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ESTRUTURA DE CAPITAIS E CUSTO DO CAPITAL

ESTRUTURA DE CAPITAIS E CUSTO DO CAPITAL · 2019-05-03 · Custo do capital e Estrutura de capital Para os autores da economia clássica existe uma estrutura dos capitais óptima

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ESTRUTURA DE CAPITAIS

E CUSTO DO CAPITAL

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Questões importantes

Quais os investimentos a longo prazo é que as

empresas devem realizar.

Que uso se deve fazer da dívida, os seu limites e

mais genericamente qual deve ser a estrutura de

capital.

A terceira questão, igualmente importante, refere-se

ao nexo destas duas últimas.

17-2

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EFEITO FINANCEIRO DE ALAVANCA

ESTGV-IPV

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Modelo Clássico de Alavanca Financeira

Apesar de esta análise ser útil para um melhor

entendimento do valor do endividamento, na sua

simplicidade, não considera algumas dimensões

relevantes:

Ignora o próprio efeito da variação do

endividamento no respectivo custo,

◦ Um empresa que se endivida mais tenderá a ter

condições de financiamento menos favoráveis;

ESTGV-IPV

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Modelo Clássico de Alavanca Financeira

Ignora o efeito do risco na rendibilidade dos

capitais próprios,

◦ Um maior endividamento gera, para o accionista, um

risco acrescido e um aumento da rentabilidade

proporcionado pelo incremento do endividamento

pode não compensar esse acréscimo de risco.

Ignora o valor de reserva de fundos que é

utilizada com mais endividamento no

financiamento de oportunidades futuras de

investimento.

ESTV-IPV

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A questão da estrutura de capital

O valor de uma empresa é definido como a

soma do valor da sua dívida e o valor dos

seus capitais próprios (equity).

V = B + S

15-6

Se o objectivo da gestão é

maximizar o valor, então a

empresa deve escolher o debt-

equity ratio, que faz com que a

área desta circunferência

(proporcional ao valor) seja a

maior possivel.

Value of the Firm

S BS BS BS B

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Separando as fontes …

CP

PLP

PC Te

rceir

os

Pró

pri

o

CP

LP

Es

tru

tura

de

Ca

pit

al

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A questão da estrutura de capital

Levanta dois importantes problemas:

Porque que é que os accionistas se devem preocupar com a maximização do valor da empresa?

- Talvez o mais racional seria preocuparem-se com a maximização do valor para os accionistas?

Qual é o rácio debt-to-equity que mazimiza o valor para os accionistas?

Verifica-se, que alterações na estrutura de capital beneficiam os accionistas se e apenas se o valor da empresa aumentar.

15-8

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Ativos

Investimentos

Cap. Próp. +

Passivos

Financiamentos

FC

FCL = Fluxo de Caixa

CMPC = Custo Médio Ponderado de Capital

CMPC

Técnicas

Maximizar valor ou riqueza

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Custo do capital e Estrutura de capital

Que limites ao endividamento?

◦ Tese do endividamento permanente (J. Guillou):

É o Fluxo de tesouraria de exploração define o autofinanciamento bruto anual e o limite de recurso ao crédito

◦ O recurso exclusivamente à dívida tem limites

Os que decorrem da optimização da estrutura financeira da empresa

As práticas sectoriais

Os que advêm da indisponibilidade do sistema bancário e/ou de outros mercados financeiros não intermediados

Os custos de financial distress, ou custos de insolvencia

Custos directos

Custos indirectos

Os custos directos podem ser encarados como custos de transacção e os indirectos como os resultantes da assimetria da informação

DGEST-ESTV-IPV

10

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Custo do capital e Estrutura de capital

Para os autores da economia clássica existe uma estrutura dos capitais óptima que resulta dos seguintes supostos de comportamento das variáveis financeiras:

◦ O custo dos capitais alheios é, a partir de determinado nível de endividamento, crescente mesmo já tendo em atenção os efeitos fiscais

◦ O custo dos capitais próprios é também crescente e depende do risco financeiro da empresa

◦ O custo do capital é, consequentemente, uma função crescente em relação ao endividamento da empresa

DGEST-ESTV-IPV

11

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r

B

S

rB

rS

WACC

WACC (Visão tradicional)

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A moderna teoria do custo do capital:

Objetivos

Conceito CMPC

Entender o custo de oportunidade do capital

próprio e os prêmios pelo tempo e pelo risco

Calcular o custo efetivo do capital de terceiros

13

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Objectivo

Incorporar os efeitos da decisão de financiamento por

via do ajustamento da taxa de desconto utilizada para

actualizar os unlevered cash flows (originados por uma

empresa hipotética apenas constituida por capitais

próprios).

A forma mais difundida de introduzir o efeito da dívida

no cálculo do custo do capital é fazendo uma média

ponderada do custo do capital próprio e do custo da

dívida líquido de impostos sobre lucros.

ESTGV-IPV 14

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Do custo aparente da dívida, deve ser extraído o

benefício fiscal

Kd = Ka (1 - IR)

Custo aparente

da dívida

Taxa do IR

Custo efetivo

da dívida

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◦Custo aparente

Custo efetivo

Kd = Ka.(1-IR)

Onde Ka = 80/500 = 16% a.a.

Kd = 16%.(1-0,34)

Kd = 10,56% a. a.

Números:Dívidas = 500 € milJuros = 80 € milIR = 34%

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Símbolo do custo externo

Kd ou Kb

Custo de Capital

Dívida Dívida Obrigacionista=Bond

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Benefício fiscal

Juros representam despesas

financeiras dedutíveis do IRC

Parte dos juros pagos retorna

sob a forma de IRC não pago

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Símbolo do custo próprio

Ks ou Ke

Custo de Capital

Stock = Activos accionistas

• É um custo de oportunidade!

• A empresa não tem obrigação de remunerar os sócios!

• Porém, os sócios tem uma expectativa de retorno

Equity = Capitais próprios

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Uma média ponderada

( )

( )

=i

ii

F

KFCMPC

.

Volume do Fundo i

Custo da Fundo i

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Um breve resumo ...

Ativo Passivo

Bens + Direitos

Capitais Próprios

Passivo LP

Fluxo de Caixa Custo de Capital

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Custo do capital e Estrutura de capital

MM (1958) “o valor da empresa é, em determinadas condições,independente da estrutura de capital”

Tal proposição é uma consequência de um conjunto de hipóteses

referentes à eficiência dos mercados de que se deduzem as

seguintes hipóteses de comportamento

◦ O custo dos capitais alheios é constante, independentemente do

grau de endividamento da empresa a médio e a longo prazo

◦ O custo dos capitais próprios é crescente relativamente ao

grau de endividamento da empresa dependendo do risco

financeiro da empresa

Temos então que o risco financeiro, que é crescente com o endividamento

da empresa, afecta o custo dos capitais próprios, mas não o custo dos

capitais alheios

DGEST-ESTV-IPV

22

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M&M (A política de endividamento não é

relevante para o valor da empresa)

Modigliani & Miller

◦ Quando não há impostos e os mercados de

capitais funcionam bem, não faz diferença se as

empresas se endividam ou se os accionistas

endividam e investem na empresa (Miller, 1977).

◦ Em resumo, o valor de mercado de uma empresa

não depende da sua estrutura de capital.

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Pressupostos do Modelo de MM

Expectativas Homogéneas

Classes de risco homogéneas

Cash Flows Perpétuos

Mercados de capitais perfeitos

◦ Competição perfeita

◦ Empresas e investidores podem emprestar e pedir emprestado à mesma taxa.

◦ Igual acesso a toda a informação relevante

◦ Não há custos de transacção

◦ Não há impostos

15-

24

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Custo do capital e Estrutura de capital

Analisando as proposições de MM de uma forma analítica, temos que

◦ ro é custo do capital da empresa não endividada, tendo em conta que o valor desta será igual:

◦ onde ro pode ser interpretado alternativamente como arendibilidade exigida para o investimento, que corresponde àtaxa de desconto utilizada para obter o VAL, ou seja, o custode capital de uma empresa sem dívida.

◦ Por outro lado se definirmos:

rB como o custo da dívida

rS como o custo do capital próprio

0

U

EBITV

r=

DGEST-ESTV-IPV

25

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A Proposição I & II de MM (sem impostos) Proposição I

◦ O valor da empresa não é afectado pelo endividamento

VL = VU

Proposição II◦ O endividamento aumenta o risco e os rendimentos dos accionistas

rs = r0 + (B / SL) (r0 - rB)

rB taxa de juro (custo da dívida)

rs taxa de rentabilidade dos capitais próprios, para a empresa com dívida (custo dos capitais próprios)

r0 taxa de rentabilidade dos capitais próprios para a empresa sem dívida (custo do capital)

B valor da dívida

SL valor da dos capitais próprios da empresa alavancada

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A Proposição I de MM (sem impostos)

15-

27

UL VV =\

BrEBIT B-

O total dos accionistas de uma

empresa endividada recebem:BrB

O total dos obrigacionistas

recebe

BrBrEBIT BB+- )(

O fluxo de caixa para todos os stakeholders da empresa

O valor actual desta série de fluxos de caixa é VL

EBITBrBrEBIT BB=+- )(Então:

Ou seja, neste cenário sem impostos o valor actualdesta série de fluxos de caixa é também igual a VU

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A Proposição I & II de MM (sem impostos)

15-

28

A demonstração pode fazer-se a partir da seguinte equação:

SBWACC rSB

Sr

SB

Br

++

+=

0

e tendo em conta que o

WACC de uma

empresa sem dívida:rr

WACC=

0rr

SB

Sr

SB

B

SB=

++

+ S

SB +multiplicando ambos os lados por

0rS

SBr

SB

S

S

SBr

SB

B

S

SBSB

+=

+

++

+

+

0rS

SBrr

S

BSB

+=+

00 rrS

Brr

S

BSB

+=+ )(00 BS

rrS

Brr -+=

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Custo do capital e Estrutura de capital

Temos que o valor de uma empresa com dívida é igual à média ponderada do valor de todas responsabilidades financeiras perante accionistas e credores, pelo valor de cada tipo de responsabilidade no financiamento total:

e podemos chegar à seguinte expressão:

rs = ro + (ro - rB ) x B / S L

Donde tiramos que o aumento do endividamento, aumenta o risco financeiro e consequentemente a rendibilidade exigida pelos accionistas para os capitais próprios.

Assim o beneficio resultante de substituir capital próprio por dívida é completamente anulado pelo aumento do risco financeiro e consequentemente pelo aumento de rs

DGEST-ESTV-IPV

29

++

+= SBWACC r

SB

Sr

SB

Br

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Gráficamente obtemos o custo dos capitais próprios, o custo da dívida e o

custo médio ponderado do capital (WACC) cujo comportamento traduz a

Proposição II MM (sem impostos sobre a empresa)

Racio Debt-to-equity

Cu

sto

do

ca

pita

l: r

(%

)

r0

rB

SBWACC rSB

Sr

SB

Br

++

+=

)( 00 B

L

S rrS

Brr -+=

rB

S

B

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Estrutura de capital

Notar que alavancagem provoca um crescimento do risco financeiro na medida que se traduz num aumento da variabilidade da taxa de rentabilidade dos capitais próprios

▪ Não deve ser confundido com o risco de falência ou insolvência que está ligado à impossibilidade por parte de uma empresa de fazer face aos seus pagamentos

Nestas condições:

◦ o custo do capital da empresa (WACC) permanece constante com o endividamento

◦ A decisão de estrutura de capital é irrelevante

◦ As decisões de investimento reais determinam integralmente o valor da empresa

◦ A decisão de estrutura de capital apenas determina a parte que cabe a accionistas e credores (distribuição dos lucros)

DGEST-ESTV-IPV

31

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A Proposição I & II de MM

(com impostos sobre as empresas)

Proposição I (com impostos sobre as empresas)

◦ O valor da empresa cresce com o endividamento VL = VU + TC B

Proposição II (com impostos sobre as empresas)

◦ Parte do aumento do risco do capital e rentabilidade é compensado pelo

escudo fiscal proporcionado pelos juros

rS = r0 + (B/S)×(1-TC)×(r0 - rB)

rB taxa de juro (custo da dívida)

rs taxa de rentabilidade dos capitais próprios, para a empresa com dívida (custo dos capitais próprios)

r0 taxa de rentabilidade dos capitais próprios para a empresa sem dívida (custo do capital)

B valor da dívida

SL valor da dos capitais próprios da empresa alavancada

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A Proposição I de MM (com impostos)

15-

33

BTVV CUL+=

)1()(

Os accionistas de uma empresa

endividada recebem:

CBTBrEBIT -- BrB

e os obrigacionistas:

BrTBrEBIT BCB+-- )1()(

O fluxo de caixa para os diversos stakeholders da empresa

O valor actual desta série de fluxos de caixa é VL

=+-- BrTBrEBIT BCB )1()(Ou seja

- O valor actual do primeiro termo VU

- O valor actual do segundo termo TCB

BrTBrTEBIT BCBC+---= )1()1(

BrBTrBrTEBIT BCBBC++--= )1(

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A Proposição I de MM (com impostos)Partindo da expressão a que chegamos anteriormente

que exprime a proposição I de MM com impostos

)()1( 00 BCS rrTS

Brr --+=

BTVV CUL+=

Como BSVL+=

Os fluxos de caixa representados por cada lado do balanço têm de ser iguais:

BCUBS BrTrVB rS r +=+0

BrTrTBSB rS r BCCBS+-+=+

0)]1([

Se dividirmos ambos os lados por S (Capitais Próprios)

BCCBS rTS

BrT

S

Br

S

Br +-+=+

0)]1(1[

BTVBS CU+=+

)1( CU TBSV -+=

Simplificando obtemos:

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O efeito da alavancagem financeira no custo da Dívida e no

custo do Capitais Próprios, para um empresa que paga impostos

15-

35

Rácio (B/S)Debt-to-equity

Custo do capital:r (%)

r0

rB

)()1( 00 BC

L

S rrTS

Brr --+=

S

L

LCB

LWACC r

SB

STr

SB

Br

++-

+= )1(

)( 00 B

L

S rrS

Brr -+=

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Sumário(sem consideração de impostos)

Num mundo sem impostos, o valor da empresa não é afectado

pela sua estrutura de capitais.

A proposição M&M I é VL = VU e mantém-se porque os

accionistas podem atingir qualquer padrão de payouts

recorrendo ao endividamento privado.

Num mundo sem impostos, a proposição M&M II determina que

o endividamento aumenta o risco e a rentabilidade dos

accionistas.

15-

36

)( 00 B

L

S rrS

Brr -+=

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Sumário: (com consideração de impostos)

Num mundo com impostos, mas sem custos de

insolvência, o valor da empresa aumenta com o

endividamento.

A proposição M&M II é VL = VU + TC B

Num mundo com impostos , a proposição M&M II

determina que o endividamento aumenta o risco e a

rentabilidade dos accionistas.

15-

37

)()1( 00 BC

L

S rrTS

Brr --+=

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O IMPACTO DOS CUSTOS DA

INSOLVÊNCIA FINANCEIRA

ESTV-IPV

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O impacto dos custos da insolvência financeira

Até agora M&M sugere que o endividamento não temimpacto no valor da empresa, ou que a consideração dosimpostos implica que a estrutura de capital ótima seja a de100% de dívida.

No mundo real, não existem estruturas de capital de100% de dívida porque tal conduziria a estados deinsolvência.

A simples probabilidade da insolvência tem consequênciasnegativas sobre o valor da empresa.

Contudo, não é o risco de insolvência que reduz o valorda empresa, mas sim os custos de insolvência financeira.

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40

ESTRUTURA DE CAPITAL

1.Incapacidade de proceder aos pagamentos prometidos

2.Transferência da propriedade dos activos dos sócios / accionistas para os credores

3.Conceptualmente a falência ocorre quando CP = 0, ou A = D

CUSTOS DE FALÊNCIA(Financial Distress Costs)

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41

ESTRUTURA DE CAPITAL

CUSTOS DE FALÊNCIA(Financial Distress Costs)

O aumento do endividamento aumenta a probabilidade da empresa falir

Falência Custos directos

Suspeita de Falência Custos indirectos

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Tipos de custos de insolvência financeira

Os custos de insolvência financeira – Custos

motivados pelas situações de insolvência ou por decisões de

gestão motivadas pela situação de crise.

1. Custos directos

❑Legais, administrativos

▪ Tribunais, advogados, bancos

▪ Tempo de gestão

2. Custos indirectos

❑Custos para evitar a falência

▪ Perda de fornecedores e clientes

▪ Vendas perdidas, por exemplo, em relação à evolução do

sector .

▪ Decisões de investimento ineficientes

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Integração dos efeitos dos impostos com

os dos custos da insolvência financeira

Há um trade-off entre as vantagens fiscais do endividamento e os

custos da insolvência financeira

É difícil exprimir esta relação com uma formula rigorosa e precisa,

mas poderíamos escrever algo como:

Valor de mercado de empresa em insolvência financeira

= Valor de uma empresa totalmente financiada por capitais

próprios

+ Valor actual do escudo fiscal

– Valor actual dos custos de insolvência financeira

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Integração dos efeitos dos impostos com os dos

custos da insolvência financeira

Debt (B)

Valor da empresa(V)

0

Valor Actual do escudo fiscalda dívida

Valor Actual doscustos de financial distress

Valor da empresa sob MM com dívida e impostossobre a sociedade

VL = VU + TCB

V = Valor actual da Empresa

VU = Valor actual da Empresa sem Dívida

B*

ValorEmpresamaximo

Montante de Dívida Optimo

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45

ESTRUTURA DE CAPITAL

1. CUSTOS DE FALENCIA

2. CUSTOS DE AGENCIA

• Assimetria de informação também pode originar um nível

ótimo de financiamento através da ponderação de problemas

de risco moral e de seleção adversa

Os cash flows podem ser insuficientes para fazer face a todos os pagamentos

A empresa pode ser economicamente viável

O problema pode estar na própria

forma de financiamento

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Evidência empírica da teoria do Trade-off

Alterações no endividamento afectam o valor daempresa

Existem diferenças na estrutura de capitais entresectores

Há alguma evidência de que as empresas secomportam como tivessem um rácio Debt-to-Equityalvo.

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47

ESTRUTURA DE CAPITAL

CUSTOS DE AGÊNCIA

Divergência de interesses entre- Proprietários

Evitar a falência- Administradores

Com interesses divergentes- Credores

Proteger valores dos ativos, reduzindo controlo dos proprietários

Necessidade de criar mecanismos para minimizar Custos de agência

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Efeito dos custos da Agência na

estrutura de capital

Com os credores

Fontes de conflito:

◦ Distribuição inesperada de dividendos

◦ Emissão de dívidas de prioridade igual ou superior (sénior)

◦ Rejeição de investimentos rentáveis em favor de mais arriscado

Se anticipam condutas oportunistas:

◦ Financiamento de custos mais elevados, garantias

◦ Cláusulas: investimento mínimo, proibições de vendas de ativos,

requisitos de capital, limites ao endividamento, informações sobre

obrigações

◦ Possibilidade de "racionamento de crédito"

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Exemplos de decisões de negócios que prejudicam os interesses

dos seus credores.

Passar a pagar o dobro de dividendos como era costume.

Aumentar a dívida da empresa com dívida de maior prioridade

Venda de ativos não correntes da empresa

Que características das empresas favorecem o seu acesso ao

financiamento alheia?

Ter alto autofinanciamento,

Nível de endividamento inferior à média do setor,

Maior tamanho

Ter ativos tangíveis não específicos.

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O que acontece se o banco exigir taxas de juros muito altas

para empréstimos a empresas?

Apenas as empresas dispostas a fazer investimentos muito arriscadas vão querer

esse tipo de financiamento. Este é apenas o tipo de cliente que a instituição

financeira não quer, uma vez que terão uma maior probabilidade de insolvência

(efeito "seleção adversa").

A melhor solução para o banco, que maximiza seu valor, não é elevar as taxas de

juros, pois geraria um portfólio de clientes que provavelmente acabaria sendo

insolvente. Pelo contrário, ele está interessado em tentar discriminar entre

empresas com projetos rentáveis e empresas com projetos muito arriscados para o

banco, para definir taxas de juros acessíveis para empresas com menos risco e não

para conceder financiamento para empresas Com projetos muito arriscados.

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Porque as PME e especialmente as novas empresas têm dificuldade em

aceder ao financiamento?

As instituições financeiras tentam estimar a probabilidade de insolvência das empresas

que lhes solicitam financiamento, a partir da informação disponível. No entanto, as

novas empresas não têm uma estrutura que lhes permita fornecer informações

suficientes à instituição financeira. As PME são empresas que muitas vezes não geram

informações suficientes para a avaliação de risco das instituições financeiras, a menos

que tenham alguma história como cliente de empréstimos e em operações de

descontos comerciais. Se a instituição financeira não tiver informações suficientes para

avaliar o risco, prefere não conceder tal financiamento (racionamento de crédito), em

vez de exigir uma taxa de juro mais elevada.

Para essas empresas é mais prático ir a entidades como empresas de garantia mutua,

cujo objeto social é justamente avaliar esse tipo de risco, para que possam obter as

garantias que lhes permitam obter financiamento bancário.

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Efeito dos custos da Agência

na estrutura de capital

Com os Administradores -acionistas

Fontes de conflito:

- Separação entre propriedade e gestão

- Espalhamento de propriedade

- Divergência de interesses (segurança: poder, remuneração, promoção,

prestígio; crescimento)

- Assimetria de informações entre acionistas e gestores

Decisões contrárias aos interesses dos acionistas:

- Crescimento e permanência da empresa (sem gerar valor)

- Gastos do dos recursos do negócio ("fluxo de caixa livre" =

recursos livremente disponíveis) benefício particulares

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Efecto de los costes de agencia en la

estructura de capital

Conflitos entre Administradores –Accionistas

Controlo das ações executivas:

Conselho de administração

◦ Sistema de remuneración

◦ Mercados de capitales (Take-overs, OPS)

◦ El mercado laboral

◦ Mercado de productos y servicios

Endividamento como mecanismo reduz custos Agência:

Sujeitar a empresa à avaliação dos mercados financeiros

◦ Compromete os recursos gerados em juros (reduz o fluxo de caixa livre)

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Conflitos entre Administradores –ACCIONISTAS.

Como explicar que: "o aumento da dívida pode reduzir os

conflitos entre gestores e acionistas."

Se os gestores decidirem aumentar o endividamento, terão de sujeitar a

empresa à avaliação e supervisão dos intermediários ou dos mercados

financeiros e não poderão utilizar em benefício próprio os recursos que

devem atribuir ao pagamento de juros, o que reduz onflitos de agência

entre acionistas e gestores.

Capítulo 17

Transparencia54

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O endevidamento como um sinal financeiro

QUANDO é relevante:

◦ Informações assimétricas entre diretores e acionistas

◦ Dispersão de propriedade, separação entre propriedade e controle (favorece o oportunismo dos diretores)

Anúncios de aumentos na dívida podem transmitir um sinal positivo aos acionistas

◦ Comprometer-se com a empresa no pagamento de juros e devolução da dívida

◦ Interpretam que o risco de insolvência é reduzido

◦ Os gestores estão interessados em evitar a insolvência da empresa (retribuição, prestígio, posto de trabalho)

◦ É um sinal credível, pois não interessaria aumentar a dívida sem expectativas positivas.

Em que tipo de empresas pode a dívida agir como pontos

financeiros?

◦ Naqueles em que a assimetria de informações entre acionistas e gestores é

relevante.

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Outras combinações de elementos que podem influenciar

a estrutura de capital

Custo e acesso a financiamento alternativo

◦ Alavancagem financeira

◦ Nível médio de endividamento do setor

◦ Resultados e variabilidade, crescimento

◦ Tamanho

◦ Ativos tangíveis (garantias) vs intangíveis, ativos específicos

◦ Dívida da empresa

Estrutura de propriedade e órgãos diretivos da empresa◦ Dívida para reduzir os conflitos de agências e como um sinal financeiro

Envolvente Económico-Financiero Fiscal

◦ Inflação, taxas de juros, impostos

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Outras combinações dos elementos que podem

influenciar a estrutura de capital

Risco economico-financeiro da empresa

◦ Custo e acesso financiamento alternativo

◦ Autofinanciamento: custo de oportunidade

◦ Aumento de capital (custo)

◦ Acesso ao financiamento estrangeiro

Ouros fatores que influenciam sua estrutura financeira:

◦ Capacidade de lidar com o serviço da dívida

◦ Capacidade dos activos de apoio à dívida

◦ O grau de acesso aos mercados de capitais

◦ O tamanho da empresa

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Assimetria informativa (AI): os investidores têm menos

informações sobre as expectativas, os riscos e o valor da

empresa do que os gestores.

Capítulo 18 Transparencia58

Há uma hierarquia na selecção nas fontes definanciamento

1º - Financiamento interno (não afetado pela ia)

2ª - Segunda dívida

3º - Aumento de capital (com grandes problemas)

Teoria do Pecking-Order Theory

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Teoria do Pecking-Order Theory

Contrariamente ao postulado pela teoria do Trade-off:

◦ Não há um rácio alvo “debt to equity” óptimo.

◦ Empresas rentáveis parecem usar menos dívida.

◦ As empresas gostam de manter uma folga financeira na utilização das distinas fundo de fundos

As empresas mais lucrativas pedem menos emprestado, nãoporque tenham menores rácios alvo “debt to equity”, masporque não necessitam de financiamento externo.

A teoria do Pecking-Order Theory defende que a empresaprefere contrair dívida que emitir acções se o financiamentointerno for insuficiente.

A preferência pelo financiamento com fundos internos tambémacontece porque assim podem ser obtidos sem serem enviadasmensagens adversas ao mercado

59

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As deduções fiscais derivadas da dívida, os custos dainsolvência financeira e da Agência estão em segundoplano para explicar a estrutura financeira.

Capítulo 18 Transparencia60

Somente se o nível de dívida provoca alta e realprobabilidade de insolvência financeira, é que aempresa vai preferir a emissão de ações sobre adívida.

Teoria do Pecking-Order Theory

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O BETA,

O ENDIVIDAMENTO

E O CUSTO DE CAPITAL

ESTV-IPV

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62

Capital Asset Pricing Model

• O CAPM descreve a relação existente entre a taxa de rendibilidade esperada pelos accionistas (Ks) e o risco de mercado das suas acções

• Pressupõe-se que o investidor é avesso aorisco, pelo que, para níveis de risco maiselevados, irá exigir taxas de rendibilidademaiores.

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63

CAPM

O rigor na estimativa do custo de capital das acções

ordinárias depende de dois pressupostos

fundamentais:

1. Eficiência dos mercados – todos os investidores

têm acesso à mesma informação e perante

informações idênticas formam expectativas

idênticas; a relação rendibilidade/ risco é

consistente entre activos com risco comparável.

2. A relação entre risco e rendibilidade é estável ao

longo do tempo (estimativa através de dados

históricos).

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64

CAPM

( )e f m fk r r r= + -

ß mede o risco de mercado de um activo

1. Um activo com b >1 tende a ampliar as oscilações de

mercado

2. Um activo com b <1 tende a reduzir as oscilações de

mercado.

rf: taxa de rendibilidade de activos sem risco;

rm: taxa de rendibilidade do mercado

(rendibilidade de uma carteira com ß = 1);

rm - rf : prémio de risco de mercado

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O Beta e o Endividamento

Notar que o formulação estatística do Beta nos

remete para o conceito de correlação com o

mercado.

Ativo 2

Mercado

( , )β

σ

EmpSemDívidaCov CF Mercado=

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Beta e endividamento: Sem impostos

Num mundo onde as empresas não pagam imposto, e dívida

da empresa é sem risco, (Debt = 0) pode ser demonstrado que a

relação entre o Beta do ativo da empresa não alavancada e o

Beta dos capitais próprios da empresa não alavancada é:

equity UnleveredAsset βAsset

Equityβ =

Num mundo onde as empresas não pagam imposto, edívida da empresa é com risco, pode ser demonstradoque a relação entre o Beta da empresa não alavancada e oBeta das acções da empresa alavancada é:

equity UnleveredDebtAsset βAsset

Equityβ

Asset

Debtβ +=

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Beta e endividamento: Com impostos

Num mundo onde as empresas pagam imposto e dívida da

empresa é sem risco, pode ser demonstrado que a relação entre

o Beta da empresa não alavancada e o Beta dos capitais próprios

da empresa alavancada é:

equity Unleveredequity Levered β)1(Equity

Debt1β

-+= CT

Como tem que ser superior a 1 para uma empresa alavancada:

Levered equity > Unlevered equity

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Beta e endividamento:

Com Impostos e com Dívida com risco

onde VU = E + D – tD

𝛽L ∙D

E + D(1 – t)= 𝛽U + t ∙ 𝛽D

DE + D(1 – t)

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Beta e endividamento:

Com Impostos e com Dívida com risco

L

CS

BT --+= )1)(ββ(ββ Debtequity Unleveredequity Levered equity Unlevered

D = 0 ?

𝛽L = 𝛽U +(𝛽U− 𝛽D) ∙ (1 – Tc) ∙BE

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O CAPM e a decomposição do risco sistemático

em risco de negócio e risco financeiro

𝑅𝑠= 𝑅𝑓+ 𝛽U(𝑅𝑚 − 𝑅𝑓) + (𝛽L− 𝛽U)(𝑅𝑚 − 𝑅𝑓)

𝑅𝑠= 𝑅𝑓+ 𝛽L(𝑅𝑚 − 𝑅𝑓)

𝑅𝑠= 𝑅𝑓+ 𝛽U(𝑅𝑚 − 𝑅𝑓) + 𝛽U ∙BE(1 – Tc)(𝑅𝑚 − 𝑅𝑓)

Assim, partindo da definição de CAPM:

e tendo em conta o resultado anterior, podemos reescrever o CAPM

de forma a evidenciar que a rendibilidade acionista se forma sobre

uma taxa sem risco adicionando uma remuneração do risco de

negócio e outra do risco financeiro.

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Passos para calcular o WACC a partir dos betas

para uma nova empresa criada de raiz

obter levered (equity) beta do sector onde se insere o projecto

ou de empresa comparável em termos de risco operacional;

calcular o unlevered beta do sector ou empresa comparável

utilizando as respectivas taxas de impostos e target debt-to-equity;

calcular o levered beta da nova empresa utilizando o target

debt-to-equity e a taxa de imposto para a nova empresa;

calcular o cost of equity (rentabilidade do capital próprio) via CAPM

utilizando o levered beta do passo anterior;

calcular o cost of debt do projecto;

calcular o WACC utilizando o cost of equity e cost of debt obtidos

nos passos anteriores.