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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE SAÚDE COMUNITÁRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA MESTRADO EM SAÚDE PÚBLICA ROSA MARIA DUARTE VELOSO ESTIGMA DA HANSENÍASE E EMPODERAMENTO DAS PESSOAS ACOMETIDAS NO MUNICÍPIO DE FLORIANO- PI. FORTALEZA 2019

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA … · 2020-04-13 · AGRADECIMENTOS Início meus agradecimentos a DEUS, já que Ele colocou pessoas tão especiais a meu lado,

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE MEDICINA

DEPARTAMENTO DE SAÚDE COMUNITÁRIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA

MESTRADO EM SAÚDE PÚBLICA

ROSA MARIA DUARTE VELOSO

ESTIGMA DA HANSENÍASE E EMPODERAMENTO DAS PESSOAS

ACOMETIDAS NO MUNICÍPIO DE FLORIANO- PI.

FORTALEZA

2019

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ROSA MARIA DUARTE VELOSO

ESTIGMA DA HANSENÍASE E EMPODERAMENTO DAS PESSOAS ACOMETIDAS

NO MUNICÍPIO DE FLORIANO- PI.

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação

em Saúde Pública da Universidade Federal do Ceará,

Departamento de Saúde Comunitária, como requisito

parcial à obtenção do título de Mestre em Saúde Pública.

Área de concentração: ciências sociais, humanas

ambientais, políticas de saúde e avaliação em saúde.

Orientador: Prof.ª. Dra. Jaqueline Caracas Barbosa

FORTALEZA

2019

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ROSA MARIA DUARTE VELOSO

ESTIGMA DA HANSENÍASE E EMPODERAMENTO DAS PESSOAS ACOMETIDAS

NO MUNICÍPIO DE FLORIANO- PI.

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação

em Saúde Pública da Universidade Federal do Ceará,

Departamento de Saúde Comunitária, como requisito

parcial à obtenção do título de Mestre em Saúde Pública.

Área de concentração: Ciências sociais, humanas

ambientais, políticas de saúde e avaliação em saúde

Aprovada em: ___/___/______

BANCA EXAMINADORA

________________________________________

Profa. Dra. Jaqueline Caracas Barbosa (Orientador)

Universidade Federal do Ceará (UFC)

_________________________________________

Dra. Thayza Miranda Pereira

Membro da ANEPS – Articulação Nacional de Movimentos

e Práticas de Educação Popular em Saúde

_________________________________________

Profa. Dra. Patrícia Passos Sampaio

Universidade de Fortaleza (UNIFOR)

_________________________________________

Profa. Dra. Olivia Dias Araújo

Universidade de Federal do Piauí (UFPI)

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Dou graças a Cristo Jesus, nosso Senhor, que me deu forças e me considerou fiel, designando-

me para o ministério,

1 Timóteo 1:12

Aos meus avós Rosa Maria, Eduardo, Santana (in memorian)

pessoas incríveis que pude conviver nos ouvindo, orientando com

carinho e passando experiências. Sei que aí de cima vocês me

abençoam todos os dias. A saudade é grande e ainda dói

Aos meus pais eterna gratidão, Moacy da Rocha Veloso e

Francisca Duarte Franco Veloso.

A minha irmã Mayara Duarte Veloso por me apoiar nos meus

projetos e torcer sempre por mim.

A Reagan, obrigada por estar ao meu lado nas horas que chorei

e perdi a paciência e você carinhosamente pegou a minha mão e

com palavras doces me acalmou.

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“Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso. Amo

as gentes e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o

mundo que eu brigo para que a justiça social se implante antes da

caridade.”

(Paulo Freire, 1985)

“Amar e mudar as coisas me interessa mais.”

(Belchior, 1976):

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AGRADECIMENTOS

Início meus agradecimentos a DEUS, já que Ele colocou pessoas tão especiais a meu

lado, sem as quais certamente eu não teria dado conta!

Também agradeço a Pachamama, (Mãe Terra), geradora de abundância e de tudo que

existe na terra, por tudo o que nos deu e nos concedeu por seu amor (Munay) e sabedoria

(Yachay), na sua grandeza, espiritualidade e trabalho (Llankay).

Reverencio meus antepassados, raízes da minha vida, que construíram esse país e

também sofreram genocídio.

À minha família, em especial meus pais Moacy e Francisca como também a minha irmã

Mayara, que apesar de nossas diferenças nunca deixaram de me apoiar. Obrigada pelo amor,

conselhos, carinho, paciência e por entenderem a minha ausência. Amo vocês!

Aos meus pais de coração Pe. Cesarino Donatti, José Elias da Rocha (Tio Rochinha),

dona Chaguinha, Aldaíres Mota e Luzinete Santana que sempre tiveram muito carinho por mim

e me acolheram como filha apesar de não possuirmos laço de sangue. Posso dizer que sou

abençoada por ter mais de uma família.

À minha família paterna que conheci há pouco tempo pelo apoio incondicional, por me

ajudar nessa caminhada aqui no Ceará, em especial a minha tia Raimunda Rocha Veloso de

Sousa, e Antonina Rocha Veloso de Sousa pelo amor, carinho e pelas observações críticas na

construção do Portfólio e de todos os trabalhos artísticos que fiz durante o mestrado.

Também agradeço minhas primas Cléia Rocha, Clébia Rocha e minha sobrinha Maria

Cléia Rocha e meu tio Francisco Alcídio de Sousa que me incentivaram a trilhar meus caminhos

na busca de novos conhecimentos.

À minha madrinha Adalice Miranda, por ser uma segunda mãe na minha vida, me

ajudando, aconselhando e puxando a orelha quando necessário. Te amo!

Ao padre Jairo Souto por ser esse amigo solidário sempre atento e disponível para ajudar

me ouvir. Obrigada pelas orações e por ser um instrumento de amor, caridade e fé!

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À Camilla Correia pela amizade, ajuda incondicional em todos os momentos que

precisei.

Ao professor Alberto Novaes, por acreditar no meu sonho. As lições que aprendi com

você estarão sempre comigo. Só posso agradecer por ter cruzado a minha vida. Gratidão

sempre!

À minha querida orientadora Dra. Jaqueline Caracas Barbosa (Jack) me faltam palavras

para te agradecer, pelo carinho, acolhida, delicadeza, atenção dispensada a mim com você

aprendi mais do que teoria, aprendi valores humanos para colocar em prática. Obrigada por me

fazer sonhar e acreditar que sou capaz. Eterna gratidão!

Agradeço a Reagan que me ajudou em todo o processo do mestrado que desde a

hospedagem até o apoio moral e técnico no processo do mestrado, pelos momentos de alegria

que você fez questão de dividir comigo e com muita esperança pensou no nosso futuro.

Ao meu amigo Mexicano Guillermo Jesús Guillermo May (Memo) que foi entregar meu

curriculum pessoalmente na UFC e se disponibilizou a ler e dar suas contribuições no projeto.

À Lucila May Peña e família (Silvia May e Emiliano Guillermo “Memito”) pela

acolhida e pelo carinho. Não tenho palavras para demonstrar minha gratidão!

À Anabel Rojas, obrigada pelo carinho, sorrisos largos, amizade a pela disponibilidade

em ajudar a traduzir parte do meu trabalho para o espanhol. Sua ajuda e apoio foram

importantes!

À Aminata Mendes, por ser tão amável e gentil, sempre disposta a ajudar e dar uma

palavra de encorajamento.

Agradeço também a Alexandre Chamsdine e Rudy Diavila, pela amizade, acolhida,

apoio, e, também, pelas consultas médicas.

Aos meus ex-alunos e grandes amigos Artêmio Ferreira e Jacson Coelho pela amizade

construída nesses anos e apoio incondicional.

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Às amigas Claudiane Guimarães e Iriane Gonçalo que sempre se dispuseram a me ajudar

para que eu pudesse concretizar esse sonho, meu muito obrigada.

À minha amiga Dra. Socorro Pinheiro pelos conselhos, sugestões e por poder

compartilhar minhas inquietações do mundo acadêmico.

Ao professor Dr. Rubén Muñoz, pela confiança, amizade e simplicidade em partilhar

seus conhecimentos. Meu muito obrigada!

Às minhas amigas Patrícia Santos e Vicência Pinheiro pelo apoio e ajuda com a

paginação do trabalho, normas da ABNT e atualização do meu curriculum vitae.

A minha ex-professora, amiga, confidente e conselheira Flávia Regina Sousa Martins pela

amizade, pelos conselhos e incentivo.

À minha ex-diretora Alvina D’arc, companheira de trabalho e irmã na amizade por todo

incentivo e ajuda.

Um agradecimento especial a minha diva e minha mãe do coração Joelma Maria Costa

e também a Olívia Dias, pessoas maravilhosas que sempre acreditaram na minha capacidade e

me ajudaram em todos os momentos emprestando livros, sentando comigo para escrever e

reescrever o projeto, me hospedando em Teresina, pagando minhas passagens quando não tinha

dinheiro. Meu muito obrigada!

Aos professores do mestrado pelos ensinamentos em especial a Professora Malu Bosi,

Márcia Machado, Kellen Gomes, Ivana Barreto, Shamyr Sullivan, Ricardo Pontes, Alberto

Novaes, Mônica Façanha, Teresinha do Menino Jesus, Carlos Alencar, Bernard Karl Kendall e

Luciano Correia. Seus ensinamentos foram muito além dos ensinamentos do currículo, tivemos

aprendizados importantes para a vida. Certamente se tornaram inspiração para nós.

Às Professoras Raquel Rigotto e Maria do Socorro de Sousa, vocês foram as pessoas

marcantes na minha formação acadêmica. A professora Raquel me fez repensar meu lugar no

mundo e a importância do meu modo de estar no mundo. Obrigada por se dedicar ao seu

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trabalho com tanto entusiasmo e verdade. Vocês fazem os seus alunos se sentirem especiais e

capazes de alcançar os sonhos.

Ao professor Dr. Jaison Barreto pela amizade, infinita paciência em ensinar e pelas dicas

de livros. Gratidão sempre!

À professora Dra. Clodis Maria Tavares pela pessoa maravilhosa que é, pelo incentivo,

carisma e sabedoria. Meu muito obrigada.

Às professoras do estágio supervisionado à docência Camila Alves Soares e Mariana

Pompílio Gomes Cabral pela disponibilidade, partilha de saberes, pela oportunidade de assumir

a lecionação por inteiro, e, especialmente pela simplicidade com que me trataram, encarando-

me como colega de profissão.

Aos alunos da Faculdade de Medicina do 4º período, pela receptividade e pela acolhida

como facilitadora nesse processo de aprendizagem na disciplina Saúde Comunitária, o que

tornou essa experiencia muito enriquecedora do ponto de vista pessoal e profissional.

A Anderson Fuentes, meu colega de sala de aula e de apartamento, obrigada amizade e

pela convivência nesses dois anos. Seguimos juntos!

A Jalinson Rodrigues, pela amizade, pela hospitalidade, sorrisos e bons momentos.

A Igor Coêlho Marques pela nossa amizade, companheirismo e presteza ímpar no dia-

a-dia, especialmente nos dias 07 e 08 de janeiro de 2018. Nunca esquecerei!

Às minhas amigas Érika Renata, Marisa e Paz Bittencourt pelo carinho, amizade,

refeições deleitosas e hospitalidade e por me fazerem com que eu me sentisse sempre bem

confortável.

À amiga Caroline Gurgel, pessoa que admiro muito. Agradeço pela amizade, escuta e

partilha.

À minha querida amiga Larissa Fortunato, criatura linda que Deus colocou no meu

caminho. Obrigada pelos momentos de espiritualidade que nos proporcionam ferramentas para

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evoluir um pouco mais todos os dias. Yanapakusun (ajudemo-nos-) Haux Haux Haux (Que

assim seja).

À dona Valda pela amizade, leveza, alegria, pelos cafezinhos e presteza em ajudar

sempre com um sorriso. Sentirei saudades.

A Paolo Moiola, agradeço eternamente a Deus por ter te colocado na minha vida, muito

obrigada pelo ter apoio incondicional, e, principalmente, por compreender esse momento de

conclusão do mestrado.

Aos meus ex-alunos e amigos (José Gonçalves e Cleyson Máximo) que se dispuseram

a serem meus moto-taxis para que eu pudesse me deslocar com discrição, segurança e rapidez

até a casa dos colaboradores independentemente da horário e lugar. Meus sinceros

agradecimentos pelo carinho e vibração positiva. Essa conquista é nossa!

Aos colegas do fotocopiadora, em especial o Eduardo Fernandes que sempre dava um

jeito de preparar meu material com capricho para que eu pudesse realizar minha pesquisa.

Inclusive aos finais de semana.

Aos Agentes Comunitários de Saúde de Floriano, em especial (Robervânia, Regina,

Francineide, Pauliana, Aparecida, Darlene, Ivone e Joaneide) obrigada pelas ricas experiências

no campo e por acreditarem que poderíamos construirmos um cenário diferente do que estamos

vivenciando.

Aos Agentes de Endemias de Floriano (Potiara Silva, Márcia da Costa, Francisco

Avelino e Francisco Bueno) que me ajudaram no campo.

Ao grupo 142 KM (Marcio Lustosa, Dyanne Rodrigues, Francisco Pedro da Luz, João

Batista da Cruz, Rosa Amélia Batista, Silvia Neres, Suzanny Carvalho, Bruhna Silva, Rita de

Cássia, Valkíria Nunes, Lucídio Campelo) pelo apoio e companheirismo ao longo dos anos.

À família IntegraHans-PI por me dar a oportunidade de participar desse projeto

maravilhoso onde pudemos partilhar dúvidas, incertezas, conquistas e muitas aprendizagens.

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Espero não esquecer de ninguém: Jonas Cardoso, Manoel Borges, Giovanna Dourado, Érica

Néri, Francimar Marques, Carlos Edder, Simone Rego, Joelma Costa, Olívia Dias, Danusa

Felinto, Anderson Oliveira, Hildelisa Veloso, Rose Batista, Thamina Oka, Adriene Rocha,

Smone Galvão, Simone Rego, Idalina França, Felipe Moreiras, Daniela Costa, Diego Muniz,

Rayane Freitas, Vinicius Oliveira, Dinailson Martins, Regina Mávia Noleto, Eveline Boa Vida,

Inara Sena, Priscila Dantas e Armano Gomes Quero agradecer imensamente a todos

À Cúpula Neon por tudo o que vivemos e construímos juntos. Pela convivência e

amizade construídas ao longo dos anos, o que nos fortaleceu e está nos fortalecendo fazendo

com que eu continue crescendo como pessoa e profissional.

Ao Morhan Nacional e Morhan Piauí, em especial aos companheiros de luta (Ruimar

Batista, Lucimar Batista, Francilene Mesquita, Jonas, Joelma Costa, Olívia Dias, Érica Nery,

Roberth, Rita Porto, Artur Custódio) pela atenção, apoio e presteza durante a caminhada.

À UAEM Brasil e UAEM Ceará Universities Allied for Essential Medicines (Sara, Isak

Serafim, Valter, Luciana Lopes, Beatriz Kaippert, Magno, Mariana Bicalho, Mariana Paiva

Guimaraes e Silva, Marina, Mariana Paiva, Letícia Penna Braga, Thiago Nébias, Daniela Pena

Moreira, Mayana, Rodrigo, Nayla Rochelle, Adriana Reis) por compreender esse meu momento

em que não posso estar presente como eu gostaria nas atividades desenvolvidas.

A todos que fazem parte do ReunaHans por serem pacientes e perseverantes em ensinar

o “pulo do gato” na suspeição diagnóstica da hanseníase e que nos incentivam cada dia para se

trabalhar com pessoas acometidas nos fazendo acreditar que um novo mundo é possível.

À RedeHans-PI e RedeHans-CE que têm contribuído com dicas de leitura e

valiosas informações sobre hanseníase que certamente servirão para minha formação pessoal e

profissional.

Ao Instituto Superior de Educação São Judas Tadeu, em especial meu ex-coordenador

Thiago Silveira que me ajudou e foi sensível comigo em todo as etapas do projeto, aos amigos

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professores, Rosângela Carvalho, Lucélia Santos, Flávia Regina e Wendel Lacerda por me

incentivarem nos momentos de fraqueza, ao corpo técnico-administrativo, Francisca Maria de

Oliveira, Maria da Guia de Carvalho Osório, Rafael Beirão, Mário de Oliveira, Ana Paula da

Silva, Jailson, aos que fazem serviços gerais e segurança Floriza e Genilson Pereira Eterna

gratidão!

Aos meus diretores do CEEP Calisto Lobo (Joilson Silva Costa e Alvina D’arc dos

Santos Oliveira) e Ribamar Torres (Ezaquiene Barreto), professores e alunos, pois foi graças

ao companheirismo, amizade, paciência, compreensão, apoio, alegria e amor este trabalho

pôde ser concretizado.

Aos meus chefes superiores na Unidade Regional de Educação (Marcilene Fonseca da

Silva, Maria Raimunda Pereira da Silva “Sophia” e Jemara Maria da Silva) que sempre me

ajudaram no que podiam me dando forças para que eu esteja bem-sucedida nas minhas tarefas.

Esse gesto nunca será esquecido por mim.

Ao Movimento dos Colecionadores de Reggae de Floriano meus sinceros

agradecimentos, em especial aos meus amigos Ras Feitosa, Sílvio Tavares, Rogério Sousa,

obrigada pelo aprendizado, pela amizade e por abraçar a causa na luta contra a hanseníase.

Quero também agradecer meus colegas de mestrado com os quais pudemos partilhados

saberes e experiências durante esse percurso um agradecimento especial aos meus amigos

Raquel Cerdeira, Joyse Mirelle, Raquel Nepomuceno, Netinha Costa, Valterdes Pessoa,

Geovania Maciel, Cynthia Lorena, Kelvia Borges, Andreia Fontenelle Nágila Nathaly e

Anderson Fuentes pela convivência, acolhida e pela oportunidade de crescimento e

amadurecimento.

Ao nosso grupo de pesquisa em doenças tropicais negligenciadas: Martha Alcide,

Angélica Gomes, Nayla Rochelle, Gabriela Mardero, Adriana Silva, Hellen Xavier, Anderson

Fuentes, Thainá Bessa, Solange Paiva pela partilha de saberes

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Às meninas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) que

me ajudaram a preencher as máscaras no EPIINFO Gabrielle e Leia, muito obrigada!

Aos funcionários da secretaria do Programa de pós-graduação em saúde pública

Dominick Garcia Araújo e Hemison Magalhães pela presteza e atenção e disponibilidade em

ajudar sempre.

Aos meninos do corpo técnico-administrativo da graduação D.S.C.: Michel Nesley

Lima Fernandes, Renato Ferreira Silva e Liduína Maria Fernandes Almeida pela amizade,

atenção e carinho durante esses anos.

Às amigas do Núcleo de Estudo em Saúde Coletiva Professor Dower Moraes

Cavalcante: Nádia Maria Gomes, Fernanda Coutinho e Nonata Nascimento obrigada pela

acolhida, presteza e amizade.

Ao Núcleo de Tecnologias e Educação à Distância em saúde da UFC (NUTEDS) na

pessoa da senhora Regina Cláudia Macedo pela amizade e disponibilidade em ajudar.

Aos vigilantes da UFC: Durcílio, Claudemir, Reginaldo e Edilson por sempre se

preocuparem conosco e criarem um ambiente tão familiar mantendo o profissionalismo.

Aos coordenadores das secretarias estadual e municipal de saúde por terem autorizado

a pesquisa e apoiado o projeto. Agradecimento especial a Thais Braglia (Secretaria municipal

de saúde de Floriano), Thais Trajano (coordenadora municipal de hanseníase e Tuberculose)

Eliracema Silva Alves (Coordenadora estadual do Programa de Controle da Hanseníase) e

Rosineidia do Perpétuo Socorro Araújo (Secretaria Estadual de Saúde).

Aos membros externos da banca examinadora da etapa de qualificação do projeto, pela

disponibilidade, críticas e sugestões: Dra. Thayza Miranda Pereira e Ms. Maria Solange Araújo

Paiva Pinto pelas valiosas contribuições que somou bastante.

Agradeço os professores avaliadores que aceitaram a compor a minha banca de defesa

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Dra. Thayza Miranda Pereira, Profa. Dra. Patrícia Passos Sampaio e Profa. Dra. Olivia Dias

Araújo que certamente têm muito o que contribuir e realizar pertinentes e valiosos

apontamentos que engrandecerão esse estudo.

Às pessoas acometidas pela hanseníase que aceitaram ser colaboradores da pesquisa,

por me permitirem adentrar nas suas casas e dividirem comigo suas histórias de vida com suas

angustias, expectativas e alegrias. Meu respeito e minha eterna gratidão pela confiança. Sem

vocês não seria possível realizar esse estudo.

Aos colegas do Conselho Estadual de Saúde (CES-PI) pelo apoio, carinho, escuta e por

entenderem minha “ausência” nas atividades do Conselho devido a realização desse estudo.

À coordenação de aperfeiçoamento de pessoal de Nível Superior - Capes pela bolsa de

estudo e apoio financeiro.

Ao Programa de Apoio à pós-graduação-PROAP pelo apoio financeiro.

À toda equipe da Netherlands Hanseniasis Relief do Brasil (NHR-Brasil) pelo apoio e

incentivo, a partir da concessão de financiamento específico sem o qual esse projeto não poderia

ser realizado.

A todos aqueles que não foram aqui mencionados, mas que contribuíram, de alguma

forma, para eu atingir meus objetivos. Obrigada por ter feito do meu sonho o nosso sonho!

Espero não ter esquecido nenhum nome, enfim, obrigada pela confiança!

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RESUMO

A hanseníase é uma doença infecciosa crônica causada por Mycobacterium leprae que afeta

primariamente nervos periféricos e pele, até mesmo órgãos e sistemas podendo acarretar

comprometimento neurológico e incapacidades. Por se tratar de uma doença milenar, esteve

ligada à ideia de castigo divino e à impureza devido a desobediência. É uma das principais

doenças negligenciadas do Brasil permeada por estigma, discriminação e preconceito que

podem interferir diretamente no convívio social, trabalho, atividades religiosas, relações

interpessoais além de provocar aumento do estresse emocional e sofrimento para a pessoa

acometida pela doença. Objetiva-se com este estudo analisar o estigma da hanseníase e o

empoderamento das pessoas acometidas em Floriano-Piauí, no período de 2008 a 2017. Trata-

se de um estudo transversal descritivo com dados primários realizado a partir da aplicação de

três instrumentos: um questionário socioeconômico demográfico e clínico, as escalas de

estigma- EMIC Stigma Scale e empoderamento. Foram coletados dados sociodemográficos,

clínicos e operacionais. Dos 549 casos novos de hanseníase notificados no Sistema de

Informação de Agravos de Notificação, foram abordadas 232 pessoas acometidas em Floriano.

Predominou pessoas de sexo masculino, parda, com a faixa etária dos 61 a 80 anos, casados,

economicamente ativo, com renda mensal inferior a 1 salário, casos multibacilares. A

pontuação do escore da escala EMIC variou de 0 a 36 pontos com média de 15,5 e a pontuação

da escala variou de 51 a 82 pontos com a média de 61,1. A escala EMIC associou-se com a

classificação operacional (p=0,013), incapacidade física (p=0,007), recidiva (p=0,039), reação

hansênica (p=0,018) e o fato de ter revelado o diagnóstico no espaço extrafamiliar (p=0,035).

A escala do empoderamento associou-se com a renda mensal individual (p=0,036) e com a

incapacidade física (p=0,038). De forma semelhante foram encontradas correlações positivas e

significativas entre o escore de empoderamento e anos de estudo (r=0,174; p=0,008), assim

como para renda individual (r=0,188; p=0,004). Os resultados desta pesquisa evidenciaram que

essas escalas podem ser utilizadas nos serviços de saúde como instrumento facilitador de

mensuração de estigma percebido e de empoderamento dos casos de hanseníase. Esses

resultados foram capazes de nos mostrar que casos multibacilares, com incapacidades, com

reações hansênicas e recidivas foram mais propensos a sofrer estigma. Pessoas com maior renda

individual e sem incapacidade, também tiveram maior probabilidade de serem empoderadas.

Portanto, esses instrumentos podem servir de subsídio para o desenvolvimento de estratégias

de prevenção e redução da hanseníase

Palavras-chave: Hanseníase; Lepra; Estigma; Empoderamento.

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ABSTRACT

Leprosy is a chronic infectious disease caused by Mycobacterium leprae that primarily affects

peripheral nerves and skin, even organs and systems that can lead to neurological impairment

and disability. Because it was a millennial disease, it was linked to the idea of divine punishment

and impurity due to disobedience. It is one of the main neglected diseases in Brazil permeated

by stigma, discrimination and prejudice that can interfere directly in the social life, work,

religious activities, interpersonal relations besides causing increase of the emotional stress and

suffering for the person affected by the disease. The objective of this study is to analyze the

stigma of leprosy and the empowerment of people affected in Floriano-Piauí, from 2008 to

2017. This is a cross-sectional descriptive study with primary data to be carried out from the

application of three instruments: a demographic and clinical socioeconomic questionnaire, the

stigma scales - EMIC Stigma Scale and empowerment. Sociodemographic, clinical and

operational data were collected. Of the 549 new cases of leprosy diagnosed, 232 cases were

treated in Floriano. Prevalence of males, brown, with the age group of 61 to 80 years, married,

economically active, with monthly income less than 1 salary, multibacillary cases. The score of

the EMIC scale ranged from 0 to 36 points with an average of 15,5 and the scale score ranged

from 51 to 82 points with a mean of 61,1. The EMIC scale was associated with the operational

classification (p = 0.013), physical disability (p = 0.007), recurrence (p = 0.039), leprosy

reaction (p = 0.018) and the fact that it revealed the diagnosis in the extrafamilial space (p =

0.035). The scale of empowerment was associated with individual monthly income (p = 0.036)

and with physical disability (p = 0.038). Similarly, positive and significant correlations were

found between the empowerment score and the study years (r = 0.174, p= 0.008), as well as for

individual income (r = 0.188, p = 0.004). The results of this research showed that these scales

can be used in health services as an instrument to facilitate the measurement of perceived stigma

and the empowerment of leprosy cases. These results were able to show us that multibacillary

cases, with disabilities, with leprosy reactions and relapses were more likely to suffer stigma.

Individuals with higher individual incomes and no disability were also more likely to be

empowered. Therefore, these instruments can serve as a subsidy for the development of

strategies for the prevention and reduction of leprosy

Keywords: Hansen’s disease; Leprosy; Stigma; Empowerment.

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LISTA DE FIGURAS E GRÁFICOS

Figura 1 Distribuição espacial dos novos casos de hanseníase, por país,

detectados em 2017..................................................................................... 28

Figura 2 Clusters de detecção de casos novos de hanseníase................................... 29

Figura 3 Matriz analítica das dimensões de vulnerabilidades................................... 31

Figura 4 Modelo de articulação dos componentes das desigualdades em saúde...... 35

Figura 5 Modelo de determinação social da saúde proposto por DAHLGREN e

WHITEHEAD (2007)................................................................................. 37

Figura 6 Determinantes sociais: modelo de DIDERICHSEN e HALLQVIST

(1998).......................................................................................................... 38

Figura 7 Localização do Território Rural Vale dos Rios Piauí e Itaueira-PI no

mapa do Brasil e do estado do Piauí........................................................... 64

Figura 8 Mapas do Município de Floriano e seus bairros, 2010............................... 65

Figura 9 Mapa do Piauí com seus munícipios do estudo.......................................... 66

Figura 10 Diagrama representativa da população abordada e motivos de exclusão... 69

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracterização do município do Floriano................................................ 67

Tabela 2 Caracterização sociodemográfica e econômica dos casos novos de

hanseníase em Floriano, Piauí, entre os anos 2008 a 2017...................... 80

Tabela 3 Caracterização clínica e operacional dos casos novos de hanseníase em

Floriano, Piauí, entre os anos 2008 a 2017............................................... 81

Tabela 4 Percentual dos casos que responderam “SIM” na aplicação da escala

EMIC em Floriano, Piauí 82

Tabela 5 Percentual dos casos que responderam “CONCORDO” ou

“DISCORDO” na aplicação da escala do empoderamento em Floriano,

Piauí.......................................................................................... 83

Tabela 6 Associação entre fatores sociodemográficos e econômicos com a escala

EMIC dos casos novos de hanseníase em Floriano, Piauí, entre os anos

2008 a 2017................................................................................. 86

Tabela 7 Associação entre fatores clínicos e operacionais com a escala EMIC dos

casos novos de hanseníase em Floriano, Piauí, entre os anos 2008 a

2017............................................................................................................. 87

Tabela 8 Associação entre fatores sociodemográficos e econômicos com a escala

do empoderamento dos casos novos de hanseníase em Floriano, Piauí,

entre os anos 2008 a 2017............................................................................ 89

Tabela 9 Associação entre fatores clínicos e operacionais com a escala do

empoderamento dos casos novos de hanseníase em Floriano, Piauí, entre

os anos 2008 a 2017..................................................................................... 90

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LISTA DE QUADRO

Quadro 1 Dinâmica geral do processo de empoderamento........................................ 55

Quadro 2 Fatores derivados da escala do empoderamento......................................... 58

Quadro 3 Descrição, categorias e classificação das variáveis do estudo.................... 71

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de técnicas

ACS Agente Comunitário de Saúde

CADSUS Cadastramento de Usuários do Sistema Único de Saúde

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CES-PI Conselho Estadual de Saúde do Piauí

CEB’s Comunidades Eclesiais de Base

CEP Comitê de Ética em Pesquisa

CIOMAL Campagne Internationale de l’Ordre de Malte contre la Lèpre

CFZ Clofazimina

CTA Comitê Técnico Assessor

CIF Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde

CIMI Conselho Indigenista Missionário

CGMA Coordenação-Geral de Gestão Estratégica, Monitoramento e Avaliação

CNDSS Comissão Nacional de Determinantes Sociais da Saúde

CRAS Centro de Referência de Assistência Social

CGHDES Coordenação Geral de Hanseníase e Doenças em Eliminação.

DDS Dapsona

DCS Departamento de Saúde Comunitária

DSS Determinantes Sociais da Saúde

DT Dimorfa-Tuberculóide

DV Dimorfa –Virchoviana

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DTN Doenças Tropicais Negligenciadas

EMIC Explanatory Model Interview Catalogue

EMIC-AP Explanatory Model Interview Catalogue-Affected People Stigma Scale

EMIC-CSS Explanatory Model Interview Catalogue_Community Stigma Scale

Epi-Info 7.1.5. Centers for Disease Control and Prevention, Atlanta, USA.

EUA Estados Unidos da América

ESF Estratégia Saúde da Família

FAPEPI Fundação à Pesquisa do Estado do Piauí

FIRJAN Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro

GIF2 Grau de Incapacidade Física 2

HIV Vírus da Imunodeficiência Humana

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDHM Índice de Desenvolvimento Humano Municipal

IFDM Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal

IST Infecções Sexualmente Transmissíveis

LIBRAS Linguagem Brasileira de Sinais

MB Multibacilar

MDT-U Multidrogaterapia Única

MORHAN Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase

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MS Ministério da Saúde

NASF Núcleo de Apoio Saúde da Família

NESC Núcleo de Estudo em Saúde Coletiva

NHR Netherlands Hanseniasis Relief do Brasil

OAB Ordem dos Advogados do Brasil

OMS Organização Mundial de Saúde

OPAS Organização Pan-americana de Saúde

PB Paucibacilar

PBF Programa Bolsa Família

PI Piauí

PIB Produto Interno Bruto

PIBIC Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica

PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

PQT Poliquimioterapia

PROAP Programa de Apoio à Pós-Graduação

RCD Redes de Convívio Domiciliar

RPM Rifampicina

RS Rio Grande do Sul

SC Santa Catarina

SEDUC Secretaria de Educação e Cultura

SESAPI Secretaria de Saúde do Piauí

SM Salário Mínimo

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SINAN Sistema de Informação de Agravos de Notificação

SNL Serviço Nacional da Lepra

STATA 12 Stata Corporation, College Station, USA

SUS Sistema Único de Saúde

SVS Secretaria de Vigilância em Saúde

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TT Tuberculóide

UAEM Universities Allied for Essential Medicines

UBS Unidade Básica de Saúde

UFC Universidade Federal do Ceará

UFPI Universidade Federal do Piauí

URE Unidade Regional de Educação

VV Virchoviana

WHO World Health Organization

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SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO ........................................................................................................... 25

2. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 28

2.1 Hanseníases: Aspectos Clínicos e Epidemiológicos .......................................................... 28

2.2 Hanseníase, Vulnerabilidades e Determinantes Sociais em Saúde. ................................... 32

2.3 Hanseníase, Incapacidades físicas e Participação Social. .................................................. 39

2.4 Processo sócio-histórico da hanseníase .............................................................................. 41

2.5 Estigma da Hanseníase .........................................................Erro! Indicador não definido.

2.6 Empoderamento das Pessoas Acometidas pela Hanseníase ............................................... 51

3. JUSTIFICATIVA .............................................................................................................. 57

4. OBJETIVOS ..................................................................................................................... 59

4.1 Geral ................................................................................................................................... 59

4.2 Específicos .......................................................................................................................... 59

5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ...................................................................... 60

5.1 Desenho de estudo .............................................................................................................. 60

5.2 Local do estudo................................................................................................................... 60

5.4 Critérios de inclusão ........................................................................................................... 63

5.5 Critérios de exclusão .......................................................................................................... 63

5.3 Participantes do estudo ....................................................................................................... 63

5.6 Descrição das variáveis ...................................................................................................... 65

5.7 Coleta de Dados ................................................................................................................ 70

5.8 Entrada e Análise de Dados ................................................................................................ 71

5.9 Aspectos éticos e legais/Considerações Éticas ................................................................... 72

6. RESULTADOS ................................................................................................................. 73

6.1. Caracterização sociodemográfica e econômica. ................................................................ 73

6.2. Fatores associados a escala EMIC ..................................................................................... 82

6.3. Fatores associados a escala empoderamento ..................................................................... 86

7. DISCUSSÃO..................................................................................................................... 89

7.1 LIMITAÇÕES DO ESTUDO

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 107

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 108

APÊNDICE A: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO .................. 148

APÊNDICE B: ABORDAGEM SOCIOECONÔMICO, DEMOGRÁFICO E CLÍNICO.... 151

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ANEXO A: EXPLANATORY MODEL INTERVIEW CATALOGUE (EMIC) ................. 154

ANEXO B: ESCALA DE EMPODERAMENTO ................................................................. 156

ANEXO C: COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA (UFC) ....................................................... 159

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1. APRESENTAÇÃO

Pensar em minha trajetória como professora/educadora mais que um trabalho de

resgate das memórias desse (des)caminho significa a perpetuação das minhas experiências e

dos aprendizados que acumulei ao longo desses anos.

Venho do sul do estado do Piauí, de uma cidade chamada Bertolínia e sou a

primogênita de uma família de duas filhas. Tive forte influência na minha formação pessoal de

Belchior, Violeta Parra, Mercedes Sosa, João do Vale, Patativa do Assaré, Paulo Freire e

Guayasamín por desenvolverem um trabalho comprometido com a luta dos oprimidos e

explorados trazendo questionamentos à “crueldade do homem com o homem”.

Antes de iniciar a minha trajetória com pessoas acometidas pela hanseníase eu me

dedicava ao ofício que exercia de professora de educação básica, ao mesmo tempo em que

estava engajada nos movimentos sociais, inicialmente por meio do movimento estudantil e com

a Igreja Católica junto com as Comunidades Eclesiais de Base (CEB’s), onde participei da

Pastoral da Juventude, Pastoral Social, Pastoral da Criança e Pastoral Carcerária.

Depois, tive a oportunidade de conhecer a Teologia da Libertação, em um encontro

em Belém em 2009 com José Comblin e posteriormente no Peru com Gustavo Gutierrez e com

François Houtart em Quito. Fiquei encantada com o discurso de Comblin sobre a opção

preferencial pelos mais necessitados e da importância do leigo para a Igreja onde afirmava com

veemência que deveríamos usar as ciências sociais e humanas para que pudéssemos nos libertar

das injustas condições econômicas, políticas e sociais.

Como pedagoga trabalhei com alfabetização de crianças, jovens e adultos, além de

atuar também como coordenadora escolar, professora de graduação e orientadora social

atendendo adolescentes de 15 a 17 anos em situação de risco e vulnerabilidade social, menores

infratores através de um projeto do governo federal em parceria com o município de Floriano

junto ao 3º Batalhão da Polícia Militar. Como graduada em Biologia tive experiências para além

da docência com trabalhos relacionados à “fitossociologia” e “etnobotânica” onde fui bolsista

de iniciação científica (PIBIC) da Fundação à Pesquisa do Estado do Piauí (FAPEPI).

A partir do convívio com tantas diferenças, da formação que recebi nas CEB’s

comecei a apoiar mais as causas dos pescadores, ribeirinhos, quilombolas e indígenas, muitas

vezes realizando pequenas intervenções em suas comunidades junto aos órgãos competentes

como Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Associações e Universidades. Por

aproximadamente oito anos realizei atividades com esses povos na Pan-Amazônia, sobretudo

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no Brasil, Peru, Equador e Bolívia. Durante um bom tempo meus interesses giravam em torno

da causa indígena, sua cosmovisão e modelos de desenvolvimento. Inconscientemente me

aproximei de temas relacionados à Saúde Pública.

Meu primeiro contato com a temática hanseníase foi ao ser obrigada a realizar a

baciloscopia, procedimento doloroso, para poder assumir o concurso como professora da

Secretaria de Educação e Cultura (SEDUC) no estado do Maranhão.

O meu segundo contato com a doença foi ao receber o convite para participar do

projeto IntegraHans-Piauí: abordagem integrada de aspectos clínicos, epidemiológicos (espaço-

temporais), operacionais e psicossociais da hanseníase em municípios piauienses de alta

endemicidade. Foi financiado pela Netherlands Hanseniasis Relief (NHR Brasil) e pela

Campagne Internationale de l’Ordre de Malte contre la Lèpre (CIOMAL), Organizações Não-

Governamentais com sedes em Amsterdã (Holanda) e Genebra (Suíça) respectivamente, com

apoio da Universidade Federal do Ceará.

Por intermédio do IntegraHans-PI conheci o Movimento de Reintegração das

Pessoas Acometidas pela Hanseníase (MORHAN), onde me filiei como voluntária e hoje faço

parte da Coordenação Estadual no Piauí. Ainda, fui eleita Conselheira Estadual de Saúde

representando o Morhan-PI. Na pós-graduação da Universidade Federal do Ceará (UFC) tive a

oportunidade de me unir a outros acadêmicos para fundar o capítulo do Ceará da UAEM

(Universities Allied for Essential Medicines), organização nascida na Universidade de Yale, em

2001.

O estigma da hanseníase ainda se faz presente em Floriano-Piauí, que existe no

município uma rua popularmente conhecida como a rua da Hanseníase e nela se encontra uma

escola pública estadual que foi fechada por causa da presença da doença.

Assim, trabalhar nesse contexto de vulnerabilidades despertou em mim o desejo de

investigar o estigma e empoderamento associados à hanseníase de modo a obter uma

compressão dessa problemática com o intuito de propor intervenções baseadas na realidade da

comunidade.

O lugar de onde eu falo é reflexo dos 22 anos vividos de militância no movimento

social e como profissional de educação, mediadora nos processos de ensino-aprendizagem na

educação pública, bem como da minha atuação no Projeto IntegraHans-PI que me trouxe

inquietações e desafios na busca de efetivação de uma saúde pública de qualidade na tentativa

de (re)descobrir novos caminhos para se fazer saúde em áreas negligenciadas, sobretudo para

as pessoas acometidas pela hanseníase.

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Ao ingressar no mestrado, tive a oportunidade de acompanhar no campo o processo

de validação das escalas de estigma e empoderamento e de dar continuidade a minha pesquisa

na aplicação destas escalas buscando identificar o estigma da hanseníase e o empoderamento

das pessoas acometidas.

Será a primeira aplicação da escala de estigma adaptada para pessoas acometidas

pela hanseníase Explanatory Model Interview Catalogue_ Affected People Stigma Scale (EMIC

AP da Escala de Empoderamento (Empowerment Scale) após a validação das mesmas no Brasil

por pós-graduandas em saúde pública da UFC.

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2. INTRODUÇÃO

2.1 Hanseníases: Aspectos Clínicos e Epidemiológicos

A hanseníase é uma doença infecciosa crônica que afeta primariamente nervos

periféricos, pele e mucosas. É causada por um bacilo chamado Mycobacterium leprae de alta

infectividade e baixa patogenicidade, onde apenas 5 a 10% dos infectados adoecem. Os nervos

mais acometidos são o facial, ulnar, radial, mediano, fibular e tibial posterior o que leva a um

comprometimento neurológico como lesões tróficas ou traumáticas, garras e reabsorção óssea,

que geram incapacidades (DUERKSEN, 1997; AZULAY; AZULAY, 1997; OPROMOLLA,

2000; GOULART; PENNA; CUNHA, 2002; BRASIL, 2016b). Existem outros agentes

infeciosos causadores de formas específicas de hanseníase em outros países caso do México

com Mycobacterium lepromatosis (HAN; SIZER; VARGAS-OCAMPO, 2012).

O M. leprae é uma bactéria de reprodução lenta, o que faz com que somente a

exposição prolongada e constante a cargas bacilares elevadas e/ou uma baixa imunidade,

permite a infecção que pode durar de 2 a 7 anos. O bacilo se multiplica preferencialmente nas

áreas frias do corpo com temperaturas inferiores a 37º C onde se localizam a maior parte das

lesões hansênicas nas pessoas acometidas. (FLEURY, 2000; MADEIRA, 2000; CONCHA et.

al. 2008; BRASIL, 2010; BRASIL, 2016a).

O homem é considerado a principal fonte de infecção da doença (BRASIL, 2002;

TALHARI et. al., 2006). Sabe-se que a transmissão ocorre pelas vias áreas superiores com

emissão de aerossóis e gotículas de saliva de uma pessoa infectada que não está em tratamento

para uma pessoa suscetível. Também pode ocorrer em menor escala pela pele lesada, leite

humano, nódulos ulcerados (hansenomas), urina e fezes (BRASIL, 2002; TALHARI et. al.,

2006). A doença está associada a movimentos migratórios, a condições sociais e também outras

fontes de infecção que permitem a manutenção do bacilo no meio ambiente (MIRANDA,

2015).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) traz uma classificação operacional da

hanseníase para fins de tratamento como dois tipos: paucibacilar (PB) (forma indeterminada e

tuberculóide, onde apresenta poucos bacilos) e multibacilar (MB) (formas virchoviana e

dimorfa, que apresenta muitos bacilos, sendo, portanto, a forma mais agressiva e mais

contagiosa da doença) (WHO,1998). A classificação de Ridley e Jopling considera dois tipos

polares da doença, a tuberculóide (TT) e a virchoviana (VV), assim como a dimorfa como forma

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intermediária. A forma dimorfa é subdividida em dimorfa-tuberculóide (DT), dimorfa-dimorfa

(DD) e dimorfa-virchoviana (DV); além destas há a forma indeterminada que não é considerada

dentro dos espectros supracitados (RIDLEY; JOPLING, 1962; RIDLEY; JOPLING, 1966;

TALHARI , 2015).

Em 2017, foram detectados no mundo 210.671 casos novos: 59,9% (126.164)

ocorreram na Índia, 12,7% (26.875) no Brasil e 7,5% (15.910) na Indonésia (WHO, 2017). O

Brasil apresenta alta carga de infecção pela hanseníase e se apresenta como o segundo país em

número de casos novos notificados (WHO, 2018).

Figura 1 - Distribuição espacial dos novos casos de hanseníase, por país, detectados

em 2017

FONTE: ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 2017 (WHO, 2018)

Estudo conduzido por Penna; Oliveira e Penna (2009) identificou 10 clusters de

maior risco de transmissão e concentração de casos da hanseníase no Brasil. Esses 10 clusters

eram responsáveis por 17% da população brasileira e 53,3% de total de casos diagnosticados

em 2007, representando 21% do total dos municípios brasileiros. Em três destes clusters esteve

presente o estado do Piauí (1,6,8). O cluster 1 abriga 72 municípios do estado enquanto nos

cluster 6 há 42 municípios e 8 teve cada um apenas um município registrado conforme Figura

. (ARAÚJO et. al., 2016).

Os clusters representam áreas geográficas de maior risco e maior concentração de

casos, indicando a necessidade de manter como prioridade o investimento na busca de novos

casos nessas áreas (PASCHOAL et. al., 2011).

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Figura 2 - Clusters de detecção de casos novos de hanseníase

Fonte: MS/SVS/CGHDES – SINAN.

Disponível em: http://www.who.int/lep/resources/Cluster_analysis/en/

No município de Floriano/Piauí, a hanseníase ainda representa um grave problema

de saúde pública sendo considerada hiperendêmica segundo os indicadores epidemiológicos do

Ministério da Saúde. Em relação ao número absoluto de casos notificados na população geral,

no período de 2001 a 2016 no município de Floriano foram diagnosticados 1.111 casos novos

de hanseníase diagnosticados com o coeficiente de detecção médio de 122,08 casos por 100 mil

habitantes, sendo este total do município responsável por 4,93% dos 22.518 casos

diagnosticados ao longo da série histórica no estado do Piauí (UFPI, 2016b).

Quando afeta menores de 15 anos significa que há maior dinâmica de transmissão

com atividade da doença. Pesquisas mostram que há uma maior incidência da doença nos

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homens do que nas mulheres, na maioria das regiões do mundo (TALHARI; NEVES, 1997;

OLIVEIRA,1998, SOUZA; VANDERLEI; FRIAS, 2017).

A hanseníase é uma doença de notificação compulsória em todo o país. Para cada

caso diagnosticado de hanseníase deve ser preenchida uma ficha de Notificação, que será

inserida em um banco do Sistema de Informação de Agravos em Notificação (SINAN) para

análises epidemiológicas que servirão de subsídios para propiciar o planejamento e avaliação

das ações de controle da doença (BRASIL, 2016a; BRASIL, 2016b).

Para o devido controle da doença faz-se necessário o diagnóstico precoce,

tratamento oportuno com prevenção de incapacidades, redução da transmissão da doença a

partir da abordagem de contatos de forma sistemática e qualificada (FEENSTRA;

VISSCHEDIJK, 2002; WHO, 2016).

A hanseníase é uma das principais Doenças Tropicais Negligenciadas (DTN)

existentes no Brasil. O termo Doença Tropical Negligenciada foi criado na década de 1970, e é

utilizado pela Organização Mundial de Saúde para designar um grupo de doenças infecciosas e

parasitárias endêmicas que afeta populações de baixa renda localizadas, sobretudo em países

da África, Ásia e Américas. São também chamadas doenças em eliminação, consideradas

endêmicas em população de baixa renda (SOUZA, 2010; FERREIRA, 2014). Pesquisa mostra

que o elemento comum que une as características dessas doenças é o fato de estarem

intrinsecamente associadas à condição de pobreza das pessoas acometidas (RAMOS JÚNIOR

et. al., 2018).

A mudança da terminologia “Doenças Tropicais Negligenciadas” para Doenças

Negligenciadas representa uma evolução visto que ultrapassa a perspectiva colonialista e o

determinismo geográfico de forma a contemplar os contextos de desenvolvimento político,

econômico e social (MOREL, 2006).

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2.2 Hanseníase, Vulnerabilidades e Determinantes Sociais em Saúde.

Para Ayres (2002), a vulnerabilidade engloba três dimensões: individual, social e

programática. A vulnerabilidade individual compreende os aspectos biológicos, cognitivos,

emocionais e atitudinais além daqueles referentes às relações sociais. Por sua vez, a

vulnerabilidade social é caracterizada por aspectos sociais, econômicos e culturais que

oportunizam e/ou determinam o acesso a bens e serviços, inclusive de saúde. Por último, a

vulnerabilidade programática refere-se ao acesso (físico, comunicacional, insumos) bem como

a aspectos de gestão (Erro! Fonte de referência não encontrada.3).

Figura 3 – Matriz analítica das dimensões de vulnerabilidades

Fonte: Adaptada de FERNANDES, 2016; ARAÚJO, 2017.

Fernandes (2016), em pesquisa realizada Vitória da Conquista e Tremedal-Bahia

ao estudar a participação social das pessoas acometidas pela hanseníase destacou a presença

das vulnerabilidades individuais e sociais nesses indivíduos e concluiu que a restrição à

participação tanto pode ser um elemento facilitador de vulnerabilidade, como também pode ser

uma resposta da própria vulnerabilidade numa relação de retroalimentação das condições.

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Segundo Almeida-Filho (2009, p. 366)) o referencial das desigualdades sociais em

saúde pode incorporar a ideia de vulnerabilidade social como um doa seus focos, agregando

categorias correlatadas, definidas de acordo com o plano de realidade considerado, como a

fragilidade, vulnerabilidade, susceptibilidade e debilidade.

A predisposição genética, bem como a vulnerabilidade individual, programática e

social, os valores, hábitos e costumes podem ser fatores determinantes do processo saúde-

doença, relativo à hanseníase (BASEGGIO, 2016).

A vulnerabilidade é um conceito importante na saúde coletiva. O conhecimento da

vulnerabilidade das pessoas às doenças transmissíveis ajuda diretamente na identificação das

necessidades em saúde pois ao ampliar o olhar para além do risco será possível melhor

efetivação das práxis no controle da hanseníase que muitas vezes é marcada por estigma,

exclusão social e sentimentos de medo (NICHIATA et. al., 2011; ARAÚJO, 2017).

Além de afetar os aspectos biológicos a hanseníase envolve também questões

sociais, econômicas, culturais e psicológicas do indivíduo. As pessoas acometidas pela doença

apresentam vulnerabilidades por se tratar de uma doença com alto poder incapacitante, que

provoca mudanças no corpo e por conseguinte pode causar diminuição da autoestima,

dificuldades na convivência social interferindo na qualidade de vida (GARBIN et. al., 2015;

PALMEIRA, 2011; LEITE; CALDEIRA, 2014).

Duarte, Ayres, Simonetti (2007) em pesquisa realizada em Botucatu, São Paulo

verificou associação do baixo perfil socioeconômico e presença de incapacidades físicas,

configurando vulnerabilidade, podendo trazer impactos negativos na qualidade de vida da

pessoa acometida pela hanseníase.

Estudo realizado em municípios dos estados da Bahia, Piauí e Rondônia sobre a

sobreposição de casos de hanseníase em redes de convívio domiciliar (RCD) evidenciou

situações de vulnerabilidades (social e programática) em RCD com 3 ou mais casos da doença.

Sugerindo a inclusão da sobreposição de casos de hanseníase no mesmo espaço como indicador

sentinela de gravidade epidemiológica e operacional para a vigilância em saúde (BOIGNY,

2018).

Também, Souza, (2016) ao caracterizar os padrões epidemiológicos e operacionais

da hanseníase, bem como fatores associados à sua distribuição espaço-temporal no Estado da

Bahia chama atenção para a ampliação da dimensão de vulnerabilidade programática, quando

se considera a população masculina, em especial para os aspectos relativos à cura e à recidiva.

Existe uma fragilidade dos serviços de saúde para desenvolver ações de controle,

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34

principalmente vigilância dos contatos intradomiciliares, diagnóstico e tratamento oportunos,

além de seguimento pós-alta das pessoas acometidas pela doença.

Estudo realizado por Araújo (2017) em Floriano, Piauí, evidenciou a presença de

vulnerabilidade programática. Apesar da cidade possuir cobertura de 100% da Estratégia Saúde

da Família, não refletiu em uma atenção e cuidado qualificados aos contatos intradomiciliares

de pessoas com hanseníase. Constatou-se que as atividades educativas voltadas para a

hanseníase bem como visitas domiciliares da estratégia saúde da família (ESF) insuficientes,

além da não realização dos exames dermatoneurológicos de forma adequada e também a

ausência de orientação sobre a importância de avaliação dos contatos e retorno à Unidade

Básica de Saúde (UBS) para avaliações pós-tratamento, o que resulta no diagnostico tardio dos

casos identificados.

Exemplo dessa vulnerabilidade programática no Piauí é o estudo de Alencar (2011)

que evidenciou um grande fluxo de pessoas que saem dos seus municípios de residência para

serem diagnosticadas em outros municípios, alguns deles interestaduais devido à sua

localização fronteiriça com o estado do Maranhão. Esses dados refletem lacunas do processo

de descentralização do atendimento integral à pessoa acometida pela hanseníase e chamam a

atenção para dificuldades com o acompanhamento durante e após a PQT.

Fernandes (2016) ao investigar sobre a participação social e contextos de

vulnerabilidade em pessoas acometidas pela hanseníase encontrou um percentual elevado de

pessoas com incapacidade físicas, porém, com baixa restrição à participação social (24,9% em

Vitória da Conquista e 33,3% em Tremedal) sendo que as pessoas que possuíam grau 2 de

incapacidade Física (GIF2) assim como as pessoas que possuíam alguma inatividade para o

trabalho, possuíram maior restrição à participação social.

Dessa forma, no intuito de intervir em situações de vulnerabilidade é necessário o

desenvolvimento de ações que envolvam “resposta social” que, segundo Ayres et. al. (1999)

significa a participação ativa da população na procura de estratégias exequíveis e resolutivas

quanto a problemas e necessidades de saúde.

Nas três últimas décadas do século XX, ocorreu significativo incremento na

produção científica sobre determinantes socais da saúde em países da América latina e do caribe

(Almeida-Filho et. al., 2003)

Para Almeida-Filho (2009, p.366) os componentes da cadeia determinante das

desigualdades em saúde são: disponibilidade de recursos (renda, poder, etc); diversidade de

modo de vida; desigualdades em situação de saúde; acesso diferenciado e atuação segregada do

sistema de cuidado à saúde conforme figura abaixo:

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Figura 4 – Modelo de articulação dos componentes das desigualdades em saúde

Fonte: Almeida-Filho, 2009

Para além do modelo Determinante social de saúde (DSS) Rocha e David (2015)

propõem uma discussão sobre a diferença de conceituação entre a determinação social da saúde

e os Determinantes sociais da saúde. Para eles, a determinação social da saúde é um referencial

teórico que aborda aspectos relacionados à coletividade e seu potencial caráter histórico-social

no processo saúde-doença, não levando em conta discussões de aspectos epidemiológicos

individuais, mas que procura colocar em destaque a relação entre o biológico e o social,

divergindo da abordagem dos DSS (ROCHA; DAVID, 2015).

O conceito de Determinação Social da Saúde teve notória importância na formação

da epidemiologia social latino-americana e na história do movimento sanitário brasileiro

(NOGUEIRA, 2010).

Segundo Rocha e David (2015) os atuais estudos sobre os DSS se limitam a

identificar correlações entre variáveis sociais e eventos de morbimortalidade na população,

diferentemente do que se pretendia nos anos de 1970 e 1980, em que se buscava uma

perspectiva explicativa mais ampla.

Aprofundando a análise, assume-se que interesses relacionados à hegemonia de

campos de conhecimento também podem estar presentes, embora de modo não imediatamente

claro, “Assim, o que está disfarçado por trás do rótulo de DSS e de combate às iniquidades em

saúde é o triunfo esmagador da visão de mundo da epidemiologia tradicional” (NOGUEIRA,

2010).

As autoras ainda afirmam que no modelo da OMS, os determinantes sociais são

considerados fatores externamente conectados, expandindo a visão para as chamadas causas

das causas. Fato preocupante, uma vez que repete o modus operandi do causalismo, o de atuar

sobre os fatores. Mesmo que este modelo reconheça os determinantes estruturais e

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intermediários, é feito de tal forma que é impossível estabelecer o nexo histórico entre as

dimensões da vida (BREILH, 2010)

A hanseníase é uma doença que está ligada diretamente aos DSS. É sabido que os

determinantes estruturais que envolvem, dentre muitas coisas, uma distribuição mais igualitária

de renda e o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para a minimização da

discriminação e das injustiças sociais têm influência direta na saúde das pessoas (Figura 5)

(CAMPOS, 2006; BUSS; PELLEGRINI FILHO, 2007; BRASIL, 2008; WHO, 2011).

A Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS), criada em

2006, define os DSS como “[...] os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos raciais,

psicológicos e comportamentais, que influenciam a ocorrência de problemas de saúde seus

fatores de risco”.

Os DSS da Saúde operam na dimensão populacional, envolvendo os níveis

individual e coletivo, destacando as amplitudes territoriais (município, estado, país). Em

segundo lugar na dimensão social, micro (família, grupo de pares, etc.) e macrossocial (estratos,

classe social, etc.). Em terceiro lugar na dimensão simbólica-cultural reconhecendo recortes

étnico-raciais (subculturas, grupos étnicos) (ALMEIDA-FILHO, 2009)

O termo determinante social de saúde é utilizado para definir as condições em que

os indivíduos nascem, vivem, crescem, trabalham e envelhecem (FLEURY-TEIXEIRA, 2009;

BASEGGIO, 2016; WHO, 2011).

Figura 5 - Modelo de determinação social da saúde proposto por Dahlgren e Whitehead (2007).

Fonte: CNDSS, 2008.

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Apesar de ser uma doença milenar, associada à pobreza, condições de saúde

precária, condições sanitárias e habitação desfavoráveis que provoca o aglomerado de pessoas

ocasionando maior disseminação do bacilo pelas vias aéreas (SAVASSI, 2010) muitas questões

epidemiológicas ainda não foram esclarecidas.

O modelo proposto por Diderichsen e Hallqvist em 1998, foi adaptado por

DIDERICHSEN, EVANS e WHITEHEAD (2001). Esse modelo demonstra que a estratificação

social gerada pelo contexto social determina posições sociais dos indivíduos. Dessa forma se

torna responsável pelo diferencial de saúde. A figura 5 representa o processo pelo qual os

indivíduos detêm a sua posição social (I) influenciado pelos mecanismos sociais existentes,

como por exemplo, o sistema educacional e o mercado de trabalho.

De acordo com a posição social que cada indivíduo ocupa ele pode se apresentar

mais ou menos exposto a riscos danosos à saúde (II); mais ou menos vulneráveis à ocorrência

de doença ao serem expostos aos riscos (III); além das “consequências sociais ou físicas” ao se

contrair determinada doença (IV). Por “consequências sociais” entende-se o impacto que a

doença pode ter sobre a situação socioeconômica do indivíduo e sua família (Figura 6).

Figura 6 - Determinantes sociais: modelo de Diderichsen e Hallqvist (1998).

Fonte: BUSS e PELLEGRINI FILHO, 2007.

Segundo Pinheiro (2006) a resistência específica individual, às doenças debilitantes

e imunodepressoras, desnutrição, gravidez, puerpério e puberdade são fatores coadjuvantes

predisponentes para a infecção da hanseníase além daquelas relacionadas ao ambiente, tais

como condições socioeconômicas, saneamento básico e aglomerado de pessoas no domicilio.

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A probabilidade da ocorrência da hanseníase é duas vezes maior em pessoas

vivendo em condições socioeconômicas desfavoráveis, com baixa escolaridade e

aproximadamente cinco vezes maior de adoecimento entre as pessoas que vivem em situação

de pobreza extrema (HOUWELING et. al., 2016; DUARTE; AYRES; SIMONETTI, 2007).

Ducatti (2009) reforça que a distribuição da hanseníase pelo mundo só pode ser

entendida se analisada na perspectiva de seus determinantes sociais, tais como condições

sanitárias, de habitação e de educação sanitária.

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2.3 Hanseníase, Incapacidades físicas e Participação Social.

Incapacidade é um termo amplamente utilizado e engloba deficiências, limitação

da atividade ou restrição na participação segundo a Classificação Internacional de

Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) de 2008. A CIF é uma classificação internacional

da saúde desenvolvida pela OMS para aplicação em vários aspectos relacionados à saúde

(diagnóstico, funcionalidade e incapacidade, motivos de contato com os serviços de saúde) que

permite descrever situações relacionadas com a funcionalidade do ser humano e as suas

restrições de forma que essa informação esteja organizada e facilmente acessível (OMS, 2004;

CIF, 2008).

O Modelo de incapacidade adotado pela CIF é a integração do modelo médico e

social de incapacidade. O primeiro julga a incapacidade como um problema da pessoa,

acarretado pela doença, trauma ou outro estado de saúde e que necessita de assistência médica

individualmente. Já o último entende a incapacidade como uma questão política, ou seja, um

conjunto complexo de condições criadas pelo ambiente social e não como um atributo

individual. Dessa forma, para solucionar o problema, faz-se necessário uma ação social que lute

para que sejam implementadas modificações ambientais que permitam a participação plena

dessas pessoas em todas as áreas da vida social (CIF, 2008).

A hanseníase é responsável por um maior número de causas de incapacidade não-

traumática quando o diagnóstico é feito tardiamente, ou seja, quando a pessoa acometida

apresenta comprometimentos importantes nos nervos periféricos e/ou deformidades. Isso se

deve principalmente pela falta de atenção primária em saúde e também pelo desconhecimento

da doença (SOUZA, 2010). O desenvolvimento de doenças crônicas e incapacidades na vida

adulta tem associação direta com a necessidade de ajuda advinda da redução da capacidade de

realizar as atividades diárias o que pode acarretar em dor física e emocional (GIGNAC; COTT,

1998; CIF, 2008; PEREIRA, 2013), em pesquisa realizada no município de Floriano no Piauí

ao entrevistar pessoas acometidas pela hanseníase com episódios reacionais hansênicos

mostrou que as incapacidades físicas, sequelas e deformidades vivenciadas por esses sujeitos

foram marcadas por limitações diárias, o que significou para eles em incapacidade e inaptidão

para executar as atividades diárias de trabalho, interferindo na produção socioeconômica.

A portaria Nº 149, de 3 de fevereiro de 2016 que aprova as Diretrizes para

Vigilância, Atenção e Eliminação da Hanseníase como Problema de Saúde Pública faz

referência ao tratamento e prevenção de incapacidades físicas durante e após o tratamento com

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a PQT visando evitar/minimizar a ocorrência de danos físicos, emocionais e socioeconômicos.

O tratamento bem como a prevenção de incapacidades físicas ocorrerá mediante a utilização de

tecnologia leve (educação em saúde, exercícios preventivos, adaptações de calçados, férulas,

adaptações de instrumentos de trabalho e cuidados com os olhos). Os casos mais complexos

serão encaminhados aos serviços de referência e reabilitação (BRASIL, 2016a).

Estudo realizado por Barbosa (2009) no estado do Ceará verificou que as pessoas

acometidas pela hanseníase nos municípios de Sobral e Fortaleza possuíam grau de

incapacidade física elevada, mas apesar disso, nem sempre apresentavam restrição à

participação social.

Em contraste, Moura (2010) em pesquisa realizada em Belo Horizonte, Minas

Gerais, verificou que as incapacidades físicas nas pessoas acometidas pela doença provocam

significativas limitações de atividade e interfere diretamente na participação social e que o grau

de incapacidade nem sempre apresenta correlação com o estigma e o estado psíquico da pessoa

com a doença.

Corroborando ao estudo de Barbosa (2009), Castilhano (2017) ao pesquisar os

sentidos e motivações da restrição à participação social em pessoas afetadas pela hanseníase no

município de Vitória da Conquista, Bahia verificou que a maioria dos entrevistados não

apresentou restrição à participação social significativa. Esse estudo também mostrou que as

pessoas acometidas pela hanseníase aprenderam a viver com o estigma, seja procurando ajuda

profissional ou evitando situações estigmatizantes.

A restrição à participação pode ser resultado de uma série de processos históricos e

sociais assim como também de estigmatização vivenciados pelas pessoas acometidas pela

doença. Dessa forma, processos de exclusão, discriminação e até mesmo o enfraquecimento

dos grupos sociais podem ter relação direta com a restrição à participação social sendo resultado

estigma historicamente vivenciado por esses indivíduos (SANCHEZ; BERTOLOZZI, 2007).

O isolamento das pessoas acometidas pela hanseníase não se revelou capaz de

controlar a endemia e contribuiu muito para aumentar o medo e o estigma associados à doença,

uma vez que ainda existe informações equivocadas sobre a sua transmissibilidade o que

aumenta a rejeição pela sociedade e até mesmo por profissionais da saúde (QUEIROZ;

PUNTEL, 1997).

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2.4 Processo sócio-histórico da hanseníase

No Brasil, Emílio Ribas, Oswaldo Cruz e Alfredo da Matta trouxeram o

reconhecimento do problema da hanseníase com a legitimação das medidas para a

implementação do isolamento compulsório das pessoas acometidas em leprosários. Nesses

locais os internos eram submetidos às mais diversas experimentações científicas, inclusive o

tratamento com o óleo de chaulmoogra e Sapucainha (SERVIÇO NACIONAL DE LEPRA,

1960; QUEIROZ; PUNTEL, 1997; BITTENCOURT, 2010; ALVARENGA, 2013).

No Piauí os primeiros esforços para o controle da hanseníase foi através de do

intendente de Teresina junto ao movimento de amparo aos “leprosos” em 1922. A

obrigatoriedade do isolamento compulsório nas colônias ou mesmo em casa se deu por meio

do Decreto 16300 de 31/12/1923 que orientava a notificação compulsória; exame periódico dos

contatos (MACIEL, 2007).

Foucault (1987) nos faz refletir sobre a internação compulsória como a “prisão”,

que seria o local de execução da pena, onde a pessoa acometida pela hanseníase seria observada

e até mesmo punida. Nesse local aconteceria a vigilância dessas pessoas e seus contatos como

também o conhecimento de cada interno na Colônia. Esses locais “prisões” segundo o autor

devem ser concebidas como um “local de formação para um saber clínico sobre os condenados”

(FOUCAULT, 1987).

As doenças sempre foram usadas como metáforas para reforçar acusações de que

uma sociedade era injusta ou corrupta. As metáforas tradicionais com doenças constituem

principalmente uma maneira, de apelar para a veemência (SONTAG, 1984).

Na visão pré-moderna da doença, o papel do caráter foi confinado ao

comportamento da pessoa após o ataque. Como qualquer situação extrema terríveis, doenças

põe em cena tanto o lado pior quanto o lado melhor das pessoas. Entretanto, o que se sabe mais

comumente das epidemias é que a doença tem, principalmente um efeito devastador sobre o

caráter. Quanto mais brando é o preconceito de que a doença é um castigo pela maldade, mais

provável é a ideia que acentua a corrupção moral manifesta diante a propagação da doença.

Mesmo que a doença não seja considerada um julgamento na comunidade, ela se torna um

julgamento retroativamente, na medida em que põe em movimento um inexorável colapso da

moral e dos bons costumes (SONTAG, 1984).

Em 1924, o Apostolado da Caridade construiu um leprosário de palha às margens do

Rio Parnaíba em Teresina em condições precárias que funcionou até 1932 quando foi demolido para

construção do campo de aviação (ALVARENGA, 2013).

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Em 1928 foram iniciadas as obras do leprosário da Fundação São Lázaro em

Parnaíba, inaugurado em 1931, que através do decreto nº 154, de 03 de janeiro de 1939 o

Leprosário tornou-se oficialmente o Asilo dos Leprosos do Estado. Em 1941 pelo Decreto nº

398 de 15 de julho de 1941 o leprosário passou a denominar-se Colônia do Carpina, período

em que ocorreu a institucionalização do isolamento compulsório das pessoas acometidas pela

hanseníase no Piauí (ALVARENGA, 2013).

Dessa forma, o isolamento foi a característica fundamental do leprosário onde o

mais importante era afastar a pessoa acometida pela hanseníase do convívio social do que o

tratamento da doença (ALVARENGA, 2013).

Cabe salientar, que a maior parte das pessoas acometidas pela hanseníase foram

internados nos hospitais colônias ainda na juventude sendo separados de suas famílias de forma

violenta, e internados compulsoriamente (BRASIL, 2018a).

Assim, a assistência às pessoas acometidas pela hanseníase até início do século XX

estava a cargo da caridade pública, em sua maioria da Igreja, inexistindo uma única instituição

que fosse de responsabilidade do Estado (ALVARENGA, 2013; MACIEL, 2007) sendo que a

única medida praticada era o asilamento nesses leprosários que eram mantidos por instituições

particulares (SERVIÇO NACIONAL DE LEPRA, 1960).

As medidas profiláticas para combater a lepra foram estruturadas a partir do

“modelo tripé”, ou seja, da união de três instituições: os dispensários, para diagnosticar os

comunicantes; os leprosários, para isolar as pessoas acometidas pela hanseníase; e os

preventórios, para orfanar seus filhos indenes que foi consolidado pelo Plano Nacional de

Combate à Lepra (ALVES; FERREIRA; FERREIRA, 2014; CARVALHO, 2015).

Os médicos da época defendiam que a família das pessoas acometidas pela

hanseníase, eram uma fonte suspeita de contágio. Assim, o Educandário Padre Damião passou

a funcionar em 1943 recebendo as crianças que foram separadas dos pais acometidos pela

hanseníase (ALVARENGA, 2013).

Esse sistema foi se enfraquecendo com o advento da sulfona, que inicialmente

demonstrou eficiência no combate à doença no início da década de 1940, onde a comunidade

científica mudou a política de controle da hanseníase sendo abolido o isolamento compulsório

como forma de tratamento. Porém, a proibição do internamento compulsório das pessoas

acometidas pela hanseníase por lei no Brasil só veio acontecer no ano de 1954. Apesar do fim

da política de internação compulsória o Morhan continuou identificando pessoas internadas em

hospitais-colônia até 1986 nos estados do Piauí, Maranhão e Ceará. (FERREIRA et. al., 1983;

NOGUEIRA et. al., 1995; SANTOS, 2003; CASTRO; WATANABE, 2009; BRASIL, 2018a).

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De acordo com o relatório do grupo de trabalho “Atenção à pessoa atingida pela

Hanseníase” (MORHAN/MS) datado de 01 de junho de 2007 constaram no país 26 hospitais

colônias ativos, dentre eles o Hospital Colônia do Carpina em Parnaíba, Piauí (dados não

publicados).

O Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) e

a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil-São Paulo (OAB/SP)

vêm discutindo desde 2010 estratégias jurídicas junto às pessoas que foram separadas de seus

pais pela política de isolamento compulsório da hanseníase. Para isso, estão realizando um

cadastro nacional dessas pessoas que foram separadas de seus pais com documentos, entrevistas

e até mesmo exames genéticos para identificar possíveis familiares. Eles exigem além de um

pedido oficial de desculpas, uma política de reparação de danos, uma vez que o isolamento pela

internação compulsória nos antigos leprosários é um dos crimes de estado que o Brasil

reconhece. Esse projeto de Lei PL 2104/2011 pretende expandir o direito à indenização

proposta pela lei 11.520/07 para os filhos que também foram separados. (MORHAN, 2010).

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2.5 Estigma da Hanseníase

Os gregos criaram o termo estigma para designar sinais corporais utilizados para

evidenciar se a pessoa era um escravo, criminoso ou traidor e, portanto, deveria ser evitado.

Esses sinais eram marcas de fogo ou cortes no corpo. Na era cristã as marcas seriam sinais da

graça divina. Atualmente o termo estigma está mais associado a desgraça do que a evidência

corporal (GOFFMAN, 1988).

Goffman (1988) elabora e diferencia três tipos de estigma: as abominações do corpo

(deformidades físicas), as culpas de caráter individual (paixões tirânicas ou não naturais,

crenças falsas, desonestidade podendo ser deduzidas como distúrbio mental, vícios e tentativas

de suicídio e comportamento político radical) e por último os estigmas tribais de raça, nação e

religião que podem ser transmitidos geneticamente e contaminar todos os membros de uma

família.

Para Foucault o corpo já foi objeto e alvo de poder. Ele cria a expressão “corpo

docilizado” para se referir ao corpo que pode ser manipulado, modelado e responsivo, capaz de

se adequar a sua nova condição. Dessa forma, “(...) É dócil um corpo que pode ser submetido,

que pode ser utilizado, que pode ser transformado e aperfeiçoado”. (FOULCALT, 1987).

Elias e Scotson, (2000) conceituam estigma como um “atributo derrogatório

imputado à imagem social de um indivíduo ou grupo e visto como instrumento de controle

social” (ELIAS; SCOTSON, 2000).

Para Goffman, (1988) a estigmatização é um processo socialmente construído onde

ocorre a desvalorização do indivíduo, que passa a ser portador de uma identidade deteriorada

(GOFFMAN, 1988).

Os autores Elias e Scotson (2000) chamam a atenção a estigmatização grupal onde

um grupo rotula negativamente outro, tem como elemento fundamental a instabilidade do

equilíbrio do poder entre agrupamentos sociais distintos. Dessa forma, o estigma envolve não

apenas um conjunto de indivíduos: os estigmatizados e os “normais”. Esses dois grupos são

perspectivas que são geradas em situações sociais durante os contatos mistos, em virtude de

normas não cumpridas que provavelmente atuam sobre o encontro. (ELIAS; SCOTSON, 2000).

Dessa forma, o estigma não é ruim em si, mas serve para diferenciar negativamente

um ou vários sujeitos de determinado grupo comparado. Funcionando como um reforço da

normalidade deste (ELIAS; SCOTSON, 2000).

O estigma da doença e o preconceito sofrido pelas pessoas acometidas pela

hanseníase foi historicamente construído a partir da associação da palavra lepra às deformidades

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causadas pela hanseníase (MACIEL; FERREIRA, 2014), os termos lepra e leproso trouxeram

uma carga de preconceito e abominação por séculos (QUEIROZ; PUNTEL, 1997; OLIVEIRA

et. al., 2003).

Assim, o termo “leproestigma” criado por Rotberg em 1970 (estigma da lepra)

continua presente até nos dias atuais e a palavra lepra continua sendo associada à imagem do

antigo testamento fazendo menção a uma doença que é (...) “infame, suja e imoral”. A mudança

de terminologia “lepra” para hanseníase não foi suficiente para acabar com o estigma da doença,

evidenciado pelo fato de muitas pessoas continuariam a chamar “hanseníase de antiga lepra”

(ROTBERG, 1970; OLIVEIRA et. al., 2003).

Para Sontag (1984) nada pode ser mais punitivo do que atribuir um significado a

uma doença quando esse significado é invariavelmente moralista.

O estigma é uma construção social que representa uma marca que atribui um status

de desvalorização em relação aos demais membros da sociedade e se configura em situações de

rejeição e discriminação de pessoas fora dos padrões aceitos como normais (GOFFMAN, 1988;

OPROMOLA; BACCARELLI, 2003; RONZANI; NOTO; SILVEIRA, 2014). No caso da

hanseníase, ele é algo construído a partir dos mitos e concepções histórico-sociais, gerados pelo

medo da doença e suas incapacidades.

O estigma possui vários componentes: auto estigma que se configura em baixa

autoestima da pessoa acometida pela doença; o estigma público, ou seja, preconceito da

comunidade que pode interferir diretamente na restrição à participação social bem como na

discriminação da pessoa infectada (VAN BRAKEL et. al., 2012; RONZANI; NOTO;

SILVEIRA, 2014).

Entretanto o estigma social afeta a qualidade de vida das pessoas acometidas pela

hanseníase como também de suas famílias nos aspectos sociais, econômicos e psicológicos

(SCOTT, 2000; VAN BRAKEL, 2003; TSUTSUMI et. al., 2004). Exemplo disso foi relatado

no estudo desenvolvido por Pereira (2013) constatando que o estigma social da hanseníase é

reforçado nos discursos que relatam mudança de vida devido à reação hansênica e das

incapacidades físicas “reduzindo o corpo vivido ao corpo mecânico, fortalecendo a prescrição

do corpo social”.

O auto estigma pode se caracterizar como um processo que se inicia a partir da

consciência do estigma público após ser internalizado pela própria pessoa criando um

estereótipo podendo ser aplicado a si mesmo pela autocomunicação (CORIGAN; WATSON;

BARR, 2006). Um exemplo a ser citado são as alterações corporais decorrentes da hanseníase

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que afetam o psíquico da pessoa acometida e pode levar o indivíduo a um processo de

autoestigmatização e enclausuramento social (LEITE; CALDEIRA, 2015).

É sabido que o estigma da hanseníase é motivo de constrangimento uma vez que

fere a reputação moral e pode afetar a vida social das pessoas acometidas pela doença. Ao ser

internalizado pela comunidade permanece influenciando aquela realidade mesmo quando a

condição geradora foi extinta. Este estigma funciona como uma praga da modernidade podendo

causar a “lepra social”, geradora de grande injustiça social que rouba o potencial humano das

pessoas acometidas pela doença (NATIONS; LIRA; CATRIB, 2009).

Segundo Goffman (1988) quando o estigma é evidente, a pessoa estigmatizada

precisa lidar o tempo todo com tensões dos contatos sociais, uma vez que o mesmo é visto como

um ser estragado ou diminuído. E, por se sentir inseguro em relação à maneira como os

“normais” o receberão, o indivíduo estigmatizado sente-se exposto e procura manter sigilo da

doença. (GOFFMAN, 1988)

Dessa forma, o estigma se configura em uma série de impactos sociais entre eles a

exclusão social da pessoa acometida pela hanseníase, o distanciamento dos serviços de saúde,

o agravamento da saúde individual e piora do status econômico interferindo nas ações e

programas de controle da doença (KAZEEM; ADEGUN, 2011; GULLIFORD et. al., 2002),

tal como a detecção precoce e tratamento oportuno, uma vez que essas pessoas evitam buscar

o serviço de saúde agravando sua situação (WHO, 2016; RONZANI; NOTO; SILVEIRA,

2014).

Para além disso, uma das consequências do preconceito para com as pessoas

acometidas pela hanseníase é a desagregação familiar, o divórcio e o desemprego uma vez que

essas pessoas estão mais sujeitas a passar por essas situações (SINGH, 2012).

Para Van Brakel (2003) o estigma pode interferir no convívio social, trabalho,

atividades religiosas, relações interpessoais além de provocar aumento do estresse emocional e

pode ser uma condição reforçada pelas representações sociais da doença que nos remetem à

ideia de mutilação e morte provocando sofrimento e repercutindo em sentimentos negativos

para a pessoa acometida pela doença.

Além disso, a imagem deturpada que se estabeleceu sobre a pessoa com hanseníase

associada ao estigma e ao preconceito se sedimentou no imaginário popular trazendo sofrimento

psíquico que interferem na vida afetiva, sexual e profissional da pessoa acometida pela doença

(BAIALARDI, 2007; DAMASCO, 2005).

Pode-se dizer que o estigma tem relação direta com a desigualdade social

comprometendo o exercício de relações humanas justas igualitárias e saudáveis uma vez que

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nos contextos sociais justos a disseminação do estigma é menor (MONTEIRO; VILELA,

2013).

Outro ponto importante a ser mencionando é a tentativa de ocultação da doença ao

encobrir a pele uma vez que a pessoa se sente inferior às demais em função das manchas e

deformidades físicas, ou seja, ela oculta o seu corpo para esconder a doença e ser aceito no seu

meio social (EIDT, 2004; SÁ; PAZ, 2007; SILVEIRA, 2014). Com isso, o estigma é fator

preponderante e interfere nos aspectos psicossociais perpassando os aspectos físicos, haja vista

que interfere na integridade visível do corpo (BITTENCOURT et. al., 2010).

Assim, autoisolamento da pessoa acometida pela hanseníase é decorrente do medo

de não ser aceita pelo grupo e também de transmissão da doença para seus parentes e pessoas

próximas. A tentativa de ocultação da doença aguça a curiosidade das pessoas, pois quanto

maior é a tentativa de esconder sua condição, mais evidente ela se torna. Isso traz sensação de

frustração e impotência (SÁ; PAZ, 2007; SILVEIRA, 2014).

Ressalta-se ainda que alguns profissionais também podem ter preconceito da pessoa

com hanseníase e estigma em relação à doença, não apenas por falta de formação adequada,

mas também pelos elementos hegemônicos do trabalho que são transmitidos e reforçados pela

cultura e que estão arraigadas no núcleo duro do profissional de saúde (OLIVEIRA et. al., 2003;

OLIVEIRA, 2010).

Os serviços de saúde brasileiros, públicos e privados, reproduzem comportamentos

discriminatórios para com os usuários (BASTOS; GARCIA, 2015). O estigma e a

discriminação estimulam a fragmentação e o empobrecimento dos processos de trabalho que

muitas vezes estão alicerçados nos estereótipos e generalização nas práticas de cuidado de saúde

sem levar em conta as características biopsicossociais de cada indivíduo (MONTEIRO;

VILELLA, 2013).

Pesquisa realizada em Porto Alegre, Rio Grande do Sul (RS) e Florianópolis, Santa

Catarina (SC) por Baumgartem em 2015 observou que o principal motivo para a discriminação

foi ser de baixa posição socioeconômica seguido de uma maior prevalência de discriminação

entre fumantes, autoreferidos como pretos/negros (BAUMGARTEN, 2015).

Pesquisa realizada sobre a existência de preconceito em relação à hanseníase e a

desinformação sobre aspectos importantes da doença foi realizada por Mesquita Filho e Gomes

(2014) com Agentes Comunitários de Saúde (ACS) demonstrou que aqueles que não possuíam

filhos e os que estavam a muito tempo no serviço demostraram possuir menos preconceito

quando comparado aos demais.

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Alencar (2011), ao pesquisar as representações sociais dos ACS relatou que as crenças

e tabus são determinantes no processo de trabalho e orientam suas práticas educativas.

A história da “lepra” e a figura do “leproso” nas histórias bíblicas ainda permanecem

nas representações sociais dos profissionais da saúde em sua prática discursiva e contribuem

para a consolidação do estigma.

Zoica Bakirtzief (1996) ao pesquisar fatores associados à não-aderência ao tratamento

poliquimioterápico da hanseníase, verificou que necessitava maior integração entre a pessoa

acometida e os profissionais da saúde de forma que esse seja orientado a partir das expectativas

sobre o tratamento, para que sejam reconstruídas expectativas mais realistas ante a ação dos

medicamentos, especialmente no que diz respeito à relação sintoma-saúde e medicamento-

sintoma.

O Ministério da Saúde considera a alta por cura quando a pessoa completa o esquema

de tratamento PQT Paucibacilar (PB) de seis doses mensais supervisionadas de rifampicina,

podendo se estender até nove meses, mais a sufona auto-administrada. No esquema Multibacilar

(MB) quando administrada doze doses mensais supervisionadas de rifampicina, que pode se

estender até dezoito meses, mais a sulfona auto-administrada e a clofazimina auto-administrada

e supervisionada (BRASIL, 2002; BRASIL, 2017a).

Dessa forma, a pessoa acometida pela hanseníase que completou o tratamento PQT,

mesmo que permaneça com alguma deformidade e/ou incapacidade física não deverá ser

considerada como um caso de hanseníase. Ele deverá ser assistido pelos profissionais da

unidade básica de saúde, para o acompanhamento da avaliação neurológica simplificada,

avaliação do grau de incapacidade física e orientação para os cuidados pós-alta, especialmente

nos casos de episódios reacionais por, pelo menos 5 anos. (BRASIL, 2017b).

A dinâmica do estigma perpassa as relações dos profissionais de saúde fazendo-

se necessário o desenvolvimento de estratégias e planejamento de ações que facilitem o acesso

ao diagnóstico e tratamento da hanseníase de forma sigilosa e respeitosa para com a pessoa

acometida de modo que exista um vínculo de confiança entre usuários e profissionais de saúde,

bem como respeito pela dignidade humana (ZAMBENEDETTI; BOTH, 2013; BLANCO

CÓRDOVA; CANGAS GARCIA, 2012).

A centralização de ações de controle e prevenção voltada para a hanseníase mantém

o estigma assim como também o distanciamento por parte dos profissionais saúde em relação

a atenção às pessoas com hanseníase (LANA et. al., 2014).

Estudos demonstram a percepção de menos-valia e também de preconceito tanto do

profissional quanto da sociedade para com as pessoas acometidas pela hanseníase. Portanto,

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vencer o preconceito social inclusive dos usuários dos serviços de saúde se torna um grande

desafio associado à hanseníase (CID et. al., 2012; BITENCOURT et. al., 2010; MARTINS;

CAPONI, 2010).

Dessa forma, não é exagero afirmar que existe uma necessidade da educação

permanente nos serviços de saúde sobre hanseníase não apenas para médicos e enfermeiras,

mas também, para a inclusão dos demais profissionais que fazem parte da ESF. Pode-se afirmar

que o caminho a ser traçado para o controle da hanseníase, é o da educação em saúde

(MORENO, 2008; NOBRE, 2016).

Considerando a necessidade de se visualizar a situação do estigma da hanseníase

no Brasil, uma vez que os estudos sobre estigma realizados no país são em sua maioria

qualitativos, por não terem um instrumento validado no país pesquisadores no Brasil vem se

apropriando de escalas de estigma como por exemplo a Explanatory Model Interview (EMIC).

O Instituto Oswaldo Cruz/RJ (MORGADO et. al., 2017) e a Universidade Federal do Ceará

também têm realizado pesquisas sobre adaptação transcultural da Explanatory Model Interview

Catalogue_Affected People Stigma Scale (EMIC-AP) e Explanatory Model Interview

Catalogue_Community Stigma Scale (EMIC-CSS) na perspectiva de pessoas acometidas pela

hanseníase e comunidade com 203 entrevistados nos estados da Bahia, Ceará, Piauí e Rondônia

(OLIVEIRA, 2018).

A adaptação transcultural dessa escala é importante pois com os resultados obtidos

através da aplicação dessa escala podem surgir subsídios para desenhar estratégias para a

redução e prevenção bem como investigações sistemáticas de estigma relacionado à hanseníase

no Brasil (OLIVEIRA, 2018).

Segundo Weiss (1997), o Catálogo de Entrevista de Modelo Explicativo (EMIC), foi

desenvolvido para estudar os significados culturais da hanseníase, seu impacto emocional e

adesão ao tratamento. A EMIC é uma entrevista semiestruturada adaptada localmente, baseada

em conceitos que especificam coletivamente um modelo explicativo.

Para Weiss (1997) p.236:

A EMIC refere-se a um quadro para entrevistas semi-estruturadas com base em uma

formulação operacional particular do conceito de modelos explicativos da doença e um

conjunto de entrevistas modelo explicativas baseadas nessa estrutura. Diferencia-se dos

instrumentos padrão da epidemiologia psiquiátrica em dois aspectos: a EMIC é um

catálogo de modelo de entrevistas explicativas baseadas em um quadro operacional

adaptável e a experiência adquirida com seu uso; não é um instrumento único para uso

genérico, independentemente de contextos clínicos e culturais específicos.

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Será utilizado nesse estudo a Escala de estigma Explanatory Model Interview

Catalogue_Affected People Stigma Scale(EMIC-AP) que serve mensurar o estigma individual

percebido pela pessoa acometida pela hanseníase validada por Oliveira (2018).

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2.6 Empoderamento das Pessoas Acometidas pela Hanseníase

Segundo Lupton (1995), o “empowerment” se configura como um dos núcleos

filosóficos do movimento da Nova Promoção da Saúde, que se consolidou pela Carta de Ottawa

durante a 1ª Conferência Internacional de Promoção da Saúde, em 1986. Em relação a sua

tradução para o português existe muita controvérsia e alguns autores preferem que a palavra

seja mantida em inglês (BECKER et. al., 2004; CARVALHO, 2008; FERREIRA; CASTIEL,

2009; AIRES, 2012). Outros autores, no entanto, utilizam-se do termo “empoderamento” para

designar empowerment, principalmente para descrever pesquisas no campo da saúde pública

(MARTINS et. al., 2009; LEFÉVRE; LEFÉVRE, 2004).

De acordo com Vasconcelos (2003) o conceito de empoderamento pode ser

entendido como: “aumento do poder e autonomia pessoal e coletiva de indivíduos e grupos

sociais nas relações interpessoais e institucionais, principalmente daqueles submetidos a

relações de opressão, dominação e discriminação social”.

Para Comblin (2005) o empoderamento ocorre na medida em que há o aumento da

conscientização, uma vez que o aumento da consciência crítica se faz necessário para se opor a

combater todo tipo de opressão que são fatores de impedimento para que os sujeitos pobres e

excluídos de exercerem sua vocação para a liberdade (COMBLIN, 2005) e viverem,

constantemente, buscando sua liberdade (COMBLIN, 2007) arbitrariamente negada pelos

desmandos dos deuses do dinheiro.

Pode se definir empoderamento como um processo dinâmico que envolve aspectos

cognitivos, afetivos e de condutas que proporciona uma melhora na autonomia da pessoa e

também do grupo ao qual ela pertence facilitando as relações interpessoais e institucionais sobre

todos aqueles grupos que tiveram uma experiência com discriminação, opressão e dominação

social (WALLERSTEIN, 2002; OAKLEY; CLAYTON, 2003; VASCONCELLOS, 2003;

SILVA; MARTÍNEZ, 2004).

Dessa forma não é exagerado afirmar que o empoderamento surge em um contexto

de mudança social e desenvolvimento político promovendo maior qualidade de vida pela

cooperação, autogestão e participação em movimentos sociais que sejam autônomos. Para

tanto faz-se necessário o envolvimento de práticas não tradicionais de aprendizagem e ensino

que desenvolvam uma consciência crítica (VASCONCELLOS, 2003; SILVA; MARTÍNEZ,

2004; OAKLEY; CLAYTON, 2003; WALLERSTEIN, 2002).

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Para Verdi e Caponi (2005, p.85): “Empowerment ou empoderamento, se relaciona

com o processo de capacitação para a aquisição de poder técnico e político por parte dos

indivíduos e da comunidade”. Carvalho (2004) nos dá dois enfoques para a palavra

empoderamento: um, de origem psicológica, onde o sujeito por ser alvo das ações educativas,

possa fazer com que se percam as necessidades de transformações no meio assim como das

suas condições sociais de existência. Enquanto que o outro enfoque comunitário, que é baseado

em Paulo Freire, luta pela “disputa pelo controle de recursos e na redistribuição de poder”

(CARVALHO, 2004), o que pressupõe maior participação dos indivíduos e das comunidades

para discutirem seus problemas.

Comblin usa o enfoque teológico da palavra empoderamento para denunciar a

desigualdade social e incentivar os explorados oprimidos a “agir e reagir” contra esse tipo de

violência. Segundo ele faz-se necessário que se desencadeie um processo de empoderamento

para que ocorra a preservação da vida e para a distribuição das riquezas que é de todos, mas se

concentra nas mãos de alguns.

Para Perkins e Zimmerman (1995, p.1) o conceito de empoderamento é eixo central da

promoção da saúde. Eles definem empoderamento como “um construto que liga forças e

competências individuais, sistemas naturais de ajuda e comportamentos proativos com políticas

e mudanças sociais”.

Dessa forma o empoderamento vem para possibilitar novas práticas democráticas e

distributivas dos recursos existentes na sociedade, de forma que as políticas públicas possam

reduzir as vulnerabilidades socioambientais, ampliando os direitos humanos e a cidadania das

populações excluídas dando voz, visibilidade assim como também a capacidade de ação e

decisão. (HOROCHOVSKI; MEIRELLES 2007).

Vasconcelos (2017) propôs uma sistematização balizada para a realidade brasileira

contemplando as estratégias de empoderamento desenvolvidas pelo movimento internacional

de usuários no campo da saúde mental conforme o quadro abaixo (Erro! Fonte de referência

não encontrada.).

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Quadro 1 - Dinâmica geral do processo de empoderamento

Fonte: VASCONCELOS, 2017.

Carvalho (2004) afirma que a palavra empoderamento é um neologismo inspirado

por Paulo Freire, criador da educação problematizadora/libertadora. O termo foi criado a partir

do termo em inglês “empowerment”, que por sua vez é derivado da palavra “power” e significa

poder.

Na concepção freireana, o empoderamento dos sujeitos somente acontecerá com a

“libertação do oprimido”. No seu livro Pedagogia do Oprimido, Freire, (1987) p.24 afirma:

O importante, por isto mesmo, é que a luta dos oprimidos se faça para superar a contradição

em que se acham. Que esta superação seja o surgimento do homem novo – não mais

opressor, não mais oprimido, mas homem libertando-se. Precisamente porque, se sua luta é

no sentido de fazer-se Homem, que estavam sendo proibidos de ser, não o conseguirão se

apenas invertem os termos da contradição. Isto é, se apenas mudam de lugar, nos polos da

contradição. (FREIRE, 1987, p. 24).

Nesse sentido, pensar o empoderamento das pessoas acometidas pela hanseníase e

de como “libertar” desse estado de opressão em que estão inseridos, faz-se necessário refletir o

papel da educação em suas vidas. Outrossim, uma práxis educadora baseada em uma educação

libertadora é que oportunizará que esses sujeitos adquiram uma consciência de si, dos outros e

do mundo em que vivem.

Segundo Moreira et. al., (2013) o que Paulo Freire chama de “conscientização” ao

propagar educação libertadora a partir da problematização do mundo, é uma das formas de se

empoderar as pessoas, uma vez que se tornariam sujeitos do mundo e protagonistas da sua

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história. “É importante demarcar que Freire não lidou com o termo empoderamento, este é

recente, mas o autor é identificado como um precursor desta noção” (MOREIRA et. al., 2013).

Para Zimmerman e Rapport (1998) as pessoas oprimidas deveriam se organizar em

grupos e desenvolver ferramentas para se desenvolverem assim como também Paulo Freire

defendia que os grupos marginalizados deveriam empoderar-se a si próprios (MOREIRA et.

al., 2013).

Devido a palavra empoderamento ser um termo polissêmico, existem duas vertentes

teóricas sobre as origens da palavra: uma de caráter assistencialista que surgiu com objetivo de

integrar as pessoas ao sistema capitalista e uma segunda defende a autodeterminação de

indivíduos e comunidades pela participação na busca da democracia e equidade mediadas por

um profissional que os auxiliem nos processos propulsores do empoderamento (KLEBA;

WENDAUSEN, 2009).

Para Zago e Santos (2013) o processo de empoderamento pessoal possibilita a

emancipação dos indivíduos, com aumento da autonomia e liberdade. Ele ocorre em áreas

conflitivas e se expressam nas relações de poder, mas que podem ser modificáveis pela ação-

reflexão-ação a partir da compreensão da sua inserção histórica passada, presente e futura e que

se sintam capazes e motivados para intervir em sua realidade (ZAGO; SANTOS, 2013).

Além disso a pessoa empoderada possui maior conhecimento para tomar decisões

acerca de sua condição de saúde podendo aderir ao tratamento e as práticas de autocuidado,

consequentemente, saberá lidar com situações que envolvam estigma.

Não basta apenas pressionar a pessoa para que ela tenha mais autonomia dando

mais poder na relação usuários-provedores de cuidado, faz-se necessário uma mudança

qualitativa na forma de apoio oferecido pelas instituições de saúde (LOPES, 2015).

Um exemplo é a educação permanente em saúde, citada por Moreira et al. (2013)

como uma possibilidade de mediação para o estabelecimento de uma prática educativa

problematizadora/libertadora. Pois a busca da educação em saúde baseada no empoderamento

da população perpassa o empoderamento dos profissionais de saúde (MOREIRA et. al., 2013).

Rogers et al.(1997), validaram a Empowerment Scale em New Hampshire, New

Jersey, Indiana, Arkansas, Washington e Califórnia nos Estados Unidos da América (EUA) na

perspectiva dos usuários, sobreviventes, ex-pacientes, podendo ser utilizada em diversos

cenários. Foi verificado atributos de empoderamento desenvolvido por líderes de conselho

executivo de movimentos de autoajuda, que após análise revelou 5 fatores (Erro! Fonte de

referência não encontrada.): auto-eficácia e autoestima, poder/impotência, ativismo

comunitário e autonomia, otimismo e controle sobre o futuro, raiva justa e ira.

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Esses autores utilizam o conceito do empoderamento, conforme as definições de

Rappaport que define empoderamento como “conexão entre um senso de competência pessoal,

um desejo e uma disposição de agir no domínio público”, para McLean pode ser definido como

a “ação daqueles que estão sem poder e agindo para se tornarem empoderados.” Já Staples

descreve o empoderamento como “um processo pelo qual o poder é desenvolvido, facilitado ou

sancionado [permitindo] que indivíduos subordinados desenvolvam capacidades para agir em

seu próprio nome” (STAPLES, 1993 apud ROGERS et. al., 1997).

Assim, podemos ver no quadro abaixo os fatores derivados da escala de

empoderamento: auto-eficácia e autoestima, poder/impotência, ativismo comunitário e

autonomia, otimismo e controle sobre o futuro, raiva justa e ira.

Quadro 2- Fatores derivados da escala de empoderamento

Fator 1

AUTOEFICÁCIA E

AUTOESTIMA

Eu tenho uma atitude positiva comigo mesma.

Em geral sou confiante com as decisões que tomo.

Eu me vejo como uma pessoa capaz.

Frequentemente sou capaz de superar obstáculos.

Quando faço planos, tenho quase certeza que vou

fazê-los acontecer.

Sou capaz de fazer coisas como qualquer outra

pessoa.

Em geral cumpro o que planejei fazer.

Sinto que tenho o mesmo valor que as outras

pessoas.

Eu acho que tenho algumas qualidades.

Fator 2

PODER/IMPOTÊNCIA

As pessoas não têm o direito de se aborrecerem

somente porque não gostam de alguém.

A maioria das dificuldades em minha vida foram

devido à má sorte.

Se lamentar não leva a lugar nenhum

Em geral, me sinto só.

Estudiosos estão na melhor posição de saber o que o

povo deve fazer ou aprender.

Na maioria das vezes me sinto sem forças.

Quando estou inseguro(a) com alguma ciosa, em

geral, sigo as outras pessoas ou faço

As pessoas têm mais poder se elas se juntarem aos

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Fator 3

ATIVISMO

COMUNITÁRIO E

AUTONOMIA

outros em grupo.

Pessoas trabalhando juntas podem fazer a diferença

na comunidade.

As pessoas não tem o direito de se aborrecerem

somente por que não gostam de alguém.

As pessoas devem tentar viver suas vidas como

quiserem.

As pessoas têm o direito de tomar suas decisões,

mesmo que se saiam mal (ou que possam se sair

mal).

Frequentemente, um problema pode ser resolvido

com uma ação

Trabalhar com outros da minha comunidade pode

ajudar a mudar as coisas para melhor.

Fator 4

OTIMISMO E

CONTROLE SOBRE O

FUTURO

Eu posso quase sempre determinar o que irá

acontecer em minha vida.

Geralmente, sou otimista sobre o futuro.

Frequentemente, um problema pode ser resolvido

com uma ação.

Fator 5

RAIVA JUSTA, IRA

Ficar com raiva de alguma coisa nunca ajuda.

As pessoas não têm o direito de se aborrecerem

somente por que não gostam de alguém.

Se lamentar não leva a lugar nenhum.

Fonte: Adaptado de ROGERS et. al,1997.

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3. JUSTIFICATIVA

A hanseníase continua sendo um problema de saúde pública no Brasil, sobretudo

em alguns estados das regiões centro-oeste, norte e nordeste, a exemplo do estado do Piauí

que possui áreas de alta endemicidade abrangendo três clusters (1, 6 e 8), quanto menor o

número maior o risco de transmissibilidade da doença. O município de Floriano é

considerado hiperendêmico para hanseníase, sendo o primeiro em números absolutos de

casos de hanseníase por habitante (BRASIL, 2018b).

Faz-se necessário o desenvolvimento de ações para o enfrentamento dessa

doença milenar que ainda assombra muita gente. O Brasil possui uma responsabilidade

histórica em prover evidências consistentes para superar este cenário (RAMOS JR et. al.,

2014).

Pesquisadora do Programa de Pós-graduação em Saúde Pública da Universidade

Federal do Ceará realizou a adaptação transcultural da escala de Estigma em pessoas

acometidas pela hanseníase nos estados da Bahia, Ceará, Piauí e Rondônia, para

compreender o estigma vivenciado/ percebido pelas pessoas acometidas pela hanseníase

(OLIVEIRA, 2018).

Considerando a necessidade de se dimensionar o empoderamento das pessoas

acometidas pela hanseníase no Brasil, outra pesquisadora do Programa de Pós-graduação

em Saúde Pública da Universidade Federal do Ceará realizou a adaptação transcultural da

escala de Empoderamento-Empowerment Scale nos estados da Bahia, Ceará, Piauí e

Rondônia, uma vez que o empoderamento vem sendo apontado como uma estratégia chave

para a redução do estigma (PINTO et. al., 2019).

A aplicação dessas escalas de estigma e de empoderamento representa um novo

olhar para as pessoas acometidas pela hanseníase, uma vez que com os resultados advindos

destas aplicações será possível proporcionar novas estratégias para o cuidado da pessoa

acometida pela hanseníase desde o acolhimento do usuário até as medidas de promoção à

saúde dessas pessoas, além de servir de subsídios para a criação de novas modalidades de

atenção como grupos de ajuda mútua, práticas educativas como campanhas, salas de

esperas, álbuns seriados dentre outras. Bem como poderá ser inserido temas em programas

de educação permanente do serviço.

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Esta pesquisa torna-se relevante pelo fato de poder oferecer um subsídio no

fortalecimento da linha de cuidado que está sendo implementada no estado do Piauí,

resultado da agenda de recomendação do projeto IntegraHans-PI.

Além disso, esse estudo se configura como uma inovação de tecnologia leve

visto que poderá promover uma maior compreensão dos aspectos singulares da condição

humana. Podendo assim, serem identificadas estratégias com políticas para o campo das

doenças negligenciadas no que se refere ao fortalecimento do indivíduo.

Desta forma espera-se, que este estudo possa auxiliar outras pesquisas sobre a

problemática, tendo em vista a inexistência de trabalhos na realidade piauiense que

relacionem Hanseníase, estigma e empoderamento e assim possa estimular mudanças de

práticas de saúde na abordagem da hanseníase.

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4. OBJETIVOS

4.1 Geral

Analisar o estigma da hanseníase e o empoderamento das pessoas acometidas em

Floriano-Piauí, no período de 2008 a 2017.

4.2 Específicos

1. Caracterizar o perfil sociodemográfico, econômico, clínico e operacional da população

do estudo;

2. Verificar a magnitude do estigma das pessoas acometidas pela hanseníase;

3. Dimensionar o empoderamento nas pessoas afetadas pela hanseníase

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5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

5.1 Desenho de estudo

Trata-se de um estudo transversal descritivo e analítico com dados primários, realizado a

partir dos casos de hanseníase notificados e diagnosticados no SINAN (Sistema de Informação de

Agravos Notificação) no município de Floriano no período de 2008 a 2017.

5.2 Local do estudo

O presente estudo foi desenvolvido no município de Floriano localizado no sudoeste do

estado do Piauí, região nordeste do Brasil. Este município é considerado hiperendêmico para

hanseníase de acordo com os parâmetros do MS, possuindo um coeficiente de detecção geral médio

de 45,74 casos /100 mil hab. entre 2001 a 2016 (UFPI, 2016b; BRASIL, 2016a). O município de

Floriano está entre os municípios pertencente ao cluster 1 para hanseníase (PENNA; OLIVEIRA;

PENNA, 2009; UFPI, 2016a).

Figura 9 - Munícipio do estudo

FONTE: Elaborado por Boigny, 2018.

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O município de Floriano possui uma população de 57.690 habitantes, predominantemente

urbana (49.970 hab.) (IBGE, 2010a). A estimativa populacional para 2018 era de 58.158 (BRASIL,

2018a). O município faz parte do Território Rural Vale dos Rios Piauí e Itaueira que é composto por

19 municípios e se destaca por ser de maior contingência populacional (BRASIL, 2018b). Segundo o

Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM), estabelecido para o ano 2013, Floriano

apresenta desenvolvimento moderado (0,6543), sendo 7º do Piauí e 2.878º no ranking dos municípios

brasileiros.

Figura 7 - Localização do Território Rural Vale dos Rios Piauí e Itaueira-PI no mapa do

Brasil e do estado do Piauí.

Fonte: BRASIL, 2015

Dentre as áreas de desenvolvimento e sua relação com o IFDM estão assim classificados: a

saúde (0,7415), como desenvolvimento moderado, a educação (0,7283) como desenvolvimento

regular e o emprego e renda (0,4933) considerada de baixo desenvolvimento. Segundo o índice

FIRJAN quanto mais próximo de 1, maior é o desenvolvimento da localidade (FIRJAN, 2013).

O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de 2010 foi de 0,700. Esse

índice é resultado de uma medida composta por indicadores de três dimensões do

desenvolvimento humano: longevidade, educação e renda. Quanto mais próximo de 1, maior

o desenvolvimento humano. Quanto ao índice de Gini de 2010 foi de 0,55. Esse índice serve para

medir o grau de concentração de renda em determinado grupo. Varia de 0 a 1 (ou cem) onde o valor

zero representa a situação de igualdade enquanto o valor um (ou cem) está no extremo oposto

(BRASIL, 2018b; IBGE, 2010b).

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Figura 8 - Mapas do Município de Floriano e seus bairros, 2010.

Fonte: IBGE, 2010a.

Floriano conta com 26 equipes da Estratégia Saúde da Família, distribuídas em 21

unidades básicas de saúde (UBS), sendo que 07 estão localizadas na zona urbana, contam com 144

Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e possui 100% da cobertura da ESF (BRASIL, 2018b).

Tabela 1- Caracterização do município de Floriano.

Caracterização Floriano

Território (km²) 3.409.649

População (estimada 2018) 59.840

Densidade demográfica (habitantes/km²) 16,92

Cobertura de ESF (% - 12/2016) 100,0

Cobertura de ACS (% - 12/2016) 100,0

Índice de Gini (2010) 0,55

Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - IDHM (2010) e

posição no país (entre 5.565 municípios) 0,700 (1.904o)

Coeficiente de detecção geral por 100000 habitantes, 2015 69,7

Percentual de CN com GIF2 1,7

Pessoas em extrema pobreza (%) (PNUD) 6,92

Fonte: elaborado pela autora. (Dados extraídos do DATASUS, PNUD, IBGE, Índice FIRJAN.)

ESF: Estratégia Saúde da Família; ACS: Agente Comunitário de Saúde; CN: Caso novo; GIF2: Grau de Incapacidade de

Física 2; PNUD: Programa de Nações Unidas para o Desenvolvimento; km²: Quilômetro quadrado

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5.3 Critérios de inclusão

Foram incluídas neste estudo casos novos de hanseníase diagnosticados e residentes na

zona urbana de Floriano no período de 2008 a 2017, maiores de 18 anos com capacidade

cognitiva/neurológica para responderem os itens das escalas após aceitarem participar da pesquisa

assinando o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE A).

5.4 Critérios de exclusão

Foram excluídas do estudo as pessoas com menos de 2 meses de tratamento, período

considerado curto a ponto de vivenciar o estigma relacionado com a doença; também pessoas que

apresentaram comprometimento neurológico/cognitivo que as impossibilitasse de responder as

perguntas, pessoas com deficiência auditiva desacompanhada de um interprete de Linguagem

Brasileira de Sinais (LIBRAS) e aqueles que se estavam em situação de privação de liberdade.

5.5 Participantes do estudo

Para o desenvolvimento desta pesquisa, partiu-se de casos referência diagnosticados e

notificados no SINAN no período de 2008 a 2017, residentes na zona urbana do município de Floriano,

Piauí. Durante este período foram diagnosticados 540 casos novos de hanseníase, deste total 502

pessoas poderiam fazer parte do estudo de acordo com os critérios de inclusão.

Foram localizadas 270 pessoas, sendo excluídas 38 por não se enquadrarem nos critérios

de inclusão do estudo e foram aplicados apenas 232 instrumentos (43,1 %). Os motivos da não

abordagem das pessoas nesta pesquisa foram apresentadas na tabela 1.

Os estudos de validação das escalas EMIC-AP e Empoderamento no Brasil não abordaram

menores de 18 anos, portanto nessa pesquisa seguiu a lógica desses trabalhos.

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Tabela 1 - Pessoas não incluídas no estudo, segundo motivo na seleção da amostra e municípios, de

julho de 2018 a novembro de 2018.

MOTIVO N %

Endereço não localizado/Casas não encontradas 70 22,7

Mudança para outro município/Endereço 106 34,4

Sem condições físicas e/ou inapto para responder (deficiência

intelectual) 6 1,9

Não aceitou participar/Recusa 13 4,3

Óbito 22 7,2

Casa fechada (após 3 tentativas) 91 29,5

Total 308 100

Fonte: elaborado pela autora, 2018

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5.6 Descrição das variáveis

As variáveis do estudo foram agrupadas segundo os instrumentos utilizados. Como

variável desfecho (dependente) utilizou-se as pontuações de ambas as escalas de estigma e de

empoderamento aplicadas em pessoas acometidas pela hanseníase. Como variáveis explicativas,

foram utilizados questionário socioeconômico, demográfico e clínico composto, conforme o Quadro

1 detalha.

Quadro 03: Descrição, categorias e classificação das variáveis do estudo.

Variáveis Descrição Categorias Classificação

SOCIOECONÔMICO, DEMOGRÁFICO E CLÍNICO

Sexo Sexo Masculino

Feminino

Categórica

Nominal

Raça/Cor

[auto referida]

Raça/Cor

[auto referida]

Branca

Parda

Negra/Preta

Categórica

Nominal

Idade Faixa etária (em

anos)

18 a 40

41 a 60

Acima de 60

Categórica

Ordinal

Escolaridade Anos completos de

estudo (com

aprovação)

alcançados

Analfabeto

Ensino Fundamental

Ensino Médio

Ensino Superior

Categórica

Ordinal

Estado conjugal Estado conjugal

atual

Solteiro(a)

Casado(a)

Separado(a)/Divorciado(a)

Viúvo(a)

Categórica

Nominal

Ocupação Contexto geral de

trabalho atualmente

Nunca trabalhou

Ativo

Inativo

Aposentado

Benefício

Categórica

Nominal

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Renda mensal do

contato

Renda mensal

média individual

em [salário

mínimo]

Sem renda

>1 salário mínimo

1 a 2 salários mínimos

+ 2 salários mínimos

Categórica

Ordinal

Em Tratamento Em Tratamento Sim

Não

Irregular

Categórica

Nominal

Tratamento Tratamento Paucibacilar (PB)

Multibacilar (MB)

Categórica

Nominal

Incapacidade Incapacidade Sim

Não

Categórica

Nominal

Recidiva Recidiva Sim

Não

Categórica

Nominal

Reação Reação Sim

Não

Categórica

Nominal

Contou para a

família

Falou sobre o

diagnóstico para a

família

Sim

Não

Categórica

Nominal

Contou para

pessoas próximas

que não seja a

família

Falou sobre o

diagnóstico para

pessoas fora do seu

contexto

domiciliar? (

amigos, vizinhos,

colegas de trabalho)

Sim

Não

Categórica

Nominal

Residentes no

mesmo domicílio

Quantas pessoas

residem no mesmo

domicílio?

Até 2 pessoas

De 3 a 4 pessoas

5 ou mais pessoas

Categórica

Ordinal

Número de pessoas

que dormem no

mesmo quarto

Quantas pessoas

dormem no mesmo

quarto?

Sozinho

Com 1 pessoas

Mais de 1 pessoas

Categórica

Ordinal

Casa cadastrada

pelo ACS na

Unidade Saúde da

Família

O ACS cadastrou

seu domicílio na

Unidade Saúde da

Família?

Sim

Não

Categórica

Nominal

Vinculação a algum

movimento social

O (a) Sr. (Sra.) está

vinculado a algum

movimento social?

Sim

Não

Categórica

Nominal

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67

Participação de

atividades

religiosas

O (a) Sr. ou (Sra.)

participa de

atividades

religiosas?

Sim

Não

Categórica

Nominal

Além das variáveis socioeconômica, demográfica e clínica foram utilizadas duas escalas

do tipo likert, a escala EMIC e escala de empoderamento. A Escala Explanatory Model Interview

Catalogue_Affected People Stigma Scale (EMIC-AP). Adaptada para pessoas acometidas pela

hanseníase (ANEXO A) de tipo likert para mensurar o estigma percebido e o auto-estigma na

perspectiva do estigmatizado.

Ela pode ser usada em diversas condições de saúde tais como: hanseníase, HIV/AIDS,

deficiências, genéricos. Contém 15 questões fechadas que abordam temas como (o ato de esconder o

diagnóstico das pessoas, conversar sobre hanseníase com pessoas mais próximas, opinião negativa das

pessoas acometidas pela hanseníase, vergonha/constrangimento, discriminação e preconceito,

problemas sociais para a pessoa acometida pela hanseníase e sua família, problemas no casamento,

exclusão do trabalho e de grupos sociais, autoexclusão e autoestigma).

Possui 4 opções de resposta: sim (3), possivelmente (2), não tenho certeza (1) e não (0).

Quanto maior o resultado pontuado no escore, maior será no nível de estigma percebido; a pontuação

das perguntas individuais deve ser adicionada para obter uma pontuação final. Antes do cálculo da

pontuação do score, a pergunta 2 deve ser registrada com pontuação invertida (escore reverso).

Validada no Brasil em 2018 (OLIVEIRA, 2018) e já foi traduzida e validada para as seguintes línguas:

Inglês bengali, nepalês, tamil e português (ILEP, 2011).

O outro instrumento é uma escala de Empoderamento (Empowerment Scale) (Anexo B)

de tipo likert utilizada para mensurar o empoderamento das pessoas, contém 25 afirmações e 04 opções

de resposta: (1) concordo plenamente, (2) concordo, (3) discordo e (4) discordo plenamente. Abordam

temas como: auto determinação, poder, trabalho em grupo, raiva, atitude positiva, autoconfiança,

sorte, superação, esperança, solidão, planejamento, insegurança). Validada no Brasil em 2018

juntamente com as escalas EMIC. Possui cinco fatores (construto multidimensional): autoestima e

autoeficácia, poder e impotência, ativismo comunitário e autonomia, otimismo e controle sobre o

futuro, e, raiva justa. (ROGERS et. al.,1997).

A escala de empoderamento (Empowerment Scale) originalmente na sua adaptação no

Brasil está apresentada da seguinte forma:

Quadro 04: Escala de Empoderamento (Empowerment Scale) adaptada transculturalmente

para o Brasil.

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1) Eu posso quase sempre determinar o que irá acontecer em minha vida.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

2) As pessoas têm mais poder se elas se juntarem uns aos outros em um grupo.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

3) Ficar com raiva de alguma coisa nunca ajuda.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

4) Eu tenho uma atitude positiva comigo mesmo.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

5) Em geral, sou confiante com as decisões que tomo.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

6) As pessoas não têm o direito de se aborrecerem somente porque não gostam de alguém.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

7) A maioria das dificuldades em minha vida foram devido à má sorte.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

8) Eu me vejo como uma pessoa capaz.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

9) Se lamentar não leva a lugar nenhum.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

10) Pessoas trabalhando juntas podem fazer diferença na comunidade.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

11) Frequentemente, sou capaz de superar obstáculos.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

12) Geralmente, sou otimista sobre o futuro.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

13) Quando faço planos, tenho quase certeza de que vou fazê-los acontecer.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

14) Em geral, me sinto só.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

15) Estudiosos estão na melhor posição de saber o que o povo deve fazer ou aprender.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

16) Sou capaz de fazer coisas como qualquer outra pessoa.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

17) Em geral, cumpro o que planejei fazer.

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(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

18) As pessoas devem tentar viver suas vidas como quiserem.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

19) Na maioria das vezes, me sinto sem forças.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

20) Quando eu estou inseguro(a) com alguma coisa, em geral, sigo as outras pessoas (ou faço o que

todo mundo faz).

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

21) Sinto que tenho o mesmo valor que as outras pessoas.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

22) As pessoas têm o direito de tomar suas decisões, mesmo que se saiam mal (ou que possam se

sair mal).

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

23) Eu acho que tenho algumas qualidades.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

24) Frequentemente, um problema pode ser resolvido com uma ação.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

25) Trabalhar com outros da minha comunidade pode ajudar a mudar as coisas para melhor.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

Fonte: PINTO et. al., 2019.

Para uma melhor compreensão da escala optou-se por apresenta-la dividida por seus

domínios e não como a escala se apresenta. Conforme quadro 5.

Quadro 05: Domínios da Escala de Empoderamento (Empowerment Scale) adaptada

transculturalmente para o Brasil.

AUTOEFICÁCIA E AUTOESTIMA 4,5, 8, 11, 13, 16, 17, 21 e 23

PODER/IMPOTÊNCIA 6, 7, 9, 14, 15, 19 e 20

ATIVISMO COMUNITÁRIO E

AUTONOMIA

2, 10, 18, 22, 24 e 25

OTIMISMO E CONTROLE SOBRE O

FUTURO

1, 12 e 24.

RAIVA JUSTA E IRA 3, 6 e 9

Fonte: PINTO et. al., 2019.

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5.7 Coleta de Dados

A coleta de dados foi realizada no período de julho a novembro de 2018, seguindo

uma ordem definida a partir dos bairros mais distantes/periféricos para os bairros mais centrais.

Quando possível (possuir número de telefone) era realizado agendamento para abordagem

domiciliar via telefone, outras vezes era realizada a visita domiciliar acompanhado ou não do

ACS para apresentação do projeto e convite para participação. Entretanto, ressalta-se que, antes

do início da coleta de dados foi realizado contato com gestores e técnicos dos serviços de

referência em hanseníase e da APS para solicitar autorização para realização da pesquisa no

referido município e a parceria com Agentes Comunitários de Saúde (ACS) para abordagem

domiciliar.

Mediante o encontro com o caso referência, era feita a apresentação da pesquisadora

e do projeto de forma resumida sendo convidado a participar da pesquisa e a depender da

disponibilidade do mesmo havia a possibilidade de encontro posterior com local e horário

escolhidos pelo entrevistado (local reservado no domicilio, na UBS da sua área de abrangência

ou no centro de referência do município).

Caso a pessoa aceitasse participar da pesquisa era preenchido do Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Apêndice A) em duas vias e somente após tirar

dúvidas do participante eram aplicados os demais instrumentos (um questionário

socioeconômico, demográfico e clínico composto por 22 questões (Apêndice B), a Escala

Explanatory Model Interview Catalogue_Affected People Stigma Scale(EMIC-AP) adaptada

para pessoas acometidas pela hanseníase (Anexo A) e a Empomerment Scale (escala de

empoderamento) (Anexo B).

Quando não era possível localizar o endereço era feito uma visita na unidade básica

de saúde (UBS) para encontrar mais informações nos prontuários médicos (com autorização da

gestão municipal e dos serviços de saúde), e/ou contato telefônico além de solicitar o apoio do

Agente Comunitário de Saúde responsáveis pela área.

Para cada abordagem, foram realizadas três tentativas, em diferentes dias e horários.

Esgotadas as possibilidades de contato o caso foi considerado como não encontrado e deixou

de fazer parte da população do estudo. Em situações em que o entrevistado não lembrava dos

detalhes relativos ao tratamento, era consultado a base de dados do SINAN (fiel depositário dos

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dados consultados) e também foram consultados prontuários médicos para obter dados sobre as

variáveis clínicas.

Todas as necessidades especificas de saúde do entrevistado, relacionadas com a

hanseníase, observadas durante a pesquisa foram encaminhados para a rede de saúde existente,

em especial o núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF), unidade básica de saúde (UBS)

e/ou centro de referência especializado em hanseníase.

5.8 Entrada e Análise de Dados

Para a entrada de dados dos questionários foi utilizada a técnica da digitação dupla

no programa Epi-Info versão 7.1.5. (Centers for Disease Control and Prevention, Atlanta,

USA). Os dados digitados foram criados a partir das variáveis contidas nos instrumentos. Após

conclusão da digitação dos dados, os bancos de dados foram avaliados sistematicamente no

intuito de encontrar possíveis erros, corrigindo-os para posterior análise.

Algumas variáveis explicativas foram categorizadas para viabilização da análise

estatística, a exemplo idade, escolaridade e renda, sendo utilizado como variáveis desfecho

pontuação das escalas EMIC e Empoderamento que foram aplicadas nas pessoas acometidas

pela hanseníase.

Na análise bivariada, buscou-se verificar a associação das variáveis independentes

com nossos desfechos. Para análise dos dados foi utilizado o programa Stata 11.2 (Stata

Corporation, College Station, USA). Os dados descritivos foram apresentados por meio de

tabelas com frequências absolutas e relativas. Para fins de análise foram criadas as variáveis

denominadas “estigma” e “empoderamento” classificado em “leve”, “moderado” e “elevado”,

tendo como referência o primeiro e o terceiro quartil dos escores obtidos para possibilitar a

realização de analises associativas. Para a diferença de proporções foram utilizados os testes de

chi-quadrado de Pearson ou exato de Fischer (para categorias com n<5), sendo considerada

associação existente aquela com nível de significância do p-valor menor que 0,05.

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5.9 Aspectos éticos e legais/Considerações Éticas

Para a realização da pesquisa, solicitou-se a autorização da Secretaria de Saúde de

Floriano e da Coordenação Municipal de Hanseníase e Tuberculose. O Projeto foi aprovado

pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Piauí, sob o parecer: nº

2.698.889 (ANEXO C). Aos participantes, foi apresentado o Termo de Consentimento livre e

esclarecido (APÊNDICE A) sendo assegurados o sigilo, anonimato, bem como garantida a

confidencialidade e a privacidade, e a não utilização de informações em prejuízo das pessoas,

evitou-se qualquer tipo de constrangimento, conforme Resolução nº 466/2012, do Conselho

Nacional de Saúde (BRASIL, 2012a).

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6. RESULTADOS

Dos 540 casos novos de hanseníase diagnosticados no município de Floriano, foram

abordados nesta pesquisa 232 (43,1%) casos.

Questões como atualização dos registros de endereços no SINAN dificultaram

encontrar os participantes selecionados para esse estudo, uma vez que existiam muitos

endereços incompletos ou in existentes. O reconhecimento do número exato dos indivíduos que

foram excluídos do estudo por não se enquadrarem nos critérios não é possível em virtude de

não terem sido localizados.

As dificuldades físicas apresentadas foram observadas: em quatro pessoas idosas,

dentre elas duas pessoas por apresentar mal de Alzheimer uma não conseguia entender os itens

da escala, 1 com dificuldade na fala. Nos mais jovens uma pessoa com síndrome de Down, uma

pessoa com autismo moderado e uma pessoa com deficiência múltipla. impossibilitando a

aplicação das escalas e impossibilitando a participação na pesquisa.

6.1. Caracterização sociodemográfica e econômica.

Dos 232 casos novos de hanseníase que participaram do estudo, predominou pessoa

de sexo masculino (117; 50,4%), da raça parda (153; 65,9%). No que diz respeito a idade dos

participantes, ela variou dos 18 aos 95 anos, tendo predominado pessoas com a faixa etária dos

61 a 80 anos (81; 34,9%) seguido dos 41 a 60 anos (69; 29,7%). Em relação à escolaridade,

destacou-se o fato de mais da metade (123; 53,1%) dos casos abordados tinham cursados apenas

o ensino fundamental. Ao analisar a variável estado conjugal, percebeu-se que a maioria dos

casos abordados eram casados ou viviam em união estável 139 (59,9%), seguidos por solteiros

47 (20,2%) (Tabela 2).

No que diz respeito ao contexto geral do trabalho, houve predomínio dos casos

economicamente ativos 115(49,6%) seguido pelos aposentados 67 (28,9). Ao ser perguntado

sobre a renda mensal, nossos dados evidenciaram que mais da metade dos entrevistados tinham

renda inferior a 1 salário mínimo 126 (54,3%). Quanto a quantidade de pessoas por domicílio,

predominou casos que residiam com 3 a 4 pessoas (106; 45,5%), sobre a quantidade das pessoas

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com quem os casos dividiam o mesmo quarto, mais da metade (147; 63,4%) dos participantes

compartilharam o quarto com outra pessoa (Tabela 2).

Quando indagado sobre a participação dos casos em movimentos sociais, mais da

metade (167; 71,9%) responderam positivamente. De forma semelhante, mais da metade dos

participantes (150; 64,7%) afirmaram participar das atividades religiosas (Tabela 2).

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Tabela 2. Caracterização sociodemográfica e econômica dos casos novos de hanseníase em

Floriano, Piauí, entre os anos 2008 a 2017

Variáveis N %

Sexo

Masculino 117 50,4

Feminino 115 49,6

Raça

Branca 22 9,5

Parda 153 65,9

Negra 57 24,6

Faixa etária

18 a 40 anos 65 28,0

41 a 60 anos 69 29,7

61 a 80 anos 81 34,9

>80 anos 17 7,3

Escolaridade

Analfabeto 33 14,2

Ensino fundamental 123 53,1

Ensino médio 43 18,5

Ensino superior 33 14,2

Estado conjugal

Solteiro 47 20,2

Casado 139 59,9

Divorciado 18 7,8

Viúvo 28 12,1

Contexto geral do trabalho

Nunca trabalhou 10 4,3

Ativo 115 49,6

Inativo 16 6,9

Aposentado 67 28,9

Benefício 24 10,3

Renda mensal em SM

Sem renda 39 16,8

Menos de 1 SM 126 54,3

1 a 2 SM 39 16,8

Acima de 2 SM 28 12,1

Residente por domicílio

Até 2 pessoas 64 27,6

3 a 4 pessoas 106 45,7

5 ou mais pessoas 62 26,7

Dorme com quantas pessoas

Sozinha 54 23,2

1 pessoa 147 63,4

Mais de 1 pessoa 31 13,4

Movimento social

Sim 65 28,1

Não 167 71,9

Atividade religiosa

Sim 150 64,7

Não 82 35,3

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No que tange ao registro do domicilio pelo agente comunitário de saúde na unidade

básica de saúde (UBS), observou-se que apenas 3 casos referiram não ter seu lar cadastro pelo

agente de saúde.

Em relação ao acompanhamento médico, apenas (23; 9,9%) dos entrevistados

estavam em tratamento com PQT. Quanto à classificação operacional, percebeu-se que mais da

metade (128; 55,2%) dos casos foram classificados como multibacilares. Quanto à incapacidade

física, (69; 29,7%) casos novos referiram ter desenvolvido alguma incapacidade física devido

à hanseníase (Tabela 3).

Em relação à parte clínica da hanseníase, somente (24; 10,3%) afirmaram ter tido

recidiva, 54 (23,3%) ter desenvolvidos reação hansênica. Quanto ao sigilo sobre o seu

diagnóstico da doença, apenas (6; 2,6%) dos entrevistados afirmaram não ter revelados o

diagnostico aos seus familiares e mais da metade (144; 62,1%) preferiram não revelar seus

diagnósticos fora do escopo familiar/domiciliar (Tabela 3).

Tabela 3. Caracterização clínica e operacional dos casos novos de hanseníase em Floriano,

Piauí, entre os anos 2008 a 2017.

Variáveis N %

Pessoa está em tratamento

Sim 23 9,9

Não 209 90,1

Classificação operacional

Paucibacilar 104 44,8

Multibacilar 128 55,2

Incapacidade física

Sim 69 29,7

Não 163 70,3

Recidiva

Sim 24 10,3

Não 208 89,7

Reação hansênica

Sim 54 23,3

Não 178 76,7

Diagnóstico com a família

Sim 226 97,4

Não 6 2,6

Diagnóstico fora domicílio

Sim 88 37,9

Não 144 62,1

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A medição do estigma foi realizada através da pontuação da escala EMIC, sendo

calculado o percentual das pessoas que responderam “sim” em relação a cada itens da escala

(Tabela 4). Mais da metade dos casos afirmaram que se seus vizinhos, amigos ou colegas

soubessem do seu diagnóstico da hanseníase teriam uma opinião negativa sobre sua família e

que a doença tem diminuído o autorespeito (Tabela 4). A escala possui pontuação máxima de

45 pontos. A pontuação do escore da escala EMIC variou de 0 a 36 pontos com média de 15,5

(mediana de 15 e desvio-padrão de 8,4).

Considerando pontuação média por itens da escala EMIC, os valores mais elevados

foram encontrados nas questões 3 (M=1,59; DP=1,50), 8 (M=1,96; DP=1,25), 9 (M=2,12;

DP=1,24) e 10 (M=1,73; DP=1,38). Esses itens se remeteram ao fato de que pessoas se

recusariam a visitar seu domicílio por conta da sua doença, as pessoas teriam opinião negativa

da sua família em decorrência da sua doença e que a doença poderia causar problemas sociais

para seus entes queridas. As menores pontuações foram para as questões 6 (M=0,18; DP=0,69)

e 11 (M=0,21; DP=0,72). Referente ao fato de manter contato com outros acarretaria prejuízos

a eles e a doença poderia causar alguns problemas no relacionamento.

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Tabela 4. Percentual dos casos que responderam “SIM” na aplicação da escala EMIC em

Floriano, Piauí.

Item SIM

N Questão n (%)

1 Se fosse possível, você preferiria que as pessoas não

soubessem que você tem hanseníase? 100 (43,1)

2 Você já conversou sobre esse problema com a pessoa que você

considera mais próxima a você, com quem você se sente mais

à vontade para conversar? 88 (37,9)

3 Você tem uma opinião negativa a seu respeito por causa desse

problema? Ele diminuiu seu orgulho ou autorrespeito? 123 (53,1)

4 Você já se sentiu envergonhado ou constrangido devido a esse

problema? 89 (38,4)

5 Seus vizinhos, colegas ou outras pessoas da comunidade te

respeitam menos por causa desse problema? 46 (19,8)

6 Na sua opinião, o contato com outras pessoas a sua volta pode

trazer algum prejuízo a elas, mesmo depois de você ter sido

tratado? 12 (5,2)

7 Você sente que outras pessoas têm evitado você por causa

desse problema? 52 (22,4)

8 Algumas pessoas poderiam se recusar a visitar a sua casa por

causa dessa doença, mesmo depois que você tenha feito o

tratamento? 121 (52,2)

9 Se seus vizinhos, colegas ou outras pessoas de sua

comunidade soubessem de seu problema, eles teriam uma

opinião negativa de sua família por causa desse problema? 144 (62,1)

10 Você sente que seu problema pode causar problemas sociais

para seus filhos na comunidade? 116 (50,0)

11 A. Você sente que essa doença tem causado problemas para

você se casar? 6 (7,4)

11 B. Você sente que essa doença tem causado problemas em

seu casamento? 6 (3,8)

12 Você sente que essa doença faz com que seja difícil para outra

pessoa de sua família se casar? 43 (18,6)

13 Alguma vez te pediram para se manter afastado (a) do

trabalho ou de grupos sociais? 54 (23,3)

14 Você decidiu, por conta própria, se manter afastado (a) de

algum grupo de trabalho ou social? 112 (48,3)

15 Por causa da hanseníase, as pessoas acham que você também

tem outros problemas de saúde? 25 (10,8)

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Para avaliação das manifestações de empoderamento dos entrevistados usou-se a

escala do empoderamento (Empowerment Scale). Mais da metade dos entrevistados

discordaram que suas dificuldades eram devido à má sorte, que se sentia só, se sentia sem força,

quando inseguro seguia outras pessoas e que quase sempre poderia determinar o que irá

acontecer (Tabela 5). Da mesma forma, mais de 80% dos participantes concordaram que eram

confiantes em relação as decisões tomadas, ter algumas qualidades, que as pessoas não podem

se aborrecer somente pelo fato de não gostar das pessoas, se juntar fortalece o grupo e trabalhar

em conjunto ajuda em mudar as coisas.

A pontuação da escala variou de 51 a 82 pontos com a média de 61,1 (DP=5,7),

sendo que o escore mínimo é 1 (um) e a máxima é de 100(cem) pontos. Os valores médios mais

elevados por itens forem encontrados nas perguntas 1 (M=2,70; DP=0,50), 7 (M=2,73;

DP=0,57) e 20 (M=2,87; DP=0,42). Estas afirmações dizem respeito a capacidade de poder

quase sempre determinar o que irá acontecer, parte das dificuldades devido à má sorte e caso

inseguro segue opinião de outras pessoas. Os menores valores por itens foram encontrados nas

afirmações 10 (M=1,78; DP=0,52) e 23 (M=1,84; DP=0,43) referindo-se a força do trabalho

em conjunto na comunidade e a possibilidade de ter alguma qualidade.

Esse quadro representa os 05 domínios da escala de empoderamento e suas

respectivas questões equivalentes. No domínio autoeficácia e autoestima existem 09 assertivas

correspondentes conforme o quadro acima. O segundo domínio poder/impotência possui 06

afirmações; o terceiro domínio corresponde ao ativismo comunitário e autonomia e são

representados por 05 itens da escala. O quarto domínio corresponde a raiva justa e 03

afirmações são correspondentes a esse item e por último o quinto domínio que se refere ao

otimismo e controle sobre o futuro que possui apenas duas assertivas correspondentes.

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Tabela 5. Percentual dos casos que responderam “DISCORDO” ou “CONCORDO” na

aplicação da escala do empoderamento em Floriano, Piauí.

DIMENSÕES/ITENS

Discordo Concordo

n (%) n (%)

AUTOEFICÁCIA E AUTOESTIMA

4. Eu tenho uma atitude positiva comigo mesmo. 21 (9,1) 179 (77,2)

5. Em geral, sou confiante com as decisões que tomo. 16 (6,9) 189 (81,5)

8. Eu me vejo como uma pessoa capaz. 26 (11,2) 154 (66,4)

F 11. Frequentemente, sou capaz de superar obstáculos. 19 (8,2) 176 (75,9)

13. Quando faço planos, tenho quase certeza de que vou fazê-

los acontecer. 29 (12,5) 184 (79,3)

16. Sou capaz de fazer coisas como qualquer outra pessoa. 51 (22,1) 154 (66,4)

17. Em geral, cumpro o que planejei fazer. 41 (17,7) 173 (74,6)

21. Sinto que tenho o mesmo valor que as outras pessoas. 35 (15,1) 167 (72,1)

23. Eu acho que tenho algumas qualidades. 3 (1,3) 187 (80,6)

PODER/IMPOTÊNCIA

6. As pessoas não têm o direito de se aborrecerem somente porque não

gostam de alguém. 31 (13,4) 186 (80,2)

7. A maioria das dificuldades em minha vida foram devido à má sorte. 158 (68,1) 59 (25,4)

9. Se lamentar não leva a lugar nenhum. 12 (5,2) 177 (76,3)

14. Em geral, me sinto só. 130 (56,1) 65 (28,1)

15. Estudiosos estão na melhor posição de saber o que o povo deve

fazer ou aprender. 72 (31,1) 139 (59,9)

19. Na maioria das vezes, me sinto sem forças. 121 (52,2) 77 (33,2)

20. Quando eu estou inseguro(a) com alguma coisa, em geral, sigo as

outras pessoas (ou faço o que todo mundo faz). 190 (81,9) 34 (14,7)

ATIVISMO COMUNITÁRIO E AUTONOMIA

2. As pessoas têm mais poder se elas se juntarem uns aos outros em um grupo 17 (7,3) 187 (80,6)

10. Pessoas trabalhando juntas podem fazer diferença na comunidade. 12 (5,2) 157 (67,7%)

18. As pessoas devem tentar viver suas vidas como quiserem. 75 (32,3) 132 (56,9)

22. As pessoas têm o direito de tomar suas decisões, mesmo que se

saiam mal (ou que possam se sair mal). 68 (29,4) 143 (61,9)

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DIMENSÕES/ITENS Discordo Concordo

n (%) n (%)

24. Frequentemente, um problema pode ser resolvido com uma ação. 10 (4,3) 188 (81,1)

25. Trabalhar com outros da minha comunidade pode ajudar a mudar as

coisas para melhor. 6 (2,6) 192 (82,8)

OTIMISMO E CONTROLE SOBRE O FUTURO

1. Eu posso quase sempre determinar o que irá acontecer em

minha vida 160 (69,1) 68 (29,3)

12. Geralmente, sou otimista sobre o futuro. 29 (12,5) 179 (77,2)

24. Frequentemente, um problema pode ser resolvido com uma ação. 10 (4,3) 188 (81,1)

RAIVA JUSTA

3. Ficar com raiva de alguma coisa nunca ajuda. 18 (7,8) 177 (76,3)

6. As pessoas não têm o direito de se aborrecerem somente porque não

gostam de alguém. 31 (13,4) 186 (80,2)

9. Se lamentar não leva a lugar nenhum. 12 (5,2) 177 (76,3)

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6.2. Fatores associados a escala EMIC

As categorias “leve”, “moderado” e “elevado” foram criadas para facilitar uma

melhor compreensão da percepção do estigma através do escore da escala EMIC tendo como

referência o primeiro e o terceiro quartil. Vale ressaltar que o uso do percentil foi a estratégia

utilizada para análise, mas isto não é uma proposta de classificação, para a definição de pontos

de corte para classificação padronizada necessitaria de um estudo aprofundado.

As variáveis sexo, raça, faixa etária, escolaridade, estado conjugal, contexto geral

do trabalho, renda mensal, número de residente por domicilio, número de pessoas com quem

compartilha o quarto, cadastro do domicilio pelo ACS, participação nos movimentos sociais e

nas atividades religiosas associaram-se com a escala EMIC AP, porém sem significância

estatística (Tabela 6).

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Tabela 6. Associação entre fatores sociodemográficas e econômicas com a escala EMIC AP

dos casos novos de hanseníase em Floriano, Piauí, entre os anos 2008 a 2017

Estigma

Variáveis Leve Moderado Elevado Total

P-valor n (%) n (%) n (%) N

Sexo

Masculino 35 (29,9) 45 (38,5) 37 (31,6) 117 0,316

Feminino 25 (21,7) 53 (46,1) 37 (32,2) 115

Raça

Branca 3 (13,6) 12 (54,6) 7 (31,8) 22 0,295

Parda 37 (24,2) 66 (43,1) 50 (32,7) 153

Negra 20 (35,1) 20 (35,1) 17 (29,8) 57

Faixa etária

18 a 40 anos 18 (27,7) 26 (40,0) 21 (32,3) 65 0,770

41 a 60 anos 16 (23,2) 30 (43,5) 23 (33,3) 69

61 a 80 anos 19 (23,5) 35 (43,2) 27 (33,3) 81

>80 anos 7 (41,2) 7 (41,2) 3 (17,6) 17

Escolaridade

Analfabeto 9 (27,3) 14 (42,4) 10 (30,3) 33 0,460

Ensino fundamental 29 (23,6) 48 (39,0) 46 (37,4) 123

Ensino médio 11 (25,6) 23 (53,5) 9 (20,9) 43

Ensino superior 11 (33,3) 13 (39,4) 9 (27,3) 33

Estado conjugal

Solteiro 9 (19,2) 22 (46,8) 16 (34,0) 47 0,338

Casado 37 (26,6) 57 (41,0) 45 (32,4) 139

Divorciado 8 (44,4) 4 (22,2) 6 (33,4) 18

Viúvo 6 (21,4) 15 (53,6) 7 (25,0) 28

Contexto geral do trabalho

Nunca trabalhou 4 (40,0) 5 (50,0) 1 (10,0) 10 0,801

Ativo 27 (23,5) 49 (42,6) 39 (33,9) 115

Inativo 5 (31,2) 7 (43,7) 4 (25,1) 16

Aposentado 19 (28,4) 28 (41,8) 20 (29,8) 67

Beneficio 5 (20,8) 9 (37,5) 10 (41,7) 24

Renda mensal em SM

Sem renda 9 (23,1) 19 (48,7) 11 (28,2) 39 0,174

Menos de 1 SM 30 (23,8) 47 (37,3) 49 (38,9) 126

1 a 2 SM 14 (35,9) 19 (48,7) 6 (15,4) 39

Acima de 2 SM 7 (25,0) 13 (46,4) 8 (28,6) 28

Movimento social

Sim 21 (32,3) 28 (43,1) 16 (24,6) 65 0,227

Não 39 (23,4) 70 (41,9) 58 (34,7) 167

Atividade religiosa

Sim 37 (24,7) 60 (40,0) 53 (35,3) 150 0,315

Não 23 (28,1) 38 (46,3) 21 (25,6) 82

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Verificou-se associação estatisticamente significativa com a classificação

operacional (p=0,013), com o nível elevado do estigma mais frequente entre os multibacilares

(39,8%; n=51) e leve para paucibacilares (27,9%; n=29). De forma semelhante, observou-se

que pessoas com incapacidade apresentaram maior nível do estigma (46,4%, n=32) enquanto

pessoas sem incapacidade apresentaram nível variável do estigma entre leve e moderado

(p=0,007). Em relação a recidiva e estigma (p=0,039), percebeu-se nível mais elevado do

estigma entre pessoas que tiveram recidiva (54,2%; n=13), em relação aos que não tiveram com

a variação do estigma de moderada a grave. Já casos com reação hansênica apresentaram nível

mais elevado do estigma (46,3%; n=25), quando comparado aos que não tiveram com nível de

estigma de leve para moderado (p=0,018) (Tabela 7).

Da mesma forma, casos que não revelaram seu diagnóstico fora do domicílio

tiveram níveis de estigma considerado do moderado (46,5%; n=67) a elevado (33,3%; n=48)

(p=0,035). Casos que estavam em tratamento apresentaram estigma considerado moderado

(47,7%; n=11) e elevado (39,1%; n=9), da mesma forma a maior parte dos participantes que

não estavam em tratamento tiveram níveis de estigma do moderado (41,6%; n=87) a elevado

(31,1%; n=65). Grande parte dos casos que não revelaram o diagnóstico ao seu familiar tiveram

níveis de estigma considerado elevado (66,6%, n=4), porém não se associou com o escore da

escala (p=0,175) (Tabela 7). Não foram encontradas correlações fortes e significativas entre a

pontuação da escala EMIC e anos completos do estudo (r=-0,059; p=0,893), renda (r=-0,054;

p=0,408), idade em anos (r=-0,008; p=0,893) quantidade de pessoas no domicilio (r=0,057;

p=0,388) e quantidade de pessoas com quem divide o quarto (r=-0,053; p=0,425).

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Tabela 7. Associação entre fatores clínicos e operacional com a escala EMIC dos casos novos

de hanseníase em Floriano, Piauí, entre os anos 2008 a 2017

Estigma

Variáveis Leve Moderado Elevado Total

P-valor n (%) n (%) n (%) N

Pessoa está em tratamento

Sim 3 (13,1) 11 (47,7) 9 (39,1) 23 0,334

Não 57 (27,3) 87 (41,6) 65 (31,1) 209

Classificação operacional

Paucibacilar 29 (27,9) 52 (50,0) 23 (22,1) 104 0,013

Multibacilar 31 (24,3) 46 (35,9) 51 (39,8) 128

Incapacidade física

Sim 12 (17,4) 25 (36,2) 32 (46,4) 69 0,007

Não 48 (29,4) 73 (44,8) 42 (25,8) 163

Recidiva

Sim 3 (12,5) 8(33,3) 13 (54,2) 24 0,039

Não 57 (27,4) 90 (43,3) 61 (29,3) 232

Reação hansênica

Sim 8 (14,8) 21 (38,9) 25 (46,3) 54 0,018

Não 52 (29,2) 77 (43,3) 49 (27,5) 178

Diagnóstico com a família

Sim 59 (21,7) 97 (47,3) 70 (31,0) 226 0,175

Não 1 (16,7) 1 (16,7) 4 (66,6) 6

Diagnostico fora domicílio

Sim 31 (35,2) 31 (35,2) 26 (29,6) 88 0,035

Não 29 (20,1) 67 (46,5) 48 (33,3) 144

Não foram encontradas correlações fortes e significativas entre a pontuação da

escala EMIC e anos completos do estudo (r=-0,059; p=0,893), renda (r=-0,054; p=0,408), idade

em anos (r=-0,008; p=0,893) quantidade de pessoas no domicilio (r=0,057; p=0,388) e

quantidade de pessoas com quem divide o quarto (r=-0,053; p=0,425).

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6.3. Fatores associados a escala de empoderamento

Para esse estudo foram criadas as categorias “leve”, “moderado” e “elevado”

objetivando facilitar a compreensão da manifestação de empoderamento através do escore da

escala de empoderamento tendo como referência o primeiro e o terceiro quartil.

Ao analisar a escala do empoderamento percebeu-se que a maioria das variáveis

sociodemográficas e econômica tais como raça, faixa etária, contexto geral do trabalho,

participação nos movimentos religiosos e espirituais e as demais variáveis clínicas e

operacionais não se associaram estatisticamente com este desfecho (Tabela 8).

Verificou-se associação estatisticamente significativa com a renda (p=0,036), casos com

renda acima de 2 salários mínimos apresentaram manifestações de empoderamento de

moderado (42,9%; n=12) a elevado (35,7%; n=10), os que tinham menos de 1 salario as

manifestações de empoderamento variaram (32,5%; n=41) a moderado (42,9%; n=54) e a

maioria dos casos sem renda apresentaram a pontuação da escala como leve (51,3%; n=20).

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Tabela 8. Associação entre fatores sociodemográficas e econômicas com a escala do

empoderamento dos casos novos de hanseníase em Floriano, Piauí, entre os anos 2008 a 2017

Empoderamento

Variáveis Leve Moderado Elevado Total

P-valor n (%) n (%) n (%) N

Sexo

Masculino 40 (34,2) 46 (39,3) 31 (26,5) 117 0,946

Feminino 37 (32,2) 47 (40,9) 31 (26,9) 115

Raça

Branca 9 (40,9) 5 (22,7) 8 (36,4) 22 0,519

Parda 50 (32,7) 63 (41,2) 40 (26,1) 153

Negra 18 (31,6) 25 (43,9) 14 (24,5) 57

Faixa etária

18 a 40 anos 23 (35,4) 23 (35,4) 19 (29,2) 65 0,424

41 a 60 anos 21 (30,4) 25 (36,2) 23 (33,4) 69

61 a 80 anos 28 (34,6) 35 (43,2) 18 (22,2) 81

>80 anos 5 (29,4) 10 (58,8) 2 (11,8) 17

Escolaridade

Analfabeto 11 (33,3) 14 (42,4) 8 (24,3) 33 0,611

Ensino fundamental 42 (34,1) 50 (45,7) 31 (25,2) 123

Ensino médio 17 (39,5) 16 (37,2) 10 (23,3) 43

Ensino superior 7 (21,2) 13 (39,4) 13 (39,4) 33

Estado conjugal

Solteiro 17 (36,2) 14 (29,8) 16 (34,0) 47 0,503

Casado 44 (31,6) 59 (42,5) 36 (25,9) 139

Divorciado 8 (44,4) 8 (44,4) 2 (11,2) 18

Viúvo 8 (28,6) 12 (42,8) 8 (28,6) 28

Contexto geral do trabalho

Nunca trabalhou 4 (30,0) 3 (30,0) 3 (40,0) 10 0,128

Ativo 33 (28,7) 43 (37,4) 39 (33,9) 115

Inativo 9 (56,2) 3 (18,8) 4 (25,0) 16

Aposentado 22 (32,8) 33 (49,3) 12 (17,9) 67

Benefício 9 (37,5) 11 (45,8) 4 (16,7) 24

Renda mensal em SM

Sem renda 20 (51,3) 7 (17,9) 12 (30,8) 39 0,036

Menos de 1 SM 41 (32,5) 54 (42,9) 31 (24,6) 126

1 a 2 SM 10 (25,6) 20 (51,3) 9 (23,1) 39

Acima de 2 SM 6 (21,4) 12 (42,9) 10 (35,7) 28

ACS cadastrou domicílio

Sim 77 (33,6) 90 (39,3) 62 (27,1) 229 0,103

Não - 3 (100) - 3

Movimento social

Sim 19 (29,2) 25 (38,5) 21 (32,3) 65 0,463

Não 58 (34,7) 68 (40,7) 41 (24,6) 167

Atividade religiosa

Sim 51 (34,0) 59 (39,3) 40 (26,7) 150 0,930

Não 26 (31,7) 34 (41,5) 22 (26,8) 82

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Não foi verificado associação estatisticamente significativa entre sexo e

empoderamento (p=0,946), com a predominância do nível leve em mulheres (32,2%; n=37).

Da mesma forma, o contexto geral do trabalho e o empoderamento não se associou, entretanto,

os casos inativos apresentaram maior proporção do nível de manifestação de empoderamento

considerado leve (56,2%; n=9) (Tabela 8). Foram encontradas correlações positivas e

significativas entre o nível de manifestação de empoderamento e anos de estudo (r=0,174;

p=0,008), assim como para renda individual (r=0,188; p=0,004). Entretanto, a idade (r=-0,067;

p=0,307), número de pessoa no domicílio (r=0,005; p=0,943) e número de pessoas no quarto

(r=-0,118; p=0,074) não se correlacionou com manifestações de empoderamento.

Tabela 9. Associação entre fatores clínicos e operacional com a escala do Empoderamento

dos casos novos de hanseníase em Floriano, Piauí, entre os anos 2008 a 2017.

Empoderamento

Variáveis Leve Moderado Elevado Total

P-valor n (%) n (%) n (%) N

Pessoa está em tratamento

Sim 8 (34,8) 7 (30,4) 8 (34,8) 23 0,529

Não 69 (33,0) 86 (41,2) 54 (25,8) 209

Classificação operacional

Paucibacilar 36 (34,6) 41 (39,4) 27 (26,0) 104 0,915

Multibacilar 41 (32,1) 52 (40,6) 35 (27,3) 128

Incapacidade física

Sim 31 (44,9) 21 (30,5) 17 (24,6) 69 0,038

Não 46 (28,2) 72 (44,2) 45 (27,6) 163

Recidiva

Sim 8 (33,3) 6 (25,0) 10 (41,7) 24 0,153

Não 69 (33,2) 87 (41,8) 52 (25,0) 208

Reação hansênica

Sim 20 (37,0) 21 (38,9) 13 (24,1) 54 0,770

Não 57 (32,1) 72 (40,4) 49 (27,5) 178

Diagnóstico com a família

Sim 76 (33,7) 88 (38,9) 62 (27,4) 226 0,081

Não 1 (16,7) 5 (83,3) - 6

Diagnostico fora domicílio

Sim 31 (35,3) 29 (32,9) 28 (31,8) 88 0,187

Não 46 (31,9) 64 (44,5) 34 (23,6) 144

Em relação a incapacidade e empoderamento (p=0,038), verificou-se manifestação, para este

estudo, considerada leve (28,2%; n=46) e moderado (44,2%; n=72) em pessoas que não

tiveram incapacidade (Tabela 9).

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7. DISCUSSÃO

Esta pesquisa foi um trabalho pioneiro realizado em um município hiperendêmico

no interior do estado do Piauí para avaliar o estigma e empoderamento de pessoas acometidas

pela hanseníase que estavam em tratamento ou em pós-alta com escalas recém adaptados no

contexto brasileiro. A pesquisa revelou um cenário de maiores vulnerabilidades dessas pessoas

em um território marcado com contextos de forte estigma em relação a doença. Esta pesquisa

reitera o que os estudos de Oliveira (2018) e Pinto et. al. (2019) comprovaram que ambas as

escalas podem ser utilizadas como instrumento para mensuração tanto dos níveis de estigma

como das manifestações de empoderamento em pessoas acometidas pela hanseníase.

Considerando o cenário estudado, foi possível demostrar a associação entre ambas as escalas

com variáveis sociodemográfica, econômica e clínica, tais quais escolaridade, renda,

classificação operacional, recidiva, incapacidade, etc.

A maioria dos casos de hanseníase abordados nesta pesquisa tinham cursando

apenas o ensino fundamental. Da mesma forma estudos realizados tanto em Minas Gerais

quanto na Paraíba mostraram que a maioria dos casos abordados tinham o grau de escolaridade

considerada baixa (LIMA et. al., 2016; SANTANA et. al., 2017).

Na Indonésia, na pesquisa que avaliou associação entre dieta relacionada a pobreza

e nutrição, mais uma vez evidenciou que a maior parte dos casos abordados não possuíam

escolaridade (OKTARIA et. al., 2018). Da mesma forma pesquisa realizada em Fortaleza

investigando associação de fatores sociodemográficos e clínicos à capacidade funcional de

idosos com hanseníase evidenciou novamente uma baixa escolaridade entre os casos

(NOGUEIRA, 2017). O conjunto destes resultados apontam para uma realidade que deixam

mais complexas as ações do controle da doença, pois atualmente reconhece-se a importância da

educação no que diz respeito ao acesso e compreensão das informações pertinentes repassadas

pelos profissionais de saúde e veiculadas pelos diferentes tipos de mídia. Tal condição reforça

mais ainda a questão das vulnerabilidades que sofrem as pessoas acometidas pela hanseníase

sobretudo a social (LOPES; RANGEL, 2014; RODRIGUES et. al., 2017).

Em relação à raça, pesquisas anteriores realizadas em Floriano-PI evidenciaram a

predominância de pessoas pardas seguidas de negras (SANTOS 2015; BATISTA, 2016;

ARAUJO, 2017; BOIGNY, 2018; CARDOSO, 2018; DOURADO, 2018; NERI, 2018;), dados

que vão de encontro aos nossos achados. É importante ressaltar que a maioria da população do

município de Floriano se autodeclara como pessoas pardas, outro fato que merece destaque é o

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aumento da população parda de acordo com os dados do último senso (IBGE, 2010b). Várias

outras pesquisas realizadas em outros lugares com pessoas acometidas pela hanseníase

mostraram a predominância da população negra ou parda (ALMEIDA, 2016; CASTILHANO,

2017; FREITAS et. al., 2018; LIMA et. al., 2016; RIBEIRO, VIEIRA, CALDEIRA, 2012;

ROCHA, GARCIA, 2014; SANTOS et. al., 2017; SOUZA et. al., 2018; VIANA, AGUIAR,

AQUINO, 2016. No Brasil cada um se identifica como bem entende porque a questão racial

remete a percepção de como a pessoa se sente em relação aos outros (BRASIL, 2017a; CRESS,

2016; SANTOS, 2015). É sabido que a população que se autodeclara parda e preta são as que

mais estão em situação de vulnerabilidade social no Brasil. Outro fator que deve ser levado em

consideração é que esse resultado é oriundo do processo histórico de colonização,

miscigenação, dinâmica de ocupação territorial e organização espacial (LIMA et. al., 2010;

BRASIL, 2012a; CHAVES et. al., 2017).

Neste estudo a população de maior frequência, foi a de faixa etária compreendida

entre 61 a 80 anos, estudos realizados no Brasil demostraram que a hanseníase acometia

principalmente pessoas adultas e economicamente ativas (SANTANA et. al., 2017;

MONTEIRO et. al., 2014; SANTOS, 2015; CASTILHANO, 2017; LOPES; RANGEL, 2014;

OLIVEIRA et. al., 2016; RIBEIRO, VIEIRA, CALDEIRA, 2012; BARBOSA, ALMEIDA;

SANTOS, 2014). Alguns estudos sugerem que a população adulta e economicamente ativa está

mais propensa a entrar em contato com a bactéria e que seu adoecimento pode interferir tanto

na economia das famílias e comunidades como também na economia dos municípios (SILVA,

2015; CAMPOS et. al., 2005; MIRANZI; PEREIRA; NUNES, 2010.)

Além da faixa economicamente ativa, alguns estudos mostraram que a hanseníase

tem sido diagnosticada também em grupos de maiores de 60 anos, pessoas classificadas como

idosas no Brasil (BATISTA, 2016; NOGUEIRA, 2017; FREITAS, XAVIER, LIMA, 2017;

SANTOS, 2015; VIANA, AGUIAR, AQUINO, 2016). Importante salientar que nessa pesquisa

os idosos eram em sua grande maioria pessoas no pós-alta com apenas 6,5% em tratamento.

Tal fato pode ser explicado tanto pelo aumento da expectativa de vida da população brasileira

como também pela nova configuração familiar brasileira onde os idosos têm assumido papel de

chefe de família criando os filhos, netos e em alguns casos bisnetos (CAMARGOS;

GONZAGA, 2015; CORRÊA; MIRANDA-RIBEIRO, 2017). Como consequência desta

mudança social, idosos passaram a conviver com mais pessoas no mesmo domicílio, vale

destacar que no caso de idosos residindo com pessoas acometidas pela hanseníase sem

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tratamento merece destaque o fato do longo período de incubação da doença associada à busca

tardia pelo serviço da saúde são fatores importantes que devem ser considerados para entender

a elevação de casos de hanseníase em pessoas idosas (LIMA et. al., 2010; OLIVEN, 2010;

MILLÉO, 2014; VIANA et. al., 2015; NOBRE et. al., 2017; NOGUEIRA , 2017; SILVA ;

PAES; SILVA, 2018). Em pesquisa realizada em Floriano-PI avaliando qualidade de vida das

pessoas acometidas pela hanseníase encontrou uma população prevalentemente idosos,

aposentados e com mudança na renda (DOURADO, 2018).

Idosos são considerados mais fragilizados em comparação com indivíduos adultos

em decorrência do próprio envelhecimento (LENARDT et. al., 2016; MARTINS et. al., 2016;

BRITO et. al., 2018). Pesquisa realizada nos estados da Bahia, Piauí e Rondônia avaliando a

sobreposição da hanseníase em contextos familiares encontrou que casos referência com idade

acima de 60 anos tiveram menos probabilidade de ter sobreposição ou repetição da doença em

família (BOIGNY et. al., 2019). Estudos sugerem que essa população por ser mais velha social

e culturalmente está mais susceptível a sofrerem estigma da doença (MARTINS; CAPONI,

2010; MOREIRA et. al., 2014; LANA et. al., 2014; VIANA, AGUIAR, AQUINO, 2016).

No tocante ao estado conjugal, foi possível destacar que uma grande parcela da

população abordada neste estudo se autodeclarou como casado ou vivendo em união estável.

Dado que diverge do resultado da pesquisa conduzida no Rio de Janeiro que evidenciou a

predominância de pessoas solteiras; ainda neste quesito trabalho realizado no Maranhão

comprovou que a maioria dos casos tinham algum companheiro (ARAÚJO et. al., 2014;

LOPES; RANGEL, 2014).

Em relação ao contexto geral do trabalho, esta pesquisa evidenciou que quase

metade dos casos abordados afirmaram estar ativo no mercado do trabalho. Resultados

similares foram observados em diversas pesquisas realizadas no Brasil, onde a maioria dos

casos tinham alguma ocupação laboral, só que nem sempre era possível saber se esta atividade

era formal ou não (MOREIRA et. al., 2014; LOPES; RANGEL, 2014; ALVES; LEMOS;

PAIVA, 2017). Em pesquisa que abordou idosos em Fortaleza mostrou que a maioria dos casos

era aposentado (NOGUEIRA, 2017).

A questão do trabalho é muito importante porque impacta diretamente na renda, a

prova disto é que mais da metade dos entrevistados nesta pesquisa referiram ganhar menos de

um salário mínimo. Pesquisa conduzida conduzido em Mossoró-RN avaliando o perfil clínico

e epidemiológico de pacientes em tratamento para reações hansênicas encontrou dados

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similares onde mais de 60% dos casos tinham renda de até um salário mínimo (QUEIROZ et.

al., 2015), tanto na pesquisa realizada no Ceará como em Pará revelaram que mais da metade

dos entrevistados tinham renda de até 2 salários mínimos (MOURA et. al., 2016; BASSO;

SILVA, 2017).

De forma semelhante, em Minas Gerais na pesquisa conduzida por Lima et. al.

(2010) quase metade dos entrevistados tinham renda de até 3 salários mínimos, outro trabalho

realizado no mesmo estado mostrou que mais da metade dos casos recebiam até um salário

(MOREIRA et. al., 2014). Seguindo a mesma lógica, pesquisa conduzida com idoso no Ceará

revelou que a renda média dos entrevistados foi de 2 salários (NOGUEIRA, 2017).

Já na pesquisa feita em Indonésia metade dos casos possuíam uma renda média

considerada baixa (OKTARIA et. al., 2018). Este resultado reforça o perfil socioeconômico

precário dos casos de hanseníase e a necessidade da melhoria das condições de vida da

população como uma das estratégias fundamentais para o controle da hanseníase. Pesquisa

publicada em 2014 comprovou que a melhoria das condições sociais por meio de política

pública impacta diretamente na redução de detecção dos casos nesses locais (NERY et. al.,

2014).

Considerando a renda como uma forma de avaliar as condições socioeconômicas

da população, quanto menor a renda maior a probabilidade de viver em condições de vida

precária e com aglomerados de pessoas em espaços domiciliares. Dados desta pesquisa

comprova este fato ao perceber que quase metade dos casos residiam com mais de 3 pessoas na

mesma residência e mais de 70% dividem o quarto com mais de uma pessoa. Dados semelhantes

foram encontrados na pesquisa realizada nos estados da Bahia, Piauí e Rondônia onde mais de

80% dos casos de hanseníases residiam no domicílio com mais de 3 pessoas (BOIGNY et. al.,

2019). Dados semelhantes confirmando o aglomerado de casos no espaço domiciliar foram

encontrados em trabalho realizado em no Rio de Janeiro (LOPES; RANGEL, 2014). Várias

pesquisas realizadas no Brasil têm confirmando a tendência de ocorrência da doença em

aglomeradas tanto nos grandes centros urbanos como nos municípios interioranos (PENNA;

OLIVEIRA; PENNA, 2009; ALENCAR et. al., 2012; FREITAS; DUARTE; GARCIA, 2017;

SOUZA et. al., 2018; SCHNEIDER; FREITAS, 2018).

Nos últimos anos, o Brasil tem se empenhado em aumentar a cobertura da atenção

básica com a finalidade de ampliação do acesso de serviços de saúde para toda população

principalmente para aquelas que se encontram em diferentes contextos de vulnerabilidades

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(COSTA, 2016; SANTOS CRUZ et. al., 2017; PINTO; GIOVANELLA, 2018). Prova disto

mais de 98% dos casos novos abordados tinham domicílio cadastro pelo ACS. Pesquisas no

Brasil apontam para importância da cobertura de trabalhos de ACS nas ações do controle de

hanseníase (LANZA et. al., 2014; LEAL et. al., 2017; SOUZA; VANDERLEI; FRIAS, 2017),

entretanto vale a pena salientar que nem sempre a cobertura da população garante

necessariamente a qualidade das ações dos mesmos (COSTA et. al., 2013; MELO; QUINTÃO;

CARMO, 2015; LEAL et. al., 2017).

Considerando o caráter discriminatório da hanseníase torna-se importante uma

necessidade mais integralizada, não esquecendo é claro, aspectos clínicos. Entretanto, conhecer

o cotidiano das pessoas faz parte de uma atenção centrada no indivíduo. Na tentativa de

entender o dia a dia destas pessoas, esta pesquisa verificou que uma grande parcela dos casos

abordados não participava das atividades de movimentos sociais (associação do bairro, de

trabalhadores rurais etc.) presentes em suas comunidades e que mais de 60 % deles afirmaram

praticar alguma atividade religiosa. Entretanto é preciso destacar que o fato de não participar

destes movimentos não necessariamente significa que estas pessoas tivessem algum grau de

restrição a participação social (MONTEIRO et. al., 2014; SENA, 2015; OLIVEIRA et. al.,

2016; FERNANDES, 2016).

Da mesma forma, pesquisa conduzida em Tocantins revelou que a maioria dos

participantes não tinham limitação de atividade nem a restrição em participação social

(MONTEIRO et. al., 2014). Já na pesquisa realizada em Recife percebeu-se que a maioria dos

entrevistados apresentaram algum grau de restrição em participação social. (SILVA et. al.,

2019). (Vivenciar uma doença cheia de preconceito como é o caso da hanseníase requer uma

força maior auxiliando na tentativa de encarar a doença e na maioria das vezes a religião tem

sido usada como este auxílio em momentos difíceis. É preciso destacar que a religião pode

servir tanto de alívio emocional como fontes de recurso para o enfrentamento da hanseníase

(MELLAGI; MONTEIRO, 2009; LEITE; CALDEIRA, 2015; MUÑOZ MARTÍNEZ, 2018).

O fato de a maioria das pesquisas supracitadas não encontrar algum

comprometimento na vida social não tira o caráter estigmatizante e discriminatória que esta

doença carrega (CARNEIRO DA SILVA, 2014; ADHIKARI et. al., 2013).

Da mesma forma que a religião pode servir de fonte de apoio para o enfrentamento

da hanseníase, no passado o termo lepra utilizado na bíblia trazia uma conotação de pecado e

impureza gerando rejeição e medo fortalecendo o estigma da doença (SILVEIRA, 2014). Na

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tentativa de compreender e criar mecanismo de enfrentamento do estigma vivenciado pelas

pessoas afetadas pela hanseníase elaborou-se instrumento validado internacional e

nacionalmente (WEISS et. al., 1992; RENSEN et. al., 2011; VAN BRAKEL et. al., 2012;

MORGADO et. al., 2017; OLIVEIRA, 2018), permitindo a realização de várias pesquisas em

diversos contextos tendo como finalidade a mensuração do estigma. A aplicação deste

instrumento nesta pesquisa revelou que apenas 3% (7) dos entrevistados afirmaram não

experimentaram nenhum tipo de estigma relacionado a doença.

A aplicação da escala EMIC-AP possibilitou identificar alguns questionamentos

por parte dos participantes em relação aos itens (7) você sente que outras pessoas têm evitado

você por causa desse problema? (11) a você sente que essa doença tem causado problemas para

você se casar?; e (12) você sente que essa doença faz com que seja difícil para outra pessoa de

sua família se casar?

No que diz respeito ao item (7) alguns participantes relataram que seus diagnósticos

não foram revelados para pessoas fora do ambiente familiar, ou seja, para pessoas que não eram

parentes próximos. Dessa forma, eles afirmaram não ter sentido tantos episódios de “rejeição”

ou “segregação” porque apenas o núcleo familiar soube do diagnóstico. Alguns deles relataram

que caso as pessoas soubessem “certamente” evitariam contato próximo e deixariam até mesmo

de frequentar a casa dessa pessoa. Sugerindo que a pergunta poderia ser reformulada (você

acredita que se outras pessoas soubessem do seu problema poderiam lhe evitar?). Os

sentimentos descritos pelos entrevistados, descrevem a certeza de que seriam excluídos de

alguma forma. Outros relataram que os primeiros a discriminarem eles eram os próprios

parentes do núcleo familiar, dessa forma a segregação começou dentro de casa, separando os

talheres, pratos, copos, cadeiras, seja evitando contato físico e/ou até mesmo isolando a pessoa

durante o tratamento PQT.

A estigmatização pode surtir um efeito negativo em grupos marginalizados uma vez

que pode paralisar os grupos de menor poder (ELIAS, SCOTSON, 2000). Muñoz Martínez

relata a importância da família no enfrentamento da discriminação, desenvolvendo uma série

de estratégias de resistência e sobrevivência tais como o acobertamento e ressignificação da

doença e mobilidade espacial (abandono da casa e laços sociais). Quando a discriminação parte

do próprio espaço familiar o enfrentamento disto por parte dos que sofrem ficam mais

fragilizados (MUÑOZ MARTÍNEZ, 2018).

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Quanto aos itens (11) e (12) da escala EMIC -AP que se referem ao casamento

causou surpresa para os entrevistados. A maioria questionou o motivo dessa questão estar ali

dizendo que no Brasil as características socioculturais são diferentes de países asiáticos e que,

portanto, as perspectivas matrimoniais não são influenciadas pela saúde de um parente próximo.

É sabido que existem estudos que demonstraram de que maneira as doenças tidas como

estigmatizantes podem interferir nas inter-relações sociais, inclusive casamento ou pretensões

de matrimônio. (WEISS, 1997; VLASSOFF et. al., 2000; TRONCA, 2000; KAUR,, 2003;

MUÑOZ MARTÍNEZ, 2018). Infelizmente vivemos em uma sociedade em que as pessoas

podem estar sujeitas a discriminação por conta do estado de saúde (MUÑOZ, SALINAS, 2018).

Os itens da escala EMIC-AP que apresentaram escores mais elevados foram: (3)

você tem uma opinião negativa a seu respeito por causa desse problema? Ele diminuiu seu

orgulho ou auto respeito? (8) algumas pessoas poderiam se recusar a visitar a sua casa por causa

dessa doença, mesmo depois que você tenha feito o tratamento? (9) se seus vizinhos, colegas

ou outras pessoas de sua comunidade soubessem de seu problema, eles teriam uma opinião

negativa de sua família por causa desse problema?; e (10) você sente que seu problema pode

causar problemas sociais para seus filhos na comunidade? Esses itens são referentes a

sentimentos de vergonha/constrangimento da pessoa acometida, opinião negativa da família por

parte da comunidade, exclusão dos filhos da pessoa acometida em decorrência da hanseníase e

por obterem as médias mais elevadas contribuíram de forma significativa a para as médias mais

elevadas de estigma.

Esse estudo vai de encontro com estudo de Muñoz Martínez (2018) com pessoas

convivendo com HIV/Aids que selecionam cuidadosamente a pessoa que irá saber sobre sua

nova condição de saúde para não sofrer discriminação, chegando até mesmo a omitir ou dizer

que está acometido por outra enfermidade não-estigmatizante para justificar as constantes idas

ao posto de saúde bem como as mudanças visíveis no corpo. Também com pesquisa realizada

Lustosa et. al. (2011) com pessoas acometidas pela hanseníase que relataram ocultarem a

doença para não sofrerem discriminação e/ou preconceito.

Esses itens que mais pontuaram revelaram os aspectos de maior destaque na escala

EMIC –AP, nos chamam a atenção para o fato que um dos maiores receios das pessoas

acometidas pela hanseníase que diz respeito a forma como as interferências nas relações sociais

pode levá-los às situações de discriminação, rejeição, constrangimento, sofrimento mental,

isolamento do convívio social podendo se estender a problemas no trabalho dessa pessoa

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acarretando em prejuízos econômicos e até mesmo no abandono do tratamento. (CASTRO et.

al., 1996; WEISS; RAMAKRISHNA, SOMMA, 2006; LITT, BAKER, MOLYNEUX, 2012;

SILVA, ALBUQUERQUE, ANTUNES, 2014; MUÑOZ MARTÍNEZ, 2014; KAEHLER et.

al., 2015; LOURES et. al., 2016).

Além disto, o estudo encontrou a associação estatisticamente significativa entre o

estigma e a classificação operacional, incapacidade física, recidiva, reação hansênica e revelar

o diagnostico no espaço extradomiciliar. Em pesquisa realizada na Indonésia encontrou que

somente 35,5% dos casos afirmaram ter experimentados algum tipo de estigma relacionado a

hanseníase (VAN BRAKEL et. al., 2012). Esta alta de proporção de pessoas que vivenciaram

o estigma nesta pesquisa pode ter sua explicação no preconceito que a doença carrega no

município. Vale salientar que há relatos verbais afirmando fechamento de uma escola estadual

neste município por conta da discriminação da doença e que a rua da escola ficou conhecida

como a rua da hanseníase. Estes achados reforçam a noção do que o estigma é um fenômeno

muito atrelado ao contexto cultural afetando de diversos aspectos do cotidiano das pessoas,

havendo uma necessidade de criar intervenções para poder enfrentá-lo (SERMRITTIRONG;

VAN BRAKEL, 2014; GARBIN et. al., 2015; TOSEPU et. al., 2018).

Pesquisa realizada na Índia avaliando o nível de estigma percebido e seus fatores

de risco encontrou uma associação estatisticamente significativa em relação à idade,

escolaridade e ocupação (DAS et. al., 2015). Dados que divergem dos nossos achados, apesar

da falta da associação com o contexto geral do trabalho em específico para aqueles que recebem

algum benefício social, sabe-se que no Brasil geralmente que tem acesso legalmente a esses

benefícios são pessoas da baixa renda (RASELLA et. al., 2013; SEGURADO; CASSENOTE;

LUNA, 2016; SILVA; PAES; SILVA, 2018), entretanto várias pesquisas apontam associação

entre a hanseníase piores condições socioeconômicas (NERY et. al., 2014; SEGURADO;

CASSENOTE; LUNA, 2016; MONTEIRO et. al., 2017; OKTARIA et. al., 2018).

Quanto maior a carga da doença possivelmente maior o estigma vivenciado. Já a

pesquisa realizada no sudeste da Nigéria avaliou a situação do estigma na hanseníase do ponto

de vista das pessoas afetadas pela hanseníase e daquelas que vivem na comunidade revelou que

a percepção de estigma foi maior entre solteiros, mulheres, cozinheiras, comerciantes, artesãos

e participantes que possuíam ensino fundamental e médio (IBIKUNLE; NWOKEJI, 2017).

Todavia nesta pesquisa não foi encontrada associação do estigma em relação ao sexo menos ao

estado civil, apesar disto sabe-se que mulheres com hanseníase experimentam mais estigma do

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que homens havendo necessidade de levar em consideração questões de gênero nas

intervenções contra o estigma (MARAHATTA et. al., 2015; HOFSTRAAT; VAN BRAKEL,

2016; SARKAR; PRADHAN, 2016; DIJKSTRA et. al., 2017; SOUZA et. al., 2018).

Considerando o fato da associação entre a reação hansênica e o estigma pode ser

entendido na perspectiva de que as reações são episódios de agudização de uma condição

crônica que afeta de maneira considerável o aspecto físico de pacientes podendo deformá-los

debilita-los chegando a interferir as vezes na terapêutica dos mesmos (WHITE, 2011;

SUCHONWANIT; TRIAMCHAISRI; RATTANAKAEMAKORN, 2015; HUNGRIA et. al.,

2017; COSTA et. al., 2018; AMBROSANO et. al., 2018). É importante ressaltar que muitas

vezes os determinantes do estigma da hanseníase podem estar associados os aspectos físicos

deformantes que algumas pessoas podem ter, medo de transmissão da doença entre outro

(SERMRITTIRONG; VAN BRAKEL, 2014; COSTA et. al., 2015; CHUKWU et. al., 2018;

PEREIRA, 2013). Estratégias de redução de estigma devem se concentrar na educação em

saúde, visando aliviar sua percepção sobre a doença com sua participação ativa (ADHIKARI

et. al., 2013).

Geralmente pacientes multibacilares apresentam maior carga da doença podendo

levá-los ao desenvolvimento de reação hansênica, recidiva, incapacidade física entre outras

complicações. Essas condições podem ter graves consequências psicossocial na vida destas

pessoas causando estigma e preconceito que na maioria das vezes parecem estar atrelados aos

impactos na aparência que a doença causa, consequência de todo isso essas pessoas vivenciam

perda de autoestima, dignidade, medo, vergonha, desespero e sensação de culpa

(SERMRITTIRONG; VAN BRAKEL, 2014; KAEHLER et. al., 2015; GOVINDHARAJ;

SRINIVASAN; DARLONG, 2018, PEREIRA, 2013). Infelizmente poucos estudos tem

abordados associação do estigma com aspectos clínicos encontrados nesta pesquisa tais como

a classificação operacional, a recidiva e reação hansênica. Apesar desta escassez de trabalhos,

há um consenso na literatura de que pessoas acometidas pela hanseníase enfrentam situações

de abandonos e negligencias tanto pela família como pela comunidade, situações que

geralmente tende a piorar sofrimentos vividos por estas pessoas (ADHIKARI et. al., 2013;

ADHIKARI et. al., 2014; MARAHATTA et. al., 2015; LUSLI et. al., 2015; TOSEPU et. al.,

2018; SINGH; SINGH; MAHATO, 2019; DADUN et. al., 2019).

Diversos estudos sobre empoderamento chamam a atenção para a existência do

empoderamento individual, comunitário ou coletivo como também de classe social. (SHOR e

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FREIRE, 1986; BAQUERO, 2012; FREIRE, 1991; VASCONCELOS, 2017; ROMANO, 2002;

COMBLIN, 2007).

O empoderamento está relacionado com aumento da autoestima (MORRIS et. al.,

2014; GUIMARÃES et. al., 2018; PASSOS; WALTENBERG, 2016; LEITE, 2018;

SIMPLÍCIO; ALBUQUERQUE; LOPES, 2015; MALAPIT et. al., 2015; STEVENSON,

ALLEN, 2017; WANG et. al., 2017;). Lembrando que segundo a WHO (1998) “o

empoderamento pode ser um processo social, cultural, psicológico ou político através do qual

indivíduos e grupos sociais são capazes de expressar suas necessidades. Apresentar suas

preocupações.

Para Baquero (2012) “(...) o empoderamento individual, fundado na perspectiva

crítica da realidade social, é fundamental, mas tal aprendizagem precisa ter relação com a

transformação mais ampla da sociedade”. Dessa forma, o despertar da consciência crítica no

empoderamento contribui para perceberem as condições de transformar a realidade.

(BARQUERO, 2012; SILVA, CHAGAS, 2016).

Em relação à escala de empoderamento os itens da escala que obtiveram mais

afirmações foram as seguintes: (5) Em geral sou confiante com as decisões que tomo; (6)As

pessoas não têm o direito de se aborrecerem somente porque não gostam de alguém; (10) As

pessoas trabalhando juntas podem fazer a diferença na comunidade; (23) Eu acho que tenho

algumas qualidades; (25) Trabalhar com outros da minha comunidade pode ajudar a mudar as

coisas para melhor. Sendo questões relacionadas aos fatores de autoestima e auto eficácia, e

ativismo comunitário.

Em relação à escala empoderamento no 5º fator referente a “Ira ou Raiva justa”

surgiram alguns questionamentos por parte dos entrevistados ao serem indagados quanto aos

itens (3) Ficar com raiva de alguma coisa nunca ajuda; e (9) Se lamentar não leva a lugar

nenhum; alguns entrevistados disseram que concordavam que não ajudava, mas que não

guardavam rancor e/ ou faziam lamentações. Assim, é possível observar a ausência de atitudes

proativas das pessoas acometidas pela hanseníase, aceitando a relação de hierarquia entre

profissionais de saúde e paciente, dentre outras condições.

Sobre os itens referente à 2º dimensão: poder/impotência 15 Estudiosos estão na

melhor posição de saber o que o povo deve fazer ou aprender. e 20 Quando estou inseguro(a)

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com alguma coisa, em geral, sigo as outras pessoas ou faço o que todo mundo faz. Alguns

solicitaram explicação, sentiram dificuldades na compreensão.

Isso também aconteceu com o item 11 Frequentemente sou capaz de superar

obstáculos a palavra obstáculo foi explicada como sinônimo de dificuldades da vida. Esse item

está relacionando a dimensão autoeficácia e autoestima.

Outras questões que obtiveram maior pontuação estavam alinhadas ao conceito de

empoderamento comunitário e ira, porque não falar em empoderamento de classe social (25 e

10) pois a partir da compreensão da realidade de forma lúcida e crítica será possível transformá-

la através da relação dialética homem-mundo (FREIRE, 1991; FREIRE, 1979; SHOR e

FREIRE, 1986) .Os valores mais elevados por itens forem encontrados nas perguntas 1 Eu

posso sempre determinar o que irá acontecer na minha vida, 7 A maioria das dificuldades em

minha vida foram devido à má sorte e 20 Quando eu estou inseguro(a) com alguma coisa, em

geral, sigo as outras pessoas (ou faço o que todo mundo faz).

Estas afirmações dizem respeito ao empoderamento individual da pessoa acometida

pela hanseníase onde esse indivíduo possui capacidade de refletir e interpretar sua realidade

social e produzir mudanças significativas para a construção de uma sociedade mais humana

através do engajamento de processos sociais. (ROMANO, 2002; SEM, 1997).

Além da associação com o estigma, também o estudo encontrou a associação

estatisticamente significativa entre o empoderamento e a renda mensal individual e a

incapacidade física.

Diversas pesquisas realizadas têm evidenciadas que o empoderamento está

diretamente associado à educação (MONTEIRO, 2012; SINHAROY, 2018; PRINCEWILL,

2017; BARBOSA, MUHL, 2016; DACIO, 2017; SILVA, PINHEIRO; CHAGAS, 2016;

VALOURA, 2005; FREIRE, 2011; SHOR e FREIRE, 1986; BAQUERO, 2012; FREIRE

1991). Apesar da falta de associação nesta pesquisa entre o empoderamento e a educação,

Monteiro (2012) refere-se a baixa escolaridade pode ser um dos fatores que dificultam a adesão

ao tratamento bem como as medidas de autocuidado devido à dificuldade na compreensão às

orientações sobre o tratamento e os cuidados necessários com sua nova condição de vida

causada pela doença (MIRANZI; PEREIRA; NUNES, 2010). Preocupada com essa realidade

a ONU Mulheres e o Pacto Global estabeleceram princípios, entre eles está incluída a promoção

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da educação, capacitação e desenvolvimento profissional visando ao empoderamento feminino

(ONU, 2017).

Em pesquisa realizada em Bangladesh demonstrou que mulheres com qualquer grau

de escolaridade pós-primária foi positivamente associado à capacidade de mulheres de ter voz

frente aos seus parceiros. Da mesma forma, essas mulheres pareciam estar mais aptas a negociar

melhores dietas e cuidar mais de si próprias (SINHAROY, 2018). O estudo de Princewill et.

al., (2017) realizada sobre a influência da educação no exercício da autonomia reprodutiva das

mulheres nigerianas casadas verificou que a educação formal proporciona às mulheres o

conhecimento de que precisam para ter acesso a serviços de saúde adequados para si e para seus

filhos.

Não há como pensar em empoderamento sem pensar na educação porque não há

educação neutra (FREIRE, 2011). O empoderamento do paciente e a adesão à medicação em

todas as condições médicas verificou que uma visão equilibrada de todas as dimensões da escala

seria mais benéfica para facilitar a adesão ao tratamento (NÁFRÁDI, NAKAMOTO, SCHULZ,

2017).

Em pesquisa realizada por Arruda (2005), muitos dos participantes afirmaram que

o empoderamento individual ajuda o paciente a fazer escolhas assertivas que influenciam sua

vida; por isso, a forma como as informações são transmitidas ao paciente e seus familiares

devem ser repensadas para evitar falhas na comunicação. Estudo realizado nos estados de

Michigan, Ohio e Texas evidenciaram que a idade e os níveis de escolaridade não estavam

relacionados as mudanças no aspecto físico das mulheres latinas que sofriam violência por

parceiro íntimo (MONTEIRO, 2012).

Outra pesquisa conduzida em Campina Grande com mulheres vítimas de violência

mostrou uma necessidade por parte dos profissionais de saúde que desenvolve atendimento de

forma integral empoderando-as auxiliando e encorajando no rompimento do ciclo da violência

(GUIMARÃES et. al., 2018). Além disto há também pesquisas que demostram o papel da

educação no empoderamento das mulheres em relação ao uso de contraceptivos como também

na amamentação entre mães adolescentes (BLACKSTONE, 2017; BOOTSRI;

TANEEPANICHSKUL, 2017).

Nesse estudo o empoderamento esteve associado em relação a renda. Diversas

pesquisas realizadas no Brasil encontraram associação entre o empoderamento e o Programa

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Bolsa Família (PBF) como instrumento de transferência de renda. (LEROY et. al., 2011;

MOREIRA et. al., 2012; WILIAMS, 2014; MATTA, MOREIRA, SILVA, 2012; GUSMÃO,

2009; MARIANO, CARLOTTO 2012; BARROS, MELO, 2016).

A pobreza é perpetuada pelas relações de poder entre diferentes classes sociais que

acaba causando um estado de “desempoderamento” das populações mais vulneráveis, uma vez

que parte do princípio de que pessoas e grupos pobres, em especial mulheres, idosos e crianças

não possuem poder suficiente para melhorar suas condições e posição nas relações de poder e

dominação nas quais estão inseridos (ROMANO; ANTUNES, 2002; MOREIRA et. al., 2012;

WILIAMS, 2014). Assim, um dos objetivos dos programas de transferência de renda é o

rompimento do “ciclo da pobreza” e o empoderamento dos grupos mais vulneráveis

(ROMANO; ANTUNES, 2002; MOREIRA et. al., 2012; BARROS; MELO, 2016).

O Programa Bolsa Família (PBF) surge com o propósito de romper o ciclo de

pobreza, trazendo benefícios à população em situação de vulnerabilidade, ao garantir uma renda

que auxilie no provimento das necessidades da família que, por sua vez, deve cumprir as

obrigações do programa (BRASIL, 2013; SOUZA, MARIN, 2017; SENNA; BRANDÃO;

DALT, 2016). O PBF estimula essas famílias a assumirem responsabilidade no que diz respeito

à educação e à saúde, colocando essas famílias em situação de empoderamento (BRASIL, 2013;

SOUZA, MARIN, 2017; SENNA; BRANDÃO; DALT, 2016; MORAES; MACHADO, 2017).

Os programas de transferência de renda condicionada, além de funcionarem como

um complemento na renda de uma parte da população menos favorecida, reduzem a

vulnerabilidade social e a perpetuação da pobreza ao incentivar o acesso a serviços públicos de

saúde e educação uma vez que criam condições para essas famílias saíam do ciclo de pobreza

(GUSMÃO, 2009; BRASIL, 2013; SOUZA, MARIN, 2017; SENNA; BRANDÃO; DALT,

2016; MORAES; MACHADO, 2017).

Williams (2014) em sua pesquisa sobre o empoderamento feminino e as mulheres

do programa Bolsa Família mostrou que o Programa não pode ser considerado um instrumento

de empoderamento efetivo e perene das mulheres mães que dele participam com seu trabalho

efetivo e gratuito. Sugerindo que para que essas mulheres sejam de fato empoderadas, faz-se

necessário mais que somente a transferência de renda.

Corroborando com esses achados Mariano e Carlotto (2009) encontraram

resultados semelhantes em que as mulheres entrevistadas relacionavam trabalho com as noções

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de autonomia e de poder. Dessa forma, as condicionalidades do PBF produzem um aumento de

responsabilidades para as titulares do benefício, mas não incluem em suas estratégias a oferta

de serviços públicos para tarefas reprodutivas básicas (MORAES; PITTHAN; MACHADO,

2018; SILVA; PAES, 2019; ROSALINI et. al., 2019).

Se os centros de educação infantil figurassem entre os direitos das crianças inseridas

no PBF, encontraríamos mais elementos para mudanças nas condições de autonomia das

mulheres titulares do benefício. Segundo, Barros e Melo (2016), identificaram que o

empoderamento econômico não garante o empoderamento psicológico das mulheres de baixa

renda, uma vez que não havendo mudanças significativas na maneira de pensar e de agir no

âmbito individual e nem social. São unanimes em afirmar que o PBF não trouxe

empoderamento no sentido amplo para as beneficiárias. O PBF pode influenciar

significativamente tanto no empoderamento quanto na mobilidade social das beneficiárias

(LEROY et. al., 2011).

Moreira e colaboradores (2012) ao realizar estudo sobre a importância do CRAS na

execução do PBF e no processo de empoderamento observou uma melhoria nas condições de

vida, nas relações familiares, conscientização e autoestima, implicando reflexos sobre o

empoderamento feminino através do CRAS por intermédio do interesse das mulheres por

cursos, oficinas, informações sobre programas sociais e atendimento psicológico. Portanto,

pode-se dizer que o ciclo do empoderamento das mulheres beneficiárias do Bolsa Família pode

ser completado, pois consegue atingir as três dimensões (individual, familiar e comunitária)

(PASSOS; WALTENBERG, 2016; LEITE, 2018).

Alguns estudos constataram, que a posse do cartão do PBF propõe um status para

essas mulheres, uma vez que a maioria delas nunca possuiu conta ou sequer frequentou agências

bancárias, sendo este um fator que valoriza e pode legitimar as mulheres como cidadãs

(MOREIRA et. al., 2012; FONSECA et. al., 2013; BARBOSA; DIÓGENES;

MONT’ALVERNE, 2014; CARMO et. al., 2016). Mas que se faz necessário um maior

conhecimento por parte das mulheres e instrução a respeito do PBF e das condicionalidades

para que se torne mais fácil o cumprimento das regras para participação do programa

(MONNERAT et. al., 2007; KAISER; HAYDU; GALLO, 2015).

Gusmão (2009) em sua pesquisa realizada em Minas Gerais demonstrou que o PBF

influencia positivamente o empoderamento das beneficiárias para além da dimensão

econômica. Dessa forma, constatou-se que, nas mulheres mais empoderadas, o PBF foi mais

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exitoso quando as mesmas se adequavam melhor às condicionalidades e como também pelo

fato delas possuir uma consciência social que impedias de estar com medo de perder o

benefício.

Morais e Rodrigues (2016) ao estudar o Empoderamento feminino como

rompimento do ciclo de violência doméstica, verificou que para que as mulheres consigam

romper com o ciclo de violência doméstica faz-se necessário que elas tenham independência

financeira e procurem ajuda adequada para que possam vencer, principalmente, a questão

psicológica.

De forma semelhante casas de abrigos podem atuar como vetores do

empoderamento das mulheres vítimas de violência doméstica e que essas experiências podem

contribuir para a restauração da autoestima bem como das expectativas de vida dessas mulheres.

Assim, fica claro que o abrigamento, para as vítimas de violência doméstica pode funcionar

como um novo despertar na vida destas pessoas, possibilitando uma nova perspectiva para o

futuro (SIMPLÍCIO; ALBUQUERQUE; LOPES, 2015; MALAPIT et. al., 2015;

STEVENSON, ALLEN, 2017; WANG et. al., 2017; GUIMARÃES et. al., 2018).

Leroy et. al. (2011) consideram que o Programa Bolsa Família pode influenciar

significativamente tanto no empoderamento quanto na mobilidade social das beneficiárias. De

forma semelhante Azra Batool (2017) em sua pesquisa demonstrou que trabalho remunerado,

idade, renda e propriedade apareceram como fatores preditores positivos e significativos do

empoderamento econômico das mulheres.

No tocante a empoderamento de pessoa com algum tipo de incapacidade física,

Aragão (2010) descreve, em pesquisa realizada em Sobral–Ce., que atualmente existem

mobilização de uma parte da sociedade que tenta estabelecer políticas públicas a favor de

pessoas com alguns tipos de necessidades especiais, mas que infelizmente ainda não existe o

empoderamento dessas pessoas e de seus familiares, como também há necessidade de

profissionais da saúde e da academia para a construção dos espaços acessíveis para este grupo.

Dantas et. al. (2014) ao estudar o empoderamento e o uso da auto-advocacia em

pessoas com deficiência evidenciou que em algumas situações os clichês que se colocam na

representação da mulher com deficiência na sociedade atual tendem a salientar as fragilidades

destas mulheres colocando-as em situação de dupla desvantagem e vulnerabilidade.

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Arioza (2017) chegou à conclusão de que o desempoderamento ainda é uma

realidade vivenciada pelas famílias das pessoas com necessidades especiais, e como estas

interferem na tomada de decisões e no empoderamento acerca da vida escolar de seus filhos.

Arraes et. al. (2012) ao estudarem estratégias de empoderamento de usuários no

campo da saúde mental no nordeste brasileiro evidenciou que a participação nas conferências

aparece, como importante analisador das práticas de empoderamento dos usuários no campo da

saúde mental, bem como a amplitude e conformação dos jogos de força existentes no cenário

local, com práticas tutelares que muitas vezes obstaculizam a participação ampla e efetiva dos

diversos atores.

Estudo realizado por Campos et. al. (2014) sobre o empoderamento e qualidade de

vida de adolescentes trabalhadores evidenciaram que o cluster com alto empoderamento

apresentou maiores médias dos escores de qualidade de vida em todos os domínios, onde

concluiu-se que melhores escores de qualidade de vida foram encontrados no grupo de

adolescentes com maior empoderamento.

Estudo sobre a Equivalência de medição da escala de empoderamento para pessoas

brancas e negras com doença mental demonstrou diferenças sutis nas propriedades

psicométricas dessa medida sugerindo que a conceituação do construto do empoderamento se

dá de maneira diferentes entre negros e brancos. Pessoas negras tiveram limiar mais baixo sobre

alguns itens que dimensionam autoestima e impotência. Além disso, os entrevistados brancos

viam as três dimensões do empoderamento (autoestima, impotência e ativismo) como mais

distintas, enquanto essas três características eram mais fortemente inter-relacionadas para os

negros (MORRIS et. al., 2014).

Para que o empoderamento seja efetivado, o sujeito deve ter participação social. O

alcance do nível de cidadão para o exercício da verdadeira cidadania requer o respeito mútuo,

a proteção, a liberdade e a consciência dos direitos e deveres. Assim, é preciso repensar as

práticas em saúde, de forma a inserir o indivíduo nas discussões para que este se envolva no

processo de cuidar de si e dos outros (FREIRE, 2011; NÁFRÁDI, NAKAMOTO, SCHULZ,

2017). O empoderamento em seu sentido transformador na vida dos pacientes possibilita

criação de uma consciência política nos usuários para que estes não sejam meros ouvintes e

praticantes, condicionados a executar ordens (BACKES et. al., 2009; FREIRE, 2011).

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Em pesquisa conduzida no Paquistão entre mulheres casadas em idade reprodutiva

demonstrou que as mulheres tendiam a obter maior poder de decisão na sua família e

comunidade com o aumento da idade, maior grau de alfabetização, maior número de filhos ou

pertencer a uma família com o maior poder aquisitivo (HAMEED et. al., 2014).

O empoderamento vem sendo discutido em vários lugares no mundo sendo

utilizado fortemente como ferramenta na área da saúde mental e também com potencial de

auxiliar pessoas a melhorarem sua qualidade de vida tornando-a mais seguros e confiantes

(FREIRE,1981; FREIRE, 1979; SANTOS; PEREIRA, 2012). A autonomia na saúde somente

se concretiza quando há confiança no profissional de saúde por parte do paciente e que o

profissional de saúde se torna a pessoa responsável por empoderar o indivíduo, “informando-o

devidamente sobre as alternativas e as diversas possibilidades de tratamento diante de uma

doença, cabendo não induzir, mas recomendar e orientar para a melhor decisão” (SOARES,

2012). O processo do empoderamento na saúde assume um papel fundamental na atualidade,

exigindo para além de habilidades técnicas, empoderar significa preparar o outro para que

participe ativamente em todos os processos do ciclo de sua vida, desde o nascer e passando pelo

crescer, viver e morrer em uma sociedade (SOARES, 2012).

Para um estudo mais completo devemos levar em conta os processos socioculturais

inter-relacionados aos determinantes sociais e representações sociais da hanseníase para que

possamos desenhar estratégias junto aos atores nesse processo de aderência ao tratamento

levando em conta os enfoques psicossociais e biomédicos, sendo necessário rever a forma como

essas pessoas vem sendo acompanhados pelos serviços de saúde (SUS) desde o momento do

diagnostico até no período de pós-alta. Deste modo, é preciso ampliar as discussões a respeito

de aspectos psicossociais e culturais em relação ao modo de como a doença é vista, vivenciada

e enfrentada por estas pessoas.

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7.1 LIMITAÇÕES DO ESTUDO

Foi utilizado para identificação da amostra, a base de dados do SINAN. Somos cientes

dos investimentos realizados para uma maior confiabilidade do banco, entretanto permanecem

endereços incompletos, desatualizados ou inexistentes, e ou dados sem preenchimento. Ainda,

no contexto da identificação do domicilio, podemos ressaltar as dificuldades de encontrar os

mesmos, devido as mudanças frequentes, provocadas pela ausência de moradia própria ou

existência da ocupação desordenada em áreas federais, favorecendo a uma migração contínua.

Destaca-se, que, os dados desatualizados do SINAN dificultaram o processo de coleta e

análise, dentre os frequentes encontra-se tempo de tratamento, classificação operacional.

A condição inovadora do estudo, caracteriza-se como um aspecto positivo ao mesmo

tempo em que pode ser uma limitação. Pois estas escalas foram recentemente validadas

(Oliveira, 2018, Oliveira et.al., 2019, Pinto et.al., 2019). E esta é explicada pela ausência de

artigos publicados com a utilização da escala no Brasil, dificultado assim uma melhor analise

criticado instrumento nesse contexto.

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8. CONCLUSÃO

Os resultados corroboram com outros estudos, com relação ao perfil sociodemográfico,

econômico e clinico. Os dados apresentaram maior prevalência de pessoas do sexo masculino,

pardos, adultos, com baixo nível escolar, casados, com baixa renda e que frequentam atividade

religiosa.

A maioria não se encontrava em tratamento, apresentam classificação multibacilar, sem

incapacidade física, com revelação do diagnóstico para família. O estudo identificou um cenário

de vulnerabilidade social e baixa renda, o que é fortalecido por resultado de outros estudos com

hanseníase.

O estigma permanece em evidência, esse estudo reafirma outras pesquisas de que as

pessoas acometidas pela hanseníase multibacilares, com incapacidades físicas, que

apresentavam reação hansênica e recidivas apresentam níveis mais elevado de estigma, com

achados estatisticamente significantes.

No aspecto empoderamento e hanseníase, foi encontrado que pessoas com renda

superior a 2 salários mínimos apresentaram manifestações de empoderamento classificados

como moderado a elevado, enquanto que, a maioria dos casos sem renda apresentaram a

pontuação da escala considerado como leve. Demonstrando que quanto menor a renda menor

foi as manifestações de empoderamento.

Quanto a pessoas com incapacidades, os achados são estatisticamente significantes,

encontrando que, pessoas com incapacidades apresentam níveis leve de manifestação de

empoderamento. Os dados ainda apresentaram uma associação positiva com anos de estudo e

melhores níveis de manifestação de empoderamento.

O uso das escalas apresentou uma boa aceitação dos participantes ao mesmo tempo em

que descreveu achados que podem colaborar e ou fortalecer à atenção integral às pessoas

acometidas pela hanseníase.

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148

APÊNDICE A: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Prezado (a) Sr/Sra.,

Você está sendo convidado (a) a participar, como voluntário (a), da pesquisa: “Estigma da

hanseníase e empoderamento das pessoas acometidas no município de Floriano- PI, período de

2008 a 2017.”. Sua participação é importante, porém, você não deve participar contra a sua vontade. Leia

atentamente as informações abaixo e faça qualquer pergunta que desejar, para que todos os

procedimentos desta pesquisa sejam esclarecidos.

Neste estudo queremos entrevistar pessoas com diagnóstico de hanseníase notificadas no

SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) em tratamento de PQT ou no pós-alta

residentes na zona urbana do município do Floriano, Piauí, no período de 2008 a 2017. O nosso principal

objetivo é analisar o estigma da hanseníase e o empoderamento das pessoas acometidas de forma que

possamos dimensionar o estigma da hanseníase e empoderamento das pessoas afetadas pela hanseníase

de forma a compreender aspectos sociais, culturais, demográficos e relacionados à própria doença . As

perguntas que serão realizadas também permitirão desenhar estratégias de enfrentamento do estigma e

promoção da inclusão social.

A pesquisa apresenta risco mínimo quanto à dimensão física, psíquica, moral, intelectual, social,

cultural ou espiritual do participante, por se tratar de um questionário que busca indagar as impressões

dos entrevistados. Entretanto, caso as perguntas desenvolva algum desconforto em você, a qualquer

momento poderá desistir de participar do estudo.

Informo que será cumprido as questões éticas especificadas na Resolução 466/12 do Conselho

Nacional de Saúde (CNS) no que se refere à confidencialidade, privacidade, proteção da imagem, bem

como, a garantia da não utilização das informações em prejuízo da sua família. O termo será impresso

em duas vias originais, sendo que uma via lhe será entregue e a outra ficará comigo. Esclareço ainda

que cada cópia terá minha assinatura e a do participante. Informo que a pesquisa demorará em torno de

20 minutos, e acontecerá no local da sua escolha (unidade básica de saúde, centro de referência ou no

seu domicílio). As perguntas que serão utilizadas fazem parte de três instrumentos: abordagem

socioeconômica e demográfica e clínica do caso referência com 20 perguntas, uma Escala Explanatory

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Model Interview Catalogue (EMIC Stigma Scale) contendo 15 questões fechadas e uma uma escala de

Empoderamento (Empowerment Scale) contendo 25 questões fechadas.

Você é livre para recusar-se a participar, retirar seu consentimento ou interromper a participação

a qualquer momento. A sua participação é voluntária e a recusa em participar não irá acarretar qualquer

penalidade ou perda de benefícios. Você não será identificado (a) em nenhuma publicação que possa

resultar deste estudo.

DECLARAÇÃO DO (A) PARTICIPANTE

Eu, ___________________________________________________________________,

fui informado(a) dos objetivos da pesquisa acima de maneira clara e detalhada e esclareci minhas dúvidas. Sei

que em qualquer momento poderei pedir novas informações e modificar minha decisão se assim o desejar.

Estou ciente que todos os dados desta pesquisa serão confidenciais. Desta forma, declaro que CONCORDO

em participar desse estudo, que recebi uma cópia deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e me foi

dada a oportunidade de ler e esclarecer as minhas dúvidas.

Endereço do responsável pela pesquisa

Instituição: Departamento de Saúde Comunitária da Faculdade de Medicina da

Universidade Federal do Ceará

Pesquisador Responsável: Mestranda Rosa Maria Duarte Veloso

Orientadora: Prof. Dra. Jaqueline Caracas Barbosa

Endereço: Rua Professor Costa Mendes, 1608; Bloco didático/ 5º andar – Bairro:

Rodolfo Teófilo – Fortaleza, Ceará - CEP 60430-140

Telefones para contato: (85) 3366-8646 / (85) 3366-8044 / (85) 3366-8045 / (89)

994340999/ (85) 999294057

ATENÇÃO: Se você tiver alguma consideração ou dúvida, sobre a sua participação na

pesquisa, entre em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da UFC/PROPESQ – Rua

Coronel Nunes de Melo, 1000 - Rodolfo Teófilo, fone: 3366-8344. (Horário: 08:00-12:00

horas de segunda a sexta-feira).

O CEP/UFC/PROPESQ é a instância da Universidade Federal do Ceará responsável

pela avaliação e acompanhamento dos aspectos éticos de todas as pesquisas envolvendo

seres humanos.

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150

Fortaleza, _____ /___ /________

Assinatura do participante:

__________________________________________________________________

Telefone: ____________________________________

Assinatura da testemunha (se o participante não souber ler):

___________________________________________________________________

Telefone: _____________________________________

Assinatura do pesquisador Principal:

___________________________________________________________________

Telefone: ____________________________________

Rosa Maria Duarte Veloso

Pesquisador Responsável

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151

APÊNDICE B: ABORDAGEM SOCIOECONÔMICO, DEMOGRÁFICO E CLÍNICO

Número (ID) do Caso Referência: Data da Coleta:

Pesquisador:

Nome do Caso Referência:

Endereço completo:____________________________________________________________________

Bairro: ________________________________________________ Zona: ( ) Urbana ( ) Rural

ITEM QUESTÃO CÓDIGOS/CATEGORIAS

1. Nome completo do caso referência

2.

Sexo Masculino

Feminino

1

2

3.

Raça / Cor [auto referida]

Branca

Parda

Negra/Preta

Amarela

Indígena

Outra

1

2

3

4

5

6

9 Não sabe / Não quer responder

4. Data de nascimento [dia/mês/ano] / /

5.

Idade [em anos] – se não houver data de

nascimento

6. Naturalidade [Estado-UF] / [Município]

7.

Quantos anos completos de estudo (com

aprovação) foram alcançados? [Se Nenhum

= 0]

8.

Estado conjugal atual

Solteiro (a)

Casado (a)

Não casado (a) com união estável/mora junto

Separado (a) / Divorciado (a)

Viúvo (a

Outro

1

2

3

4

5

6

9 Não sabe / Não quer responder

ABORDAGEM SOCIOECONÔMICO, DEMOGRÁFICO E CLÍNICO

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9.

Contexto geral de trabalho atualmente

Nunca trabalhou

Ativ

o Inativo

Aposentado

Benefício

Outra

1

2

3

4

5

6

7 Não sabe /Não quer responder

10. Profissão principal referida

[Mesmo que não atue nessa

profissão]

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153

11. Qual a sua renda mensal média individual

[Em R$] [Se Não sabe /Não quer responder =

NN]

12. Em tratamento Sim

Não

Abandono

1

2

3

13. Tratamento Paucibacilar (PB)

Multibacilar (MB)

1

2

14. Incapacidade Sim

Não

1

2

15. Recidiva Sim

Não

1

2

16. Reação Sim

Não

1

2

17. Falou sobre seu diagnóstico para sua família? Sim

Não

1

2

18. Falou sobre seu diagnóstico para pessoas fora

do seu contexto

domiciliar? (amigos, vizinhos, colegas de

trabalho)

Sim

Não

1

2

19. Quantas pessoas residem no mesmo

domicílio?

20. Quantas pessoas dormem no mesmo quarto?

21. O ACS cadastrou seu domicilio na Unidade

Saúde da Família?

Sim

Não

1

2

.22 O ACS cadastrou seu domicilio na Unidade

Saúde da Família?

Sim

Não

1

2

23. O (a) sr. (sra.) está vinculado a algum

movimento social?

Sim

Não

1

2

24. O (a) sr. (sra.) participa de atividades

religiosas?

Sim

Não

1

2

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154

ANEXO A: EXPLANATORY MODEL INTERVIEW CATALOGUE (EMIC)

EXPLANATORY MODEL INTERVIEW CATALOGUE (EMIC)

ESCALA DE ESTIGMA, ADAPTADA PARA PESSOAS AFETADAS PELA

HANSENÍASE

Nome: ______________________________________________________ Data:__/__/__

No.

Sim Possivel-

mente

Não

Tenho

Certeza

Não

Escore

3 2 1 0

1 Se fosse possível, você preferiria que as pessoas

não soubessem que você tem hanseníase?

2 Você já conversou sobre esse problema com a pessoa

que você considera mais próxima a você, com quem

você se sente mais à vontade para conversar?

*inverso

3 Você tem uma opinião negativa a seu respeito por

causa desse problema? Ele diminuiu seu orgulho ou

autorespeito?

4 Você já se sentiu envergonhado ou

constrangido devido a esse problema?

5 Seus vizinhos, colegas ou outras pessoas da

comunidade te respeitam menos por causa desse

problema?

6 Na sua opinião, o contato com outras pessoas a sua

volta pode trazer algum prejuízo a elas, mesmo depois

de você ter sido tratado?

7 Você sente que outras pessoas têm evitado você por

causa desse problema?

8 Algumas pessoas poderiam se recusar a visitar a

sua casa por causa dessa doença, mesmo depois

que você tenha feito o tratamento?

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9 Se seus vizinhos, colegas ou outras pessoas de sua

comunidade soubessem de seu problema, eles teriam

uma opinião negativa de sua família por causa desse

problema?

10 Você sente que seu problema pode causar

problemas sociais para seus filhos na comunidade?

11A Você sente que essa doença tem causado

problemas para você se casar?

(Somente pessoas não casadas)

No.

Sim Possivel

-

ment

e

Não

Tenh

o

Certe

za

Não

Escore

11B Você sente que essa doença tem causado

problemas em seu casamento?

(Somente para pessoas casadas)

12 Você sente que essa doença faz com que seja difícil

para outra pessoa de sua família se casar?

13 Alguma vez te pediram para se manter afastado (a) do

trabalho ou de grupos sociais?

14 Você decidiu, por conta própria, se manter

afastado(a) de algum grupo de trabalho ou social?

15 Por causa da hanseníase, as pessoas acham que você

também tem outros problemas de saúde?

Escore Total:

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ANEXO B: ESCALA DE EMPODERAMENTO

ESCALA DE EMPODERAMENTO

Nome:________________________________________________ Data:____________

Instruções: abaixo estão algumas declarações relacionadas a algumas perspectivas de vida e tomadas

de decisão. Por favor responda o número da opção que esteja mais de acordo com o que você sente

agora. As primeiras impressões são as melhores.

Seja honesto com você mesmo e assim suas respostas irão refletir seus sentimentos.

1) Eu posso quase sempre determinar o que irá acontecer em minha vida.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

2) As pessoas têm mais poder se elas se juntarem uns aos outros em um grupo.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

3) Ficar com raiva de alguma coisa nunca ajuda.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

4) Eu tenho uma atitude positiva comigo mesmo.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

5) Em geral, sou confiante com as decisões que tomo.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

6) As pessoas não têm o direito de se aborrecerem somente porque não gostam de alguém.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

7) A maioria das dificuldades em minha vida foram devido à má sorte.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

8) Eu me vejo como uma pessoa capaz.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

9) Se lamentar não leva a lugar nenhum.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

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10) Pessoas trabalhando juntas podem fazer diferença na comunidade.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

11) Frequentemente, sou capaz de superar obstáculos.

(1). Concordo plenamente (2). Concordo (3). Discordo (4) Discordo Plenamente

12) Geralmente, sou otimista sobre o futuro.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

13) Quando faço planos, tenho quase certeza de que vou fazê-los acontecer.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

14) Em geral, me sinto só.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

15) Estudiosos estão na melhor posição de saber o que o povo deve fazer ou aprender.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

16) Sou capaz de fazer coisas como qualquer outra pessoa.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

17) Em geral, cumpro o que planejei fazer.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

18) As pessoas devem tentar viver suas vidas como quiserem.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3. Discordo (4) Discordo Plenamente

19) Na maioria das vezes, me sinto sem forças.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

20) Quando eu estou inseguro(a) com alguma coisa, em geral, sigo as outras pessoas (ou faço o que todo

mundo faz).

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

21) Sinto que tenho o mesmo valor que as outras pessoas.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

22) As pessoas têm o direito de tomar suas decisões, mesmo que se saiam mal (ou que possam se sair mal).

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

23) Eu acho que tenho algumas qualidades.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

24) Frequentemente, um problema pode ser resolvido com uma ação.

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(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

25) Trabalhar com outros da minha comunidade pode ajudar a mudar as coisas para melhor.

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Discordo (4) Discordo Plenamente

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ANEXO C: COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA (UFC)

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