Revista Cultural Novitas Nº3

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    2 - REVISTA CULTURAL NOVITAS N3 - Dezembro 2009

    15

    poetas

    para

    todas ascrianas

    Uma nova

    Coletnea,

    totalmentedirecionada ao

    pblico infantil

    (faixa entre

    7 e 9 anos),

    realizada em

    parceria com o

    ilustrador

    Danilo Marques.

    Para maiores

    informaes

    [acesse]

    Revista

    Cultural

    NovitasAno I Nmero III

    Janeiro de 2010

    Esta umapublicao da EditoraNovitas em periodicidadebimestral, distribudaem forma eletrnicae gratuita.

    Todos os

    textos, imagens ouqualquer outra formade manifestao aquipublicados foramdevidamente solicitadosa seus autores, queautorizaram suautilizao por meio demensagem eletrnica.

    Editores:Letcia Losekann Coelho

    David Fordiani NbregaRevisora (contos):Carolina Machado

    Isento de registroISBN, conforme instruoda Biblioteca Nacional.

    Nesta Edio:

    EDITORIAL 02

    ENTREVISTA 03

    OS MULLETS 05

    NA TELA 06

    RADIONOVELA 07

    CONTOS 08

    POESIA 12

    TWITTER 14

    MEIOAMBIENTE 15

    CLASSIFICADOS 16

    OPINIO 17

    EDITORIAL Com relativo atraso, chegamos ao nmero3 de nossa Revista Cultural. Nova edio em um ano

    novo e cheio de expectativas, em vrios segmentos da

    sociedade.

    Este ano comea bem: temos o carnaval logo

    em fevereiro, o que nos proporciona um restinho de

    ano para trabalhar e cumprir as promessas feitas aos

    estertores nais de 2009.

    Entramos em ano eleitoral. Sendo voc politizado

    ou no, convm que nos estendamos por esse assunto at

    a votao que eleger nosso novo presidente. Comente

    com seus amigos, sejam eles reais ou virtuais, usando

    de todos os meios disponveis para se informar sobrequem quem no cenrio poltico nacional. Estude cada

    candidato para criar um conceito crtico, assim como

    deve-se estudar tanto seu plano para o futuro quanto

    seu passado. Poltica Histria. Histria modica-sepela Poltica. Vote de maneira correta, para que nosso

    pas tenha um futuro sem tantas desigualdades e que

    a Cultura, de um modo geral, seja presente na vida de

    todos os brasileirinhos que hoje correm de calas curtas

    por nossas ruas.

    Nesta edio temos pessoas ilustres e/ou

    iluminadas escrevendo, contando histrias, poetizando a

    vida... Gente que no s faz, comoCultura. Merecemnossos respeito e nossos aplausos, pela desavergonhada

    vontade em acontecer e disseminar conhecimento, cada

    um sob sua forma prpria.

    Mais uma novidade inicial:

    Atravs do Twitter, fomos indicados para o

    Shorty Awards, como Instituio Cultural. Somos os

    nicos brasileiros classicados nessa categoria, porconta dos votos daqueles que ali nos seguem (ou que

    ns perseguimos). Isso nos torna nalistas do prmio,considerado pelo The New York Times como o Oscar do

    Twitter. Gostaria de agradecer por esses votos e contar

    com vocs para a prxima fase.

    Dois mil e dez tem tudo para ser um ano de

    mudanas. Faamos cada um nossa parte.

    Boa leitura!

    David Nobrega

    http://www.danilomarques.com.br/http://www.editoranovitas.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=49%3Acoletanea-inf&catid=1%3Ainterna&Itemid=51http://shortyawards.com/presshttp://shortyawards.com/presshttp://www.editoranovitas.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=49%3Acoletanea-inf&catid=1%3Ainterna&Itemid=51http://www.danilomarques.com.br/
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    Jos LuizGoLdfarb o que poderamoschamar de homemde ao. Comovoc poder lernas perguntas aoestilo vamos quevamos (segundoo prprio) quetivemos a honrade ver respondidaspara esta edio daRevista CulturalNovitas, tm-se a

    impresso que no h movimento cultural concreto no pasque no tenha seu dedo, seja atravs de sua empresa aJLGoldfarb Eventos Culturais ou por meio do cidadoJos Luiz.

    Novitas - O Jos Luiz Goldfarb do meio literrio o curador do Prmio Jabuti. Quais as outras faces doJos Luiz? Jos Luiz Goldfarb - Sempreuma pergunta difcil pois acabeienvolvendo-me com tantas atividadesque eu mesmo posso esquecer de

    citar alguma (risos). Sou professorda PUC-SP desde 2001, doutor emHistria da Cincia pela USP, Mestreem Histria e Filosoa da Cincia pela

    McGill University, Montreal. Minhaformao inicial bacharel em Fsicapela USP.

    Na PUC dou aulas de ps emHistria da Cincia, nas disciplinasHistria da Fsica, Histria da Lgica,Epistemologia, Cincia e Religio,entre outras. Oriento estudantesno Mestrado e Doutorado. Realizo

    pesquisas sobre a Histria daFsica no Brasil e as inuncias da

    Hermtica no pensamento de IsaacNewton. Atualmente sou vice-diretorde nosso Programa de Estudos Ps-graduados em Histria da Cinciana PUC-SP. Mantenho na TVPUCo programa Nova Stella Cincia em Debate, onde a cadasemana entrevisto um professor sobre temas relacionados cincia numa perspectiva histrica, que em 2010 completaseu 3 ano ininterrupto de produo.

    Na rea literria, alm de ser curador do Jabuti h

    20 anos, coordeno vrios projetos de incentivo leitura emcinco Estados:1. Programa So Paulo Um Estado de Leitores :

    conjunto de aes pr leitura do Governo do Estado deSo Paulo Secretaria de Estado da Cultura atravs daOrganizao Social (OS) de Cultura POIESIS;

    2. Programa Letras de Luz: conjunto de aes pr

    leitura realizado pela Fundao Victor Civita, patrocinadopelo Instituto Energias de Portugal EDP, com incentivo daLei Rouanet, em Tocantins, Mato Grosso do Sul, EspiritoSanto e Interior de So Paulo;

    3.Programa Rio Uma cidade de Leitores: conjunto deaes pr leitura realizado junto Secretaria de Educao daPrefeitura do Rio de Janeiro.

    Alm disso, ainda sou assessor da Vice-PresidnciaSocial e Cultural da Associao Brasileira A Hebraicade SoPaulo, atividade voluntria dedicada minha comunidadejudaica.

    N - Em meio a tantas atividades, a literatura prazer ou trabalho?

    JLG - Prazer e trabalho. Tenho contratos de

    consultoria de minha empresa JLGoldfarb EventosCulturais, responsvel pelas atividades de incentivo leitura, mas a cada realizao (e so centenas ao logo do ano)tenho muito muito prazer, alegria, satisfao.

    N - A produo literria no Brasil enorme, seformos levar em conta a quantidade de obras que vo

    ao prelo todos os dias, o quechega a ser um contra sensose formos avaliar a mdia deleitura anual do brasileiro.Como fazer chegar o novo leitor

    s mos do leitor comum? JLG - Tornar a leituraum hbito do brasileiro. dizer disseminar o hbito daleitura por prazer. Como? Creioq todas as minhas aes e deoutras centenas de pessoas.Uma mobilizao da sociedadeem prol da leitura. Batalhandoprincipalmente pela criao deuma rede de boas bibliotecaspblicas no pas. Enm criando

    um Brasil de Leitores. Na prtica,

    pela nossa histria, trabalho paraa vida inteira. Mas pelo Jabutieu sei que temos literatura deprimeirssima qualidade... Claro,faltam os leitores.

    N - So Paulo tem projetosde incentivo leitura que incluem o livre acesso aoslivros. Esse tipo de atitude pode ser disseminada portodo territrio brasileiro? JLG - Sim e os projetos em que trabalho so exemplos.Sou otimista pois vejo crescer o interesse nacional pelo

    incentivo a leitura. A JLGoldfarb vive recebendo proposta enem sei como dar conta (risos).

    N - Para que possamos fazer com que um outroalgum entenda do que falamos, deve-se dominar o assuntoa que se refere, ou acabamos causando mais confuso querealmente elucidando esse algum. Isso se aplica Literatura

    EntrEvista

    ...todas as artes,no mundo moderno,

    exigem muita muitaleitura. Ningum um grande ator semleitura, por exemplo.A leitura requisitopara todas as

    aes na sociedademoderna.Jos Luiz Goldfarb

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    ricardosiLvestrin, autor de diversosttulos, msico e editor.J recebeu diversosprmios, e so eles:

    Prmio do EncontroBrasileiro de Haicai, 2lugar, So Paulo, 1987.

    Prmio Aorianos,melhor livro de poesia

    editado no RS em 1995 - livro Palavra mgica.Prmio Aorianos, melhor livro infantil editado no RSem 1998 - livro Pequenas observaes sobre a vida emoutros planetas.Prmio Aorianos 2005, Destaque de Editora, editoraAMEOPOEMAPrmio Aorianos, melhor livro de poesia editado no RSem 2007 - livro O Menos Vendido.Prmio Aorianos 2008, Destaque de Mdia - Rdio,

    Programa Transmisso de Pensamento.Conhea mais sobre o autor em seu site: http://www.

    ricardosilvestrin.com.br/index2.php

    Novitas - muito difcil categorizar o perodohistrico atual de nossa literatura, poisestamos vivendo esse momento. Mesmo assim,quais as caractersticas mais marcantes, daliteratura hoje? Que papel faz a poesia?

    Ricardo Silvestrim - Posso fazer um recorte

    pessoal dessa questo. Creio que viemos de umperodo da modernidade, que tem como centro abusca do novo, e passamos ps-modernidade,que dialogo com o velho e o novo, sem hierarquiade um sobre o outro. Nunca fui adepto do re,que caracteriza a ps-modernidade: o remake, areleitura. No entanto, estou (re)descobrindo coisasde sculos passados, como a poesia romana deMarcial, Catulo, Horcio, a prosa de Voltaire,Sneca, Erasmo de Roterd, entre outros. Neles,estou gostando dessa verticalidade, do ir fundo noser humano e no seu tempo. Tento buscar isso naminha produo de hoje. Como disse o peta japons

    Bash: no procure imitar os antepassados, esim procure o que eles procuravam. Ou seja, noescrevo, na forma, como os antigos, mas busco essadisposio de ir fundo. Isso, na verdade, algo quesempre foi meu e que encontrei companheiros desculos anteriores para seguir o caminho comigo.

    N - Tu achas que poesia no vende, ou tu achasque as editoras no publicam poesia por quese acostumaram a produzir leituras de fcilentendimento para pessoas?

    RS - A minha poesia vende. J vendi mais de 50mil livros de poesia. claro que grande parte dessavenda se deve os livros de poesia para crianas quepubliquei. So 6 para adultos e 6 para crianas ato momento. E por que os para crianas vendembastante? Porque h uma equipe de vendas indos escolas para vender. o que fazem a tica e a

    Para conhecer mais e se inteirar de projetos que - epor qu no? - voc mesmo pode tocar em sua cidade, leiamais sobre o Jos Luiz, em endereos por ele sugeridos:

    TWITTER:http://twitter.com/jlgoldfarb

    FESTIVAL CINEMA JUDAICO SP:http://www.fcjsp.com.brADOTE BIBLIOTECA:

    http://www.adotebiblioteca.com.brCRIANA QUE L:http://migre.me/ePv0

    PROGRAMA NOVA STELLA TVPUC:http://migre.me/ePuW

    LETRAS E LEITURAS:http://migre.me/ePur

    CV:http://lattes.cnpq.br/1023793876897710LETRA DE LUZ:

    http://migre.me/ePuASO PAULO UM ESTADO DE LEITORES:

    http://migre.me/ePuGARTIGO SOBRE SCHENBERG:

    http://migre.me/ePuOA HEBRAICA:

    http://www.hebraica.org.brPRMIO JABUTI:

    http://www.premiojabuti.org.brFOTOS TWITTADAS:

    http://bit.ly/3yEX2O

    de maneira geral? Ou seja, um aspirante a escritor deverecorrer a clssicos como base de sua escrita ou desejvelque tente criar seu prprio estilo? JLG - Sim, sim, sim todas as artes, no mundomoderno, exigem muita muita leitura. Ningum um grandeator sem leitura, por exemplo. A leitura requisito para todasas aes na sociedade moderna.

    N - Para fnalizar, o toma-l-d-c que todaentrevista de formadores de opinio deve ter:

    N - O livro da vez? JLG - Sempre Fernando Pessoa e lvaro de Campos

    N - Um novo autor que ainda dar o que falar? JLG - Muitos, muitos annimos que escrevem emblogs e twitter iro se revelar brevemente.

    N - Um projeto a ser lapidado e levado adiante? JLG - Projetos de incentivo a leitura pelo Brasil afora.

    N - Uma mensagem ao novo autor? JLG -Escreva, blogue, twitter, que hoje a comunicaogarantir leitores no futuro.

    http://www.ricardosilvestrin.com.br/index2.phphttp://www.ricardosilvestrin.com.br/index2.phphttp://twitter.com/microcontoscoshttp://twitter.com/microcontoscoshttp://www.ricardosilvestrin.com.br/index2.phphttp://www.ricardosilvestrin.com.br/index2.php
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    Fotos: Divulgao

    RS - Os direitos autorais na internet ainda soum desao. Na msica, por exemplo, a vendamassicada de cds, feita pelas grandes gravadoras,danou. O que no quer dizer que ningum compremais cds. Vendemos a cada show, os poETs,vrios cds. Tanto na msica quanto na literatura,a internet legal para divulgar o trabalho, paraconhecer pessoas, para interagir com leitores egente que gosta do nosso trabalho.

    N - Acredita que o livro impresso vai sumir noBrasil, ou a mdia digital s vai ser mais umavia de acesso a literatura?

    RS - Isso algo que teremos que viver para sabercomo vai ser. No d pra achar nada antes. Mas,hoje, um dos mais bem sucedidos negcios nainternet brasileira o Estante Virtual. Um site devenda de livros que est colocando o estoque detodos os sebos do Brasil. tecnologia nova paravender livro velho.

    N - Quais teus autores prediletos da literaturaBrasileira e Estrangeira?

    RS - Brasileira:Machado de Assis, Manuel Bandeira, PauloLeminski, Alice Ruiz, Joo Angelo Salvadori,Alexandre Brito, Ronald Augusto, Caio FernandoAbreu.Estangeira:Marcial, Borges, Cortzzar, Kafka, Tolsti, Erasmode Roterd, Issa, Verlaine.

    N - s um escritor premiado, qual prmio tevemais signifcado e por qual motivo?

    RS - O prmio do Encontro Brasileiro de Haicai.Quando recebi, tive que ler para o pblico omeu haicai premiado. Leminski, que era jurado,levantou e aplaudiu de p falando gnio, gnio!.

    N - O que tu gostarias de falar para os novosautores?

    RS - Leiam e escrevam. Escrevam e leiam.

    Salamandra. Coca-cola vende? No. A equipe devendas que vende. Vender uma prosso. Hmuito mais comunidades no orkut dedicadas aospoetas. E muito mais gente nessas comunidadesdo que nas de prosa. H muito mais sites e blogsde poesia do que de prosa. Se somarmos essa gentetoda, d cerca de 1 milho de pessoas. Todos come-mail ou alguma forma de contato disponvel nainternet. Isso signica que h um grande pblicointeressado de alguma forma em poesia.

    Tem que vender para essa gente.Os livros bons de poesia estotodos esgotados. ProcureGalxias, do Haroldo deCampos. No tem. Est venda na Estante Virtualpor 300 reais!

    N - Comeastes a escrever comque idade?

    RS - Poesia, com 15 anos. Queria fazer uma banda

    de rock pesado, como o Deep Purple. No tocavanada, ento comecei a escrever letras de msicacaso surgisse a oportunidade de fazer a banda. Euteria as letras e poderia cantar. Fui ler poetas parame aprimorar como letrista. Quando li o ManuelBandeira, vi que a poesia dele era heavy metal nopapel. E passe a escrever poesia.N - Como o Ricardo Silvestrin, encontra tempopara escrever, compor, cantar, fazer show eeditar?

    RS -

    Tempo para fazer coisas legais sempre acho.Esse o tempo mais importante. Meu horrio deproduo escrita da meia-noite s 2h.

    N - No Brasil, possvel viver da escrita?

    RS - . H escritores que vivem da escrita edas atividades relacionadas a ela, como ocinas,palestras, participao em feiras, aulas emuniversidades. Ainda no um grupo grande deescritores, no fcil. Mas j no impossvel.

    N - Qual tua opinio sobre internet, literatura

    e direitos autorais?

    OsMullets

    osmullets.b

    logspot.com

    http://osmullets.blogspot.com/http://osmullets.blogspot.com/http://osmullets.blogspot.com/http://osmullets.blogspot.com/http://osmullets.blogspot.com/http://osmullets.blogspot.com/http://osmullets.blogspot.com/http://osmullets.blogspot.com/http://osmullets.blogspot.com/http://osmullets.blogspot.com/http://osmullets.blogspot.com/http://osmullets.blogspot.com/http://osmullets.blogspot.com/http://osmullets.blogspot.com/http://osmullets.blogspot.com/http://osmullets.blogspot.com/http://osmullets.blogspot.com/http://osmullets.blogspot.com/http://osmullets.blogspot.com/http://osmullets.blogspot.com/http://osmullets.blogspot.com/http://osmullets.blogspot.com/http://osmullets.blogspot.com/
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    No sou muito simptico a transformar tudo emnmeros. Acho isso uma atitude enfadonha, desnecessriae, pior, simplista demais. Algumas vezes, porm, vantajoso. Pois, ento, vamos l: 2012 (j no ttulocomeam os algarismos) custou cerca de 260milhes de dlares para 158 minutos deexibio. , sem dvida, o maior - emvrios sentidos - de todos os lmes-

    catstrofe j lanados nesses ltimostempos. A obra traz nomes para l deinteressantes, como Roland Emmerichna direo (bastante experiente, tendoassinado obras como 10.000 AC - eles

    novamente - e Um Dia Depois de Amanh),Danny Glover (veterano que participou demais de trinta lmes) e John Cusack (Shanghai e1408 - mais uma vez) e em cinco semanas faturou 155milhes, somente nas salas do Tio Sam.

    Esquecendo porum momento os nmeros,o lme uma sequncia

    assustadora de mentirasbem-feitas. Se existisse oprmio Maior Atochada deHollywood, certamente ele

    seria vencedor. Disparado.Algumas cenas lembram ashistrias em quadrinhos de anos atrs, no spela coisa do fantstico e do improvvel, mastambm pela plasticidade. Mas, enm, para que

    vamos ao cinema? Quando compramos ingresso -principalmente para este gnero, considerado pormuitos um sub-cinema - rmamos um pacto, um

    acordo invisvel e sem assinaturas, que permiteque carros atravessem prdios envidraados,enquanto esses desabam como legos malcolocados, ou corridas malucas entre crateras efendas gigantescas, salvando todos aqueles queso interessantes para a histria. Enm, pagamospara ver o fantstico e os maravilhosos efeitos especiais nostrazem isso com esmero. Eu diria que beirando a perfeio,sem medo de ser piegas ou exagerado. 2012 tem os melhoresefeitos j vistos. Acredito que o fraco enredo e os dilogoscheios de patetices no chegam a atrapalhar, porque o quebuscamos neste caso especco exatamente aquilo que

    nos venderam: adrenalina e cenas de tirar o flego. Umdetalhe que no pode passar desapercebido a bondade eo altrusmo do presidente negro dos gringos. No a primeiravez (e nem ser a ltima) que fazem, ou tentam fazer, dosenhor das armas da vez um verdadeiro heroi. No acredito

    que cinema seja o melhor lugar para panetos.Voltando aos nmeros: Atividade Paranormal,

    com a produo, direo, montagem e roteiro assinado pelodesconhecido Oren Peli (4 x 1) e elenco sem nenhum atorfamoso, conseguiu, em 99 minutos - contando uma histriamais do que batida, um verdadeiro clich do terror (gneronada bem-visto pelos crticos) e gastando apenas 25 mil dlares

    - faturar mais de 107 milhes nas primeiras dez semanas deexibio, somente nas salas norte-americanas. E a grandesacada para tanto sucesso estrondosamente simples:o lme se parece com um documentrio. O protagonista

    recebe, j na primeira cena, a namorada (atordoada pelodemnio) mostrando a cmara nova, comprada para lmar

    os diabinhos. Sensacional! Da em diante, todas astomadas so feitas (ou pelo menos do a impresso)

    com o mesmo equipamento e pelo prprio ator,que deixa a lmadora vrias vezes em cima de

    uma mesa ou em um trip, permitindo queele prprio aparea.

    Essa sensao de documentrio(gnero que traz consigo a fama derepresentar a verdade) fragiliza o

    espectador. Deixa-o suscetvel ao medo. Torna-o refm. Aquele acordo que se tem

    ao comprar o bilhete vai para o espao, desde oprimeiro minuto.

    Na verdade, este no umartifcio novo e, inclusive aqui nanossa querida terra brasilis, foiusado no excelente policial Tropade Elite. A inovao aconteceprincipalmente nos ares deamadorismo na construo do lme

    e, claro, no gnero de terror.Enm, os nmeros servem

    para mostrar vrias coisas, entre elas, que cinema (comoquase tudo nesse lado ocidental do planeta) um negcio.E pode ser excepcionalmente lucrativo. Merecidamente, eu

    diria. Mostram, tambm, que vale a pena ser coadjuvantedesse mundo maluco em eterna transformao, onde doislmes com oramentos to desnivelados,

    gneros to diferentes e recursostcnicos absolutamente distintos,exigem uma s coisa: que se v aocinema. Preferencialmente de cabeaaberta, para permitir que a magia destaarte to nobre participe do prpriocotidiano, pincelando a realidade comboas doses de co. O resultado disso

    pode ser um s: diverso!Ento, ao escurinho!

    Beto Canales um eternoestudante de literatura e produz principalmente contos, apesar deatrever-se cometer crnicas, emseu blog cinemaebobagens.blogspot.com. A universalidade de seus personagens e os lugares ondeocorrem suas histrias so marcas

    registradas, permitindo que aconteamcomqualquerumemqualquerparte.Cinfloapaixonadoe

    assumido aprendiz de crtico de cinema, tambm editorda Esquina do Escritor e do 3AM Brasil.

    autor de A Vida Que No Vivi, pela Multifoco,lanado na Bienal do Livro do Rio / 2009.

    2012 Atividades Paranormaispor Beto Canales

    http://www.whowillsurvive2012.com/http://www.paranormalactivity-movie.com/http://www.paranormalactivity-movie.com/http://litteratour.blogspot.com/http://litteratour.blogspot.com/http://litteratour.blogspot.com/http://www.cinemaebobagens.blogspot.com/http://www.cinemaebobagens.blogspot.com/http://www.cinemaebobagens.blogspot.com/http://www.cinemaebobagens.blogspot.com/http://litteratour.blogspot.com/http://www.paranormalactivity-movie.com/http://www.whowillsurvive2012.com/
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    O fusca perdeu o controle no meio da curva.Foi deslizando sobre a lama, a traseira escapando,e quase se se chocou contra o barranco beira daestrada, no fosse pelo hbito do velho em guiarnessas condies. Ainda chovia bastante , mas eleno poderia esperar. O rapaz apareceu morto nomeio do retiro, seu delegado. Uma desgraa, umatragdia... Moo novo, bo de servio... Cuidava

    de tudo aqui pra mim disse o fazendeiro JooAndrade, que era um dos poucos a ter telefoneem casa, naquele tempo. Mas como que o moomorreu seu Joo? perguntou o delegado. A que t, seu delegado... A que t... e couaquele chiado silencioso no aparelho. A que t oque, seu Joo? insistiu. Riscaram o bucho dohomem, seu delegado...

    No poderia esperar. Um dia antes receberaum aviso do batalho: dois sujeitos perigososhaviam escapado da cadeia de Lavras, cidadevizinha. Tentou contatar o batalho, para avisardo crime na propriedade de Joo Andrade, masningum atendeu. Acordou o Dr. Tavares, recm

    formado, e nico mdico do pequeno povoado deLuminrias; e tambm o soldado Barreto, que vinhano banco de trs do fusca, com sono no rosto . ESeguiram para a cena do crime.

    Joo Andrade, magrelo e barba branca nacara, esperava na varanda da sede, no meio dafumaa do cigarro de palha, quando o fusca paroue os trs homens desceram no meio da chuva.Barreto deu de querer escorregar, mas apoiou-se rapidamente em uma das colunas, antes deadentrar a varanda.

    Os homens trocaram cumprimentos emtom de velrio. Joo Andrade, disse que a estrada

    estava pssima, mas que era culpa do tempo,enquanto levava os sujeitos para tomar um cafna imensa cozinha da fazenda. Sua mulher, D.Rosalva, remexia lenha no fogo quando entraram;e. Fez questo de que se sentassem mesa, todaservida: caf fresco, po de queijo, broa de fub,pamonha e alguns biscoitos de polvilho em latasde alumnio areado

    Coitado do Toinho, gente... Umabarbaridade comentou D. Rosalva.

    Homem bo demais... Nunca tive problemacom ele, seu delegado reforou seu Joo.

    E como que o encontraram? Mortinho! Um horror... fFoi pouco antes

    de ligar pro senhor, seu delegado... Eu acordo muitocedo, bem cedinho mesmo. Cinco horas j estouandando por a. Eu no agento mais servio, porcausa da coluna. Mas tambm j trabalhei muitonessa vida... E no tenho preguia no, sabe? Puloda cama cedinho todo dia... A troco de roupa, lavoa cara e vou l no retiro pra prose com Toinho, praver como que t indo a lida. Se eu pudesse, eu

    mesmo tomava conta de tudo l, mas a coluna nodeixa n? E ele muito bom de servio, faz tudodireitinho do jeito que eu gosto, mas seu pudesseeu mesmo que pegava na lida.

    Sei... Mas o senhor tem mais empregadoaqui, seu Joo? - inquiriu o delegado.

    No, senhor... S o Toinho... Uma mona roda. O terreno meu j foi maior, j fui ricoseu delegado, rico de esbanjar dinheiro, meu paifoi mais, esse terreno meu, dobrava essa serrainteirinha, o senhor deve de lembrar-se dessetempo...

    J ouvi falar, seu Joo. Depois eu fui vendendo as terra pra um,

    pra outro, os lhos foram indo embora, nenhumquis seguir nessa vida, ento fui vendendo e dando

    o dinheiro pra eles... Ficou s a sede, e um pastinhomido, onde mexo com essa meia dzia de vacaque o Toinho toma conta pra mim... Toma no n,coitado, tomava... Tomava... Como se fosse lho...

    O senhor ouviu alguma coisa? Quer dizer,teve algum barulho ou coisa assim?

    No ouvi nada, seu delegado... Chegueil, ele tava durinho...

    E a sua mulher? Ouviu nada no, n bem? perguntou,

    o fazendeiro. Nem nada seu delegado disse a mulher

    no rabo do fogo em voz trmula. -, o Joo meacordou pra contar, no quis nem ir l no retiropra ver... Coitado do Toinho... meu Deus docu...

    Coisa muito estranha comentou omdico.

    Bom, mas o rapaz tinha algum inimigodeclarado?

    Que inimigo que nada, seu delegado...Toinho era um santo... E s tem ns trs aqui...

    E os vizinhos, as fazendas vizinhas?... Vizinho que nada, seu delegado... A

    fazenda mais prxima aqui s dobrando a serra... verdade... A nica pessoa que passa por aqui o

    compadre Tio. Compadre Tio? Da de linha de leite? Ele mesmo... Passa aqui s l pelas dez,

    sempre me traz uns mantimento, carta dos meumenino...

    Ento ele nem sabe ainda... e coou oqueixo.

    Daqui a pouco ele passa a.E caram em silncio. Veio ento o barulho da

    chuva no telhado colonial, e da lenha crepitando. Mas o senhor sentiu falta de alguma

    coisa? prosseguiu o delegado. Pode ter sido umlatrocnio... Digo, roubo seguido de assassinato...

    explicou enquanto a mulher fez o nome do pai,talvez por causa do pecado daquela palavra.

    Olha, na hora do apavoramento, eu nempensei nisso... Larguei at a porteira do curralaberta... Mas tenho que olhar... S que no tenhonada de muito valor aqui... Quando muito otelefone... Meu pai quem comprou, foi o primeirodessas bandas... O povo vinha de longe pra usar.

    comosefossedafamLia

    Marcos Vincius Almeidaquebracorpo.com.br

    contos& cia.

    http://www.quebracorpo.com.br/http://www.quebracorpo.com.br/
  • 8/14/2019 Revista Cultural Novitas N3

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    9 - REVISTA CULTURAL NOVITAS N3 - Dezembro 2009

    Hoje no, n? Dinheiro? Cofre? Algum objeto valioso? Nem um, nem outro... Passei tudo pros

    meus menino... Eu j fui rico, teve tempo que eunem dormia direito, com medo de algum malandroentrar aqui. Agora nem me preocupo...

    H uma grande possibilidade, seu Joo...A vtima tinha algum dinheiro?

    Coitado do Toinho... Muito menos, eraum santo. Teve ms de ele trabalhar a troco decomida. Se ele tivesse aqui na poca que eu erarico... e suspirou.

    Ele trabalhava h muito tempo para osenhor?

    Desde moleque... No comeo ele meajudava, e aos poucos foi aprendendo a mexer comcriao. Quando a coluna enguiou, ele j faziatudo sozinho...

    E quantos anos ele tinha quando chegouaqui?

    Quinze anos, bem? Quatorze, Joo... Quatorze, bem? Quatorze... E hoje?

    Vinte e nove, bem? Vinte e oito, Joo. Vinte e oito, seu delegado...E caram em silncio. Mas enm, vamos ver o corpo... e se

    levantou.Eles seguiram o velho Joo Andrade, e sua

    botina surrada, batendo no assoalho de tbuasvelhas. Frestas escuras, algumas com remendosde ripa e pregos bambos; as paredes soltando tinta,uma camada amarela por baixo de uma camadaazul. A casa transpirava ausncia de fora. E seuJoo disse que o rapaz era sozinho no mundo. Notinha parentes, nem nada. Apareceu na fazendaa procurar trabalho. Com os lhos longe, achoubom ter um ajudante. Apontou, pela porta aberta,o quarto onde o rapaz dormia. Com a permissode seu Joo, o delegado deu uma rpida espiada esentiu um ar de abandono naquele leito.

    Na varanda, enquanto seu Joo vestia umacapa de chuva, o delegado solicitou ao soldadoBarreto, que casse na cozinha com a D. Rosalva.

    Eu tenho alguns calmantes na minhamaleta, talvez fosse melhor sed-la disse omdico.

    Minha preocupao no essa, doutor. Voc acha que quem fez isso ainda pode

    estar por a? Talvez sim, talvez no. Melhor noarriscar.

    Barreto voltou pra cozinha. Os trs homenspuseram-se a caminhar num ladrilhado de pedrasde quartzito at o retiro. A porteira do curralestava aberta, nenhuma vaca, nenhum bezerro.Atravessaram o curral. E dentro do retiro, comaspecto de desleixo e cochos vazios, olharam comespanto a ausncia do cadver.

    Santa Me de Deus... disse seu Joo,antes de perder um pouco o controle e apontar,repetidamente, o local exato onde Toinho estava.

    E os outros dois no entenderam. O mdicodispos-se a acalm-lo. O delegado procuroualguma pista, mas s via sujeira e teias de aranha.As goteiras e a leve enxurrada que corria no cho,lavaram o sangue, ele pensou. Depois correu o olhoao redor, foi at o m do retiro, abriu uma portatoda bamba, ali dentro alguns sacos de farelo. Dois

    ratos fugiram rapidamente com o barulho. Vamos voltar pra casa, doutor. A coisa

    est pior do que eu imaginava.Voltaram pelo mesmo caminho. A mulher

    continuava no rabo do fogo. Barreto tomava cafcom um dos braos apoiados na mesa.

    O que foi, Joo? indagou a esposa ao verna cara do marido incompreenso e perplexidade.

    Sumiu, Rosa... O Toinho sumiu...E mulher tambm se agitou. Depois seu

    Joo. Houve um falatrio danado. Barreto que foitentar conter a agitao da mulher acabou deixandoo copo cair e espatifar-se no cho. O pandemniodurou cerca de uns cinco minutos. Ento estavamsentados e quietos de novo. O delegado fez umabreve pausa, respirou fundo e disse:

    No podemos perder a cabea agora. Eusei que difcil pra vocs, mas precisam mantera calma. Vamos fazer o seguinte: Eu vou precisarusar seu telefone, seu Joo. Vou ligar no batalhoe avisar do ocorrido. Quando muito, at na parteda tarde eles estaro aqui. Quem fez isso no temcomo estar muito longe, ainda mais com essetempo. Enquanto isso, eu e o Barreto camos aquipra garantir a segurana de vocs.

    Seu Joo mostrou ao delegado ondeestava o telefone, depois voltou pra cozinha ondepermaneceu em silncio. Barreto andava de umlado pro outro. O mdico, com cotovelo na mesa emo no queixo, parecia tentar resolver a questo.A mulher fuava na lenha cantarolando num tomde sussurro uma cano desconhecida.

    Talvez ele ainda esteja vivo... disse omdico.

    Vivo, doutor? disse Barreto parando deandar.

    Vivo sim... Ah, trem... To falando que eu vi o bucho

    do homem furado. Como que homem anda a combucho furado, doutor?

    Bom, seu Joo... Em primeiro lugar osenhor no mdico, talvez o senhor no tenhareparado direito. Talvez o sujeito estivesse apenasdesacordado.

    Tava no seu doutor... Quem deraestivesse... Durinho, com o bucho esturricado.

    Bom, preciso ser um prossional prasaber.

    Se ele tivesse s desmaiado, e acordasse,tinha vindo pra casa, gritado. Num ia sumir promato...

    Talvez estivesse desorientado, seu Joo...

    Acho que devemos procurar nos arredores... No sei, no... Ningum viu esse corpoalm do senhor, seu Joo. Na hora do susto o senhorpode muito bem ter se confundido. O senhor noolhou os batimentos do rapaz... No tem como tercerteza se ele estava morto ou no.

    Eu j acho outra coisa disse Barreto.Quem fez isso carregou o corpo e escondeu no mato.Pra confundir a gente. Enquanto a gente procura ocorpo, o caboclo vaza. Isso parece vingana;. Talvez,antes de chegar aqui, esse rapaz tenha feito algumacoisa de muito ruim pra algum. Descobriram ondeele estava e vieram acertar as contas. Tem gentemuito ruim nesse mundo. Talvez nem tenha sidoele, talvez o pai dele... Lembra do caso da Fazenda

    Tira-Couro, seu Joo? Lembro sim... Meu pai me contava essa

    histria, diz ele que o av dele, meu bis-av, eravivo quando aconteceu. Onde arrancaram o courodo homem...

    Que histria essa? indagou o

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    10 - REVISTA CULTURAL NOVITAS N3 - Dezembro 2009

    mdico. Mataram um homem a troco de nada na

    fazenda. Sete homens o amarraram sem roupa numtronco, e arrancaram o coro dele que nem bicho.Ah, mas a os trs irmos dele caram sabendo, ese juntaram pra vingar o crime. Saram caando osculpados, no tinha muita lei naquele tempo... Eraolho por olho, no tinha moleza no. Quando elesachavam, matavam mesmo. E depois arrancavama orelha... E foram juntando, formando um colarcom elas. Pegaram todos os sete que tinhamescalpelado o coitado.

    No conhecia no, Barreto. O famoso Sete Orelhas, doutor. Caso

    real, mesmo. Eu acho que esse rapaz, o Toinho,morreu de vingana. Esconderam o corpo prafugir. Vai saber l o que esse menino fez antes deaparecer aqui sozinho, sem famlia, sem passado,seu Joo? E s pode ter sido vingana. Senoteriam matado o senhor, a sua esposa, se fossecaso de latrocnio... Isolados aqui, demoraria muitopra algum dar notcia...

    Tanto tempo aqui comigo... Muito boagente... Como se fosse da famlia.

    Mas e antes? No tem como o senhor

    saber... Muito menos o senhor. O senhor nem oconheceu.

    Acho mais provvel que esteja vivo,agoniando, desorientado em algum canto.

    A mulher cantarolava, em tom quaseinaudvel. O delegado entrou na cozinha, andoudevagar at a mesa parando prximo do seu Joo.Deu-lhe dois tapinhas nas costas e disse:

    Fique tranqilo, meu amigo. Vai dar tudocerto.

    Acho que esse homem pode estar vivo,delegado advertiu o mdico.

    Foi vingana. Certeza. Eu pensei que eram os dois elementos

    que tinham escapado da cadeia, em Lavras, hdois dias. Mas liguei no batalho e me disseramque prenderam os sujeitos num boteco, ontem demadrugada. Bom, mas isso no importa mais... Oimportante agora que o seu Joo e D. Rosalvaquem bem...

    Mas e o Toinho... Nem enterro vai ter...Tragdia...

    Tudo vai car bem, seu Joo. O senhortem que conar em mim. O senhor cona em mim,seu Joo?

    Cono sim, seu delegado.

    Ento vamos car calmos e esperar. Esperar? interveio Barreto.E o delegado fez um sinal com os olhos para

    o soldado antes de dizer: Sim, esperar.O mdico no se conteve. E depois de

    um minuto de silncio, chamou o delegado paraconversar em particular.

    O que est havendo? O senhor que o mdico e no

    percebeu? Foram eles?E o delegado riu. No existe nenhum Toinho, doutor. Como assim, eles inventaram essa

    histria? Mais complicado... O senhor viu alguma

    vaca por aqui? O homem foi morto no retiro, ouseja, estava tirando leite e mesmo que o seu Jootenha esquecido a porteira aberta, quando correupra dentro, os animais so acostumados a car

    ali, todo dia no mesmo horrio. Mesmo de porteiraaberta eles permanecem no curral no horrio daordenha, porque a hora que eles comem. O senhorno entende de gado no ? Os animais no saram.No existem. O retiro est aos pedaos, portaonde est guardado o farelo no aberta h anos,no tem silagem, nem bosta de vaca tem doutor.Onde j se viu curral sem bosta de vaca? No fazsentido... Ento liguei na casa do Compadre Tio,falei com esposa dele. Ela me disse que ele nopassa aqui na fazenda do seu Joo pra pegar leite,s pra deixar uns mantimentos, que uns amigosdoam. No tem vacas, no tem Toinho... O quartoonde o suposto rapaz dorme, est abandonado.Veja esse assoalho, doutor. Se tivesse um homem

    jovem e bom de servio aqui, essas coisas noestariam assim.

    O senhor no est dizendo que... Sim...Os lhos os abandonaram.

    Contagiaram-se com a alucinao, doutor. Isoladosaqui esses anos todos, convivendo apenas com aloucura do outro...

    Na escola ele era da turma queentregava os trabalhos em dia, tirava boasnotas porque tem uma inteligncia irritante etodos os professores, coordenadores e bedis

    adoravam ele. Porque ele gente, vocs nosabem. Ele tem um olho azul e uma gentilezaque s vendo. E a alma dele cintila fazendodele o cara mais incrvel do mundo. Eu erada turma do fundo, que de vez em quandoentregava os trabalhos e tirava notas ruinsmesmo estudando porque as coisas da vidaeram muitas e enm no dava para prestarateno em tudo. E os dois nicos professoresque gostavam de mim eram aqueles queachavam minha enrolao charmosa e

    minhas ameaas de revoluo uma coisa meioChe. Um deles era o professor de Histria. Ooutro era o de educao fsica. E achavammais charmosa ainda uma bermuda sexyque de vez em quando eu usava porque eutinha a bundinha que dava gosto. E os bedisbom... os bedis me manjavam muito porqueera sempre eles que me recolhiam tentandofugir da aula em busca de coisas maisemocionantes do que a tal da IncondnciaMineira.

    Eu cabulava aula. Ele jamais fez isso.

    Alguns membros da minha turma j rolavamseus baseados. A turma dele enrolava, nomximo, a pipa. Eu era o mano, ele a mina.Eles se encontravam na casa de um delessbados e seus pais todos se conheciam.Ns amos ver o pr do Sol na praa sei l o

    estranhoseriaseeunome

    apaixonasseporvoc

    Tatiana Cavalcanticoffeeandhistory.blogspot.com

    http://coffeeandhistory.blogspot.com/http://coffeeandhistory.blogspot.com/
  • 8/14/2019 Revista Cultural Novitas N3

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    11 - REVISTA CULTURAL NOVITAS N3 - Dezembro 2009

    A casa estava vazia. Entrava nela pelaprimeira vez aps seu casamento. Aquelasensao de que algo no estava exatamenteem harmonia carcomia seu crebro, deixandoseus neurnios em estado de emergncia,a espera da prxima tsunami de idiasdrsticas do que ocorreria naquele lugar.

    Como se entrasse numa igreja, coupor alguns segundos de cabea baixa e emsilencio, como se rezasse. Pensou nas coisasque haviam realizados juntos, nos momentosque passaram um ao lado do outro, tristezas,alegrias. Perdia as contas de tantos erros quecometera.

    Levantou a cabea e andou devagar ato meio da sala. A vista atravs da grande porta

    de vidro da varanda era linda. Era um diade sol quente, com um vento refrescante quefelizmente no parava. Viu algumas nuvensformadas no horizonte. Talvez chovesse naonal da tarde.

    Por um momento sentiu que alguma abraava. Ento soube que ele estavaali. Ela sorriu e acariciou o prprio corpo,onde sentia as mos dele aquecerem suapele; mesmo no as vendo, mesmo ele noestando ali sicamente. Ouviu-o suspirar

    e cochichar algo em seus ouvidos. Noentendeu suas palavras. Apenas sentiu queele a confortava.

    Tentou falar, mas no conseguiau.Ao invs disso, seus olhos marearam-see algumas lgrimas lhe escorreram pelasbochechas. Foi quando ouviu claramente avoz de seu marido atrs dela.

    Querida?Assustou-se e virou-se rapidamente,

    vendo que ele entrava na casa, carregandouma grande caixa de papelo, com vrias de

    suas coisas dentro. Vamos?

    Ela respondeu apenas num gestopositivo com a cabea. Olhou novamente paraa frente, enxugou mais algumas lgrimas queteimavam em cair. Sentiu que as mos delej haviam soltado de seu corpo. Ele j tinhaido embora, agora de uma vez por todas.

    Ergueu a cabea, decidida em nochorar mais.

    Adeus, papai.

    Virou-se e deixou a casa. Ela foi vendidano dia seguinte. Nunca mais voltou l.

    qu depois de sair da balada. Ele passou noFCE e eu tomei pau no T4 daquela malditaCultura Inglesa. Nunca esqueo que nessedia minha me me chamou de vagabunda.Mas eu realmente no consegui acompanhar.Ele foi morar na Austrlia. Eu sa de casapara ir da Rua Tupi para Rua Turiau. Elefala um ingls absoluto. Eu peo dog hot aoinvs de hot dog. Ele me explica coisas sobreo PIB e outro dia esclareci para ele o que eracoxia. Ele ouvia Pearl Jam. Eu ouvia Chicomas venerava mesmo desde meu primeirosegundo de vida era Tom e Vinicius. Elestinham onde car no Guaruj porque tinhauns playboys na turma deles. Eu quandoia para o Jogos Jurdicos dormia no carrocom trs amigas estranhas como eu parano gastar no hotel e sobrar para cachaae talvez para balada que rolaria na outrasemana. Ele super apaixonado e romntico.Eu super corna e achando que abafava na

    companhia dos piores elementos do colgio.Aqueles desgraados que acham que abafame abafam? E ca a ala feminina inteira daescola morrendo por eles com seus cabelinhosrepicados para cima e suas poses de pseudocomedores de coxinhas de cantina.

    Ele de camiseta hering embaixo dacamisa de listrinhas azuis e eu de all starsem a palmilha porque eu odeio palmilha.Ele danava com a menina mais bonita daescola no bailinho. Eu no era tirada paradanar porque acho que era debochadademais. Alis, acho que fui convidada parauns trs ou quatro bailinhos da turma dele,no mximo. Eu piscava para peo de obra eria de chorar quando eles achavam que aquiloera srio. Minha me morria de vergonha.Ele no piscava assim como um cafajestearreganhado qualquer. As meninas com quemele andava usavam roupas com ombreiras eo sapato de bico no sempre combinava coma bolsa pink. Elas danavam em rodinha ecochichavam para falar do menino bonito.

    Ele sempre discreto e com pessoas discretas.Eu sempre esse furaco que vive ameaandomas no tem coragem de carregar tudo parame obrigar a comear de novo e quem sabetalvez, sem traumas. Ele sempre pensando nofuturo quando fez suas escolhas. Eu semprepensando que futuro era longe demais e queat chegar eu j tinha cado nas graas dealguma gura que publicasse meus livros eminhas histrias mal resolvidas. Ele sempreto contido e eu sempre to maritaca com a

    voz aguda. Certeza que foi por isso que meapaixonei por ele.Ele tudo que eu nunca quis ser mas

    que eu sempre quis no homem que ia mesalvar de mim.

    casa

    Guile

    ***

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    12 - REVISTA CULTURAL NOVITAS N3 - Dezembro 2009

    AmADenisonMendes

    bahrboletras.blogspot.com

    E quando encontrares aquilo que busca,No batismo do encontro, um silncio vivoTe levar distante, e to de perto sentirsO aroma colorido do amor.

    No haver vozes a angustiar esperasNem rudos a estragar prazeres.

    Nada te alcanar, no estars fugindoNem perdida em vos pensamentos.

    s a perfeio! Um sereno oceanoSem realidades ilusrias nem venenoEm clices de cristal dourado. Ama! tua nica e prometida verdade.

    A CorredeirA MarceloMelo Soriano

    yohoy.blogspot.com

    O caminho reto,ngeme,pedregoso,estreito...Um destino de p.

    No comeo, o colo.

    Um pedao de gente,Ressonando no peito,Com cara de gente.

    Na metade,o entremeio.Nem velho, nem moo,inquieto sujeito,Errante buscandoo compasso acertar.

    L em cima da lomba,na virada da curva,

    um caco de gente,olhar nu, quase ausente,prosseguindo em frente,mas cabea pra trs...

    O caminho incerto, leve, torto, amplo...

    No estrada; rio...Retornando nascente;

    Afastando da foz...

    A GenteGiselleZamboni

    SeresColetivos.com

    Poros abertos na disponibilidade infinda da interao de almasPeitos abertos no colostro primevo da entrega sem ressalvasBraos abertos ao colo coletivo dos rebentos da almaVentre aberto pelo nascimento certo do coletivo feto da vontadeNasce, levanta, anda, faz, queira, ouse, cante, diga,significante signo letra, seja por ns!!!!!

    rituAlPaulo

    Fodraaredknight.blogspot.com

    Profano teu templo brancoCom minha loucura lascivaFurtado s pressas de tua fonte,Teu desejo arde em minha lngua

    Incenso meu corpo com teu cheiroEm meio s sombras dos altaresDevoo proibida luz da luaOferta febril aos teus poderes

    Em tua face rubra me desfaoLbios em xtase contra a pedra friaEm tuas cortinas me ocultoNos teus ossos me aninho

    espera de um novo amanhecer

    misturAdo

    NandaBotelhomultiplasrealidades.blogspot.com

    AssistaAo desfile de desejosE v derrubando-osUm a um.SentindoQue no viverVoc no quer o queO outro querNo v o que

    O outro vNo sabeO que o outro sabeNo senteO que o outro senteE tudo volta para si.Mas ao mesmo tempoTudo espelho e labirintoOnde voc se perdeSem saber onde termina vocE comea o outro.E o nico desejo que sobra

    o de desaparecer.destino

    j traado.

    CAtorze/desejosGiselleZamboni

    SeresColetivos.com

    Queria soletrar o amor, engasgueiqueria descrever a flor, gaguejeiminha boca no teu beijo, caleiNo teu caminho curvilneo, viajeinos teus olhos farolentos, me cegueino teu caminho ereto, pouseiTua poro menino, recolhitua poro homem feito, aceitei

    tua poro bicho, cruzeitua poro anjo, nem sequer arranhei...Minha poro menina, brinqueiminha poro mulher feita, mostreiminha poro fmea, te deiminha poro anjo, sublimei.

    http://bahrboletras.blogspot.com/http://www.yohoy.blogspot.com/http://serescoletivos.com/http://aredknight.blogspot.com/http://multiplasrealidades.blogspot.com/http://serescoletivos.com/http://serescoletivos.com/http://multiplasrealidades.blogspot.com/http://aredknight.blogspot.com/http://serescoletivos.com/http://www.yohoy.blogspot.com/http://bahrboletras.blogspot.com/
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    13 - REVISTA CULTURAL NOVITAS N3 - Dezembro 2009

    O que serSe que serDo palhao triste

    PerdidoNa imensido da noiteSozinhoTo somente a chorar

    O que ser do palhaoO tristeDebaixo da mscaraSem nadaSem fadaQue insisteDo lado de fora da mscara

    O seu show continuar

    O que ser do palhao tristeQuando um dia avisteA imensido dos risosA imensido dos delriosQue na platia provocaEnquanto sozinhoSomente para si invocaO direito solitrio de chorar

    O palhao triste que manchaQua a mscara evita

    No desmanchaMas que pelo cantoV a lgrima deslizar

    O palhao tristeQue sabe da sinaQue sabe como terminaO triste showAquele caminharO show tem de continuarMas quando terminaEle sabe com pesar

    Vai vagandoPro seu camarimRastejandoPra mscaraPra lgrimaOs seus devaneios

    Pra fora colocarTermina a noitePro triste palhao

    Comea o aoiteDe mais uma noiteSolitrio acabarEle sabe que seu destinoEle sabe que a irniaA ironia do caminhoDo mar que eledecidiu navegar

    Enquanto dos outrosBusca o tristepalhao o gozo

    De si s resta lamentarEsta triste sinaDo show continuarMesmo que seu mais profundoO seu mais profundo marClameReclameInsista em lhe falarQue a tristezaEsta triste dama sua nica amaE pela eternidadeComo uma vela

    Que alumiaS elaA tristezaSua guiaIr lhe acompanhar

    Dormir o triste palhaoPerdido no tempoNo espaoE pela manh ir levantarPois sabe o triste palhaoQue esse seu caminho

    Que esse seu destinoPorque afinalO show tem de continuar

    odeAo triste PAlhAoEduardoBisotto

    edubisotto.blogspot.com

    A CAsA dA morteAdrianaCosta

    versosbarbaros.blogspot.com

    Do outro lado da rua

    Uma casa abandonadaDo outra da vida o que haver?Morrer no deve ser diferente de fechar os olhose abr-los para um cmodo qualquer abandonadono qual, ns mesmosporemos a moblia de sonhos, de amor ou de dorcomo nos aprouver.Minha casa da mortetem uma estante de livros de poesiasuma long chaisee Soleil levant de Monetno lugar de uma janela.

    Uma concha para ouvir o maruma velha foto de famliae memriasque ora choram, ora riem.A morte smais uma casa abandonadaesperando.

    odestino (PArAquemACreditAnele)Paulo

    R. Dieselmovidoavapor.com

    Os medosse alternam e seencontram no final das frases.As culpas percorrem a conscincia e se

    alojam onde podem.Choveeos olhos vo junto,lgrimas molham o rostoe as histrias contadasem prosa e versoneste livro reescritosinalizamo final numdestinoj traado.

    Publique seu livro em at 4 vezessem jurosNossos servios incluem:

    RevisoCapa

    Registros (ISBN & CBL) Diagramao

    Impresso ou PDF (para e-book)

    Entre em contato conosco pelo site editoranovitas.com.brou atravs do [email protected]

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  • 8/14/2019 Revista Cultural Novitas N3

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    14 - REVISTA CULTURAL NOVITAS N3 - Dezembro 2009

    @CalazansLuciano Mas a maioria das emoes vem depois dos tmpanos. O beijo vem depois dos tmpanos, o abrao idem. Um encontro vem depois

    dos tmpanos...

    @EuHoje Eu preparo uma cano em que minha me no me reconhea... #YoHoy

    @angelcabeza Nunca perguntes o que um escritor quis dizer com seu texto. O encanto do mistrio pode desaparecer.

    @ColunaFantasma Andava vazio: de amor. De paixo. De ambio. De sofreguido. De destino. J a saudade, bom, esta ia at a tampa.

    #curtaconto

    @gloriadioge amar arriscar. eu acredito em asas. tenho penas leves

    difcil andar com a cabea ereta...Em um Pas que financia a invaso de terraD esmola para a educao

    Se lixa para o povo, de forma clara e aberta!

    impossvel no sentir vergonha...Dos 81 senhores discutindo funcionrios inexistentesVeja! Naquela casa no se tem controle de nadaNo Brasil existe at estrada fantasma.

    complicado no se revoltar...O povo trabalha e nos bancos continua a mendigarPor no mnimo um emprstimo...E os juzes e Deputados, seus salros seguem a aumentar.

    cada vez mais triste ver o rumo do Pas...Antes existia a classe mdia, mas por causa dos impostosEu vejo a quedaE o resultado: encostar na misria.

    difcil escutar do Presidente...Que o Brasil, vive um momento mgico,Estaria correto se fosse um momento trgico...Sim presidente, nos pagamos as contas com um ms de atraso.

    impossvel se sentir confortvel...Em um Pas que uma estatal gera lucro

    Mas o brasileiro angustiado...Continua pagando a gasolina com um preo desagradvel!

    complicado manter o sorriso no rosto...Escutando as mentiras em srieOs interesses de campanha se aproveitando da misria...Um dia senhores, vocs tero o troco na mesma moeda!

    impossvel no questionar o motivo do voto obrigatrio...Quando vejo o povo ter liberdade para falar mal e argumentarMas e o Governo?

    Segue fingindo me representar! invivel ficar sentado reclamando...Todos seguem seus deveres a riscaMas improvvel que um dia...

    Tenhamos um pouco de justia.

    O povo tem contas...Calcula juros... E se no paga v o servio cortadoO bolo aumenta...E o governo tem com a prole uma conta impagvel!

    certo que sou minoria...No vejo mudanas, e aumenta o descasoSo projetos e mais projetos que nem comearamMas tu vais l e inaugura como sefaltasse somente um pedao.

    Nelson Rodrigues fez profecia...Pena que poucos o escutaram... Hoje o comunismo virou moda...Logo veremos Stalin "endeusado" pela patota!

    Diante disso penso:Seria distrao? Falta de informao?Falta de leitura...Pois o livro na vida daquele que temtanta aprovao virou piada?

    Presidente, seu momento mgico no existe...Volte para o Brasil e reviva um pouco da revoluoEssa que hoje se faz sem o apoiopartidrio ou de instuioSomente o cidado!

    difCilLetcia

    Losekann Coelhoeditoranovitas.com.br

    Enquanto isso, no Twitter da @Editoranovitas...

    http://twitter.com/CalazansLucianohttp://twitter.com/EuHojehttp://twitter.com/angelcabezahttp://twitter.com/ColunaFantasmahttp://twitter.com/gloriadiogehttp://www.editoranovitas.com.br/http://twitter.com/Editoranovitashttp://twitter.com/Editoranovitashttp://www.editoranovitas.com.br/http://twitter.com/gloriadiogehttp://twitter.com/ColunaFantasmahttp://twitter.com/angelcabezahttp://twitter.com/EuHojehttp://twitter.com/CalazansLuciano
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    15 - REVISTA CULTURAL NOVITAS N3 - Dezembro 2009

    Descrio

    Anda Ambiente baseia-se em temaslativos ao consumo consciente, reciclagem

    coleta seletiva vistos como prticasustentveis de consumo e boas prticas dedadania como oportunidades para aes demunicao visando a atuar em favor daucao ambiental formal ou informal parados aqueles que tm mais de sete anos.

    Aes De comunicAo e eDucAo

    Incluem ferramentas

    riadas, tais como criaovdeos curtos, pintura,senhos animados, encenaespeas musicais por grupos de

    tudantes, poemas e canesara ilustrar aulas clssicas deucao ambiental, apresentaes culturais

    animao prossional.

    ForA Do Argumento

    Favorecimento de sua adoo paraogramas de responsabilidade socioambientalb a perspectiva corporativa, da EA formal eformal.

    Os temas se apiam nas Cincias e aansversalidade ocorre por conta donsumo, cidadania, tica e comportamento.

    PersPectivAs

    orporativa:Empresas que prestigiam a educao e a

    tura, podendo a interao com a comunidadees trazer o benefcio do desenvolvimento deodutos mais bencos do ponto de vista de

    ustentabilidade.ducao Ambiental formal:

    Contedos inspiram capacitaoossional de professores, elaborao deanos pedaggicos, internet ou pesquisa.

    ducao Ambiental informal:anes temticas e livros de histrias sempre

    trazem diverso com a vantagem de que noh limite etrio para quem gosta de cantar.

    conteDos: HistriAs De FAzer o meioAmbiente AnDAr...

    EDUCAO AMBIENTALPARA O CONSUMO

    CONSCIENTEngela M. Brighenti

    E quem pode dizer que Meio Ambiente no tem nada a ver com Cultura? Aqueles que fazem parte do universo

    tural so os mesmos que, pela troca de saberes, entendem a necessidade em respeitar tanto o mundo onde vivemos, quanto a

    dividualidade daqueles com que convivem em seu dia a dia.

    Assim, a Novitas agrega mais uma pequena pea neste quebra-cabea, com projetos sociais que tenham relevncia,

    mo este que divulgamos nesta edio:

    sobrea autora:

    Engenharia de Materiais &Especialista Ambientalandaambiente.blogspot.com

    cantaambiente.blogspot.com

    linkedin.com/in/angelabrighenti

    twitter.com/Polychem33

    facebook.com/angelabrighenti

    Lixo espalhado e jogado : encenao ecanes sobre lixo ps-consumo e poluioambiental: O rap do planeta cansado,

    Vamos reciclar, Criana ativa,A coleta seletiva, Os 4 Rs, A VilaPapls.

    Tetralogia dareciclagem: caracterizao

    ldica de personagens e cores

    da coleta seletiva: O meninoazul; A raposa vermelha; Agirafa verde; O sapo amarelo e

    Zuleica, 5 Elemento: um texto,um poema, uma cano e um planopedaggico.

    O Livro das Bruxas : as histrias dasbruxas ambientais- A Bruxa Brvia;A Bruxa Brvia e o Manual de FeitiosAmbientais; A Bruxa Bruviela ; Bruvielae a Maldio de Zyria : tramas entregeraes de bruxas boas e ms quedesejam salvar o planeta; outras bruxasso caracterizadas por sutilezas docomportamento humano.

    http://www.andaambiente.blogspot.com/http://www.cantaambiente.blogspot.com/http://www.linkedin.com/http://twitter.com/Polychem33http://www.facebook.com/angela.brighentihttp://www.facebook.com/angela.brighentihttp://twitter.com/Polychem33http://www.linkedin.com/http://www.cantaambiente.blogspot.com/http://www.andaambiente.blogspot.com/
  • 8/14/2019 Revista Cultural Novitas N3

    16/17

    16 - REVISTA CULTURAL NOVITAS N3 - Dezembro 2009

    CLASSIFICADOSQuer vender, trocar, procurar emprego ou simplesmente oferecer uma poesia a algum

    que voc curta/ame/queira? Agora cou mais fcil: basta nos enviar seu anncio* entre osdias 01/03/10 e 15/03/10 que teremos o maior prazer em lhe atender, gratuitamente (para aprxima edio)**.

    *A Novitas reserva-se ao direito de no publicar anncios que sejam ofensivos ou de outras empresas que venham de encontro

    aos interesses desta editora. ** Todo anncio deve ser enviado ao e-mail [email protected], com identifcao

    do anunciante (RG) e aprovao prvia para publicao. No sero aceitas imagens em nenhum formato.

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  • 8/14/2019 Revista Cultural Novitas N3

    17/17

    17 - REVISTA CULTURAL NOVITAS N3 - Dezembro 2009

    Adquira

    joseu!

    LivrodigitaL, no BrasiL?

    Apesar de ter 28 anos e minha gerao tercontribudo e muito com o sumio do livro, eu ainda

    sou do tempo que um bom livro diferente de ler links ou

    mesmo de escrever em blog. Sim, eu escrevo em blogs e

    leio links, mas sei a diferena entre um e outro.

    Muito me espanta quando vejo pessoas

    comemorando sobre o surgimento do livro digital, uma

    vez que moramos no Brasil, onde ainda hoje existem

    milhares de pessoas que no tem acesso ao computador

    domstico.

    Pois , o meu Brasil provavelmente no igual ao

    Brasil dos outros; alguns Estados so super desenvolvidos,j outros vivem na misria. Em muitas cidades existem

    localidades que a internet no chega, logo no comemoro

    o livro digital, pois penso que o livro seja ainda a leitura

    mais democrtica.

    Se baixo um E-book tenho dois trabalhos: o

    de baixar e o de imprimir. Prero ir em uma livrariaou mesmo comprar pela internet o livro pronto. Uma

    outra coisa que fao procurar o nmero de ISBN, que

    infelizmente em vrios e-books no existe. Meu lado

    editorial se mistura com o de leitora e penso que se olivro bom, precisa existir um registro que comprove

    que o autor est recebendo seus direitos autorais. Se

    para existirmos no Brasil como pessoas precisamos

    ter a certido de nascimento, porque com o livro seria

    diferente? Existem regras que devemos cumprir.

    No considero o blog um livro: blogs so feitos

    para ensaios. Blogs so uma amostra do que somos

    capazes, e quando aconselho as pessoas a guardarem

    alguns escritos sem publicar na internet, para voltar a

    mxima do original. O original no tem esse nome a

    toa.

    Fao parte da gerao que assumiu que o mundo

    tem muita pressa, e na pressa acabamos no lendo at o

    nal, no voltando ao incio se no entendeu e o principal:perguntando muito pouco. O livro pode acabar no

    Japo, nos EUA mas at acabar no Brasil existe um grande

    abismo. O sumio do livro preocupante uma vez que

    somem os livros, somem os leitores. Eu queria acreditar

    que o sumio do livro indique que as pessoas esto

    lendo mais no computador, mas no o que acontece.

    Ningum consegue ler e entender, com o msn ligado,a pgina do orkut e do twitter aberta e conversando ao

    mesmo tempo. Todos tem direito a fazer o seu lazer na

    internet, mas na real quantos adolescentes sentam na

    frente do computador para realmente estudar?

    sumir com os livros. Lamentvel que utilizar papel

    reciclvel no Brasil ainda mais caro que usar o papel

    virgem. E aproveito para perguntar? Onde est escrito

    que computadores so bencos com a natureza? de sepensar...

    Pensando comigo mesma, co satisfeita por pases que conseguiram quebrar a barreira tecnolgica

    e todos possuem ou dispem de recursos para usufruir

    de tecnologia de ponta. Mas aqui no Brasil, primeiro

    precisamos arrumar velhos problemas como sade,

    educao, segurana e modo de vida descente para todos,

    antes de fazermos campanha para popularizar o livro

    digital. Vamos tornar popular o livro impresso? mais

    realista, mais o Brasil atual!

    OpiniOpor Letcia L. Coelho

    Letcia Losekann Coelho pedagoga, escritora e editora.

    ***

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