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8/17/2019 Mainwaring Democracia Presidencialista http://slidepdf.com/reader/full/mainwaring-democracia-presidencialista 1/35 Lua Nova: Revista de Cultura e Política Print version ISSN 0102-6445 Lua Nova no.2-2! S"o Paulo #$r. 1!!% &tt$:''d(.doi.or)'10.15!0'S0102-64451!!%00010000% *S+#, R*/R#S * ,*S*NLI*N+  ,eocracia Presidencialista ulti$artid3ria: o caso do rasil  Scott ainarin) Pesquisador do Helen Kellogg Institute for International Studies da Universidade de Notre Dame  Vários analistas, nestes últimos anos, trataram dos problemas ou vantagens gerais dos sistemas presidenialista e parlamentarista! "  #m ve$ de fa$er isso om rela%&o ao presidenialismo, este artigo se onentra nos problemas engendrados por um subgrupo de sistemas presidenialistas, a saber, os que t'm um sistema partidário fragmentado! ( argumento deste artigo ) o de que ) dif*il manter uma demoraia presidenialista multipartidária+  foali$ando o aso do -rasil, mostra que a ombina%&o de presidenialismo e um sistema multipartidário riou problemas para a estabilidade da demoraia nos per*odos .mais/ demorátios da 0ist1ria do pa*s 2 "345654 e de "378 at) o presente! #m vista da evid'nia resente de quest9es instituionais na :m)ria ;atina, do plebisito sobre o sistema de governo que oorrerá pro<imamente no -rasil em partiular, este ) o momento espeialmente adequado para enfrentar essas quest9es! ( argumento se desenvolve da seguinte forma! Diversas arater*stias do sistema eleitoral ontribu*ram para a forma%&o de um sistema multipartidário fragmentado em que o partido do presidente quase nuna tem maioria no =ongresso! : situa%&o do presidenialismo em minoria permanente leva failmente a impasses entre o e<eutivo e o legislativo, que resultam em imobilismo pol*tio .>ain?aring, no prelo/! Devido ao alendário eleitoral r*gido do sistema presidenialista, n&o e<istem meios instituionais para lidar om essa situa%&o de presidentes que n&o disp9em de sustenta%&o estável no =ongresso! ( aráter e<tremamente frou<o dos partidos brasileiros e<aerbou esse problema! @uando os presidentes s&o populares, pol*tios de todas as oloa%9es e mati$es os ap1iam, mas quando perdem popularidade freqAentemente enontram difiuldade em enontrar apoio at) mesmo em seus pr1prios partidos! Defe%9es em per*odos de adversidade tornam dif*il aos presidentes implementar medidas oerentes que poderiam redireionar substanialmente as pol*tias do governo 2 preisamente o que ) neessário em tempos de rise! (s presidentes enfrentam essa situa%&o valendo6se de uma variedade de prátias! =om freqA'nia tentaram passar por ima dos partidos e do =ongresso, de forma que seus programas mais importantes n&o fossem amea%ados pelo imobilismo e pela in)ria do =ongresso ou pelos obBetivos lientelistas dos pol*tios! Perebendo que sua

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Lua Nova: Revista de Cultura e Política

Print version ISSN 0102-6445

Lua Nova no.2-2! S"o Paulo #$r. 1!!%&tt$:''d(.doi.or)'10.15!0'S0102-64451!!%00010000%

*S+#, R*/R#S * ,*S*NLI*N+ 

,eocracia Presidencialista ulti$artid3ria: o caso dorasil 

Scott ainarin)Pesquisador do Helen Kellogg Institute for International Studies da Universidade deNotre Dame 

Vários analistas, nestes últimos anos, trataram dos problemas ou vantagens gerais dossistemas presidenialista e parlamentarista!" #m ve$ de fa$er isso om rela%&o aopresidenialismo, este artigo se onentra nos problemas engendrados por umsubgrupo de sistemas presidenialistas, a saber, os que t'm um sistema partidáriofragmentado! ( argumento deste artigo ) o de que ) dif*il manter uma demoraiapresidenialista multipartidária+ foali$ando o aso do -rasil, mostra que aombina%&o de presidenialismo e um sistema multipartidário riou problemas para aestabilidade da demoraia nos per*odos .mais/ demorátios da 0ist1ria do pa*s 2"345654 e de "378 at) o presente! #m vista da evid'nia resente de quest9es

instituionais na :m)ria ;atina, do plebisito sobre o sistema de governo que oorrerápro<imamente no -rasil em partiular, este ) o momento espeialmente adequado paraenfrentar essas quest9es!( argumento se desenvolve da seguinte forma! Diversas arater*stias do sistemaeleitoral ontribu*ram para a forma%&o de um sistema multipartidário fragmentado emque o partido do presidente quase nuna tem maioria no =ongresso! : situa%&o dopresidenialismo em minoria permanente leva failmente a impasses entre o e<eutivoe o legislativo, que resultam em imobilismo pol*tio .>ain?aring, no prelo/! Devido aoalendário eleitoral r*gido do sistema presidenialista, n&o e<istem meios instituionaispara lidar om essa situa%&o de presidentes que n&o disp9em de sustenta%&o estávelno =ongresso!( aráter e<tremamente frou<o dos partidos brasileiros e<aerbou esse problema!@uando os presidentes s&o populares, pol*tios de todas as oloa%9es e mati$es osap1iam, mas quando perdem popularidade freqAentemente enontram difiuldade emenontrar apoio at) mesmo em seus pr1prios partidos! Defe%9es em per*odos deadversidade tornam dif*il aos presidentes implementar medidas oerentes quepoderiam redireionar substanialmente as pol*tias do governo 2 preisamente o que) neessário em tempos de rise!(s presidentes enfrentam essa situa%&o valendo6se de uma variedade de prátias!=om freqA'nia tentaram passar por ima dos partidos e do =ongresso, de forma queseus programas mais importantes n&o fossem amea%ados pelo imobilismo e pelain)ria do =ongresso ou pelos obBetivos lientelistas dos pol*tios! Perebendo que sua

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base de sustenta%&o em qualquer partido espe*fio 2 inluindo o seu pr1prio 2 nuna) inteiramente onfiável, os presidentes muitas ve$es tentam onstituir oali$9esmultipartidárias mediante a distribui%&o de patronagem Vários presidentes 2 Vargas,@uadros e Coulart 2 tentaram mobili$ar as massas omo um meio para ompensar afalta de apoio instituional, mas agindo assim enfraqueeram ainda mais as institui%9espol*tias! >esmo armados om essa pan1plia de reursos, os 0efes do e<eutivo

tiveram difiuldade em governar omo presidentes minoritários em um sistemapartidário fragmentado e dominado por partidos gelatinosos! #sse sistema instituionalondu$iu quase todos os presidentes demoratiamente eleitos ao fraasso! ;evou umdeles .Vargas/ ao sui*dio, outro .@uadros/ renúnia apenas alguns meses depois deuma arrasadora vit1ria eleitoral, inentivou outro .Coulart/ a reorrer a a%9es errátiasque ontribu*ram para o olapso da demoraia e tornou poss*vel a um presidenteinepto e impopular .SarneE/ ompletar seu mandato a despeito de n&o dispor deondi%9es m*nimas para enfrentar uma rise severa!F

#m suma, a ombina%&o de presidenialismo, um sistema multipartidário fragmentado,e partidos indisiplinados trou<e problemas preoupantes para o sistema pol*tiobrasileiro! #ssa ombina%&o ontribui para a instabilidade da demoraia e tamb)mpara a fragilidade rGnia dos partidos pol*tios brasileiros! primeira vista, as difiuldades para tratar os per*odos "345654 e "378 em diante

onBuntamente pareem insuperáveis! No espa%o de tempo que separa esses doisper*odos, a soiedade se tornou mais urbana, industrial e afluente+ o eleitoradoreseu muito e tornou6se mais esolari$ado+ as failidades de omunia%&o etransportes mel0oraram enormemente! :l)m disso, a eonomia foi dinmia ao longoda maior parte do primeiro per*odo e está estagnada desde "378! #ntretanto, emtermos das estruturas pol*tias 2 o sistema presidenialista de governo, o sistemaeleitoral que promove a fragmenta%&o e o sistema multipatidário dominado porpartidos frou<os 2 e<istem importantes elementos de ontinuidade! : e<e%&o notávela essa ontinuidade nas estruturas pol*tias verifiou6se durante breve e<peri'niasemi6presidenialista de setembro de "35" a Baneiro de "35F! parte isso, a prinipaldiferen%a entre os dois per*odos demorátios no que se refere s institui%9es pol*tiasfoi a mudan%a no formato das elei%9es presideniais, que passou de um sistema de

pluralidade em turno únio para um formato de maioria absoluta, om uma elei%&odeisiva entre os dois primeiros oloados no aso de nen0um dos andidatos obtermaioria absoluta no primeiro turno! #ssa mudan%a inentivou a prolifera%&o deandidatos e, em onseqA'nia, e<aerbou a tend'nia na dire%&o de ummultipartidarismo fragmentado at) mesmo no n*vel legislativo! >as n&o alterouradialmente a dinmia do sistema pol*tio! PR*SI,*N+*S * INRI#(s presidentes om freqA'nia enontram difiuldade para assegurar sustenta%&oestável no =ongresso devido ombina%&o entre um sistema partidário fragmentadoom partidos indisiplinados! #ssa ombina%&o tr*plie tornou prováveis o onflito e oimpasse entre o e<eutivo e o legislativo, se n&o permanente pelo menos duranteper*odos dif*eis! ( ponto fundamental do problema ) o de que, om e<e%&o de Dutra,

todos os presidentes demoratiamente eleitos no -rasil foram minoritários em termosde apoio no =ongresso!(s quadros " e 8 forneem os resultados das elei%9es presideniais e parlamentaresdos per*odos "348654 e "37863J! No n*vel presidenial somente Dutra obteve amaioria do voto popular, mas Vargas e @uadros veneram om pluralidades folgadas eobtiveram peno da metade dos votos! :ntes de "354 somente Kubits0e, que foieleito em uma disputa apertada, n&o onseguiu se apro<imar da maioria e,ironiamente, sua presid'nia foi a mais tranqAila de todas do regime "348654! (problema n&o era falta de apoio popular iniial para os presidentes, e sim a aus'nia

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de apoio estável no =ongresso! #ste problema n&o foi importante no per*odo "34565",uma ve$ que Dutra ontou om sustenta%&o maBoritária no =ongresso! >as Vargas."38"684/, @uadros ."35J65"/, Coulart ."35"654/, SarneE ."37863J/ e =ollor ."33J63/ foram presidentes minoritários e n&o tiveram uma base estável de sustenta%&o noParlamento! 

: última oluna do quadro " mostra a situa%&o do partido do presidente! Dei<ando delado o anGmalo per*odo Dutra, quando os presidentes assumiram o governo seuspartidos tin0am "5,7L .o PM- em "38"/, F8L .o PSD em "385/, ",8L .a UDN em"35"/ e J,L .o PM- em "35"/ das adeiras da =mara dos Deputados e nen0umdeles tin0a maioria no Senado! Para todos os efeitos, o partido real de SarneE quandoele assumiu a presid'nia em "378 era o P;, que onquistou apenas era de JLdas adeiras na =mara e "L do Senado nas elei%9es de "375! : maioria dos

primeiros6ministros dos pa*ses fora do Commonwealth prov)m de partidos queontrolam uma minoria de adeiras no Parlamento, mas, omo argumento maisadiante neste artigo, os sistemas parlamentaristas s&o mais bem equipados paraenfrentar essa situa%&o!(s resultados das elei%9es parlamentares de "345 foram uma anomalia que n&o afetoua tend'nia irresist*vel para o multipartidarismo fragmentado! #ssa anomalia se deveutanto s irunstnias 0ist1rias e<epionais que eraram as elei%9es de "348 omos regras eleitorais que nelas foram adotadas! #las oorreram num onte<to deaentuada ontinuidade om o #stado Novo .Sou$a, "3O5/, o que propiiou ao re)m6riado PSD, que surgiu das entran0as do regime anterior, em uma posi%&o privilegiada!:l)m disso, os arranBos instituionais que permitiram ao PSD obter a maioria no=ongresso em "348 foram subseqAentemente alterados! : lei eleitoral de "348 davaao maior partido de ada #stado todas as sobras eleitorais na =mara dos Deputados,um sistema que favoreia muito o partido mais votado, na maioria dos #stados o PSD!#sse m)todo foi alterado em seguida s elei%9es parlamentares de "348, de forma talque as sobras passaram a ser divididas segundo o m)todo das m)dias maiores nadistribui%&o das sobras! #ste ) o mais proporional de todos os m)todos proporionais.;iBp0art, "375/, de modo que tornou mais fáil aos pequenos partidos obterrepresenta%&o! =omo oorre na maioria das demoraias, em "348 tamb)m n&o forampermitidas oali$9es nas elei%9es proporionais, o que redu$iu as perspetivas dospequenos partidos! #m "348, finalmente, as elei%9es presideniais e parlamentaresoorreram onomitantemente, e elei%9es simultneas tendem a produ$ir resultados

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mel0ores para o partido do presidente do que elei%9es legislativas no deorrer domandato! :s elei%9es foram novamente onomitantes em "38J, mas depois disso opresidente passou a ter um mandato de ino anos e o =ongresso um mandato dequatro anos, de forma que as elei%9es s1 oinidiriam a ada vinte anos!:s elei%9es de "375 tamb)m foram anGmalas em termos da divis&o dos votos eadeiras! Duas irunstnias favoreeram por demais o P>D- e limitaram a

fragmenta%&o do sistema partidário!#ssas elei%9es foram as primeiras do novo per*odo demorátio, e o P>D- sebenefiiou de ter liderado a oposi%&o partidária ao regime militar!:l)m disso, a manipula%&o desarada da pol*tia eonGmia levou a um boom de urtopra$o, que foi seguido de uma queda terr*vel depois das elei%9es!( quadro 5 mostra o alto grau de fragmenta%&o na =mara dos Deputados depois de"38J! Por volta de "33J, o -rasil tin0a um dos sistemas partidários mais fragmentadosdo mundo! ( quadro O mostra o *ndie brasileiro de fragmenta%&o em uma perspetivaomparada! : nature$a fragmentada do sistema partidário tamb)m pode ser perebidano quadro 7, que apresenta dados omparativos sobre a porentagem de adeirasobtidas pelos dois prinipais partidos em diversas demoraias! 

Diversas arater*stias do sistema eleitoral produ$iram um sistema partidáriofragmentado, o que por sua ve$ torna improvável que o partido do presidente possaobter maioria no =ongresso, sobretudo na =mara! Nesta, o sistema de representa%&o

proporional om uma barreira bai<a por estado, aus'nia de uma barreira naional etaman0o grande dos distritos eleitorais, ao mesmo tempo em que torna fáil a muitospartidos obter adeiras, difiulta que qualquer um deles obten0a maioria!8 (s partidospodem onstituir alian%as nas elei%9es proporionais, de tal forma que um partidopequeno tem omo gan0ar um assento na =mara om uma porentagem infinitesimaldos votos! ( m)todo das m)dias maiores na distribui%&o das sobras tornou fáil aospequenos partidos obter representa%&o! :p1s "38J, o fato de que as elei%9espresideniais e parlamentares dei<aram de ser simultneas tamb)m promoveu afragmenta%&o das adeiras ongressionais!:inda que isso n&o ten0a afetado a fragmenta%&o partidária ou ontribu*do paraaumentar a probabilidade de que o partido do presidente fosse minoritário, um outroarranBo instituional veio aumentar a probabilidade de onflito e<eutivolegislativo!

Mrata6se da sobre6representa%&o e<trema dos estados menos populosos no =ongresso.Soares, "3OF/, em ontraste om o formato Qum idad&o, um votoQ das elei%9espresideniais! #m onseqA'nia, o =ongresso tem uma base soial distinta da dopresidente, intensifiando6se a tend'nia de onflito entre o legislativo e o e<eutivo.urtado, "358/!: situa%&o minoritária do partido do presidente om freqA'nia resultou em difiuldadee impasses na rela%&o entre o e<eutivo e a legislatura! Por impassee<eutivolegislativo entendo a situa%&o em que ambos se enontramprolongadamente em um beo sem sa*da om rela%&o a alguns problemas

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fundamentais+ e o presidente se v' em difiuldade para fa$er valer sua agenda no=ongresso! ( imobilismo do e<eutivo oorre quando o presidente se torna inapa$ deagir efia$mente devido a um impasse e<eutivolegislativo! Nem todos os impassesdesse tipo resultam em imobilismo, uma ve$ que o presidente ainda pode ser apa$ delevar adiante os obBetivos de suas pol*tias por fora do =ongresso!#ste n&o ) o momento para um e<ame detal0ado das rela%9es e<eutivolegislativo

nos per*odos de demoraia no -rasil! Rá se esreveu o sufiiente sobre isso paratornar evidente a freqA'nia dos impasses e do imobilismo e<eutivolegislativo.:bran0es, "3OF+ D:raúBo, "37+ rano, "3O5+ Hipp1lito, "378+ Santos, "375/! :quibasta um breve resumo!Imobilismo do e<eutivo e impasse do e<eutivolegislativo n&o onstitu*ram umaquest&o importante na administra%&o Dutra, em parte porque sua agenda pol*tia erarelativamente modesta,!em parte porque o PSD detin0a maioria absoluta! >as osproblemas ome%aram a emergir durante o governo Vargas! =om o PM- se dividindoem algumas quest9es vitais, o PSD se me<endo muito pouo para dar sustenta%&o aVargas no =ongresso e aUDN fa$endo todo o poss*vel para bloquear as iniiativas deVargas, o presidente se viu em apuros om seu programa no =ongresso .Hipp1lito,"378T3J6"JF/! :tritos s)rios entre o presidente e os partidos irromperam em "384,quando Vargas, n&o dispondo de apoio no =ongresso e enurralado pela UDN,

suiidou6se! ( PSD aompan0ou os eventos omo espetador, nada fa$endo parasalvar Vargas, e mesmo o PM- n&o saiu em sua defesa! D:raúBo ."37T "8, "7/observa que Vargas n&o estava imobili$ado por falta de sustenta%&o no =ongresso,mas mesmo assim onluiu que a rise de "384 deve ser em parte analisada lu$ dosdif*eis onflitos que emergem entre o e<eutivo e o legislativo em uma demoraiapresidenialista multipartidária!Kubits0e tamb)m onseguiu evitar o imobilismo do e<eutivo e teve mais sorte ou0abilidade do que Vargas para lidar om as rela%9es e<eutivolegislativo! Dentre todosos presidentes demorátios do per*odo p1s6"38J, Kubits0e foi o únio a desfrutarde sustenta%&o estável no =ongresso, baseada na! alian%a PSD6PM- e om apoiofreqAente tamb)m por parte de outros partidos .=arval0o, "3OO+ Santos, "357T 7763/! : despeito disso, no final do seu mandato Kubits0e n&o mais ontava om essa

sustenta%&o estável e n&o onseguiu reali$ar uma reforma administrativa de largoalane, devido resist'nia do =ongresso! =onvenido de que o desenvolvimentoeonGmio do pa*s e<igia uma buroraia efiiente, Kubits0e, omo Vargas antesdele, pressionou por uma reforma administrativa ampla! :o longo de d)adas, segundoo ponto de vista dominante na )poa .Raguaribe, "387/, a buroraia e<istira maispara servir lientela do que para prover servi%os públios! Nos anos trinta, Vargas0avia dado o impulso iniial para a ria%&o de uma buroraia mais efiiente, masesses esfor%os foram inipientes e de todo modo foram em parte solapados pelapatronagem generosa de Dutra e do =ongresso! Manto Vargas omo Kubits0epressionaram por reformas que fortaleeriam o sistema meritorátio e queprotegeriam as ag'nias estatais de press9es dientelistas, mas foram derrotados porum =ongresso sem nen0uma vontade de abrir m&o dos privil)gios de patronagem!Somente em fevereiro de "38O, depois de quatro anos, o proBeto de lei propondo a

reforma administrativa pGde 0egar ao plenário da asa e foi afinal reBeitado .;afer,"3OJ+ OF6""+ Daland, "35O/!=om Rnio @uadros, o impasse e<eutivolegislativo ome%ou a se onverter emimobilismo! :inda que os planos de @uadros n&o fossem bloqueados, ele se sentiufrustrado pelas difiuldades de trabal0ar om o =ongresso! oi inapa$ de gan0ar omandato poderoso que almeBava e em onseqA'nia renuniou em 8 de agosto de"35", alegando que for%as oultas mal)fias o impediam de reali$ar o que queria!Manto amigos omo adversários do presidente se reusaram a engolir essa est1ria e emve$ disso atribu*ram a renúnia ao deseBo de @uadros de governar sem os ontroles e

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ontrapesos instituionais que o =ongresso riara .=arli, "35/! @uadros afirmarafreqAentemente ser imposs*vel governar om o =ongresso, e sua renúnia teve ainten%&o de despertar um fervoroso apoio popular que resultaria no fortaleimento dopoder do e<eutivo usta do =ongresso!:lgu)m mais fle<*vel do que @uadros poderia ter onstitu*do oali$9es no =ongresso eteria aeito as derrotas quando viessem! Nesse sentido, sua frustra%&o e renúnia n&o

foram preordenadas, e sim representaram a a%&o inonseqAente de uma pessoaimprevis*vel e intempestiva! >as o sistema pol*tio mais amplo failmente levava aimpasses e<eutivolegislativo e enoraBava atitudes anti6=ongresso e antipartidos porparte dos presidentes!Preoupados om as inlina%9es esquerdistas de Coulart, os militares quase vetaramsua posse na presid'nia e insistiram na limita%&o dos poderes presideniais! (=ongresso deu seu assentimento a isso e votou uma emenda onstituional queinstituiu um sistema semi6presidenialista em setembro de "35"! rustrado peloslimites impostos por esse sistema, Coulart fe$ press&o e onseguiu a onvoa%&o deum plebisito que restabeleeu as prerrogativas presideniais plenas em Baneiro de"35F!Coulart tamb)m aabou isolado, sem uma base s1lida no =ongresso! #ste bloqueou oudei<ou de aprovar muitas das medidas reformistas, e o e<eutivo fiou ada ve$ mais

imobili$ado .lEnn, "3O7T 8J6O5/! : alian%a PM-PSD foi uma oluna fundamental doregime de "348654, mas os pol*tios onservadores do PSD se alarmaram quandoCoulart inlinou6se para a esquerda! #les se reusaram a apoiar as iniiativas dopresidente, o que levou pol*tias60ave, das quais a reforma agrária ) o aso maisnot1rio, ao impasse! : tentativa de Coulart de assegurar a nomea%&o de San MiagoDantas omo primeiro6ministro em "35 e seu pedido de aprova%&o de estado de s*tioem outubro de "35F foram igualmente vetados pelo =ongresso! ( estilo errátio, aa%&o 0esitante e o fraasso de Coulart em onstruir um apoio instituional trabal0andoom o =ongresso e om os partidos e<aerbou a situa%&o! Coulart respondeu situa%&o om medidas ad hoc  e om improvisa%&o, mas mesmo assim n&o onseguiusuperar a paralisia do e<eutivo! : sensa%&o de imobilismo o importunou tanto quantoimportunara a @uadros antes! =elso urtado ."358T"87/, um dos ministros de Coulart,

e<primiu o ponto de vista dos que se enontravam no topo do proesso deis1rioTQ@uaisquer tentativas de legisla%&o onebida para rela<ar a amisa de for%ainstituional que preserva o sistema vigente de poder ou para alterar a distribui%&o derenda s&o anuladas pelas omiss9es do =ongressoQ!: lideran%a fraa de Coulart ontribuiu para a paralisia do e<eutivo, mas esta tamb)mresultou da dif*il situa%&o de um presidente que n&o dispun0a de uma maioria estávelno =ongresso! =omo mostrou Santos ."375/, o apoio ongressional tornou6se muitoinstável durante o governo Coulart! Santos ."375T FO687/ argumenta que a paralisiadeis1ria resultante foi o fator entral para o olapso da demoraia em "354! :paralisia deis1ria refletiu6se em uma redu%&o no número de leis aprovadas pelo=ongresso .Santos, "375T 44/!SarneE tamb)m enfrentou uma eros&o dramátia de sua base parlamentar desustenta%&o no final do mandato! Depois de uma s)rie de derrotas do governo no

=ongresso em "373, um membro da omitiva fiel de SarneE admitiuT QIsto ) o fim!Sempre que 0á uma vota%&o sereta, o governo s1 ontrola F" votos .de 8OJ/ Q!5 =ontudo, devido rigide$ do sistema presidenialista, n&o 0á omo substituir umpresidente inepto e paralisado pelo imobilismo!@uando surgem impasses entre o e<eutivo e o =ongresso, os presidentes omfreqA'nia respondem a isso fa$endo mudan%as no minist)rio para fortaleer sua basede sustenta%&o! ( quadro 3 fornee informa%9es sobre as nomea%9es para o minist)rioentre "345 e "354, salientando a elevada rotatividade! ( resimento rápido narotatividade ministerial nos anos Coulart refletia a eros&o da estabilidade pol*tia!

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PR*RR7#+I#S * LII+*S: falta de sustenta%&o parlamentar de base partidária ria problemas deliados para os

presidentes! Para implementar suas agendas, eles preisam ou bem de um amploapoio suprapartidário ou ent&o de dobrar o =ongresso! Nessas ondi%9es, ospresidentes freqAentemente se v'em em difiuldades para implementar suas pol*tias!Para entender porque isso oorre, ) neessário e<aminar brevemente as prerrogativase os limites onstituionais da presid'nia! primeira vista, tanto a =onstitui%&o de "345 quanto a de "377 pareem ter atribu*dopoderes formidáveis aos presidentes! No mbito legislativo, os presidentes brasileirost'm prerrogativas onstituionais mais amplas do que os presidentes norte6amerianos! De fato, S0ugart e =areE .no prelo/ mostram que, omparativamente, apresid'nia brasileira ) desde "377 partiularmente poderosa em termos dasprerrogativas onstituionais na arena legislativa, e nisso a =onstitui%&o de "377 )semel0ante de "345! :mbas permitem ao presidente vetar partes de uma lei, emontraste om a =onstitui%&o norte6ameriana, que e<ige do presidente a aprova%&o ou

veto lei omo um todo! ( veto parial onfere aos presidentes brasileiros uma grandeapaidade de moldar o proesso legislativo! : =onstitui%&o de "345 estabeleia umamaioria de dois ter%os em sess&o onBunta do =ongresso para a derrubada de um vetoparial, enquanto a de "377 redu$iu o ontrole presidenial presrevendo somenteuma maioria simples para a derrubada do veto!:s =onstitui%9es de "345 e de "377 onferiram ao presidente o direito de iniiativalegislativa+ nos #stados Unidos, esta ) uma prerrogativa e<lusiva do =ongresso! :sduas onstitui%9es brasileiras deram ao presidente o direito e<lusivo de proporlegisla%&o sobre ertas quest9es! : =onstitui%&o de "377, por e<emplo, atribuiu aospresidentes prerrogativas e<lusivas de proposi%&o legislativa sobre o taman0o dasor%as :rmadas+ sobre a ria%&o de empregos, fun%9es ou aumentos salariais empartes do setor públio+ aera da organi$a%&o administrativa e Budiiária, das

quest9es or%amentárias e dos funionários públios nos territ1rios federais do pa*s+ e aque se relaiona a uma variedade de outros mbitos espe*fios! :mbas asonstitui%9es garantiram poderes de dereto aos presidentes, permitindo6l0esimplementar determinadas medidas sem a aprova%&o do =ongresso! : =onstitui%&o de"377 permite ao presidente adotar medidas provis1rias, que l0e tornam poss*velimplementar medidas om for%a de lei por um per*odo de FJ dias sem aprova%&o no=ongresso! ( presidente brasileiro, finalmente, tem prerrogativas maiores no proessoor%amentário do que o norte6ameriano! No -rasil o presidente prepara o or%amentoanual, e o =ongresso sofre ertas restri%9es sobre os tipos de emendas que podepropor! ( =ongresso, por e<emplo, n&o pode inluir programas ou proBetos que n&oesteBam previstos no or%amento do presidente nem pode autori$ar gastos quee<ederiam os reursos or%amentários!( únio proesso legislativo em que o presidente brasileiro ) onstituionalmente mais

frao do que o norte6ameriano di$ respeito ao veto total! Para derrubar o veto dopresidente a uma lei nos #stados Unidos, o =ongresso preisa de uma maioria de Fnas duas asas! Pela =onstitui%&o brasileira de "377, basta uma maioria em sess&oonBunta do =ongresso para derrubar o veto a uma lei! :ssim, em ve$ de maioriasqualifiadas .de F/, uma maioria absoluta fa$ o servi%o! Pela =onstitui%&o de "345, aderrubada do veto requeria uma maioria de F, mas outra ve$ em sess&o onBunta do=ongresso, o que tornava essa derrubada formalmente mais fáil do que nos #stadosUnidos!

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No que se refere nomea%&o e demiss&o de membros do minist)rio, as prerrogativasonstituionais dos presidentes do -rasil e dos #stados Unidos s&o similares 2 a úniadiferen%a signifiativa ) a de que no -rasil as nomea%9es n&o est&o suBeitas aprova%&o pelo Senado! :mbas as onstitui%9es demorátias atribu*ram ao presidentebrasileiro ampla autoridade onstituional para intervir nos governos estaduais emirunstnias e<epionais, e o presidente pode ainda deretar estado de s*tio om a

aprova%&o do =ongresso! Mudo isso onfere poderes e<epionais ao presidente,poderes potenialmente pass*veis de imensa amplia%&o!:pesar dessas prerrogativas onstituionais formidáveis, os presidentes preisam desustenta%&o parlamentar para aprovar a legisla%&o ordinária, o que ) um omponenteimportante da governa%&o, a n&o ser que o =ongresso onsinta em outros meanismosque permitam ao presidente ignorar a legislatura! :s duas onstitui%9es restringiram aprerrogativa presidenial de dereto a medidas que apaitam o presidente a e<eutarfielmente as leis! N&o se onebem os deretos omo legisla%&o e sim omoregulamenta%&o e administra%&o dentro dos parmetros estabeleidos pela legisla%&oordinária! :s Qmedidas provis1riasQ estabeleidas pela =onstitui%&o de "377 deveriamser utili$adas somente em asos de relevnia e urg'nia e elas s1 t'm validade portrinta dias, a n&o ser que seBam aprovadas pelo =ongresso! ( presidente =ollor fe$ umuso muito maior das medidas provis1rias do que era previsto de forma lara, e ao

fa$'6lo transformou o meanismo em meio para assegurar uma presid'nia imperial,mas isso n&o sem onseqA'nias delet)rias para a onstru%&o instituional! >ais ainda,ele logo se deu onta que tentar governar omo um presidente imperial semsustenta%&o parlamentar tin0a ustos elevados!#m irunstnias normais, dessa forma, os presidentes preisam de leis paragovernar, e para aprovar leis eles preisam de apoio no =ongresso! Mem sido dif*il aospresidentes superar a oposi%&o do Parlamento e governar efetivamente quando suapopularidade se dissipa! #sta ) a ra$&o pela qual a falta de sustenta%&o estável no=ongresso tra$ problemas para uma governa%&o efetiva! # ) por isso que ospresidentes enontram difiuldades para implementar suas agendas, a despeito dospoderes aparentemente formidáveis de que est&o investidos!Há mais de trinta anos, quando a legislatura era mais submissa do que 0oBe, Mrigueiro

."383/ publiou um artigo em que 0amava a aten%&o para esse problema! (bservouque a =onstitui%&o de "73" atribuiu ao presidente uma autoridade legislativa fraa,mas uma ve$ que de fato s1 0avia um partidoO, dominado pelo presidente, era esteque ontrolava o proesso legislativo! Inversamente, notou ainda Mrigueiro, apesar dasprerrogativas legislativas amplas asseguradas pela =onstitui%&o de "345, ospresidentes se viam s ve$es auados! ( problema se tornou mais agudo depois queesse artigo pereptivo foi publiado, onforme reseu a fragmenta%&o do sistemapartidário e a polari$a%&o se tornou uma arater*stia definidora da ompeti%&opartidária no -rasil .Santos, "375/! (s presidentes e<eriam um ontrole maior sobreo proesso legislativo durante a Primeira epúblia ."77J6"3FJ/ do que no per*odo"345654, ainda que a =arta de "345 l0es assegurasse prerrogativas legislativas bemmais amplas! Isso sugere que a despeito da importnia que possam ter asprerrogativas onstituionais de presidentes e parlamentos, a nature$a do sistema

partidário e dos partidos fa$ uma enorme diferen%a aera de omo o presidenialismofuniona 2 ou n&o! P#R+I,S /R89S PR*SI,*NCI#LIS * INS+#ILI,#,*INS+I+8CIN#L situa%&o de permanente minoria dos partidos dos presidentes, ) preiso aresentara nature$a indisiplinada dos partidos brasileiros! (s presidentes n&o podem ontarom o apoio nem mesmo de seus pr1prios partidos e muito menos ainda om o apoiodos demais partidos que os aBudaram a se eleger!

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(s partidos brasileiros, nos dois per*odos demorátios, foram indisiplinados einapa$es de ofereer uma base de sustenta%&o estável para os presidentes!Dissid'nias estaduais e defe%9es de pol*tios individuais t'm sido toleradas pelospartidos, inapa$es que s&o de impor uma disiplina entrali$ada! Inúmeros estudossobre o regime de "348654 sublin0aram a autonomia de organi$a%9es de n*velestadual vis-à-vis tanto ao #stado omo s organi$a%9es partidárias naionais

.Petersen, "35T "776JO+ ;ima, "37F+ Hipp1lito, "378T ""36"FF+ ;!;! (liveira, "3OF+-enevides, "37"T "5J6"O"/! =omo observou Petersen ."35T J/, Qse 0á onflitoentre a orienta%&o partidária naional e o interesse regional ou pessoal, o l*derindividual normalmente oloará o último na frenteQ!7 :s organi$a%9es partidáriasestaduais eram t&o importantes que o PSD tin0a uma estrutura federativa+ suae<eutiva naional era formada pelos presidentes das e<eutivas estaduais! Houveve$es em que as lideran%as do PSD de alguns estados apoiaram abertamente oandidato presidenial de um partido da oposi%&o! #m "388, por e<emplo, a lideran%apartidária dos estados de Pernambuo e do io Crande do Sul deidiram apoiar Ruare$Mávora, andidato da alian%a PD=UDN, ontra Ruselino Kubits0e do PSD! :senormes varia%9es interestaduais nas oali$9es eleitorais tamb)m revelam aautonomia das organi$a%9es de n*vel estadualT um aliado em um estado era omfreqA'nia o adversário em outro .I!! de (liveira, "3OF+ Soares, "354+ ;ima, "37F/!

:inda que algumas arater*stias da pol*tia brasileira ten0am mudado desde "354, aimportnia da pol*tia loal e estadual para determinar omo os pol*tios e os partidosagem permaneeu inalterada .Hagopian, "375+ Sarles, "37/! Nos partidos de tipocatch-all  que ainda dominam a ompeti%&o eleitoral, os pol*tios se voltam primeiro eaima de tudo para interesses loais e estaduais, de erta forma omo tamb)m oorrenos #stados Unidos .>aE0e?, "3O4/!: autonomia de pol*tios individuais de votar omo bem entendem se reflete naredu$ida informa%&o dispon*vel sobre a oes&o partidária no =ongresso, omo Santos."375T 36"J3/ mostrou para o per*odo "345654! : aus'nia de disiplina partidáriaontinuou sendo uma arater*stia saliente dos prinipais partidos de "378 para á! (quadro "J fornee informa%9es sobre as vota%9es nominais nas quest9es maisimportantes do =ongresso =onstituinte de "37O677! ( PM e o PDM revelaram n*veis

elevados de oes&o partidária, mas os outros partidos sofreram divis9es internas, oque resultou em grandes defe%9es do P>D- e do P; em "377! 

: autonomia dos pol*tios em rela%&o aos partidos tamb)m fia patente na prátiausual, tanto em "348654 omo de "378 para á, de mudar de partido! (s pol*tiosmuitas ve$es mudam de partido quando n&o onseguem ser indiados andidatos paraposi%9es mais elevadas .o governo do estado ou a senatoria/! s ve$es eles onorrempor um partido pequeno, no qual ) muito mais fáil gan0ar espa%o e que em algunsasos torna poss*vel ao andidato gan0ar uma adeira om uma vota%&o bai<a, paralogo ap1s as elei%9es voltarem ao seu partido original! #les tamb)m podem mudar a

filia%&o partidária para aderir ao partido do governador, aumentando assim o aesso aoportunidades de patronagem! #ssa aus'nia de oes&o partidária ) aentuada pelainstabilidade da sustenta%&o ao presidente e refor%ada pela disposi%&o dos presidentesde adotarem medidas ad hoc , passarem por ima do =ongresso e fa$erem apelospopulistas ao povo omo uma forma de riar press&o sobre os ongressistas!(s presidentes t'm uma arma poderosa para manter na lin0a os membros de seupr1prio partido, a saber, os reursos de patronagem que permitem aos pol*tiosdistribuir benfeitorias em seus redutos eleitorais! >as a situa%&o do presidente em seupr1prio partido ) enfraqueida por seu esfor%o em se distaniar deste e por seu status

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de Qanoa furadaQ! Na vig'nia de uma regra de n&o6reelei%ao, os presidentesadquirem esse status no mesmo dia em que assumem o governo .=oppedge, "377/!Sobretudo quando se apro<imam do final de seus mandatos ou em per*odos deausteridade fisal, eles t'm difiuldades em manter o ontrole sobre seus partidos!Durante as administra%9es Vargas, Coulart e SarneE os prinipais partidos n&oonseguiram definir suas posi%9es vis-à-vis ao governo! #les nem apoiavam nem se

opun0am ao governo+ ao inv)s de fa$erem uma das duas oisas, optaram por umaposi%&o amb*gua e dei<aram a esol0a de apoiar o governo por onta dos pol*tiosindividualmente!Nen0um dos prinipais partidos, inluindo o PM-, apoiou laramente o governo Vargase tampouo qualquer um deles, e<etuando a UDN, fe$ oposi%&o aberta a essegoverno! ( PSD dominou o minist)rio Vargas, mas o partido manteve uma atitudedúbia em rela%&o ao presidente, nem o apoiando nem se opondo a ele .Hipp1lito,"378T "JF/! (s partidos eram t&o ambivalentes em rela%&o a Vargas quanto este emrela%&o queles! D:raúBo ."37/ argumenta que a rise do governo Vargas foi emgrande medida um produto das tend'nias supra6partidárias do presidente e daorrespondente aus'nia de apoio instituional! : despeito de ter inlu*dorepresentantes de todos os prinipais partidos em seu minist)rio, Vargas n&o podia sefiar em nen0um deles para obter apoio no =ongresso! =om o passar do tempo, a

ar'nia de Vargas de apoio instituional levou rise que ulminou em seu sui*dio!No governo @uadros, a UDN, o PSD e o PM- se dividiram, om algumas fa%9es deada um dos partidos apoiando o presidente e outras fa$endo oposi%&o a ele! 3 : UDNpredominou no minist)rio, mas boa parte do partido ome%ou a se opor a @uadros poronta da abertura de sua pol*tia e<terna a =uba! ( PM-, que 0avia se oposto aopresidente na ampan0a, passou a apoiá6lo devido a sua pol*tia e<ternaindependente! N&o 0avia um grande partido de oposi%&o no =ongresso 2 uma situa%&oque tamb)m oorreu nos primeiros anos dos governos SarneE e Dutra!No breve interregno do governo @uadros, todos os tr's prinipais partidos Bá estavamfaionados, tornando tudo mais ompliado para o estabeleimento das bases de umapoio instituional s1lido .rano, "3O5T "JF6""5+ amos, "35"T "638/! ( PM- emgeral era o mais progressista dos prinipais partidos, e uma de suas fa%9es tornou6se

mais radial em in*ios dos anos sessenta! >esmo assim o partido tin0a algunsrepresentantes onservadores e em alguns estados estes dominaram o partido.-enevides, "373/! : UDN estava dividida em uma ala moderada, liderada pelosenador :fonso :rinos de >elo rano e pelo governador >agal0&es, e uma direitaintransigente omandada por =arlos ;aerda .-enevides, "37"+ Pialuga, "37J/! (PSD em geral era um partido de entro6direita, mas nos anos inqAenta surgiu umafa%&o mais progressista, on0eida omo Q:la >o%aQ! :pesar de ser um grupopequeno 2 entre O e 3 deputados 2, onquistou uma posi%&o forte dentro do partido eo levou a assumir pontos de vista mais progressistas! Durante o per*odo Coulart,finalmente, uma dissid'nia nova e mais s)ria surgiu quando os onservadores dosoutros dois mais importantes partidos se aliaram UDN ontra o governo .Hipp1lito,"378T "F64O+ ;! ;! (liveira, "3OF/! ( faiosismo nos prinipais partidos ontribuiu,para a rise do sistema partidário .amos, "35"T "638/!

(s partidos ome%aram a ser elipsados por duas frentes suprapartidárias, o blooreformista da rente Parlamentar Naionalista e o onservador da :lian%a ParlamentarDemorátia! =omo uma notável evid'nia da rise do sistema partidário e dasdivis9es nos partidos, a :lian%a Parlamentar Demorátia inlu*a membros da UDN.4"/, PSD .F/, PSP .8/, PD= .4/, P; .4/, PP .F/, P ./ e PM- ."/!No governo Coulart a UDN passou para a oposi%&o, mas uma fa%&o minoritária dopartido deu apoio parte do programa naionalista de Coulart! ( PSD se dividiuprofundamente e enquanto algumas fa%9es apoiavam outras fa$iam oposi%&o aCoulart .Hipp1lito, "378T F86F5/! Somente em "J de mar%o de "354, tr's semanas

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antes do golpe, o PSD finalmente onseguiu 0egar a uma deis&o, optando por umaruptura ofiial om o governo! ( pr1prio partido do presidente estava dividido, namedida em que fa%9es radiali$adas dele, lideradas por ;eonel -ri$ola, onsideravamo presidente e<essivamente medroso!Uma situa%&o similar oorreu om SarneE, que prourou assegurar para si o má<imode autonomia em rela%&o aos partidos, que por sua ve$ mantiveram a atitude amb*gua

que arateri$ara as rela%9es entre presidentes e partidos no regime "348654! @uandoSarneE era imensamente popular devido ao suesso do Plano =ru$ado, o P>D- e o P;baBulavam o presidente! =om o fraasso do Plano =ru$ado, no entanto, os dois partidosdividiram6se profundamente em suas rela%9es om o governo! (s setores progressistasdo P>D- tentaram seguidamente empurrar o partido a se definir om respeito aogoverno, mas se defrontaram om uma resist'nia inven*vel! (s setoresonservadores e lientelistas ontinuaram a apoiar o governo, mas, em meados de"377, 4J deputados romperam om o P>D- e onstitu*ram um novo partido, o PSD-!>esmo entre os que permaneeram no P>D- o isma era profundo! No P;, >aro>ariel liderou o grupo dissidente que rompeu om o governo, enquanto o partido emsua maior parte ontinuava a apoiá6lo! Durante o =ongresso =onstituinte de "37O677,mais uma ve$ bloos suprapartidários elipsaram os partidos omo forma de organi$aros debates parlamentares!

:s rela%9es frou<as entre presidentes e partidos tornou a pol*tia mais ad hoc , maispersonalista e menos instituionali$ada no -rasil! Isso tamb)m alimenta a possibilidadede impasse e imobilismo instituionais!"J @uando os presidentes s&o populares, emgeral dominam seus partidos,"" e os partidos e os pol*tios se identifiam om ogoverno para desfrutar das vantagens do prest*gio governamental e para aumentar seupr1prio aesso patronagem! @uando um presidente ) impopular, muitos pol*tios deseu pr1prio partido se distaniam dele! a$er isso n&o ) s1 uma forma de evitar asreperuss9es negativas de se identifiar om um presidente Qanoa furadaQ+ ) tamb)muma forma que pol*tios ambiiosos enontraram para tentar se proBetar mais em n*velnaionalT eles podem se tornar l*deres de uma fa%&o dissidente do partido! : prinipalola .s ve$es muito poderosa/ que mant)m a sustenta%&o do presidente unida ) apatronagem 2 e isso aBuda a e<pliar a utili$a%&o generali$ada da pol*tia de

patronagem!@uando tentam ontrolar a patronagem e o lientelismo, n&o importa qu&o neessárioisso possa ser, os presidentes provavelmente ser&o abandonados! #ssa situa%&o temonseqA'nias delet)rias para a elabora%&o de pol*tias públias! (s presidentes muitasve$es adiam reformas impopulares, perebendo que falta o apoio para implementá6las!eformas neessárias mas impopulares, em onseqA'nia, s&o adiadas 2 algumasve$es indefinidamente! eformas impopulares s&o adiadas em todos os sistemaspol*tios mas, se meu argumento ) orreto, este problema ) partiularmente agudo emsistema presidenialistas multipartidários!(s presidentes neessitam prourar apoio em outros partidos, uma ve$ que o seupr1prio n&o ontrola uma maioria que poderia assegurar a aprova%&o das leis maisimportantes! Por que os partidos s&o e<tremamente frou<os, os presidentes podemtentar onquistar uma base de sustenta%&o omprando individualmente o apoio de

pol*tios de partidos de oposi%&o! Isso ) feito ofereendo6se posi%9es de ontrole depatronagem e de reursos estatais a deputados, senadores e governadores .queontrolam os or%amentos dos estados e alguns reursos federais/ que d&o apoio aopresidente! Inversamente, presidentes e ministros privam parlamentares egovernadores que se l0es op9em de tais posi%9es e reursos! #ssa ) uma prátia muitoomum no -rasil, assim omo no #quador .=onag0an, "33/!Semel0ante forma de onstituir uma maioria ) o oposto do que oorre em um sistemaparlamentarista, omo erta ve$ observou o deputado aul Pilla, o prinipal e<poentebrasileiro do parlamentarismo no per*odo "345654! Pilla esreveu que Qpara evitar a

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paralisia governamental, o presidente da epúblia, eleito por uma minoria doeleitorado e minoritário no =ongresso, preisa gan0ar o apoio do maior partido deoposi%&o! :o inv)s de uma maioria onstituir o governo .omo nos sistemasparlamentaristas/, o governo onstitui e molda a maioria neessária, apoiando6se nafor%a que aumula por meio de sua situa%&o ine<pugnávelQ .rano e Pilla, "385T F47/!(s esfor%os de presidentes, governadores e prefeitos para onquistar a lealdade de

membros de partidos de oposi%&o aBuda a e<pliar a freqA'nia da mudan%a de partidono -rasil! Uma ve$ que muitos parlamentares dependem de reursos lientelistas parase reeleger, a mudan%a de partidos ) um instrumento poderoso para obt'6los!: pol*tia de patronagem e<iste em todos os sistemas pol*tios, mas a ubiqAidadedessas prátias no -rasil ) distintiva! Pode6se pereber omo essas manobras s&oefetivas pelas freqA'nia om que os pol*tios mudam de partidos para estar ao ladode quem quer que oupe o poder e<eutivo! Infeli$mente em asos e<tremos, omonos anos SarneE, ainda que o presidente onsiga obter uma maioria temporária, osefeitos sobre a onstru%&o instituional, a moralidade públia e a legitimidade s&operniiosos! PR*SI,*N+*S CN+R# P#R+I,S:s difiuldades para estabeleer uma base s1lida de sustenta%&o no =ongresso aBudama e<pliar por que inúmeros presidentes pareem inlinados a agir ontra os partidosao inv)s de agir pelos anais partidários! Na situa%&o de governo minoritário 2 e amaioria parte das demoraias presidenialistas t'm governos minoritários na maiorparte do tempo 2 os presidentes freqAentemente t'm difiuldades para passar suaagenda pelo =ongresso e para se apoiar em anais partidários! (s presidentesbrasileiros, por sua ve$, desenvolveram uma tradi%&o supra e antipartidária! #ssatradi%&o pode ser entendida omo uma resposta QraionalQ dos presidentes aos dilemasque enfrentam mas ontribuiu para a fragilidade seular dos partidos pol*tios no-rasil!#m inúmeros sistemas presidenialistas, indiv*duos muito on0eidos e popularespodem 0egar presid'nia sem que ten0am onstru*do suas arreiras emorgani$a%9es partidárias! Desse ponto de vista o aso brasileiro ) e<tremo,

apresentando um grande número de andidatos presideniais dos prinipais partidos ede presidentes que s&o supra ou antipartidários! :inda que e<istam diferen%as de umpresidente para outro, o aso brasileiro ) e<epional pela freqA'nia om que ospresidentes t'm sido rerutados fora e aima dos anais partidários, adotam disursose se envolvem em a%9es de nature$a antipartidária!(s partidos do per*odo "348654, formalmente, ontrolavam a india%&o deandidaturas presideniais+ as organi$a%9es partidárias naionais fa$iam as esol0asonernentes sele%&o presidenial! N&o e<istiam meanismos similares s primáriasnos #stados Unidos, em que os aspirantes presid'nia podem apelar ao voto popularpor ima das organi$a%9es partidárias .=easer, "3O3/! >as na prátia as organi$a%9espartidárias eram ofusadas por personalidades! Para mel0orar suas possibilidades devit1ria, os partidos muitas ve$es onorriam om andidatos que n&o 0aviam feito suasarreiras pol*tias por meio deles! (s prinipais partidos onorreram inúmeras ve$es

tendo militares omo andidatos presideniais ou ent&o pol*tios de notável orienta%&oantipartidária! (s andidatos presideniais e presidentes prestavam poua ou nen0umaaten%&o aos programas partidários!( número de l*deres militares que onorreram presid'nia entre "348 e "35J ilustrao rerutamento e<tensivo de indiv*duos que n&o tin0am filia%&o partidária anterior oue<peri'nia em argos públios! #m ada uma das quatro elei%9es presideniais, umdos dois andidatos mais votados era ofiial de arreira que n&o tin0a envolvimentoanterior om partidos! dif*il enontrar outras demoraias em que l*deres militaresdominaram dessa forma as andidaturas presideniais!

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:s personalidades dos andidatos freqAentemente ofusaram a for%a do partido naselei%9es presideniais! ( suesso de Vargas e @uadros mostra o grau em que v*nulosfortes om partidos eram sup)rfluos 2 e talve$ at) mesmo preBudiiais 2 para umpol*tio 0egar ao e<eutivo!Suas vit1rias representaram um triunfo do arisma pessoal sobre as organi$a%9espartidárias! #m "38J, o PM- de Vargas, que tin0a somente "5,7L das adeiras no

=ongresso, se opGs aos dois maiores partidos 2 e mesmo assim ele obteve uma fáilvit1ria! : elei%&o de @uadros demonstrou uma ve$ mais que um indiv*duo popularpodia onfrontar os prinipais partidos e vener! #nfrentando a oposi%&o do PSD, doPM- e de uma legi&o de partidos menores, @uadros mesmo assim obteve umaesmagadora vit1ria, atingindo 47L dos votos! : importnia deisiva depersonalidades sobre os partidos 2 pelo menos para os argos e<eutivos 2manifestou6se ainda no grande número de votos ru$ados, o que ) e<emplifiado pelofato de que Ro&o Coulart, andidato pelo PM-, onseguiu 0abilmente vener as elei%9espara a vie6presid'nia! ( quadro " mostra que Vargas e @uadros derrotaramoali$9es uBa sustenta%&o partidária na =mara dos Deputados era onsideravelmentemais forte do que seus ompetidores!(s presidentes e os andidatos presideniais em geral despre$avam seus v*nulospartidários visando obter tanta autonomia quanto poss*vel! :s ampan0as enfati$avam

personalidades e n&o quest9es públias, e apoiavam6se mais em liga%9es pessoais doque em organi$a%9es partidárias .Dubni, "357/! (s andidatos, para se eleger,preisavam do apoio de uma ampla parela da popula%&o, de modo que umaidentifia%&o forte om um únio partido podia ser uma defii'nia!Inúmeros dos prinipais andidatos presideniais, inluindo quatro que se elegeram 2Dutra, Vargas, @uadros e =ollor 2, tin0am v*nulos fraos om seus partidos e eramon0eidos omo pol*tios de inlina%&o antipartido! Dutra n&o tin0a e<peri'nia pr)viaom partidos, a n&o ser por t'6los reprimido omo um ofiial militar de arreira queserviu fielmente o #stado Novo! #m sua Bornada iniial omo ditador, Vargas aboliratodos os partidos e dissolvera o =ongresso em novembro de "3FO, afirmando que ademoraia partidária amea%ava a unidade naional e que o =ongresso era um aparatoinadequado e aro .Sid6more, "35OT3/! #m "348, perebendo que seu futuro pol*tio

dependia em parte da e<ist'nia de apoio organi$ado, Vargas aBudou a riar o PSD e oPM-! : despeito disso, ele nuna renuniou inteiramente a seu passado de pol*tioantipartido! Na ampan0a presidenial de "38J, reiterou muitas ve$es que seonsiderava um andidato suprapartidário! QN&o souQ, disse ele, Qum andidato departido propriamente dito! Sou aima de tudo um representante das demandas easpira%9es das massas populares mobili$adas em torno de um r1tulo partidário e deum nome que para elas onstitui o amin0o, a dire%&o, o programaQ .Vargas,"38"T"O/! #m um outro intervalo da ampan0a, lembrando suas reali$a%9es omopresidente entre "3FJ e "348, Vargas manifestou abertamente suas tend'niasantipartidárias! QDurante meu governo, prourei assegurar para o pa*s um lima deserenidade pol*tia!!! longe dos tumultos e das pai<9es partidárias que amea%avam aontinuidade da a%&o governamentalQ .Vargas, "38"T F47/! >uito mais do que emanais partidários, Vargas apoiava6se pesadamente em apelos diretos s massas, e s1

muito raramente pediu votos para os andidatos do PM-!Uma ve$ eleito, Vargas ontinuou preferindo agir por ima dos partidos, omo mostra ointeressante estudo de D:raúBo ."37/ sobre seu governo! ( e<6ditador nunapensava em termos de partidos+ em ve$ disso, ele se apoiava em seu apelo popularamplo e na improvisa%&o para ompensar a falta de apoio instituional! Seu estilosupra6partidário evideniou6se no fato de que seu minist)rio inlu*a membros do PM- edo PSP, que o 0aviam apoiado nas elei%9es, assim omo do PSD, que 0avia se oposto aele, e da UDN, que fe$ o poss*vel para enfraque'6lo e at) mesmo oloara obBe%9es a

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sua posse depois de uma esmagadora vit1ria eleitoral .D:raúBo, "37TO"/! Seu pr1priopartido, o PSD, tin0a apenas um representante no minist)rio iniial!Dos quatro presidentes do per*odo "348654, Kubits0e foi a únia e<e%&o naseqA'nia de presidentes antipartidos, mas mesmo ele, uma ve$ na presid'nia,mostrou6se ambivalente om rela%&o aos partidos! #m ontraste om os tr's outrospresidentes eleitos, Kubits0e era fortemente identifiado a um partido 2 o PSD 2,

no qual ele 0avia feito sua arreira pol*tia! :ntes de se tornar presidente, ele estavatotalmente integrado ao PSD, mas durante a ampan0a de erta forma ome%ou a sedistaniar de seu partido! #sse proesso prosseguiu em sua presid'nia! Kubits0en&o governou omo um! l*der do PSD e Qesfor%ou6se muito pouo para ompartil0ar deseu pr1prio prest*gio om o PSD durante o auge de sua popularidadeQ .Dubni, "357T8"/! Nem fe$ ampan0a pelo partido nas elei%9es presideniais de "35J+ na verdade,em outubro de "383 ele sugeriu publiamente que o presidente da UDN, Rurai>agal0&es, seria seu suessor ideal! Hipp1lito ."378T "7O6"/ mostrou queKubits0e empen0ou6se ativamente em diminuir as perspetivas do PSD nas elei%9espresideniais de "35J, alulando que a derrota eleitoral de seu partido se prestariamel0or a suas perspetivas de reonquistar a presid'nia em "358!Se Dutra e Vargas adotavam uma orienta%&o moderadamente antipartido, Rnio@uadros tin0a instintos viseralmente antipartidários! =ome%ou sua arreira pol*tia em

"34O, quando foi eleito vereador na idade de S&o Paulo, e tr's anos depois elegeu6sedeputado estadual! #m "38F foi eleito prefeito de S&o Paulo, onorrendo pelo PD= epelo PS-, e no ano seguinte, e<pulso do PD= devido a suas invetivas antipartidárias,elegeu6se governador om o apoio do PS- e do PMN! #m sua ampan0a paragovernador, @uadros reafirmou seguidamente sua independ'nia em rela%&o aospartidos! Q#u n&o ten0o ompromissos om partidos!!! #u s1 ten0o ompromisso om alei e om a oletividadeQ .itado em Sou$a, "375T 53/! #m "387, frustrado em suatentativa de onseguir a andidatura para o Senado pela UDN, @uadros passou para oPM-, pelo qual foi eleito deputado federal! Seu despre$o pelo =ongresso era tal que,depois de eleito deputado, seguiu para uma longa e<urs&o pela #uropa e nuna sepreoupou em ompareer a sess9es do =ongresso! #le Bá tin0a, assim, uma longa0ist1ria de troar um partido por outro em "383, quando iniiou sua ampan0a para a

presid'nia! @uadros Bamais fora filiado UDN, que mesmo assim o indiou andidatoa presidente! #m termos omparativos, isso ) algo e<traordinário+ ainda que muitospresidentes suprapartidários ten0am e<istido, inluindo De Caulle na ran%a,#isen0o?er nos #stados Unidos e IbaWe$ ."38687/ no =0ile, ) dif*il enontrar outrospresidentes uBas arreiras pol*tias ten0am sido totalmente onstru*das por meio deum partido oponente! ( que torna tudo isso ainda mais notável ) que somente um anoantes @uadros tin0a onorrido e sido eleito pelo arqui6inimigo da UDN, o PM-!"

: avers&o de @uadros a partidos manifestou6se ao longo da ampan0a! #m novembrode "383, em uma Bogada para evitar ter que fa$er oness9es aos partidos que oapoiavam, anuniou que estava retirando sua andidatura! Vitorioso na luta por maiorautonomia vis-à-vis aos partidos, @uadros resumiu assim sua ampan0a, que searateri$ou por uma inessante ret1ria antipartidoT QN&o ten0o ompromissos om ospartidos que me ap1iam!!! :s id)ias que defendo e que defenderei na ampan0a s&o

somente min0asQ .Santos e >onteiro, s! d!T "8J6"8"/!=omo sabem os que aompan0am a ena pol*tia norte6ameriana, nada 0á dee<epional em andidatos presideniais que fa$em uma ampan0a de outsider ,apelando aos idad&os om base no distaniamento de formas tradiionais de fa$erpol*tia! N&o ) apenas o status de @uadros de outsider pol*tio que fa$ dele um aso parte! S&o tamb)m suas a%9es e ret1ria antipartidárias onstantes! @uadros e sualaque riaram o >ovimento Popular Rnio @uadros, uma base de sustenta%&o n&o6partidária para sua ampan0a! De forma notável, ele pr1prio n&o pertenia a nen0umdos partidos, e durante a ampan0a de "35J apoiou taitamente a andidatura de Ro&o

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Coulart para a vie6presid'nia, solapando assim o andidato da UDN! .( vie6presidente era eleito independentemente do presidente!/N&o ) surpreendente que personalidades ten0am sido deisivas nas elei%9es de "348,antes que os partidos tivessem a oportunidade de riar um perfil! ( que ) digno demen%&o ) que essa situa%&o n&o 0avia mudado em "35J+ de fato, a ampan0apresidenial de "35J foi possivelmente a mais personalista e antipartido de todas! :

atitude ondesendente de @uadros estendia6se lasse pol*tiaT Q(s pol*tiosprofissionais s1 perturbam a vida brasileiraQ .Santos e >onteiro, s! d!T 3/! :o longo detoda sua arreira pol*tia, @uadros se apresentou omo um paladino da moralidade,aima das suBeiras da pol*tia partidária!=omo Vargas, @uadros adotou um estilo suprapartidário depois de eleito! Umobservador disse que Q@uadros esperava desmorali$ar todos os partidos, dividi6los eulpar o =ongresso pelas difiuldades de sua administra%&oQ .Dubni, "357T 4O/! #mmar%o de "35", o >inistro da Rusti%a afirmou que @uadros n&o estava nem mesmointeressado em trabal0ar Bunto om o =ongresso porque isso poderia sugerirsubordina%&o do e<eutivo ao legislativo .Hipp1lito, "378T"J3/! Diversamente deVargas, que a despeito de seu estilo personalista respeitava as regras do Bogo pol*tio,@uadros n&o fe$ nen0um esfor%o para onseguir apoio dos partidos!@uadros deu ontinuidade tradi%&o de minist)rios suprapartidários, nomeando

pol*tios da UDN, PSD, PS-, PSP, P e PM-, mas n&o tin0a nen0uma inten%&o de seapoiar ou de agir por anais partidários! =omo oorrera antes om Vargas, esse estiloantipartido ondu$iu a s)rios problemas instituionais! @uadros marginali$ou osprinipais partidos pol*tios, em pane devido a suas invetivas ontra o =ongresso e ospartidos! #m seu =ongresso de abril de "35", a UDN mostrou euforia om a vit1ria de@uadros, mas a lua6de6mel durou pouo! #la predominou no minist)rio e 0avia dadoao presidente a maior pane do apoio organi$aional durante a ampan0a, mas umafa%&o60ave do partido ome%ou a se opor a ele! =arlos ;aerda, pol*tio e Bornalistaon0eido, que 0avia apoiado entusiastiamente a india%&o e a elei%&o de @uadros,tornou6se um r*tio aerbo do presidente .-enevides, "37"T ""F6""7+ Sidmore,"35OT "3O6J4/! ( PSD e o PM- tamb)m se dividiram sobre o apoio a @uadros+ algunsde seus membros o apoiaram enquanto outros se opuseram a ele!

Depois do sui*dio de Vargas em "384, Ro&o Coulart era o mais proeminente pol*tio doPM-, tendo sido >inistro do Mrabal0o no governo Vargas e eleito duas ve$es vie6presidente! Da mesma forma que Kubits0e, e em ontraste om Dutra, Vargas e@uadros, sua asens&o pol*tia identifiava6se om um partido! Coulart 0avia sidoinlusive presidente do PM- durante boa parte dos anos inqAenta! : despeito disso,ele n&o era on0eido omo um 0omem de partido e sim omo um pol*tio populista!#m "35J, Coulart apoiou os omit's que trabal0avam para a elei%&o da dobradin0a@uadros6Coulart, fa$endo pouo aso da fidelidade a seu pr1prio partido! :pesar den&o ter seguido o amin0o de @uadros omo um opositor virulento dos partidos,enquanto presidente Coulart n&o foi apa$ de agir por anais partidários! #m ve$ detentar onquistar apoio para suas pol*tias no =ongresso, apelou s massas!De "378 em diante, SarneE e =ollor ontinuaram a tradi%&o de presidentes antipartido!=omo Kubits0e e Coulart, SarneE onstruiu sua arreira por meio de anais

partidários 2 a UDN antes de "358, a :rena de "358 a "3O3 e o PDS at) "374! No quese refere sua arreira pol*tia antes de 0egar presid'nia, SarneE foipossivelmente o presidente mais identifiável omo um pol*tio fiel a um partido, tendo$elosamente prestado servi%os :rena e ao PDS em posi%9es proeminentes 2 ele foipresidente do PDS por vários anos! >as, uma ve$ na presid'nia, SarneE reprodu$iumuitas das atitudes e prátias antipartidárias de seus predeessores e entrou emolis&o om seu partido ofiial, o P>D-!:poiado por um pequeno partido riado espeialmente para ele onorrer presid'nia, =ollor nuna se omprometeu om partidos! :o longo de sua arreira, ele

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pulou da :rena e do PDS, onservadores e pr16regime militar, para o P>D-, que seopun0a a esse regime, e ent&o para o PN! #m sua ampan0a ritiou om freqA'niaos pol*tios e os partidos e tentou se apresentar omo pol*tio outsider !#m toda parte os presidentes preisam em erta medida representar e pensar nana%&o mais do que em seus pr1prios partidos! #m alguns pa*ses, entretanto,presidentes que s&o efetivos muitas ve$es s&o efia$es onstrutores de seus pr1prios

partidos! ( que ) distintivo no aso do -rasil n&o ) os presidentes terem de enfrentar atens&o inevitável entre ser l*der de seu pa*s e ter v*nulos partidários, e sim odistaniamento e<tremo dos presidentes em rela%&o a seus partidos!: quest&o ) e<pliar porque os presidentes t'm optado por tátias supra eantipartidárias! : resposta, em parte, pode ser atribu*da aos estilos individuais dosdiferentes presidentes, ou ent&o ultura pol*tia brasileira anti6organi$aional! Umargumento essenial aqui, entretanto, ) o de que a ombina%&o de presidenialismo,um sistema multipatidário fragmentado e partidos indisiplinados tornou dif*il aospresidentes atuarem por meio de anais partidários e enoraBou prátias anti6partidárias! N&o somente as personalidades e a ultura pol*tia mas tamb)m asestruturas pol*tias e<pliam por que os presidentes sempre agiram ontra partidos! C#LI;*S P#R+I,<RI#S(s presidentes poderiam, em teoria, riar bases estáveis de sustenta%&o parlamentaronstituindo oali$9es governamentais! ( argumento desta se%&o, entretanto, ) o deque os sistemas presidenialistas s&o em geral desfavoráveis ria%&o de oali$9esestáveis! #ssa difiuldade amplia6se quando os partidos s&o e<tremamenteindisiplinados! : indisiplina partidária, ) verdade, ) inimiga da onstru%&o deoali$9es estáveis independentemente de qual seBa o sistema de governo! >asceterisparibus, e<istem diferen%as entre o presidenialismo e o parlamentarismo emtermos de forma%&o de oali$9es!Há uma longa 0ist1ria no -rasil das tentativas dos presidentes de onstituir maioriaspor meio da forma%&o de oali$9es amplas! ( empen0o em formar oali$9es ome%adurante a fase pr)6ampan0a eleitoral, em que os aspirantes presid'nia prouramgan0ar o apoio de vários partidos pol*tios! :ntes de "354, o m)todo de elei%&o do

presidente em turno únio servia omo um indutor de andidaturas de oali$&o!"F

 (sandidatos preisavam ma<imi$ar os votos mesmo que usta de ignorarompromissos partidários, e isso invariavelmente impliava onquistar o apoio devários partidos! ( quadro " mostrou que os prinipais andidatos presideniais sempretiveram apoio multi6partidário!(s esfor%os dos presidentes em onstruir oali$9es amplas n&o se restringiam aper*odos de ampan0a! #les tin0am onsi'nia das difiuldades de governar em umademoraia presidenialista multipartidária! #les preisavam de apoio fora de seuspr1prios partidos, por isso ofereiam paotes de patronagem a um leque de partidos eparlamentares! #ssa patronagem ome%ava pelo topo .posi%9es no minist)rio e apresid'nia das prinipais empresas e ag'nias públias/ e prosseguia at) 0egar anomea%9es seundárias e a favores em idades atrasadas e em regi9es remotas!>inist)rios in0ados eram uma forma de onseguir apoio de inúmeros partidos 2 ou

mel0or, de indiv*duos filiados a esses partidos! ( quadro "" evidenia a op%&oonsistente dos presidentes de onstituir minist)rios multipartidários!"4 Se os partidosrepresentados no minist)rio apoiassem em bloo os presidentes, estes teriamonseguido onstituir alian%as e<tremamente amplas e teriam muita failidade paraassegurar maiorias estáveis no =ongresso! : última oluna do quadro "" fornee aporentagem dos votos obtidos pelos partidos que tin0am representantes nominist)rio! (s partidos om posi%9es no minist)rio 0egavam a responder por 7JL dasadeiras na =mara dos Deputados, e durante o governo @uadros essa porentagem0egou a 3,OL! : forma%&o do minist)rio obviamente n&o obedeia l1gia das

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oali$9es m*nimas venedoras! #m um sistema presidenialista multipartidário ompartidos indisiplinados, os presidentes preisavam de amigos em um leque amplo departidos para ompensar a n&o6onfiabilidade de apoio em ada um deles!"8

 

: abrang'nia da apresenta%&o partidária no minist)rio . medida que partidos, e n&osimples indiv*duos, fossem representados/ obedeeria a uma l1gia mais pr1<ima dademoraia onsoiaional do que demoraia maBoritária! : demoraia brasileira,ontudo, n&o era onsoiaional, pois a despeito de a forma%&o do minist)rio envolverindiv*duos de partidos que eram muito mais do que uma oali$&o venedora m*nima,essa forma%&o envolvia indiv*duos e n&o representantes de partidos! Voltarei a esteponto mais adiante!(s esfor%os presideniais para onquistar o apoio de uma oali$&o ampla foram semprebem6suedidos! =omo mostraram Santos ."375/ e =arval0o ."3OO/, a estabilidade dapresid'nia Kubits0e foi uma fun%&o do apoio multipartidário amplo!"5 =arval0opesquisou F"3 vota%9es nominais no =ongresso e desobriu que as oali$9esresponsáveis pela aprova%&o de medidas em geral foram muito amplas, omo )

tipiamente o aso na maioria das legislaturas, uma ve$ que a maior parte dalegisla%&o ) de rotina!=om o passar dos anos, entretanto, a forma%&o de uma oali$&o para assegurarsustenta%&o parlamentar mostrou6se ada ve$ mais problemátia! @uando apartiipa%&o popular ainda era pequena, o onsenso ideol1gio era ra$oavelmentegrande na pol*tia brasileira, o que tornava poss*vel a forma%&o de oali$9es informaismoderadamente estáveis! #ntre "348 e "354 oorreu uma e<plos&o de partiipa%&opopular na pol*tia, om um signifiativo impato sobre os partidos! : pol*tia dei<oude ser um Bogo de elite e o onsenso no n*vel das elites sofreu orros&o, e om issoaabou a failidade de onstituir essas oali$9es amplas!( sistema presidenialista ontribuiu para a difiuldade de onstru%&o de oali$9es!Isso em geral ) mais problemátio em sistemas presidenialistas do que emparlamentaristas"O, aima de tudo porque o prinipal pr'mio no presidenialismo 2 apresid'nia 2 n&o ) divis*vel e ) atribu*do por um per*odo fi<o de tempo! Devido ainúmeras outras arater*stias do presidenialismo, as oali$9es para dar apoio a umandidato em uma elei%&o presidenial n&o resultam em uma base de sustenta%&oparlamentar t&o estável quanto as oali$9es para formar o governo no sistemaparlamentarista! # nem a inlus&o de um partido no minist)rio tem o mesmosignifiado no presidenialismo 2espeialmente quando ombinado a partidose<tremamente frou<os 2 que a inlus&o de um partido em um gabineteparlamentarista!Um aordo multipatidário para onstituir o governo em um sistema parlamentaristadifere em tr's aspetos de um aordo entre vários partidos para apoiar um andidatopresidenial durante a ampan0a eleitoral, ou ent&o da deis&o do presidente de inluirl*deres de diversos partidos no minist)rio! #m primeiro lugar, em um sistema

parlamentarista os partidos que formam o governo esol0em o gabinete e o primeiro6ministro! No sistema presidenialista, a responsabilidade de artiular um minist)rioreai primariamente no presidente e n&o nos partidos! ( presidente pode ter feitoaordos pr)vios om os partidos que o apoiam, mas esses aordos em geral n&o s&ot&o vinulat1rios quanto no sistema parlamentarista! (s presidentes geralmente s&omais livres do que primeiros6ministros para demitir ministros e reformular o minist)rio!#ssa autonomia presidenial ) parte de um arranBo instituional mais frou<o que podefailmente levar aus'nia de apoio ongressional estável, pois da mesma forma queos presidentes s&o menos limitados pelos partidos, estes o s&o pelos presidentes!

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No -rasil, a autonomia presidenial na forma%&o de minist)rios se reflete na redu$idaorrela%&o entre os partidos que apoiam o presidente na ampan0a e o número deminist)rios que l0es s&o atribu*dos! ( quadro " dei<a laro este ponto, sendo ominist)rio Vargas partiularmente notável a esse respeito! Mendo onorrido om umdos prinipais andidatos que enfretaram Vargas, o PSD aabou fiando om a parte dole&o dos minist)rios ivis .ino do total de oito/! : UDN, que se opGs inisivamente a

Vargas, onseguiu tantos minist)rios .um/ quanto o PM- do pr1prio Vargas! :l)m disso,omo o quadro 3 mostrou, os presidentes freqAentemente mudavam a omposi%&o dosminist)rios! eformula%9es nos minist)rios eram deis9es do presidente e n&oresultavam de deis9es partidárias! Mendo sido eleito om o apoio do PSD e do PM-,Dutra, por e<emplo, posteriormente e<luiu o segundo do minist)rio e inluiu a UDN,que 0avia sido seu prinipal oponente nas elei%9es de "348! 

: segunda prinipal diferen%a entre oali$9es partidárias nos sistemas presidenialistae parlamentarista ) que, neste último, legisladores individuais est&o mais ou menosobrigados a apoiar o governo, a menos que seu partido deida abandonar a alian%a

governamental! Se os parlamentares dei<am de apoiar o governo, orrem o riso deperder suas adeiras em novas elei%9es! Nos sistemas presidenialistas, oomprometimento de legisladores individuais em votar segundo lin0as partidárias variamuito, indo dos partidos ongressionais e<tremamente oesos da Vene$uela at) aospartidos catch-all  e<tremamente indisiplinados do -rasil e do #quador!=onseqAentemente, ) imposs*vel fa$er generali$a%9es sobre o que a sustenta%&opartidária a um governo implia em termos das atitudes de representantes individuaisno =ongresso! Na Vene$uela, quando um partido ap1ia o governo, seus representantesno =ongresso votam onsistentemente om o governo .=oppedge, "377/! No -rasil,entretanto, os partidos catch-all  raramente t'm posi%9es partidárias e dei<amlegisladores individuais votarem omo preferem! N&o ) inomum que, t&o logo umgoverno ten0a um ministro de um determinado partido, passe a enfrentar a oposi%&oda maior parte dos membros desse mesmo partido no =ongresso!( omponente federativo da pol*tia brasileira tamb)m orr1i o ompromisso assumidopor um partido om o presidente, quando este oferee minist)rios quele! (sproessos e deis9es partidárias sempre foram mais influeniados por quest9esestaduais do que naionais! Seguindo a l1gia da pol*tia estadual, as organi$a%9espartidárias estaduais muitas ve$es adotam uma lin0a ontrária ao ponto de vistaprevaleente entre os l*deres naionais! @uando um presidente oferee um argoministerial a um membro de um partido, isso s ve$es ) um gesto amigável ao partidoem determinado estado, mas um gesto 0ostil para a organi$a%&o de n*vel naional! Pore<emplo, @uadros despre$ava o PSD, mas mesmo assim ofereeu um argo ministeriala um l*der deste partido do io Crande do Sul, que o 0avia apoiado na elei%&o de "35J,ontrariando a orienta%&o da lideran%a naional do PSD!:lguns e<emplos salientam que a partiipa%&o de um pol*tio no minist)rio em alguns

asos dissoia6se de posi%9es partidárias! =omo presidente nos anos inqAenta, Vargasinluiu um membro da UDN no minist)rio, a mesma UDN que fe$ tudo que podia parasolapar seu governo! #sse ministro da UDN nem mesmo tentou persuadir seu partido aapoiar o governo! #m ve$ de aplaudir a deis&o de Vargas de inluir um representantedo partido no minist)rio, os l*deres da UDN viram esse ato om suspei%&o .Hipp1lito,"378T 3/! ( minist)rio de Vargas era dominado pelo PSD, que manteve pelopresidente uma atitude dúbia! (s membros do minist)rio do PSD n&o foram esol0idospelo partido e sim por um rit)rio regionalista ou om base na ami$ade pessoal.Hipp1lito, "378T 3"/! ( minist)rio @uadros inlu*a um pol*tio do PSD, que em geral

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era no mel0or dos asos ambivalente em rela%&o ao intempestivo presidente! (minist)rio de Coulart tamb)m tin0a um membro da UDN, a despeito do esfor%osistemátio desse partido para desestabili$ar o presidente! ( PSD, que era ambivalenteem rela%&o a Coulart, esteve representado em todos os seus minist)rios! ( minist)riode SarneE inlu*a vários representantes do P>D-, que mantin0a uma atitude amb*guaem rela%&o ao governo! #m suma, a representa%&o no minist)rio di$ pouo sobre se os

parlamentares desse partido apoiar&o o governo!#ssa dissoia%&o entre as filia%9es partidárias dos membros do minist)rio e asoali$9es partidárias oloa problemas dif*eis sobre omo definir a no%&o de governode minoria nos sistemas presidenialistas! Nos parlamentaristas, governos de minorias&o aqueles nos quais o partido ou partidos que apoiam o governo t'm minoria noparlamento! #m sistemas presidenialistas multipartidários, sobretudo om partidosfrou<os, n&o 0á um rit)rio 1bvio para determinar se um partido ap1ia o governo! (fato de um partido ter ou n&o partiipa%&o no minist)rio nem sempre ) relevante, poisessa ) por ve$es a atitude de um indiv*duo e n&o do partido, que em sua maioria podese opor ao governo! #ssa situa%&o torna ainda mais saliente a instabilidade da base desustenta%&o parlamentar da pol*tia governamental!: tereira prinipal diferen%a entre oali$9es partidárias nos sistemas presidenialista eparlamentarista ) que neste último os pr1prios partidos s&o o6responsáveis pelo

governo e est&o omprometidos om a sustenta%&o das pol*tias governamentais!@uando eles retiram o apoio ao governo, na maior parte dos sistemas parlamentaristas0á uma possibilidade de que novas elei%9es seBam onvoadas! :demais, ) provávelque a perspetiva de anteipa%&o das elei%9es influenie o álulo dos partidos omrespeito a apoiar o governo! : oali$&o que une os partidos ) vinulat1ria para oper*odo p1s6eleitoral! Isso, Bunto om os fatores antes menionados, ontribui paraassegurar que ou bem 0averá sustenta%&o parlamentar estável para o e<eutivo ouent&o uma forma de mudar o governo!#nquanto nos sistemas parlamentaristas as oali$9es partidárias oorrem ap1s aselei%9es e s&o vinulat1rias, nos presidenialistas elas oorrem antes das elei%9es eom freqA'nia n&o envolvem um ompromisso passada a elei%&o!"7 Dada a separa%&oentre os poderes, um aordo entre os partidos pode di$er respeito somente a quest9es

do legislativo, n&o impliando ompromissos nas rela%9es entre os partidos e opresidente! Vários partidos podem apoiar o presidente durante a ampan0a eleitoral,mas isso n&o signifia que o apoiar&o uma ve$ que assuma o governo! >esmo quemembros de diversos partidos partiipem do minist)rio, esses partidos n&o s&oresponsáveis pelo governo! (s partidos ou a maioria dos membros dos partidos no=ongresso podem se Buntar oposi%&o sem que isso derrube o governo! Rá que a úniaforma de substituir o presidente ) o impeachment , ) teoriamente poss*vel a umpresidente terminar seu mandato sem nen0um apoio no =ongresso! #sses problemass&o partiularmente agudos quando os partidos s&o fraos! P#SS#R PR CI# , CN7R*SSSe os presidentes n&o onseguem que os parlamentares assintam a seus programas,eles podem tentar passar por ima da legislatura por meio de uma variedade de meios

permitidos pela onstitui%&oT deretar estado de s*tio ou alguma outra medidae<traordinária que l0es permita governar sem a aprova%&o do =ongresso, valer6se dederetos do e<eutivo, pressionar por uma reforma onstituional que amplie seuspoderes, apoiar6se nas or%as :rmadas para governar sem sustenta%&o parlamentarestável ou inentivar a mobili$a%&o popular omo um meio de pressionar o =ongresso aapoiar os programas presideniais! #sses meanismos onstituionais de subordina%&odo =ongresso, assim omo inúmeros outros inonstituionais, sempre foramempregados por presidentes latino6amerianos! >as diversamente de ertas

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interpreta%9es, s&o meanismos que em geral n&o permitem a presidentesdemorátios governar omo semiditadores!Para enfrentar os problemas riados pela ombina%&o de presidenialismo, um sistemapartidário fragmentado e partidos frou<os, uma das estrat)gias dominantes utili$adaspor todos os presidentes demorátios no -rasil ) passar por ima do =ongressoimplementando pol*tias públias por meio de ag'nias e deretos e<eutivos! Vargas e

Kubits0e foram partiularmente 0abilidosos nessa prátia! =omo argumentaramD:raúBo ."37/, -enevides ."3O5/, ;afer ."3OJ/, Nunes ."374/ e Ceddes ."375/, osmais importantes '<itos de suas administra%9es devem ser reditados 0abilidade deambos em irunsrever o =ongresso e os partidos sem alienar esses sustentáulosinstituionais! (s dois presidentes tin0am obBetivos ambiiosos de moderni$a%&o dopa*s e nen0um deles estava disposto a submeter suas agendas s viissitudes de um=ongresso on0eido por suas delibera%9es lentas e pela a%&o 0esitante! :mbosareditavam que uma buroraia efiiente era um instrumento indispensável reali$a%&o de seus obBetivos e por isso tentaram promover uma ampla reforma doservi%o públio! Isso, entretanto, mostrou6se dif*il, uma ve$ que parlamentareslientelistas bloquearam a reforma, impedindo os presidentes de implementar emreformas mais profundas na buroraia!Nessa situa%&o, os dois presidentes optaram por riar novos núleos dinmios na

administra%&o públia, irunsrevendo dessa forma os privil)gios lientelistasadquiridos que bloqueavam a reforma administrativa! :o inv)s de se apoiar em anaispartidários e ongressionais, Vargas geralmente prourou reali$ar seu programa degoverno por meio de ag'nias estatais! : maioria dos programas mais importantes desua administra%&o foram implementados por ag'nias estatais e n&o por partidos epelo =ongresso! Isso se deveu em parte s pr1prias inlina%9es suprapartidárias deVargas, mas tamb)m porque a aus'nia de sustenta%&o partidária estável o levou apassar por ima do =ongresso nos esfor%os de assegurar efii'nia administrativa!>ediante várias ag'nias e<eutivas, Vargas reali$ou uma administra%&o dinmia,mas seu estilo suprapartidário deslegitimou os partidos e impediu o fortaleimentopartidário! ( governo Vargas adotou um omportamento suprapartidário edeslegitimou as organi$a%9es pol*tias Qe<atamente devido a sua desonfian%a pelas

institui%9es e aus'nia de uma proposta pol*tia dotada de base instituionalQ.D:raúBo, "37T "FO/!(s proBetos mais importantes de Kubits0e passaram ao largo do =ongresso e dospartidos e foram implementados por ag'nias e<eutivas! Kubits0e seguiu Vargas noempen0o em reali$ar suas pol*tias mais importantes por meio de novas estruturasadministrativas e diferiu dele por manter intata a alian%a PM-PSD! Kubits0e seguiuo e<emplo de Vargas onebendo novos 1rg&os administrativos para riar um núleoefiiente dentro do aparato estatal! :poiou6se amplamente nos 0amados grupose<eutivos para levar adiante o planeBamento e os proBetos de desenvolvimento!:pesar de ter enviado as lin0as gerais de seu plano de desenvolvimento paraaprova%&o no =ongresso, Kubits0e preservou uidadosamente os grupos e<eutivosde press9es lientelistas! : id)ia era insular as ag'nias ruiais para a implementa%&odo plano e nelas onentrar ompet'nia t)nia .;afer, "3OJ+ -enevides, "3O5T "336

44+ Nunes, "374T "F"6"OO+ Ceddes, "375T O86"F3+ >ello e Sou$a, "357/! -enevides."3O5T 4/ observa que essa Qadministra%&o paralelaQ era uma forma de Qevitar oimobilismo sem ter que ontestar radialmente o sistemaQ! :lguns 1rg&os privilegiadostornaram6se instrumentos administrativos para a implementa%&o de novos programas,enquanto a buroraia tradiional permaneeu omo um reduto do lientelismo e dapol*tia de patronagem!: 0abilidosa ombina%&o de permitir alguns meanismos lientelistas, de modo aartiular apoio instituional e enontrar formas de assegurar efii'nia burorátia fe$do governo Kubits0e o mais bem6suedido do regime "348654! Inúmeros autores

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.;afer, "3OJ+ ;eff, "357+ Nunes, "374+ Ceddes, "375/ onordam om -enevides

."37"T 865/ que Qa reali$a%&o do Plano de >etas Bamais teria sido poss*vel setivesse que ter passado pelos anais legislativos tradiionaisQ! ( '<ito de Kubits0e foifailitado por sua deis&o de dei<ar intatos os prinipais setores da buroraia e de seonentrar na ria%&o de núleos dinmios .em geral novos/ dentro do aparatoestatal! #le se seu onta que uma ampla reforma administrativa era politiamente

irreali$ável e que a ria%&o de novas ag'nias era o únio meio de dinami$ar o aparatoestatal!#sses meanismos de passar ao largo do =ongresso, entretanto, neessitam deonsentimento do !legislativo! @uando os presidentes t'm esse assentimento, podemse valer de ag'nias burorátias para implementar pol*tias, presindindo dessa formado proesso legislativo normal! >as se o =ongresso se op9e ativamente s iniiativase<eutivas, ) dif*il para os presidentes evitar a legislatura valendo6se de anaisburorátios! Coulart, por e<emplo, n&o onseguiria implementar uma reforma agráriapor meio de anais e<tralegislativos devido oposi%&o do =ongresso! Manto @uadrosomo Coulart tentaram implementar suas pol*tias passando ao largo do =ongresso,mas fraassaram inteiramente nisso!:l)m disso, a ria%&o de novas ag'nias para irunsrever o =ongresso e os partidos,mesmo quando reali$ada om '<ito, omo no aso de Kubits0e , pode ter ustos

pol*tios, eonGmios e administrativos! a$er do =ongresso uma arena onde somentequest9es de importnia seundária s&o deididas, e a patronagem ) distribu*da, redu$os espa%os instituionais de diálogo e ompromisso! #ssa prátia pode, afinal,enfraqueer os meanismos de responsabili$a%&o do sistema, assim omo diminuir aapaidade dos representantes legislativos de deidir quest9es fundamentais depol*tia públia! @uando a buroraia deide quest9es que normalmente est&o sob a

 Burisdi%&o do Parlamento, a nature$a representativa do sistema sofre eros&o! :l)mdisso, omo >a< Xeber argumentou ."3O7T "F3/, quando os legislativos s&oredu$idos a orpos de importnia seundária em termos de formula%&o de pol*tia 0áum forte inentivo forma%&o de uma lasse pol*tia menos responsável!:s onseqA'nias eonGmias de implementar pol*tias por meio de ag'niase<eutivas tamb)m podem ser delet)rias! #m ra$&o de as estruturas burorátias

e<istentes serem perebidas omo um dom*nio da pol*tia de patronagem, ou ent&opor serem ontroladas por buroratas simpátios a administra%9es anteriores, ospresidentes podem a0ar que n&o t'm omo utili$á6las, e em onseqA'nia muitasve$es riam novas ag'nias! Isso pode levar e<pans&o onstante do aparato estatalsem onsidera%9es de efii'nia e produtividade! : presid'nia torna6sesobrearregada e n&o 0á mais meios efetivos de ontrolar todo o aparatoadministrativo do e<eutivo! poss*vel argumentar 2 ainda que essa 0ip1tese n&opossa ser plenamente e<plorada aqui 2 que a rise das eonomias latino6amerianasnos anos oitenta em parte ) resultado dessa 0ipertrofia do #stado!Mr's presidentes 2 Vargas, @uadros e Coulart 2 tentaram mobili$ar as massas omouma forma de ompensar a falta de sustenta%&o parlamentar estável! Deepionadosom o =ongresso, @uadros e Coulart, em ve$ de negoiarem om os partidos,apelaram mobili$a%&o popular 2 om resultados desastrosos nos dois asos!

rustrado pelas difiuldades de trabal0ar dentro do sistema instituional, Coulart sevoltou ada ve$ mais mobili$a%&o popular omo meio para onseguir apoio para suaspol*tias! #m "354, planeBou uma s)rie de manifesta%9es de massa que mostrariamapoio a suas pol*tias! #ssa foi uma estrat)gia atastr1fia, uma ve$ que alienou aindamais atores fundamentais, as or%as :rmadas inlusive+ Stepan ."3O7/ e Sidmore."35O/ interpretaram isso omo um passo deisivo para o olapso da demoraia! (smilitares e muitos onservadores pereberam nos atos de Coulart uma evid'nia desua disposi%&o de violar a =onstitui%&o para reali$ar seus pr1prios obBetivos!

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(s presidentes tamb)m se ap1iam nos militares para ompensar a falta de apoioestável no =ongresso! Sempre que seus programas enfrentavam resist'nia no=ongresso, SarneE se voltava para os militares! Similarmente, quando disordava dasa%9es do =ongresso, SarneE om freqA'nia se valia do desontentamento militar paratentar impor seu pr1prio ponto de vista! 

CNCL8S;*S#ste artigo analisou um onBunto de problemas relativos rela%&o entre presidentes epartidos! Para onluir, onentro6me em tr's quest9esT a for%a e a fragilidade dospresidentes demorátios, o impato do presidenialismo sobre o fortaleimento dospartidos e as difiuldades de erigir uma demoraia estável na presen%a da ombina%&oentre presidenialismo e um sistema multipartidário fragmentado!: maior parte da literatura sobre o presidenialismo latino6ameriano enfati$ou qu&opoderosos os presidentes s&o! #ste artigo sugere que se trata de um argumento emparte equivoado! =omo sustentei em outro lugar .>ain?aring, "33J/, essa literaturaem geral erra em n&o distinguir presidentes em situa%9es demorátias daqueles emsitua%9es de autoritarismo! #<aminando6se o grupo demorátio mais de perto, umpadr&o omple<o emerge, mas levando6se tudo em onta ) a fraque$a da maioria dospresidentes que gan0a sali'nia! (s presidentes t'm algumas áreas de prerrogativase<epionais, mas muito freqAentemente t'm difiuldade em levar adiante itensfundamentais de sua agenda de pol*tias! #ssa arateri$a%&o se aplia a inúmerospresidentes brasileiros, aima de tudo a @uadros, Coulart, SarneE e tamb)m a =ollor,isto ), a todos os presidentes demorátios mais reentes! :s quei<as freqAentes depresidentes brasileiros aera de sua inapaidade de fa$erem o que querem devido alimita%9es ongressionais orresponde realidade, a despeito do fato de que tanto a=onstitui%&o de "345 omo a de "377 investiram o presidente de amplos poderesformais!( orolário disso ) que o =ongresso brasileiro foi um importante ator durante o regimede "345654, assim omo novamente o ) desde a promulga%&o da =onstitui%&o de "377.:bran0es, "3OF, :bran0es e Soares, "3O+ :mes, "37OT "J"6"J, Sou$a, "3O5,Santos, "375/! ( papel do =ongresso ) perebido mais omo o de bloquear e moderar

a a%&o presidenial do que o de ser um agente efetivo de legisla%&o! Mrigueiro ."383T48/ notou que entre setembro de "345 e de$embro de "387 o =ongresso aprovou F8J leis por ele iniiadas, em ompara%&o om a aprova%&o de F 77 deretose<eutivos!"3 Dentre as leis propostas pelo =ongresso, a maioria era de importniaseundária, o que levou Mrigueiro a onluir que estava inapaitado de elaborar leis!J Isso aBuda a entender a freqA'nia das r*tias inefii'nia do =ongresso .:bran0ese Soares, "3O+ urtado, "358+ Paen0am, "3O"/!:inda que os ientistas pol*tios .por e<emplo, ;ambert, "353/ muitas ve$es supon0amque os sistemas presidenialistas produ$em lideran%as e<eutivas mais fortes, ae<peri'nia latino6ameriana sugere o ontrário .-rito, "35O+ Suáre$, "37/! ( papeldo presidente, mais omumente, ) arateri$ado por profundas ambival'nia eambigAidade .-londel e Suáre$, "37"+ HartlEn .no prelo/+ Suáre$, "37/! De umaparte, a maior parte do poder de agir pelos anais representativos onentra6se na

presid'nia! =ientes dos risos de imobilismo prolongado, as onstitui%9es atribu*ram maioria dos presidentes latino6amerianos poderes que e<edem os do presidente dos#stados Unidos! :lguns presidentes latino6amerianos t'm prerrogativas de deretoque l0es dá autoridade legislativa mais ampla do que a do presidente norte6ameriano!>uitos presidentes latino6amerianos t'm a prerrogativa onstituional de imporestados de s*tio que restringem dramatiamente o sistema de ontroles e ontrapesos!(s presidentes em geral t'm mais poder de patronagem na :m)ria ;atina do que nos#stados Unidos! inalmente, algumas onstitui%9es latino6amerianas, inlusive asbrasileiras de "345 e "377, permitem aos presidentes vetar partesde uma lei, em

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ontraste om a =onstitui%&o norte6ameriana, que s1 permite o veto da lei omo umtodo!De outra parte, o reeio de abuso da autoridade presidenial levou os onstituintes aprourar um sem6número de formas de limitar essa oorr'nia .Kantor, "3OO/! :maioria das demoraias latino6amerianas .om e<e%&o da epúblia Dominiana eda Niarágua/ pro*bem a reelei%&o imediata do presidente! (s onstituintes temiam

que mandatos presideniais mais longos levariam ao abuso de poder! >uitasonstitui%9es, inlusive a brasileira, riaram legislaturas biamerais omo uma formade ontrole sobre o presidente! :lgumas delas, novamente a brasileira entre elas,estabeleeram tamb)m um sistema federativo! Há pa*ses em que a legislatura tem odireito de interpelar membros do minist)rio, e em alguns asos mesmo demiti6los!#ssa ambival'nia sobre o papel do presidente aBuda a e<pliar a freqA'nia das lutaspara redefinir onstituionalmente as prerrogativas presideniais! (s presidentes omfreqA'nia pressionam por reformas onstituionais que ampliem seus poderes! Modosos presidentes 0ilenos, de :lessandri a :llende, tentaram ou passar por ima do=ongresso ou reformar a =onstitui%&o para ampliar o poder e<eutivo! ( presidenterei ."3546"3OJ/ finalmente onseguiu essa amplia%&o mas, omo observamValen$uela e Xilde ."3O3/, o usto foi elevadoT a eros&o dos espa%os de negoia%&o eompromisso! Problemas semel0antes de imobilismo levaram a reformas

onstituionais que aumentaram o poder presidenial na =olGmbia em "357 .HartlEn,no prelo/ e no Uruguai em "35O! : onstitui%&o uruguaia foi alterada ino ve$es entre"3"7 e "35O, a nature$a do poder e<eutivo onstituindo6se na ontrov)rsiafundamental .#delmann, "353 b/! No mesmo veio, Coulart, frustrado om a falta deapoio no =ongresso, delarou em seu disurso em "8 de mar%o de "354 que deseBavauma reforma onstituional que ampliasse seus poderes!>uitos desses debates onstituionais ignoraram que, tanto quanto as prerrogativasonstituionais do presidente, a nature$a dos sistemas eleitoral e partidário e<plia asdifiuldades que os presidentes enfrentaram para implementar suas agendas! #masos omo o do -rasil, em que os partidos do presidente quase nuna desfrutam demaioria no legislativo e nos quais a indisiplina partidária ) algo fora de ontrole, o=ongresso pode bloquear as iniiativas presideniais! ( problema ) que, quando o

=ongresso bloqueia o presidente, failmente se produ$ um impasse, um ) outrodebilitando6se no proesso! lu$ da e<peri'nia norte6ameriana, n&o ) surpreendente que os presidentesfreqAentemente seBam e<eutivos mais fraos que os primeiros6ministros! ( sistemapresidenialista foi onebido para somente permitir poderes fraos e tornou6seposs*vel em meio a uma intrinada rede de ontroles e ontrapesos! =omoargumentaram Da0l ."385/, Huntington ."357T "J36"FF/ e ;ipset ."35F/, os primeirosl*deres pol*tios norte6amerianos desonfiavam e eram 0ostis onentra%&o depoder! #les temiam o absolutismo monárquio e oneberam uma =onstitui%&o queassegurasse que o e<eutivo n&o pudesse se tornar autorata! Somente no s)ulo YY,em fae de poderosas e<ig'nias administrativas, os poderes presideniais foramonsideravelmente e<pandidos .:rnold, "375/!(s sistemas presidenialistas n&o foram onebidos para engendrar uma lideran%a

e<eutiva deisiva e sim para promover a dispers&o do poder! >as a aus'nia delideran%a e<eutiva deisiva, demoratiamente e<erida, muitas ve$es riou quebra6abe%as! >uitos sistemas presidenialistas osilam entre o e<esso de ontroles sobreos poderes presideniais, levando ao imobilismo, e a insufii'nia desses ontroles,gerando autoraia! Desse ponto de vista, os onflitos rGnios sobre as prerrogativasonstituionais dos presidentes n&o s&o surpreendentes! (s presidentes perebem queneessitam de poderes mais amplos para reali$ar seus obBetivos, mas os legisladores,geralmente Bá marginali$ados da tomada de deis9es, temem o esqueimento!

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#nquanto os presidentes tipiamente t'm onsiderável difiuldade para implementarseus programas, eles t'm responsabilidades enormes 2 e sempre resentes! :maioria dos presidentes, ontudo, est&o onstantemente envolvidos em ultivar apoiopúblio, disso resultando que eles t'm menos tempo para se dediar a atividadesadministrativas do que os primeiros6ministros .ose, "37"/! : distnia entre asdemandas sobre ela e a apaidade de a%&o da presid'nia reseu nos últimos anos

em deorr'nia da severa rise eonGmia dos anos oitenta! : rise eonGmia levou tomada de deis9es tenorátia e restrita ao e<eutivo e e<lus&o do =ongresso daelabora%&o de pol*tia eonGmia .=onag0an, "33a/! >as a apaidade presidenial delidar om essas rises sofreu eros&o!(s problemas enfrentados por presidentes demoratiamente eleitos sempre servirampara Bustifiar a 0ipertrofia do e<eutivo e a emasula%&o 2 quando n&o a aboli%&o 2do =ongresso! Mendo preseniado as difiuldades de presidentes demorátios parareali$ar suas agendas, o regime militar brasileiro proedeu mudan%a do onte<toinstituional, de forma que o presidente pudesse governar sem ontroles eontrapesos! Uma das primeiras medidas dos militares, o :to Instituional nZ ",deretado somente uma semana depois do golpe, ampliou enormemente o podere<eutivo e limitou a Burisdi%&o do =ongresso! :s reformas onstituionaissubseqAentes fortaleeram o e<eutivo e enfraqueeram o =ongresso ainda mais

.:lves, "378T F"6"JJ+Dini$, "374TF46FOF/! Bustamente devido difiuldade em reali$ar suas agendas om apoio parlamentarque os presidentes restringem o mbito de a%&o do =ongresso, riam novas ag'niase<eutivas, distribuem patronagem para gan0ar o apoio de alguns pol*tios, tentamreali$ar reformas onstituionais que e<pandam seus poderes e prouram enfraqueero =ongresso e os partidos omo forma de aplainar o pr1prio amin0o! #ssas inlina%9esdos presidentes latino6amerianos foram algumas ve$es entendidas omo e<press9esde uma ultura pol*tia ib)ria! : ultura pol*tia ib)ria pode ter ontribu*do para ansia de poder dos presidentes, mas ) igualmente importante levar em onta osinentivos instituionais que moldam o omportamento presidenial! Diferentementeda maioria dos primeiros6ministros, os presidentes n&o podem dissolver o =ongresso eonvoar novas elei%9es! Diversamente de todos os primeiros6ministros, eles se

tornam alvos fáeis 2 mais do que anoas furadas 2 se perdem o apoio no =ongresso!#m alguns pa*ses, em ontraste om os primeiros6ministros, eles n&o podem ontarnem mesmo om o apoio de seus pr1prios partidos, se ) que t'm algum partido! (sestilos de lideran%a pessoal dos presidentes variam bastante, e nem todos ospresidentes enfrentam esses dilemas da mesma forma! Seria equivoado, entretanto,ver na busa presidenial de mais poder e nos esfor%os presideniais de passar porima do =ongresso e de solapar os partidos simplesmente uma e<press&o de suaspr1prias idiossinrasias pessoais! : situa%&o de presidenialismo de minoria ria osdilemas que fundamentam a%9es omo essas!: segunda quest&o que quero levantar nessas onlus9es ) o impato dopresidenialismo no desenvolvimento partidário no -rasil!" ( fato de um sistema serparlamentarista, presidenialista ou semi6presidenialista onforma a nature$a dospartidos e do sistema partidário! ( sistema presidenialista no -rasil tem ontribu*do

para o enfraqueimento dos partidos por diversas ra$9es!( presidenialismo brasileiro se mostrou inimigo do fortaleimento dos partidos porqueos presidentes se v'em obrigados a depreiar o =ongresso e os partidos! (spresidentes t'm inentivos para assumir um omportamento antipartido e anti6=ongresso! @uando os presidentes se enontram em lara minoria no =ongresso, eless&o quase for%ados a prourar apoio suprapartidário e a irunsrever o =ongresso!=omo se observou antes neste artigo, os presidentes brasileiros ultivaram um estilosuprapartidário! Isso se aplia mesmo queles que onstru*ram suas arreiras pol*tiaspor meio de organi$a%9es partidárias! ( fato de que os presidentes se distaniam dos

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partidos, ao inv)s de se apoiarem neles, tamb)m teve um efeito delet)rio sobre aonstru%&o de partidos!:inda que as ampan0as e os presidentes de tipo antipartido que s&o enontrados no-rasil n&o seBam um produto inevitável do presidenialismo,Q somente em um sistemapresidenialista esses indiv*duos de omportamento antipartido poderiam ter 0egadoao governo! No -rasil, omo na maioria dos sistemas presidenialistas, o voto popular

determina omo o poder e<eutivo ) formado! =onquistar a presid'nia n&o temdependido tanto de partidos quanto de pol*tios individuais, uBas ampan0as,seguidores, reursos e organi$a%9es pr1prios s&o mais signifiativos do que os dospartidos! Isso ) verdade em muitos sistemas presidenialistas+ -urns ."35F/argumentou que nos #stados Unidos a autonomia dos presidentes vis-à-vis a seuspartidos ) t&o grande que em ess'nia 0á um sistema de quatro partidosT o Partidoepubliano Presidenial, o Partido Demorata Presidenial, o Partido epubliano=ongressional e o Partido Demorata =ongressional!

: autonomia dos presidentes brasileiros em rela%&o a seus partidos ) algodeson0eido nos sistemas parlamentaristas! (s primeiros6ministros est&o diretamenteligados a seus partidos+ n&o s&o eleitos por voto popular+ e neessariamente fi$eramlongas arreiras em seus partidos, ulminando em serem esol0idos l*deres partidários!Porque os partidos monopoli$am os anais de rerutamento pol*tio de primeiros6

ministros, os 0efes do e<eutivo nos sistemas parlamentaristas invariavelmente t'mum passado profundamente meslado organi$a%&o partidária! # uma ve$ que oprimeiro6ministro ) eleito, seu mandato n&o ) fi<o, e sim depende da sustenta%&oont*nua de um partido ou oali$&o de partidos! Implementar deis9es pol*tiasfundamentais sem o apoio dos partidos ) quase imposs*vel! Manto por sua soiali$a%&opassada em organi$a%9es partidárias omo por suas neessidades atuais, os primeiros6ministros t'm um profundo omprometimento om o fortaleimento partidário!(s presidentes, porque s&o eleitos por voto popular ou por um ol)gio eleitoral uBaomposi%&o ) determinada por voto popular, nem sempre t'm envolvimento forte oma onstru%&o partidária e freqAentemente t'm redu$ida e<peri'nia parlamentar! (spresidentes muitas ve$es desfrutam de uma independ'nia dos partidos pol*tios que )deson0eida nos regimes parlamentaristas! #les podem ter uma e<peri'nia limitada

omo membro de um partido e podem mesmo onorrer ontra os partidos, omoindiv*duos que est&o QaimaQ dos pol*tios profissionais! =asos t&o diversos entre siomo os de #isen0o?er nos #stados Unidos, Vargas e @uadros no -rasil e Per1n na:rgentina s&o ilustrativos disso! Dependendo do proesso de sele%&o, andidatos dessetipo podem 0egar ao governo, a despeito da oposi%&o da maioria dos profissionais departido! ( -rasil ) um aso e<tremo em que os presidentes em geral n&o t'm interessena onstru%&o de partidos+ vários tentaram at) mesmo enfraqueer os partidos!#ntretanto, omo geralmente ) o aso, andidatos que n&o s&o 0omens de partidomesmo assim preisam ser endossados por l*deres partidários!#m alguns sistemas presidenialistas, os partidos t'm um ontrole maior sobre oproesso de sele%&o de andidatos e uma maior penetra%&o na soiedade, de modoque ) mais dif*il para as pessoas se tornarem andidatas, e muito mais dif*il ainda0egar presid'nia fa$endo ampan0a omo pol*tios anti ou suprapartidários! No

=0ile, no Uruguai e na Vene$uela, os presidentes sempre foram rerutados por meio deanais partidários e t'm v*nulos fortes om seus partidos, apesar de IbaWe$ ."34568/ ser uma e<e%&o no =0ile! >esmo assim, omo mostra Xaler ."375/, opresidente :llende era uma figura isolada e solitária, om apoio limitado em seupr1prio partido! ( isolamento de :llende e os onflitos entre o Partido Soialista e ogoverno ontribu*ram para o olapso da demoraia no =0ile! Na Vene$uela, para setornarem andidatos presideniais, os pol*tios devem ter v*nulos fortes om seuspartidos+ mas, uma ve$ eleitos, a regra que impede a reelei%&o imediata leva a erto

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distaniamento entre os presidentes e seus partidos .=oppedge, "377/! #ssassitua%9es s&o improváveis em uma demoraia parlamentarista!: nature$a do rerutamento presidenial tem um impato muito grande sobre o grauem que os presidentes t'm ompromissos estreitos om a promo%&o da onstru%&opartidária .=easer, "3O3/! (nde os presidentes s&o regularmente rerutados por meiode anais partidários e onstr1em suas arreiras pol*tias em organi$a%9es partidárias,

eles est&o inelutavelmente envolvidos na pol*tia partidária, mesmo quando preisamatuar ao mesmo tempo omo representantes da na%&o omo um todo! Inversamente,onde os andidatos presideniais t'm omo assegurar a india%&o apelandodiretamente ao eleitorado e podem vener elei%9es mesmo tendo v*nulos t'nues omorgani$a%9es partidárias, provavelmente o omprometimento que ter&o om umpartido será dilu*do! Nesses asos, o sistema presidenialista enoraBa umpersonalismo inimigo do fortaleimento de partidos! : e<pans&o da m*dia eletrGniainentiva ainda mais esse personalismo, sobretudo no -rasil, onde os n*veis deinforma%&o pol*tia do eleitorado s&o em geral muito bai<os e onde a televis&o temuma penetra%&o profunda entre os pobres!No -rasil, a aus'nia de v*nulos fortes entre os andidatos presideniais e os partidosno proesso de designa%&o dos andidatos, e depois nas ampan0as, amolda osv*nulos subseqAentes entre presidentes e partidos! (s presidentes, 0egando ao

governo por m)rito pr1prio, t'm menos inlina%&o por governar om partidos e maispor fa$er apelos plebisitários! =omo di$ ose ."37"T F"5/, Qandidatos sem base desustenta%&o orrem o riso de n&o ter base de sustenta%&o no governoQ!Pelo fato de que o poder no sistema pol*tio brasileiro onentra6se no e<eutivo, osargos e<eutivos onstituem os prinipais pr'mios do sistema pol*tio! (s presidentes,governadores e prefeitos das maiores idades t'm poderes enormes em rela%&o aosrespetivos legislativos! Pol*tios ambiiosos v'em na legislatura um meio para um fim2 os argos e<eutivos 2 e n&o um fim em si mesmo! @uando n&o se dá oportunidadea pol*tios omo esses de onorrer a argos e<eutivos, ) freqAente mudarem departido de modo a poderem fa$er isso por outra legenda+ eles preferem abrir m&o deseu partido a abrir m&o de suas ambi%9es a um argo e<eutivo! #ssa prátia tamb)mtem efeitos delet)rios onstru%&o de partidos!

: última quest&o que quero disutir nessas onlus9es ) a forma pela qual aombina%&o instituional de presidenialismo e um sistema multipartidáriofragmentado ontribui para as difiuldades de onstitui%&o de um governo demorátioefia$ no -rasil! : ombina%&o de presidenialismo e multipartidarismo om partidospouo oesos torna improvável que os presidentes onsigam sustenta%&o maBoritáriano =ongresso, e o presidenialismo fa$ om que seBa dif*il a resolu%&o dos impassesque resultam disso! Da perspetiva do presidente, essa ombina%&o torna a onstru%&ode alian%as algo dif*il, omple<o e em geral instável! Nos governos Dutra eKubits0e, a demoraia brasileira funionou ra$oavelmente bem om essaombina%&o de presidenialismo, multipartidarismo e partidos fraos! Mal ombina%&o,entretanto, impediu a ria%&o de um governo demorátio efia$ e mostrou6se inapa$de lidar om a radiali$a%&o que oorreu em "35"654!(s sistemas presidenialistas multipartidários predisp9em oorr'nia de impasses

e<eutivolegislativo! #sse problema resulta de duas arater*stias desses sistemasT atend'nia a produ$ir governos de minoria legislativa e a aus'nia de meanismos paralidar om as situa%9es em que o governo enfrenta uma ampla maioria oposiionista no=ongresso! (s sistemas presidenialistas, por serem baseados na doutrina dasepara%&o entre os poderes, per se n&o t'm meanismos para evitar governos deminoria!F Covernos assim s&o a regra em demoraias presidenialistasmultipartidárias, e n&o 0á meanismos para substituir governos de minoria at) aelei%&o presidenial ou parlamentar seguinte! (s presidentes enontram difiuldade

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para implementar suas agendas porque n&o disp9em de uma base sufiiente desustenta%&o no =ongresso! improvável que o partido do presidente ten0a maioria no legislativo, de tal forma quefia dif*il aprovar medidas de pol*tias públias! Disso resultam o imobilismo e oonflito agudo entre o e<eutivo e o legislativo, om onseqA'nias potenialmentedelet)rias para a demoraia! =onflitos prolongados entre a legislatura e o governo

podem levar paralisia deis1ria! Isso talve$ n&o ten0a efeitos enervantes emdemoraias s1lidas, mas tem em novas demoraias!=onflitos entre o e<eutivo e o legislativo oorrem em todos os regimes demorátios,mas nos sistemas presidenialistas esses onflitos s&o mais problemátios! Devido agenda eleitoral fi<a e independ'nia entre o legislativo e o e<eutivo, os sistemaspresidenialistas n&o t'm meios instituionali$ados de resolver impasses omo esses.;in$, no prelo/! Pelo fato de presidentes e legislaturas serem eleitosindependentemente, os regimes presidenialistas d&o origem a duas pretens9esonflitivas de legitimidade, uma do presidente e outra do =ongresso .;in$, no prelo/!(s onflitos entre esses dois ramos do governo, aera de quem deve fa$er o qu',podem levar a esaladas de 0ostilidades! (s regimes parlamentaristas mitigam esseproblema porque o e<eutivo n&o tem uma base independente do legislativo! #ssadupliidade fomenta n&o a modera%&o que ontribui para a estabilidade demorátia e

sim rela%9es de antagonismo entre o presidente e o =ongresso!N&o e<istem meanismos onstituionais para substituir um presidente que perdeuquase todo o apoio no legislativo! at) mesmo poss*vel que um presidente redu$a oapoio no =ongresso Bá no momento em que assume o governo! :inda que o presidenteseBa inapa$ de reali$ar um urso oerente de a%&o, n&o 0á nen0um outro ator quepossa resolver o problema agindo dentro das regras do Bogo demorátio! #m muitosasos um golpe aparee omo o únio meio de se livrar de um presidente que perdeusua base de sustenta%&o! ( esfor%o para se livrar de um presidente, dessa forma, podedestruir o regime!: despeito de governos de maioria serem a regra nos sistemas parlamentaristas,governos de minoria legislativa tamb)m oorrem! Strom ."33JT 8563/ relata que """de F48 governos de demoraias parlamentaristas avan%adas, entre "348 e "37O,

foram aut'ntios governos de minoria! : Noruega, a Su)ia e a Dinamara tiverammais governos de minoria do que de maioria! Covernos de minoria, nesses asos,onquistam apoio legislativo valendo6se de inentivos .posi%9es pol*tias, patronageme medidas de pol*tia públia/ similares aos utili$ados nos sistemas presidenialistas!>as 0á uma diferen%a importante entre governos de minoria no presidenialismo e noparlamentarismo! Neste último, governos minoritários duraram uma m)dia de "4meses .Strom, "33JT ""5/! Covernos presidenialistas de minoria, em ontraste,preisam ontinuar independentemente de terem ou n&o apoio legislativo 2 e osmandatos presideniais podem 0egar a seis anos! @uando aaba a sustenta%&olegislativa a um governo, os sistemas parlamentaristas t'm meanismosinstituionali$ados para enfrentar o problema+ os sistemas presidenialistas n&o! Umvoto de desonfian%a pode derrubar o governo no parlamentarismo e mesmo levar anovas elei%9es que talve$ mudem o equil*brio de poder e aBudem a resolver a rise!

#ssa disposi%&o permite substituir e<eutivos impopulares ou ineptos om menostens&o instituional! Inversamente, se o primeiro6ministro se frustra om a difiuldadede implementar suas pol*tias devido ao ontrole do legislativo pela oposi%&o, namaioria dos sistemas parlamentaristas ele pode onvoar novas elei%9es para tentaralan%ar .ou ampliar/ uma maioria! Manto em um aso omo em outro, e<istem meiosde mudar o governo sem que isso ameae o regime, meios estes que tornamdesneessário permitir que um governo imobili$ado e inefiiente prossiga de formadesditosa!

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:s ontribui%9es reentes sobre o presidenialismo n&o enfati$aram sufiientementequ&o importantes s&o as ombina%9es instituionais! : ombina%&o entrepresidenialismo e um sistema multipartidário fragmentado ) espeialmentedesfavorável emerg'nia de um governo demorátio efia$! #m um sistemafragmentado, a probabilidade de oorrerem impasses e<eutivolegislativo e paralisiadeis1ria ) partiularmente alta! ( presidente tem mais tend'nia a se sentir for%ado a

passar por ima do =ongresso, a enfraqueer este e os partidos e a se envolver emoutras prátias que e<aminamos no aso brasileiro!#ssas ombina%9es aBudam a entender a esasse$ de demoraias presidenialistasmultipartidárias estáveis! (s #stados Unidos, o =0ile, a =olGmbia, a =osta ia, asilipinas, o Uruguai e a Vene$uela s&o os únios pa*ses em que a demoraiapresidenialista manteve6se por pelo menos 8 anos onseutivos! #ntre eles, somenteo =0ile teve regularmente um sistema multipartidário, ainda que este tamb)m fosse oaso da Vene$uela antes de "3OF! Sistemas bipartidários onstituem a e<e%&o e n&o aregra na :m)ria ;atina, mas nas regi9es de demoraias mais duráveis eles s&o aregra e n&o a e<e%&o!Note6se que n&o estou revivendo o vel0o e duvidoso argumento de que sistemasbipartidários s&o em geral mais favoráveis demoraia estável do que sistemasmultipartidários! #ssa quest&o foi longamente debatida, e as evid'nias s&o de que em

governos parlamentaristas os sistemas multipartidários n&o impedem o funionamentobem6suedido da demoraia!4 >as ao abandonar esse antigo argumento os analistaserram em n&o difereniar entre sistemas presidenialistas e parlamentaristas! Pelasra$9es apontadas, o número de partidos realmente importa em sistemaspresidenialistas!=omo argumentou Suáre$ ."37/, os sistemas presidenialistas funionam mel0orquando pelo menos uma dessas duas ondi%9es se verifiamT ."/ o partido dopresidente tem maioria, ou quase isso, no =ongresso+8 e ./ as diferen%as ideol1giasentre o presidente e a oposi%&o n&o s&o muito maradas! : primeira ondi%&o pode sersatisfeita em um sistema bipartidário, mas raramente o será em um sistemaautentiamente multipartidário! ( '<ito do presidenialismo na =osta ia e naVene$uela em parte deorre do fato de que os presidentes muitas ve$es puderam

ontar om uma maioria, ou perto disso, no =ongresso! Parado<almente quando essaondi%&o se verifia, enfraquee6se a raison d'être dos sistemas presidenialistas 2 ae<ist'nia de um sistema de ontroles e ontrapesos! : segunda ondi%&o sempre foisatisfeita nos #stados Unidos e na maior parte do tempo tamb)m nas demoraiaslatino6amerianas estáveis, om e<e%&o do =0ile ."3F6"3OF/!5 No onte<to atual derise e de desigualdades imensas, essa ondi%&o pode n&o se satisfa$er mais namaioria dos pa*ses latino6amerianos!Salientar os problemas da demoraia presidenialista multi6partidária n&o signifiadi$er que sistemas parlamentaristas neessariamente funionariam bem! No -rasil,devido indisiplina dos partidos e e<trema fragmenta%&o, um governoparlamentarista enfrentaria obstáulos desanimadores! ( parlamentarismoprovavelmente n&o funionaria bem sem a implementa%&o de mudan%as quepromovam uma maior disiplina partidária! Se permaneem dúvidas aera da

viabilidade do sistema parlamentarista no -rasil, a ombina%&o de presidenialismo,partidos frou<os e um sistema multipartidário fragmentado mostra6se ada ve$ maisimpratiável! R*/*R=NCI#S ILI7R</IC#S:bran0es, S)rgio Henrique! "3OF! Q( Proesso ;egislativo!Q Mese de mestrado daUniversidade de -ras*lia! [ ;ins \6666666666! "377! QPresidenialismo de =oali$&oT ( Dilema -rasileiro!Q Dados, vol! F" nZ", pp! 86F4! [ ;ins \

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:bran0es, S)rgio Henrique, e Cláuio :rE Dillon Soares! "3O! Q;as funiones delpoder legislativo!Q Revista Latinoamericana de Ciencia Política, vol! F nZ .:gosto/,pp! 8567J! [ ;ins \:lves, >aria Helena >oreira! "378! State and Opposition in ilitar! "ra#il :ustinTUniversitE of Me<as Press! [ ;ins \:mes, -arrE! "37O! Political Survivah Politicans and Public Polic! in Latin $merica%

-erleleET UniversitE of =alifornia Press! [ ;ins \:rnold, Peri! "375! a&inthe anaerial Presidenc!% PrinetonT Prineton UniversitEPress! [ ;ins \-enevides, >aria Vit1ria de >esquita! "3O5! O (overno )ubitsche&* Desenvolvimento+con,mico e +stabilidade Política% io de RaneiroT Pa$ e Merra! [ ;ins \6666666666! "37"! $ D. e o denismo% io de RaneiroT Pa$ e Merra! [ ;ins \6666666666! "37! O (overno /0nio 1uadros% S&o PauloT -rasiliense! [ ;ins \6666666666! "373! O P2" e o 2rabalhismo* Partido e Sindicato em S3o Paulo% S&o PauloT-rasiliense=#D#=! [ ;ins \-londel, Rean, e Xaldino Suáre$! "37"! Q;as limitaiones instituionales dei sistemapresidenialista!Q Criterio, nZ "78F6"784 .5 de fevereiro/, pp! 8O6OJ! [ ;ins \-rito, ;ui$ Navarro de! "358! Q: epresenta%&o Proporional!Q Revista "rasileira de+studos Políticos "3 .Bul0o/, pp! FO685! [ ;ins \

6666666666! "35O! Q:s (p%9es Parlamentares!Q Revista "rasileira de +studos Políticos .Baneiro/, pp! "86"4! [ ;ins \-urns, Rames >aCregor! "35F! 2he Deadloc& o4 Democrac!* 5our Part! Politics in $merica% #ngle?ood =liflfsT Prentie6Hall! [ ;ins \=arli, Cileno D)! "35! Q:natomia de enúniaQ! O Cru#eiro% io de Raneiro!  [ ;ins \=arval0o, >aria I$abel de! "3OO! Q: =olabora%&o do ;egislativo para o Desempen0o do#<eutivo durante o Coverno RK!Q Mese de mestrado, IUP#R! [ ;ins \=easer, Rames! "3O3! Presidential Selection% PrinetonT Prineton UniversitE Press!  [ ;ins \=onag0an, =at0arine! "33 a! Q=apitalists, Me0norats, and PolitiiansT #onomiPoliE6>aing and DemoraE in t0e =entral :ndes!Q In Sott >ain?aring, Cuilermo

JDonnell, and R! Samuel Valen$uela .orgs!/, 6ssues in Democratic Consolidation* 2he.ew South $merican Democracies in Comparative Perspective% Notre DameT KelloggInstituteUniversitE of Notre Dame Press! [ ;ins \6666666666! "33b! Q;oose Parties, loating Politiians, and Instituional StressTPresidentialism in #uador, "3O3677!Q In Ruan R! ;in$ e :rturo Valen$uela .orgs!/,Presidential or Paramentar! Democrac!* Does 6t a&e a Di44erence7 -alrimoreT Ro0nsHopins UniversitE Press! [ ;ins \=oppedge, >i0ael! "377! QStrong Parties and ;ame DusT : StudE of t0e @ualitE andStabilitE of Vene$uelan DemoraE!Q Mese de doutorado, ]ale UniversitE! [ ;ins \Da0l, obert! "385! $ Pre4ace to Democratic 2heor!% =0iagoT UniversitE of =0iagoPress! [ ;ins \Daland, obert! "35O! "ra#ilian Plannin* Development Politics and $dministration%=0apei HillT UniversitE of Nort0 =arolina Press! [ ;ins \

D:raúBo, >aria =elina Soares! "37! 8 Seundo (overno 9aras :;<:-:;<=% io deRaneiroT ^a0ar! [ ;ins \De i$, ;iliana! "377! Q;a :rgentina de :lfons*nT ;a enovai1n de los Partidos E elParlamento!Q .mimeo!/, "374! [ ;ins \Dini$, Hindemburgo Pereira! "374! $ onar>uia Presidencial io de RaneiroT Novaronteira! [ ;ins \Dubni, Vladimir eisE de! "357! Political 2rends in "ra#iL Xas0ington, D! =T Publi:ffairs Press! [ ;ins \Durverger, >aurie! "384! Political Parties% ;ondonT >et0uen and =o! [ ;ins \

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o4 Politics F" .fevereiro/, pp! ""36"F3! [ ;ins \#pstein, ;eon! "35O! Political Parties in ?estern Democracies% Ne? ]orT Praeger!  [ ;ins \6666666666! "375! Political Parties in the $merican old% >adisonT UiversirE of XisonsinPress! [ ;ins \lEnn, Peter! "3O7! "ra#iL* $ Political $nal!sis% -oulderT Xestvie?! [ ;ins \rano, :fonso :rinos de >elo! "357! [ ;ins \6666666666! "3O5! $ C0mara dos Deputados* Síntese @istArica% -ras*liaT =entro deDoumenta%&o e Informa%&o! [ ;ins \rano, :fonso :rinos de >elo, e aul Pi lia! "387! Presidencialismo ouParlamentarismo7  io de RaneiroT Ros) (lEmpio! [ ;ins \urtado, =elso! "358! QPolitial (bstales to t0e #onomi Developmentof -ra$il!Q In=láudio V)li$ .org!/, Obstacles to Chane in Latin $merica, pp! "486"5"! Nova ]orT

(<ford UniversitE Press! [ ;ins \Ceddes, -arbara! "375! Q#onomi Development as a =olletive :tion ProblemTIndividual Interests and Innovation in -ra$il!Q Mese de doutorado, UniversitE of=alif1rnia at -ereleE! [ ;ins \Cillespie, =0arles! "33! QPresidential6ParliamentarE elations and t0e Problem ofDemorati StabilitET M0e =ase of UruguaE!Q In Sott >ain?aring e >att0e? S0ugart.orgs!/, PresidentialismB Semi-PresidentialismB and Democrac! in Latin $merica%  Lin&s Con$ále$, ;uis! "33! Political Structures and Democrac! in ruua!% Notre DameTKellogg InstituteUniversitE of Notre Dame Press! [ ;ins \Hagopian, ran's! "375! QM0e Politis of (ligar0ET M0e Persistene of MraditionalPolitis in =ontemporarE -ra$il!Q Mese de doutorado, >assa0usetts Institute of

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6666666666! .No prelo/ QPresidentialism and >aBoritarian DemoraET M0eoretial(bservations!Q In Ruan R! ;in$e :rturo Valen$uela .orgs!/, Presidential or Parliamentar! Democrac!* Does 6t a&e a Di4erence7 -altimoreT Ro0ns Hopins UniversitE Press!  [ ;ins \;ima, (lavo -rasil de! "37F! Partidos Políticos "rasileiros* $ +Hperiência 5ederal eReional io de RaneiroT Craal! [ ;ins \;in$, Ruan! .no prelo/! DemoraET Presidential or ParliamentarE! Does It >ae aDifferene_Q In Ruan R! ;ins e :rturo Valen$uela .orgs!/, Presidential or Parliamentar!Democrac!* Does 6t a&e a Di44erence7 -altimoreT Ro0ns Hopins UniversitE Press,  [ ;ins \;in$, R! R!, e :! Valen$uela .no prelo/! Presidential or Parliamentar! Democrac!* Does 6t a&e a Di44erence7  -altimoreT Ro0ns Hopins UniversitE Press! [ ;ins \;ipset, SeEmour >artin! "35F! 2he 5irst .ew .ation% Nova ]orT -asi -oosT

  [ ;ins \>ain?aring, Sott! "33J! QPresidentialism in ;atin :meria!Q Latin $merican ResearchReview 8 nZ ", pp! "8O6"O3! [ ;ins \6666666666! .No prelo/! QPresidentialism, >ultipartism, and DemoraET M0e Diffiult=ombination!Q Comparative Political Studies% Lin&s >aE0e?, David! "3O4! Conress* 2he +lectoral Connection% Ne? HavenT ]ale UniversitEPress! [ ;ins \>ello e Sou$a, Nelson! "357! Q ( PlaneBamento #onGmio no -rasil!Q Revista de $dministraE3o Publica nZ4! [ ;ins \>iBesi, Kennet0! "3OO! Q=osta iaT M0e S0rining of t0e PresidenE_ QIn M0omasDi-ao .org!/, Presidential Power in Latin $merican Politics, pp! 856O"! Nova ]orTPraeger! [ ;ins \

Nunes, #dson de (liveira! "374! Q-ureaurati Insulation and @ientelism in=ontemporarE -rasilT Uneven State6-uilding and t0e Mamingof >odernitE!Q Mese dedoutorado, UniversitE of =alif1rnia at -ereleE! [ ;ins \(liveira, Isabel ibeiro de! "3OF! QNotas sobre o omportamento das =oliga%9es#leitorais no -rasil!Q Dados nZ "J, pp! "556"7F! [ ;ins \(liveira, ;úia ;ippi! "3OF! QPartidos Pol*tios -rasileirosT ( Partido SoialDemorátio!Q Mese de mestrado, IUP#R! [ ;ins \Paen0am, obert! "3O"! Quntions of t0e -ra$ilian Naional =ongress!Q In Xeston:gor .org!/, Latin $merican Leislatures* 2heir Role and 6n4luence, pp! 8363! Nova]or Praeger! [ ;ins \Petersen, P0Ellis Rane! "35! Q-ra$ilian Politial PartiesT ormarion, (rgani$ation, and;eaders0ip, "3486"383!Q Mese de doutorado, UniversitE of >i0igan! [ ;ins \Pialuga, Isabel ontenelle! "33J! Partidos Políticos e Classes Sociais* $ D.da

(uanabara% Petr1polisT Vo$es! [ ;ins \Po?ell, C! -ing0am! "37! Contemporar!Democracies* ParticipationB Stabilit!B and9iolence% =ambridgeT Harvard UniversitE Press! [ ;ins \amos, Cuerreiro! "35"! $ Crise de Poder no "rasil io de RaneiroT ^a0ar!  [ ;ins \eale, >iguel! "383! Q( Sistema de epresenta%&o Proporional e o egimePresidenial -rasileiro!Q Revista "rasileira de +studos Políticos O .novembro/, pp! 3644!  [ ;ins \

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ie, Stuart! "383! Q>easuring =o0esion in ;egislative Croups!Q In Ro0n Xa0le eHein$ #ulau .orgs!/, Leislative "ehavior , pp! FO6FOO! ClenoeT M0e ree Press!  [ ;ins \iggs, red! "377! QM0e Survival of Presidentialism in :meriaT Para6=onsatutionalPraties!Q 6nternational Political Science Review vol! 3, nZ 4 .outubro/, pp! 4O6O7!  [ ;ins \

ose, i0ard! "37"! QCovernment :gainst Sub6CovernmentsT : #uropean Perspetiveon Xas0ington!Q In i0ard ose e #$ra Suleiman .orgs!/, Presidente and Primeinisters, pp! 74 6 F4O! Xas0ington, D!=!T :merian #nterprise Institute!  [ ;ins \Sani, Ciaomo, and Ciovanni Sartori! "37F! QPolari$ation, ragmentarion, and=ompet*rion in Xestern Demoraies!Q In Hans Daalder e Peter >air .orgs!/, ?estern+uropean Part! S!stems, pp! FJO6F4J! -everlE HillsT Sage! [ ;ins \Santos, Vidal dos e ;ui$ >onteiro, s!d! DiIrio de uma Campanha% S&o PauloT #<posi%&odo ;ivro! [ ;ins \Santos, XanderleE Cuil0erme dos! "375! Sessenta e 1uatro* $natomia da Crise% S&oPauloT V)rtie! [ ;ins \Sarles, >argaret R! "37! Q>aintaining Politial =ontrol M0roug0 PartiesT M0e -ra$ilianStrategE!Q Comparative Politics "8 .outubro/, pp! 4"6O! [ ;ins \

S0?ar$, Ro0n #! e #arl! ;! S0a?! "3O5! 2he nited States Conressin ComparativePerspective% HinsdaleT M0e DrEden Press, "3O5! [ ;ins \SullE, Mimot0E! "33! Rethin&inthe Center* CleavaesB CriticalJuncturesB and Part!+volution in Chile% StanfordT Stanford UniversirE Press! [ ;ins \S0ugart, >alt0e?! "377! QDuvergers ule, Distrit >agnitude, and Presidentialism!QMese de doutorado, UniversirE of =alifornia, Irvine! [ ;ins \S0ugart, >att0e?, e Ro0n =areE .no prelo/! +Hecutives and $ssemblies* 6nstitutionalD!namics o4 Presidentialism% Nova ]or e =ambridgeT =ambridge UniversirE Press!  [ ;ins \Sidmore, M0omas! "35O! Politics in "ra#iL :;K8-:;=* $n +Hperiment in Democrac!%Ne? ]orT (<ford UniversirE Press! [ ;ins \Soares, Cláuio :rE Dillon! "354! Q:lian%as e =oliga%9es #leitoraisT Notas para uma

Meoria!Q Revista "rasileira de +studos Políticos "O .Bul0o/, pp! 386"4! [ ;ins \666666666! "3OF! QDesigualdades #leitorais no -rasil!Q Revista de Ciência Política M , pp!647! [ ;ins \Sou$a, >aria do =armo =ampello de! "3O5! +stado e Partidos Políticos no "rasil N:;K8a :;=% S&o PauloT :lfa6(mega! [ ;ins \Sou$a, >aria Mere$a Sadel "375! Q: MraBet1ria de Rnio @uadros!Q In -olivar;amounier .org!/! :;<* O 9oto em S3o Paulo, pp! 55677! S&o PauloT ID#SP!  [ ;ins \Stepan, :lfred! =! "3O7! QPolitial ;eaders0ip and egime -reado?nT -ra$il!Q In RuanR! ;in$ e :lfred Stepan .orgs!/, 2he "rea&down o4 Democratic Reimes* Latin $merica,pp! ""J6"FO! -altimoreT Ro0ns Hopins UniversitE Press! [ ;ins \Strom, Kaare! "33J! inorit! (overnment and aJorít! Rule% Nova ]or e =ambridgeT=ambridge UniversirE Press! [ ;ins \

Suáre$, Xaldino! "37! Q#l poder eBeultive en :m)ria ;atinaT Su apaddad operativabaBo reg*menes presidenialistas de gobierno!Q Revista de +stGdios Políticos 3, pp!"J36"44! [ ;ins \Suleiman, #$ra! "37"! QPresidential Covernment in rane!Q In i0ard ose e #$raSuleiman, eds!, Presidents and Prime inisters, pp! 346"F7! Xas0ington, D!=!T:merian #nterprise Institute! [ ;ins \Mrigueiro, (svaldo! "38F! Q(s Poderes do Presidente da epúblia!Q Revista 5orense"47 .Bul0o 6 agosto/T F"648! [ ;ins \

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666666666! "383! Q: =rise ;egislativa e o egime Presidenial!Q Revista "rasileira de+studos Políticos M .novembro/, pp! 486O4! [ ;ins \Valen$uela, :rturo, e :le<ander Xilde! "3O3! QPresidential Politis and t0e Deline oft0e =0ilean =ongress!Q In Roel Smit0 e ;loEd >usolf .orgs!/, Leislatures inDevelopment* D!namics o4 Chane in .ew and Old States, pp! "736"8! Dur0amTDue UniversirE Press! [ ;ins \

Vargas, Cetúlio! "38"! $ Campanha Presidencial  io de RaneiroT Ros) (lEmpio!  [ ;ins \Xaler, Ignaio! "375! QDel Populismo al ;eninismo E la Inevitabilidad del onflitoT #lPartido Soialista de =0ile ."3FF6"3OF/Q! Notas M)nias =I#P;:N 3" .de$embro/!  [ ;ins \Xeber, >a<! "3O7! +conom! and Societ!% -ereleET UniversirE of =alifornia Press!  [ ;ins \Xrig0t, Step0en, e Xilliam ier! "377! QPluralitE and unoff SEstems and Number of=andidates!Q Mrabal0o apresentado no =ongresso >undial da :ssoia%&o Internaionalde =i'nia Pol*tia, Xas0ington, 7 de agosto a "`Z de setembro! [ ;ins \ 

 >ain?aring, S!, QDilemmas of >ultipartE Presidenial DemoraE+ t0e =ase of -ra$ilQ!

Mradu%&o de lvaro de Vita! onald :r0er, >i0ael =oppedge, Daniel ;evine, :ntonioPai<&o e >att0e? S0ugart fi$eram omentários úteis a este artigo!" Ver sobretudo o f)rtil trabal0o de ;in$ .in ;in$ e Valen$uela, no prelo/, que irulouamplamente desde "378 e que ontribuiu para gerar o debate subseqAente! (utrasontribui%9es importantes inluem -londel e Suáre$, "37"+ ;in$ e Valen$uela, no prelo+S0ugart e =areE, no prelo+ =oppedge, "377+ Con$ále$, "33+ iggs, "377+ Suáre$,"37! #ssa literatura analisa uma diversidade de problemas dos sistemaspresidenialistas! =onentro6me aqui nas rela%9es entre os presidentes, os partidos e o=ongresso! Mal omo entendida neste artigo, uma demoraia satisfa$ tr's rit)rios! ."/ :alternnia no poder deve ser assegurada por elei%9es ompetitivas! ./ preiso0aver sufrágio adulto pratiamente universal! :t) reentemente esse rit)rio eradisut*vel, uma ve$ que alguns pa*ses 0abitualmente onsiderados demoraiase<lu*am uma grande parte da popula%&o adulta .a Su*%a, por e<emplo, e<lu*a asmul0eres/ do direito ao sufrágio, mas isso Bá n&o oorre mais! .F/ preiso quee<istam as garantias dos direitos ivis lássios, tais omo a liberdade de e<press&o,liberdade de organi$a%&o, prote%&o legal adequada et!F SarneE n&o foi eleito por voto popular nem mediante um proedimento nitidamentedemorátio+ foi eleito vie6presidente pelo =ol)gio #leitoral que fora riado paraassegurar a vit1ria do andidato do regime militar! >as mesmo assim ele enfrentoumuitos dos problemas dos presidentes do regime de "348654!8 : barreira eleitoral se refere porentagem m*nima de votos que um partido preisapara onquistar uma adeira no legislativo! No -rasil, a únia barreira formal ) oquoiente eleitoral em qualquer um dos estados, isto ), o número de votos divididopelo número de representantes do estado! Se um estado tem 8 representantes, um

partido ou alian%a de partidos neessita de 4L dos votos para obter uma adeira! N&oe<iste barreira naional, de forma que um partido pode onquistar uma adeira na=mara om uma porentagem e<tremamente bai<a do voto no pa*s todo! :magnitude dos distritos eleitorais di$ respeito ao número de representantes pordistrito! No -rasil, os estados onstituem os distritos eleitorais para a =mara dosDeputados! =ada estado tem pelo menos O deputados e os grandes estados t'm aimade J deputados, uma magnitude distrital omparativamente elevada que failita arepresenta%&o de pequenos partidos! Inúmeros analistas .S0ugart, "377, entre outros/observam que uma magnitude distrital de ino ) o ponto apro<imado aima do qual

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um grande número de partidos podem obter representa%&o! !5 >agal0&es, ;! #!, itado em QSalve6se quem puderQ, 6sto Q Senhor n "JFF .Bun0o de"373/, p! 8!O : maioria dos estados tin0a seu pr1prio Partido epubliano loal, e nen0uma dessasorgani$a%9es estaduais tin0a e<ist'nia para al)m de um determinado estado! N&oe<istiam partidos naionais! >as essas organi$a%9es de mbito estadual apoiavam o

presidente, e lideran%as daquelas em geral se oloavam disposi%&o deste último!7 Isso tamb)m se aplia aos ongressistas norte6amerianos! Ver >aE0e?, "3O4! >asa maioria dos partidos brasileiros s&o mais invertebrados do que os partidos nos#stados Unidos!3 :fonso :rinos de >elo rano foi ministro das ela%9es #<teriores de Rnio @uadros!#m sua autobiografia .rano, "357T 846"54/, ele analisa a oposi%&o de UDN a@uadros!"J Se a imprevisibilidade da arena parlamentar e partidária aumenta quando ospartidos s&o, omo no -rasil, indisiplinados, os disiplinados, por sua ve$, n&o s&ouma b'n%&o sem restri%9es em sistemas presidenialistas! Partidos disiplinados,sobretudo em demoraias presidenialistas multipartidárias, riam outros tipos deproblemas! Uma disiplina partidária forte pode aentuar os impasses entre oe<eutivo e o legislativo, espeialmente no aso de o presidente enfrentar uma

onsiderável oposi%&o no =ongresso!"" De i$ ."377/ desenvolve um argumento similar para a :rgentina do per*odo:lfons*n! #nquanto desfrutava de ampla popularidade, :lfons*n elipsou totalmente oPartido adial, mas om o del*nio de sua popularidade surgiram ismas no partido eo apoio a :lfons*n diminuiu!" Para um breve resumo da arreira pol*tia de @uadros, ver de Sou$a, >!M!S! ."375/!Sobre as inlina%9es antipartidárias de @uadros, ver amos ."35"T "648/+ Sidmore."35O/+ lEnn ."3O7T JO68/+ Dubni ."357T "J6"""/! Para um breve tratamentode sua presid'nia, ver -enevides, "37!"F Isso ) verdadeiro em geral e n&o apenas om refer'nia ao -rasil! Ver Xrig0t andier, "377+ Duverger, "384!"4 :bran0es ."377/ argumenta que minist)rios multipartidários s&o o mesmo que

governos de oali$&o! Disordo porque nem sempre 0ouve um entendimento entre ospartidos aera da nature$a de governo de oali$&o! (s presidentes sempre tiveramum onsiderável arb*trio na nomea%&o de seus minist)rios!"8 Nem todas as oali$9es partidárias no =ongresso podem ser atribu*das a iniiativaspresideniais! : legisla%&o eleitoral e as normas de funionamento do =ongressotamb)m inentivam as oali$9es partidárias no n*vel legislativo! :p1s "345, alegisla%&o eleitoral brasileira era .e ainda )/ e<epional por permitir alian%as emelei%9es proporionais, e os partidos tiraram vantagem disso! Da mesma forma, omonota Hipp1lito ."378T5"/, Qao e<igir maiorias qualifiadas para a apresenta%&o evota%&o de uma infinidade de mat)rias, a =onstitui%&o tornou quase imposs*vel aaprova%&o de qualquer proBeto por um únio partido! : lei pratiamente obrigava ospartidos a reali$ar alian%asQ! Sobre oali$9es ongressionais, ver I!! de (liveira, "3OF+Santos, "375+ Hipp1lito, "378T 546O8! Sobre oali$9es eleitorais para o =ongresso, ver

Soares, "354+ I!! de (liveira, "3OF!"5 -envids ."37"T336"JO/ retrata de forma diversa a posi%&o da UDN nesse per*odo,enfati$ando sua oposi%&o intransigente a Kubits0e!"O ;iip0art .no prelo/ 0ega a uma onlus&o similar, ainda que mediante argumentosem erta medida distintos!"7 Há eventuais e<e%9es! : oali$&o da rente Naional na =olGmbia, por e<emplo,durou de$esseis anos ."3876"3O4/, per*odo ao longo do qual oali$9es interpartidáriasse mantiveram em p) durante todo o mandato presidenial!"3 ( predom*nio do e<eutivo no que se refere iniiativa legislativa, em termos

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omparativos, n3o Q+ inomum! Segundo S0?ar$ ."3O5T "33/, na Cr&6-etan0a OOLde todas as leis aprovadas foram de iniiativa do e<eutivo! : :leman0a (identalentre "343 e "353, om O5L, e a ran%a entre "35" e "355, om 3FL, apresentamdados semel0antes!J #ssa situa%&o revela um dilema omum na :m)ria ;atina! =ongressos poderosospodem ontribuir para imobili$ar o sistema omo um todo se a oposi%&o ontrola uma

ou ambas as asas legislativas durante a maior parte do tempo! #m um sistemapresidenialista, medidas que enfraqueem o =ongresso enfraqueem diretamente aarena em que os partidos disp9em de seus reursos pol*tios!" ormulando a quest&o dessa maneira, n&o quero dar a entender que o sistema degoverno ) uma variável independente que determina, ou influenia de ormaunilateral, a nature$a dos partidos e do sistema partidário! : nature$a dos partidos edo sistema partidário tamb)m influenia o sistema de governo! Duverger ."374/oferee evid'nias onretas para esse argumento, mostrando que se na ran%a aintrodu%&o do presidenialismo renovou ompletamente o sistema partidário, naIslndia, Irlanda e ustria foram os partidos previamente e<istentes quetransformaram a nature$a do presidenialismo! >as o fato de que a influ'nia entresistemas partidários e sistema de governo ) re*proa n&o nos impede de observar umdos lados dessa influ'nia, a saber, o impato do presidenialismo sobre a onstru%&o

partidária! :l)m disso, na maioria dos pa*ses, o sistema de governo 0istoriamentepreede a onsolida%&o do sistema partidário! Por essa ra$&o, em muitos asos osistema de governo iniialmente ondiionou mais o desenvolvimento partidário do quevie6versa! :pesar de seu argumento e<agerar esse aspeto, -urns realmente 0ama a aten%&opara a autonomia dos presidentes vis-à-vis a seus partidos! ose ."37"/, de umaperspetiva diversa, 0ega a uma onlus&o bastante semel0ante!F Nos #stados Unidos, o sistema de elei%&o presidenial ontribuiu para produ$irseveras distor%9es entre a porentagem que um determinado andidato obt)m do votopopular e sua porentagem no ol)gio eleitoral! #m ombina%&o om distritos derepresentante únio, o ol)gio eleitoral tem um efeito onstrutivo sobre o número departidos representados no =ongresso, o que em erta medida redu$ a tend'nia a

0aver governos de minoria! >as desde "38 a norma tem sido o ontrole do =ongressoe da presid'nia por partidos distintos!4 :s ontribui%9es de ;iBp0art foram fundamentais nesse debate! Sartori, que antes0avia argumentado que 0á uma forte propens&o de sistemas multipartidários om maisdo que ino ou seis partidos desenvolverem poderosas tend'nias entr*fugas,reon0eeu mais reentemente que a variável ruial em sistemas parlamentaristas ) apolari$a%&o ideol1gia, que pode variar independentemente do número de partidos! VerSani e Sartori, "37F!