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PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS
DO ESTADO DO TOCANTINS
Fotografias: Tribo Filmes
VOLUME 2: METODOLOGIAS E ESTUDOS
Dezembro de 2008
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- INTRODUÇÃO--
Volume 2
i
Mapa 1: Estado do Tocantins
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- INTRODUÇÃO--
Volume 2
ii
INDÍCE VOLUME 2: 1 INTRODUÇÃO v
2 ANÁLISE DA CONSOLIDAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 1 3 INSTRUMENTOS FINANCEIROS PARA UCs NO CERRADO 26 4 PLANEJAMENTO PARA A CONSERVAÇÃO DE ÁREAS 29 Monumento Natural das Árvores Fossilizadas 30 Parque Estadual do Jalapão 50 Parque Estadual do Lajeado 64
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- INTRODUÇÃO--
Volume 2
iii
ABREVIAÇÕES
ADTUR Agência de Desenvolvimento Turístico
AER Avaliação Ecológica Rápida
ANA Agência Nacional de Águas
APA Área de Proteção Ambiental
APP Área de Preservação Permanente
ARPA Programa Áreas Protegidas do Amazônia
CDB Convenção da Diversidade Biológica
COEMA Conselho Estadual do Meio Ambiente
CONABIO Comissão Nacional da Biodiversidade
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
DBDES Diretoria de Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável / NATURATINS
DEPAG Diretoria de Execução de Políticas das Águas / NATURATINS
DIFIM Diretoria de Fiscalização e Monitoramento / NATURATINS
DIREF Diretoria de Recursos Florestais / NATURATINS
DLIAM Diretoria Licenciamento Ambiental / NATURATINS
DPG/MMA Diretoria de Patrimônio Genético
EE Estação Ecológica
EESGT Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins
EMBRATUR Empresa Brasileira de Turismo
FETAET Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Tocantins
FIETO Federação das Indústrias do Estado do Tocantins
FUNAI Fundação Nacional do Índio
FUNBIO Fundo Brasileiro para a Biodiversidade
Ha. Hectares
IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICMbio Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
ICMS Imposto sobre Operações Relativas â Circulação de Mercadorias e sobre a Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação
INCRA Superintendência Regional do Instituto de Colonização e Reforma Agrária
ITR Imposto sobre Propriedade Territorial
KFW Kreditanstallt für Wiederaufbau (Banco de Desenvolvimento do governo alemão)
MDL Mecanismos de Desenvolvimento Limpo
MDA Ministério de Desenvolvimento Agrário
MMA Ministério do Meio Ambiente
MNAF Monumento Natural das Árvores Fossilizadas do Tocantins
MP Medida Provisória
NATURATINS Instituto Natureza do Tocantins
PCA Planejamento para a Conservação de Áreas
PE Parque Estadual
PEC Parque Estadual do Cantão
PEJ Parque Estadual do Jalapão
PEL Parque Estadual do Lajeado
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- INTRODUÇÃO--
Volume 2
iv
PIA Parque Indígena do Araguaia
PIB Produto Interno Bruto
PN Parque Nacional
PNA Parque Nacional do Araguaia
PNAP Plano Nacional de Áreas Protegidas
PNB Plano Nacional da Biodiversidade
PNNP Parque Nacional das Nascentes do Parmaíba
PPA Plano Plurianual
PPTAL Projeto Integrado de Proteção às Populações e Terras Indígenas da Amazônia
PREVFOGO Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais
PROBIO Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira
PRODETUR Programa de Desenvolvimento do Turismo
RL Reserva Legal
RPPN Reservas Particulares de Patrimônio Natural
RURALTINS Instituto de Desenvolvimento Rural do Estado do Tocantins
SBF/MMA Secretaria de Biodiversidade e Florestas
SEAGRO Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Estado do Tocantins
SEAP Secretaria Especial de Pesca e Aqüicultura
SEINF Secretaria de Infra-estrutura do Estado do Tocantins
SEPLAN Secretaria de Planejamento do Estado do Tocantins
SEUC Sistema Estadual de Unidades de Conservação da Natureza
SFB Serviço Florestal Brasileira
SICAM Sistema Integrado do Controle Ambiental do Estado do Tocantins
SISNAMA Sistema Nacional do Meio Ambiente
SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação
SRHMA Secretaria de Recursos Hídricos e Meio Ambiente do Estado do Tocantins
SBF Secretaria de Biodiversidade e Florestas
TI Terra Indígena
TNC The Nature Conservancy do Brasil
UC Unidade de Conservação
UHE Usina Hidrelétrica
UNB Universidade de Brasília
UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura
WWF World Wide Fund for Nature
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- INTRODUÇÃO--
Volume 2
v
INTRODUÇÃO
O presente documento apresenta o Programa de Áreas Protegidas do Estado do
Tocantins (PAPTO). A Nippon Koei Lac Co., Ltd foi a empresa contratada pelo Governo de
Tocantins para elaboração deste Programa. Atendendo a uma solicitação do Governo de
Tocantins, a The Nature Conservancy colocou à disposição do governo documentos e
assistência técnica voluntária para a condução dos trabalhos. Vários destes documentos
foram incluídos neste trabalho. No entanto, a responsabilidade pelo conteúdo deste
Programa é da Nippon Koei.
O documento do Programa é dividido em 3 volumes. O primeiro volume apresenta o
contexto, a estratégia do Programa e os objetivos e resultados esperados. O presente
volume apresenta os resultados da aplicação das metodologias desenvolvidas pela TNC:
“Análise da Consolidação de Unidades de Conservação” nas unidades de proteção integral
estaduais e “Planejamento para a Conservação de Áreas no Monumento Natural das Árvores
Fossilizadas e dos Parques Estaduais de Jalapão e do Lajeado. Inclui também os termos de
referência para análise “econômica de conservação” no Estado e os investimentos
necessários para aprimorá-la, a ser efetuado pela parceria TNC-Funbio. O terceiro volume
apresenta uma análise das áreas propostas para a região leste do Estado e uma proposta
para a criação de um mosaico.
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- ANÁLISE DA CONSOLIDAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO--
Volume 2
1
1. Análise da Consolidação de Unidades de
Conservação
1 O texto a seguir explica a metodologia para “Análise da Consolidação de
Unidades de Conservação”. O texto é copiado de uma publicação de 2003 da The Nature
Conservancy (TNC) e USAID de 2003, titulada: “Avaliando resultados: Análise da
Consolidação de Unidades de Conservação do Programa Parques em Perigo”.
1. INTRODUÇÃO
O conceito de consolidação de unidades de conservação
2 Com o objetivo de definir as condições que deveriam ser alcançadas ao final do
apoio do programa Parques em Perigo para uma unidade de conservação, o pessoal da TNC
e da USAID desenvolveu, junto com organizações sociais na América Latina e Caribe, o
conceito de “consolidação de unidade de conservação”. Uma unidade de conservação
consolidada conta com ferramentas, infra-estrutura e pessoal para enfrentar as atuais
ameaças e atuais desafios de manejo, assim como, com capacidade de responder às
possíveis futuras ameaças.
3 Como primeiro passo na definição de funcionalidade de uma unidade de
conservação, foram identificadas quatro categorias de indicadores de consolidação:
(i) atividades básicas de proteção da unidade de conservação;
(ii) capacidade de manejo no longo prazo;
(iii) financiamento para o manejo básico da unidade no longo prazo; e
(iv) o apoio ativo de grupos locais à unidade.
4 Dentro destas quatro categorias, TNC, USAID e seus parceiros identificaram 16
critérios que, juntos, permitem medir com maior precisão a funcionalidade de uma unidade
de conservação e, portanto, ajudar a medir seu nível de consolidação. Estes 16 critérios
conformam a base da ferramenta conhecida como Análise de Consolidação de Parque em
Perigo (“scorecard”). Ao medir a funcionalidade, a análise da consolidação provê um meio
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- ANÁLISE DA CONSOLIDAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO--
Volume 2
2
para sondar o progresso da unidade de conservação com relação à meta do Parques em
Perigo.
5 Como os 16 critérios permanecem inalterados durante o tempo de execução do
projeto, é possível medir o progresso anual e de todo o projeto de forma simples e a baixo
custo. Esta análise pemite que USAID, TNC e os grupos de parceiros avaliem o avanço e,
por sua vez, direcionem os recursos de maneira mais adequada para alcançar os objetivos
de consolidação.
6 Os 16 indicadores utilizados para medir a funcionalidade de uma unidade de
conservação são os seguintes:
A. Atividades básicas de proteção
(i) infra-estructura física;
(ii) pessoal na unidade de conservação;
(iii) capacitação;
(iv) situação fundiária.
(v) análise de ameaças;
(vi) situação da declaração oficial da unidade de conservação.
B. Manejo em longo prazo
(i) zoneamento da unidade de conservação e manejo da zona de
amortecimento;
(ii) plano de manejo de longo prazo para a unidade de conservação;
(iii) avaliação das necessidades científicas para a conservação;
(iv) desenvolvimento e execução do programa de monitoramento.
C. Financiamento em longo prazo
(i) plano para a auto-suficiência de ONG gestora;
(ii) plano para o financiamento de longo prazo a unidade de conservação.
D. Apoio ativo dos grupos locais
(i) comitê de manejo (CM) e/ou comitê assessor técnico (CAT) de base ampla;
(ii) participação comunitária no uso compatível dos recursos;
(iii) desenvolvimento de agenda política nos níveis nacional/regional/local;
(iv) programas de educação ambiental.
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- ANÁLISE DA CONSOLIDAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO--
Volume 2
3
7 A análise da consolidação de unidades de conservação do Parques em Perigo se
baseia em experiências de conservação na América Latina e no Caribe entre 1990 e 1997.
No futuro, poderá ser necessário desenvolver outros indicadores para projetos de
conservação inseridos em diferentes contextos e em distintas partes do mundo. Inclusive,
esta análise poderá requerer uma atualização à medida que se obtém mais experiência.
Como funciona a Análise da Consolidação
8 A análise da consolidação é mais efetiva quando se utiliza como ferramenta de
auto-avaliação. De modo geral, o grupo parceiro que executa o projeto avalia, muitas vezes
em conjunto com os técnicos da TNC, o progresso de uma determinada unidade de
conservação até sua consolidação. A avaliação “inicial” das condições da unidade de
conservação proporciona a informação inicial (ponto zero) para medir o futuro progresso. As
auto-avaliações acontecem periodicamente, seja semestral ou anualmente. Esta análise
mede as alterações na situação de consolidação de uma unidade de conservação, não é
uma medida de desempenho do parceiro ou da TNC. Esta ferramenta reflete todas as
atividades de conservação realizadas em uma unidade, não somente naquelas financiadas
pelo programa Parques em Perigo.
9 Na maioria dos casos, a TNC não é a única fonte de financiamento para uma
unidade. O propósito desta análise é medir o grau de consolidação da unidade
independentemente da fonte de financiamento para as atividades específicas - a fim de
identificar as ações que faltam desenvolver para que a unidade de conservação chegue a ser
funcional. Cada um dos 16 indicadores desta análise de consolidação se divide em cinco
pontos de referência, cuja escala é estruturada de maneira que cada um dos cinco pontos de
referência reflita um nível similar de progresso em todos os indicadores.
10 De modo geral, os níveis podem ser descritos da seguinte maneira:
5 = Excelente (está assegurado o manejo apropriado para a unidade de conservação);
4 = Suficiente (a unidade de conservação é funcional); 3 = Há progresso (a unidade de conservação se encontra em processo para
alcançar a funcionalidade, mas ainda não a alcançou); 2 = O trabalho foi iniciado (se registra pouco progresso real para alcançar a
funcionalidade da unidade de conservação); 1 = Não se realizou qualquer trabalho (a unidade de conservação não é
funcional).
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- ANÁLISE DA CONSOLIDAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO--
Volume 2
4
11 Como regra geral, uma unidade de conservação é considerada consolidada ou
funcional quando alcança o nível “quatro” nos 16 indicadores. Contudo, as circunstâncias
específicas das unidades de conservação variam, e é função dos técnicos do projeto na TNC
e dos parceiros em cada país determinar o nível de sucesso para cada indicador, a fim de
representar da melhor maneira possível a consolidação de uma determinada unidade de
conservação. Conforme o caso, TNC e seus parceiros podem decidir quando certos
indicadores não se aplicam a uma determinada unidade de conservação. Por tanto, pode ser
possível alcançar a consolidação de uma unidade sem que esta alcance o nível “quatro” em
cada indicador. Idealmente, estes critérios devem ser estabelecidos no começo do projeto,
quando se definem suas condições iniciais (ponto zero).
Que é que faz ou não faz esta análise da consolidação
12 Esta análise da consolidação funciona como uma ferramenta de manejo de
projetos para TNC, USAID e seus parceiros. Permite que os gestores meçam o progresso
em uma determinada unidade de conservação ao longo do tempo. Por sua vez, facilita a
informação para que os responsáveis por Parques em Perigo registrem os avanços em todo
portfólio do programa. Esta análise da consolidação permite que os gestores de áreas
protegidas e projetos meçam continuamente os avanços das metas anuais de cada unidade.
De mesma forma, possibilita que estas mesmas pessoas identifiquem áreas que não
apresentam o progresso planejado e que podem requerer recursos humanos, técnicos e/ou
financeiros adicionais. Neste sentido, a análise da consolidação é uma ferramenta útil para o
manejo do projeto.
13 Como metodologia de avaliação aplicada às unidades de conservação de Parques
em Perigo, a análise da consolidação permite que a equipe responsável pelo programa
determine o avanço em uma série de unidades com características distintas. A análise da
consolidação também destaca áreas programáticas que podem requerer um maior ou menor
investimento de recursos financeiros. Ao utilizar a análise de consolidação, a equipe do
programa pode determinar seus avanços anuais e tomar decisões sobre a alocação dos
recursos. Esta análise da consolidação foi desenhada para que TNC, USAID e seus
parceiros em cada país possam direcionar a assistência técnica e financeira para onde mais
se necessita, a fim de alcançar os objetivos de consolidação da unidade de conservação.
14 A análise da consolidação está desenhada para medir o progresso das unidades
de conservação rumo a sua consolidação e não pretende medir o impacto direto da
conservação nem os sucessos alcançados na redução das ameaças em uma unidade
específica. É um instrumento que mede processos que levam à consolidação das unidades e
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- ANÁLISE DA CONSOLIDAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO--
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a capacidade das unidades em reduzir as ameaças. Esta análise da consolidação também
não mede a conservação da biodiversidade na unidade.
15 Contudo, um dos 16 indicadores, o plano de monitoramento, é focado em medi-la.
Se aplicado corretamente, um plano de monitoramento de uma determinada unidade de
conservação provê uma medida constante das ameaças e do impacto das ações de manejo
sobre a conservação.
O que ocorre depois da consolidação da área protegida
16 A análise da consolidação pode ser utilizada como um mapa que permite aos
gestores visualizar claramente a direção futura da unidade e de seu programa de
conservação. Além disso, permite que estas pessoas decidam quais atividades seguem
sendo necessárias para alcançar sua consolidação. É claro que a consolidação não é o fim
do caminho para uma unidade, mas sim, seu primeiro importante passo para alcançar a
conservação sustentável.
17 Se esta foi utilizada para direcionar a consolidação da unidade de conservação,
quando finalizado o apoio do programa Parques em Perigo a unidade poderá dispor de uma
série de ferramentas estratégicas ou produtos de consolidação para guiar seu futuro manejo.
Entre estas ferramentas, cabe mencionar os seguintes produtos: um plano de capacitação
para o pessoal da unidade, um mapa da situação fundiária da unidade e seu entorno, uma
análise das ameaças específicas à biodiversidade da área e entorno, um plano de manejo de
longo prazo, um plano de monitoramento relacionado com as ameaças, um plano financeiro
de longo prazo, uma avaliação das necessidades científicas e de informação, bem como um
plano de promoção de políticas governamentais para apoiar a conservação da unidade.
18 A TNC e seus parceiros trabalham muito próximos para que estes produtos sejam
de alta qualidade e que reflitam o progresso verdadeiro rumo à consolidação. A consolidação
exitosa de uma unidade deve prover um registro dos avanços que comprovem o sucesso da
conservação. Um processo de planejamento fundamentado em análises, como oferece esta
ferramenta, chamará a atenção dos doadores que buscam bases sólidas para fundamentar
suas decisões de investimentos na conservação. As unidades consolidadas terão seus
avanços documentados ao longo do tempo, que poderão ser utilizados na busca de apoio
adicional a suas iniciativas de conservação.
19 O processo de consolidação das áreas aproximará Parques em Perigo de seu
objetivo final de eternizar as unidades de conservação. Com o apoio da USAID e outros
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- ANÁLISE DA CONSOLIDAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO--
Volume 2
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doadores, a TNC e seus parceiros começaram a auxiliar unidades de conservação de
importância mundial nesta transformação. Esta análise de consolidação é uma ferramenta
para alcançar este objetivo de forma sistemática, eficiente e com máxima possibilidade de
êxito.
2 ANÁLISE DA CONSOLIDAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (“SITE
CONSERVATION SCORECARD”) DE PARQUES EM PERIGO
A. ATIVIDADES BÁSICAS DE PROTEÇÃO
Indicador A1 do Parques em Perigo: infra-estrutura física
Descrição do indicador: A infra-estrutura física se refere às melhorias na área protegida
(incluindo posto de guarda-parques, sistemas de rádio, veículos, demarcação de limites,
sinalização educativa, sinalização de proteção e manejo, sistema de trilhas e caminhos, etc.)
necessária para o manejo efetivo da unidade de conservação. A infra-estrutura necessária
para o manejo básico da reserva varía para cada unidade.
Os grupos que participam no manejo da reserva são as pessoas mais indicadas para
determinar as necessidades específicas de infra-estrutura da unidade. Se possível, o plano
de manejo da área deve prover uma descrição explícita da infra-estrutura necessária para
assegurar o manejo básico. Para que uma unidade de conservação se considere
consolidada, deve, pelo menos, dispor da infra-estrutura básica necessária ao manejo da
área.
Escala de Referência:
5 = Há toda a infra-estrutura física necessária para o manejo básico da unidade (podendo
incluir
postos de guarda-parques, sistema de rádio, veículos, demarcação de limites, sinalização
educativa, sinalização de proteção e manejo, sistema de trilhas e caminhos, etc.).
4 = Há a maior parte da infra-estrutura física necessária para o manejo básico da unidade.
3 = Há alguma infra-estrutura para o manejo básico da unidade, mas há faltas consideráveis.
2 = Há pouca infra-estrutura para o manejo básico da unidade.
1 = Não há infra-estrutura para o manejo básico da unidade.
Diretrizes à Escala de Referência: o gestor deve avaliar se o desenvolvimento da infra-
estrutura
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- ANÁLISE DA CONSOLIDAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO--
Volume 2
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atual reflete a ausência da mesma ou se se dispõe de pouca, alguma, quase toda ou toda a
infraestrutura física para o manejo básico da unidade.
Indicador A2 do Parques em Perigo: pessoal da unidade de conservação.
Descrição do indicador: a presença de pessoal na área protegida geralmente é essencial
para o seu manejo efetivo. Os gestores são os mais adequados para determinar a dotação
apropriada de pessoal em uma unidade de conservação e também devem avaliar até que
ponto o pessoal que não trabalha na unidade, como, por exemplo, o pessoal técnico que
atua em escritório distante, como na capital, deve ser considerado “pessoal na unidade”.
Ambos, o pessoal de instituições governamentais e não-governamentais responsáveis pelas
ações de manejo, podem ser considerados a equipe da unidade. Muitas vezes, os
documentos de planejamento do manejo estabelecem o número de funcionários necessários
para levar a cabo as atividades de proteção planejadas. O plano financeiro para a unidade
deve identificar fontes sustentáveis de financiamentos que cubram os custos de pessoal e
outros custos administrativos básicos depois de alcançada a consolidação. Para ser
considerada consolidada, uma unidade de conservação deve contar com a presença física
de pessoal suficiente para realizar as atividades básicas de manejo.
Escala de Referência:
5 = Há pessoal suficiente na unidade de conservação para realizar todas as atividades de
manejo planejadas.
4 = O número de funcionários na unidade é adequado para realizar as atividades de manejo
básicas.
3 = O pessoal da unidade pode realizar algumas atividades de manejo.
2 = Há pouco pessoal na unidade, insuficiente para realizar adequadamente as atividades de
manejo.
1 = Não há pessoal na unidade.
Diretrizes à Escala de Referência: a escala de referência para este indicador se refere a um
simples aumento numérico de pessoal na unidade de conservação dedicado às atividades de
manejo da área. No nível 4, uma unidade possui pessoal suficiente para as atividades de
manejo básicas, como fiscalização, relações comunitárias e de extensão, monitoramento,
etc. No nível 5, uma unidade dispõe de pessoal adicional para executar ações de manejo
mais completas.
Indicador A3 do Parques em Perigo: capacitação
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-- ANÁLISE DA CONSOLIDAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO--
Volume 2
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Descrição do indicador: a presença de pessoal na unidade de conservação não é suficiente
por si só. A equipe de uma unidade também deve ter a capacitação necessária para cumprir
suas
responsabilidades de manejo. Ainda que a maioria das unidades proporcione alguma
capacitação aos membros de sua equipe, a premissa deste indicador é que a capacitação
deve acontecer de forma sistemática e a partir da análise das capacidades necessárias para
que cada integrante da equipe desempenhe eficientemente suas funções. Um programa
sistemático de capacitação também responde á necessidades de novos membros na equipe
e às necessidades de desenvolvimento do pessoal existente. Nas unidades de conservação
consolidadas, as necessidades de capacitação específicas de seu pessoal foram
identificadas e se implantou alguma capacitação para alcançá-las.
Escala de Referência:
5 = As necessidades de capacitação foram identificadas e se iniciou o programa sistemático
de
capacitação.
4 = As necessidades de capacitação foram identificadas e alguns cursos básicos foram
realizados.
3 = As necessidades de capacitação foram identificadas, porém os cursos ainda não se
iniciaram.
2 = As necessidades de capacitação estão em processo de identificação.
1 = Não há indícios das necessidades de capacitação do pessoal da unidade.
Diretrizes à Escala de Referência: esta série da escala de referência se refere a dois
processos diferentes, mas vinculados: (1) a identificação de necessidades de capacitação
para os membros da equipe da unidade; e (2) a implementação de um programa sistemático
de capacitação para abordar estas necessidades. Ainda que, de vez em quando, seja
possível disponibilizar cursos individuais para a capacitação de membros da equipe da
unidade, conforme apareçam oportunidades, este indicador se propõe a medir a identificação
sistemática de capacitação para os membros da equipe (níveis 1 a 3) e prover programas e
cursos de capacitação para garantir que tais necessidades sejam satisfeitas (níveis 4 e 5).
Para propósitos de consolidação, este indicador se refere especificamente ao pessoal na
unidade responsável pelas atividades de manejo, independente de sua relação com a
organização. A capacitação de pessoas que não desempenham suas funções diretamente
na unidade, como líderes comunitários e outras pessoas que não tem responsabilidades de
atividades de manejo, muitas vezes é uma meta válida, mas não constitui um requisito para
alcançar a consolidação.
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- ANÁLISE DA CONSOLIDAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO--
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Produto: um plano de capacitação para a equipe da unidade de conservação deve efetuar
uma breve análise de cada cargo para definir a experiência/capacidade necessária ao
pessoal da unidade para realizar eficientemente suas tarefas de manejo. Estas necessidades
gerais devem ser comparadas com as capacidades já existentes na equipe para determinar
quais as carências e necessidades a serem preenchidas. Logo, estas necessidades
específicas devem ser classificadas em ordem de importância e urgência. O resultado, que
pode ser apresentado em um quadro ou planilha, descreve as necessidades de capacitação
prioritárias para a equipe da unidade e pode descrever as oportunidades de capacitação
disponíveis e conhecidas pela equipe de manejo da unidade e pelos grupos de apoio. A TNC
possui pessoal técnico que pode disponibilizar apoio na identificação de oportunidades de
capacitação.
Indicador A4 do Parques em Perigo: situação fundiária
Descrição do indicador: a informação adequada e correta sobre a situação fundiária é
indispensável para o manejo efetivo das unidades de conservação. Obter informação
confiável sobre a propriedade da terra pode ser sumamente difícil em muitos países. Os
gestores devem determinar qual é a informação necessária sobre a situação fundiária para
suas atividades de manejo. Geralmente, é importante determinar se as terras são públicas,
privadas ou comunais e, posteriormente, obter os nomes dos proprietários das grandes
propriedades privadas internas. A medida do possível, pode ser útil reconstruir o histórico da
titularidade (discriminar) das grandes propriedades internas e terras comunais. Idealmente, a
informação completa sobre a situação fundiária deve ser fundamentada nas fontes oficiais
mais recentes, checada em campo e ser apresentada visualmente para facilitar o uso. Os
gestores geralmente fazem uso desta informação para regular as mudanças na propriedade
da terra (como por exemplo, novos assentamentos humanos) dentro dos limites da unidade.
Em uma unidade de conservação consolidada, o gestor deve dispor da informação
necessária sobre a situação fundiária e do uso da terra para tomar medidas de manejo que
afetem diferentes tipos de propriedades.
Escala de Referência:
5 = O gestor dispõe de informação completa sobre a situação fundiária e uso da terra.
4 = O gestor dispõe de alguma informação sobre a situação fundiária e uso da terra.
3 = O gestor dispõe de alguma informação sobre a situação fundiária e uso da terra, mas não
faz uso da mesma.
2 = Há acesso inadequado à informação sobre a situação fundiária.
1 = Não é possível obter nenhuma fonte de informação sobre a situação fundiária.
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- ANÁLISE DA CONSOLIDAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO--
Volume 2
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Diretrizes à Escala de Referência: as diretrizes para este indicador refletem duas condições:
a disponibilidade de informação sobre a situação fundiária e uso da terra e o seu uso pelo
gestor. Quando uma unidade se aproxima da consolidação (nível 3), em geral, deve haver
alguma informação sobre a situação fundiária, mas esta não é utilizada para manejar a
unidade. Nos níveis 4 e 5, a informação é utilizada. Os níveis refletem a dificuldade que
existe para se obter a informação completa sobre a situação fundiária. O uso da informação,
muitas vezes, reflete-se na participação do gestor em resolver questões agrárias. Os
conflitos fundiários de uma unidade não precisam estar resolvidos para que a área qualifique
sua consolidação. Contudo, os gestores devem dispor da informação básica para poder
participar efetivamente das questões fundiárias.
Indicador A5 do Parques em Perigo: análise de ameaças
Descrição do indicador: uma análise sistemática que identifique as ameaças à conservação
de uma unidade, que identifique suas origens e proponha estratégias para superá-las, é uma
ferramenta de manejo essencial para sua conservação. A análise de ameaças estabelece
prioridades para as atividades de manejo e auxilia no direcionamento dos limitados recursos
para as ações de maior impacto na conservação. Muitas vezes, a análise de ameaças é o
fundamento de todas as ações de manejo executadas em uma determinada unidade de
conservação. Para que uma unidade de conservação se considere consolidada, é preciso
identificar as ameaças à conservação de seus recursos naturais e desenvolver estratégias de
manejo para abordar as ameaças específicas e prioritárias que colocam em risco sua
conservação.
Escala de Referência:
5 = Ameaças identificadas, classificadas e abordadas através de ações de manejo.
4 = Ameaças identificadas e classificadas; com planos específicos para abordar as ameaças
prioritárias.
3 = Análise de ameaças realizada; mas ainda sem elaboração de estratégias específicas
para abordá-las.
2 = Análise de ameaças em processo.
1 = Não há análise de ameaças.
Diretrizes à Escala de Referência: os níveis para este indicador se referem a dois processos
vinculados: a análise sistemática de ameaças à conservação de uma unidade de
conservação e o
desenho de estratégias específicas para abordar as ameaças prioritárias. A TNC
desenvolveu uma metodologia útil para identificar e classificar ameaças, porém não é
necessário que se aplique este processo. Qualquer análise sistemática das ameaças à
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-- ANÁLISE DA CONSOLIDAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO--
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conservação é adequada para alcançar o nível 3 deste indicador. Para alcançar os níveis 4 e
5 é preciso elaborar e implementar estratégias para neutralizar as ameaças de maior
prioridade.
Produto: a metodologia da TNC para realizar as análises de ameaça é um processo que
consta de várias etapas. A primeira identifica e classifica os “objetos” ou alvos de
conservação da unidade de conservação -- as características biológicas/ecológicas que
motivaram a criação da área e as razões pelas quais é importante sua consolidação. Logo,
se determinam e classificam os impactos imediatos ou as “pressões” que incidem nestes
alvos e, depois, determinam-se e classificam-se as “fontes” específicas de cada pressão.
Este processo permite que a equipe que maneja a unidade, como também outras pessoas,
identifique as ameaças prioritárias, que são as principais fontes de “pressões” que afetam os
alvos de mais alta prioridade. Finalmente, desenvolvem-se estratégias para reduzir o impacto
das ameaças de maior magnitude. Supõe-se que estas estratégias constituam a base dos
planos de manejo das unidades de conservação. Independentemente da metodologia, a
análise de ameaças deve classificar as ameaças em termos de sua importância e justificar
claramente esta classificação.
Indicador A6 do Parques em Perigo: situação da declaração oficial da unidade Descrição do
indicador: um decreto oficial é parte fundamental para a garantia no longo prazo da maioria
das unidades de conservação, porém muitos decretos antigos são imprecisos e, com isso,
fracos em sua capacidade de proteger a área. Muitas vezes, os limites “corretos” de uma
unidade de conservação não estão oficialmente aprovados ou registrados. Alguns decretos
demarcam polígonos abertos que não refletem com exatidão a área geográfica que necessita
ser protegida. Nas unidades de conservação consolidadas, os gestores e grupos de apoio
deverão ter feito tudo que está em seu poder para obter um decreto eficaz, preciso e com
validade legal.
Escala de Referência:
5 = A declaração oficial da unidade de conservação foi obtida em nível apropriado e os
limites
da reserva estão corretamente demarcados.
4 = A proposta para a declaração oficial da unidade foi apresentada às autoridades
pertinentes,
incluindo a demarcação correta dos limites, porém ainda não se obteve uma declaração
oficial.
3 = A proposta para a declaração oficial esta sendo preparada, incluindo a demarcação
correta dos limites da unidade.
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Volume 2
12
2 = Há um decreto para a unidade; seus limites estão incorretos.
1 = Não existe um decreto para a unidade de conservação.
Diretrizes à Escala de Referência: este indicador pressupõe que os gestores tenham uma
idéia
clara sobre quais devem ser os limites “corretos” da unidade e mede os progressos para a
aprovação oficial dos mesmos. Em muitos casos, a agência conservacionista ou ONG
elabora um decreto corrigido (nível 3) e o encaminha às autoridades responsáveis em emitir
decretos (nível 4). O nível 5 se refere às unidades que possuem decretos oficiais que
decrevem corretamente os limites da unidade.
Produto: quando o decreto oficial é adequado, preenche os requisitos para ser um produto de
consolidação. Quando o decreto requer modificações, o produto é a proposta para um novo
decreto, tal como tenha sido apresentado às autoridades.
B. MANEJO EM LONGO PRAZO
Indicador B1 do Parques em Perigo: zoneamento da unidade e manejo do entorno
Descrição do indicador: as unidades de conservação que se fundamentam no conceito de
reserva da biosfera da Unesco são habitualmente divididas em zonas que permitem
diferentes tipos e intensidades de uso dos recursos naturais. As zonas típicas que se
encontram nestas áreas protegidas incluem zonas “núcleo” de acesso proibido e zonas de
“amortecimento” de uso múltiplo. Geralmente, os modos de vida das pessoas que habitam
nas zonas de amortecimento são afetados pelos limites e as restrições destas diferentes
zonas. Portanto, um processo participativo para encorajar os habitantes locais a respeitarem
o zoneamento da unidade pode ser uma parte indispensável ao seu manejo. Geralmente,
uma descrição do zoneamento da unidade, incluindo os limites e restrições relevantes, é
incluída em seu plano de manejo. Uma unidade de conservação consolidada terá zonas
claramente definidas, resultante de um processo que inclui os atores locais e que ajusta a
maioria dos usos atuais da terra a estas zonas.
Escala de Referência:
5 = O zoneamento da unidade foi definido; os padrões de uso da terra se ajustam às normas
de
uso estabelecidas para as zonas.
4 = O zoneamento da unidade foi definido; em sua maioria, os padrões de uso da terra se
ajustam às normas de uso estabelecidas para as zonas.
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Volume 2
13
3 = Um processo está andamento para ajustar os padrões de usos da terra ás normas
estabelecidas no zoneamento.
2 = Estudos estão sendo realizados para determinar as zonas de uso apropriado.
1 = Não há zoneamento da unidade.
Diretrizes à Escala de Referência: os níveis de referência deste indicador refletem os passos
a serem seguidos para o estabelecimento de um zoneamento efetivo da unidade de
conservação e sua zona de amortecimento (entorno), mediante um processo que inclui a
participação dos atores ou interessados locais. O nível 2 reflete o processo de avaliação de
zonas de uso apropriado, fundamentada em considerações biológicas da unidade, enquanto
o nível 3 considera um processo para “verificação da realidade”, incluindo a participação dos
atores locais no processo. O nível 4 reflete a finalização do processo de zoneamento e indica
que a maioria das restrições é cumprida conforme determinado pelos gestores da unidade,
nas áreas núcleo e nas zonas de amortecimento. O nível 5 descreve o respeito aos limites e
restrições do zoneamento, excetuadas as transgressões isoladas.
Produto: geralmente, a melhor maneira de apresentar o zoneamento para o uso da terra é
em forma de mapas, com uma explicação sobre as restrições que regem cada zona. Outras
informações relevantes, como a localização dos marcos e sinalização dos limites da unidade,
podem ser incorporadas. As unidades mais avançadas podem destacar as áreas ou zonas
de especial importância biológica.
Indicador B2 do Parques em Perigo: plano de manejo da unidade para longo prazo.
Descrição do indicador: um plano de manejo é uma estratégia explícita para a conservação
de uma unidade de conservação. Exitem muitos tipos de plano de manejo. Muitas vezes, as
agências responsáveis pelo manejo dos recursos naturais têm um formato oficial
estabelecido. Em muitos casos, muitos indicadores listados nesta análise de consolidação
constituem parte do plano de manejo, tais como plano financeiro, análise de ameaças, plano
de monitoramente, etc. Ainda que muitos planos de manejo estejam finalizados, nem sempre
são utilizados para direcionar as atividades de manejo da unidade. Um plano efetivo guia as
ações de outros atores, além de ações das autoridades de manejo da unidade. Para
considerar-se consolidada, a unidade de conservação deve ter um plano de manejo que
descreva e justifique uma estratégia de proteção para um mínimo de cinco anos.
Escala de Referência:
5 = O plano de manejo de longo prazo que considera as ameaças externas à unidade foi
elaborado; é guia para o manejo da unidade.
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Volume 2
14
4 = O plano de manejo de longo prazo foi elaborado e se constitui num guia para o manejo
da unidade.
3 = O plano de manejo de longo prazo foi elaborado, mas ainda não foi implementado.
2 = A elaboração do plano de manejo de longo prazo foi iniciada.
1 = Ainda não foi iniciada a elaboração do plano de manejo de longo prazo.
Diretrizes à Escala de Referência: os níveis de referência para este indicador refletem o
processo de elaboração (nível 2 e 3) e implementação (nível 4) de um plano de manejo. Um
plano de manejo pode ser um guia para o manejo da unidade quando orienta os planos
operativos anuais, o desenvolvimento da infra-estrutura, as decisões sobre o quadro
funcional, as estratégias de arrecadação de fundos e ferramentas de planejamento de mais
curto prazo. Os planos de manejo mais elaborados (nível 5) consideram todas as ameaças
importantes à unidade que se originam fora dela ou em seus limites, incluindo contaminação
de águas, temas políticos, atividades de assentamento, etc.
Produto: o plano de manejo que resulta de um processo de consolidação deve conter (ou
compilar) muito dos produtos listados nesta análise de consolidação. Como na análise de
ameaças, o plano deve descrever as ameaças prioritárias e as estratégias para sua redução.
Muitos planos de manejo contem anexos volumosos, listas de espécies, bibliografias e
outros. Isto é menos importante que um plano de ação conciso e bem fundamentado para
manejar a unidade em médio prazo.
Indicador B3 do Parques em Perigo: avaliação de necessidades científicas para conservação
Descrição do indicador: o manejo das unidades de conservação deve basear-se na melhor
informação científica disponível. Contudo, muitas vezes não há informação suficiente
disponível e a possibilidade de realizar pesquisas científicas nas unidades é bastante
limitada. Portanto, as
necessidades de conhecimentos e informações científicas devem ser priorizadas para que a
pesquisa se concentre nos temas realmente necessários ao manejo da unidade. A principal
necessidade de todas as unidades é a identificação dos seus alvos de conservação, sejam
comunidades naturais ou espécies vulneráveis. Nas unidades consolidadas, os alvos de
conservação e as necessidades científicas para o manejo efetivo foram identificados de
forma sistemática.
Escala de Referência:
5 = Organizações científicas/de pesquisa e pesquisadores orientam-se pelo manejo da
unidade
para abordar as suas necessidades científicas/de conhecimento.
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4 = Os objetivos de conservação e as necessidades científicas/de conhecimento foram
identificados e priorizados; organizações científicas/de pesquisa foram contatadas para
abordar estas necessidades.
3 = Os objetivos de conservação e as necessidades científicas/de conhecimento se
encontram em processo de identificação e priorização.
2 = Os objetivos de conservação e as necessidades científicas/de conhecimento são
conhecidos
em termos gerais.
1 = Os objetivos de conservação e as necessidades científicas/de conhecimento são
essencialmente desconhecidos.
Diretrizes à Escala de Referência: é necessário conhecer a atual situação dos alvos de
conservação de uma unidade para priorizar as ameaças. Muitas vezes, é necessário realizar
pesquisas adicionais para determinar a natureza exata das ameaças (isto é, seu
grau/intensidade, seriedade, fonte, etc.), assim como sua relação com os alvos e seu
impacto sobre os mesmos. As necessidades científicas incluem as áreas sociais como as
naturais. O nível 3 reflete a identificação em andamento dos principais alvos (espécies e
comunidades naturais), assim como a avaliação constante das necessidades científicas e de
informação específicas de uma determinada unidade. Os níveis 4 e 5 refletem a conclusão
de uma identificação sistemática, tanto dos objetos como das necessidades científicas e de
informação, bem como dos diferentes graus de participação das organizações científicas e
de pesquisa para abordar os vazios do conhecimento científico necessário para o manejo
efetivo da unidade.
Produto: a avaliação das necessidades científicas e de informação deve ser um documento
breve, fundamentado na análise de ameaças, que identifica e classifica os principais
emas/áreas que requerem pesquisa científica para melhorar o manejo da unidade. É
apropriado indicar as prioridades de estudos aos pesquisadores. Normalmente, também é
conveniente compilar a bibliografia dos estudos existentes sobre a unidade, contudo nem
todos os temas que não foram estudados são automaticamente classificados como
necessidades. As verdadeiras necessidades científicas de conservação se limitam aos temas
que não foram estudados e que, por sua vez, proverão informações relevantes para o
manejo efetivo da unidade de conservação.
Indicador B4 do Parques em Perigo: desenvolvimento e implementação do plano de
monitoramento
Descrição do indicador: o monitoramento efetivo rastreia o impacto causado por ameaças
sobre os alvos de conservação e, portanto, permite determinar a eficiência das ações de
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Volume 2
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manejo. É possível realizar diferentes tipos de monitoramento nas unidades. O
monitoramento pode focar-se nos alvos de conservação (populações de comunidades
naturais ou espécies vulneráveis, por exemplo), nas ameaças aos alvos ou à capacidade
administrativa (esta análise, por exemplo). Para propósito da consolidação, o monitoramento
deve centrar sua atenção naquelas ameaças à biodiversidade identificadas e classificadas no
processo de análise de ameaças. O monitoramento deve avaliar as principais ameaças da
maneira mais direta possível, utilizando variáveis e técnicas de monitoramento ao alcance
dos gestores ou dos grupos de apoio para que estes realizem um rastreio contínuo e a um
custo relativamente baixo. Uma vez identificadas as variáveis, é preciso coletar os dados
iniciais que serão a referência ou ponto de comparação para os dados coletados no futuro.
Para que uma unidade seja considerada consolidada, é necessário monitorar as principais
ameaças a seus alvos de conservação.
Escala de Referência:
5 = Disponibilidade oportuna de informação e análise de monitoramento, utilizados pelos
gestores com propósito de manejo.
4 = O plano de monitoramento foi concluído; as variáveis necessárias são monitoradas e
relacionadas com as ameaças.
3 = As variáveis necessárias de monitoramento foram identificadas e relacionadas com as
ameaças, a informação básica foi coletada e classificada.
2 = Alguma informação básica foi coletada, mas sem nenhuma relação clara com as
principais ameaças.
1 = Não se realizou nenhum monitoramento relevante.
Diretrizes à Escala de Referência: nesta análise de consolidação, o monitoramento se refere
a dados coletados em intervalos pré-determinados para medir mudanças ao longo do tempo.
Algumas vezes, são necessárias pesquisas para estabelecer as referências ou ponto inicial
dos programas de monitoramento, ainda que nem todas as pesquisas se qualificam como
monitoramento. Em geral, o nível 2 se refere a uma etapa onde se coleta informação sem
que se realizem análises de relevância para o monitoramento das ameaças. No nível 3, a
importância de diferentes dados é determinada e se coleta a informação relevante; no nível
4, estes dados são coletados em intervalos prédeterminados e se comparam com as
referências ou informações iniciais. As variáveis sócioambientais e biológicas devem ser
consideradas e relacionadas com as ameaças.
Produto: os planos de monitoramento devem propor as variáveis mais apropriadas para
avaliação, com base em cada ameaça. Também devem propor as melhores maneiras e a
freqüência de execução da avaliação. Em muitos casos, é possível utilizar informações sobre
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Volume 2
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as ameaças que tenham sido coletadas por outros grupos ou agências, as quais devem
constar no plano. A chave de um plano de monitoramento efetivo é a eleição de variáveis
que sejam indicadores fiéis das ameaças submetidas à medição. Além disso, é importante
que a estratégia de monitoramento seja viável, conforme os recursos financeiros disponíveis.
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C. FINANCIAMENTO DE LONGO PRAZO
Indicador C1 do Parques em Perigo: plano de sustentabilidade/auto-suficiência da ONG
Descrição do indicador: um dos princípios fundamentais do programa Parques em Perigo é
que a conservação efetiva de uma unidade de conservação se fundamente na cooperação
entre os setores público e privado. Por este motivo, uma das metas do programa é ajudar as
organizações não-governamentais (ONG’s) a obter um grau de auto-suficiência financeira
que lhes permita continuar funcionando indefinidamente como defensores da proteção de
unidades, seja como seus gestores, como parceiros das agências governamentais, ou de
qualquer outra forma. Uma unidade de conservação consolidada contará com o apoio de
uma ONG local que tenha desenvolvido, iniciado a implementação e esteja monitorando uma
estratégia para alcançar sua própria auto-suficiência econômica.
Escala de Referência:
5 = A ONG está implementando plenamente um plano para alcançar a auto-suficiência
operativa e os resultados correspondem aproximadamente às metas estabelecidas.
4 = A ONG finalizou um plano de auto-suficiência operativa, iniciou sua implementação e
monitora seus resultados.
3 = A ONG está finalizando um plano de auto-suficiência operativa.
2 = A ONG está iniciando a elaboração de um plano de auto-suficiência operativa.
1 = A ONG carece de um plano para alcançar a auto-suficiência operativa.
Diretrizes à Escala de Referência: os níveis de referência para este indicador refletem as
etapas de um processo de desenvolvimento de um plano de auto-suficiência para a ONG
responsável pelo manejo da unidade de conservação. Os níveis 2 e 3 refletem estapas
específicas no desenvolvimento de um plano de auto-suficiência. No nível 4, os grupos
concluíram um plano, começaram sua implementação e também iniciaram a avaliação dos
resultados para verificar se estes correpondem às metas financeiras estabelecidas no plano.
O nível 5 corresponde ao alcance das metas estabelecidas.
Produto: um plano de auto-suficiência deve analisar os custos operativos fixos de uma
organização no período de cinco anos e deve compará-los com as fontes de financiamento
esperadas para as operações durante o mesmo período. Entre as fontes de arrecadação é
preciso incluir um plano de ação para implementar estratégias específicas de captação de
recursos. O plano de ação deve estabelecer quantias específicas referentes à demanda das
diferentes estratégias, para permitir que a organização monitore seus resultados.
Indicador C2 do Parques em Perigo: plano de financiamento de longo prazo para a unidade
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Descrição do indicador: um plano financeiro de longo prazo é um componente indispensável
de uma estratégia exitosa de conservação de longo prazo. O plano deve identificar uma base
diversa de financiamento que cubra as atividades básicas de manejo da unidade. O acesso
às fontes sustentáveis e/ou recorrentes de fundos será diferente para cada área, inclusive
podem inexistir para algumas unidades. O processo de planejamento financeiro deve
identificar as melhores opções disponíveis para cada unidade e deve elaborar uma estratégia
para alcançar as mesmas. As fontes devem incluir alocações orçamentárias do governo ou
responsáveis pela unidade, taxas de ingresso ou doações de visitantes, tarifas de uso,
concessões, doações capitalizadas, fontes múltiplas e multianuais de financiamento externo,
entre outras. Em geral, os gestores terão que passar meses ou anos de trabalho
preparatório, até que comecem a receber recursos destas fontes. Para que uma unidade de
conservação se considere consolidada, deve iniciar a implementação de medidas para
encontrar fontes recorrentes e/ou sustentáveis de financiamento.
Escala de Referência:
5 = O plano de financiamento de longo prazo foi elaborado; há um portfólio diversificado de
fontes de financiamento e mecanismos para cobrir os custos das atividades básicas do
manejo da unidade.
4 = O plano de financiamento de longo prazo foi elaborado; está se implementando fontes de
financiamento e mecanismos para cobrir os custos das atividades básicas do manejo da
unidade.
3 = Um rascunho do plano de financiamento de longo prazo foi elaborado; foram
identificadas
fontes de financiamento e mecanismos para cobrir os custos das atividades básicas do
manejo da unidade.
2 = Há um planejamento financeiro em andamento.
1 = Não há indícios de um planejamento financeiro nem de fontes de financiamento
diversificadas.
Diretrizes à Escala de Referência: os níveis de referência para este indicador refletem o
processo de planejamento financeiro para cobrir os custos das atividades básicas do manejo
da unidade. No nível 2, este processo foi iniciado. No nível 3, a elaboração da versão
preliminar do documento que identifica as melhores opções potenciais para a garantia
financeira da unidade foi concluída. No nível 4, os gestores e os grupos de apoio iniciaram a
implementação de algumas das opções de financiamento, mesmo que não recebendo
recursos de todas elas. No nível 5, estas opções de fontes proporcionam o ingresso de
recursos suficientes para cobrir os custos básicos e recorrentes da unidade.
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Produto: um plano financeiro de longo prazo para uma unidade contém projeções de seus
custos
operativos e de suas fontes de arrecadação, devendo responder às seguintes questões:
Quanto
custará o manejo básico da unidade durante os próximos 3 a 5 anos? De onde virão os
recursos/fundos para cobrir estes custos? Quais ações devem ser realizadas, quando e por
quem para assegurar que haja financiamento suficiente para cobrir os custos administrativos
básicos da unidade? Todas estas ações juntas constituem o plano financeiro para a reserva.
D. APOIO DOS GRUPOS LOCAIS
Indicador D1 do Parques em Perigo: comitê de manejo (CM) e/ou comitê assessor técnico
CAT) de base ampla.
Descrição do indicador: os comitês de manejo ou assessoria técnica permitem que os atores
ou interessados na área da unidade, incluindo as comunidades locais (mesmo que não
necessariamente limitado a estas), participem no processo de manejo da unidade. A
existência de um comitê deste tipo indica abertura por parte dos manejadores para incorporar
e abordar as preocupações dos interessados. Existem muitos tipos de comitês
administrativos e consultivos que abarcam desde comitês de apoio (“amigos do parque”) até
conselhos representativos formais desenhados para assegurar uma participação ampla. A
autoridade conferida a estes comitês também varia amplamente; alguns são estritamente
consultivos enquanto outros serão habilitados a tomar decisões em muitos assuntos que
incidem na segurança e no manejo da unidade. Geralmente, a participação de um comitê no
manejo da unidade é um processo gradual, e às vezes conflitivo. Os gestores das unidades e
as leis locais normalmente estabelecem o papel exato do comitê de uma determinada
unidade. Para que uma unidade de conservação se considere consolidada, esta deve ter
formado um comitê consultivo ou de manejo composto pelos principais interessados e que
participe nas decisões de manejo da área.
Escala de Referência:
5 = O comitê consultivo é um participante ativo nas decisões de manejo da unidade.
4 = O comitê consultivo inclui os principais interessados e, ocasionalmente, participa em
decisões de manejo da unidade.
3 = O comitê consultivo está formado e os principais interessados foram identificados.
2 = O comitê consultivo está sendo formado; está sendo realizada uma análise dos
interessados na reserva.
1 = O comitê consultivo é inexistente.
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Volume 2
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Diretrizes à Escala de Referência: para os propósitos desta análise, a representação e
participação são características dos comitês de manejo e consultivo. Um comitê que funciona
da forma descrita no nível 4 representa os atores ou interessados mais importantes e, por
sua vez, é participativo. Geralmente, entre os interessados se encontram as comunidades da
área da reserva, assim como empresas, agências governamentais, universidades e outras
entidades. Recomenda-se avaliar cuidadosamente estes interessados para poder formar um
comitê efetivo. As medidas de participação podem incluir consultas aos membros do comitê
sobre planos de manejo, planos operativos, planos orçamentários, etc. A participação mais
ativa (nível 5) deve incluir a participação do comitê no planejamento e/ou na elaboração do
orçamento das atividades de manejo. Além disso, este comitê pode ter sua atuação no
manejo definida legal e claramente, bem como pode participar freqüente e sistematicamente
nas tomadas de decisão.
Indicador D2 do Parques em Perigo: participação comunitária no uso compatível dos
recursos
Descrição do indicador: nas unidades de conservação onde há comunidades vivendo dentro
de seus limites ou imediatamente adjacentes ao mesmo, a conservação da biodiversidade
depende de como estas comunidades utilizam os recursos da área de uma maneira
compatível com as metas de conservação da biodiversidade da unidade. O apoio dos grupos
ativos locais pode respaldar o desenvolvimento de programas que promovam o uso
compatível dos recursos por meio de organizações comunitárias. Nas unidades de
conservação consolidadas, os principais grupos comunitários da área da unidade (e outros
grupos interessados) participam em projetos piloto para o uso compatível dos recursos
locais, os quais se documentam de tal maneira que podem ser replicados em outras áreas.
Escala de Referência:
5 = Há projetos piloto bem documentados para o uso compatível dos recursos, que são
desenvolvidos em cooperação com importantes organizações comunitárias.
4 = Os projetos piloto bem documentados para o uso compatível dos recursos incluem
organizações comunitárias.
3 = Os projetos piloto para o uso compatível dos recursos incluem organizações comunitárias
ou residentes individuais; a documentação dos resultados do projeto se encontra em
elaboração.
2 = O desenvolvimento de projetos piloto para o uso compatível dos recursos está em
processo,
porém não inclui as comunidades.
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1 = Não se está trabalhando no desenvolvimento de projetos piloto para o uso compatível
dos recursos.
Diretrizes à Escala de Referência: as diretrizes para este indicador enumeram diferentes
níveis de participação por parte de pessoas individuais e organizações comunitárias (grupos
de agricultores, cooperativas de pesca, organizações indígenas, etc.) e diferentes níveis de
documentação que permitirão que os projetos de uso compatível dos recursos naturais sejam
replicados em outros locais. O nível 3 se alcança quando as comunidades participam do
projeto piloto, cujos resultados são documentados. O nível 4 descreve a participação da
comunidade organizada em projetos de uso compatível dos recursos, assim como a
documentação dos mesmos. O nível 5 descreve projetos que incluem as principais
organizações regionais e/ou associações presentes na área. Este indicador se baseia no
pressuposto que somente como o trabalho em colaboração com organizações comunitárias
(ou em alguns casos, outros interessados importantes) um projeto piloto poderá influenciar
suficientes usuários dos recursos para provocar uma redução significativa das ameaças à
biodiversidade.
Produto: a documentação dos projetos piloto pode ser feita de muitas formas; contudo, deve
descrever, no mínimo, os tipos de projeto e os resultados que se desenvolvem com
organizações comunitárias, assim como as metas e os métodos dos projetos e os resultados
gerais até a data. Pode-se escrever um breve “estudo de caso” ou um documento similar
para o intercâmbio com outros grupos que buscam promover alternativas de
desenvolvimento compatível na mesma unidade ou em outras mais distantes. Em geral, os
projetos piloto bem documentados podem ser replicados com facilidade, contribuindo para
multiplicar o impacto de cada projeto individual.
Indicador D3 do Parques em Perigo: desenvolvimento de agenda política em nível
nacional/regional/local
Descrição do indicador: as unidades de conservação podem apoiar a conservação da
diversidade biológica à medida que as políticas locais, regionais, nacionais e internacionais
permitam que estas unidades prosperem e funcionem com eficácia. Por este motivo, um dos
objetivos do programa Parques em Perigo é trabalhar com parceiros governamentais e
organizações não-governamentais para garantir a existência, em níveis apropriados, de
políticas de apoio à conservação das unidades de conservação. Nas unidades de
conservação consolidadas, as políticas necessárias para apoiar a garantia a longo prazo da
unidade estão identificadas e se implementa um plano para promove-las.
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Escala de Referência:
5 = As políticas de conservação que promovem a segurança da unidade são buscadas em
todos os níveis apropriados.
4 = O plano de políticas de conservação que promovem a segurança da unidade foi
concluído; as políticas são buscadas em alguns níveis.
3 = O plano para assegurar de políticas de conservação apropriadas foi concluído.
2 = Não foi desenvolvido um plano formal para promover políticas de conservação
apropriadas; contudo, foram empreendidas ações de desenvolvimento de políticas para
promover a segurança da unidade de acordo com as necessidade.
1 = Não são tomadas medidas para desenvolver ou promover políticas de conservação para
a segurança da unidade.
Diretrizes à Escala de Referência: o nível 2 descreve uma estratégia oportunista para buscar
políticas de conservação segundo o caso e conforme se apresente a necessidade de
trabalhar em políticas específicas de apoio à unidade. O nível 3 se refere a um enfoque mais
sistemático e pró-ativo de análise das políticas necessárias para apoiar a conservação da
unidade. O nível 4 se alcança quando se tenha concluído a análise realizada no nível 3 e se
buscam políticas apropriadas, ainda que não necessariamente a todos os níveis necessários.
O nível 5 indica a promoção de reformas relevantes de políticas de conservação em todos os
níveis apropriados.
Produto: uma agenda política é uma estratégia escrita que descreve as atividades
relacionadas com as políticas que devem ser abordadas para garantir a segurança da área
protegida em longo prazo. Muitas vezes, a análise de ameaças pode servir como guia para
esta estratégia; os gestores das unidades e os grupos de apoio podem analisar as ameaças
prioritárias e determinar ações necessárias na área política para reduzir ou mitigar as ditas
ameaças. Um inventário das políticas que incidem na unidade também pode tornar-se em
uma ferramenta analítica útil. De maneira similar, uma agenda política pode examinar as
funções das diferentes agências governamentais com jurisdição em temas que afetam a
unidade.
Indicador D4 do Parques em Perigo: programas de educação ambiental
Descrição do indicador: a educação ambiental ou trabalho de “extensão” é uma parte
indispensável do manejo das unidades de conservação. O apoio dos interessados locais no
que se refere aos alvos de conservação pode depender de sua compreensão dos mesmos. A
educação ambiental cobre uma ampla gama de atividades. Muitas vezes, o denominador
comum é uma explicação sistemática sobre a importância da unidade e sobre as regras e
regulamentos relacionados à área. Alguns programas de educação ambiental estão
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Volume 2
24
direcionados a estudantes, outros, a adultos. Os gestores devem determinar o público
apropriado e devem desenhar ou direcionar devidamente os programas de educação. Para
que uma unidade de conservação se considere consolidada, deve ter estabelecido
programas de educação ou de extensão.
Escala de Referência:
5 = Foram medidos impactos positivos dos programas de educação ambiental.
4 = Há programas de educação ambiental estabelecidos, porém não se concluiu uma
avaliação formal de seu impacto.
3 = Programas de educação ambiental estão sendo realizados.
2 = Programas de educação ambiental estão sendo elaborados.
1 = Não estão sendo elaborados programas de educação ambiental.
Diretrizes à Escala de Referência: considera-se um programa de educação ambiental
estabelecido (nível 4), aquele que está vigente por mais de um ano e realizou múltiplas
ações para comunicar sua mensagem básica aos residentes locais e a outros interessados
da unidade, incluindo os dos setores público e privado. Os programas de mais curto prazo ou
mais esporádicos correspondem ao nível 3. Esta análise de consolidação não pretende julgar
a eficácia dos diferentes enfoques, ainda que seja evidente que um programa de extensão
dirigido especificamente à redução de certas ações ou condutas que criam ameaças tenham
maiores possibilidades de contribuir às metas da unidade. Os programas mais avançados
incluem uma avaliação formal de seu impacto (nível 5).
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Volum
e 2
25
Quad
ro 1: Scorecard das UCs Estaduais de Proteção Integral, 2008 (cedido por Shirley N. H
auff, TNC)
CATEGORIA DO INDICADOR
Atividad
es básicas de proteção
Man
ejo em lo
ngo
prazo
Finan
. Apoio de grupos locais
INDICADORES DE CONSOLIDAÇÃO
Infra-estrutura
Pessoal
Capacitação
Fundiário
Ameaças
Decreto
Zoneamento
Plano Manejo
Pesquisa
Monitoração
Plano Finan.
Conselho
Usos Entorno
Políticas
Ed. Ambiental
Apoio Local
GRUPO
CATEGORIA
UNIDADE DE CONSERVAÇÃO
A1
A2
A3
A4
A5
A6
B1
B2
B3
B4
C2
D1
D2
D3
D4
D5
PI
MN
das Árvores Fossilizadas
2 1
2 3
2 3
2 2
2 1
2 1
1 2
3 4
PI
PE
do Jalapão
3 3
2 3
3 3
4 3
2 2
2 4
3 2
3 2
PI
PE
do Lajeado
4 3
3 5
3 2
4 3
2 2
3 1
1 1
3 2
PI
PE
do Cantão
4 3
4 3
4 5
3 4
4 2
3 4
4 2
4 4
US
APA
das Nascentes do Araguaína
US
APA
do Jalapão
US
APA
Foz do Rio Santa Teresa
US
APA
Ilha do Bananal/Cantão
US
APA
Lago de Palmas
US
APA
Lago de Peixe/Angical
US
APA
Lago de Santa Isabel
US
APA
Lago de São Salvador/Paranã/Palmeirópolis
US
APA
Serra do Lajeado
UCs FEDERAIS
PI
EE
Serra Geral do Tocantins
PI
PN
das Nascentes do Rios Parnaíba
PI
PN
do Araguaia
US
RE
do Extremo Norte do Estado do Tocantins
US
APA
Meandros do Rio Araguaia
US
APA
Serra da Tabatinga
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- INSTRUMENTOS FINANCEIROS--
Volume 2
26
2. INSTRUMENTOS FINANCEIROS PARA
UCS NO CERRADO
20 Relevante para o resultado 2.5 que prevê a definição de uma estratégia de
financiamento para a implementação de UCs é uma parceria entre a TNC e o Fundo
Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) com o objetivo de desenvolver atividades para a
sustentabilidade financeira das unidades de conservação do Cerrado e a estratégia de
implementação do Fundo Cerrado - “Programa Fundo Cerrado”.
21 A parceria prevê as seguintes atividades, ate meados de 2010:
(i) Dimensionar as necessidades e lacunas financeiras para a sustentabilidade
de conservação de 10% do Cerrado brasileiro protegido como unidade de
conservação, excetuada as unidades da categoria de manejo “área de
proteção ambiental” (APA);
(ii) Formular proposta do programa de sustentabilidade financeira para o
conjunto de unidades de conservação do Cerrado Norte, mais
especificamente, do Leste do estado do Tocantins, contendo no mínimo:
- contextualização dos problemas e oportunidades;
- foco geográfico e metas;
- matriz lógica: objetivo geral e objetivos específicos, componentes,
- atividades, resultados, indicadores, avaliação de risco, etc.;
- plano de trabalho, mecanismos de execução e orçamento;
- parceiros potenciais;
- estratégias de execução.
(iii) Analisar o ambiente de financiamento:
- programas, projetos, fundos e estratégias de conservação existentes
no Brasil e em contextos similares;
- projetos da iniciativa privada e similares;
- projetos de setores governamentais e similares, etc.
(iv) Consultar e/ou realizar reunião com representantes de iniciativas similares
e potenciais parceiros para levantar lições aprendidas em outras ações
similares e levantar os interesses de apoio para a definição das bases do
programa (marco lógico e base conceitual) e estruturação do fundo. Se
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- INSTRUMENTOS FINANCEIROS--
Volume 2
27
necessário, pode ser realizada uma oficina de planejamento a partir de um
documento referencial;
(v) Elaborar proposta preliminar do fundo de longo prazo para o conjunto de
unidades de conservação do Cerrado Norte, que, no mínimo, contenha:
- concepção geral do fundo (função/objetivo, quem o apoiará e sua
justificativa);
- programa para concessão de apoio (função na política de
conservação do Cerrado, objetivo, quem é elegível a receber apoio
do fundo e critérios para seleção);
- análise de necessidade, lacunas e projeção financeira para alcançar
os objetivos acima definidos (apoiar adequadamente os custos dos
fatores acima definidos, como a análise de custos para conservação
de 10 % do Cerrado em unidades de proteção integral);
- mecanismos de sustentabilidade financeira, incluindo oportunidades
de captação e mecanismos potenciais para alimentar o fundo e fazê-
lo alcançar a meta/projeção financeira necessária;
- análise de mercado e questões regulatórias;
- estrutura jurídica / marco legal;
- estrutura de funcionamento (organograma, cargos e
funções/responsabilidades, habilidades requeridas para cada
função/responsabilidade), fluxos e procedimentos de
operacionalização, custos com recursos humanos, custos com
recursos de infra-estrutura e operacionalização, avaliação custo e
benefício de integrar estruturas já existentes);
- Governança ou estrutura administrativa (organograma, composição),
o que pode abranger a organização de um comitê/conselho diretivo
que inclua os principais setores que representem (influenciam e
sejam responsáveis por) as unidades de conservação do Cerrado;
(vi) Desenvolver estratégia de implementação do programa para mobilizar
setores/agentes para o apoio a sua criação e estabelecimento, incluindo
objetivo, atividades, atores diretos e potenciais, forma de atuação,
orçamento e resultados esperados, bem como a estratégia para captação,
gestão de ativos e viabilização do fundo;
(vii) Apresentar e discutir detalhadamente as propostas desenvolvidas com
representantes do CSCP/TNC e seus parceiros convidados/interessados;
(viii) Aprimorar a proposta do fundo e sua estratégia de implementação
conforme os resultados das consultas e reunião, apresentando-as em
documento formatado para publicação.
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- INSTRUMENTOS FINANCEIROS--
Volume 2
28
22 A parceria deve produzir os seguintes documentos
(i) Relatório do dimensionamento das necessidades e lacunas financeiras
para a sustentabilidade de conservação de 10% do Cerrado brasileiro
protegido como unidade de conservação, excetuada as unidades da
categoria de manejo ‘APA’);
(ii) Proposta do programa de sustentabilidade financeira para o conjunto de
unidades de conservação do Cerrado Norte, mais especificamente, do
Leste do estado do Tocantins;
(iii) Análise do ambiente de financiamento;
(iv) Proposta do fundo de longo prazo para o conjunto de unidades de
conservação do Cerrado Central;
(v) Proposta da estratégia de implementação do programa;
(vi) Documento final com todas as análises e propostas acima, em formato para
publicação.
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- PLANEJAMENTO PARA A CONSERVAÇÃO DE ÁREAS--
Volume 2
29
3. PLANEJAMENTO
PARA A CONSERVAÇÃO DE ÁREAS (PCA)
23 A seguir são apresentados o Planejamento para a Conservação de Áreas (PCA)
para o Monumento Natural das Árvores Fossilizadas; o Parque Estadual do Japapão e o
Parque Estadual do Lajeado.
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- PLANEJAMENTO PARA A CONSERVAÇÃO DE ÁREAS--
Volume 2
30
Relatório Técnico
Planejamento para Conservação de Áreas Monumento Natural das Árvores Fossilizadas
Realização
The Nature Conservancy do Brasil
Órgão Gestor Instituto Natureza do Tocantins – Naturatins
Local Bielandia, distrito de Filadélfica – Tocantins
Período 28 a 30 de Janeiro de 2008
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- PLANEJAMENTO PARA A CONSERVAÇÃO DE ÁREAS--
Volume 2
31
Descrição Esse trabalho é uma iniciativa do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) que, junto com o Governo do Tocantins, vem se mobilizando e investindo recursos para fortalecer o Sistema Estadual de Unidade de Conservação (SEUC), facilitando a execução de sua política de conservação ambiental no Estado e constituindo uma ação pró-ativa e mais eficaz de preservação da biodiversidade, gestão territorial e manutenção da qualidade e serviços ambientais. Para o desenvolvimento dessas ações, o Governo do Tocantins fez um Termo de Cooperação Técnica com a The Nature Conservancy (TNC), estabelecendo um regime de mútua colaboração com a finalidade de propiciar mecanismos de conservação da biodiversidade por meio da construção e execução de políticas voltadas à implantação e gestão de áreas protegidas em terras públicas e terras privadas no Estado do Tocantins A TNC que é uma organização sem fins lucrativos, que tem como missão “preservar plantas, animais e ecossistemas que representam a diversidade biológica da Terra, através da proteção das terras e águas necessárias à sua sobrevivência”. Em uma de suas linhas de ação, a TNC desenvolveu o “Planejamento para a Conservação de Áreas” (PCA)”, que é um método versátil para estabelecer estratégias e priorizar ações em áreas onde é importante cuidar da biodiversidade. O PCA é uma ferramenta simples que permite organizar e guardar informações (planilha Excel), que auxiliam no direcionamento dos investimentos em conservação e em seu monitoramento. Sua aplicação é um processo de aprendizado que reúne gestores governamentais, representantes de movimentos sociais, ONGs e universidades, os quais, em conjunto, contribuem para a definição dos alvos de conservação e estratégias de ação para a área em foco. Característica da Paisagem O MNAFTO é um mosaico de áreas de cerrado contínuas, visualmente apresentando suas diversas fisionomias (savanas, florestas e campos) com sobreposição de atividades pecuária, agrícola de subsistência e de ocupação humana num pequeno centro urbano. A proximidade da região com a área de influência do bioma amazônico torna o local um ecótono de grande importância biogeográfica. Geologicamente, na paisagem distinguem-se em dois patamares ou superfícies de aplainamentos, cujo contraste se traduz em grande beleza cênica. De acordo com Pinto & Sad (1986), o patamar inferior, entre 200 e 250m, é em parte preservada pela presença de leitos de sílex do topo da Formação Pedra de Fogo ou pela silicificação do arenito basal da Formação Motuca; já o superior, com cotas por volta de 500m, refere-se a topos de morros ou mesetas de bordas íngremes. Tais corpos, presentes no lado leste do MNAFTO, correspondem à Formação Sambaíba (DIAS-BRITO et. al, 2007). Contexto Socioeconômico O MNAFTO está no distrito de Bielândia, pertencente ao município de Filadélfia que possui 7.787 habitantes (IBGE,2007). A economia que movimenta o distrito é basicamente a pecuária extensiva (bovinos) com manejo tradicional, com menor expressão a agricultura utilizada de forma tradicional com poucos recursos tecnológicos e o comércio varejista de necessidades básicas. Trata-se de uma região rica em recursos naturais e em belezas cênicas com potencial para o ecoturismo, entretanto seria necessário investimentos na organização da população local, infra-estrutura e estruturação da cadeia produtiva. Apesar das riquezas naturais presentes no MNAFTO, as carências sociais são igualmente amplas, demandando uma série de políticas públicas para assegurar o bem estar social da população local (PLANO MANEJO MNAFTO, 2005).
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- PLANEJAMENTO PARA A CONSERVAÇÃO DE ÁREAS--
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32
Descrição da área O Monumento Natural das Árvores Fossilizadas do Tocantins (MNAFTO) é uma unidade de conservação (UC) de proteção integral localizada no município de Filadélfia, estado do Tocantins, próximo da divisa com o Maranhão (anexo I). Criada com objetivo básico de preservar sítios naturais raros e de grande beleza cênica (SNUC,2003), a área total do monumento é de 32.152 hectares, onde estão três sítios arqueológicos de árvores fossilizadas (Figura 1), fazendas privadas e o distrito de Bielândia. A vegetação em toda extensão é de cerrado. Segundo o SNUC (2003), monumento natural pode ser constituído de áreas privadas, desde que, seja possível compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos naturais do local, pelos proprietários. A princípio, os donos das propriedades têm simpatia e entendem a importância da preservação dos sítios arqueológicos, demonstrando cooperação com a gerência da UC. O MNAFTO está inserido no bioma cerrado, na ecorregião chamada Bico do Papagaio, caracterizada pela transição entre os relevos deprimidos da bacia do rio Tocantins e os interflúvios da bacia do Parnaíba. (ARRUDA, 2005). Infelizmente faltam informações científicas sobre as fisionomias da área, sendo classificadas genericamente como savanas e savana-floresta estacional (ISA, 2008). Essa área é considerada como prioridade extremamente alta para conservação pelo estudo das áreas prioritárias do Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2007). Além das características biológicas, outro aspecto importante da área do MNAFTO são os sítios arqueológicos de fósseis composto principalmente por fragmentos de caules e folhas de espécies de samambaias dos gêneros Tietea e Psaronius, que atingiam até 15 metros de altura. Segundo DIAS-BRITO et al. 2007, esses fósseis vegetais são do período Permiano (entre 299 e 250 milhões de anos atrás) e encontrados em posição de crescimento, de deposição ou simplesmente espalhados pelo chão, geralmente sem ramos ou outros órgãos vegetais conectados. As plantas fósseis do MNAFTO foram preservadas tridimensionalmente por processo de permineralização celular por sílica. A infiltração e impregnação de sílica nas células e nos espaços intercelulares formaram uma matriz inorgânica que sustentou os tecidos das plantas, preservando-os. O rápido soterramento e a subseqüente silicificação impediram a decomposição das plantas. Há outra importante floresta petrificada no Brasil, no Estado do Rio Grande do Sul, porém é mais recente (203 a 250 milhões de anos), assim o MNAFTO torna-se importante e especial por ser mais antigo e por conter uma flora variada, tendo, portanto, um imenso valor científico e cultural (JORGE PÁDUA, 2004). Assim sendo, o MNAFTO é uma área com predicados especiais, onde há áreas contínuas de cerrado e sítios arqueológicos em perfeito estado de conservação (anexo II), contribuindo para humanidade compreender e reformular os conhecimentos atuais sobre a vida no planeta.
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- PLANEJAMENTO PARA A CONSERVAÇÃO DE ÁREAS--
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33
Figura 1: Localização do Monumento Natural das Árvores Fossilizadas do Tocantins (MNAFTO) e entorno (Dimas et. al, 2007).
Metodologia O Planejamento para a Conservação de Áreas (PCA) é uma metodologia desenvolvida pela The Nature Conservancy (TNC) para assegurar a ocorrência de efeitos positivos na conservação, com base na integridade da biodiversidade e redução das ameaças que a colocam em perigo (GRANIZO, 2006). Esta metodologia é uma ferramenta que permite aos gestores identificar suas necessidades críticas de uma maneira hierarquizada e desenvolver ações priorizadas de conservação para a proteção ou melhora da integridade da biodiversidade. Existem 6 elementos essenciais que se trabalha no PCA:
1. Alvos: os elementos da biodiversidade numa determinada área; 2. Contexto Humano: as restrições e oportunidades sociais, culturais, políticas e
econômicas apresentadas pelos atores locais e o potencial para a participação destes atores.
3. Estresses: degradação ou alteração que afeta diretamente o(s) alvo(s);
4. Fontes: os agentes imediatos geradores dos estresses;
5. Estratégias: os tipos de atividades de conservação empregadas para mitigar as
fontes dos estresses;
6. Avaliação do Sucesso: mensuração da integridade da biodiversidade e da redução das ameaças.
O raciocínio lógico por trás da metodologia do PCA é simples como ilustra o esquema abaixo:
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- PLANEJAMENTO PARA A CONSERVAÇÃO DE ÁREAS--
Volume 2
34
Na prática, o exercício é estruturado num programa adaptado a planilha Excel e o desenvolvimento das atividades são em módulos durante uma oficina de planejamento. O exercício é integrado, onde cada dia de trabalho depende do domínio do trabalho do dia anterior. O PCA para o MNAFTO foi desenvolvido num período de três dias.
Organização e Participantes da Oficina O processo de organização da oficina iniciou-se contatando os responsáveis pela UC para explicar sobre a metodologia do PCA, os objetivos da oficina e qual seria o público esperado para participar do evento. A partir disso seguiram-se os seguintes passos:
1. Elaboração de uma lista de convidados;
2. Preparação do convite; 3. Contato pessoal com cada um dos participantes;
4. Elaboração da programação;
5. Levantamento de materiais técnicos e mapas sobre a área;
6. Preparação da apresentação sobre a metodologia PCA;
7. Organização da dinâmica da oficina.
Foi elaborada uma primeira lista de nomes de pessoas que têm interesse, atuação direta ou faz parte dos conflitos relacionados com a área protegida. A partir disso, analisa-se o conjunto de participantes na tentativa de que se tenha um grupo equilibrado de atores sociais
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- PLANEJAMENTO PARA A CONSERVAÇÃO DE ÁREAS--
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35
que possam contribuir com a oficina. No segundo momento, encaminhou-se um convite com a programação (anexos III e IV) do evento a todos com um aviso de confirmação. Durante a oficina estiveram presentes 22 pessoas, sendo que a participação efetiva nas etapas do planejamento, foram em média 10 pessoas, entre técnicos responsáveis pela administração de unidade de conservação (UC), líderes comunitários organizados envolvidos com as questões ambientais na área protegida, proprietários de terra de dentro da UC, professores e instituições de ensino local, moradores, vereadores de Bielândia e pesquisador especialista em fósseis (anexo V). É importante ressaltar que a planilha foi preenchida em um exercício integrado, onde cada dia de trabalho dependeu do resultado do trabalho do dia anterior. As pessoas eram participativas, entretanto com conhecimento restrito sobre as questões e processos ecológicos da área. Essa oficina contribuiu, principalmente, para iniciar um envolvimento maior dos atores sociais com a UC, conduzindo-os a um aprendizado inicial e reflexões do que é conservação, olhando pela ótica dos alvos de conservação, dos conflitos que estão relacionados a eles e propostas de solução desses problemas. Alvos de Conservação
Os Alvos de conservação podem ser naturais ou culturais. Os naturais são elementos da biodiversidade numa determinada área e os processos naturais que os mantêm, já os culturais representam o patrimônio cultural que pode ser material ou imaterial. O objetivo da identificação dos alvos é desenvolver uma lista curta, cuja proteção abrangerá toda a biodiversidade (biológica e cultural) na área.
Os Alvos escolhidos para o MNAFTO abrangem tanto os sítios arqueológicos com as tipologias vegetais da unidade da paisagem, bem como a biodiversidade neles contido, como pode ser observados na tabela 1 abaixo: Tabela 1: Relação e descrição dos alvos de conservação escolhidos no planejamento para a conservação do MNAFTO.
Alvos de Conservação
Área Monumento Natural das Árvores Fossilizadas do Tocantins
Alvo #1 Cerrado - Predomínio Savanas
Descrição do Alvo Focal São formações de árvores e arbustos espalhados sobre gramínias, sem formação de dossel.
Tipo de Alvo Sistema Ecológico
Habitat Principal #1 Savana
Alvo #2 Cerrado - Predomínio Floresta
Descrição do Alvo Focal Formações florestais com formação de dossel, estão associadas a cursos d'agua (mata ciliar) e a áreas bem drenadas próximo as elevações como morros ou montanhas.
Tipo de Alvo Sistema Ecológico
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-- PLANEJAMENTO PARA A CONSERVAÇÃO DE ÁREAS--
Volume 2
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Alvos de Conservação
Área Monumento Natural das Árvores Fossilizadas do Tocantins
Habitat Principal #1 Floresta
Alvo #3 Sítios Paleontológicos
Descrição do Alvo Focal
Florestas petrificadas que apresentam grande quantidade de caules fósseis, encontrados em posição de crescimento, de deposição ou simplesmente espalhados pelo chão, geralmente sem ramos ou outros órgãos vegetais conectados. O processo de preservação envolveu o soterramento por sedimentos siliciclásticos e/ou material vulcânico, seguido de impregnação dos tecidos por soluções ou gel silicoso (permineralização).
Tipo de Alvo Espécies: Plantas vasculares
Viabilidade dos Alvos
A viabilidade/integridade é a habilidade dos alvos de conservação de persistir por várias gerações durante longos períodos, por exemplo, por mais de 100 anos. A tabela 2 abaixo mostra os resultados da análise de viabilidade para os alvos do MNAFTO
Tabela 2. Classificação da viabilidade por alvo de conservação para cada uma das três categorias.
Contexto da paisagem Condição Tamanho Alvos de
Conservação Classificação Peso Classificação Peso Classificação Peso
Classificação de Viabilidade
1 Cerrado - Predomínio Savanas
Regular 1 Bom 1 Bom 1 Bom
2 Cerrado - Predomínio Floresta
Bom 1 Bom 1 Regular 1 Bom
3 Sítios Paleontológicos
Regular Regular Regular Regular
Classificação de Integridade da Biodiversidade do MNAFTO Bom
A análise conjunta dos três alvos de conservação resultou na classificação “BOM”, indicando estar na faixa aceitável (conservado), sendo que os Sítios Paleontológicos, classificado como REGULAR, o que exige ações para sua restauração. Lembrando que a classificação dos dois primeiro alvos naturais foi sem a presença de pesquisadores ou especialistas nesses ambientes, sendo considerada a percepção das pesssoas locais. Estresses e suas Fontes O estresse é aquele dano, destruição ou degradação, que afeta os atributos ecológicos chave do alvo de conservação, reduzindo a sua viabilidade. É causado, direta ou indiretamente, pelo ser humano. Primeiro, o identificamos e, logo, o qualificamos quanto à
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-- PLANEJAMENTO PARA A CONSERVAÇÃO DE ÁREAS--
Volume 2
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severidade e à abrangência do mesmo. A severidade é o grau do dano, enquanto que a abrangência é a extensão geográfica do estresse no local. As fontes são os agentes imediatos gerando os estresses. São classificados quanto a sua contribuição e irreversibilidade.
Para cada um dos três alvos realizou-se uma análise de estresses (tabela 3,5,7) e suas fontes (Tabela 4,6,8), conforme o procedimento metodológico do PCA, o resumo e suas respectivas classificações são apresentados a seguir: Alvo 1 - Cerrado - Predomínio Savanas Tabela 3: Relação e classificações dos estresses do alvo denominado Cerrado - Predomínio Savanas.
Estresses Severidade Abrangência Estresse
1 Fogo Alta Muito Alta Alta
2 Perda de Habitat Alta Média Média
Tabela 4: Relação e classificações das fontes do estresses do alvo denominado Cerrado - Predomínio Savanas.
Fontes de Estresse Fogo Perda de Habitat
1 2 Estresses No.. Classificação.. Alta Média
Classificação de Ameaça ao Alvo
1 Fonte Pessoas do local (retirada de mel), fumantes, caçadores e andarilho
Taxonomia Comum
Contribuição Alta
Irreversibilidade Média
Prevalência
Classifi-cação de Ameaça Média -
Média
2 Fonte Erosão
Taxonomia Comum
Contribuição - Alta
Irreversibilidade - Alta
Prevalência
Classifi-cação de Ameaça - Média
Média
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- PLANEJAMENTO PARA A CONSERVAÇÃO DE ÁREAS--
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Alvo 2 - Cerrado - Predomínio Floresta Tabela 5: Relação e classificações dos estresses do alvo denominado Cerrado - Predomínio Floresta.
Estresses Severidade Abrangência Estresse
1 Alteração no Regime de Fogo
Muito Alta Média Média
2 Desmatamento (comercialização e tráfico)
Muito Alta Alta Alta
3 Desmatamento (assentamentos) Muito Alta Alta Alta
Tabela 6: Relação e classificações das fontes do estresses do alvo denominado Cerrado - predomínio Floresta.
Fontes de Estresse
Alteração no
Regime de Fogo
Desmatamento (comercialização
e tráfico)
Desmatamento (assentamentos)
1 2 3 Estresses No.. Classificação.. Média Alta Alta
Classificação de Ameaça ao Alvo
1 Fonte Pessoas do local (retirada de mel), fumantes, caçadores e andarilho
Taxonomia Comum
Contribuição Alta
Irreversibilidade Média
Prevalência
Classifi-cação de Ameaça Baixa - -
Baixa
2 Fonte Comerciante de madeira (Fazendeiros) - extração de madeira
Taxonomia Comum
Contribuição Muito Alta
Irreversibilidade Alta
Prevalência
Classifi-cação de Ameaça - Alta -
Alta
3 Fonte Assentados - extração de madeira
Taxonomia Comum
Contribuição Muito Alta
Irreversibilidade Média
Prevalência
Classifi-cação de Ameaça - - Alta
Alta
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- PLANEJAMENTO PARA A CONSERVAÇÃO DE ÁREAS--
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Alvo 3 - Sítios Paleontológicos Tabela 7: Relação e classificações dos estresses do alvo denominado Sítios Paleontológicos.
Estresses Severidade Abrangência Estresse
1 Degradação do patrimônio fossilífero
Muito Alta Muito Alta Muito Alta
Tabela 8: Relação e classificações das fontes do estresses do alvo denominado Sítios Paleontológicos.
Fontes de Estresse Degradação do patrimônio fossilífero
1 Estresses No.. Classificação.. Muito Alta
Classificação de Ameaça ao Alvo
1 Fonte Tráfico
Taxonomia Comum
Contribuição Muito Alta
Irreversibilidade Alta
Prevalência
Classifi-cação de Ameaça Muito Alta
Muito Alta
2 Fonte Gado
Taxonomia Comum
Contribuição Alta
Irreversibilidade Baixa
Prevalência
Classifi-cação de Ameaça Alta
Alta
3 Fonte Erosão
Taxonomia Comum
Contribuição Média
Irreversibilidade Alta
Prevalência
Classificação de Ameaça Alta
Alta
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-- PLANEJAMENTO PARA A CONSERVAÇÃO DE ÁREAS--
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A tabela 9 abaixo mostra a análise conjugada de todas essas variáveis descritas anteriormente e as apresentam de forma hierarquizada: Tabela 9: Relação e classificação das fontes de estresses com hierarquização da gravidade decrescente.
Ameaças de todos os Alvos Cerrado - Predomínio Savanas
Cerrado – Predomínio Floresta
Sítios Paleontológicos
Ameaças (fontes de estresse) específicas ao projeto
1 2 3
Classificação Total da Ameaça
1 Tráfico Muito Alta Alta
2 Erosão Média Alta Média
3 Assentados - extração de madeira Alta Média
4 Comerciante de madeira (Fazendeiros) - extração de madeira
Alta Média
5 Gado Alta Média
6 Pessoas do local (retirada de mel), fumantes, caçadores e andarilho
Média Baixa Baixa
Os resultados das análises mostram que a grande maioria das ameaças críticas à integridade da biodiversidade são externas: o tráfico ilegal de fósseis retirado durante a noite por pessoas de outras localidades, a erosão oriundo de práticas agropecuárias inadequadas que causa assoreamento, a extração de madeira para comercialização ilegal e o fogo provocado pela população local devido a maus hábitos e desinformação. Segundo a análise, o alvo Sítios Paleontológicos está seriamente ameaçado demandando atenção especial, uma vez que a unidade de conservação foi criada com o objetivo da preservação dos fósseis.
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NEJA
MENTO PARA A CONSERVAÇÃO DE ÁREAS--
Volum
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Estratégia e Açõ
es
As ações estratégicas são aquelas que perm
item alcançar o objetivo de conservação, isto é, estão diretamente relacionadas e direcionadas para m
itigar as fontes
de estresses/ameaças. Para o M
NAFTO foi delineada as seguintes ações (Tabela 10), descrevendo o tempo que deverá ser executada e pessoas comprometidas
com o processo.
Tabela 10: Estratégias e cronograma estabelecidos para reduzir as fontes de estresses para os alvos de conservação do MNAFTO.
#
2008
#
Ações Estratégicas com seus Passos
Pessoa
Responsável
Estado
Data Início
Data
Término
<
J F
M
A
M
J J
A
S
O
N
D
Ação
estratégica
A UNESP (Robson) vai contatar o grupo de
pesquisadores para saber do interesse e
viabilidade de novas pesquisas, estreitando a
parceria.
Robson Capretz
Planejada
jan/08
jun/08
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Passo #1
Conversar com
equipe da UNESP e ver as
possibilidades de pesquisas e atividades na
UC.
-
jan/08
jun/08
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Ação
estratégica
A UNESP (Robson) vai montar junto com o
Vicente um curso de capacitação de guia
(GRUPO PEDRA DE PAU) para conduzir
visitantes pesquisadores.
Robson Capretz
Planejada
fev/08
dez/08
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Passo #1
Conversar com
a Marissonia (Naturatins) sobre
a viabilidade.
-
fev/08
mar/08
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Passo #2
Robson e Vicente vão montar o conteúdo e
dinâmica pedagógica.
mar/08
jul/08
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Passo #3
Execução do Curso.
jul/08
dez/08
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Ação
estratégica
Atividades de ARTE E EDUCAÇÃO com
o
grupo GATOS MIDIÁTICOS.
Vicente Faustino
Planejada
fev/08
dez/08
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Passo #1
Atividades na escola Nossa Senhora do
Perpétuo Socorro.
-
fev/08
dez/08
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Ação
estratégica
Cam
panha de coleta do m
ontes de fósseis que
estão nas fazendas, junto com
o grupo Pedra
de Pau + voluntários. Arm
azenar na sede do
Monum
ento (Naturatins) para colocar num
futuro Centro de Visitante.
Vicente Faustino
Planejada
fev/09
jul/09
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2008
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Ações Estratégicas com seus Passos
Pessoa
Responsável
Estado
Data Início
Data
Término
<
J F
M
A
M
J J
A
S
O
N
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Passo #1
Mobilização do grupo e voluntários.
-
fev/09
mar/09
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Passo #2
Coleta dos fósseis, identificação e exposição.
mar/09
jul/09
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Ação
estratégica
Conscientização sobre a legislação do
Monum
ento Natural
Vicente Faustino
Planejada
abr/08
set/08
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Passo #1
Palestras sobre legislação
-
abr/08
set/08
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Ação
estratégica
Construir um
a sede com
laboratório,
alojam
ento e um centro de visitantes.
Vicente Faustino
- mar/08
dez/08
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Passo #1
Elaborar o projeto.
-
mar/08
jun/08
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Passo #2
Construção.
jun/08
dez/08
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Ação
estratégica
Fazer contato com
as Universidades
(Araguaina, Palmas e Nova Olinda) para trazer
pesquisas: levantam
entos de fauna e flora,
mapeamento das fitofisionomia do cerrado,
cadastramento das propriedades da UC e
entorno.
Vicente Faustino
Planejada
mar/08
abr/08
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Passo #1
Identificar professores e universidades com
interesse.
-
mar/08
mar/08
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Passo #2
Visitar os cam
pus e agendar conversa com
os
professores.
abr/08
abr/08
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�
Ação
estratégica
Fazer oficinas pedagógicas e palestras
(escola, com
unidade local e assentamentos)
sobre os assuntos: ciclo da água, fósseis,
cerrado e cidadania, lixo e cidadania,resíduos
rurais, caça, prevenção de fogo, ecopedagogia,
vida orgânica, aquecimento global.
Vicente Faustino
Planejada
fev/08
dez/08
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Passo #1
Palestras e oficinas
-
fev/08
dez/08
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Ação
estratégica
Fazer um convênio com algum
a universidade
para receber o m
aterial (fósseis) que estão na
sede da Naturatins em
Palmas.
Marissonia
Lopes de
Almeida
Planejada
fev/08
jul/08
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Passo #1
Marissonia (Naturatins) fazer contato com
-
fev/08
jul/08
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PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- PLA
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MENTO PARA A CONSERVAÇÃO DE ÁREAS--
Volum
e 2
43
#
2008
#
Ações Estratégicas com seus Passos
Pessoa
Responsável
Estado
Data Início
Data
Término
<
J F
M
A
M
J J
A
S
O
N
D
Universidades interessadas a serem
depositários.
Ação
estratégica
Fiscalização através da policia federal.
Vicente Faustino
Planejada
fev/08
dez/11
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Passo #1
Marcar e planejar novas operações.
-
fev/08
dez/11
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Ação
estratégica
Juntar todos os m
ateriais publicados sobre os
fósseis.
Vicente Faustino
Planejada
mar/08
mar/08
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� �
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�
Passo #1
Fazer um CD com
todos os arquivos e montar
uma pasta com os materiais im
pressos.
-
mar/08
mar/08
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� �
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Ação
estratégica
Montar um
mapa com as localizações dos
sítios, limites das propriedades particulares e
uma planilha form
atada (Robson) para coleta
de dados básicos.
Marissonia
Lopes de
Almeida
Planejada
mar/08
dez/08
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Passo #1
Coleta de inform
ação e desenho dos m
apas.
-
mar/08
dez/08
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Ação
estratégica
Montar um
program
a de estágio para
estudante.
Vicente Faustino
Planejada
mar/08
dez/11
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Passo #1
Discutir com
a Marissonia (Naturatins) um
programa.
-
mar/08
mar/08
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Passo #2
Receber os estagiários.
fev/09
dez/11
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�
Ação
estratégica
Oficinas de melhores práticas: permacultura e
manejo do fogo.
Vicente Faustino
Planejada
mar/08
dez/08
� �
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Passo #1
Oficinas.
-
mar/08
dez/08
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Ação
estratégica
Plano de fiscalização para os sítios junto com a
Polícia Federal.
Vicente Faustino
Planejada
mar/08
dez/10
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Passo #1
Operação PF.
-
mar/08
dez/10
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PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- PLA
NEJA
MENTO PARA A CONSERVAÇÃO DE ÁREAS--
Volum
e 2
44
#
2008
#
Ações Estratégicas com seus Passos
Pessoa
Responsável
Estado
Data Início
Data
Término
<
J F
M
A
M
J J
A
S
O
N
D
Ação
estratégica
Plano estratégico (ações constantes) com a
Policia Ambiental e Unidades Regionais de
Araguaina e Goiatins - Fiscalização Geral.
Vicente Faustino
Planejada
fev/08
dez/11
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Passo #1
Operações.
-
fev/08
dez/11
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Ação
estratégica
Trabalho preventivo com a brigada de fogo.
Vicente Faustino
Planejada
fev/08
out/08
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Passo #1
Treinam
ento da brigada de incêndio.
-
fev/08
out/08
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�
Ação
estratégica
Ver a possibilidade de conseguir recursos
através de medida compensatória (madeira
apreendida + m
aterial) para construir um
a cerca no entorno dos sítios paleontológico
conhecidos (3).
Vicente Faustino
Planejada
mar/08
mar/08
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Passo #1
Conversar com
a Marissônia (Naturatins) sobre
a possibilidade de conseguir esses recursos.
-
mar/08
mar/08
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PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- PLA
NEJA
MENTO PARA A CONSERVAÇÃO DE ÁREAS--
Volum
e 2
45
Med
idas de Suce
sso e M
onitoramen
to
O m
onitoramento está relacionado com o cumprim
ento dos objetivos estratégicos, m
ensurando os esforços de conservação sobre a biodiversidade. Abaixo segue a
tabela 11 de m
onitoramento organizada por alvo de conservação:
Tabela 11: Indicadores de conservação dos alvos que serão m
onitorados.
# Alvos
Categ
oria
Atributo Eco
lógico
Chave ou Ameaça
Indicad
ores
Métodos
Estad
o
Freqüên
cia e
Cronograma
Localização
Quem
monitora
Observação
1
Cerrado -
Predom
ínio
Savan
as
Contexto da
paisagem
Estabilidade &
movimentação de solos /
sedimentos
Pontos de erosão
Contagem
dos pontos de
erosão
com
estimativa
de tam
anho
-
Anual
Área da
UC,
preferencialmen
te nas
proximidad
es dos
sítios arqu
eológicos
Equipe da UC
1 Cerrado -
Predom
ínio
Savan
as
Condição
Presença / abund
ância de
espécies fundam
entais
A definir
1 Cerrado -
Predom
ínio
Savan
as
Tam
anho
Tam
anho
/exten
são de
comunidad
es/ecossistema
s característicos
Map
as de área em
hectares
SIG + Sensoriamento
remoto
Planejada
Cada 2 anos
Área da
UC e entorno
Laboratório de SIG do
Naturatins
2 Cerrado -
Predom
ínio
Floresta
Contexto da
paisagem
Conectividad
e entre
comunidad
es &
ecossistem
as
Map
as de área em
hectares
SIG + Sensoriamento
remoto
Planejada
Cada 2 anos
Área da
UC e entorno
Laboratório de SIG do
Naturatins
2 Cerrado -
Predom
ínio
Floresta
Condição
Presença / abund
ância de
espécies fundam
entais
A definir
2 Cerrado -
Predom
ínio
Floresta
Tam
anho
Tam
anho
/exten
são de
comunidad
es/ecossistema
s característicos
Map
as de área em
hectares
SIG + Sensoriamento
remoto
Planejada
Cada 2 anos
Área da
UC e entorno
Laboratório de SIG do
Naturatins
3
Sítios
Paleo
ntológic
os
Contexto da
paisagem
Contexto - Apoio legal,
politico e financeiro
No. de instituições
envolvidas
Contar número de
instituiçõe
s envolvidas
Em
Andam
ento
Anual
Área da
UC e entorno
Equipe da UC
Rualtins,ADAPEC, U
NESP,
TNC, S
IPAMA, P
olicia
Federal, Secretaria de
Educação de Filadélfia,
Secretaria de Infraestrutura
de Filadélfia, Prefeitura de
Vanderlância, ICT Correios
3
Sítios
Paleo
ntológic
os
Condição
Condição física -
Integridad
e física
Porcentagem de
sítios saque
ados
No. Denúncia e
apreensão
Em
Andam
ento
Anual
Área da
UC e entorno
Equipe de fiscalização
Em 2007 houve den
úncia
de saq
ue dos fósseis na
fazend
a do Chico (próximo
a Faz. And
radina
)
3 Sítios
Paleo
ntológic
os
Tam
anho
Conteúdo conceitual -
Auten
cida
de
Já identificado
como autênticos
-
3
Sítios
Paleo
ntológic
os
Tam
anho
Conteúdo conceitual -
Inform
ações científicas
disponível
No. de publicações
Contar no. de pesquisas
e/ou publicações
Em
Andam
ento
Anual
Área da
UC e entorno
Equipe da UC
Hoje existe 6 artigos
científicos e 3 pesquisas de
doutorado (UNESP) em
andam
ento
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- PLANEJAMENTO PARA A CONSERVAÇÃO DE ÁREAS--
Volume 2
46
Considerações Finais O planejamento para Monumento Natural das Árvores Fossilizadas apontou para os seguintes aspectos a considerar:
1. Os sítios arqueológicos que são o principal objeto de criação da UC é quem recebe a ameaça mais intensa: o trafico internacional de fósseis;
2. Ações articuladas e conjunta com órgãos de fiscalização (Naturatins, IBAMA, Policia Florestal
e Policia Federal) resolve as ameaças críticas sobre os três alvos de conservação tornando a UC efetiva aos seus propósitos;
3. Trabalhos de educação ambiental e informação sobre a UC e seus objetivos serão eficiente,
uma vez que os moradores locais tem uma relação de simpatia e admiração pelo local e também pelos sítios arqueológico;
4. Formar um conselho gestor seria uma forma de aproximação interinstitucional dos atores
envolvidos com a UC e que somaria esforços na implementação e apropriação desse plano de ações estratégicas;
5. Há uma necessidade emergencial no aumento no quadro de funcionários da UC.
Bibliografia ARRUDA, MOACIR BUENO, 2005. Representatividade ecológica com base na biogeografia de biomas, ecótonos e ecorregiões continentais do Brasil – o caso do Cerrado. Tese de Doutorado, Universidade de Brasília, Brasília. 194 p. DIAS-BRITO,D.; ROHN;R.; CASTRO,J.C.; DIAS,R.R.; RÖSSLER,R. 2007. Floresta Petrificada do Tocantins Setentrional – O mais exuberante e importante registro florístico tropical-subtropical permiano no Hemisfério Sul. In: Winge,M.; Schobbenhaus,C.; Berbert-Born,M.; Queiroz,E.T.; Campos,D.A.; Souza,C.R.G.; Fernandes,A.C.S. (Edit.) Sítios Geológicos e Paleontológicos do Brasil. Publicado na Internet em 23/01/2007 no endereço http://www.unb.br/ig/sigep/sitio104/sitio104.pdf
GRANIZO, T., MOLINA, M.E., SECAIRA, E., HERRERA, B., BENITEZ, S.,MALDONADO, O., LIBBY, M., ARROYO, P., ISOLA, S., CASTRO, M. 2006. Manual de Planejamento para Conservação de Áreas, PCA. Quito: TNC y USAID.
IBGE, 2008. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - Cidades. Acesso 23/04/08. http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1 ISA, 2008. Instituto Sociomambiental. Acesso 23/04/08 http://www.isa.org.br/uc/2963/ambiental JORGE PÁDUA, MARIA TEREZA. Marcas de um mundo extinto. Amigos da Terra -– Amazônia Brasileira em 08/10/2004. (www.amazonia.org.br/compradores/opiniao/artigo_detail.cfm?id-=128495) MMA, 2007. Áreas prioritárias para a conservação, uso sustentável e repartição de benefícios da biodiversidade brasileira: Atualização – Portaria MMA No. 9, de 23 de janeiro de 2007. Ministério do Meio Ambiente, Secretaria de Biodiversidade e Floresta. Brasília. (Série Biodiversidade, 31). SNUC, 2003. Sistema Naciona de Unidade de Conservação da Natureza – SNUC: lei no. 9985, de 18 de julho de 2000; decreto no. 4340, de 22 de agosto de 2002. 3 ed. Aum. Brasília: MMA/SBF. 52p. _______ 2005. Plano de Manejo do Monumento Natural da Árvores Fossilizadas do Tocantins. Disponível em http://www.to.gov.br/naturatins/modulos/protintegral/index.php Sites de pesquisa com Informações sobre área:
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- PLANEJAMENTO PARA A CONSERVAÇÃO DE ÁREAS--
Volume 2
47
http://www.to.gov.br/naturatins http://arruda.rits.org.br/oeco/servlet/newstorm.ns.presentation.NavigationServlet?publicationCode=6&pageCode=67&textCode=11023 http://www.agencia.fapesp.br/boletim_dentro.php?data%5Bid_materia_boletim%5D=8286 http://www.overmundo.com.br/guia/monumento-natural-das-arvores-fossilizadas-1 http://arruda.rits.org.br/oeco/servlet/newstorm.ns.presentation.NavigationServlet?publicationCode=6&pa
geCode=90&textCode=16928
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- PLANEJAMENTO PARA A CONSERVAÇÃO DE ÁREAS--
Volume 2
48
ANEXOS Anexo I. Mapa com a localização na unidade de conservação MNAFTO.
Anexo II. Fotos e informações dos fósseis extraídas de Dias-Brito et.al.
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- PLANEJAMENTO PARA A CONSERVAÇÃO DE ÁREAS--
Volume 2
49
Afloramentos e caules petrificados. Formação Motuca. MNAFTO e entorno. 1. Tietea singularis; 2. Tietea singularis; 3. porção basal de Tietea singularis; 4. Tietea deformada; 5. Tietea singularis; 6. Tietea singularis; 7. Tietea singularis; 8. arenito com estratificação cruzada de canal fluvial. 1-3: Fazenda Peba; 4-6, 8: Fazenda Andradina; 7: Fazenda Buritirana.
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- PLANEJAMENTO PARA A CONSERVAÇÃO DE ÁREAS--
Volume 2
50
Relatório Técnico
Planejamento para Conservação de Áreas Parque Estadual do Jalapão
Realização
The Nature Conservancy do Brasil
Órgão Gestor Instituto Natureza do Tocantins – Naturatins
Local Mateiros – Tocantins
Período 27 e 28 de Maio de 2008
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- PLANEJAMENTO PARA A CONSERVAÇÃO DE ÁREAS--
Volume 2
51
Ficha Técnica
Unidade de Conservação: PARQUE ESTADUAL DO JALAPÃO Esfera Adm Estadual Órgão Gestor Instituto Natureza do Tocantins Categoria Parque Categoria IUCN Category II Bioma predominante
Cerrado
Objetivos Proteger a fauna, a flora e os recursos naturais, de forma a garantir o aproveitamento sustentado do potencial turístico.
Contatos Responsável pela UC Jailma das Graças Soares Endereço Av. Maranhão s/n UF TO Município Mateiros CEP 77.593-970 Site
Telefone Comercial: (63) 3534-1072
E-mail Institucional: [email protected]
Munícipios abrangidos pela UC Munícipio UF
Mateiros TO
Documento de Criação Tipo Número Data Data de Publicação Área (ha) Georreferenciado
Lei ordinária 1.203 12/01/2001 12/01/2001 150.000 sim
Conselho Gestor
Portaria 198 01/06/2006 Instrumento de Planejamento (Plano de Manejo) Tipo Número Data Situação
Portaria 146 25/08/2005 Finalizado Portaria
Outro instrumento de gestão e planejamento: PCA Planejamento para Conservação de Área. Fonte: www.naturatins.to.gov.br http://sistemas.mma.gov.br/portalcnuc/index.php?ido=principal.index&idEstrutura=119 www.socioambiental.org/uc/1406/geral
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- PLANEJAMENTO PARA A CONSERVAÇÃO DE ÁREAS--
Volume 2
52
Descrição Esse trabalho é uma iniciativa do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) que, junto com o Governo do Tocantins, vem se mobilizando e investindo recursos para fortalecer o Sistema Estadual de Unidade de Conservação (SEUC), facilitando a execução de sua política de conservação ambiental no Estado e constituindo uma ação pró-ativa e mais eficaz de preservação da biodiversidade, gestão territorial e manutenção da qualidade e serviços ambientais. Para o desenvolvimento dessas ações, o Governo do Tocantins fez um Termo de Cooperação Técnica com a The Nature Conservancy (TNC), estabelecendo um regime de mútua colaboração com a finalidade de propiciar mecanismos de conservação da biodiversidade por meio da construção e execução de políticas voltadas à implantação e gestão de áreas protegidas em terras públicas e terras privadas no Estado do Tocantins A TNC que é uma organização sem fins lucrativos, que tem como missão “preservar plantas, animais e ecossistemas que representam a diversidade biológica da Terra, através da proteção das terras e águas necessárias à sua sobrevivência”. Em uma de suas linhas de ação, a TNC desenvolveu o “Planejamento para a Conservação de Áreas” (PCA)”, que é um método versátil para estabelecer estratégias e priorizar ações em áreas onde é importante cuidar da biodiversidade. O PCA é uma ferramenta simples que permite organizar e guardar informações (planilha Excel), que auxiliam no direcionamento dos investimentos em conservação e em seu monitoramento. Sua aplicação é um processo de aprendizado que reúne gestores governamentais, representantes de movimentos sociais, ONGs e universidades, os quais, em conjunto, contribuem para a definição dos alvos de conservação e estratégias de ação para a área em foco. Importância da área protegida O Parque Estadual do Jalapão é área de rica biodiversidade, com suas rochas arenosas que foram formadas por depósitos marinhos há bilhões de anos, incorpora complexos ecossistemas, incluindo a vegetação de cerrado ralo combinada com a areia, dunas, serras, vales, veredas e cachoeiras. Sua fauna é representativa e abriga espécies raras e ameaçadas de extinção como o pato mergulhão (Mergus octocetaceus) e a águia-cinzenta (Harpyalaetus coronatus). Devido a esse mosaico de fisionomias e sua extensão na paisagem, o Parque Estadual do Jalapão torna-se uma unidade de conservação de extrema importância, pois permite a ocorrência de processos ecológicos de grande escala devido ao excepcional tamanho em extensão, onde o entorno também é outra unidade de conservação de proteção integral. O que queremos conservar Conservar a biodiversidade e os processos ecológicos ocorridos no bioma cerrado, às formações geológicas que proporciona um mosaico de ecossistemas que se interagem na paisagem, a qualidade dos serviços ambientais e a cultura local. Objetivos da criação da unidade de conservação O objetivo de criação do Parque é a proteção do ecossistema bem como a fauna a ele associada.
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- PLANEJAMENTO PARA A CONSERVAÇÃO DE ÁREAS--
Volume 2
53
É o maior Parque do Estado, cuja posição é estratégica como elo de continuidade entre as áreas protegidas pela APA do Jalapão, Estação Ecológica da Serra Geral e Parque Nacional das Nascentes do Parnaíba, formando um mosaico de Unidades de Conservação e garantindo o fluxo gênico. Essa característica é seu principal atributo, na medida em que garante a manutenção da biodiversidade dessa extensa área de cerrado ainda bem conservado. Conservação e desenho conceitual O Instituto Natureza do Tocantins – Naturatins em parceria com a The Nature Conservancy têm direcionado seus esforços de conservação na criação e implementação de unidades de conservação no Estado do tocantins, apoiando a construção coletiva de instrumentos de gestão de unidade de conservação. Na oficina realizada no Parque estadual do Jalapão, utilizou-se o Planejamento para Conservação de Área que considera o contexto territorial da UC, sua função na paisagem, sua importância nos processos ecológicos e inclusão do controle social na gestão, como sugere o SNUC. A base conceitual está pautada nos processos ecológicos chaves para conservação dentro da teoria de diversidade ecológica. O planejamento considera os diferentes atores sociais, cada qual com seu conhecimento (técnico-científico ou saber popular) como também a participação efetiva da sociedade civil na construção de estratégias de conservação. A proposta do planejamento é que cada participante possa compreender o processo, a importância e fragilidade do ambiente e contribua com alguma ação estratégica dentro de sua própria instituição, somando assim os esforços de recursos humanos e financeiros na gestão da UC. Objetivo de conservação Proteger e conservar importante e significativa área de Cerrado, com as suas diferentes paisagens, abundantes recursos hídricos e relevante biodiversidade, através da educação ambiental, ecoturismo e pesquisa científica, em harmonia com a comunidade, contribuindo para o desenvolvimento regional sustentável. Metodologia de planejamento para conservação de área O Planejamento para a Conservação de Áreas (PCA) é uma metodologia desenvolvida pela The Nature Conservancy (TNC) fruto de uma década de esforços cumulativos de experiência nos diversos países. O objetivo é assegurar a ocorrência de efeitos positivos na conservação, com base na integridade da biodiversidade e redução das ameaças que a colocam em perigo. Esta metodologia é uma ferramenta que permite aos gestores identificar suas necessidades críticas de uma maneira hierarquizada e desenvolver ações priorizadas de conservação para a proteção ou melhora da integridade da biodiversidade. Existem 6 elementos essenciais que se trabalha no PCA:
7. Alvos: os elementos da biodiversidade numa determinada área; 8. Contexto Humano: as restrições e oportunidades sociais, culturais, políticas e
econômicas apresentadas pelos atores locais e o potencial para a participação destes atores.
9. Estresses: degradação ou alteração que afeta diretamente o(s) alvo(s);
10. Fontes: os agentes imediatos geradores dos estresses;
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- PLANEJAMENTO PARA A CONSERVAÇÃO DE ÁREAS--
Volume 2
54
11. Estratégias: os tipos de atividades de conservação empregadas para mitigar as
fontes dos estresses;
12. Avaliação do Sucesso: mensuração da integridade da biodiversidade e da redução das ameaças.
O raciocínio lógico por trás da metodologia é de manter ocorrências viáveis de toda a biodiversidade através da proteção dos alvos de conservação, implementando estratégias de conservação que mitigue e/ou restaure as ameaças críticas diretamente relacionadas com a integridade dos sistemas, mantendo assim a saúde da biodiversidade. Essa metodologia permite planejar com a quantidade/qualidade de informações disponíveis, não dependendo de informações avançadas e consolidadas para que se iniciem as ações de consolidação da unidade de conservação. Quanto mais informações se têm o resultado trará ações de intervenção mais efetivas, e quanto menos dados técnicos o planejamento será mais estruturante. Organização e participantes da oficina O processo de organização da oficina iniciou-se contatando os responsáveis pela UC para explicar sobre a metodologia do PCA, os objetivos da oficina e qual seria o público esperado para participar do evento. A partir disso seguiram-se os seguintes passos:
8. Elaboração de uma lista de convidados;
9. Preparação do convite; 10. Contato pessoal com cada um dos participantes;
11. Elaboração da programação;
12. Levantamento de materiais técnicos e mapas sobre a área;
13. Preparação da apresentação sobre a metodologia PCA;
14. Organização da dinâmica da oficina.
Elabora-se uma primeira lista de nomes de pessoas que têm interesse, atuação direta ou faz parte dos conflitos relacionados com a área protegida. A partir disso, analisa-se o conjunto de participantes na tentativa de que se tenha um grupo equilibrado de atores sociais que possam contribuir com a oficina. No segundo momento, encaminhou-se um convite com a programação (anexos I e II) do evento a todos com um aviso de confirmação. Durante a oficina estiveram presentes 18 pessoas, entre técnicos responsáveis pela administração de unidade de conservação (UC), funcionários de apoio da UC, representante da UC do entorno, ONG com representantes e especialistas (anexo III). É importante ressaltar que a planilha foi preenchida em um exercício integrado, onde cada dia de trabalho dependeu do resultado do trabalho do dia anterior. As pessoas eram participativas, entretanto com conhecimento restrito sobre as questões e processos ecológicos da área. Essa oficina contribuiu, principalmente, para um envolvimento maior dos funcionários da UC com as questões de biodiversidade, conduzindo-os a um aprendizado inicial e reflexões do que é conservação, olhando pela ótica dos alvos de conservação, dos conflitos que estão relacionados a eles e propostas de solução desses problemas.
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
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Descrição da área O Parque tem 150.000 hectares de extensão e localiza-se no território do Jalapão, cidade de Mateiros, na porção leste do Estado do Tocantins, próximo à divisa com os estados do Maranhão, Piauí e Bahia (anexo IV). Caracteriza-se em oito alvos de conservação, isto é, elementos fundamentais da biodiversidade e dos processos naturais que os mantêm. Os Alvos escolhidos abrangem todas as tipologias vegetais da unidade da paisagem no Parque Estadual do Jalapão, bem como a biodiversidade neles contido. Alvos de conservação
Alvos de Conservação
Área PARQUE ESTADUAL DO JALAPÃO
Alvo #1 Topos e encostas das serras
Descrição Considerou-se as encostas e os platôs/topos das serras do Espírito Santo (22 km), do
Porco e da Jalapinha. Abrange o atrativo (trilha) do mirante da Serra do Espírito Santo e as áreas onde ocorrem o processo de formação das dunas.
Alvo #2 Cerrado savânico e campestre (predomínio de campo)
Descrição Abrangem as fitofisionomias campos limpos, campos sujos, campinas, agreste, cerrado típico, gerais e cerradão.
Alvo #3 Áreas úmidas e ilhas
Descrição Abrange as veredas, campos úmidos, brejos, matas ciliares, corpos d'água, nascentes,
fervedouros, lagos e ilhas. Destacam-se os atrativos: fervedouro, cachoeira do Formiga, cachoeira da Velha, rios do Sono e Novo, prainha dos Crentes (Novo).
Alvo #4 Mata do Carrapato
Descrição Matas semideciduais, maior bloco dessa fitofisionaomia na região do Jalapão, com
parte dentro dos limites do PEJ e parte no entorno, cortado pelo rio Carrapato. Atrativos potenciais: fervedouro, cachoeira das Três Pedras, nascente do Morcego e Naja.
Alvo #5 Dunas
Descrição Um dos principais atrativos do PEJ. São formadas pela erosão natural da encosta do Espírito Santo, sendo uma formação única no Cerrado, com vestígios de fosseis vegetais.
Alvo #6 Espécies ameaçadas
Descrição
Estamos considerando as espécies globalmente (IUCN) ameaçadas por perda de hábitat: pato-mergulhão e arara-azul. Também se considera a necessidade de ações para melhorar a informação sobre outras espécies ameaçadas, como tamanduá-bandeira, suçuapara ou cervo-do-pantanal, tatu-canastra e tatu-bola.
Alvo #7 Espécies caçadas
Descrição Consideram-se as espécies mais caçadas: veado-campeiro, veado-mateiro, ema, tatu e paca.
Alvo #8 Espécies vegetais úteis
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Alvos de Conservação
Descrição Consideram-se as espécies mais utilizadas pela comunidade local: capim-dourado, buriti, jatobá, pequi, cajuzinho, buritirana, puçá, piaçaba e mangaba.
Viabilidade ou integridade da biodiversidade
A pergunta estruturante para análise de viabilidade é se nossos alvos de conservação têm o tamanho suficiente para se recuperar de distúrbios naturais, possuem processos ecológicos funcionais e contam com uma composição, estrutura e funções naturais que lhes permitam se manter a longo prazo. Utiliza-se o termo viabilidade para populações de espécies e integridade ecológica à comunidades ou ecossistemas.
Dentro desse conceito existem atributos ecológicos chaves que são elementos críticos para a manutenção da diversidade biológica dentro do sistema ecológico, se estão ausentes ou alterados, o alvo poderá ser perdido em um determinado período.
São escolhidos atributos ecológicos para três fatores:
• Tamanho é a medida da área ou abundância da ocorrência do alvo de conservação; • Condição é uma medida integrada da composição, estrutura e interações bióticas
que caracterizam a ocorrência; • Contexto da Paisagem é uma medida integrada de dois fatores: os regimes e os
processos ambientais dominantes que estabelecem e mantêm a ocorrência e a conectividade do alvo.
Critério de viabilidade A viabilidade de um alvo de conservação é uma função do tamanho, condição e contexto da paisagem, como descrito acima. Com base no melhor conhecimento e julgamento disponíveis, determina-se uma das quatro classes de viabilidade (Muito Boa, Boa, Regular, Ruim), estritamente de acordo com suas condições atuais, considerando as incerteza e imprecisões da viabilidade a longo prazo. Construção da situação atual de viabilidade/integridade dos alvos
Alvo de Conservação Categoria Atributo Chave Classificação
Atual
1 Topos e encostas das serras Contexto da paisagem
Padrão (mosaico) & estrutura da paisagem
Regular
1 Topos e encostas das serras Condição Integridade física Bom
1 Topos e encostas das serras Tamanho Tamanho/extensão de
comunidades/ecossistemas característicos
Ruim
2 Cerrado savânico e campestre (predomínio de campo)
Contexto da paisagem
Regime de fogo - (sazonalidade, freqüência, intensidade, extensão)
Ruim
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Alvo de Conservação Categoria Atributo Chave Classificação
Atual
2 Cerrado savânico e campestre (predomínio de campo)
Condição Composição / dominância de
espécies Regular
2 Cerrado savânico e campestre (predomínio de campo)
Tamanho Tamanho/extensão de
comunidades/ecossistemas característicos
Bom
3 Áreas úmidas e ilhas Contexto da paisagem
Conectividade entre comunidades & ecossistemas
Bom
3 Áreas úmidas e ilhas Condição Integridade física Regular
3 Áreas úmidas e ilhas Tamanho Tamanho/extensão de
comunidades/ecossistemas característicos
Bom
4 Mata do Carrapato Contexto da paisagem
Padrão (mosaico) & estrutura da paisagem
Bom
4 Mata do Carrapato Condição Presença / abundância de espécies
fundamentais Bom
4 Mata do Carrapato Tamanho Tamanho/extensão de
comunidades/ecossistemas característicos
Regular
5 Dunas Contexto da paisagem
Estabilidade & movimentação de solos / sedimentos
Bom
5 Dunas Condição Integridade física Bom
5 Dunas Tamanho Tamanho/extensão de
comunidades/ecossistemas característicos
Bom
6 Espécies ameaçadas Contexto da paisagem
Conectividade entre comunidades & ecossistemas
Regular
6 Espécies ameaçadas Condição Presença / abundância de espécies
fundamentais Regular
6 Espécies ameaçadas Tamanho Tamanho e dinâmica populacional Regular
7 Espécies caçadas Contexto da paisagem
Conectividade entre comunidades & ecossistemas
Regular
7 Espécies caçadas Condição Presença / abundância de espécies
fundamentais Regular
7 Espécies caçadas Tamanho Tamanho e dinâmica populacional Regular
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Alvo de Conservação Categoria Atributo Chave Classificação
Atual
8 Espécies vegetais úteis Contexto da paisagem
Regime de fogo - (sazonalidade, freqüência, intensidade, extensão)
Regular
8 Espécies vegetais úteis Condição Presença / abundância de espécies
fundamentais Bom
8 Espécies vegetais úteis Tamanho Tamanho e dinâmica populacional Bom
Resultado da análise de Viabilidade
Contexto da paisagem Condição Tamanho
Alvos de Conservação
Classificação Peso Classificação Peso Classificação Peso
Classificação de Viabilidade
1 Topos e encostas das serras
Regular 1 Bom 1 Ruim 1 Regular
2 Cerrado savânico e campestre (predomínio de campo)
Ruim 1 Regular 1 Bom 1 Regular
3 Áreas úmidas e ilhas Bom 1 Regular 1 Bom 1 Bom
4 Mata do Carrapato Bom 1 Bom 1 Regular 1 Bom
5 Dunas Bom 1 Bom 1 Bom 1 Bom
6 Espécies ameaçadas Regular 1 Regular 1 Regular 1 Regular
7 Espécies cicadas Regular 1 Regular 1 Regular 1 Regular
8 Espécies vegetais úteis
Regular 1 Bom 1 Bom 1 Bom
Classificação de Integridade da Biodiversidade do Parque Bom
O resultado da análise de viabilidade, no quadro acima, mostra o conjunto dos oito alvos de conservação que resultou na classificação “BOM”, indicando estar na faixa aceitável (conservado), sendo que quatro dos alvos escolhidos foram classificado como REGULAR, o que exige atenção maior e ações efetivas para sua restauração.
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A decisão de classificação foi com base nos conhecimentos de apenas três especialistas, sendo considerada a percepção das pessoas que trabalham ha anos no local.
Ameaças críticas Os alvos de conservação são ameaçados por inúmeros estresses que causam dano, destruição e/ou degradação, afetando os atributos ecológicos chave do alvo de conservação, reduzindo a sua viabilidade. Com base no levantamento de informações geradas de grupo que participou desse planejamento (gestor da UC, instituições governamentais locais, ONG e pesquisadores), foram identificadas 14 ameaças que são os agentes imediatos gerando os estresses (ver quadro “ameaças para os alvos de conservação”). As ameaças mais críticas foram: 1 Caça 2 Fogo 3 Agricultura mecanizada no entorno 4 Falta de conhecimento científico A caça é a ameaça que afeta alvos que estão em condição regular de conservação, onde a retirada de indivíduos e alteração na dinâmica populacional leva ao declínio e a perda de variabilidade genética, conseqüentemente uma redução na biodiversidade. O Fogo atinge praticamente todos os alvos, sendo a ameaça número um a ser combatida. Já agricultura mecanizada está relacionada às áreas de expansão da soja (utiliza os topos das serras), como também com os contaminantes derivados de defensivo agrícolas. Finalmente, a falta de conhecimento científico não permite práticas adequadas de manejo da UC, necessitando aproximação como os centros de pesquisa.
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Ameaças para os alvos de conservação
Ameaças de todos os Alvos Topos e
encostas das serras
Cerrado savânico e campestre (predomínio de campo)
Áreas úmidas e ilhas
Mata do Carrapato
Dunas Espécies
ameaçadas Espécies caçadas
Espécies vegetais úteis
Ameaças específicas ao projeto 1 2 3 4 5 6 7 8
Classificação Total da Ameaça
1 Caça Alta Alta Muito Alta Alta
2 Fogo Baixa Média Alta Alta Baixa Alta Média Alta
3 Agricultura mecanizada no entorno
Alta Alta Alta
4 Falta de conhecimento científico
Alta Alta Alta
5 Visitação desordenada nos atrativos do PEJ
Alta Média Média Média
6 Empreendimentos de infra-estrutura no entorno
Alta Média
7 Extrativismo desordenado
Alta Média
8 Manutenção das estradas
Alta Média
9 Extração de madeira Média Baixa
10 Falta de regularização fundiária
Média Baixa
11 Gado Média Baixa
12 Tráfico e captura de animais
Média Baixa
13 Roça Baixa Baixa
14 Trilha mal desenhada Baixa Baixa
Situação de Ameaça para Alvos e Projeto
Média Baixa Alta Alta Média Alta Alta Alta Alta
Mapa dos atores sociais envolvidos na conservação da UC
Entendemos por contexto humano as interações entre os atores e o seu entorno natural e social. Composto pelas pessoas e os processos históricos, políticos, econômicos, ambientais, legais e sociais, internacionais, nacionais, regionais e locais, que interagem para regulamentar as atividades sociais. O mapa de atores permite conhecer as relações sociais e seus vínculos com as ameaças críticas e com a área protegida.
O diagrama abaixo foi desenvolvido em um momento anterior a essa oficina pela atual chefe do Parque (Jailma Soares) durante a construção de um diagnóstico participativo (DRP). O diagrama ilustra o conjunto de atores sociais envolvidos com a UC, sendo o primeiro círculo os que já têm vínculo com o Parque, o segundo em aproximação e o terceiro o que se pretende trazer para mais próximo.
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Metas e estratégias de conservação As metas traçadas para Parque Estadual do Jalapão permitirão alcançar o objetivo de conservação, pois estão direcionados para mitigar as ameaças mais críticas que degradam os alvos de conservação, atingindo indiretamente as ameaças menos impactantes. Foi utilizada a mesma estrutura do planejamento já existente para otimizar trabalho.
A) GESTÃO
Meta 1: Definir estrutura funcional do PEJ de acordo com o perfil
Meta 2: Implantar modelo de gestão por resultado.
Meta 3: Fortalecer a comunicação do PEJ com a Sede e entorno.
Meta 4: Implementar as atividades previstas no plano de manejo do PEJ.
Meta 5: Cooperar na elaboração e implantação de políticas públicas municipais
Meta 6: Potencializar os recursos financeiros do PEJ.
Meta 7: Implementar conselho consultivo do PEJ.
B) PROTEÇÃO: CONSERVAÇÃO E MANEJO DOS RECURSOS NATURAIS
Meta 1: Criar banco de dados das propriedades do entorno para implantação de ações estratégicas para fiscalização preventiva
PEJ
Associação Fogo Apagu
CI
Conservação Internacional
Associação Onça Dágua
NATURATINS
UFT
Prefeitura
Municipal de Mateiros
ACAJ
PEQUI
Conselho Consultivo
Instituto Chico Mendes
SETAS
COMTUR
ACAPPM
Comunidades Mumbuca
Comunidade
Fazenda
Nova
Comunidade Boa
Esperança
Comunidade Carrapato
Comunidade
Galhão
Comunidade Rio Novo
Prefeitura
São Felix
Povoad
o do Prata
E.E. Estefânio
E.M. Ernestina
Vieira
Igrejas
RURALTINS
ADAPEC CELTINS
Câmara Municipal Vereadores
ADTUR
Associação Comércio
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Meta 2: Instituir e monitorar plano e serviços que contribuam para a proteção e conservação do PEJ e manejo adequado dos recursos naturais do entorno.
Meta 3: Recuperar áreas degradadas
Meta 4: Elaborar um plano de ação integrado de fiscalização em parceria com a polícia ambiental, IBAMA e outras instituições.
C) PROTEÇÃO: PREVENÇÃO, CONTROLE E COMBATE A INCÊNDIOS FLORESTAIS
Meta 1: Implementar Protocolo Municipal do fogo de Mateiros e São Felix
Meta 2: Manutenção das vias de acesso e equipamentos
Meta 3: Elaborar o Plano integrado de prevenção, controle e combate a incêndios florestais
Meta 4: Implantar sistema de rádio comunicação.
D) PROTEÇÃO: PESQUISA CIENTÍFICA
Meta 1: Incentivar e monitorar pesquisas científicas aplicadas ao manejo do PEJ.
E) ADMINISTRATIVA
Meta 1: Implantar sistema de controle dos bens móveis e imóveis
Meta 2: Manter atualizado banco de dados do PEJ
Meta 3: Assegurar o controle das atividades de rotina.
E) MANUTENÇÃO
Meta 1: Elaborar e executar o Plano de Manutenção do PEJ
Meta 2: Implantar melhoria nas áreas do CAT e Bases
Meta 3: Apoiar na manutenção dos veículos do PEJ
G) INTEGRAÇÃO COM O ENTORNO - USO PÚBLICO
Meta 1: Inserção do PEJ na agenda regional.
Meta 2: Apoio às alternativas econômicas sustentáveis.
Meta 3: Elaborar e divulgar o plano de uso público do PEJ
Meta 4: Elaborar plano de segurança (resgate, salvamento e primeiros socorros) para turistas e funcionários. Considerações Finais O planejamento para Parque Estadual do Jalapão apontou para os seguintes aspectos a considerar: 1 Há uma necessidade eminente de fazer parcerias para o desenvolvimento de
pesquisas dentro do Parque, o que subsidiará ações mais efetivas de manejo de biodiversidade;
2 Apesar do Parque ter uma área extensa, alvo como o cerrado está em condição
regular principalmente sobe a ameaça do fogo;
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3 O fogo deve ter atenção primeira, devido a amplitude de degradação causada por ele em todos os alvos;
4 As atividades econômicas realizadas com os recursos naturais do Parque (capim
dourado e turismo) devem ser ordenados e monitorados para que possam trazer benefícios às comunidades locais sem danificar a biodiversidade.
5 O conselho precisa ter uma participação mais efetiva na gestão da UC, sendo
necessário trabalho prévio de sensibilização e formação de conselheiros em gestão participativa.
Literatura Consultada
GRANIZO, T., MOLINA, M.E., SECAIRA, E., HERRERA, B., BENITEZ, S.,MALDONADO, O., LIBBY, M., ARROYO, P., ISOLA, S., CASTRO, M. 2006. Manual de Planejamento para Conservação de Áreas, PCA. Quito: TNC y USAID.
ISA, 2008. Instituto Sociomambiental. Acesso 08/2008. www.socioambiental.org/uc/uf/17 MMA, 2007. Áreas prioritárias para a conservação, uso sustentável e repartição de benefícios da biodiversidade brasileira: Atualização – Portaria MMA No. 9, de 23 de janeiro de 2007. Ministério do Meio Ambiente, Secretaria de Biodiversidade e Floresta. Brasília. (Série Biodiversidade, 31). SNUC, 2003. Sistema Naciona de Unidade de Conservação da Natureza – SNUC: lei no. 9985, de 18 de julho de 2000; decreto no. 4340, de 22 de agosto de 2002. 3 ed. Aum. Brasília: MMA/SBF. 52p.
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Relatório Técnico
Planejamento para Conservação de Áreas Parque Estadual do Lajeado
Realização
The Nature Conservancy do Brasil
Órgão Gestor Instituto Natureza do Tocantins – Naturatins
Local Palmas – Tocantins
Período 26 e 28 de Março de 2008
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Ficha Técnica
Unidade de Conservação: PARQUE ESTADUAL DO JALAPÃO Esfera Adm Estadual Órgão Gestor Instituto Natureza do Tocantins Categoria Parque Categoria IUCN Category II Bioma predominante
Cerrado
Objetivos Proteger a fauna, a flora e os recursos naturais, em ordem a garantir o aproveitamento sustentado do potencial turistico.
Contatos Responsável pela UC Marinho Pereira Rodrigues Endereço Rodovia TO-020, Km 24/25 UF TO Município Palmas CEP 77.900-000 Site
Telefone Comercial: (63) 3278-2660
E-mail Institucional: [email protected]
Munícipios abrangidos pela UC Munícipio UF
Palmas TO
Documento de Criação Tipo Número Data Data de Publicação Área (ha) Georreferenciado
Lei ordinária 1.224 11/05/2001 11/05/2001 10.750 Correto
Conselho Gestor
Esta UC não possui Conselho Gestor Instrumento de Planejamento (Plano de Manejo) Tipo Número Data Situação
Portaria 110 29/03/2006 Finalizado Portaria
Outro instrumento de gestão e planejamento: PCA Planejamento para Conservação de Área. Fonte: www.naturatins.to.gov.br http://sistemas.mma.gov.br/portalcnuc/index.php?ido=principal.index&idEstrutura=119 www.socioambiental.org/uc/1406/geral
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Descrição Esse trabalho é uma iniciativa do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) que, junto com o Governo do Tocantins, vem se mobilizando e investindo recursos para fortalecer o Sistema Estadual de Unidade de Conservação (SEUC), facilitando a execução de sua política de conservação ambiental no Estado e constituindo uma ação pró-ativa e mais eficaz de preservação da biodiversidade, gestão territorial e manutenção da qualidade e serviços ambientais. Para o desenvolvimento dessas ações, o Governo do Tocantins fez um Termo de Cooperação Técnica com a The Nature Conservancy (TNC), estabelecendo um regime de mútua colaboração com a finalidade de propiciar mecanismos de conservação da biodiversidade por meio da construção e execução de políticas voltadas à implantação e gestão de áreas protegidas em terras públicas e terras privadas no Estado do Tocantins A TNC que é uma organização sem fins lucrativos, que tem como missão “preservar plantas, animais e ecossistemas que representam a diversidade biológica da Terra, através da proteção das terras e águas necessárias à sua sobrevivência”. Em uma de suas linhas de ação, a TNC desenvolveu o “Planejamento para a Conservação de Áreas” (PCA)”, que é um método versátil para estabelecer estratégias e priorizar ações em áreas onde é importante cuidar da biodiversidade. O PCA é uma ferramenta simples que permite organizar e guardar informações (planilha Excel), que auxiliam no direcionamento dos investimentos em conservação e em seu monitoramento. Sua aplicação é um processo de aprendizado que reúne gestores governamentais, representantes de movimentos sociais, ONGs e universidades, os quais, em conjunto, contribuem para a definição dos alvos de conservação e estratégias de ação para a área em foco. Importância da área protegida O Parque Estadual do Lajeado (PEJ) é uma área de cerrado (com fisionomias campestres, savânico e florestal) que abrange as unidades geomorfológicas Planalto Residual do Tocantins, onde se destaca a Serra do Lajeado, e Depressão do Tocantins, onde corre o Rio Tocantins. A fauna é representativa com registros de 159 espécies de herpetofauna, 78 espécies de anfíbios, 219 espécies de aves, 41 espécies de mamíferos, das quais 6 ameaçadas de extinção (ISA, 2008). Destaca-se na paisagem como uma área núcleo da APA do Lajeado e pela importância da conservação de muitas nascentes. O que queremos conservar Conservar a biodiversidade e os processos ecológicos ocorridos no bioma cerrado, às formações geológicas que proporciona um mosaico de ecossistemas que se interagem na paisagem, a qualidade dos serviços ambientais e a cultura local. Objetivos da criação da unidade de conservação O Parque Estadual do Lajeado tem como objetivo principal proteger amostras dos ecossistemas da Serra do Lajeado, assegurando a preservação de sua flora, fauna e demais recursos naturais, características geológicas, geomorfológica, e cênicas, proporcionando oportunidades controladas para visitação, educação e pesquisa científica. Também tem a finalidade de proteger os mananciais que abastecem a cidade e coibir a expansão urbana nas encostas.
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Conservação e desenho conceitual O Instituto Natureza do Tocantins – Naturatins em parceria com a The Nature Conservancy têm direcionado seus esforços de conservação na criação e implementação de unidades de conservação no Estado do tocantins, apoiando a construção coletiva de instrumentos de gestão de unidade de conservação. Na oficina realizada no Parque estadual do Lajeado, utilizou-se o Planejamento para Conservação de Área que considera o contexto territorial da UC, sua função na paisagem, sua importância nos processos ecológicos e inclusão do controle social na gestão, como sugere o SNUC. A base conceitual está pautada nos processos ecológicos chaves para conservação dentro da teoria de diversidade ecológica. O planejamento considera os diferentes atores sociais, cada qual com seu conhecimento (técnico-científico ou saber popular) como também a participação efetiva da sociedade civil na construção de estratégias de conservação. A proposta do planejamento é que cada participante possa compreender o processo, a importância e fragilidade do ambiente e contribua com alguma ação estratégica dentro de sua própria instituição, somando assim os esforços de recursos humanos e financeiros na gestão da UC. Objetivo de conservação Conservar os ecossistemas para a manutenção dos processos ecológicos que atuam direta e indiretamente no cerrado, integrando o desenvolvimento com a conservação ambienta. Metodologia de planejamento para conservação de área O Planejamento para a Conservação de Áreas (PCA) é uma metodologia desenvolvida pela The Nature Conservancy (TNC) fruto de uma década de esforços cumulativos de experiência nos diversos países. O objetivo é assegurar a ocorrência de efeitos positivos na conservação, com base na integridade da biodiversidade e redução das ameaças que a colocam em perigo. Esta metodologia é uma ferramenta que permite aos gestores identificar suas necessidades críticas de uma maneira hierarquizada e desenvolver ações priorizadas de conservação para a proteção ou melhora da integridade da biodiversidade. Existem 6 elementos essenciais que se trabalha no PCA:
13. Alvos: os elementos da biodiversidade numa determinada área; 14. Contexto Humano: as restrições e oportunidades sociais, culturais, políticas e
econômicas apresentadas pelos atores locais e o potencial para a participação destes atores.
15. Estresses: degradação ou alteração que afeta diretamente o(s) alvo(s);
16. Fontes: os agentes imediatos geradores dos estresses;
17. Estratégias: os tipos de atividades de conservação empregadas para mitigar as
fontes dos estresses;
18. Avaliação do Sucesso: mensuração da integridade da biodiversidade e da redução das ameaças.
O raciocínio lógico por trás da metodologia é de manter ocorrências viáveis de toda a biodiversidade através da proteção dos alvos de conservação, implementando estratégias de
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conservação que mitigue e/ou restaure as ameaças críticas diretamente relacionadas com a integridade dos sistemas, mantendo assim a saúde da biodiversidade. Essa metodologia permite planejar com a quantidade/qualidade de informações disponíveis, não dependendo de informações avançadas e consolidadas para que se iniciem as ações de consolidação da unidade de conservação. Quanto mais informações se têm o resultado trará ações de intervenção mais efetivas, e quanto menos dados técnicos o planejamento será mais estruturante. Organização e participantes da oficina O processo de organização da oficina iniciou-se contatando os responsáveis pela UC para explicar sobre a metodologia do PCA, os objetivos da oficina e qual seria o público esperado para participar do evento. A partir disso seguiram-se os seguintes passos:
15. Elaboração de uma lista de convidados;
16. Preparação do convite; 17. Contato pessoal com cada um dos participantes;
18. Elaboração da programação;
19. Levantamento de materiais técnicos e mapas sobre a área;
20. Preparação da apresentação sobre a metodologia PCA;
21. Organização da dinâmica da oficina.
Elabora-se uma primeira lista de nomes de pessoas que têm interesse, atuação direta ou faz parte dos conflitos relacionados com a área protegida. A partir disso, analisa-se o conjunto de participantes na tentativa de que se tenha um grupo equilibrado de atores sociais que possam contribuir com a oficina. No segundo momento, encaminhou-se um convite com a programação (anexos I e II) do evento a todos com um aviso de confirmação. No caso do Parque Estadual do Lajeado optou-se em fazer um planejamento com apenas a equipe de pessoal de diversos departamentos do Naturatins que tem intervenção direta com o Parque. Este planejamento será um primeiro passo para que a gestão do Parque possa integrar-se com os atores sociais que interagem diretamente com o PEJ. Durante a oficina estiveram presentes 18 pessoas, entre técnicos responsáveis pela administração de unidade de conservação (UC), funcionários de apoio da UC, técnicos do Naturatins e especialista de universidade (anexo III). É importante ressaltar que a planilha foi preenchida em um exercício integrado, onde cada dia de trabalho dependeu do resultado do trabalho do dia anterior. As pessoas eram participativas, entretanto com conhecimento restrito sobre as questões e processos ecológicos da área. Essa oficina contribuiu, principalmente, para um envolvimento maior dos funcionários da UC com as questões de biodiversidade, conduzindo-os a um aprendizado inicial e reflexões do que é conservação, olhando pela ótica dos alvos de conservação, dos conflitos que estão relacionados a eles e propostas de solução desses problemas.
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Descrição da área O Parque tem aproximadamente 10.000 hectares de extensão e localiza-se na cidade de Palmas. Está inserido na APA da Serra do Lajeado e próximo da APA Lago do Lajeado na composição de mosaico na paisagem (anexo IV). Caracteriza-se em oito alvos de conservação, isto é, elementos fundamentais da biodiversidade e dos processos naturais que os mantêm. Os Alvos escolhidos abrangem todas as tipologias vegetais da unidade da paisagem no Parque Estadual do Lajeado, bem como a biodiversidade neles contido. Alvos de conservação
Alvos de Conservação
Área Parque Estadual do Lajeado
Alvo #1 Nascentes e cursos d'água
Descrição Todas as nascentes dentro do PEL e suas ramificações em forma de córregos, riachos e rios.
Alvo #2 Mata ciliar e campos úmidos associados
Descrição A vegetação nas margens dos rios e formações alagadiça que proporciona microhabitat para invertebrados, répteis, anfíbios e aves.
Alvo #3 Cerradão
Descrição Formações florestais com formação de dossel
Alvo #4 Grandes carnívoros (onça pintada, parda e lobo guará)
Descrição São as espécies de topo de cadeia, que estão ameaçadas e também são espécies bandeiras.
Alvo #5 Encostas e escarpas do limite oeste do PEL
Descrição Nascentes, vegetação, pinturas rupestres e sítios arqueológicos.
Alvo #6 Espécies raras, endemica e ameaçadas da avifauna
Descrição Algumas Espécies: Culicivora caldacurta, Euscarthmus rufomarginatus, Avocettula recurvirostris
Alvo #7 Espécies alvos de caça (veado, paca, tatu e cateto)
Descrição São as espécies de mamíferos mais caçados na região.
Alvo #8 Cerrado sentido restrito
Viabilidade ou integridade da biodiversidade A pergunta estruturante para análise de viabilidade é se nossos alvos de conservação têm o tamanho suficiente para se recuperar de distúrbios naturais, possuem processos ecológicos funcionais e contam com uma composição, estrutura e funções naturais que lhes permitam
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se manter a longo prazo. Utiliza-se o termo viabilidade para populações de espécies e integridade ecológica à comunidades ou ecossistemas.
Dentro desse conceito existem atributos ecológicos chaves que são elementos críticos para a manutenção da diversidade biológica dentro do sistema ecológico, se estão ausentes ou alterados, o alvo poderá ser perdido em um determinado período.
São escolhidos atributos ecológicos para três fatores:
• Tamanho é a medida da área ou abundância da ocorrência do alvo de conservação; • Condição é uma medida integrada da composição, estrutura e interações bióticas
que caracterizam a ocorrência; • Contexto da Paisagem é uma medida integrada de dois fatores: os regimes e os
processos ambientais dominantes que estabelecem e mantêm a ocorrência e a conectividade do alvo.
Critério de viabilidade A viabilidade de um alvo de conservação é uma função do tamanho, condição e contexto da paisagem, como descrito acima. Com base no melhor conhecimento e julgamento disponíveis, determina-se uma das quatro classes de viabilidade (Muito Boa, Boa, Regular, Ruim), estritamente de acordo com suas condições atuais, considerando as incerteza e imprecisões da viabilidade a longo prazo.
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Construção da situação atual de viabilidade/integridade dos alvos
Alvo de Conservação Categoria Atributo Chave Indicador Classificação
Atual
1 Nascentes e cursos d'água
Contexto da paisagem Conectividade entre
comunidades & ecossistemas
Qualidade da água/vasão/No.
nascentes Bom
1 Nascentes e cursos d'água
Contexto da paisagem Química da água Qualidade da água/vasão/No.
nascentes Bom
1 Nascentes e cursos d'água
Contexto da paisagem Regime hidrológico -
(sazonalidade, duração, freqüência, extensão)
Qualidade da água/vasão/No.
nascentes Bom
1 Nascentes e cursos d'água
Condição Estrutura trófica Composição de
espécies Bom
1 Nascentes e cursos d'água
Condição Presença / abundância de espécies fundamentais
Composição de espécies
Bom
1 Nascentes e cursos d'água
Condição Recursos alimentares Composição de
espécies Bom
1 Nascentes e cursos d'água
Tamanho Tamanho/extensão de
comunidades/ecossistemas característicos
Extensão de bacia/perenidade curso d'água
Bom
2 Mata ciliar e campos úmidos associados
Contexto da paisagem Concentração e dinâmica de
nutrientes Estrutura da paisagem Bom
2 Mata ciliar e campos úmidos associados
Condição Composição / dominância de
espécies Composição de
espécies Bom
2 Mata ciliar e campos úmidos associados
Tamanho Tamanho/extensão de
comunidades/ecossistemas característicos
Largura da mata ciliar Bom
3 Cerradão Contexto da paisagem Padrão (mosaico) & estrutura da
paisagem Estrutura da paisagem Regular
3 Cerradão Condição Dinâmica sucessional Composição de
espécies Regular
3 Cerradão Tamanho Tamanho/extensão de
comunidades/ecossistemas característicos
Cobertura da vegetação natural -
hectares Regular
4 Grandes carnívoros (onça pintada, parda e lobo guará)
Contexto da paisagem Conectividade entre
comunidades & ecossistemas
Espécie topo de cadeia - grau de
ameaça Regular
4 Grandes carnívoros (onça pintada, parda e lobo guará)
Condição Presença / abundância de espécies fundamentais
Estrutura da paisagem Regular
4 Grandes carnívoros (onça pintada, parda e lobo guará)
Tamanho Tamanho e dinâmica
populacional Censo Ruim
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- PLANEJAMENTO PARA A CONSERVAÇÃO DE ÁREAS--
Volume 2
72
Alvo de Conservação Categoria Atributo Chave Indicador Classificação
Atual
5 Encostas e escarpas do limite oeste do PEL
Contexto da paisagem Estabilidade & movimentação de
solos / sedimentos Estrutura da paisagem Bom
5 Encostas e escarpas do limite oeste do PEL
Condição Composição / dominância de
espécies Estrutura da paisagem Bom
5 Encostas e escarpas do limite oeste do PEL
Tamanho Tamanho/extensão de
comunidades/ecossistemas característicos
Estrutura da paisagem Bom
6 Espécies raras, endemica e ameaçadas da avifauna
Contexto da paisagem Conectividade entre
comunidades & ecossistemas
Existência/presença de espécies raras, endêmicas e ameaçadas
Regular
6 Espécies raras, endemica e ameaçadas da avifauna
Condição Abundância de recursos
alimentares
Composição das espécies e estrutura
da paisagem Bom
6 Espécies raras, endemica e ameaçadas da avifauna
Condição Estrutura e recrutamento
populacional Estrutura da paisagem Bom
6 Espécies raras, endemica e ameaçadas da avifauna
Tamanho Tamanho e dinâmica
populacional
Cobertura da vegetação natural -
hectares Bom
7 Espécies alvos de caça (veado, paca, tatu e cateto)
Contexto da paisagem Conectividade entre
comunidades & ecossistemas
Cobertura da vegetação natural -
hectares Bom
7 Espécies alvos de caça (veado, paca, tatu e cateto)
Contexto da paisagem Padrão/estrutura da paisagem População/ espécies
cinergéticas Bom
7 Espécies alvos de caça (veado, paca, tatu e cateto)
Condição Abundância de recursos
alimentares
Composição das espécies
características da biota Bom
7 Espécies alvos de caça (veado, paca, tatu e cateto)
Condição Composição / dominância de
espécies População das
espécies caçadas Bom
7 Espécies alvos de caça (veado, paca, tatu e cateto)
Tamanho Tamanho e dinâmica
populacional Tamanho da população
Bom
8 Cerrado sentido restrito Contexto da paisagem Padrão (mosaico) & estrutura da
paisagem Estrutura da paisagem Regular
8 Cerrado sentido restrito Condição Composição / dominância de
espécies
Composição das espécies
características da biota Ruim
8 Cerrado sentido restrito Tamanho Tamanho/extensão de
comunidades/ecossistemas característicos
Cobertura da vegetação natural -
hectares Ruim
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- PLANEJAMENTO PARA A CONSERVAÇÃO DE ÁREAS--
Volume 2
73
Resultado da análise de Viabilidade
Contexto da paisagem Condição Tamanho
Alvos de Conservação
Classificação Peso Classificação Peso Classificação Peso
Classificação de Viabilidade
1 Nascentes e cursos d'água Bom 1 Bom 1 Bom 1 Bom
2 Mata ciliar e campos úmidos associados
Bom 1 Bom 1 Bom 1 Bom
3 Cerradão Regular 1 Regular 1 Regular 1 Regular
4 Grandes carnívoros (onça pintada, parda e lobo guará)
Regular 1 Regular 1 Ruim 1 Regular
5 Encostas e escarpas do limite oeste do PEL
Bom 1 Bom 1 Bom 1 Bom
6 Espécies raras, endemica e ameaçadas da avifauna
Regular 1 Bom 1 Bom 1 Bom
7 Espécies alvos de caça (veado, paca, tatu e cateto)
Bom 1 Bom 1 Bom 1 Bom
8 Cerrado sentido restrito Regular 1 Ruim 1 Ruim 1 Ruim
Classificação de Integridade da Biodiversidade do Parque Regular
O resultado da análise de viabilidade, no quadro acima, mostra o conjunto dos oito alvos de conservação teve classificação “REGULAR”, indicando estar fora da faixa aceitável de conservação, necessitando de intervenção humana para a sua manutenção, exigindo atenção maior e ações efetivas em sua restauração.
A decisão de classificação foi com base nos conhecimentos de apenas um especialista, sendo considerada a percepção e experiência das pessoas que trabalham ha anos no local.
Ameaças críticas Os alvos de conservação são ameaçados por inúmeros estresses que causam dano, destruição e/ou degradação, afetando os atributos ecológicos chave do alvo de conservação, reduzindo a sua viabilidade. Com base no levantamento de informações geradas de grupo que participou desse planejamento, foram identificadas 7 ameaças que são os agentes imediatos gerando os estresses (ver quadro “ameaças para os alvos de conservação”). As ameaças mais críticas foram: 5 Queimadas – classificação Alta 6 Áreas degradadas/antropizadas (antigas pastagens) – classificação médio
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- PLANEJAMENTO PARA A CONSERVAÇÃO DE ÁREAS--
Volume 2
74
O Fogo é a ameaça que atinge absolutamente todos os alvos, com mais intensidade nos ambientes abertos como o cerradão e o cerrado sentido restrito, sendo a ameaça número um a ser combatida. Em segundo lugar estão as áreas degradas que já existiam com a criação do Parque e que potencializam a pressão sobre os ambientes aberto, pois estão presentes nos mesmos alvos citados acima. Ameaças para os alvos de conservação
Ameaças de todos os Alvos
Nascentes e cursos d'água
Mata ciliar e campos úmidos associad
os
Cerradão
Grandes carnívoros (onça pintada, parda e
lobo guará)
Encostas e escarpas do limite oeste do PEL
Espécies raras,
endemica e ameaçadas da avifauna
Espécies alvos de caça
(veado, paca, tatu e cateto)
Cerrado sentido restrito
Ameaças específicas ao projeto
1 2 3 4 5 6 7 8
Classificação Total da Ameaça
1 Queimadas Média Alta Baixa Média Média Baixa Muito Alta
Alta
2
Áreas degradadas/antropizadas (antigas pastagens)
Média Alta Média
3 Desmatamento da mata ciliar no limite do parque
Média Baixa Baixa
4 Vandalimo Média Baixa
5 Caça Baixa Baixa Baixa
6 Presença do gado Baixa Baixa Baixa
7 Assoreamento Baixa Baixa
Situação de Ameaça para Alvos e Projeto
Baixa Média Média Baixa Média Baixa Baixa Alta Média
Objetivo e estratégias de conservação O Objetivo traçado para Parque Estadual do Lajeado permitirá alcançar o objetivo de conservação, pois estão direcionados para mitigar as ameaças mais críticas que degradam os alvos de conservação, atingindo indiretamente as ameaças menos impactantes.
# Objetivos e Ações Estratégicas
Objetivo Elaborar um plano de recuperação de área degradada (PRAD) e estruturar um sistema de prevenção de fogo.
Ação estratégica Articular parcerias para elaboração do plano PRAD
Ação estratégica Mapear as áreas degradadas
Ação estratégica Estudos para diagnosticar os níveis de degradação
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- PLANEJAMENTO PARA A CONSERVAÇÃO DE ÁREAS--
Volume 2
75
Ação estratégica Implementar o viveiro de mudas
Ação estratégica Criar um programa estágio
Ação estratégica Fomentar e fortalecer uma brigada de incêndio para o PEL
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- PLA
NEJA
MENTO PARA A CONSERVAÇÃO DE ÁREAS--
Volum
e 2
76
Cronograma
#
2008
# Ações Estratégicas com seus Passos
Instituição
Envolvida
Data Início
Data
Término
<
J F
M
A
M
J J
A
S
O
N
D
>
Ação estratégica
Articular parcerias para elaboração do plano PRAD
ago/08
dez/08
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Passo #1
Identificar as universidades que possuem áreas de
interesse e fazer contato com os coordenadores de
curso para saber do interesse em
form
alizar parcerias
NATURATINS
PEL
ago/08
ago/08
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Passo #2
Verificar os convênios já existentes e fortalecer o
contato
NATURATINS
PEL
ago/08
ago/08
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Passo #3
Criar um
espaço de discussão com
os parceiros para
definir as diretrizes das pesquisas/trabalhos no PEL
NATURATINS
PEL
set/08
dez/08
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Ação estratégica
Criar e capacitar o conselho gestor do PEL
mar/08
dez/09
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Passo #1
Mobilização para formação do conselho
NATURATINS
PEL
mar/08
dez/08
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Passo #2
Capacitação dos conselheiros
NATURATINS -
EDUCAÇÃO
AMBIENTAL DO
PEL
jan/09
dez/09
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Ação estratégica
Criar um
program
a estágio
ago/08
dez/10
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� �
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Passo #1
A equipe do PEL com ajuda da CCONS vai elaborar
um plano de estágio com as grandes linhas de
interesse do parque, com
base nesse planejam
ento.
NATURATINS
PEL
ago/08
dez/08
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� ��� � ��� � ��� � ��� � ��� � ���
Passo #2
Implantar o plano de estágio no PEL
NATURATINS
PEL
jan/09
dez/10
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Ação estratégica
Criar um
sub-program
a de educação am
biental para
combate as queimadas o PEL
abr/08
dez/08
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Passo #1
Identificar e solicitar a contratação ou rem
oção de uma
pessoa para trabalhar exclusivam
ente com
as ações
de educação am
biental no PEL
NATURATINS -
PEL
abr/08
mai/08
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PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- PLA
NEJA
MENTO PARA A CONSERVAÇÃO DE ÁREAS--
Volum
e 2
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Cronograma
#
2008
# Ações Estratégicas com seus Passos
Instituição
Envolvida
Data Início
Data
Término
<
J F
M
A
M
J J
A
S
O
N
D
>
Passo #2
Articular com
os atores envolvidos tanto com a causa
do problem
a (descrever os atores) quanto as
instituições de com
bate e prevenção.
NATURATINS -
PEL
mai/08
jun/08
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Passo #3
O educador am
biental, mobilizar e form
ar um grupo de
trabalho que faça um
plano estratégico de ações
educativas envolvendo palestras, reuniões com atores
envolvidos e produção de materiais.
NATURATINS -
PEL
jun/08
dez/08
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Ação estratégica
Disseminar as alternativas de manejo para os
pequenos proprietário (agrícola e pecuária) para o
entorno do parque
jun/08
dez/10
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Passo #1
Sensibilização sobre as novas práticas de manejo
NATURATINS
CQAVS
jun/08
dez/08
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Passo #2
Negociar com as associações de chacareiros e
produtores para adoção de novas práticas
sustentáveis.
NATURATINS
CQAVS
jan/09
dez/10
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Ação estratégica
Estabelecer aceiros estratégicos
abr/08
mai/11
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Passo #1
Definir e firmar as parcerias para execução dos
aceiros.
NATURATINS -
PEL
abr/08
abr/08
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� �
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Passo #2
Mapear as áreas para abertura dos
aceirosestratégicas (divisas do PEL e margens da
rodovia)
NATURATINS -
CQAVS
abr/08
abr/08
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Passo #3
Executar a abertura e manutenção dos aceiros
NATURATINS -
PEL
mai/08
mai/11
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Ação estratégica
Estudos para diagnosticar os níveis de degradação
mai/08
set/08
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Passo #1
Articular com
a CQAVS para ver a possibilidade deles
diagnosticarem
e apoiarem a elaboração do PRAD
NATURATINS -
PEL
mai/08
jul/08
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Passo #2
Contactar possíveis parceiros para suporte técnico
(universidades)
NATURATINS -
PEL
ago/08
set/08
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-- PLA
NEJA
MENTO PARA A CONSERVAÇÃO DE ÁREAS--
Volum
e 2
78
Cronograma
#
2008
# Ações Estratégicas com seus Passos
Instituição
Envolvida
Data Início
Data
Término
<
J F
M
A
M
J J
A
S
O
N
D
>
Ação estratégica
Fom
entar e fortalecer uma brigada de incêndio para o
PEL
abr/08
nov/08
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Passo #1
Aquisição de equipamentos apropriados: EPIs,
abafador, bomba costal, bomba, m
angueiras, veículo
exclusivo, facão, enchada, foice, rastelo, pá.
Treinam
ento para os brigadista
NATURATINS -
PEL
abr/08
nov/08
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Passo #2
Formalizar contratação do pessoal da brigada.
NATURATINS -
PEL
abr/08
abr/08
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Passo #3
Formalizar as parcerias institucionais
NATURATINS -
PEL
mai/08
mai/08
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Ação estratégica
Implem
entar o viveiro de mudas
abr/08
dez/10
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Passo #1
O PEL solicita a DBDES articular com
a DIREF para
definir as ações de operacionalização do viveiro
(sugestão do PEL assumir a operacionalização e a
DIREF o suporte técnico)
NATURATINS -
PEL
abr/08
mai/08
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Passo #2
Program
a de estágio direcionado para a ações de
recuperação de áreas degradadas
NATURATINS -
PEL
jun/08
dez/08
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Passo #3
Operacionalizar e fom
entar o viveiro (funcionalmento)
envolvendo capacitação do pessoal do PEL
NATURATINS -
PEL
out/08
dez/10
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Ação estratégica
Mapear as áreas degradadas
abr/08
out/08
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Passo #1
Articular com
a COGEO para realização do
mapeamento
NATURATINS -
PEL
abr/08
abr/08
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Passo #2
Confecção dos m
apas com
identificação de quais
áreas seriam prioritárias para a recuperação
NATURATINS -
PEL
mai/08
out/08
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Ação estratégica
Priorizar e incentivar pesquisas no PEL
abr/08
mar/09
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Passo #1
Firm
ar parcerias com a UFT, UNITINS, P
UC, ULB
RA,
Escola Técnica Federal
NATURATINS -
PEL
abr/08
dez/08
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PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- PLA
NEJA
MENTO PARA A CONSERVAÇÃO DE ÁREAS--
Volum
e 2
79
Cronograma
#
2008
# Ações Estratégicas com seus Passos
Instituição
Envolvida
Data Início
Data
Término
<
J F
M
A
M
J J
A
S
O
N
D
>
Passo #2
Participar do seminário de tráfico de animais
silvestres, organizado pela Diretoria de
Desenvolvimento Sustentável, levando para discussão
a questão de soltura de animais apreendidos
NATURATINS -
PEL
set/08
out/08
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Passo #3
Fazer um evento cham
ando os universitários e
apresentar quais pesquisas o parque tem necessidade
e apoio.
NATURATINS -
PEL
fev/09
mar/09
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PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- PLANEJAMENTO PARA A CONSERVAÇÃO DE ÁREAS--
Volume 2
80
Construção de indicadores para monitoramento da biodiversidade O monitoramento da biodiversidade através de indicadores observa as mudanças que acontecem nos atributos ecológicos chaves, isto é, monitora os pontos essenciais para a viabilidade do alvo. Como os objetivos e ações são direcionados para as ameaças que degradam o alvo, então, os indicadores permitem analisar a efetividade e o manejo dinâmico de cada estratégia de conservação. Os indicadores a serem monitorados estão descritos no quadro abaixo
# Alvos de Conservação Categoria Atributo Ecológico Chave ou Ameaça Indicadores
1 Nascentes e cursos d'água
Contexto da paisagem
Conectividade entre comunidades & ecossistemas
Qualidade da água/vasão/No. nascentes
1 Nascentes e cursos d'água
Contexto da paisagem
Química da água Qualidade da água/vasão/No. nascentes
1 Nascentes e cursos d'água
Contexto da paisagem
Regime hidrológico - (sazonalidade, duração, freqüência, extensão)
Qualidade da água/vasão/No. nascentes
1 Nascentes e cursos d'água
Condição Estrutura trófica Composição de espécies
1 Nascentes e cursos d'água
Condição Presença / abundância de espécies
fundamentais Composição de espécies
1 Nascentes e cursos d'água
Condição Recursos alimentares Composição de espécies
1 Nascentes e cursos d'água
Tamanho Tamanho/extensão de
comunidades/ecossistemas característicos
Extensão de bacia/perenidade curso d'água
2 Mata ciliar e campos úmidos associados
Contexto da paisagem
Concentração e dinâmica de nutrientes Estrutura da paisagem
2 Mata ciliar e campos úmidos associados
Condição Composição / dominância de espécies Composição de espécies
2 Mata ciliar e campos úmidos associados
Tamanho Tamanho/extensão de
comunidades/ecossistemas característicos
Largura da mata ciliar
3 Cerradão Contexto da paisagem
Padrão (mosaico) & estrutura da paisagem
Estrutura da paisagem
3 Cerradão Condição Dinâmica sucessional Composição de espécies
3 Cerradão Tamanho Tamanho/extensão de
comunidades/ecossistemas característicos
Cobertura da vegetação natural - hectares
4 Grandes carnívoros (onça pintada, parda e lobo guará)
Contexto da paisagem
Conectividade entre comunidades & ecossistemas
Espécie topo de cadeia - grau de ameaça
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- PLANEJAMENTO PARA A CONSERVAÇÃO DE ÁREAS--
Volume 2
81
# Alvos de Conservação Categoria Atributo Ecológico Chave ou Ameaça Indicadores
4 Grandes carnívoros (onça pintada, parda e lobo guará)
Condição Presença / abundância de espécies
fundamentais Estrutura da paisagem
4 Grandes carnívoros (onça pintada, parda e lobo guará)
Tamanho Tamanho e dinâmica populacional Censo
5 Encostas e escarpas do limite oeste do PEL
Contexto da paisagem
Estabilidade & movimentação de solos / sedimentos
Estrutura da paisagem
5 Encostas e escarpas do limite oeste do PEL
Condição Composição / dominância de espécies Estrutura da paisagem
5 Encostas e escarpas do limite oeste do PEL
Tamanho Tamanho/extensão de
comunidades/ecossistemas característicos
Estrutura da paisagem
6
Espécies raras, endemica e ameaçadas da avifauna
Contexto da paisagem
Conectividade entre comunidades & ecossistemas
Existência/presença de espécies raras, endêmicas e ameaçadas
6
Espécies raras, endemica e ameaçadas da avifauna
Condição Abundância de recursos alimentares Composição das espécies e estrutura da
paisagem
6
Espécies raras, endemica e ameaçadas da avifauna
Condição Estrutura e recrutamento populacional Estrutura da paisagem
6
Espécies raras, endemica e ameaçadas da avifauna
Tamanho Tamanho e dinâmica populacional Cobertura da vegetação natural -
hectares
7 Espécies alvos de caça (veado, paca, tatu e cateto)
Contexto da paisagem
Conectividade entre comunidades & ecossistemas
Cobertura da vegetação natural - hectares
7 Espécies alvos de caça (veado, paca, tatu e cateto)
Contexto da paisagem
Padrão/estrutura da paisagem População/ espécies cinergéticas
7 Espécies alvos de caça (veado, paca, tatu e cateto)
Condição Abundância de recursos alimentares Composição das espécies características da biota
7 Espécies alvos de caça (veado, paca, tatu e cateto)
Condição Composição / dominância de espécies População das espécies caçadas
7 Espécies alvos de caça (veado, paca, tatu e cateto)
Tamanho Tamanho e dinâmica populacional Tamanho da população
8 Cerrado sentido restrito Contexto da paisagem
Padrão (mosaico) & estrutura da paisagem
Estrutura da paisagem
8 Cerrado sentido restrito Condição Composição / dominância de espécies Composição das espécies características da biota
8 Cerrado sentido restrito Tamanho Tamanho/extensão de
comunidades/ecossistemas característicos
Cobertura da vegetação natural - hectares
PROGRAMA DE ÁREAS PROTEGIDAS DO ESTADO DO TOCANTINS
-- PLANEJAMENTO PARA A CONSERVAÇÃO DE ÁREAS--
Volume 2
82
Considerações Finais O planejamento para Parque Estadual do Lajeado apontou para os seguintes aspectos a considerar: 6 Há uma necessidade eminente de fazer parcerias para o desenvolvimento de pesquisas
dentro do Parque, o que subsidiará ações mais efetivas de manejo de biodiversidade; 7 Aproveitar a proximidade com a cidade de Palmas e a boa infra-estrutura para viabilizar
programas de pesquisa, estágio e voluntariado; 8 Ter a participação de uma consultoria técnica para a recuperação das áreas degradadas; 9 O fogo deve ter atenção primeira, devido à amplitude de degradação causada por ele em
todos os alvos; 10 O conselho precisa ter uma participação mais efetiva na gestão da UC, sendo necessário
trabalho prévio de sensibilização e formação de conselheiros em gestão participativa. Literatura Consultada
GRANIZO, T., MOLINA, M.E., SECAIRA, E., HERRERA, B., BENITEZ, S.,MALDONADO, O., LIBBY, M., ARROYO, P., ISOLA, S., CASTRO, M. 2006. Manual de Planejamento para Conservação de Áreas, PCA. Quito: TNC y USAID.
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