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aula do professor robson sobre manejo da meningite bacteriana na infância
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MANEJO DA MANEJO DA MENINGITE BACTERIANA MENINGITE BACTERIANA
NA INFÂNCIANA INFÂNCIADr. FRANCISCO ROBSON DA COSTA LIMA
Infectologista Pediatra
MENINGITE BACTERIANAMENINGITE BACTERIANAConceitoConceito
Processo agudo bacteriano que acomete as leptomeninges(pia - aracnóide), provocando reação purulenta detectável no líquido cefalorraquidiano (LCR).
MENINGITE BACTERIANAMENINGITE BACTERIANAAgentes HabituaisAgentes Habituais
Até 2 meses:
2 meses a 5 anos:
Enterobactérias
Estreptococos grupo B
Listéria
1º) H. influenzae
2º) Meningococos
3º) Pneumococos
MENINGITE BACTERIANAMENINGITE BACTERIANAAgentes HabituaisAgentes Habituais
Depois dos 5 anos:
Depois dos 7 anos:
diminui H. influenzae
Pneumococos
Meningococos
MENINGITE BACTERIANAMENINGITE BACTERIANAVias de ContaminaçãoVias de Contaminação
VIA HEMATOGÊNICA
Rota mais importante e freqüente percorrida pelas bactérias para alcançar as meninges.
Meningocócica: Mucosa rinofaríngea – Multiplicação – Invasão da corrente sanguínea (bacteriemia com ou sem septicemia) – Invasão das meninges por êmbolos contaminados.
MENINGITE BACTERIANAMENINGITE BACTERIANAVias de ContaminaçãoVias de Contaminação
VIA DIRETA
Propagação de um agente infeccioso adjacente às meninges:Infecção do ouvido médio – MastoiditeSinusitesTromboflebites dos seios venosos cranianosFraturas ósseas da calota e base do crânio
VIAS POUCO COMUNS
Infecção umbilical Aspiração do líquido amniótico Contaminação por via hematogênica transplacentária
MENINGITE BACTERIANAMENINGITE BACTERIANAPatogeniaPatogenia
Bactérias atingem a corrente sanguínea São protegidas contra a fagocitose pela sua cápsula
e pelo baixo teor de anticorpos específicos circulantes
Atravessam a barreira hematoencefálica Multiplicação logarítmica no espaço subaracnóideo e
liberação de componentes de membrana Estas estimulam as células endoteliais e/ou células
nervosas equivalentes aos macrófagos a produzir mediadores como IL-1 e FNT
MENINGITE BACTERIANAMENINGITE BACTERIANAPatogeniaPatogenia
Ruptura e disfunção da barreira hematoencefálica com passagem de proteínas séricas e leucócitos polimorfonucleares do sangue para o LCR e o aparecimento de aracnoidite e vasculite
Citocinas ativam a fosfolipase A2 com formação de PAF e ác. araquidônico
Em resumo: As mudanças inflamatórias aumentam o dano ao endotélio vascular, aumentam a permeabilidade da barreira hematoencefálica e ativa-se o sistema de coagulação intravascular
Conseqüentemente há diminuição da pressão de perfusão e do fluxo sanguíneo cerebral e, eventualmente, isquemia
MENINGITE BACTERIANAMENINGITE BACTERIANAQuadro Clínico em CriançasQuadro Clínico em Crianças
Febre, Cefaléia, Sinais meníngeos (Kernig, Laségue e Brudzinski), Sinais de disfunção cerebral (confusão, delírio,
rebaixamento do nível de consciência - letargia ao coma), Convulsões 30%, Paralisia dos nervos cranianos (III, IV, VI e VII) 10-20% Hemiparesia, Hipertensão, Rash cutâneo petequial (meningococcemia), Esplenectomizados (S. pneumoniae ou H. influenzae), Listeria monocytogenes (convulsões, déficit focal
precoce, ataxia, nistagmo).
EXAME FÍSICO EM CRIANÇASEXAME FÍSICO EM CRIANÇAS SINAIS MENÍNGEOS:
RASH CUTÂNEO PETEQUIAL
MENINGITE BACTERIANAMENINGITE BACTERIANAQuadro Clínico em RN e LactentesQuadro Clínico em RN e Lactentes• Ausência de sinais meníngeos, • Instabilidade na temperatura (hipo ou hipertermia), • Irritabilidade, • Prostração, • Recusa alimentar, • Dificuldade em sugar, • Icterícia, • Vômito, • Diarréia, • Sintomas respiratórios altos, • Abaulamento de fontanela (30%), • Convulsões (40%)
EXAME FÍSICO EM RN e LACTENTESEXAME FÍSICO EM RN e LACTENTES
ABAULAMENTO DE FONTANELA
Coleta do LíquorColeta do Líquor
LÍQUOR BACTERIANOLÍQUOR BACTERIANOTurvo ou purulento
Aumento de células-neutrófilos (>200) – acidente de punção: para cada 500 hemácias subtrair 1 neutrófilo
Aumento de proteínas (<100) – para cada 1.000 hemácias subtrair 1,5mg/dl de proteína
Diminuição de glicose (<30) ou glicose líquor/sangue < 0,4
Bacterioscópico de líquor centrifugado (Gram) Identificação rápida (60-90%): DGN = meningococo; BGN =Haemophylus; DGP = pneumococo
Cultura com antibiograma
LÍQUOR BACTERIANOLÍQUOR BACTERIANOContra-imunoeletroforese (CIE) - pesquisa de Antígeno para
Meningococo, Pneumococo, Haemophylus
Látex - pesquisa de Antígeno para Meningococo, Pneumococo, Haemophylus
PCR - N. meningitidis, L. monocytogenes
Lactato: nos casos de dúvida, útil para diferenciar bacteriana (elevado: 36mg/dl) de viral (baixo: 15mg/dl)
OBS:COLETA DO LÍQUOR – ATENÇÃO!!! – NÃO TENTAR COLHER O LCR EMCRIANÇA COM ALTERAÇÃO HEMODINÂMICA, PIC AUMENTADA OU CIVD
Análise do LíquorAnálise do Líquor
LÍQUORNORMAL MENINGITE
RN RN > 6 mesespré-termo termo
Bacteriana Viral Granulomatosa Tuberculosa
Células/ml
9 8 0 (0-25) (0-22) (0-4)
>500 < 500 100-500(200-5.000) (100-700) (100-500)
Predomínio L L L (100%) 70% N N 8-12h L L (2/3)
Glicose (mg/dl)
50 52 > 40
(24-63) (34-119) (2/3 da sérica)
< 30 > 40 < 30
Proteína (mg/dl)
> 100 40-100 > 100 (retículo)
Lactato (mg/dl)
Alto (36) Baixo (15) Alto
Pressão Alta Normal Alta
OUTROS EXAMESOUTROS EXAMES Hemograma + contagem de plaquetas: leucocitose,
neutrofilia, desvio à E, granulações tóxicas, vacúolos VSH > 30, PCR > 20mg Classificação ABO-Rh Glicose, uréia e creatinina Ionograma (Na, K) VDRL (sangue e LCR) Cultura e bacterioscopia de focos supurativos (pele,
ouvidos, orofaringe) Raios X de tórax (PA e perfil) e de seios da face (FN, MN e
perfil) – de acordo com a clínica Sumário de urina com sedimentoscopia Hemocultura com antibiograma (3 amostras) – em paciente
séptico
CONDUTACONDUTAAntibioticoterapiaAntibioticoterapia
De 0 a 2 meses: (Enterobactérias, Estreptococos do grupo B e Listeria)
Ampicilina: – até 6 dias = 100mg/kg/dia; 12/12 horas– > 6 dias = 200mg/kg/dia; 6/6 horas; IV
+Cefotaxima = 100mg/kg/dia; 6/6 horas; IV
ouCeftriaxona = 100mg/kg/dia; 12/12 horas; IV (contra-indicada
em RN, principalmente prematuro)
CONDUTACONDUTAAntibioticoterapiaAntibioticoterapia
3 meses a 6 anos: (Haemophilus, Pneumococo, Meningococo)
Ampicilina = 200mg/kg/dia 4/4 horas; IV
+
Cloranfenicol = 100mg/kg/dia; 6/6 horas; IV dose máxima de 2g/dia
ou
Cefalosporina de 3ª geração
CONDUTACONDUTAAntibioticoterapiaAntibioticoterapia
A partir dos 7 anos: (Pneumococo e Meningococo)
Ampicilina = 200mg/kg/dia; IV; 4/4
ou
Cefalosporina de 3ª geração
MEMINGITE BACTERIANAMEMINGITE BACTERIANAAgentes em Condições EspeciaisAgentes em Condições Especiais
ANEMIA FALCIFORME: pneumococos
ESPLENECTOMIA: pneumococos
PÓS-NEUROCIRURGIA: estafilococos
DERIVAÇÃO VENTRÍCULO-PERITONEAL: estafilococos (cefaléia, náuseas, febre baixa, abatimento; leucócitos > 100; glicose normal)
PÓS-TRAUMA DE CRÂNIO: estafilococos
Sinusite-0MA, > 5 anos: pneumococos
IMUNOSSUPRIMIDO: Gram-negativos, estafilococos, Pseudomonas
QUEIMADO GRAVE: Pseudomonas, estafilococos
TRATAMENTO DE SUPORTETRATAMENTO DE SUPORTE
1. Corrigir distúrbios hidro-eletrolítico e ácido-básico
2. Administração de fluidos parenterais (cautela nas 1as 48 h)
3. Monitoração dos sinais vitais (TAx., FC, FR, TA, diurese). Importante1as 72 h
4. Prevenir úlcera de estresse
CONDUTACONDUTAHidratação EndovenosaHidratação Endovenosa
Se a criança está em choque: Soro Fisiológico 0,9% 20ml/kg em 30min
Se a criança está desidratada: Soro Fisiológico 0,9% + Soro Glicosado 5%
½ a ½ , 50ml/kg em 1 hora
CONDUTACONDUTAHidratação EndovenosaHidratação Endovenosa
Soro de manutenção: (desde o início ou após corrigir desidratação)
ou
Prescrição médica
Soro glicosado 10% - 500ml
Cloreto de sódio 20% - 6ml
Cloreto de potássio 19,1% - 6ml
Prescrição médica
Soro glicosado 10% - 350ml
Soro fisiológico 0,9% - 150ml
Cloreto de potássio 19,1% - 6ml
Volume para 24 horas e velocidade:
até 1 ano de idade: 60ml/kg (= 0,8 gota/kg/min)
de 1 a 2 anos: 50ml/kg (= 0,7 gota/kg/min)
pré-escolares: 40ml/kg (= 0,6 gota/kg/min)
escolares: 30ml/kg (= 0,4 gota/min)
Observação: o volume de manutenção prescrito corresponde apenas a 60% do normal, porque leva em conta a síndrome de secreção inapropriada de hormônio diurético, que é freqüente nos primeiros dias.
TRATAMENTO DE SUPORTETRATAMENTO DE SUPORTE5. Combate ao edema cerebral
Medidas gerais Elevar a cabeceira do leito a 30°
Hiperventilação Combate à febre
Evitar aspirações bruscas
Drogas antiedemaManitol
Dose: 1ml/kg/dose; até de 6/6 ou 4/4 horas, (“in bolus”)
Dexametasona – indicado em HIC e meningite por HiBTrinta minutos antes ou junto do antimicrobiano
Dose: 0,15mg/kg/dose; 6/6 horas. Máximo por 4 dias
TRATAMENTO DE SUPORTETRATAMENTO DE SUPORTE
6. Tratamento das convulsões Diazepam = 0,1 a 0,3mg/kg/dose (durante a
convulsão) Fenitoína = ataque com 10 a 20 mg/kg/dose e
manutenção com 7 a 10mg/kg/dia Fenobarbital sódico (Fenocris) = 4 a 6mg/kg/dia
CONDUTACONDUTASuporte Nutricional = AlimentaçãoSuporte Nutricional = Alimentação
A. Dependendo das condições da criança, suspender no 1º dia
B. Se persistir a impossibilidade de ingerir alimentos, prescrever NPP
C. Desde que haja condições: dieta que a criança aceite e tolere melhor, procurando aumentar a densidade calórica dos alimentos
CONDUTACONDUTADefinição de AntibioticoterapiaDefinição de Antibioticoterapia
A. Se não se conseguir definir o agente etiológico manter o esquema inicial – até 5 dias afebril, boa evolução clínica – mínimo 10 dias
B. Bacterioscópico /CEE / Cultura com Antibiograma:
• Cocos Gram-negativos: Meningococo – penicilina (ou ampicilina) 7 Dias
• Bacilos ou cocobacilos Gram-negativos: H. influenzae Se for sensível – ampicilina 10 dias Se for resistente ou beta-lactamase positivo – cloranfenicol
• Cocos Gram-positivos: Pneumococos, estreptococos – penicilina 14 dias
CONDUTACONDUTADefinição de AntibioticoterapiaDefinição de Antibioticoterapia
• Enterobactérias: ceftriaxona (ou ceftazidima) 21 dias
• Pseudomonas: carbenicilina + aminoglicosídeo 21 dias ou ceftazidima (ver Antibiograma)
• Estafilococos penicilinase-resistente: oxacilina ou vancomicina 21 dias
• Estafilococos epidermidis: vancomicina 21 dias
• Listéria: ampicilina 14 dias
• Estreptococos grupo B: penicilina + gentamicina 14 dias
CONDUTACONDUTAQuimioprofilaxia dos ContactantesQuimioprofilaxia dos Contactantes
CONDUTACONDUTAQuimioprofilaxia dos ContactantesQuimioprofilaxia dos Contactantes