Parasitoses Cavitarios_2013

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  • 8/18/2019 Parasitoses Cavitarios_2013

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    ! Tricomoníase

    !  Giardíase

    Amebíase

    Protozooses Cavitárias

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    Agente etiológico! Epidemiologia! Transmissão! Ciclo de vida! Diferentes formas do parasita

    ! Patogenia! Diagnóstico!

     

    Tratamento! Controle

    " Enfoque desta aula:

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    Tricomoníase

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    Agente etiológico

    "  Taxonomia

    • 

    Reino : Protista• Sub-reino: Protozoa

    • 

    Filo: Sarcomastigophora

    • Sub-filos: Mastigophora

    • Classe: Trichomonadae (Zoomastigophorea)

    • Família: Trichomonadidae

    • Gênero: Trichomonas

    " Tricomoníase é uma doença causada por pelo protozoárioTrichomonas vaginalis ! 

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    Estimativa de incidência global de doençassexualmente transmissíveis em 2005 e 2008

    (milhões de casos).

    STI estimates, WHO, 2008.

    Epidemiologia

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    !  É uma doença sexualmente transmitida e de distribuiçãomundial;

    !  Doença não-viral mais prevalente;

    !  Atinge principalmente mulheres (idades 16-35 anos) ehomens sexualmente ativos;

    !  4,3 milhões de casos por ano no Brasil (SVS, 2006).

    Epidemiologia

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    Região Incidência Prevalência

    África 59,7 42,8

    Américas 85,4 57,8Sudeste Asiático 42,9 28,7

    Europa 22,6 14,3Mediterrâneo Oriental 20,2 13,2

    Pacífico Ocidental 45,7 30,1

    Incidência e Prevalência (em milhões de casos)de Tricomoníase.

    (2008)

    STI estimates, WHO, 2008.

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    !  Fatores de risco: status socioeconômico

    !  Sobrevive em água tratada e em piscinas

    Cerca de 25 a 50% das mulheres positivas sãoassintomáticas

    !  Não é uma zoonose

    Amplificação da transmissão do HIV

    Epidemiologia

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    1.  Relação sexual (+ frequente)

    2.  Durante o parto

    3.  Outras formas de transmissão"  roupa íntima ou de cama

    "  instalações sanitárias

    Mecanismos de Transmissão

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    Relação

    sexual

    Ciclo de Vida

    !  Trofozoítos

    !  Reproduz-se por

    divisão binárialongitudinal

    !  Não forma

    cistos

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    Pseudocisto:forma intraflagelar

    Forma normal-flagelosexternalizados

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    Trofozoítos

    Flagelos anteriores

    axóstilo

    Membrana ondulante

    hidrogenossomos

    núcleoCorpo parabasal e ap.Golgi

    costa

    Filamento parabasal

    Flagelo posterior

    "  Habita o trato genito-urinário masculino e feminino;

    "  Seu formato pode variar entre ovóides, arredondados ou elipsóides;"  Possui 4 flagelos anteriores desiguais, uma membrana ondulante e

    emitem pseudópodes para captar alimentos;"  Medem em média 9,7! m de comprimento por 7 ! m de largura; 

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    A: T. vaginalis   vista em meio de cultura. O axóstilo, a membrana ondulante

    e os flagelos são bastante visíveis

    B: T. vaginalis   na superfície de uma célula epitelial vaginalC: Morfologia amebóide da T. vaginalis  aderida a uma célula de cultura.

    Clin. Microbiol. Rev. 11:300  

    Morfologia

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    É anaeróbio facultativo utilizandoglicose, maltose e galactose comofontes de energia;

    "  Precisa que o hospedeiro sintetize

    moléculas essenciais (nucleotídeos,ácidos graxos, aminoácidos);

    "  Cresce bem na ausência de O2 e em

    pH entre 5 e 7,5;

    Não possui mitocôndrias;

    "  Contém hidrogenossomos (envolvidos

    no metabolismo de carboidratos).Hidrogenases transformam piruvatoem acetato e liberam ATP e H2.

    • 

    0.5-2 µm de tamanho commembrana dupla

    •  não contém material genético

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    Metabolismo no Hidrogenossomo

    PiruvatoFerrodoxina

    Oxidoredutase

    Hidrogenase

     Acetato:succinatoCoA

    Succinatotioquinase

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    Mecanismos moleculares:

    "  Infecta o epitélio do trato genital

    A capacidade de adesão tem papel muito importante na patogênese

    " Adesão dá-se através de proteínas: adesinas (tratamento com tripsina aboleadesão)

    "  Cisteíno-proteases extracelulares que digerem mucinas e imunoglobulinaslocais

    "  A adesão é dependente de temperatura, pH e tempo

    Patogênese

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     Apoptose > Necrose secundária

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    Draft genome sequence of thesexually transmitted pathogenTrichomonas vaginalis  Science 2007, 315:207

    Organização estrutural de possíveismoléculas de superfície de T. vaginalis  

    envolvidas na aderência ecitotoxicidade às células hospedeiras.

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    Relação parasita-hospedeiro 

    ! Resposta imune protetora- IgA secretora

    ! Reinfecções - ausência de imunidade adquirida- grande variabilidade de isolados

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    ! Na mulher

    " Assintomática: 25 a 50% dos casos

    "  Vaginite aguda:• Corrimento vaginal fluido, bolhoso e abundante

    de cor amarelo-esverdeada e de odor fétido• Prurido ou irritação vulvovaginal• Dor durante as relações sexuais• Dor ao urinar (disúria)• Dor pélvica

    " Vaginite crônica: sintomas leves

    " Aumenta a transmissão do HIV

    Manifestações Clínicas

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    ! No homem:

    "  Assintomática (a maioria)

    Uretrite aguda: corrimento abundante"  Sintomatologia leve: escasso corrimento, disúria, prurido

    " Complicações (raras): epididimite, infertilidade e

    prostatite" Aumenta a transmissão do HIV

    Manifestações Clínicas

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    1.  Inflamação local produzidapela doença

    2. 

    Rompimento dos tecidos

    produzido pela doença3.  Alta prevalência desta

    doença em ind iv íduosinfectados pelo HIV

    4.  Susceptibilidade à doençapode ser resultado daimunossupressão associadaao HIV

    Aumento da transmissão do HIV associado àtricomoníase pode ser o resultado de:

    Homens seropositivos para HIVcom uretrite sintomática eTrichomonas  tiveram 6X mais RNAviral no sêmen do que homens HIVpositivos não infectados comTrichomonas .

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    ! Coleta da amostra

    "  Homem

    • Materiais: secreção uretral, urina primeiro jato, esperma,secreção prostática e material sub-prepucial

    "  Mulher•

      Material: secreção vaginal

    !  Exame

    • Exame microscópico de preparações a fresco ou coradas

    • Imunofluorescência direta (sensível + cara)

    • Cultura do parasito (resultados em 3 a 7 dias)

    Diagnóstico

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    Tratamento!  Instituído sob supervisão médica e deve incluir todos osparceiros sexuais

    ! Derivados nitroimidazólicos:

    "  Metronidazol•

      contra-indicado para grávidas (1º trimestre)•

     

    linhagens de parasitas resistentes na Europa

    "  Tinidazol

    "  Ornidazol"  Nimorazol

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    Tratamento

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      Na presença do metronidazol, elétrons gerados pela PFO (piruvato

    ferrodoxina oxidoredutase) são transportados pela ferrodoxina [2Fe–2S]para a droga e não para o seu aceptor natural que é a hidrogenase (HY).Metronidazol é reduzido e ocorre a formação de um nitro ânion que é umradical livre. O radicais livres citotóxicos (R–NO2-) são formados comoprodutos intermediários da redução da droga.

    Int. J. Parasitol. 1999, 29: 199

    Mecanismo de Ação do Metronidazol

    Inibe a síntesede DNA

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    Giardíase

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    Agente etiológico

    "  Taxonomia

    • 

    Reino : Protista• Sub-reino: Protozoa• Filo: Sarcomastigophora• Sub-filos: Mastigophora• Classe: Zoomastigophorea

    • 

    Família: Hexamitidae• Gênero: Giardia

    " Giardíase é uma doença causada por pelo protozoárioGiardia lamblia  ou G. duodenalis  ou G. intestinalis .

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    Espécie Hospedeiro Características Comprimento(uM)

    Largura(uM)

    G. lamblia Váriosmamíferos-Homem

    Trofozoítos em forma depêra

    12-15 6-8

    G. muris Roedores Trofozoítos arredondados 3-12 5-7

    G. microti RatosSilvestres

    Cistos contém 2trofozoítos diferenciados

    G. psittaci Aves Trofozoítos em forma depêra

    ~14 ~6

    G. ardeae Aves Trofozoítos arredondados ~10 ~6,5

    G. agilis Anfíbios Trofozoítos longos eestreitos

    20-29 4-5

    Diferentes espécies de Giardia

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    Epidemiologia

    !  Distribuição mundial (cosmopolita)

    ! OMS: 500 mil novos casos/ano

    ! Atinge principalmente crianças de 8 meses à 10-12 anos(creches)

    !  Surtos epidêmicos veiculados por água

    !  Prevalência"

      5 a 43% em países em desenvolvimento"  3 a 7% em países desenvolvidos

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    Mecanismos de Transmissão

    !  Cistos são responsáveis pela transmissão(sobrevivem na água)

    ! Água e alimentos contaminados

    ! Transmissão direta pelas mãos (fecal-oral)

    !  Período de incubação" 

    1-4 semanas com média de 7-10 dias

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    Ciclo de Vida

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    Ciclo de Vida

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    !  Eucarioto dos mais primitivos (Fóssil vivo)

    !  Características de:"  Eucarioto – membrana nuclear, citoesqueleto"  Procarioto - ausência de nucléolo e de mitocôndria. Possuiuma organela parecida com uma mitocôndria chamadamitossoma.

    !  Metabolismo – anaeróbio

    !  Utiliza glicose e armazena glicogênio

    Características Especiais

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    Formas de vida - Trofozoíto! Piriforme (12-15 µm decomprimento)!  simetria bilateral! achatamento dorsoventral! superfície ventral - discoadesivo! 

    2 núcleos" = quantidade de DNA" ambos ativostranscripcionalmente" ambos dividem ao mesmotempo!

      4 pares de flagelos! Reproduz-se por fissãobinária

    Núcleo

    CristaLateral

    Flageloanterolateral

    Flageloposterolateral

    Flagelo

    ventralFlagelocaudal

    Corposmedianos

    Discoventral

    Corpos basais

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    !  habitat: duodeno e parte do

     jejuno"  mergulhados nas criptas"  aderidos mucosa - disco suctorial

    !  metabolismo: anaeróbio (não temmitocôndria)!

      aerotolerante!  nutrição: membrana e pinocitose

    ! Deslocamento rápido porbatimento dos flagelos

    !  Reprodução: divisão binárialongitudinal" cultivável

    Formas de vida - Trofozoíto

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    !  ovóides com parede cística (quitina)

    !  4 núcleos (duplas estruturasinternas)

    !  eliminados com as fezes formadas

    !  formas de resistênciaágua: 2 meses

    Formas de vida - Cisto

    CISTO

    núcleo

    axonema

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    Sintomatologia

    Variável"  Assintomática"  Sintomática (agudo-crônico)•  Aguda, intermitente e autolimitante•

      Dores abdominais (cólicas)•  Diarréia (líquida) - muco + gordura - ausência dehemáceas•

     

    Má absorção intestinal

    Incubação: 12-20 dias

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      Mecanismo de patogenicidade!  processo “principalmente”mecânico

    !  parasitas em grande

    quantidade aderem erecobrem a parede do duodeno- “tapete”

    !  “impression prints” - marcas

    deixadas quando o parasitadescola, arrancando asmicrovilosidades

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    Adesão dos trofozoítos às células epiteliais dointestino delgado

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    Mecanismos de Adesão ViaDisco Ventral

     ! Ação hidrodinâmica: propulsão dos flagelos e aforça de sucção do disco ventral - processo físicode adesão;

    ! Receptores: lectinas ligantes de manose(superfície do parasito);

    ! Contração das proteínas do disco ventral. 

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      Mecanismos de patogenicidade

    !  Evidências da presença de uma toxina (CRP136)

    !  Não ocorre invasão da mucosa

    !  O revestimento da parede do duodeno dificultaa absorção intestinal (?) - diarréia

    !  Grande número de trofozoítas é eliminado. 

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    "  Nas fezes formadas – pesquisa de cistos com salina oulugol pelo método de Faust;

    "  No fluido duodenal – pesquisa de trofozoítos embiópsia jejunal ou “Entero-test” (para casos de diarréiacrônica).

    Nas fezes diarréicas – pesquisa de trofozoítos oucistos– (imediatamente após a coleta ou colocar em soluçõesconservantes pois os trofozoítos têm viabilidade curta);

    !  Parasitológico

    Diagnóstico

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    "  No soro – pesquisa de anticorpos por ELISA ou IFI– pouco sensível e específico;

    Nas fezes – pesquisa de antígenos por ELISA –sensibilidade em torno de 85% a 95% e especificidadede 90 a 100%.

    "  Amostras de água – pesquisa de DNA parasitáriopor PCR.

    !  Imunológico

    !  Molecular

    Diagnóstico

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    Cisto corado com lugol Cisto à frescoTrofozoítos corados

    com Giemsa

    Diagnóstico

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     Profilaxia

    !  Saneamento básico (água)!  Higiene - creches, asilos

    !  Cuidados com alimentos

    !  Tratamento dos doentes

    !  Tratamento dos portadores assintomáticos - muitoimportante

    !  Animais domésticos (cães e gatos) são reservatórios

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    Tratamento

    ! Resistência

    ! Vacina para giardíase canina

    Fonte: SVS, 2006

    5-Nitroimidazóis 

    Meia vida

    ~17-29 hs

    ~12-13 hs

    ~ 7 hs

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    Amebíase

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    Agente etiológico

    "  Taxonomia

    • Reino : Protista

    • Sub-reino: Protozoa

    • 

    Filo: Sarcomastigophora

    • Sub-filos: Mastigophora

    • Classe: Lobosea

    • Família: Endamoebidae

    • Gênero: Entamoeba 

    " Amebíase é uma doença causada pelo protozoárioEntamoeba histolytica  

  • 8/18/2019 Parasitoses Cavitarios_2013

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    Amebas

    ! Parasitas

    ! Vida livre

    ! Comensais

    ! Vida livre,eventualmente

    parasitas

    Protozoários com inúmeros habitats:

    Entamoeba  histolytica

    Acanthamoeba, Naegleria

    Entamoeba coli, E. dispar ,E. hartmanni, E. gengivalis,Endolimax nana,

    Iodamoeba bütschlii

    Vários gêneros e espécies

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    Complexo: E. histolytica /E. dispar 

    !  Aproximadamente durante um século E. histolytica  foiconsiderada como única espécie. Descobriu-se no entantooutra espécie (E. dispar) que é morfologicamente idênticaporém não patogênica.

    !  Diferenças entre E. histolytica e E. dispar :"  Evidências bioquímicas: diferenças no perfil isoenzimático

    (zimodemas);"

      Padrão de crescimento em culturas axênicas (E. histolyticacresce melhor);

    "  Capacidade de adesão a células alvo (mediada por lectinas): hádiferenças antigênicas (detectadas por anticorposmonoclonais) e funcionais entre as lectinas de adesão;

    "  Diferenças na composição de glicoconjugados de membrana:lipofososglicano (LPG) abundante em E. histolytica;"  Diferenças genéticas demonstráveis por métodos moleculares;"  Diferenças nas formas clínicas da doença.

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    !  Entamoeba histolytica (Schaudinn, 1903)

    "  Apresenta diversos graus de virulência, invasiva (podemestar relacionados com diferentes cepas);

    "  Apresenta diversas formas clínicas;"  1 caso de doença/4 casos assintomáticos

    !  Entamoeba dispar  (Brumpt, 1925)

    "  Pode causar erosões na mucosa intestinal;"  Maior parte dos casos assintomáticos e colite não

    disentérica.

    Diferenças nas formas clínicas da doença.

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    Epidemiologia !  Cosmopolita- varia de acordo com a região de 5 a 50%

    pessoas infectadas

    Região Infecção Doença Mortes

    África 85 milhões 10 milhões 10-30 mil

    Ásia 300milhões

    20-30milhões

    25-50 mil

    Europa 20 milhões 100 mil Mínima

    Américas 95 milhões 10 milhões 10-30 milTotais 650

    milhões40-50milhões

    40-110 mil

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    !  Ingestão de cistos"

      Direta: fecal-oral"  Indireta: água ou alimentos contaminados

    !  Cistos são viáveis por até ~ 30 dias no meio externo•  passam pelo estômago (quitina)•

      resistem ao pH ácido•  enzimas digestivas, pH alcalino•  desencistamento – intestino delgado•  ciclo: luz intestino grosso

    !  Trofozoítas - destruídos no estômago 

    Mecanismos de transmissão

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    Ciclo de vida! Formas do Parasita

    "  Cisto"  Metacisto"  Trofozoíto"  Pré-cisto

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    Eucariotos primitivos, não tem:

    !  Mitocôndria, REG ou Aparelho de Golgi

    ! Possuem uma organela chamada mitossoma oucripton (exerce função de mitocôndria)

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    Trofozoíto

    1 núcleo!  citoplasma: ecto e endoplasma!  ingestão pinocitose/fagocitose:bactérias/hemáceas (forma invasiva)!  multiplicação: divisão binária simples 

    ! 1-4 núcleos! esféricos/ovais!

     

    forma de resistência! eliminado nas fezes

    CistoFormas de Vida

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    !  Trofozoíto: forma ativa, que se alimenta (via pinocitose,fagocitose) e se reproduz rapidamente

    !  Metabolismo"

      principalmente anaeróbico"  aeróbico facultativo - microaerófila"  principal fonte energética – glicose (estoque –vacúolos de glicogênio), metabolizada principalmenteem etanol, acetato e CO2 

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    Trofozoíto

    !  pleomórfico, com grande variabilidade tamanho

    !  motilidade – pseudópodes

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    !  Cisto: forma de resistência eliminada com as fezes!  Membrana plasmática + parede cística (quitina)!  1-4 núcleos (N) (divisão endomitose)!

      Vacúolos de glicogênio (V)!  Corpos cromatóides (CC) – agregados de ribossomos 

    N

    N

    V

    CC

    Cisto jovem Cisto maduro

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    Habitat trofozoíto- luz intestino grosso

    estômago

    EncistamentoLuz intestino grosso

    !  Desencistamentointestino delgado - eclosão"

      37 º C – ambiente anaeróbio"

     

    1 Cisto 4 núcleos- divisões sucessivas"

     

    8 amebas pequenas (fase metacística)"

     

    Se alimentam e crescem (fasetrofozoítica) 

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    Formas clínicas e Sintomatologia

    Forma assintomática!  Forma intestinal (não invasiva)"  dores abdominais (cólicas)"  diarréias - ~6 episódios/dia (pode ficar crônica)

    ! Forma intestinal invasiva"  colite amebiana aguda, disenteria grave (fezes líquidas)

    "  úlceras intestinais, abscessos

    !  Forma extra-intestinal"  fígado (+ comum): dor, febre, hepatomegalia – mais comum

    em homens"  pulmão (+ raro)"  cérebro (+ raro)"  pele (região perianal e órgãos genitais)

    P i id d

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    Amebíase Patogenicidade

     

    ! Mecanismos de invasão

    A. 

    AdesãoB. Destruição tecidualC. Dispersão amebóide

    extra-intestinal 

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    Mecanismo de invasão

    1.  Adesão - via lectina ligadora de Gal/GalNAc às células doepitélio intestinal

    2. Processo de destruição tecidual (origem do nome -histolytica ) - ação de enzimas (hialuronidase/proteases/

    mucopolissacaridases) 

    - formação de úlcera típica3. Dispersão – o trofozoíta cai na circulação e atinge o fígado

    via sistema porta 

    4. Formação de abscessos, necrose e até obstrução dosistema porta - pode levar o paciente a óbito.

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    Fatores líticos

    1. mecanismos dependentes decontato"  liberação de um proteínaformadora de poros- “amebapore”

    - atividade citolítica2. mecanismos independentes decontato"  liberação de colagenase ecisteíno-proteases - degradaçãomatriz extra-celular 

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    Forma intestinal 

    Forma intestinal invasiva

    Amebíase intestinal"  diarréias"  colites"  úlceras"  perfurações"  peritonite"

     

    apendicite"  amebomas

    ! Forma aguda fulminante

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    Adesão

    Ulceraçãoperfuração

    Abscessofígado 

    Patologia

    R l ã P H d

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    Amebíase Mecanismos de defesa do hospedeiro

    1.  Camada Mucosa - mucinas: gel aderente, previneadesão às células epiteliais e facilita a eliminaçãodo parasita

    2.  Glicosidases produzidas pelas bactérias da floraintestinal e proteases do lúmen degradam alectina da E. hystolyica

    3. Resposta Imune

    Relação Parasita-Hospedeiro

    Trends in Parasitology 2007, 23 (3)

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    Diagnóstico

    Clínico – diarréia/síndrome do cólon irritável!  Parasitológico de fezes"  Pesquisa de cistos em fezes sólidas (diferenciaramebas não patogênicas)" 

    Trofozoítas em fezes líquidas"  Cultura de fezes

    ! Diagnóstico imunológico"  ELISA para detecção de antígeno nas fezes" 

    ELISA para detecção Acs IgG soro - amebíase invasiva! Diagnóstico Molecular"  PCR (distingue espécies)

    Di ó i

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    Problemas

    "  Diagnóstico diferencial amebas não patogênicas

    • 

    E. histolytica x E. coli

    • E. histolytica x E. dispar

    Diagnóstico

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    E hi t l ti X E li

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    Morfologia - trofozoítas

    Entamoeba histolytica  

    Entamoeba coli

    E. histolytica X E. coli Diagnóstico diferencial

    E histolytica X E coli

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    Morfologia (cistos)

    Entamoeba histolytica  

    Entamoeba coli

    E. histolytica X E. coli Diagnóstico diferencial

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     E. histolytica : espécie patogênica com potencialinvasivovirulência dependente- cepa

    - resposta do hospedeiro

    E. dispar: espécie não patogênica que raramentecausa erosão de mucosa

    10X mais frequenteportadores assintomáticos

    E. histolytica X E. dispar 

    T t t

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    TratamentoFormas intestinais

    Medicamento Adulto Criança

    SECNIDAZOL 2g, VO, doseúnica

    30mg/kg/dia,VO

    METRONIDAZOL 500mg, VO, 3x/dia, 5 dias

    35mg/kg/dia,VO, 5 dias

    TINIDAZOL 2g, VO2 dias

    TECLOZAM(somente formas levesou assintomáticas)

    1,5g, VO, doseúnica

    15mg/kg/dia,VO, 5 dias

    T t m nt

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    Tratamento

    Formas graves

    Medicamento Adulto Criança

    METRONIDAZOL 750mg, VO, 3x/dia, 10 dias

    50mg/kg/dia,VO, 10 dias

    TINIDAZOL 50mg/kg/dia,VO, 2-3 dias

    50mg/kg/dia,

  • 8/18/2019 Parasitoses Cavitarios_2013

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    História natural da amebíase

    P fil i C t l

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    Profilaxia e Controle

    Vacinas (experimentais)

    Alvos"  trofozoítas (via oral)"  cistos (impedir encistamento – bloqueio transmissão)

    Portadores assintomáticos!

    1.  Saneamento básico

    2.  Educação sanitária3.  Tratamento de água4.

     

    Controle de alimentos (lavar frutas e verduras)5.  Tratamento das fontes de infecção6. Cuidados com higiene pessoal (lavar as mãos)

    Th m f th ti t it

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    The genome of the protist parasite

     Entamoeba histolytica.Nature 2005, 433:865

    Predicted metabolism of E. histolytica  based on analysis ofthe genome sequence data.

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    Família VahlkamphidaeGênero Naegleria

    Amebíase como doença oportunista

    Família HartmannellidaeGênero Acanthamoeba

    Amebas encontradas no solo e na água, bacteriófagas.

    Parasitas facultativos em vertebrados.

    Família LeptomyxiidaeGênero Balamuthia

    Meningoencefaliteamebiana primária

    Úlcera decórneaCeratite

    Encefalite amebianagranulomatosa

    Infecção cutânea crônicaimunodeprimidos

  • 8/18/2019 Parasitoses Cavitarios_2013

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    Trofozoítos fagocitam e digerem microorganismos

    Amebas de vida livre

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    Mecanismos de transmissão

    AcanthamoebaNaegleria fowleriEncontradas em todo o mundo no solo, água (rios, lagos,

    piscinas, água encanada).Cistos estáveis por 8 meses a temperatura ambiente.

    Naegleria fowleri – contato com água, contaminação via

    epitélio neurolfatório - indivíduos sadios

    Acanthamoeba  – contato com água, uso de lentes de contato.Contaminação local, via epitélio olfatório, via hematogênica. 

    Fatores determinantes para infecção:

    Temperatura, dose infectante, capacidade de persistir nas mucosas,imunidade de mucosa, imunodeficiência

  • 8/18/2019 Parasitoses Cavitarios_2013

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    Acanthamoeba 

    A. culbertsoniA. polyphagaA. hatchettiA. castellanii

    A th b

  • 8/18/2019 Parasitoses Cavitarios_2013

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    Acanthamoeba  spp.

    trofozoítos

    cistos

    Ameba de vida livre potencialmente patogênica

    Acanthamoeba spp

  • 8/18/2019 Parasitoses Cavitarios_2013

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    • 

    Infecção ocular

    (ceratites)

    Acanthamoeba  spp

  • 8/18/2019 Parasitoses Cavitarios_2013

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    Acanthamoeba - Patogenia 

    Infecção ocular

    Micro-lesão ou trauma pré-existente(lentes de contato, por exemplo)

    Contato adesão

    efeito citopático

    lesão/morte celular

    Serino e cisteíno-proteases

    Fagocitose/ apoptose

    Persistência de cistos

    AMEBAS DE VIDA LIVRE

  • 8/18/2019 Parasitoses Cavitarios_2013

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    AMEBAS DE VIDA LIVRE

    •  Encefalite amebiana granulomatosa

    Acanthamoeba spp. 

  • 8/18/2019 Parasitoses Cavitarios_2013

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    Acanthamoeba  

    Pacientes com imunodepressão

    Encefalite amebianagranulomatosa

    Infecção cutânea crônica

    Endossimbiontes – Legionella e outras bactérias

  • 8/18/2019 Parasitoses Cavitarios_2013

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    Amebíase como doença oportunista

    Família VahlkamphidaeGênero Naegleria Naegleria fowleri

    Termofílica

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    Meningoencefaliteamebiana primária

    Família VahlkamphidaeGênero Naegleria

    N.gruberiN. lovaniensisN. australiensis

    Naegleria fowleri

    Patogenia

  • 8/18/2019 Parasitoses Cavitarios_2013

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    Patogenia

    Naegleria

    !  Meningoencefalite amebiana primária, ocorreprincipalmente em indivíduos jovens.

    !  Doença rara, mas fulminante.

    !  Meningoencefalite necrotizante hemorrágica.

    ! Mecanismos de invasão: adesão, proteína formadorade poros, fosfolipase, outras proteases.

  • 8/18/2019 Parasitoses Cavitarios_2013

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    Diagnóstico 

    !  Exame do LCR: hemorrágico, neutrófilos, glicosenormal ou baixa, proteína elevada

    Pesquisa de trofozoítos

    !  Ceratite – raspado de córnea e cultura

    !  Exame direto

    !  Cultura