54
01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular [email protected] Farmacologia do sistema cardiovascular Aulas 2 & 3

Aula 2&3 Cf2

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Farmacologia do sistema cardiovascular

Aulas 2 & 3

Page 2: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Programa

• Fisiologia vascular: Controle do tônus da musculatura lisa vascular; sistema renina-angiotensina; substâncias constritoras e dilatadoras.

• Fisiologia cardíaca: Freqüência e ritmo cardíacos; contração cardíaca; consumo de oxigênio do miocárdio e fluxo sangüíneo coronário; peptídeos natriuréticos cardíacos.

Page 3: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Guyton & Hall, 2006

Page 4: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Visão geral do sistema cardiovascular

• A função das artérias é transportar o sangue sob alta pressão para os tecidos; por isso, as artérias apresentam paredes vasculares fortes, e o sangue flui em altas velocidades nelas.

• As arteríolas são os menores vasos do sistema arterial; agem como conduítes de controle pelo qual o sangue é liberado nos capilares. Apresentam paredes vasculares fortes que podem fechar o complexo arteriolar ou dilatá-lo imensamente, alterando enormemente o fluxo sangüíneo no tecidos.

• A função dos capilares é promover a troca de fluidos, nutrientes e eletrólitos entre o sangue e o fluido intersticial; p/ isso, apresentam paredes vasculares finas que tem diversos poros permeáveis à água e a outras substâncias peqs.

• As vênulas coletam o sangue dos capilares, e gradualmente transformam-se em veias progressivamente maiores. Essas funcionam como condutores para o transporte do sangue de volta ao coração; além disso, servem como um reservatório de sangue.

Page 5: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Velocidade do fluxo sangüíneo

Vaso Área de secção

Aorta 2,5 cm²

Artérias pequenas

20 cm²

Arteríolas 40 cm²

Capilares 25.000 cm²

Vênulas 250 cm²

Veias pequenas 80 cm²

Veia cava 8 cm²

• Dado que o mesmo volume de sangue deve fluir por cada segmento no mesmo intervalo de tempo, a velocidade do fluxo sangüíneo é inversamente proporcional à área de secção.

• Aorta: ~33 cm/s; capilares: 0.033 cm/s

Page 6: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Pressão sangüínea em várias porções da circulação

Guyton & Hall, 2006

S

D

S

D

Page 7: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Teoria básica da função circulatória (Guyton & Hall, 2006)

1. O fluxo sangüíneo em cada tecido é quase sempre precisamente controlado em relação às necessidades do tecido.

2. O débito cardíaco é controlado principalmente pela soma de todos os fluxos locais.

3. Em geral, a pressão arterial é controlada independentemente do controle do fluxo sangüíneo local ou do controle do débito cardíaco.

Page 8: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

O controle do fluxo sangüíneo é ôhmico

• O fluxo sangüíneo é controlado por essencialmente dois fatores:

1. Gradiente de pressão do sangue entre duas extremidades do vaso.

2. Resistência vascular, o impedimento do fluxo sangüíneo pelo vaso devida à “fricção” entre o sangue e o endotélio intravascular.

R

PF

Page 9: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Resistência ao fluxo sangüíneo

• Não podemos medir a resistência de forma direta; para isso, devemos calcular o fluxo sangüíneo e a diferença de pressão entre dois pontos do vaso, aplicando uma alteração algébrica da lei de Ohm:

FPR

Page 10: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

“Condutância”

• Da mesma forma como podemos expressar resistência e fluxo sangüíneo usando a lei de Ohm, tbm podemos calcular a “condutância” de um vaso – a medida do fluxo sangüíneo em um vaso para uma dada diferença de pressão.

RaCondutânci

1

Page 11: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Diferenças pequenas no calibre do vaso levam a grandes diferenças na condutância do vaso

• Isso acontece porque o sangue que se encontra em contato direto com as paredes do vaso quase não flui, devido à sua aderência ao endotélio vascular; o sangue que se encontra na periferia do vaso quase não flui, enquanto o sangue que se encontra no meio do vaso flui extremamente rápido.

• Em vasos pequenos, quase todo o sangue se encontra próximo às paredes, de forma que uma partição central que flui rapidamente não existe.

• Ao integrarmos as velocidades de todos os anéis concêntricos de fluxo e multiplicarmo-nas pela área dos anéis, podemos derivar uma fórmula que descreve essa relação:

Guyton & Hall, 2006

Δ

l

rPF

8

4

Page 12: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Alterações farmacológicas do tônus vascular

Guyton & Hall, 2006

Page 13: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Vasodilatadores e vasoconstritores

Lüllmann et al., 2005

Page 14: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected] et al., 2003

Page 15: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Respostas regulatórias à vasodilatação

Lüllmann et al., 2005

Page 16: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Nitratos orgânicos como vasodilatadores

• Os nitratos orgânicos reduzem o tônus da musculatura lisa vascular ativando a guanilato ciclase e elevando os níveis intracelulares de GMPc

• O agente causativo desse processo é o NO gerado a partir do nitrato orgânico.

• A geração de NO a partir do nitrato (via uma aldeído desidrogenase mitocondrial) depende de uma fonte de grupos sulfidrila livres.Lüllmann et al., 2005

Page 17: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Nitratos orgânicos vs. vasodilatadores arteriolares

Lüllmann et al., 2005

Page 18: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Bloqueadores de canais de Ca2+ como vasodilatadores

Lüllmann et al., 2005

Page 19: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Lüllmann et al., 2005

Page 20: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Formação de trombos e possíveis mecanismos terapêuticos

Lüllmann et al., 2005

Page 21: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]üllmann et al., 2005

Page 22: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]üllmann et al., 2005

Page 23: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]üllmann et al., 2005

Page 24: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Inibidores da agregação de plaquetas

Lüllmann et al., 2005

Page 25: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]üllmann et al., 2005

Page 26: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Vitamina K e seus antagonistas: Uso nas tromboses

Lüllmann et al., 2005

Page 27: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Heparinas e derivados da hirudina

Lüllmann et al., 2005

Page 28: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Débito cardíaco

• A qtd de fluxo sangüíneo na totalidade da circulação de um indivíduo normal em repouso é de ~5 L/min. É igual à qtd. de sangue que é bombeada na aorta por minuto, tbm chamada de débito cardíaco.

• Freqüência cardíaca x Volume de ejeção do ventrículo esquerdo

• Volume de ejeção é controlado por fatores intrínsecos e fatores extrínsecos

– Fatores intrínsecos: entrada do Ca2+ através da membrana, armazenamento de Ca2+ no retículo sarcoplasmático.

– Fatores extrínsecos: Lei de Frank-Starling

Page 29: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Glicosídeos cardíacos

• Ligam-se ao domínio extracelular de ATPases Na+/K+ no músculo cardíaco, inibindo sua atividade e alterando a afinidade de um canal de Na+ associado à bomba pelo Ca2+

Lüllmann et al., 2005

Page 30: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Glicosídeos cardíacos: Aspectos clínicos

• Indicações:– Insuficiência cardíaca congestiva– Fibrilação atrial

• Sinais de intoxicação:– Arritmias cardíacas (bradicardia sinusal, bloqueio

atrioventricular, extra-sístoles ventricular, fibrilação ventricular)

– Alterações no SNC (xantopsia, fadiga, desorientação, alucinações)

– Anorexia, náusea, vômitos e diarréia.– Alterações na natriurese.

Page 31: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Glicosídeos cardíacos

Lüllmann et al., 2005

Page 32: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Glicosídeos cardíacos

Lüllmann et al., 2005

Page 33: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Ciclo cardíaco

I. Fase de contração (sístole)

II. Fase de ejeção (sístole)

III. Fase de relaxação (diástole)

IV. Fase de preenchimento (diástole)

IVc. Sístole atrial

Page 34: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Despopoulos et al., 2003

Page 35: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Válvulas cardíacas

• As válvulas cardíacas determinam a direção do fluxo sangüíneo no coração – dos átrios aos ventrículos (fase IV) ou dos ventrículos à aorta ou artéria pulmonar (fase II).

• Todas as válvulas cardíacas estão fechadas durante as fases I e II.

• A abertura e o fechamento das válvulas depende da pressão exercida nos dois lados destas.

Page 36: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Freqüência e ritmo cardíacos

• As câmaras cardíacas precisam coordenar a sua contração; essa contração é efetuada por um sistema de condução especializado.

• Ritmo sinusal: nodo sinoatrial átrios nodo atrioventricular feixe de His fibras de Purkinje ventrículos.

Page 37: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Idiossincrasias eletrofisiológicas do músculo cardíaco

• Atividade de marcapasso;

• Ausência de corrente rápida de Na+ ICa2+ responsável pelo desencadeamento e propagação do PA– Corolário 1: PAs de longa duração.– Corolário 2: Grande influxo de Ca2+ durante

o platô do PA.– Corolário 3: Período refratário prolongado

Page 38: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Potencial de ação cardíaco

Despolarização rápida (Na+)

Repolarização parcial (Ca2+, K+)

Platô (Ca2+, K+)

Repolarização (K+)

Marcapasso (Na+, K+, Ca2+)

Rang et al., 2005

Page 39: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Condução do ritmo sinusal

↑ β-simpatomiméticos↑ Parassimpatolíticos

↓ β-bloqueadores↓ bloqueadores de canais de Ca2+↓ Glicosídeos cardíacos (estimulação vagal)

Despopoulos et al., 2003

Page 40: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Potencial marcapasso

Despopoulos et al., 2003

Page 41: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Condução do impulso cardíaco revisitada

Despopoulos et al., 2003

Page 42: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Arritmias

Arritimias

Quando ao local de origem

Quanto ao efeito na freqüência

Atrial Juncional Ventricular Bradicardia Taquicardia

Page 43: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Quatro fenômenos subjazem as arritmias

• Pós-despolarização tardia (↑ ICa2+, gerando PAs anormais)

• Reentrada (bloqueio de condução, gerando circulação contínua do PA)

• Atividade de marcapasso ectópica (a atv de marcapasso surge em outras partes do coração que não o nodo AS e os tecidos de condução).

• Bloqueio cardíaco (lesão isquêmica ou fibrose fazem com que átrios e ventrículos apresentem batimentos independentes)

Page 44: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Agentes antiarrítmicos: Classificação de Vaughan Williams

• Classe I: Substâncias que bloqueiam os canais de Na+ sensíveis à voltagem (ex.: disopiramida, lidocaína, flecainida)

• Classe II: Antagonistas β-adrenérgicos (ex.: propanolol, atenolol)

• Classe III: Substâncias que bloqueiam os canais de K+, prolongando o PA (ex.: sotalol)

• Classe IV: Substâncias que bloqueiam os canais de Ca2+ (ex.: verapamil)

Page 45: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Drogas que não entram na classificação VW

Substância Uso

Atropina Bradicardia sinusal

Adrenalina Parada cardíaca

Isoprenalina Bloqueio cardíaco

Digoxina Fibrilação atrial rápida

Adenosina Taquicardia supraventricular

Cloreto de cálcio Taquicardia ventricular decorrente de hipercalemia

Cloreto de magnésio Fibrilação ventricular, toxicidade da digoxina

Page 46: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Consumo de O2 e fluxo sangüíneo

Fatores fisiológicos

Fatores mecânicosControle vascular

por metabólitosControle neural

e humoral

Encurtamento da diástole

Aumento da pressão diastólica final ventricular

Redução da pressão arterial diastólica

Page 47: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Fatores mecânicos que alteram o fluxo coronariano

Redução da kPa diastólica

Aumento da kPa diastólica final ventricular

Encurtamento da diástole

Page 48: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Consumo de O2 e fluxo sangüíneo

Fatores fisiológicos

Fatores mecânicosControle vascular

por metabólitosControle neural

e humoral

Redução PO2 Adenosina

Page 49: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Consumo de O2 e fluxo sangüíneo

Fatores fisiológicos

Fatores mecânicosControle vascular

por metabólitosControle neural

e humoral

Alfa-adrenérgicos (vasos grandes)

Vasoconstrição

Beta-adrenérgicos(vasos pequenos)

Vasodilatação

Page 50: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Arterosclerose coronariana

Page 51: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Page 52: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Page 53: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Morte celular na isquemia do miocárdio

Page 54: Aula 2&3 Cf2

01/09/2009 Introdução ao sistema cardiovascular

[email protected]

Profilaxia de transtornos cardíacos na prática da dentístrica

Categoria de alto risco Categoria de risco moderado

Risco desprezível

•Válvulas cardíacas prostéticas•Histórico de endocardite bacterial•Doença cardíaca cianótica congênita•Fístulas pulmonares cirurgicamente construídas

•A maioria das má-formações cardíacas congênitas.•Disfunções valvulares adquiridas•Cardiomiopatia hipertrófica•Prolapso da válvula mitral com regurgitação e/ou engrossamente das válvulas

•Defeito septal atrial isolado•Reparo cirúrgico do defeito septal atrial, defeito septal ventricular ou duto arterioso por mais de seis meses.•Cirurgia de implante de tecido em artéria coronária.•Sopro.•Febre reumática sem disfunção valvular•Marcapassos cardíacos•Defibriladores implantados.