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A INSERÇÃO DA LITERATURA INFANTIL NO COTIDIANO DO 2° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL: A CONTAÇÃO FEITA PELO PROFESSOR.
THE INTEGRATION OF CHILDREN'S LITERATURE IN EVERYDAY OF 2nd YEAR OF ELEMENTARY EDUCATION: TEACHER MADE BY A STORYTELLING.
Fernanda Cristine da Silva ([email protected] ) e Aline de Oliveira Fattori ([email protected])
Graduandos de Pedagogia - UNISALESIANOProf. Ma Kátia M. G. Paixão– UNISALESIANO – [email protected]
Ma Fatima Eliana Frigatto Bozzo – [email protected]
RESUMOA Literatura Infantil permite que a criança entre em contato com um mundo simbólico, estimulando sua imaginação e sua criatividade. Este artigo teve como objetivo trazer conhecimento sobre a contação de história feita pelo professor: qual sua inserção no planejamento pedagógico, quais recursos e técnicas são mais utilizados, e quais os benefícios desta estratégia, para o desenvolvimento do interesse pela escrita e leitura. A pesquisa foi desenvolvida em uma escola Estadual na cidade de Lins-SP, onde foram entregues oito (8) questionários com dez (10) questões, para professores do 2° ano do Ensino Fundamental I. Através desta pesquisa realizada percebeu-se que infelizmente o trabalho com a literatura infantil não está sendo inserido como um momento de estímulo à leitura, mas sim como rotina, atividade comum.
Palavras-chave:Literatura.Contação.Leitura.
ABSTRACT
The Children's Literature allows the child to contact a symbolic world, stimulating his imagination and creativity. This article aims to bring knowledge about storytelling made by the teacher: how its inclusion in educational planning, which features and techniques are best used, and what the benefits of this strategy, the development of interest in reading and writing. The research was conducted in a State school in the city of Lins-SP, which were handed eight (8) quizzes with ten (10) questions for 2nd year teachers in the Elementary School I. Through this survey it was noted that unfortunately work with children's literature is not being inserted as a time to encourage reading, but as a routine, common activity.Keywords:Literature- storytelling- reading
INTRODUÇÃO
Essa pesquisa se desenvolveu com professores de alunos do 2° ano do
Ensino Fundamental da rede publica, com o objetivo de analisar a inserção da
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 3., n.7, jul/dez de 2012
Literatura Infantil por meio da leitura e contação de histórias verificando as
concepções do professor no cotidiano dos alunos do 2º ano, e como os professores
trabalham com a literatura infantil, se utilizam de recursos e técnicas para
leitura/contação de historia.
No primeiro momento falamos da Literatura Infantil sobre o que é literatura
infantil, conceito e importância, além das contribuições que o trabalho com a
literatura infantil proporciona.
Em seguida falamos da leitura e contação de historias onde é abordado o
papel do professor como contador de historias, as técnicas e recursos que podem
ser utilizados para inserção da Literatura Infantil no ambiente escolar.
Trata-se também de atividades após a histórias quais as atividades propostas
após a leitura e contação de história.
A Pesquisa teve como objetivo expor e analisar os dados coletados acerca da
inserção da literatura infantil no cotidiano do 2º ano do Ensino Fundamental no ponto
de vista dos professores.
Conclui-se falando sobre a avaliação de que ainda há dificuldade de inserir a
Literatura Infantil no cotidiano dos alunos, e que ainda falta a exploração de recursos
variados e pouco se oportuniza momentos da leitura/contação de historias para
estimular o prazer e a apreciação pelas histórias.
1 A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA INFANTIL
A literatura infantil permite com que as crianças possam viajar num mundo
mágico e de imaginações, onde sonhos e realidade se juntam, e que realidade e
fantasia estão ligadas modificando sua realidade vivenciada no seu cotidiano, sendo
ela boa ou ruim. A literatura infantil pode ser tanto para um público adulto quanto
para as crianças. A Literatura infantil é, antes de tudo, literatura, ou melhor, é arte: fenômeno de criatividade que representa o Mundo, o Homem, a Vida, através da palavra. Funde os sonhos e a vida prática; o imaginário e o real; os ideais e sua possível/impossível realização. (CAGNETI, 1996, p.7)
Por meio da literatura infantil a criança pode desenvolver seu potencial
criativo, ampliar sua cultura seus conhecimentos, e também se divertir
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desenvolvendo assim sua personalidade, oferecendo capacidades intelectuais,
enriquecendo assim sua existência.
O contato com o mundo literário faz com que a criança desenvolva seu
censo critico, a socialização em grupo, formando assim futuros leitores críticos. A
literatura deve ser trabalhada de forma consciente pelos professores, pois é
essencial no cotidiano do aluno, mais do que uma tarefa dos educadores ela é uma
tarefa institucional e social envolvendo professores, pais, alunos e toda equipe
escolar.
1.1 O surgimento da Literatura infantil
A literatura era voltada ao publico adulto e não para o publico infantil, pois as
crianças eram vistas como adultos em miniaturas, sem necessidades diferentes
acreditando-se que elas possuíam a mesma capacidade de raciocínio dos adultos.
Com o passar do tempo essa idéia foi sendo mudada, acreditou-se então que as
crianças tinham necessidades diferentes dos adultos e o modo de ver a infância
passou a ser pensado de modo que a criança fosse equipada e preparada para
enfrentar mais tarde a sociedade.
A partir do século XVIII, a literatura começa a ser modificada para o publico
infantil, mas, contudo buscando um suporte pedagógico na escola com finalidade
apenas de educar e intenções de apresentar os conteúdos. A literatura tornou-se
muito importante, pois ela influiu nos aspectos da educação das crianças,
promovendo mudança em seu comportamento, fazendo com que o ensino se
tornasse de forma lúdica e significativa e propiciando o leitor a curiosidade, o
interesse em novas descobertas, permitindo que as crianças vivenciem situações
pelas quais já mais passou , abrindo seus horizontes e tornando-as capazes de
enfrentar situações novas. Com a modificação da literatura surgiram grandes
autores como Esopo tornou-se conhecido por suas fábulas, que são:a lebre e a
tartaruga;o galo e a raposa,o urso e as abelhas entre muitas outras. Charles
Perrault, contemporâneo de La Fontaine, genial fabulista, como autor de uma
literatura popular.
“No século XVIII, o francês Charles Perrault (Cinderela, Chapeuzinho
Vermelho) coleta contos e lendas da Idade Média e adapta-os,constituindo os
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chamados contos de fadas, por tanto tempo paradigma do gênero infantil”.
(CADEMARTORI,1987, p.33)
Os irmãos Grimm, colecionadores de historia folclóricas, estão assim ligados
á gênese da literatura infantil. Tiveram seus contos republicados e adaptados uma
infinidade de vezes, e ainda hoje há relatos que se apresentam modificados.
Em cada país aos poucos foram surgindo propostas diferentes de obras
literárias infantis. No Brasil o pioneiro da literatura infantil foi Jose Bento Monteiro
Lobato, pois ele quem iniciou a literatura infantil brasileira, ao publicar em 1921
“Narizinho Arrebitado” que mostra a sua preocupação com a literatura infantil,
trazendo a necessidade de se escreverem historias para crianças numa linguagem
que as interessassem. Esta foi uma obra com varias publicações pois cativou o
publico ate chegar na área da educação. Os livros Brasileiros eram editados na
Europa, Monteiro Lobato passou a editar livros didáticos e infantis no Brasil,
modificando o formato clássico, revestindo-os com capas desenhadas e coloridas.
Além de Monteiro Lobato, outros autores compartilharam a evolução da literatura
infantil Brasileira como: José Lins do Rego, publicou as “Historias da velha totônia”
(1936), Luiz Jardim “O boi Aruá” (1940) e vários outros. Também foi criando
narrativas originais como: Érico Veríssimo, em “As aventuras do avião vermelho”
(1936), Graciliano Ramos, em “A terra dos meninos pelados” (1939).
1.2 A inserção da literatura infantil e suas contribuições para os alunos do 2° ano do
ensino fundamental.
É por meio da leitura que a criança desenvolve a capacidade de explorar o
mundo e de si mesma, tornando-se leitor critico,aprimorando seu vocabulário,
possibilitando diferentes idéias e experiência. A leitura não é um comportamento
natural do ser humano, ela é cultura e precisa ser adquirida, é necessária a
formação de leitores e condições sociais que permitem ao leitor movimentar-se com
autonomia dentro do campo literário.
A escola tem como função proporcionar aos alunos o livre acesso a leitura,
com vários tipos de livros e assim incentivando a pratica da leitura diariamente. A
literatura infantil é indispensável tanto no âmbito escolar, como no meio social como
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em casa e em horários de lazer para que a leitura faça parte do desenvolvimento
intelectual e emocional da criança.
Deve-se ainda ressaltar que o ato de ler não deve se tornar uma frustrante experiência escolar.O prazer pelo ato de ler precisa ser estimulado desde a infância para que se torne um “caso de amor” tornando-se o ensino aprendizagem mais atrativo aos olhos da criança. (CADEMARTORI,1987, p.67)
É necessário que o professor tenha a pratica da leitura e conhecimento de
diversos tipos de texto para assim ampliar o conhecimento dos seus alunos,
alfabetizar, propor diversão, estimular a imaginação, a criatividade, contando
historias ricas que ensinam a criança a enfrentar conflitos de seu cotidiano de vida e
escolar.
A inserção da literatura infantil no cotidiano dos alunos do 2° ano do ensino
fundamental é muito importante, para isso o professor pode trabalhar de varias
formas, vários tipos de leitura, usar estratégias, técnicas, fazer varias atividades
partindo dos textos literários. Este trabalho é imprescindível, pois prepara a criança,
para varias áreas do saber, assim possibilitando novos conhecimentos e ampliando
sua cultura.
2 TÉCNICAS E RECURSOS A SEREM UTILIZADOS PELO PROFESSOR NA CONTAÇÃO.
2.1 O papel do professor
Para trazer as crianças para o universo da leitura, o professor deve usar
estratégias para que a literatura infantil possa ter aceitação pelos alunos e assim
mostrar a importância da leitura para o desenvolvimento cognitivo, social e
psicológico delas. A literatura infantil para o aluno deve ser algo prazeroso onde ele
possa desenvolver sua imaginação, sua criticidade, sua personalidade sua
convivência e a resolução de conflitos. As estratégias de contação são necessárias
para dar um significado e fazer com que a leitura seja prazerosa para os alunos. O
professor deve estar sempre planejando estes momentos de leitura e contação,
avaliando os textos a serem lidos, organizando o espaço, recursos e horários para
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realizar a contação, preparar atividades que possam ampliar os conhecimentos,
divertir e incentivar a criatividade e a argumentação de seus alunos após a
contação. Constatada a importância da historia como fonte de prazer para a criança e a contribuição que oferece ao seu desenvolvimento, não se pode correr o risco de improvisar. O sucesso da narrativa depende de vários fatores que se interligam, sendo fundamental a elaboração de um plano, um roteiro, no sentido de organizar o desempenho do narrador, garantindo-lhe segurança e assegurando-lhe naturalidade. O roteiro possibilita transformar o improviso em técnica, fundir a teoria a prática. (COELHO, 2008, p.13)
Alguns cuidados devem ser tomados pelo professor antes da contação como:
a escolha do livro, sua apresentação, sua introdução, seu desenvolvimento ao
contar, quais as melhores técnicas e recursos a ser utilizado, o espaço onde será
feita a contação, o tom de sua voz, qual será o grupo de crianças, sua expressão e
emoção evitando assim improvisos que levam o professor a perder os interesses
das crianças durante a leitura, tomando os cuidados adequados a contação se se
torna prazerosa e interessante para as crianças.
2.2 Técnicas e Recursos
O Professor deve apropriar-se de técnicas e recursos que mais lhe convém
durante a contação para que ela se torne mágica aos olhos das crianças vejamos
algumas técnicas e recursos retiradas do livro de Betty Coelho (Contar histórias:
uma arte sem idades e também do livro da autora Cléo Bussato Contar e encantar.
Flanelógrafo: é um quadro de forma retangular em madeira compensado ou
papelão grosso, com uma face coberta de flanela de cor clara, azul de
preferência, porque servirá de cenário, é ideal para apresentar os
personagens da história que se movimentam durante a narrativa.
Gravuras: é a ampliar as figuras do livro ou mesmo criar figuras para aquele
livro que não apresenta ilustrações favorecendo a observação de detalhes
contribuindo para organização do pensamento, facilitando assim um
entendimento mais fácil do enredo e do desfecho da historia contada.
Desenhos: esta técnica é para dar asas à imaginação de seus ouvintes, pois
alunos participam da contação, de forma com que todos ou parte do grupo vá
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até o quadro desenhar as ideias sugeridas pela leitura. Este recurso é uma
forma do aluno imaginar e criar sua própria versão da história.
Movimentos corporais: onde o professor utiliza-se de expressões através do
corpo para demonstrar a emoção e o estado psicológico dos personagens.
Utilizando sons: a utilização desse recurso trás ao ouvinte uma imaginação
rica, pois eles podem projetar em seu imaginário as imagens da narrativa. O
contador pode utilizar das onomatopeias para projetar as imagens do texto,
ou seja, imitar a porta que se abre dentre muitos outros exemplos.
Utilizando tapete e aventais: são técnicas simples de realizar onde o contador
faz uma decoração utilizando um tapete ou um avental, onde lhe é permitido
trabalhar toda a narrativa com figuras e imagens estimulando e encantando o
imaginário dos ouvintes.
Interferências durante a contação: onde o professor permite que durante a
contação os alunos participam ativamente pela voz gestos e fala, procurando
manter um equilíbrio para que a contação não se torne uma desordem. Esta
técnica é um ótimo recurso para ser utilizado com um publico numeroso.
Música e poesia: o professor pode estar adaptando ou inventando músicas e
pequenos versos poéticos para dar uma complementação para sua narrativa,
utilizando-se de uma entonação leve e suave que encante seus ouvintes.
Uso de objetos: O uso de objetos na contação pode ocorrer com fantoches,
objetos acústicos, personagens e cenário baseado na historia. Esta
construção pode ser feita através de sucata ou de utensílios cotidianos como
talheres, copos descartáveis, sacos de lixo, embalagens, utilidades
domésticas, garrafas, papelão, dentre outros materiais.
Usos de tecnologia: Na contação de histórias o uso dessas tecnologias pode
ser incrementado de várias formas como: utilizar um aparelho de som, utilizar
o computador para que as crianças além de ouvir a história, e ler, possam ver
imagens como na comunicação alternativa, o que possibilita múltiplas
linguagens para os diferentes estilos de aprendizagem e características
individuais, contemplando inclusive, os alunos com deficiência.
Utilizando-se destes recursos e técnicas o professor garante seu sucesso
antes durante e depois da contação propondo assim para seus alunos uma
bagagem cheia de criatividade e imaginação.
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ATIVIDADES REALIZADAS APÓS A CONTAÇÃOApós a contação de histórias o professor pode propor aos alunos atividades
após a contação para que tenham um maior aproveitamento da história que foi
contada, podendo entender melhor seu enredo a partir de sua interpretação,
descobrindo as reações emocionais das crianças diante da historia ouvida, pois os
alunos expressarão sentimentos relatarão o que compreenderam e até mesmo
apontarão semelhanças e diferenças com outras histórias.Comentar não significa propor questões interpretativas e muito menos destacar a mensagem contida na história. A criança por si só percebe essa mensagem e a revela nas colocações que faz. São comentários interessantes, oportunos, engraçados, algumas vezes denunciando conflitos existenciais. (COELHO, 2008, p. 57)
Há algumas atividades que possibilitam a integração/articulação entre as
áreas do conhecimento, não só como processo de trabalho do professor na sala de
aula como da própria escola como coletividade. Propor essas atividades após a
historia faz com que a criança faça melhor proveito do conhecimento transmitido,
enriquecendo assim seu vocabulário, sua cultura, abrangendo também a linguagem
artística.
É importante que o professor pense em oferecer diversos tipos de textos
literários na contação, pois desta forma estará contribuindo para a formação de
leitores, do que apenas ensinar a ler.
“[...] a primeira e talvez a mais importante estratégia didática para a prática de
leitura: o trabalho com a diversidade textual. Sem ela pode-se até ensinar a ler, mas
certamente não se formarão leitores competentes.” (BRASIL, 2001, p.55)
A leitura pode ser inserida no cotidiano escolar de modo contextualizado e a
partir de objetivos claros e objetivos, o professor deve pensá-la a partir das
atividades organizativas do trabalho docente, como propõe Nery (2009): atividades
permanentes, sequência didática, projeto e atividade de sistematização. Desta forma
podendo ajudar o aluno a aprender a ler e escrever de forma prazerosa.
A aquisição da escrita deixa claro que a leitura é importante em nosso
cotidiano, pois nos deparamos em diferentes e inusitadas situações que a leitura se
faz essencial: ler uma bula para tomar um medicamento, ler placas para andar nas
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ruas, contar com o auxílio das receitas para preparar um prato, dentre outros
exemplos. No nosso dia a dia lemos com os mais diferentes propósitos: para nos informar sobre as atualidades, para localizar endereços e telefones, para fazer uma receita, para saber como vão pessoas que estimamos, para nos divertir ou emocionar, para tomar decisões, para pagar contas, para comprar algo, entre outros.( SÃO PAULO, 2010, p.20 )
A visão que se tem sobre a leitura ainda é errada, pois ela ainda é muito vista
por professores e pela sociedade como algo necessário apenas para decifrar o
sistema de escrita, mas esta não é a realidade pois o que a escola e os professores
devem propor a seus alunos é que eles se tornem leitores competentes onde eles
mesmos possam escolher o material adequado e de qualidade para suas leituras, e
seu crescimento pessoal.O desafio é formar praticantes da leitura e da escrita e não apenas sujeitos que possa “decifrar” o sistema de escrita. É- já disse – formar leitores que saberão escolher o material escrito adequado para buscar a solução de problemas que devem enfrentar e não alunos capazes apenas de oralizar um texto selecionado por outro. É formar seres humanos críticos, capazes de ler entrelinhas e de assumir uma posição própria frente à mantida, explicita ou implicitamente, pelos autores dos textos com os quais interagem, em vez de persistir em formar indivíduos dependentes da letra do texto e da autoridade de outros. (LERNER, 2002. p.27)
SOBRE A PESQUISAA pesquisa foi realizada em uma escola pública de ciclo I onde foi entregue
um questionário aos professores com dez questões onde as respostas nos trás a
realidade sobre a inserção da literatura infantil através da contação de histórias.
A primeira questão foi voltada a espaço físico utilizado na leitura/ contação de
histórias. Na perspectiva walloniana o espaço fisico contribui para um
desenvolvimento infantil integral, contemplando os dominios afetivos, motor e
cognitivo.
Observa-se na pesquisa, que a maioria dos professores relatam que para o
momento da leitura frequentam sempre a biblioteca da escola e a sala de leitura.
Na segunda questão, o objetivo foi analisar a existência da Biblioteca e Sala
de leitura, sua frequência e os tipos de livros. A resposta foi que existe a sala de leitura
e biblioteca para que seja utilizada pelos alunos da escola. A porcentagem dos
alunos que frequentam uma vez por semana estes espaços é de 88% e duas ou
mais vezes por semana, foi a afirmação de 12%. Os tipos de materiais que
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compõem estes acervos são variados, tais como: livros infantis (contos, poesia,
poema, fabulas etc) revistas infantis: Picolé (Editora Coquetel) e Recreio (Editora
Abril), jornais e gibis.
A questão de nº 3 o objetivo foi verificar se todas as salas de aula contem um
acervo de livros, tipo e quantidade. Todos os professores tem acervo na sua sala de
aula e que esses são variados. Além do tipo do livro que tem nesse acervo foi
pesquisado a quantidade de livros que tem em cada acervo, que varia entre 40 a 58
livros em cada acervo.
Segundo Ana Maria Machado (2011), não é mais um problema no Brasil o
acesso ao livro infantil, pois toda escola recebe livros de qualidade.Para Ana Maria
Machado o que falta é professores que saibam o que fazer com esses livros.
A quarta questão era analisar a qual o espaço da literatura infantil no
planejamento pedagógico semanal observou-se que o trabalho com a literatura
infantil ocorre de uma a duas vezes por semana, o que correspondem a mesma
periodicidade com que os alunos frequentam a biblioteca ou sala de leitura.
Na quinta pergunta respondida pelos professores tinha como objetivo
averiguar tipo e frequência os alunos levavam materiais de literatura infantil para
suas casas, a partir das respostas pode-se verificar que os alunos levam materiais 1
vez por semana e são de vários gêneros, os mesmos citados que contem no acervo
e na biblioteca da escola.
A sexta questão verificou se os professores já haviam feito ou se estavam
desenvolvendo algum projeto de literatura infantil. Observou-se que a maioria dos
professores confundem atividade de rotina com projeto, como:roda de
conversa,discussão,leitura todos os dias ,leitura com produção de historia e varias
outras atividades.
A sétima questão foi voltada na atividade proposta pelo professor após a
leitura/contação de historia. Os professores variam muito as atividades propostas,
dando assim a contação uma função pedagogia.
Na oitava questão verificou-se quais recursos as professoras mais utiliza no
momento da leitura/contação. Percebeu-se que os professores sempre utiliza alguns
recursos no momento da leitura/contação de historia, e o mais usado é o fantoche,
pois elas falaram que os alunos prestam mais atenção, gostam mais.
A nona questão teve como objetivo verificar se o professor acha que a literatura
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infantil trás contribuições no desenvolvimento dos alunos. Os professores acham
que a literatura infantil tem um papel importante na vida dos alunos, como:
desenvolve uma boa comunicação entre os alunos, estimula a escrita e leitura,
melhora no desenpenho e outros que foram citados como: “ Necessario” “estimula
a imaginação” “ Estimula seu lado critico”.Foram essas respostas dadas pelas
professoras.
Na décima e ultima questão verificou se os professores têm prazer de ler e
contar histórias e quais livros que ele mais lê. Observou-se que 74% dos
professores contam textos literários para seus alunos, e 13% responderam que lêem
para a classe o que os próprios alunos trazem de casa, e 13% não responderam se
gostam ou não de fazer a leitura para seus alunos.
CONCLUSÃO
Com esta pesquisa percebe-se que a inserção da literatura infantil no 2° ano
do ensino fundamental é importante no processo de alfabetização, pois além de
permitir que o aluno estimule sua imaginação, criatividade e trabalhe sua
personalidade, ela também ajuda o aluno na aprendizagem da leitura, ou seja, o
processo do ler para escrever, ler por prazer e não apenas do ler por ler.
Com os dados da pesquisa percebe-se que muitos professores não
compreendem qual a real importância do trabalho com a literatura infantil, como
parte do cotidiano escolar dos alunos, momento em que esses não são meros
expectadores mas sim tendo grande participação nas aulas, com a contação onde o
professor estimula o imaginário, a criatividade, e trás emoção para os alunos
transformando assim em um momento único e prazeroso onde as crianças se
sentem livres e incentivadas a participar dando sua opinião e acrescentando
conhecimentos para si e para os outros que também estão ouvindo e prestando
atenção, e é desta forma que consegue-se que os alunos desenvolvam o gosto pela
leitura desde pequenos.
O professor deve ter conhecimento de como trabalhar, e quais recursos
utilizar, pois estes recursos e materiais variam e pode utilizar-se de fantoches,
aventais, expressões dentre tantos para deixar sua contação mais criativa e divertida
para os alunos, algumas técnicas como a entonação que não exigem recursos
auxiliares também é de grande uso e importância na hora de contar uma historia,
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podendo inovar de diversas formas colocando uma fantasia para demonstrar outra
época, mudar o tom da voz para demonstrar uma emoção ou passagem da historia,
pode brincar com os alunos pedindo a participação ativa deles durante a historia
transformando assim a contação em uma peça de teatro onde todos participam e
interagem entre si e com a historia contada.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: lingua portuguesa. Brasilia: MEC/SEF, 1998.
CADEMARTORI, Ligia. O que é literatura infantil. 4. Ed. São Paulo: Brasiliense,1987.
CAGNETTI , Sueli de Souza, Livro que te quero livre,São Paulo: Nordica,1996.
COELHO, BETTY. Contar histórias: uma arte sem idade. São Paulo: Ática, 1987..
LERNER,Delia.Ler e escrever na escola: O real, o possível e o necessário. Porto Alegre: Artmed, 2002.
MACHADO, Ana Maria. Contando historias, formando leitores/ Ruth Rocha. Campinas, SP: Papirus 7 mares, 2011.
SÃO PAULO. LER E ESCREVER: guia de planejamento e orientações didáticas. Volume 1. 2ª série. São Paulo: SEESP, 2009.
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