose pulpar e

lesão perirradicular associada.

Materiais e Métodos: Quarenta e seis dentes foram divididos de acordo com o

sistema de instrumentação empregado: Grupo 1 – SAF (n= 23) e Grupo 2 – REC (n=

23). Os dados de dor pós-operatória após a consulta da instrumentação foram

coletados por telefone e registrados nos prontuários, a fim de classificar em uma

escala de “ausente”, “leve”, “moderada” ou “severa”. A análise de normalidade da

variável “idade” foi investigada utilizando os testes de Kolmogorov-Smirnov e Shapiro-

Wilk, além das análises gráficas. Na comparação entre os grupos referente à variável

“dor pós-operatória” utilizou-se o teste qui-quadrado (χ2) de Pearson e calculado o

tamanho do efeito (d) referente a este teste. O nível de significância foi estabelecido

em 5% (p < 0,05).

Resultados: Na comparação de dor pós-operatória, não houve diferença significativa

(p = 0,068; teste qui-quadrado). Entretanto, o tamanho do efeito (d) apresentou um

valor elevado (d = 0,856), demonstrando uma relevância clínica dessa comparação.

Conclusões: A instrumentação com os sistemas SAF e REC não apresentam

diferença significativa quanto à frequência e intensidade da dor pós-operatória. Apesar

do limitado número de amostras avaliadas, o elevado tamanho do efeito (d = 0,856)

revela uma relevância clínica deste estudo. Todavia, mais estudos utilizando um maior

número de amostras são necessários para melhores avaliações.

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Palavras-chave: Endodontia; Dor pós-operatória; Instrumentação; SAF; Reciproc

ABSTRACT

Aims: This study aimed to evaluate and compare the incidence and intensity of

postoperative pain using the Self Adjusting File (SAF) and Reciproc (REC) systems in

the Mechanical Chemical Preparation (MCP) of uniradicular teeth with pulp necrosis

and associated periradicular lesion.

Materials and Methods: Forty-six teeth were divided according to the instrumentation

system employed: Group 1 - SAF (n = 23) and Group 2 - REC (n = 23). Postoperative

pain data after instrumentation consultation were collected by telephone and recorded

in the medical records in order to classify it on a scale of “absent”, “slight”, “moderate”

or “severe”. The normality analysis of the variable “age” was investigated using the

Kolmogorov-Smirnov and Shapiro-Wilk tests, in addition to the graphical analyzes. In

the comparison between the groups regarding the variable “postoperative pain” we

used Pearson's chi-square test (χ2) and calculated the effect size (d) for this test. The

significance level was set at 5% (p <0.05).

Results: In the comparison of postoperative pain, there was no significant difference

(p = 0.068; chi-square test). However, the effect size (d) showed a high value (d =

0.856), demonstrating a clinical relevance of this comparison.

Conclusions: Instrumentation with the SAF and REC systems did not present

significant difference regarding the frequency and intensity of postoperative pain.

Despite the limited number of samples evaluated, the large effect size (d = 0.856)

reveals a clinical relevance of this study. However, further studies using a larger

number of samples are needed for better evaluations.

Keywords: Endodontics; Postoperative pain; Instrumentation; SAF; Reciproc

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Comparação de extrusão apical de debris................................................ 10

Tabela 2. Idade dos pacientes nos grupos SAF e Reciproc..................................... 20

Tabela 3. Avaliação da dor pós-operatória empregando SAF e Reciproc................ 20

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LISTA DE ABREVIATURAS

CEP Comitê de Ética em Pesquisa CHX Clorexidina NaOCl Hipoclorito de Sódio NiTi Níquel-Titânio PQM Preparo químico-mecânico PTU ProTaper Universal REC Reciproc SAF Self Adjusting File TF Twisted File TCFC Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

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1.INTRODUÇÃO

Na Endodontia, a dor pós-operatória é definida como a sensação de

desconforto em qualquer grau, que ocorre após uma intervenção endodôntica

(SATHORN et al., 2008). Em dente permanente, esse tipo de ocorrência é uma

complicação comum na clínica endodôntica diuturna (OGUNTEBI et al., 1992),

podendo tanto interferir diretamente na qualidade de vida do paciente, assim como

comprometer a relação de confiança entre este e o profissional (MOLLASHAHI et al.,

2017). Segundo alguns autores (GENET et al., 1987; PANCHAL et al., 2019), para o

tratamento ideal, deve ser considerada a mínima sensação de desconforto possível

no pós-operatório.

Fatores como a instrumentação além do término apical, remoção incompleta

do tecido pulpar, extravasamento do material obturador e extrusão apical de dentina

e detritos estão relacionados com a dor pós-operatória. Embora os microrganismos

sejam considerados a principal causa de dor pós-operatória, é inexorável a extrusão

de debris de dentina, irrigantes e tecidos pulpares contaminados, do canal radicular

para os tecidos perirradiculares, podendo levar à dor pós-operatória (SELTZER &

NAIDORF, 1985).

Apesar do avanço tecnológico na fabricação de novos instrumentos

endodônticos, a instrumentação do canal radicular tem sido associada à ocorrência

de dor pós-operatória, principalmente em dentes despolpados, devido à extrusão

apical de dentina infectada, durante o preparo químico-mecânico (PQM). Portanto, é

importante que o operador tenha conhecimento das condições anatômicas do dente

e das características geométricas e cinemáticas dos instrumentos endodônticos

(SIQUEIRA et al., 2002; NAGENDRABABU & GUTMANN, 2017).

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Quando os instrumentos endodônticos e a técnica de instrumentação

selecionada são corretamente empregados, a dor pós-operatória pode estar

relacionada com a quantidade de detritos contaminados extruídos para os tecidos

perirradiculares (KRITHIKADATTA et al., 2016; SHOKRANEH et al., 2017).

O uso de instrumentos endodônticos mecanizados com rotação contínua

contribuiu para menor incidência e intensidade de dor pós-operatória, quando

comparado aos instrumentos manuais e com movimento reciprocante. Esta diferença

significativa pode ser atribuída em parte, à quantidade de detritos extruídos. Todavia,

todas as técnicas de instrumentação produzem alguma extrusão apical de detritos,

que pode resultar em inflamação dos tecidos perirradiculares e dor pós-operatória

(ARIAS et al., 2015; KASHEFINEJAD et al., 2016).

Para BÜRKLEIN & SCHÄFER (2012), sistemas mecanizados com múltiplos

instrumentos estão associados à uma menor extrusão apical de detritos, quando

comparados aos sistemas reciprocantes com instrumento único. Estes autores

sugerem que esta condição pode estar associada à uma menor incidência dor pós-

operatória. Recentemente, um estudo clínico randomizado (NEELAKANTAN &

SHARMA, 2015) revelou que instrumentos com cinemática reciprocante promovem

menor incidência de dor pós-operatória, em comparação à instrumentação rotatória

contínua.

Outros estudos (KOÇAK et al., 2013, DE-DEUS et al., 2014, OZSU et al. 2014,

PAWAR et al., 2015) relataram um impacto positivo da instrumentação com o sistema

Self-Adjusting File (SAF) (ReDentNova, Ra’Anana, Israel) evitando a extrusão apical

de detritos, em comparação à instrumentação manual, rotatória contínua e

reciprocante, durante o PQM. Todavia, há pouca evidência clínica comparando a

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incidência de dor pós-operatória associada ao uso do sistema SAF, com outros

sistemas de instrumentação mecanizada.

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2. REVISÃO DA LITERATURA

Alguns fatores têm sido associados ao processo de dor pós-operatória,

incluindo a presença de dor pré-operatória (WALTON & FOUAD, 1992; GLENNON et

al., 2004; ELMUBARAK et al., 2010), alterações pulpares e periapicais (ELMUBARAK

et al., 2010), bem como a localização e o tipo de dente (GLENNON et al., 2004).

Outros fatores descritos na literatura também podem estar associados a sintomas pós-

operatórios como: número de consultas (ELEAZER & ELEAZER, 1998; DIRENZO et

al., 2002), tratamento original ou retratamento (WALTON & FOUAD, 1992),

procedimentos técnicos iatrogênicos associados à lesões químicas (BASHETTY &

HEGDE, 2010) ou mecânicas (ARIAS et al., 2009), além de lesões causadas por

microrganismos e seus produtos (SELTZER & NAIDORF, 1985).

A incidência de dor pós-operatória em tratamento endodôntico é relatada

variando de 13,15% a 64,7%. Esta variação de resultados se deve a falta de

padronização, uma vez que os estudos omitem ou não contém dados similares

variando alguns aspectos como: status pulpar prévio, técnica de instrumentação

empregada, desenho de estudo, diagnóstico e experiência clínica do operador (HOU

et al., 2017).

O profissional está ciente da possibilidade de uma pequena e inadvertida

extrusão de detritos e/ou irrigantes para os tecidos periapicais. Essa complicação

clínica frequente durante os procedimentos de limpeza e modelagem do canal

radicular, pode ocorrer tanto com instrumentos manuais de aço inoxidável, assim

como de níquel titânio (NiTi) acionados a motor. Entretanto, estudos de (BÜRKLEIN

& SCHÄFER, 2012; GAMBARINI et al., 2012) mostraram que técnicas de

instrumentação reciprocante parecem aumentar significativamente a quantidade de

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detritos extruidos além do forame apical e consequentemente, esta condição poderia

explicar uma das principais causas da dor pós-operatória.

No entanto, RELVAS et al. (2016) encontram uma ocorrência baixa e similar de

dor pós-operatória comparando instrumentos reciprocante versus rotatório contínuo.

Esses resultados foram semelhantes aos encontrados no estudo de ÇIÇEK et al.

(2017), no qual mediram a intensidade de dor no período pós-operatório. Esses

autores não observaram diferença significativa na intensidade de dor após

instrumentação rotatória e reciprocante.

GAMBARINI et al. (2012) compararam os sistemas de instrumentação Twisted

File (TF) (SybronEndo, Orange, CA, EUA) e Reciproc (VDW, Munique, Alemanha),

quanto à incidência de dor pós-operatória. Com critérios de inclusão e exclusão bem

delineados, sessenta pacientes portadores de polpa vital foram avaliados e tratados

em sessão única. Os resultados apresentaram 33,33% e 50% de ausência de dor pós-

operatória nos grupos Reciproc e TF, respectivamente. Esse estudo destacou a

importância de se desenvolver protocolos de PQM que promovam menor extrusão

apical de detritos e consequentemente, podendo gerar menos dor pós-operatória.

2.1. Fatores relacionados a dor pós-operatória

2.1.1. Idade

IMURA & ZUOLO (1995) não encontraram uma correlação entre idade, sexo

ou localização dentária, com a dor pós-operatória. Todavia, NAGENDRABABU &

GUTMANN (2017) afirmaram que a prevalência de dor pós-operatória é maior em

grupos etários mais avançados (41 a 65), quando comparada a grupos mais jovens

(15 a 40). No estudo de ALI et al. (2012), o qual avaliou a prevalência e os fatores

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causais da incidência de dor pós-operatória, esta foi maior entre 41-65 anos de idade,

quando comparado ao grupo de 15-40, nos intervalos de tempo de 12, 24 e 48 horas.

Os autores sugerem que à menor tolerância a dor está relacionada ao menor fluxo

sanguíneo e a uma lenta cicatrização.

2.1.2. Gênero

De acordo com NAGENDRABABU & GUTMANN (2017), a maior prevalência

de dor pós-operatória observada no sexo feminino está relacionada à sua maior

procura e aceitação do tratamento endodôntico, uma vez que a presença de

sintomatologia é prontamente percebida como indicador de doença. Na persistência

da dor é mais provável que as mulheres busquem comparecer às consultas de

revisão. Os médicos acreditam que como as mulheres sofrem mais comumente de

doenças psicossomáticas, a dor pós-operatória pode também estar relacionada à

fatores emocionais.

ALI et al. (2012) encontraram maior incidência de dor pós-operatória em

mulheres nos intervalos de tempo de 12, 24 e 48 horas. Várias hipóteses têm sido

propostas para explicar a razão da predominância no sexo feminino na prevalência de

dor pós-operatória. Uma das explicações está baseada nos níveis hormonais

femininos flutuantes que podem alterar os níveis de serotonina e noradrenalina,

levando ao aumento da prevalência da dor durante o período menstrual e em mulheres

que fazem terapia de reposição hormonal ou com contraceptivos orais (NG et al.,

2004).

2.1.3. Tipo de dente e localização na arcada dentária

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O estudo de NAGENDRABABU & GUTMANN (2017) revelou maior incidência

de dor pós-operatória em molares, quando comparados a outros grupos dentários.

Segundo esses autores, isso pode ser atribuído à complexa anatomia do canal

radicular no segmento apical, que dificulta a limpeza e modelagem, além do maior

número de canais e alta frequência de bifurcações radiculares nos dentes posteriores

mandibulares. Além disso, pacientes experimentaram níveis mais altos dor em

molares inferiores, quando comparado aos superiores. ALI et al. (2012) avaliaram a

dor pós-operatória relacionada à localização no arco, verificando que esta foi

significativamente maior (6%) em molares inferiores, com relação aos molares

superiores (2,2%). Esses autores sugeriram que essa diferença pode estar

relacionada ao fato da cortical óssea mandibular ser mais compacta, com um denso

padrão trabecular, o que reduz o fluxo sanguíneo e como a inflamação está localizada,

poderia atrasar o processo de cura.

2.1.4. Status pulpar

Em uma análise comparativa de dor pós-operatória entre dente vital e não vital,

ALI et al. (2012) não encontraram diferença estatística significante, corroborando com

estudos anteriores (HARRISON et al., 1983; ROANE et al., 1983; DIRENZO et al.,

2002; INCE et al., 2009), nos quais a presença de dor pré-operatória foi um fator mais

relevante do que o status pulpar. A provável razão para a dor pós-operatória em polpa

não vital pode ser atribuída à extrusão de detritos contaminados ou microrganismos

do canal radicular, através do forame apical e consequentemente, gerando um

processo inflamatório nos tecidos perirradiculares (NAGENDRABABU & GUTMANN,

2017).

2.1.5. Radiolucência periapical

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Segundo a revisão sistemática de NAGENDRABABU & GUTMANN (2017), a

presença de radiolucência periapical reduz a incidência de dor pós-operatória. A maior

parte dos autores mostraram que pacientes sem lesão perirradicular experimentaram

uma maior incidência de dor, quando comparados àqueles com lesão perirradicular.

O estudo sugere que as lesões atuam como um “amortecedor” contra a pressão

gerada pelo acúmulo de exsudato, durante a resposta inflamatória. Todavia, o

parâmetro de avaliação através da imagem radiográfica periapical é bidimensional, ao

contrário da imagem tridimensional da tomografia computadorizada de feixe cônico

(TCFC), o que pode gerar resultados diferentes.

2.1.6. Sessão Única x Múltiplas Sessões

O estudo de INCE et al. (2009), o qual avaliou a incidência de dor pós-

operatória em tratamentos endodônticos concluídos em uma ou mais consultas,

independente do status pulpar, não encontrou diferença significativa entre o número

de consultas.

O tratamento endodôntico realizada em sessão única ou múltipla tem suas

vantagens e desvantagens, porém em cada protocolo de tratamento, a condição do

caso clínico assume um papel importante na seleção do número de consultas. Em

uma revisão sistemática de tratamento endodôntico não cirúrgico em sessão única

versus múltiplas sessões, WONG et al. (2015) concluíram que as complicações pós-

operatórias da terapia endodôntica independem do número de consultas.

Durante o PQM, microrganismos e seus produtos podem ser extruídos além do

forame apical, gerando um quadro de desequilíbrio na relação agressor/defesa do

hospedeiro, e consequentemente, levando este último a lançar mão de uma resposta

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inflamatória aguda, a fim de restabelecer o equilíbrio entre agressor e defesa

(ALAÇAM & TINAZ, 2002).

Outros estudos (INCE et al., 2009; RAO et al., 2014) não encontraram diferença

significativa quanto à intensidade e incidência da dor, após a conclusão de

tratamentos endodônticos em sessão única e múltiplas sessões.

Em cinco revisões sistemáticas selecionadas entre 2007 a 2019 nas

plataformas PUBMED, COCHRANE com os termos, “endodontic”, “single-visit”, “pain”

foi observado que a taxa de sucesso do tratamento endodôntico em sessão única foi

similar ao tratamento com duas ou mais sessões entretanto a sessão única

apresentam algumas vantagens em relação a dor pós tratamento em comparação a

múltiplas sessões (SATHORN et al., 2005; SU et al., 2011; WONG et al., 2015)

Todavia, quando o objeto de estudo foi dor pós-obturação, identificou-se uma falta de

consenso, com alguns artigos tendendo a afirmar que a obturação em sessão única

apresenta maior incidência de dor, enquanto que outros mostram mais relatos de dor

em duas ou mais sessões (FIGINI et al., 2007; MANFREDI et al., 2016).

2.1.7. Substâncias químicas irrigadoras

NAGENDRABABU & GUTMANN (2017) observaram maior prevalência de dor

após o PQM com o hipoclorito de sódio (NaOCl) como substância química irrigadora,

quando comparado à clorexidina (CHX). A dor esteve presente apenas até 6 horas do

pós-operatório, enquanto não foi observada nos períodos de 24 horas, 4 e 7 dias. No

entanto, este estudo correlacionou a técnica de irrigação com a técnica de

instrumentação, diferente de outros estudos (ALMEIDA et al., 2012; DA SILVA et al.,

2015), os quais não encontraram diferença significativa.

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2.1.8. Extrusão apical de debris

Um levantamento feito pelo autor deste trabalho, após comparar estudos ex

vivo pesquisados através da plataforma PubMed com os termos “extrusion; Self-

Adjusting file e/ou Reciproc”, totalizando 12 estudos relacionados a extrusão apical de

debris é notável que o sistema SAF apresenta uma extrusão apical menor em relação

aos outros sistemas, justificando a necessidade de estudos avaliando dor pós-

operatória com os mesmos (TABELA1).

Tabela 1. Comparação de extrusão apical de debris

Comparação de extrusão apical de debris

n° AUTOR RESULTADOS LEGENDA

1 BULDUR, B. et al., 2018 (PT = MANUAL) > (PTN = SAF)

ProTaper Next (PTN) Self Adjusting File (SAF)

ProTaper (PT) Limas Manuais (Manual)

Mtwo Twisted File (TF) Reciproc (REC)

ProTaper Universal (PTU) WaveOne (WO)

XP-endo Finisher (XPF) V-Taper (VT)

Twisted File Adaptive (TFA)

2 KÜTÜK, B. et al., 2017 MTWO = TF = REC = SAF = MANUAL

3 THAKUR, B. et al., 2017 MANUAL = PTU > PTN > SAF

4 WESTERN et al., 2017 MANUAL ≥ PT ≥ WO > SAF

5 KFIR et al., 2018 XPF > SAF

6 FARMAKIS et al., 2016 WO > SAF

7 VYAVAHARE et al., 2016 VT = PTN > SAF

8 PAWAR et al., 2015 WO > PTN > SAF

9 OSZU et al., 2014 PTU > WO = PTN > SAF

10 KIRCHHOFF et al., 2015 SAF > PTN = WO = TFA

11 DE-DEUS et al., 2014 MANUAL > PT > SAF

12 KOÇAK et al., 2013 SAF = REC = PT

2.2. Técnica de Instrumentação

A extrusão apical de debris infectados durante o PQM pode exacerbar uma

resposta inflamatória aguda na região perirradicular, e esta condição tem sido

sugerida como uma das principais causas de dor pós-tratamento endodôntico

(SELTZER & NAIDORF, 1985; CUNNINGHAM et al., 1992). Portanto, a escolha e uso

adequado do instrumento endodôntico pode desempenhar um papel importante na

prevenção da dor pós-instrumentação.

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Alguns estudos sobre extrusão apical de debris (SIQUEIRA et al., 2002;

KUSTARCI et al., 2008; KASHEFINEJAD et al., 2016) revelaram que técnicas de

instrumentação que empregam o movimento de limagem promovem mais

extravasamento, quando comparadas a aquelas nas quais os instrumentos são

empregados com movimento de alargamento (rotatório). Instrumentos rotatórios estão

associados a uma extrusão apical significativamente menor, em comparação a técnica

de limagem, devido à cinemática e ao design do instrumento, no qual o canal helicoidal

tende a melhor eliminar raspas de dentina no sentido ápice-coroa. Para TINOCO et

al. (2014), a diferença na quantidade de extrusão apical pode ser atribuída quando se

considera que o design dos instrumentos é variável devido a sua configuração na

seção transversal, forma, tipo de ponta, flexibilidade, tipo de liga metálica, cinemática

e eficiência de corte, bem como o número de instrumentos utilizados.

2.2.1. SAF

O sistema SAF possui um instrumento autoajustável à anatomia do canal

radicular que promove modelagem e limpeza de forma minimamente invasiva. Por

meio de um contra-ângulo especial e uma bomba peristáltica própria que promove um

fluxo contínuo de irrigante através do instrumento vazado, nenhuma pressão apical é

gerada pelo instrumento. Segundo o fabricante, a SAF de 1,5 mm de diâmetro pode

ser comprimida em um canal radicular no qual apenas uma lima tipo K #20 poderia

ser inserida anteriormente. Essa compressibilidade também permite que o intrumento

se adapte à forma da seção transversal do canal. Quando inserido em um canal oval

com um diâmetro mesiodistal de 0,2 mm, o instrumento SAF de 1,5 mm pode ser

comprimido mesiodistalmente e assim ampliado na direção vestíbulo-lingual até 2,4

mm. Isso ocorrerá mesmo se o operador não estiver ciente de que o canal é oval; daí

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o nome “instrumento de autoajuste”. Naturalmente, tal intrumento aplanado não pode

girar no canal e, portanto opera com vibrações de entrada e saída geradas pela

cabeça do conta-ângulo. O micromotor é operado a 5000 rpm, o que resulta em 5000

vibrações/min, e o operador emprega movimentos de “bicada” (METZGER, 2014).

A dor pós tratamento endodôntico é relacionada com a extrusão apical. DE-

DEUS et al. (2014) compararam a extrusão apical de debris gerada pelo sistema SAF

com de outros sistemas mecanizados e manuais e concluíram que a extrusão ocorreu

independentemente da técnica de instrumentação utilizada. Como esperado, a

instrumentação manual produziu significativamente mais debris em comparação aos

sistemas ProTaper Universal (PTU) (Dentsply, Ballaigues, Suíça) e SAF, e o PTU

produziu significativamente mais, em comparação com a SAF (p<0,05). Segundo os

autores, essas diferenças podem estar relacionadas à cinemática empregada pelos

sistemas rotatórios SAF e PTU. A malha metálica que reveste a SAF possui superfície

abrasiva e trabalha ajustada às paredes do canal removendo dentina por ação de

lixamento e movimento de rotação contínua. Além disso, a SAF permite a irrigação

contínua do canal radicular durante todo o procedimento com ativação adicional do

irrigante pelo seu movimento vibratório. Nenhuma pressão positiva pode ser

desenvolvida no espaço do canal radicular, porque a solução escapa facilmente

através de aberturas da malha metálica da SAF. Para esses autores, a ausência de

pressão positiva poderia explicar a significativa menor extrusão apical de detritos no

grupo SAF, em comparação às limas manuais e rotatórias.

2.2.2. Reciproc

O instrumento endodôntico Reciproc (REC) foi projetado para atuar em

movimento reciprocante. Produzido por um processo inovador de tratamento térmico,

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a liga de NiTi M-Wire confere a este instrumento, maior resistência à fratura por fadiga

e maior flexibilidade, do que a liga NiTi convencional. Esse instrumento possui ponta

não cortante e foi projetado para preparar o canal radicular com apenas um único

instrumento. A forma obtida pelo instrumento permite irrigação e obturação eficazes

com técnicas de frio e quente (VDW GmbH, 2015).

SEN et al. (2018) comparam os sistemas ProTaper Next (PTN) (Dentsply,

Ballaigues, Suíça), TF Adaptative (SybronEndo, Orange, CA, EUA) e REC, e

observaram que apesar de todos estes sistemas promoverem extrusão apical de

debris, a cinemática empregada (alargamento contínuo ou reciprocante) não

influenciou significativamente na quantidade extruída.

NEKOOFAR et al. (2015) compararam a dor pós-operatória empregando o

sistema de instrumento único reciprocante WaveOne (Dentsply Sirona, York, EUA),

ou o sistema múltiplo rotatório continuo PTU. Para estes autores, o preparo prévio do

seguimento cervical do canal realizado pelo sistema PTU pode ter influenciado para

uma menor taxa de dor em comparação com o WaveOne.

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3. JUSTIFICATIVA

A prevenção bem sucedida da dor pós-operatória é uma questão preocupante

na clínica endodôntica diuturna. Embora a dor pós-operatória seja multifatorial,

acredita-se que a técnica de instrumentação tenha um papel relevante. Dependendo

da técnica e da cinemática empregada, debris, microrganismos e seus substratos

podem ser transportados para os tecidos perirradiculares durante o PQM e induzir

uma resposta inflamatória aguda. Portanto, avaliar e comparar a incidência e a

intensidade de dor gerada após o emprego de sistemas de instrumentação com

rotação contínua ou reciprocante, viabilizará ao profissional, informações que

permitam a seleção de uma técnica de instrumentação mais segura e previsível em

relação à dor pós-operatória.

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4. HIPÓTESE

O uso do sistema SAF no PQM de dente unirradicular com necrose pulpar e

lesão perirradicular promove menor incidência e intensidade de dor pós-operatória,

quando comparado ao sistema Reciproc.

A hipótese nula é que não haverá diferença significativa quanto à incidência e

intensidade de dor pós-operatória, entre os sistemas de instrumentação avaliados.

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5. OBJETIVO

Este estudo se propôs a avaliar e a comparar a incidência e a intensidade de

dor pós-operatória empregando os sistemas SAF e REC, no PQM de dentes

unirradiculares com necrose pulpar e lesão perirradicular associada.

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6. MATERIAIS E MÉTODOS

6.1. Perfil da amostra

A amostra deste estudo foi constituída de pacientes que realizaram tratamento

endodôntico em ensaios clínicos randomizados (NEVES et al., 2014; NEVES et al.,

2016) realizados por um único operador, no Programa de Pós-Graduação em

Odontologia (PPGO) da Universidade Estácio de Sá (UNESA), entre 2012 a 2019 e

aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da UNESA (Anexo 1).

Os casos incluídos nos ensaios clínicos supracitados preencheram os

seguintes critérios: dente permanente anterior unirradicular de canal único com

necrose pulpar associada à lesão perirradicular; infecção endodôntica primária; idade

entre 12 e 85 anos; rizogênese completa; ausência de iatrogenias no canal radicular

(perfuração, degrau e desvio); ausência de doença periodontal avançada (> 4 mm de

perda de inserção clínica); remanescente de estrutura coronária suficiente para

isolamento absoluto; ausência de comunicação direta do canal radicular com a

cavidade bucal. Pacientes imunocomprometidos, ou que fizeram uso de antibióticos

nos últimos três meses, ou analgésico ou corticoesteróide horas antes da terapia

endodôntica, e com dor pré-operatória foram excluídos desses ensaios clínicos.

Entendendo também da importância da técnica de irrigação, as agulhas 30G

de extremidades fechadas e de ventilação lateral foram empregadas neste estudo

para o grupo REC, enquanto o sistema SAF usou sua irrigação contínua.

Seguindo as orientações do CEP da UNESA, os pacientes foram previamente

informados do tipo de tratamento e da necessidade de acompanhamento clínico-

radiográfico por dois anos no mínimo, após a conclusão da terapia endodôntica.

Complementando, assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE),

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conforme a resolução número 196 de 10/10/96, do Conselho Nacional de Saúde

(Anexo 2).

6.2. Grupos

A divisão dos grupos foi baseada no sistema de instrumentação empregado no

tratamento endodôntico: Grupo 1 – SAF e Grupo 2 – REC.

6.3. Coleta de dados

A partir da amostra selecionada, os dados de dor pós-operatória foram

coletados nos prontuários dos respectivos pacientes e através de uma análise

retrospectiva, a incidência e a intensidade de dor após a instrumentação com o

sistema SAF ou REC foram avaliadas e comparadas.

6.4. Avaliação da dor pós-operatória

A dor pós-operatória registrada nos prontuários dos pacientes foi avaliada pela

presença ou ausência de sintomatologia e quando presente, pela necessidade do uso

de analgésico e/ou anti-inflamatório quando a dor foi classificada como leve, não

houve a necessidade de analgésico; Quando classificada como moderada, houve o

uso de analgésico e seu uso foi eficaz na sintomatologia com no máximo até 2

comprimidos; Quando classificada como severa, foi necessário o uso de analgésico e

anti-inflamatório por até 3 dias.

O paciente foi solicitado por telefone, a classificar a severidade da dor pós-

operatória em uma escala de “ausente”, e se presente avaliar em “leve”, “moderada”

ou “severa”, após a consulta da instrumentação, em 24h com estes critérios

supracitados.

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6.5. Análise estatística

As análises estatísticas foram realizadas utilizando o programa Statistical

Package for Social Science (SPSS), version 21.0 (IBM, Armonk, NY, EUA).

A variável “idade” (variável quantitativa) foi apresentada como média (desvio

padrão) e mediana (mínimo – máximo), enquanto a variável “dor pós-operatória”

(variável qualitativa) foi apresentada como frequência absoluta (%). A análise de

normalidade da variável “idade” foi investigada utilizando os testes de Kolmogorov-

Smirnov e Shapiro-Wilk, além das análises gráficas. O resultado desta análise

demonstrou ausência de distribuição Gaussiana e, dessa maneira, a comparação

entre os 2 grupos (SAF e Reciproc) foi realizada utilizando o teste U de Mann-Whitney.

Na comparação entre os grupos referente à variável “dor pós-operatória”, foi

utilizado o teste qui-quadrado (χ2) de Pearson e calculado o tamanho do efeito (d)

referente a este teste. Tamanho do efeito (d) é um conceito estatístico, que traduz a

dimensão e magnitude do efeito relacionado com o evento estudado. Pode ser

entendido como o grau que um evento está presente em uma determinada população.

Dessa maneira, quanto maior o valor do tamanho do efeito, maior será a manifestação

do evento estudado na população. Os seguintes critérios de interpretação foram

utilizados para o tamanho do efeito (d): pequeno (0,20 ≤ d <0,50), médio (0,50 ≤ d

<0,80) e grande (d ≥ 0,80) (COHEN, 1992; LENHARD & LENHARD, 2016). O nível de

significância estatístico estabelecido foi de 5% (p < 0,05).

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7. RESULTADOS

Os grupos REC (n = 23) e SAF (n = 23) demonstraram diferença

estatisticamente significante com relação à idade [média = 38,4 (desvio padrão =

17,5), mediana = 38 (16 – 85); média = 28,4 (desvio padrão = 12,5), mediana = 22 (15

– 56); respectivamente] (p = 0,039; teste U de Mann-Whitney) (Tabela 2).

Tabela 2. Idade dos pacientes nos grupos SAF e Reciproc

Na comparação entre os dois grupos, no que diz respeito à dor pós-operatória,

não houve diferença significativa (p = 0,068; teste qui-quadrado). Entretanto, o

tamanho do efeito (d) apresentou um valor elevado (d = 0,856), demonstrando uma

relevância clínica dessa comparação (Tabela 3).

Tabela 3. Avaliação da dor pós-operatória empregando SAF e Reciproc

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8. DISCUSSÃO

O tratamento endodôntico não é considerado adequado apenas por um PQM

bem realizado e por uma obturação tridimensional, mas também pode ser avaliado

pelo grau de desconforto pós-operatório, fator que pode comprometer o sucesso do

tratamento.

Na Endodontia, o método de avaliação da dor pós-operatória pode ser

considerado um fator de dificuldade para o pesquisador, devido à sua subjetividade.

Neste estudo, a fim de facilitar a coleta de dados e a interpretação dos resultados, o

paciente foi contatado por telefone após 24h do atendimento, e solicitado a responder

sobre a sintomatologia de acordo com a seguinte classificação: ausência de dor ou

presença de dor, se presente ele classificou em “leve”, “moderada” ou “severa” de

acordo com a necessidade de analgésico (OGUNTEBI et al., 1992; MOLLASHAHI et

al., 2017; SAUMYA-RAJESH et al., 2017).

A extrusão apical de debris está relacionada com a inflamação nos tecidos

periapicais sendo um dos fatores de maior importância na causa de dor pós-

operatória. A irritação aos tecidos periapicais pode ser de ordem biológica

(microrganismos) ou não biológica (PQM) (SELTZER & NAIDORF, 1985; ALVES et

al., 2018). Com esse conceito, este estudo objetivou avaliar a incidência e intensidade

da dor pós-operatória após a instrumentação empregando os sistemas com

cinemáticas distintas. Como o sistema SAF possui um instrumento inovador tanto pelo

design como pela cinemática, resolvemos compará-lo ao REC, o qual está

consolidado no mercado atual.

De acordo com os resultados, esse estudo não encontrou diferença significativa

entre os grupos. Com base nesses achados, a hipótese principal foi rejeitada. Estudos

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prévios (SAUMYA-RAJESH et al., 2017; SAHA et al., 2018) que avaliaram dor pós-

operatória, demostraram que o sistema SAF não apresentou resultados com diferença

significativa, corroborando com o resultado deste trabalho, onde também não foi

observado diferença significativa na incidência de dor pós-operatória.

Apesar da idade dos pacientes apresentarem diferença estatística entre os

grupos ao analisar caso a caso pode ser observado que os grupos de dor severa e

moderada dos quatro paciente dois possuem idade de 23 e 40 anos, idades vistas na

revisão da literatura que não influenciam na dor pós tratamento e todos que

experimentado a sensação de dor leve nos dois grupos estão na faixa de idade de 12

a 45 anos visto na literatura que experimentam menor sensação de dor. É possível

observar também que os dois grupos possuem três pacientes acima de dos 45 anos

que não experimentaram a sensação de dor, e os pacientes do grupo utilizado o

sistema Reciproc possuem a média de idade que o sistema SAF mostrando que a

idade não é um fator determinando na sensação de dor, mas sim o sistema de

instrumentação.

O tratamento endodôntico em dente permanente anterior unirradicular de canal

único com necrose pulpar associada à lesão perirradicular (infecção endodôntica), foi

escolhido para manter um protocolo de tratamento asséptico facilitando as coletas

bacterianas, e para descartar a influência de outros fatores que poderiam influenciar

nos resultados.

O grupo SAF não demonstrou diferença significativa quando comparado ao

REC, corroborando o levantamento bibliográfico onde o sistema SAF e o REC

apresentaram menor quantidade de extrusão de debris (KOÇAK et al., 2013; DE-

DEUS et al., 2014; OZSU et al., 2014; PAWAR et al., 2015; SEN et al. 2018).

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Estudos anteriores (SELTZER & NAIDORF, 1985; SIQUEIRA et al., 2002;

ARIAS et al., 2015; KASHEFINEJAD et al., 2016; NAGENDRABABU & GUTMANN,

2017) demonstraram que a extrusão de debris está relacionada com instrumento

utilizado no PQM dos canais radiculares alterando o volume e quantidade de material

extrudado, ou seja, a extrusão pode ser maior ou menor de acordo com o tipo de

instrumentação empregada. Segundo estes autores, isto pode ser atribuído às

diferenças nos instrumentos em relação à sua seção reta transversal, design de ponta,

flexibilidade do instrumento, tipo de liga metálica, cinemática, eficácia de corte, entre

outros fatores. As alterações no design dos instrumentos SAF e REC podem ser

responsáveis pelas diferenças nos índices de dor pós-operatórias.

Apesar da limitação de amostras visto na literatura o tamanho do efeito

(d=0,856) mostra que mesmo com números limitados a importância clínica do estudo

é alta validando os achados encontrados (ESPÍRITO SANTO & DANIEL, 2017).

Apesar do estudo não utilizar a escala analógica visual para avaliação da dor o

estudo de SAHA et al., (2018) relatou ao utilizar a EVA existiu uma dificuldade na

coleta de dados e que não foi correlacionado a utilização de analgésicos pós

instrumentação e ao final de sua discussão colocou em pauta a necessidade dessa

correlação em futuros estudos. No presente estudo nós utilizando a avaliação da dor

correlacionando o uso de analgésicos assim como o estudo de COMPARIN et al.,

(2017) que possui uma metodologia similar. Para estudos futuros utilizar a EVA que é

um método mais popular junto com a necessidade de analgésicos para aprimorar a

avaliação da dor, e aumentar ainda mais a validade de futuros estudos.

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9. CONCLUSÔES

Dentro das limitações deste estudo in vivo, pode-se concluir que a

instrumentação com os sistemas SAF e REC não apresentam diferença significativa,

quanto à frequência e intensidade da dor pós-operatória. Apesar do limitado número

de amostras avaliadas na comparação entre os sistemas SAF e REC, o elevado

tamanho do efeito (d = 0,856) demonstrou uma relevância clínica deste estudo.

Todavia, mais estudos utilizando um maior número de amostras são

necessários para melhores avaliações.

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11. ANEXOS

ANEXO 2 – Parecer consubstanciado do CEP

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ANEXO 3 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

TERMO DE CONSENTIMENTO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PÓS-INFORMAÇÃO,

PARA PARTICIPAÇÃO EM PESQUISA, CONFORME RESOLUÇÃO NÚMERO 196

DE 10/10/96, DO CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE.

Título da pesquisa: RECIPROC: EFICÁCIA IN VIVO DE DIFERENTES

PROTOCOLOS NA REDUÇÃO DA POPULAÇÃO BACTERIANA EM CANAIS

RADICULARES.

Pesquisador responsável: Mônica Aparecida Schultz Neves – Cirurgiã-dentista

graduada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), especialista em

Endodontia pelo Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais

(IPSEMG), Mestre e Doutora em Odontologia pela Universidade Estácio de Sá

(UNESA). Professora dos cursos de graduação, especialização, mestrado e

doutorado em Endodontia da UNESA.

Introdução: Antes de consentir com a sua participação nesta pesquisa é importante

e necessário que leia atentamente as informações contidas neste documento. Aqui

estão os esclarecimentos sobre os objetivos, os benefícios, os riscos, os desconfortos

e os procedimentos deste estudo. Esclarece-se também o seu direito de interromper

a sua participação no estudo a qualquer momento.

Resumo: O trabalho visa avaliar a eficácia de um sistema mecanizado de preparo

químico-mecânico associado a diferentes medicações intracanais, na redução da

população bacteriana de canal radicular dentário necrosado com infecção.

Objetivos: Utilizar de novos recursos tecnológicos que permitam uma melhor

desinfecção do canal radicular, durante o preparo químico-mecânico no tratamento

endodôntico (canal).

Procedimentos: Selecionamos pessoas que tenham dentes com canais necrosados

por cáries, trauma ou restaurações extensas e necessitam de tratamento endodôntico

(canal). As coletas são realizadas por cones de papéis estéreis, antes de iniciar o

tratamento endodôntico, após o preparo químico-mecânico e após a remoção da

medicação intracanal (2ª consulta). Vale lembrar que o conteúdo coletado seria

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descartado ou aspirado pela sucção caso não fosse coletado, não havendo nenhum

passo diferente na forma do tratamento.

Desconforto: Poderá haver ligeiro desconforto transitório, como ocorre após qualquer

outra intervenção odontológica de rotina.

Riscos: Não haverá risco adicional para você.

Benefícios: Estes procedimentos irão avaliar a capacidade de desinfecção do

tratamento e poder estabelecer um prognóstico a longo prazo.

Pagamento: Você não terá nenhum tipo de despesa extra ao autorizar sua

participação nesta pesquisa, bem como não receberá qualquer remuneração por esta

participação.

Confidencialidade: As informações fornecidas sobre você serão acessíveis apenas

aos pesquisadores. Dentro dos limites da lei, os dados serão mantidos em sigilo.

Contato com o pesquisador: Poderá ser feito com Mônica Aparecida Schultz Neves,

telefone 24-22424958. Em caso de dúvida quanto aos seus direitos como participante

da pesquisa, você deverá ligar para o Comitê de Ética em Pesquisa da UNESA,

através do número 21- 3231-6135.

Consentimento: Li e entendi as informações contidas neste documento. Tive a

oportunidade de fazer perguntas e todas as minhas dúvidas foram respondidas

satisfatoriamente. Estou participando desta pesquisa por minha vontade, até que eu

decida o contrário.

Eu ______________________________ RG___________________ , após a

leitura e compreensão destas informações, entendo que minha participação é

voluntária, e que posso sair a qualquer momento do estudo sem prejuízo algum.

Confirmo que recebi uma cópia deste termo de consentimento e autorizo a execução

do trabalho de pesquisa e a divulgação dos dados obtidos neste estudo.

Ass.____________________________________________________________

Petrópolis, de de ___________.