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The aim of the present work is to show that is possible to teach athletics for children, especially in the Physical Education classes. Looking to the bibliography at this field we see that is very uncommon a pedagogical perspective to teach it. That was a motivation for us to write a brochure trying to help the teacher to teach athletics at school helping with the diffusion of this beautiful sport. Key-words: athletics, school, Physical Education. ABSTRACT Atletismo se aprende na escola Matthiesen SQ, Calvo AP, Silva AC, Faganello FR Grupo de Estudos Pedagógicos e Pesquisa em Atletismo do Departamento de Educação Física da UNESP/Rio Claro – Brasil data de submissão: 07.12.2004 data de aceitação: 04.01.2005 Parte do trabalho desenvolvido pelo Núcleo de Ensino da UNESP- 2003 intitulado “Atletismo se aprende na escola” este texto procurará relatar o percurso traçado na organização de material de ensino no campo do atletismo. Nos sete meses de desenvolvimento do projeto foi cumprido um levantamento minucioso da bibliografia na área de Educação Física, com base no acervo das bibliotecas da UNESP, USP e UNICAMP (Brasil), sendo que foram identificados cerca de 500 títulos de livros, dos quais 149 foram selecionados; 34 títulos de teses de doutorado e dissertações de mestrado e endereços eletrônicos variados. Visando aprofundar na análise dos livros voltados a uma perspectiva pedagógica envolvendo atividades e jogos pré- desportivos no campo do atletismo, procuramos localizar atividades presentes na bibliografia da área, a partir das quais prescrevemos variações e novas sugestões, elaborando um material didático pedagógico de 58 páginas para uso de profissionais neste campo. Palavras-chave: atletismo; escola; Educação Física. RESUMO 36

Atletismo se aprende na escola - revistamotricidade.com

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The aim of the present work is to show that is possible to teach athletics for children,especially in the Physical Education classes. Looking to the bibliography at this fieldwe see that is very uncommon a pedagogical perspective to teach it. That was amotivation for us to write a brochure trying to help the teacher to teach athletics atschool helping with the diffusion of this beautiful sport.

Key-words: athletics, school, Physical Education.

ABSTRACT

Atletismo se aprendena escolaMatthiesen SQ, Calvo AP, Silva AC, Faganello FRGrupo de Estudos Pedagógicos e Pesquisa em Atletismo do Departamento de EducaçãoFísica da UNESP/Rio Claro – Brasildata de submissão: 07.12.2004data de aceitação: 04.01.2005

Parte do trabalho desenvolvido peloNúcleo de Ensino da UNESP- 2003intitulado “Atletismo se aprende naescola” este texto procurará relatar opercurso traçado na organização dematerial de ensino no campo doatletismo. Nos sete meses dedesenvolvimento do projeto foi cumpridoum levantamento minucioso da

bibliografia na área de Educação Física,com base no acervo das bibliotecas daUNESP, USP e UNICAMP (Brasil), sendoque foram identificados cerca de 500títulos de livros, dos quais 149 foramselecionados; 34 títulos de teses dedoutorado e dissertações de mestradoe endereços eletrônicos variados.Visando aprofundar na análise dos livrosvoltados a uma perspectiva pedagógicaenvolvendo atividades e jogos pré-

desportivos no campo do atletismo,procuramos localizar atividadespresentes na bibliografia da área, a partirdas quais prescrevemos variações enovas sugestões, elaborando um materialdidático pedagógico de 58 páginas parauso de profissionais neste campo.

Palavras-chave: atletismo; escola;Educação Física.

RESUMO

36

Não é difícil observar a negligência no que diz respeito ao ensino do atletismo noâmbito das escolas brasileiras. A fragilidade das justificativas apresentadas para essarealidade, tais como: falta de material adequado, falta de espaço disponível, interessedas crianças, entre outras, não deveria impedir a sua realização.Foi neste sentido que nos dedicamos ao desenvolvimento de material didático-pedagógico procurando motivar os profissionais de Educação Física ao ensino destabela modalidade esportiva. Não por outro motivo, propomos o desenvolvimento dejogos pré-desportivos envolvendo as habilidades motoras básicas de marchar, correr,saltar, lançar e arremessar principais neste campo as quais procuraram traduzir,numa linguagem corporal, o significado do atletismo sem, contudo, perder a dimensãode sua especificidade técnica e normativa que faz do atletismo a modalidade esportivaque é. Por meio de atividades recreativas que mesclem um conhecimento geral sobreas habilidades motoras e um conhecimento específico acerca das provas oficiais, oprofessor poderia, portanto, aproximar as crianças do universo do atletismo, levando-as a vivenciá-lo por meio do próprio corpo. Assim, ao dedicar-se ao ensino do atletismovisando, mais do que qualquer outra coisa, despertar nas crianças o gosto pelosmovimentos desta modalidade esportiva, o profissional desta área, além da iniciaçãoe aprendizagem dos movimentos básicos dessa modalidade esportiva por meio dejogos pré-desportivos que exploram as habilidades motoras, poderia criar uma basede conhecimentos capaz de sustentar um aprofundamento técnico mais específicoa partir de então. A preocupação básica do material didático foi, portanto, umaintrodução geral ao ensino do atletismo para crianças, lembrando ao leitor que nãofaça destas meras receitas de êxito rápido, mas, que as compreendam como idéiascapazes de orientar a elaboração e prescrição de suas próprias atividades condizentescom o espaço físico, turma e objetivos de sua realidade de trabalho.Realçando particularidades do projeto, diríamos que durante sete meses, estivemosenvolvidos com a organização deste material realizando, num primeiro momento,um levantamento minucioso da bibliografia existente na área de Educação Física,tendo como ponto de partida o acervo das bibliotecas da UNESP, USP e UNICAMP(Brasil). Foram identificados cerca de 500 títulos de livros, dos quais 149 foramselecionados; 34 títulos de teses de doutorado e dissertações de mestrado e endereçoseletrônicos dos mais diversos versando sobre interesses diversificados no campo doatletismo. A análise deste material registrou, entre outras coisas: 1. uma concentração

INTRODUÇÃO

The aim of the present work is to show that is possible to teach athletics for children,especially in the Physical Education classes. Looking to the bibliography at this fieldwe see that is very uncommon a pedagogical perspective to teach it. That was amotivation for us to write a brochure trying to help the teacher to teach athletics atschool helping with the diffusion of this beautiful sport.

Key-words: athletics, school, Physical Education.

ABSTRACT

Atletismo se aprendena escolaMatthiesen SQ, Calvo AP, Silva AC, Faganello FRGrupo de Estudos Pedagógicos e Pesquisa em Atletismo do Departamento de EducaçãoFísica da UNESP/Rio Claro – Brasildata de submissão: 07.12.2004data de aceitação: 04.01.2005

Parte do trabalho desenvolvido peloNúcleo de Ensino da UNESP- 2003intitulado “Atletismo se aprende naescola” este texto procurará relatar opercurso traçado na organização dematerial de ensino no campo doatletismo. Nos sete meses dedesenvolvimento do projeto foi cumpridoum levantamento minucioso da

bibliografia na área de Educação Física,com base no acervo das bibliotecas daUNESP, USP e UNICAMP (Brasil), sendoque foram identificados cerca de 500títulos de livros, dos quais 149 foramselecionados; 34 títulos de teses dedoutorado e dissertações de mestradoe endereços eletrônicos variados.Visando aprofundar na análise dos livrosvoltados a uma perspectiva pedagógicaenvolvendo atividades e jogos pré-

desportivos no campo do atletismo,procuramos localizar atividadespresentes na bibliografia da área, a partirdas quais prescrevemos variações enovas sugestões, elaborando um materialdidático pedagógico de 58 páginas parauso de profissionais neste campo.

Palavras-chave: atletismo; escola;Educação Física.

RESUMO

36

Não é difícil observar a negligência no que diz respeito ao ensino do atletismo noâmbito das escolas brasileiras. A fragilidade das justificativas apresentadas para essarealidade, tais como: falta de material adequado, falta de espaço disponível, interessedas crianças, entre outras, não deveria impedir a sua realização.Foi neste sentido que nos dedicamos ao desenvolvimento de material didático-pedagógico procurando motivar os profissionais de Educação Física ao ensino destabela modalidade esportiva. Não por outro motivo, propomos o desenvolvimento dejogos pré-desportivos envolvendo as habilidades motoras básicas de marchar, correr,saltar, lançar e arremessar principais neste campo as quais procuraram traduzir,numa linguagem corporal, o significado do atletismo sem, contudo, perder a dimensãode sua especificidade técnica e normativa que faz do atletismo a modalidade esportivaque é. Por meio de atividades recreativas que mesclem um conhecimento geral sobreas habilidades motoras e um conhecimento específico acerca das provas oficiais, oprofessor poderia, portanto, aproximar as crianças do universo do atletismo, levando-as a vivenciá-lo por meio do próprio corpo. Assim, ao dedicar-se ao ensino do atletismovisando, mais do que qualquer outra coisa, despertar nas crianças o gosto pelosmovimentos desta modalidade esportiva, o profissional desta área, além da iniciaçãoe aprendizagem dos movimentos básicos dessa modalidade esportiva por meio dejogos pré-desportivos que exploram as habilidades motoras, poderia criar uma basede conhecimentos capaz de sustentar um aprofundamento técnico mais específicoa partir de então. A preocupação básica do material didático foi, portanto, umaintrodução geral ao ensino do atletismo para crianças, lembrando ao leitor que nãofaça destas meras receitas de êxito rápido, mas, que as compreendam como idéiascapazes de orientar a elaboração e prescrição de suas próprias atividades condizentescom o espaço físico, turma e objetivos de sua realidade de trabalho.Realçando particularidades do projeto, diríamos que durante sete meses, estivemosenvolvidos com a organização deste material realizando, num primeiro momento,um levantamento minucioso da bibliografia existente na área de Educação Física,tendo como ponto de partida o acervo das bibliotecas da UNESP, USP e UNICAMP(Brasil). Foram identificados cerca de 500 títulos de livros, dos quais 149 foramselecionados; 34 títulos de teses de doutorado e dissertações de mestrado e endereçoseletrônicos dos mais diversos versando sobre interesses diversificados no campo doatletismo. A análise deste material registrou, entre outras coisas: 1. uma concentração

INTRODUÇÃO

da publicação de livros de atletismo nas décadas de 70 e 80; 2. aprofundamento emprovas de corridas e saltos, em detrimento dos arremessos, lançamentos, marchaatlética e provas combinadas; 3. a predominância de uma perspectiva técnica, detreinamento e normativa em detrimento de uma perspectiva pedagógica, de ensinodo atletismo. Tendo em vista que o objetivo da pesquisa consistia em aprofundar naanálise dos livros voltados a uma perspectiva pedagógica envolvendo atividades ejogos pré-desportivos dentro desta modalidade, os colaboradores, bolsistas doprojeto, detiveram-se, num segundo momento, na localização de atividades prescritaspela bibliografia conhecida na área, concentrando algumas atividades que podemser desenvolvidas dentro de cada uma das modalidades do atletismo. Num terceiroe último momento, procuramos prescrever variações e novas atividades comosugestões passíveis de contribuição ao trabalho do profissional de Educação Físicaainda que esse material possa sofrer múltiplas variações e complementações,instigando a capacidade criativa dos profissionais envolvidos.Por fim, diríamos que o material produzido procurou abarcar um conhecimento doatletismo no campo teórico e prático, tendo como referência suas modalidades, ouseja, a marcha atlética, as corridas (rasas de velocidade, resistência, barreiras, comobstáculos, revezamentos); os saltos (altura, triplo, distância e vara); arremessose lançamentos (peso, disco, dardo/pelota, martelo; as provas combinadas, além desugestões para competições, atividades para dias de chuva. Para além disso,procuramos registrar uma vasta bibliografia no campo do atletismo como sugestãode leitura, mencionando livros, dissertações de mestrado e teses de doutorado, sites,vídeos e slides. Contudo, dadas as limitações de um artigo, procuraremos reproduzirno presente texto partes do material elaborado, convidando o leitor para que conheçao original com 58 páginas. Portanto, não mencionaremos as atividades presentesna bibliografia da área nem todas as que compõem o material, mas, alguns poucosexemplos das atividades elaboradas pelo grupo como sugestão de atividades paraas aulas de Educação Física.Não há como negar o conhecimento - ainda que restrito - que as crianças detêm doatletismo. Para iniciar um bom trabalho, sugere-se, portanto, que o professor façaum levantamento daquilo que já é conhecido pelas crianças e isso pode ser feitoem equipes, favorecendo o trabalho em grupo pouco explorado no atletismo. Feitoisso, o próximo passo é levá-las até a pista, onde o professor poderá desenvolver uma atividade que as familiarize com o espaço. É nesse sentido que sugeriremosas seguintes atividades.

Atletismo se aprendena escolaMatthiesen SQ, Calvo AP, Silva AC, Faganello FR

38

Sentados em colunas, formando váriasequipes com sete integrantes, no meiodo campo (da pista de atletismo), osalunos deverão realizar, do primeiro aoúltimo, as atividades descritas empequenos papéis distribuídos aosalunos. Com um bastão na mão, oaluno, depois de executar a atividadeque lhe foi delegada, deverá correr atéo final da coluna passando o bastão parao último. Quando o bastão chegar noprimeiro aluno da coluna, este iniciaráa corrida a fim de cumprir a suaatividade. Vencerá a equipe que terminartodas as atividades primeiro.1. Correr até a primeira barreira (queestará desmontada) da prova dos 110metros com barreiras e montá-la.2. Levar o peso até o setor doarremesso do peso.3. Levar a corda até o setor do saltoem altura e amarrá-la nos suportes.4. Levar o disco ao setor delançamento do disco.5. Fazer um monte pequeno de areiadentro da caixa de salto em distância.6. Levar o dardo para o setor delançamento do dardo.7. Correr até a saída dos 100 metrosrasos e montar o bloco de saída queestará desmontado.

Pouco trabalhada pelos profissionais daEducação Física, a marcha atlética é umadas provas que provoca grandeentusiasmo. Ainda que oficialmente sejauma prova de fundo, sugere-se que, naaprendizagem, se inicie com atividadescurtas e que explorem o andar rápidoaté atingirem o movimento da marchaatlética propriamente dito.Apesar das poucas sugestões presentesna bibliografia, não há dificuldades naelaboração de exercícios voltados ao seuensino, sobretudo, se levarmos a criançaa identificar, na realização do movimento,a diferença entre andar, marchar e correr(lentamente e em velocidade),observando os diferentes tipos de apoiose ritmos provenientes de cada situação.PerseguiçãoEm duplas, mantendo uma distância de1 metro, as crianças realizarão umaperseguição utilizando a marchaatlética, dentro de uma reta de 30metros. Ao sinal, ambas marcharão emdireção ao final da reta, sendo que aque está atrás tentará pegar a que estána frente. Ao final do exercício, asposições serão invertidas.

CONHECENDO A MARCHAATLÉTICA

CONHECENDO OSMATERIAIS DOATLETISMO

X1 (1 metro) X2

Y1 (1 metro) Y2

K1 (1 metro) K2

CHEGADA

30 metros

da publicação de livros de atletismo nas décadas de 70 e 80; 2. aprofundamento emprovas de corridas e saltos, em detrimento dos arremessos, lançamentos, marchaatlética e provas combinadas; 3. a predominância de uma perspectiva técnica, detreinamento e normativa em detrimento de uma perspectiva pedagógica, de ensinodo atletismo. Tendo em vista que o objetivo da pesquisa consistia em aprofundar naanálise dos livros voltados a uma perspectiva pedagógica envolvendo atividades ejogos pré-desportivos dentro desta modalidade, os colaboradores, bolsistas doprojeto, detiveram-se, num segundo momento, na localização de atividades prescritaspela bibliografia conhecida na área, concentrando algumas atividades que podemser desenvolvidas dentro de cada uma das modalidades do atletismo. Num terceiroe último momento, procuramos prescrever variações e novas atividades comosugestões passíveis de contribuição ao trabalho do profissional de Educação Físicaainda que esse material possa sofrer múltiplas variações e complementações,instigando a capacidade criativa dos profissionais envolvidos.Por fim, diríamos que o material produzido procurou abarcar um conhecimento doatletismo no campo teórico e prático, tendo como referência suas modalidades, ouseja, a marcha atlética, as corridas (rasas de velocidade, resistência, barreiras, comobstáculos, revezamentos); os saltos (altura, triplo, distância e vara); arremessose lançamentos (peso, disco, dardo/pelota, martelo; as provas combinadas, além desugestões para competições, atividades para dias de chuva. Para além disso,procuramos registrar uma vasta bibliografia no campo do atletismo como sugestãode leitura, mencionando livros, dissertações de mestrado e teses de doutorado, sites,vídeos e slides. Contudo, dadas as limitações de um artigo, procuraremos reproduzirno presente texto partes do material elaborado, convidando o leitor para que conheçao original com 58 páginas. Portanto, não mencionaremos as atividades presentesna bibliografia da área nem todas as que compõem o material, mas, alguns poucosexemplos das atividades elaboradas pelo grupo como sugestão de atividades paraas aulas de Educação Física.Não há como negar o conhecimento - ainda que restrito - que as crianças detêm doatletismo. Para iniciar um bom trabalho, sugere-se, portanto, que o professor façaum levantamento daquilo que já é conhecido pelas crianças e isso pode ser feitoem equipes, favorecendo o trabalho em grupo pouco explorado no atletismo. Feitoisso, o próximo passo é levá-las até a pista, onde o professor poderá desenvolver uma atividade que as familiarize com o espaço. É nesse sentido que sugeriremosas seguintes atividades.

Atletismo se aprendena escolaMatthiesen SQ, Calvo AP, Silva AC, Faganello FR

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Sentados em colunas, formando váriasequipes com sete integrantes, no meiodo campo (da pista de atletismo), osalunos deverão realizar, do primeiro aoúltimo, as atividades descritas empequenos papéis distribuídos aosalunos. Com um bastão na mão, oaluno, depois de executar a atividadeque lhe foi delegada, deverá correr atéo final da coluna passando o bastão parao último. Quando o bastão chegar noprimeiro aluno da coluna, este iniciaráa corrida a fim de cumprir a suaatividade. Vencerá a equipe que terminartodas as atividades primeiro.1. Correr até a primeira barreira (queestará desmontada) da prova dos 110metros com barreiras e montá-la.2. Levar o peso até o setor doarremesso do peso.3. Levar a corda até o setor do saltoem altura e amarrá-la nos suportes.4. Levar o disco ao setor delançamento do disco.5. Fazer um monte pequeno de areiadentro da caixa de salto em distância.6. Levar o dardo para o setor delançamento do dardo.7. Correr até a saída dos 100 metrosrasos e montar o bloco de saída queestará desmontado.

Pouco trabalhada pelos profissionais daEducação Física, a marcha atlética é umadas provas que provoca grandeentusiasmo. Ainda que oficialmente sejauma prova de fundo, sugere-se que, naaprendizagem, se inicie com atividadescurtas e que explorem o andar rápidoaté atingirem o movimento da marchaatlética propriamente dito.Apesar das poucas sugestões presentesna bibliografia, não há dificuldades naelaboração de exercícios voltados ao seuensino, sobretudo, se levarmos a criançaa identificar, na realização do movimento,a diferença entre andar, marchar e correr(lentamente e em velocidade),observando os diferentes tipos de apoiose ritmos provenientes de cada situação.PerseguiçãoEm duplas, mantendo uma distância de1 metro, as crianças realizarão umaperseguição utilizando a marchaatlética, dentro de uma reta de 30metros. Ao sinal, ambas marcharão emdireção ao final da reta, sendo que aque está atrás tentará pegar a que estána frente. Ao final do exercício, asposições serão invertidas.

CONHECENDO A MARCHAATLÉTICA

CONHECENDO OSMATERIAIS DOATLETISMO

X1 (1 metro) X2

Y1 (1 metro) Y2

K1 (1 metro) K2

CHEGADA

30 metros

Atletismo se aprendena escolaMatthiesen SQ, Calvo AP, Silva AC, Faganello FR

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São vários os tipos de corridas dentro do atletismo. Ainda quenuma fase inicial de conhecimento desta modalidade esportivanão se deva introduzir as provas propriamente ditas em sua formafinal, isto é, fazer com que a criança corra, por exemplo, umaprova inteira de 400 metros sob barreiras, é interessante queelas conheçam as diferentes possibilidades de realização dacorrida e as regras que as permeiam.Além disso, alguns cuidados devem ser observados. Nas corridasrasas de velocidade, por exemplo, deve-se priorizar odesenvolvimento de distâncias curtas, intercalados por intervalosque garantam a recuperação das crianças, sendo os jogos depegador ou pega-pega uma ótima opção, desde que o professoresteja atento para que haja uma alternância entre os pegadores,observando como todos acompanham o ritmo da atividade, alémde utilizar estratégias que evitem a exclusão.Se são inúmeras as possibilidades de atividades neste campo,sugeriremos uma de fácil realização, sobretudo no campo escolar.Siga o sinalAlunos divididos em equipes, dispostas em duas colunas, emfrente a dois cones distantes 30 metros. Ao primeiro sinal doprofessor, o primeiro aluno de cada equipe dará início a umacorrida de velocidade que será interrompida por um segundosinal a partir do qual deverá realizar um dos educativos decorrida (anfersen ou skipping) até que o professor dê o terceirosinal para a retomada da corrida. Cada aluno realizará o percursode ida e volta, vencendo a equipe que concluir o exercício, comtodos os integrantes, primeiro.No que diz respeito às corridas de resistência, diríamos que omais difícil para uma criança neste tipo de corridas seja aimposição do ritmo adequado. Ao solicitarmos a um grupo decrianças a realização de duas voltas na pista de atletismo, nãoserá difícil verificar que, logo na saída, todas correrão em altavelocidade, logo se desgastando e encontrando dificuldadespara cumprir o percurso. Nesse sentido, uma atividade queapresenta ótimos resultados é a “corrida contra o relógio” emque o professor definirá um espaço a ser cumprido numdeterminado tempo. Por exemplo: percorrer 250 metros em 2minutos. Após a execução da tarefa, o professor deverá discutircom a criança qual foi o tempo solicitado, qual foi o tempo desua execução e a forma empregada para o desenvolvimento dopercurso, isto é: se correu muito rápido; se correu muitodevagar; se deveria ter acelerado mais etc. Depois das primeirasorientações, a criança deverá realizar novamente a tentativa everificar se houve uma melhora em termos da adequação aoritmo solicitado. O professor, então, poderá trabalhar com asvariáveis, alterando o espaço a ser percorrido ou o tempo, deforma que a criança possa adequar o movimento de seu corpo

ao tempo solicitado. Com base nisso, a criança terá condiçõesde avaliar melhor o ritmo que deverá empregar quando lhe forsolicitado o desenvolvimento de um percurso mais longo, comoas provas oficiais, por exemplo.Jogo dos gruposAlunos correndo livremente pelo espaço em ritmo moderado(de frente, costas, lateral), ao som de uma música ou daspalmas do professor. Ao sinal, deverão formar pequenos gruposde acordo com o solicitado pelo professor: duplas, trios,quartetos, quintetos. O professor deverá intercalar a formaçãodos grupos com a corrida individual de modo que os alunosformem sempre grupos diferentes.No desenvolvimento de corridas com barreiras e obstáculosé preciso que o professor esteja atento para a introduzir atécnica sem muita pressa. O ideal é que provoque desafios,introduzindo atividades que explorem a transposição de cordaselásticas, com alturas progressivas, adequando-se o espaçoentre elas. Somente quando as crianças estiveremfamiliarizadas com todos esses aspectos é que se deveintroduzir a barreira propriamente dita, definindo-se umaaltura possível para a sua transposição e situando-as dentrodas regras oficiais. No caso das corridas de obstáculos, asugestão é que as crianças ultrapassem obstáculos em quepossam apoiar os pés, caso desejarem, tais como: pneus,banco sueco, pequenos caixotes etc.Estafeta dos obstáculosAlunos dispostos em duas equipes, divididas em duas colunasde frente para o circuito formado por dois cones nos quais estãoamarradas cordas numa altura que propicie a transposição(similar a três barreiras); quatro arcos colocados no chão emforma de zigue-zague e um caixote de madeira (ou tampa doplinto). Ao sinal, o primeiro aluno de cada equipe iniciará a corridaa partir da posição de saída baixa em direção aos obstáculos,retornando à sua equipe por meio de uma corrida de velocidaderasa, tocando o ombro do próximo componente. Vencerá a equipeque concluir todo o circuito primeiro.Nas corridas de revezamento, uma das poucas possibilidadesde trabalho em grupo no dentro do atletismo, valerecomendarmos a realização de estafetas reunindo um númerooficial de integrantes (4) ou um número maior de crianças,introduzindo-se as regras pouco a pouco. Das váriaspossibilidades, sugerimos a que segue:Revezamento em círculoDuas equipes, dispostas, cada qual, em um círculo. Ao sinal,um dos alunos sairá correndo com um bastão em volta docírculo até completar uma volta, passando-o ao próximo daequipe. Vencerá o jogo, a equipe que terminar todo o trajetoprimeiro. Obs: O mesmo exercício poderá ser realizado com osalunos contornando o círculo da equipe adversária.

CONHECENDO AS CORRIDAS

cones

30 metros

Atletismo se aprendena escolaMatthiesen SQ, Calvo AP, Silva AC, Faganello FR

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São vários os tipos de corridas dentro do atletismo. Ainda quenuma fase inicial de conhecimento desta modalidade esportivanão se deva introduzir as provas propriamente ditas em sua formafinal, isto é, fazer com que a criança corra, por exemplo, umaprova inteira de 400 metros sob barreiras, é interessante queelas conheçam as diferentes possibilidades de realização dacorrida e as regras que as permeiam.Além disso, alguns cuidados devem ser observados. Nas corridasrasas de velocidade, por exemplo, deve-se priorizar odesenvolvimento de distâncias curtas, intercalados por intervalosque garantam a recuperação das crianças, sendo os jogos depegador ou pega-pega uma ótima opção, desde que o professoresteja atento para que haja uma alternância entre os pegadores,observando como todos acompanham o ritmo da atividade, alémde utilizar estratégias que evitem a exclusão.Se são inúmeras as possibilidades de atividades neste campo,sugeriremos uma de fácil realização, sobretudo no campo escolar.Siga o sinalAlunos divididos em equipes, dispostas em duas colunas, emfrente a dois cones distantes 30 metros. Ao primeiro sinal doprofessor, o primeiro aluno de cada equipe dará início a umacorrida de velocidade que será interrompida por um segundosinal a partir do qual deverá realizar um dos educativos decorrida (anfersen ou skipping) até que o professor dê o terceirosinal para a retomada da corrida. Cada aluno realizará o percursode ida e volta, vencendo a equipe que concluir o exercício, comtodos os integrantes, primeiro.No que diz respeito às corridas de resistência, diríamos que omais difícil para uma criança neste tipo de corridas seja aimposição do ritmo adequado. Ao solicitarmos a um grupo decrianças a realização de duas voltas na pista de atletismo, nãoserá difícil verificar que, logo na saída, todas correrão em altavelocidade, logo se desgastando e encontrando dificuldadespara cumprir o percurso. Nesse sentido, uma atividade queapresenta ótimos resultados é a “corrida contra o relógio” emque o professor definirá um espaço a ser cumprido numdeterminado tempo. Por exemplo: percorrer 250 metros em 2minutos. Após a execução da tarefa, o professor deverá discutircom a criança qual foi o tempo solicitado, qual foi o tempo desua execução e a forma empregada para o desenvolvimento dopercurso, isto é: se correu muito rápido; se correu muitodevagar; se deveria ter acelerado mais etc. Depois das primeirasorientações, a criança deverá realizar novamente a tentativa everificar se houve uma melhora em termos da adequação aoritmo solicitado. O professor, então, poderá trabalhar com asvariáveis, alterando o espaço a ser percorrido ou o tempo, deforma que a criança possa adequar o movimento de seu corpo

ao tempo solicitado. Com base nisso, a criança terá condiçõesde avaliar melhor o ritmo que deverá empregar quando lhe forsolicitado o desenvolvimento de um percurso mais longo, comoas provas oficiais, por exemplo.Jogo dos gruposAlunos correndo livremente pelo espaço em ritmo moderado(de frente, costas, lateral), ao som de uma música ou daspalmas do professor. Ao sinal, deverão formar pequenos gruposde acordo com o solicitado pelo professor: duplas, trios,quartetos, quintetos. O professor deverá intercalar a formaçãodos grupos com a corrida individual de modo que os alunosformem sempre grupos diferentes.No desenvolvimento de corridas com barreiras e obstáculosé preciso que o professor esteja atento para a introduzir atécnica sem muita pressa. O ideal é que provoque desafios,introduzindo atividades que explorem a transposição de cordaselásticas, com alturas progressivas, adequando-se o espaçoentre elas. Somente quando as crianças estiveremfamiliarizadas com todos esses aspectos é que se deveintroduzir a barreira propriamente dita, definindo-se umaaltura possível para a sua transposição e situando-as dentrodas regras oficiais. No caso das corridas de obstáculos, asugestão é que as crianças ultrapassem obstáculos em quepossam apoiar os pés, caso desejarem, tais como: pneus,banco sueco, pequenos caixotes etc.Estafeta dos obstáculosAlunos dispostos em duas equipes, divididas em duas colunasde frente para o circuito formado por dois cones nos quais estãoamarradas cordas numa altura que propicie a transposição(similar a três barreiras); quatro arcos colocados no chão emforma de zigue-zague e um caixote de madeira (ou tampa doplinto). Ao sinal, o primeiro aluno de cada equipe iniciará a corridaa partir da posição de saída baixa em direção aos obstáculos,retornando à sua equipe por meio de uma corrida de velocidaderasa, tocando o ombro do próximo componente. Vencerá a equipeque concluir todo o circuito primeiro.Nas corridas de revezamento, uma das poucas possibilidadesde trabalho em grupo no dentro do atletismo, valerecomendarmos a realização de estafetas reunindo um númerooficial de integrantes (4) ou um número maior de crianças,introduzindo-se as regras pouco a pouco. Das váriaspossibilidades, sugerimos a que segue:Revezamento em círculoDuas equipes, dispostas, cada qual, em um círculo. Ao sinal,um dos alunos sairá correndo com um bastão em volta docírculo até completar uma volta, passando-o ao próximo daequipe. Vencerá o jogo, a equipe que terminar todo o trajetoprimeiro. Obs: O mesmo exercício poderá ser realizado com osalunos contornando o círculo da equipe adversária.

CONHECENDO AS CORRIDAS

cones

30 metros

Atletismo se aprendena escolaMatthiesen SQ, Calvo AP, Silva AC, Faganello FR

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Quer sejam em projeção horizontal, quer em projeção vertical,os saltos correspondem a uma das atividades preferidas dascrianças. Contudo, todo cuidado é pouco na hora de suaexecução, sobretudo tendo em vista que devem ser realizadoscom um dos pés, o que acaba sobrecarregando a musculatura quando executados repetidas vezes. Para além disso, sugere-se que o terreno utilizado para a realização dos saltos seja, nomaior tempo da atividade, macio (grama, areia), de forma queo impacto tenha menores conseqüências, já que é muito comumo não amortecimento nas primeiras etapas da aprendizagem.Para o ensino do salto em distância, sugere-se que as crianças realizem atividades próximas à caixa de areia, sem quaisquerpreocupações técnicas específicas ou regras que restrinjam oseu movimento, a partir das quais poderão ser introduzidasespecificidades dos movimentos específicos do estilo: grupado, arco e, quando oferecer condições, o estilo passada no ar ou“hitch-kick”. Portanto, durante a aprendizagem, sugerimos odesenvolvimento de atividades pautadas nas seguintesorientações: desenvolvimento de atividades de saltar iniciadaslivremente pelas crianças, sem restrição quanto à forma doimpulso (em um ou dois pés); movimentos dos braços ou regraspróprias da prova; desenvolvimento de atividades de saltar comum dos pés em distância, próximo à caixa de areia;desenvolvimento de atividades de saltar com um dos pés emdistância, com pequena corrida de aproximação, apenas paraampliar o impulso; aumentar a distância da corrida aos poucos,ao mesmo tempo em que se fixa um local determinado (aprincípio uma linha traçada no chão e depois, a tábua de impulsãono corredor dos saltos) para a realização do impulso em um

dos pés; colocação de várias cordas na caixa de areia, comouma forma de incentivo e de visualização, por parte da criança,do local da queda.Pega-pega do Saci PererêEm um espaço delimitado, os alunos deverão saltar realizandoa impulsão em uma das pernas. Um dos alunos inicia o jogocomo pegador (o Saci Pererê), sendo que ao tocar nosparticipantes, estes também se tornarão pegadores. Obs.: Paranão haver sobrecarga na perna de impulsão, os participantesdeverão alternar a perna de salto sempre que alguém for pego.Mesmo que não seja efetuado em sua forma final, o quedemandaria por parte do praticante uma determinada estruturacorporal inexistente em crianças menores, o salto triplo deve seruma atividade, mesmo que adaptada, presente em um programade ensino do atletismo. Basta observarmos algumas brincadeirasinfantis para verificarmos as facilidades de se ensinar o saltotriplo para as crianças, ímpar no desenvolvimento da coordenação.Amarelinha triplaPromover uma amarelinha “mais técnica”, colocando-se osarcos no chão respeitando-se a seqüência de impulso do saltotriplo: direita-direita-esquerda; esquerda-esquerda-direita.Na seqüência, colocar os arcos próximos à caixa de areia,onde deverá ser efetuada a queda.O salto em altura também é um desafio para as crianças aindaque exija certos cuidados. Não há dúvidas de que o estilotesoura é o mais simples e utilizado na aprendizagem, mas,estilos como o rolo ventral e o Fosbory flop poderão servivenciados pelas crianças desde que se tenha materialadequado para a absorção do impacto do movimento. Mas,qualquer que seja o estilo técnico é importante frisar que oobstáculo a ser ultrapassado não deverá oferecer perigo na

CONHECENDO OS SALTOS execução, sugerindo-se que se inicie o trabalho de salto emaltura com a corda elástica, habilitando a criança para atransposição posterior do sarrafo.As observações já realizadas no salto em distância, sãotambém válidas aqui. No caso deste tipo de salto, a alturadeve ser vista como um obstáculo a ser superado, mas, paratanto, não deverá ser nem muito baixo, invalidando o desafio,nem muito alto ou praticamente intransponível. Assim,sugere-se que se parta de uma altura em que a criançaconsiga, sem grandes dificuldades, executar o movimentosolicitado, até aquela que lhe sirva como um real estímulopara a transposição sem, contudo, oferecer-lhe riscos. Noinício da aprendizagem, atividades bem simples poderão serdesenvolvidas e alteradas a medida em que as criançasofereçam maiores possibilidades de execução dos movimentose adequação às regras oficiais segundo as quais cadaparticipante terá direito a três tentativas para ultrapassar osarrafo impulsionando-se em um pé só, sendo desclassificadose falhar em três tentativas seguidas.Das várias possibilidades existentes para o ensino do salto emaltura, sugerimos algumas bastante simples e que poderão serrealizadas com bastante facilidade.Pela frente, pela direita e pela esquerdaIndividualmente, as crianças deverão realizar uma pequenacorrida de aproximação pela frente, pelo lado direito e pelo ladoesquerdo, antes de saltar a corda, com impulso em um dospés. Após a execução, o professor deverá explicar o movimentodo salto em altura (tesoura), já que provavelmente muitas dascrianças estarão realizando uma flexão exagerada dos membrosinferiores comprometendo a técnica do salto. O salto com varatambém poderá ser desenvolvido com crianças. Mas, se o

próprio material, isto é, a vara, possa, muitas vezes, correspondera um impedimento para o ensino deste tipo de salto, materiaiscomo cabos de vassouras e varas de bambu poderão serperfeitamente utilizados no trabalho com crianças.Como nos saltos antes apresentados, o desafio deverá estarsempre presente, assim como os cuidados necessários para asua execução. É neste sentido que sugerimos que o professor:- Inicie o ensino do salto com vara sem que haja um objeto realpara transposição, começando pelo manuseio do material a serutilizado, pela condução do mesmo durante a corrida, pelo apoioe início do movimento do salto.-Após a familiarização da criança com o aparelho, coloque umacorda elástica (em uma altura que poderá ser progressiva) paraa realização da transposição.- Inicie o trabalho na grama, nas proximidades da caixa de areiaou fazendo uso dos colchões, casa haja essa possibilidade.A partir desses cuidados, as crianças poderão, aos poucos, entrarem contato com as regras básicas dessa prova que hoje édisputada tanto pelos homens como pelas mulheres. Apesar deserem poucos os exercícios destacados pela bibliografia para aaprendizagem do salto com vara, sugeriremos uma atividade quepoderá servir como motivação para o desenvolvimento de outras.Saltando o rioDuas varas de bambu colocadas paralelamente, numa distânciainicial de 60 cm, que poderá ser aumentada. Alunos dispostosde um dos lados das varas, com um cabo de vassoura nas mãos,deverão correr em direção às varas paralelas (que simbolizaum rio), apoiando-o no chão a fim de realizar a transposição do“ rio” . Obs: O mesmo exercício poderá ser realizado comalgumas orientações mais técnicas: empunhadura correta davara; realização de giro na transposição, etc.

Atletismo se aprendena escolaMatthiesen SQ, Calvo AP, Silva AC, Faganello FR

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Quer sejam em projeção horizontal, quer em projeção vertical,os saltos correspondem a uma das atividades preferidas dascrianças. Contudo, todo cuidado é pouco na hora de suaexecução, sobretudo tendo em vista que devem ser realizadoscom um dos pés, o que acaba sobrecarregando a musculatura quando executados repetidas vezes. Para além disso, sugere-se que o terreno utilizado para a realização dos saltos seja, nomaior tempo da atividade, macio (grama, areia), de forma queo impacto tenha menores conseqüências, já que é muito comumo não amortecimento nas primeiras etapas da aprendizagem.Para o ensino do salto em distância, sugere-se que as crianças realizem atividades próximas à caixa de areia, sem quaisquerpreocupações técnicas específicas ou regras que restrinjam oseu movimento, a partir das quais poderão ser introduzidasespecificidades dos movimentos específicos do estilo: grupado, arco e, quando oferecer condições, o estilo passada no ar ou“hitch-kick”. Portanto, durante a aprendizagem, sugerimos odesenvolvimento de atividades pautadas nas seguintesorientações: desenvolvimento de atividades de saltar iniciadaslivremente pelas crianças, sem restrição quanto à forma doimpulso (em um ou dois pés); movimentos dos braços ou regraspróprias da prova; desenvolvimento de atividades de saltar comum dos pés em distância, próximo à caixa de areia;desenvolvimento de atividades de saltar com um dos pés emdistância, com pequena corrida de aproximação, apenas paraampliar o impulso; aumentar a distância da corrida aos poucos,ao mesmo tempo em que se fixa um local determinado (aprincípio uma linha traçada no chão e depois, a tábua de impulsãono corredor dos saltos) para a realização do impulso em um

dos pés; colocação de várias cordas na caixa de areia, comouma forma de incentivo e de visualização, por parte da criança,do local da queda.Pega-pega do Saci PererêEm um espaço delimitado, os alunos deverão saltar realizandoa impulsão em uma das pernas. Um dos alunos inicia o jogocomo pegador (o Saci Pererê), sendo que ao tocar nosparticipantes, estes também se tornarão pegadores. Obs.: Paranão haver sobrecarga na perna de impulsão, os participantesdeverão alternar a perna de salto sempre que alguém for pego.Mesmo que não seja efetuado em sua forma final, o quedemandaria por parte do praticante uma determinada estruturacorporal inexistente em crianças menores, o salto triplo deve seruma atividade, mesmo que adaptada, presente em um programade ensino do atletismo. Basta observarmos algumas brincadeirasinfantis para verificarmos as facilidades de se ensinar o saltotriplo para as crianças, ímpar no desenvolvimento da coordenação.Amarelinha triplaPromover uma amarelinha “mais técnica”, colocando-se osarcos no chão respeitando-se a seqüência de impulso do saltotriplo: direita-direita-esquerda; esquerda-esquerda-direita.Na seqüência, colocar os arcos próximos à caixa de areia,onde deverá ser efetuada a queda.O salto em altura também é um desafio para as crianças aindaque exija certos cuidados. Não há dúvidas de que o estilotesoura é o mais simples e utilizado na aprendizagem, mas,estilos como o rolo ventral e o Fosbory flop poderão servivenciados pelas crianças desde que se tenha materialadequado para a absorção do impacto do movimento. Mas,qualquer que seja o estilo técnico é importante frisar que oobstáculo a ser ultrapassado não deverá oferecer perigo na

CONHECENDO OS SALTOS execução, sugerindo-se que se inicie o trabalho de salto emaltura com a corda elástica, habilitando a criança para atransposição posterior do sarrafo.As observações já realizadas no salto em distância, sãotambém válidas aqui. No caso deste tipo de salto, a alturadeve ser vista como um obstáculo a ser superado, mas, paratanto, não deverá ser nem muito baixo, invalidando o desafio,nem muito alto ou praticamente intransponível. Assim,sugere-se que se parta de uma altura em que a criançaconsiga, sem grandes dificuldades, executar o movimentosolicitado, até aquela que lhe sirva como um real estímulopara a transposição sem, contudo, oferecer-lhe riscos. Noinício da aprendizagem, atividades bem simples poderão serdesenvolvidas e alteradas a medida em que as criançasofereçam maiores possibilidades de execução dos movimentose adequação às regras oficiais segundo as quais cadaparticipante terá direito a três tentativas para ultrapassar osarrafo impulsionando-se em um pé só, sendo desclassificadose falhar em três tentativas seguidas.Das várias possibilidades existentes para o ensino do salto emaltura, sugerimos algumas bastante simples e que poderão serrealizadas com bastante facilidade.Pela frente, pela direita e pela esquerdaIndividualmente, as crianças deverão realizar uma pequenacorrida de aproximação pela frente, pelo lado direito e pelo ladoesquerdo, antes de saltar a corda, com impulso em um dospés. Após a execução, o professor deverá explicar o movimentodo salto em altura (tesoura), já que provavelmente muitas dascrianças estarão realizando uma flexão exagerada dos membrosinferiores comprometendo a técnica do salto. O salto com varatambém poderá ser desenvolvido com crianças. Mas, se o

próprio material, isto é, a vara, possa, muitas vezes, correspondera um impedimento para o ensino deste tipo de salto, materiaiscomo cabos de vassouras e varas de bambu poderão serperfeitamente utilizados no trabalho com crianças.Como nos saltos antes apresentados, o desafio deverá estarsempre presente, assim como os cuidados necessários para asua execução. É neste sentido que sugerimos que o professor:- Inicie o ensino do salto com vara sem que haja um objeto realpara transposição, começando pelo manuseio do material a serutilizado, pela condução do mesmo durante a corrida, pelo apoioe início do movimento do salto.-Após a familiarização da criança com o aparelho, coloque umacorda elástica (em uma altura que poderá ser progressiva) paraa realização da transposição.- Inicie o trabalho na grama, nas proximidades da caixa de areiaou fazendo uso dos colchões, casa haja essa possibilidade.A partir desses cuidados, as crianças poderão, aos poucos, entrarem contato com as regras básicas dessa prova que hoje édisputada tanto pelos homens como pelas mulheres. Apesar deserem poucos os exercícios destacados pela bibliografia para aaprendizagem do salto com vara, sugeriremos uma atividade quepoderá servir como motivação para o desenvolvimento de outras.Saltando o rioDuas varas de bambu colocadas paralelamente, numa distânciainicial de 60 cm, que poderá ser aumentada. Alunos dispostosde um dos lados das varas, com um cabo de vassoura nas mãos,deverão correr em direção às varas paralelas (que simbolizaum rio), apoiando-o no chão a fim de realizar a transposição do“ rio” . Obs: O mesmo exercício poderá ser realizado comalgumas orientações mais técnicas: empunhadura correta davara; realização de giro na transposição, etc.

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Dentre os lançamentos, a sugestão é queo professor inicie seu trabalho com olançamento da pelota. Isso não significaque os demais lançamentos não devamser ensinados. Muito pelo contrário. Seo objetivo do trabalho é levar a criançaao conhecimento do atletismo, todas assuas provas, ainda que sofrendo algumasadaptações, sobretudo em relação aosmateriais utilizados, deverão serensinadas. Não é difícil observar que dosexercícios individuais aos jogos coletivos,as crianças se envolvem muito com asatividades de lançamentos, sobretudoquando há um alvo a ser atingido, umamarca a ser ultrapassada ou umacomposição de regras a serem seguidase isso poderá estar presente em todasas provas de lançamentos.Nesse sentido, sugerimos que,independentemente da faixa etária, asatividades de lançamento sejam iniciadascom a pelota, isto é, por meio de bolinhasde borracha ou de meia, que cederãoespaço aos dardos, martelos e discos.Para tanto, sugerimos o desenvolvimentode atividades que observem os seguintescuidados: realização de lançamentosvariados tanto com a mão direita comocom a mão esquerda, em diferentesposições, objetivando o acerto do alvo;distanciamento do alvo, que poderá sofrervárias alterações quanto à altura edireções, sendo fixos ou móveis.Não à toa, sugerimos que antes docontato com o dardo propriamente dito,utilize-se materiais alternativos atéchegar-se ao manuseio do próprio

implemento. Ou seja, que se parta domovimento aprendido no lançamento dapelota, adequando-se ao novo materialo qual, inicialmente, poderá ser um cabode vassoura ou um dardo de bambu comum corpo mais curto; que se inicie omovimento sem deslocamento e fora dosetor de lançamentos; que se introduzauma corrida de aproximação curtaconjugada com o lançamento do dardopropriamente dito; que se amplie adistância e velocidade da corrida deaproximação, levando a criança aodesenvolvimento da atividade no própriosetor de lançamento; que se coloquecordas delimitando o espaço definido porregra para a queda do dardo e marcaçõeshorizontais delimitando algumasdistâncias para que a criança tenha noçãodo quanto está lançando em cada umade suas tentativas.Jogo das faixasAlunos dispostos em duas colunas comnúmero igual de elementos colocadosatrás de uma linha de partida. À frentedas colunas marca-se, distante 5 metros,uma outra linha. Marcam-se mais trêslinhas distantes uma das outras trêsmetros, sendo que cada intervalo teráum valor pré-determinado: o primeirovale dez pontos, o segundo, quinze e oterceiro, vinte pontos. O primeiroparticipante de cada coluna, com umbastão nas mãos, ao sinal do professor,deverá lançá-lo o em direção aosintervalos no setor de queda, o maislonge possível. Vencerá a equipe que fizermaior número de pontos, desde que osbastões caiam dentro do intervalo.O lançamento do disco também deveráser desenvolvido pelas crianças ainda quealguns cuidados devam ser observados.Ou seja, dada a dificuldade de manuseio

do material, as crianças, ao menosinicialmente, deverão realizá-lo por meiode materiais adaptados para a execuçãodos exercícios, enquanto que a partir destaidade, o disco (com um menor peso)poderá ser introduzido nas atividades,mesclando-se ao uso de outros materiaiscomo bolas de borracha, garrafinhas deplástico e pratos de papelão. A sugestãoé que o professor não deixe de ensinar olançamento do disco, mas, que o façapautando-se na utilização de materiaisalternativos sem, contudo, deixar de tomaros devidos cuidados em relação àsegurança das crianças, não permitindo,inclusive, que haja qualquer uma delaspróxima ao raio de execução dolançamento, sobretudo se não houver agaiola de proteção no setor.Dada a especificidade do material,sugerimos, independentemente da faixaetária, atividades que inicialmente:envolvam o manuseio do disco, sem quehaja a execução do lançamentopropriamente dito; envolvam um pequenolançamento, sem deslocamento e semque haja uma preocupação com adistância a ser atingida; adaptem omaterial, ampliando as possibilidades demovimentos e conhecimento de estilosque envolvam desde o deslocamento dospés até a técnica do giro, dependendodas possibilidades apresentadas pelacriança; tenham cordas delimitando osetor de queda e marcações horizontaisdelimitando algumas distâncias para quea criança tenha noção do quanto estálançando em cada uma de suas tentativas.Ainda que em termos de jogos pré-desportivos sejam poucas as atividadesugeridas pela bibliografia da área,sugerimos uma que poderá ser utilizadano desenvolvimento da aprendizagem.

CONHECENDO OSARREMESSOS E OSLANÇAMENTOS

Combate Aéreo• Alunos dispostos em duas equipescom números iguais de integrantes. Umadas equipes estará dividida em duplaspara a realização de lançamentos depratos de bolo descartáveis, de acordocom o movimento do lançamento dodisco. Os integrantes da equipe contrária,estarão com uma bolinha de meia eestarão distantes 10 metros das duplas.O objetivo é que as bolinhas sejamlançadas livremente a fim deinterceptarem os lançamentos do discorealizados pela dupla da equipe contrária.• Normalmente negligenciado noâmbito do ensino do atletismo, olançamento do martelo não deve serexcluído de um programa de EducaçãoFísica, mesmo porque seu maiorempecilho, o implemento em si, possasofrer adaptações. Sugere-se, portanto,a construção de martelos utilizando-semeias de seda ou elástico, para aconfecção do cabo, anéis de papelão (defita crepe, por exemplo), para a confecçãoda empunhadura e uma bolinha de meia para a confecção da cabeça do martelo,colocando-se, se necessário, areia emseu interior, a fim de não comprometera dinâmica do lançamento.Assim, sugerimos que para o ensino dolançamento do martelo, o professor,atento ao que foi observado anteriormente,realize atividades que inicialmenteenvolvam: o manuseio do martelo(alternativo), sem que haja o lançamento,mas, apenas o movimento dos molinetes;os giros, tentando conciliar o movimentodos molinetes com um giro ou dois; umpequeno lançamento do martelo, semdeslocamento dos pés ou preocupaçãocom a distância a ser atingida;preocupação com a queda do material

dentro do espaço definido por regra e nas marcações horizontais delimitadas nosetor de lançamentos para que a criançatenha noção do quanto está lançando emcada uma de suas tentativas.HelicópteroAlunos numerados de 1 a 10, divididosem duas equipes e dispostos frente afrente mantendo uma distância de 20metros. Com um martelo confeccionadocom meia de nylon e jornal nas mãos,cada aluno iniciará o movimento dosmolinetes sendo que lançarão o marteloapenas quando o professor disser o seunúmero. O objetivo é fazer com que omartelo chegue às mãos do adversário,marcando um ponto para a sua equipe.Único no rol dos arremessos, o pesotambém pode sofrer adaptações quantoao material a ser utilizado naaprendizagem da prova específica. Nestesentido, sugere-se que os materiaispossam ser maiores do que osoficialmente utilizados, sendo, portanto, comum o uso do medicinebol. Bolinhasde meia e de borracha poderão serutilizadas, ainda que seja oportuno queo peso do material (no caso, muito leve)não comprometa a aprendizagem.Assim como nas demais provas, sugere-se que o ensino de técnicas maisaprimoradas ocorra de acordo com aspossibilidades demonstradas pelosalunos, de modo que o professor deverápartir, inicialmente, de atividades queenvolvam o arremesso do peso parado,sem deslocamento até realizar aintrodução do deslocamento lateral (seme com troca de pés), ou estilos como:O’Brien e a técnica do giro, se for possível.Independentemente do estilo técnico, oaluno deverá estar atento as regrasoficiais do arremesso do peso, de modo

a garantir a validação de suas tentativas.Não é demais ressaltar que é muitocomum que a criança, na tentativa deexecutar um arremesso, realize umlançamento, o que além de ser erradoem termos da técnica e das regrasespecíficas, poderá comprometer suaestrutura óssea e muscular. Atento aeste particular, sugerimos que o ensinodo arremesso do peso siga as seguintesorientações: arremessar o pesopartindo-se de uma posiçãoestacionária, sem deslocamento;arremessar o peso, com deslocamentolateral, inicialmente sem troca de pése depois, de acordo com aspossibilidades da criança, executar atroca; realizar o arremesso tentandoatingir um alvo no ar, já que é muitocomum a execução do arremesso emlinha reta. Ex: tentar atingir o centro deum arco suspenso; colocar cordasdelimitando o espaço definido por regrapara a queda do peso e marcaçõeshorizontais delimitando algumasdistâncias para que a criança tenhanoção do quanto está lançando em cadauma de suas tentativas.Pêlo-Pena adaptado ao Arremesso doPesoDuas equipes, dispostas em fileiras decostas entre si, com uma bola à frentede cada aluno. Enquanto o professordisser o nome de um animal, os alunosdeverão deduzir se este possui pêlo oupena. A equipe correspondentearremessará a bola por meio doarremesso do peso - estilo O’Brien,enquanto a outra equipe correrá nosentido da realização do arremesso,tentando chegar à linha de fundo antesda bolinha, a fim de marcar um pontopara a sua equipe.

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Dentre os lançamentos, a sugestão é queo professor inicie seu trabalho com olançamento da pelota. Isso não significaque os demais lançamentos não devamser ensinados. Muito pelo contrário. Seo objetivo do trabalho é levar a criançaao conhecimento do atletismo, todas assuas provas, ainda que sofrendo algumasadaptações, sobretudo em relação aosmateriais utilizados, deverão serensinadas. Não é difícil observar que dosexercícios individuais aos jogos coletivos,as crianças se envolvem muito com asatividades de lançamentos, sobretudoquando há um alvo a ser atingido, umamarca a ser ultrapassada ou umacomposição de regras a serem seguidase isso poderá estar presente em todasas provas de lançamentos.Nesse sentido, sugerimos que,independentemente da faixa etária, asatividades de lançamento sejam iniciadascom a pelota, isto é, por meio de bolinhasde borracha ou de meia, que cederãoespaço aos dardos, martelos e discos.Para tanto, sugerimos o desenvolvimentode atividades que observem os seguintescuidados: realização de lançamentosvariados tanto com a mão direita comocom a mão esquerda, em diferentesposições, objetivando o acerto do alvo;distanciamento do alvo, que poderá sofrervárias alterações quanto à altura edireções, sendo fixos ou móveis.Não à toa, sugerimos que antes docontato com o dardo propriamente dito,utilize-se materiais alternativos atéchegar-se ao manuseio do próprio

implemento. Ou seja, que se parta domovimento aprendido no lançamento dapelota, adequando-se ao novo materialo qual, inicialmente, poderá ser um cabode vassoura ou um dardo de bambu comum corpo mais curto; que se inicie omovimento sem deslocamento e fora dosetor de lançamentos; que se introduzauma corrida de aproximação curtaconjugada com o lançamento do dardopropriamente dito; que se amplie adistância e velocidade da corrida deaproximação, levando a criança aodesenvolvimento da atividade no própriosetor de lançamento; que se coloquecordas delimitando o espaço definido porregra para a queda do dardo e marcaçõeshorizontais delimitando algumasdistâncias para que a criança tenha noçãodo quanto está lançando em cada umade suas tentativas.Jogo das faixasAlunos dispostos em duas colunas comnúmero igual de elementos colocadosatrás de uma linha de partida. À frentedas colunas marca-se, distante 5 metros,uma outra linha. Marcam-se mais trêslinhas distantes uma das outras trêsmetros, sendo que cada intervalo teráum valor pré-determinado: o primeirovale dez pontos, o segundo, quinze e oterceiro, vinte pontos. O primeiroparticipante de cada coluna, com umbastão nas mãos, ao sinal do professor,deverá lançá-lo o em direção aosintervalos no setor de queda, o maislonge possível. Vencerá a equipe que fizermaior número de pontos, desde que osbastões caiam dentro do intervalo.O lançamento do disco também deveráser desenvolvido pelas crianças ainda quealguns cuidados devam ser observados.Ou seja, dada a dificuldade de manuseio

do material, as crianças, ao menosinicialmente, deverão realizá-lo por meiode materiais adaptados para a execuçãodos exercícios, enquanto que a partir destaidade, o disco (com um menor peso)poderá ser introduzido nas atividades,mesclando-se ao uso de outros materiaiscomo bolas de borracha, garrafinhas deplástico e pratos de papelão. A sugestãoé que o professor não deixe de ensinar olançamento do disco, mas, que o façapautando-se na utilização de materiaisalternativos sem, contudo, deixar de tomaros devidos cuidados em relação àsegurança das crianças, não permitindo,inclusive, que haja qualquer uma delaspróxima ao raio de execução dolançamento, sobretudo se não houver agaiola de proteção no setor.Dada a especificidade do material,sugerimos, independentemente da faixaetária, atividades que inicialmente:envolvam o manuseio do disco, sem quehaja a execução do lançamentopropriamente dito; envolvam um pequenolançamento, sem deslocamento e semque haja uma preocupação com adistância a ser atingida; adaptem omaterial, ampliando as possibilidades demovimentos e conhecimento de estilosque envolvam desde o deslocamento dospés até a técnica do giro, dependendodas possibilidades apresentadas pelacriança; tenham cordas delimitando osetor de queda e marcações horizontaisdelimitando algumas distâncias para quea criança tenha noção do quanto estálançando em cada uma de suas tentativas.Ainda que em termos de jogos pré-desportivos sejam poucas as atividadesugeridas pela bibliografia da área,sugerimos uma que poderá ser utilizadano desenvolvimento da aprendizagem.

CONHECENDO OSARREMESSOS E OSLANÇAMENTOS

Combate Aéreo• Alunos dispostos em duas equipescom números iguais de integrantes. Umadas equipes estará dividida em duplaspara a realização de lançamentos depratos de bolo descartáveis, de acordocom o movimento do lançamento dodisco. Os integrantes da equipe contrária,estarão com uma bolinha de meia eestarão distantes 10 metros das duplas.O objetivo é que as bolinhas sejamlançadas livremente a fim deinterceptarem os lançamentos do discorealizados pela dupla da equipe contrária.• Normalmente negligenciado noâmbito do ensino do atletismo, olançamento do martelo não deve serexcluído de um programa de EducaçãoFísica, mesmo porque seu maiorempecilho, o implemento em si, possasofrer adaptações. Sugere-se, portanto,a construção de martelos utilizando-semeias de seda ou elástico, para aconfecção do cabo, anéis de papelão (defita crepe, por exemplo), para a confecçãoda empunhadura e uma bolinha de meia para a confecção da cabeça do martelo,colocando-se, se necessário, areia emseu interior, a fim de não comprometera dinâmica do lançamento.Assim, sugerimos que para o ensino dolançamento do martelo, o professor,atento ao que foi observado anteriormente,realize atividades que inicialmenteenvolvam: o manuseio do martelo(alternativo), sem que haja o lançamento,mas, apenas o movimento dos molinetes;os giros, tentando conciliar o movimentodos molinetes com um giro ou dois; umpequeno lançamento do martelo, semdeslocamento dos pés ou preocupaçãocom a distância a ser atingida;preocupação com a queda do material

dentro do espaço definido por regra e nas marcações horizontais delimitadas nosetor de lançamentos para que a criançatenha noção do quanto está lançando emcada uma de suas tentativas.HelicópteroAlunos numerados de 1 a 10, divididosem duas equipes e dispostos frente afrente mantendo uma distância de 20metros. Com um martelo confeccionadocom meia de nylon e jornal nas mãos,cada aluno iniciará o movimento dosmolinetes sendo que lançarão o marteloapenas quando o professor disser o seunúmero. O objetivo é fazer com que omartelo chegue às mãos do adversário,marcando um ponto para a sua equipe.Único no rol dos arremessos, o pesotambém pode sofrer adaptações quantoao material a ser utilizado naaprendizagem da prova específica. Nestesentido, sugere-se que os materiaispossam ser maiores do que osoficialmente utilizados, sendo, portanto, comum o uso do medicinebol. Bolinhasde meia e de borracha poderão serutilizadas, ainda que seja oportuno queo peso do material (no caso, muito leve)não comprometa a aprendizagem.Assim como nas demais provas, sugere-se que o ensino de técnicas maisaprimoradas ocorra de acordo com aspossibilidades demonstradas pelosalunos, de modo que o professor deverápartir, inicialmente, de atividades queenvolvam o arremesso do peso parado,sem deslocamento até realizar aintrodução do deslocamento lateral (seme com troca de pés), ou estilos como:O’Brien e a técnica do giro, se for possível.Independentemente do estilo técnico, oaluno deverá estar atento as regrasoficiais do arremesso do peso, de modo

a garantir a validação de suas tentativas.Não é demais ressaltar que é muitocomum que a criança, na tentativa deexecutar um arremesso, realize umlançamento, o que além de ser erradoem termos da técnica e das regrasespecíficas, poderá comprometer suaestrutura óssea e muscular. Atento aeste particular, sugerimos que o ensinodo arremesso do peso siga as seguintesorientações: arremessar o pesopartindo-se de uma posiçãoestacionária, sem deslocamento;arremessar o peso, com deslocamentolateral, inicialmente sem troca de pése depois, de acordo com aspossibilidades da criança, executar atroca; realizar o arremesso tentandoatingir um alvo no ar, já que é muitocomum a execução do arremesso emlinha reta. Ex: tentar atingir o centro deum arco suspenso; colocar cordasdelimitando o espaço definido por regrapara a queda do peso e marcaçõeshorizontais delimitando algumasdistâncias para que a criança tenhanoção do quanto está lançando em cadauma de suas tentativas.Pêlo-Pena adaptado ao Arremesso doPesoDuas equipes, dispostas em fileiras decostas entre si, com uma bola à frentede cada aluno. Enquanto o professordisser o nome de um animal, os alunosdeverão deduzir se este possui pêlo oupena. A equipe correspondentearremessará a bola por meio doarremesso do peso - estilo O’Brien,enquanto a outra equipe correrá nosentido da realização do arremesso,tentando chegar à linha de fundo antesda bolinha, a fim de marcar um pontopara a sua equipe.

Ainda que a competição pareça ser algo inerente ao trabalhocom o atletismo, o professor deverá ter o cuidado de tratá-lacomo um fator que favoreça à motivação de todas as criançassem distinção, pensando em estratégias para não gerar aexclusão de alguns ou a rotulação do “melhor” e do “pior” entreo grupo de crianças. Ou seja, a competição deve funcionar comoum estímulo positivo e não o contrário. Nesse sentido, o professordeverá promover diferentes formas de competição que abarquemdesde as gincanas, capazes de propiciar a maior interação entreo grupo, até as competições individuais, envolvendo as provasespecíficas do atletismo, onde a criança poderá verificar qualseu melhor resultado individual, sem uma ênfase comparativaem relação às demais.Das inúmeras possibilidades de gincanas que nada mais sãodo que combinações de atividades variadas, ilustraremoseste item com atividades bastante simples, mas, capazes deorientar a criação de outras mais adequadas à realidade decada profissional.Sentado/em péO professor fará diferentes perguntas sobre atletismo, de acordocom a turma e os alunos deverão ficar sentados se a respostafor “verdadeira” e em pé ser for “falsa”. Por ex: o recordistamundial dos 100 metros rasos é um chinês (em pé); o marteloé um implemento utilizado em uma das provas do atletismo(verdadeiro); etc.

Atletismo se aprendena escolaMatthiesen SQ, Calvo AP, Silva AC, Faganello FR

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Oficialmente, o decatlo (10 provas) e pentatlo (5 provas), para oshomens e o heptatlo (7 provas) e decatlo (10 provas), para mulheres,são as provas combinadas conhecidas.Para crianças, entretanto, outras provas poderão ser criadasdentro daquilo que fora ensinado no período anual destinadoao ensino do atletismo. Isso, inclusive, poderá funcionarcomo uma ótima sugestão para avaliação do que foi ensinadodurante o período, além de servir como uma motivação paraas crianças tendo em vista o sistema de acúmulo de pontosque envolvem estas provas.Sem grande ênfase no caráter competitivo do evento, masfrisando a importância de se realizar da melhor forma possívelaquilo que foi aprendido durante o período, o professor poderá,para efeito de organização, pontuar as provas de acordo coma classificação. Ou seja, o resultado final da competição estácondicionado ao menor número de pontos conquistados porcada participante em todas as provas. Assim, quem ficar emprimeiro lugar na prova, marcará um ponto; quem ficar emsegundo, marcará dois pontos; e assim sucessivamente. Aofinal, somam-se todos os pontos, vencendo o que obtiver ummenor número. Entretanto, outras atividades poderão serrealizadas a fim de que as crianças conheçam a composiçãodas provas combinadas, conforme sugeriremos a seguir:Conhecendo o heptatloFormar duas equipes com números iguais de integrantes. Oprofessor entrega a ordem correta do heptatlo a um dosintegrantes de cada equipe o qual, por meio de mímica, deveráfazer com que sua equipe descubra, no menor tempo possível,a ordem correta das provas do heptatlo. O mesmo exercíciopoderá ser feito, dividindo a equipe em 7 integrantes e entregandoum papel com o nome de uma das provas e ordem na competição.(Ordem: 1o dia: 100m c/barreiras, salto em altura, arremesso dopeso, 200m rasos; 2o. dia: salto em distância, lançamento dodardo, 800m rasos).

CONHECENDO AS PROVAS COMBINADAS DIFERENTES POSSIBILIDADES DECOMPETIÇÕES E ATIVIDADES EM DIAS DECHUVA

Ainda que de forma sintética, dadas as limitações de um artigo, pudemos

verificar que é possível ensinar o atletismo sem se exigir materiais muito

complexos, adequando-se as regras e os movimentos. Contudo, não é

difícil notar que a especificidade do atletismo, quase sempre é deixada

em segundo plano, comprometendo o conhecimento mais amplo dessa

modalidade esportiva. Assim, se faltam professores dedicados ao trabalho

com o atletismo, também faltam aqueles que se dedicam ao ensino desta

modalidade esportiva por ela mesma. Ou seja, faltam programas de

atividades físicas que visem ensinar o atletismo em si, propiciando às

crianças um reconhecimento daquilo que aprenderam ao se depararem

com a execução de grandes atletas em competições televisivas.

A esperança é que este texto e o material de ensino (completo) elaborado

possam configurar-se em uma palavra de incentivo aos profissionais de

Educação Física, demonstrando-lhes as facilidades de se trabalhar com

o atletismo em qualquer faixa etária, quer por meio de jogos pré-desportivos

ou de atividades mais técnicas, aglutinando ao seu redor um grande

número de praticantes. Só é preciso começar!

CONCLUSÕES

Trabalho de pesquisa desenvolvido durante 2003 com o apoio do Núcleo

de Ensino da UNESP-Rio Claro, sob a coordenação de Sara Quenzer

Matthiesen e dos colaboradores-bolsistas Adriano Percival Calvo, Augusto

César Lima e Silva e Flórence Rosana Faganello, tendo sido apresentado

nos seguintes eventos brasileiros: VII Encontro Fluminense de Educação

Física Escolar; VII Congresso Estadual Paulista sobre Formação de

Educadores; Conversas com quem gosta de atletismo II; II Seminário de

Estudos e Pesquisas em Formação Profissional no Campo da Educação

Física. O caderno didático resultante deste trabalho será publicado como

livro de acordo com a seguinte referência: MATTHIESEN, S. Q. (Org.).

Atletismo se aprende na escola. Jundiaí: Fontoura, 2005. (no prelo)

AGRADECIMENTOS

Atletismo se aprende na escola. Sara Quenzer Matthiesen (Org.), Adriano

Percival Calvo, Augusto César Lima e Silva, Flórence Rosana Faganello

– Grupo de Estudos Pedagógicos e Pesquisa em Atletismo do Departamento

de Educação Física da UNESP/Rio Claro.

REFERÊNCIAS

Sara Quenzer MatthiesenRua 5B, n. 312, ap. 31Bairro Cidade Nova, Rio ClaroSP, Brasil, [email protected]

CORRESPONDÊNCIA

Ainda que a competição pareça ser algo inerente ao trabalhocom o atletismo, o professor deverá ter o cuidado de tratá-lacomo um fator que favoreça à motivação de todas as criançassem distinção, pensando em estratégias para não gerar aexclusão de alguns ou a rotulação do “melhor” e do “pior” entreo grupo de crianças. Ou seja, a competição deve funcionar comoum estímulo positivo e não o contrário. Nesse sentido, o professordeverá promover diferentes formas de competição que abarquemdesde as gincanas, capazes de propiciar a maior interação entreo grupo, até as competições individuais, envolvendo as provasespecíficas do atletismo, onde a criança poderá verificar qualseu melhor resultado individual, sem uma ênfase comparativaem relação às demais.Das inúmeras possibilidades de gincanas que nada mais sãodo que combinações de atividades variadas, ilustraremoseste item com atividades bastante simples, mas, capazes deorientar a criação de outras mais adequadas à realidade decada profissional.Sentado/em péO professor fará diferentes perguntas sobre atletismo, de acordocom a turma e os alunos deverão ficar sentados se a respostafor “verdadeira” e em pé ser for “falsa”. Por ex: o recordistamundial dos 100 metros rasos é um chinês (em pé); o marteloé um implemento utilizado em uma das provas do atletismo(verdadeiro); etc.

Atletismo se aprendena escolaMatthiesen SQ, Calvo AP, Silva AC, Faganello FR

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Oficialmente, o decatlo (10 provas) e pentatlo (5 provas), para oshomens e o heptatlo (7 provas) e decatlo (10 provas), para mulheres,são as provas combinadas conhecidas.Para crianças, entretanto, outras provas poderão ser criadasdentro daquilo que fora ensinado no período anual destinadoao ensino do atletismo. Isso, inclusive, poderá funcionarcomo uma ótima sugestão para avaliação do que foi ensinadodurante o período, além de servir como uma motivação paraas crianças tendo em vista o sistema de acúmulo de pontosque envolvem estas provas.Sem grande ênfase no caráter competitivo do evento, masfrisando a importância de se realizar da melhor forma possívelaquilo que foi aprendido durante o período, o professor poderá,para efeito de organização, pontuar as provas de acordo coma classificação. Ou seja, o resultado final da competição estácondicionado ao menor número de pontos conquistados porcada participante em todas as provas. Assim, quem ficar emprimeiro lugar na prova, marcará um ponto; quem ficar emsegundo, marcará dois pontos; e assim sucessivamente. Aofinal, somam-se todos os pontos, vencendo o que obtiver ummenor número. Entretanto, outras atividades poderão serrealizadas a fim de que as crianças conheçam a composiçãodas provas combinadas, conforme sugeriremos a seguir:Conhecendo o heptatloFormar duas equipes com números iguais de integrantes. Oprofessor entrega a ordem correta do heptatlo a um dosintegrantes de cada equipe o qual, por meio de mímica, deveráfazer com que sua equipe descubra, no menor tempo possível,a ordem correta das provas do heptatlo. O mesmo exercíciopoderá ser feito, dividindo a equipe em 7 integrantes e entregandoum papel com o nome de uma das provas e ordem na competição.(Ordem: 1o dia: 100m c/barreiras, salto em altura, arremesso dopeso, 200m rasos; 2o. dia: salto em distância, lançamento dodardo, 800m rasos).

CONHECENDO AS PROVAS COMBINADAS DIFERENTES POSSIBILIDADES DECOMPETIÇÕES E ATIVIDADES EM DIAS DECHUVA

Ainda que de forma sintética, dadas as limitações de um artigo, pudemos

verificar que é possível ensinar o atletismo sem se exigir materiais muito

complexos, adequando-se as regras e os movimentos. Contudo, não é

difícil notar que a especificidade do atletismo, quase sempre é deixada

em segundo plano, comprometendo o conhecimento mais amplo dessa

modalidade esportiva. Assim, se faltam professores dedicados ao trabalho

com o atletismo, também faltam aqueles que se dedicam ao ensino desta

modalidade esportiva por ela mesma. Ou seja, faltam programas de

atividades físicas que visem ensinar o atletismo em si, propiciando às

crianças um reconhecimento daquilo que aprenderam ao se depararem

com a execução de grandes atletas em competições televisivas.

A esperança é que este texto e o material de ensino (completo) elaborado

possam configurar-se em uma palavra de incentivo aos profissionais de

Educação Física, demonstrando-lhes as facilidades de se trabalhar com

o atletismo em qualquer faixa etária, quer por meio de jogos pré-desportivos

ou de atividades mais técnicas, aglutinando ao seu redor um grande

número de praticantes. Só é preciso começar!

CONCLUSÕES

Trabalho de pesquisa desenvolvido durante 2003 com o apoio do Núcleo

de Ensino da UNESP-Rio Claro, sob a coordenação de Sara Quenzer

Matthiesen e dos colaboradores-bolsistas Adriano Percival Calvo, Augusto

César Lima e Silva e Flórence Rosana Faganello, tendo sido apresentado

nos seguintes eventos brasileiros: VII Encontro Fluminense de Educação

Física Escolar; VII Congresso Estadual Paulista sobre Formação de

Educadores; Conversas com quem gosta de atletismo II; II Seminário de

Estudos e Pesquisas em Formação Profissional no Campo da Educação

Física. O caderno didático resultante deste trabalho será publicado como

livro de acordo com a seguinte referência: MATTHIESEN, S. Q. (Org.).

Atletismo se aprende na escola. Jundiaí: Fontoura, 2005. (no prelo)

AGRADECIMENTOS

Atletismo se aprende na escola. Sara Quenzer Matthiesen (Org.), Adriano

Percival Calvo, Augusto César Lima e Silva, Flórence Rosana Faganello

– Grupo de Estudos Pedagógicos e Pesquisa em Atletismo do Departamento

de Educação Física da UNESP/Rio Claro.

REFERÊNCIAS

Sara Quenzer MatthiesenRua 5B, n. 312, ap. 31Bairro Cidade Nova, Rio ClaroSP, Brasil, [email protected]

CORRESPONDÊNCIA