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DISTÚRBIOS DO SONO Eric Coêlho Alves R1 - Medicina de Família e Comunidade

DISTÚRBIOS DO SONO · História do sono História familiar de distúrbios do sono. Contexto familiar e social, situação de vida. Humor – existência de transtorno afetivo, como

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DISTÚRBIOS DO SONOEric Coêlho Alves R1 - Medicina de Família e Comunidade

SONO

Estado regular, recorrente, facilmente reversível, caracterizado

por inatividade relativa e acentuado aumento do limiar de resposta a estímulos externos,

quando comparado com o estado de vigília.

FACILITAR A ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL DO CÉREBRO.

É SAUDÁVEL QUANDO EM QUANTIDADE E QUALIDADE SUFICIENTES PARA MANTER UM BOM NÍVEL DE VIGÍLIA DURANTE O DIA.

Estrutura do sono

1. NREM (not rapid eyes movement)

Fase 1 – Breve, corresponde à transição vigília-sono.

Fase 2 – Corresponde à metade do sono total, com atividade mental fraca ou ausente.

Fases 3 e 4 – Correspondem a um sono lento e profundo, essencial à restauração somática.

No seu conjunto, a fase NREM tem uma função restauradora, participando na conservação da energia do organismo e contribuindo para a termorregulação, sendo fomentada pelo exercício físico.

2. REM (rapid eyes movement) – acontece a cada 1,5 a 2 ho- ras de sono e dura cerca de 20 minutos (o que corresponde de 4 a 5 vezes por período total de sono, se esse período for de 8 horas), em que ocorre um maior afluxo de sangue ao cérebro. Esse processo está relacionado com sonhos e fantasias, e é fundamental para a recuperação funcional do cérebro e para a consolidação mnésica.

O ciclo do sono é o período que vai da vigília até a fase REM (inclusive), passando pelas fases de adormecimento, sono superficial e profundo. Tem duração de 1,5 a 2 horas.

Idade - A necessidade de dormir diminui com o avançar de idade.

Ambiente - Temperaturas extremas, ruído, luminosidade, alterações do ritmo circadiano.

Psicológicos - Estresse, ansiedade, depressão, labilidade afetiva, humor, tipo de personalidade.

Orgânicos - Dor, dispneia, tosse, prurido, dispepsia, alterações da micção, cãibras musculares, angina noturna, asma, hipertensão arterial, alterações da tireoide.

Fármacos - Teínas, álcool, anfetaminas, corticoides, propranolol, antidepressivos tricíclicos.

Abuso de substâncias prejudiciais - Tabaco, cocaína.

Primários

Dissonias

Insônia

Hipersonia

Primária

Narcolepsia

Parassonias

Mioclonia

SAOS – síndrome de apneia obstrutiva do sono

Alterações do ritmo circadiano

Pesadelos/terrores noturnos

Sonambulismo

Secundários

Psiquiátricos

Médicos

História do sono

História familiar de distúrbios do sono.

Contexto familiar e social, situação de vida.

Humor – existência de transtorno afetivo, como ansiedade ou depressão.

Estilo e hábitos de vida – exercício físico, tabaco, álcool, café, chá, drogas, medicamentos, bebidas “energéticas” ou guaraná.

Fatores ambientais – ruído, luz, animais domésticos, temperaturas extremas.

Antecedentes pessoais e familiares.

causas orgânicas

obesidade

processos obstrutivos das vias aéreas

hiper e hipotireoidismo

doença cardiovascular

doenças neurológicas

doenças degenerativas

doenças musculoesqueléticas

doenças infiltrativas.

Exames complementares de diagnóstico (ECDs)

Laboratoriais – hemograma, glicemia, função tireóidea (TSH e T4 livre), função renal (creatinina, microalbumi- núria) e função hepática (gama GT, TGO);

Radiografia do tórax;

Eletrocardiograma;

Tomografia computadorizada de crânio;

Laboratório do sono, se houver suspeita de SAOS

TRATAMENTO

Padrão de sono alterado recentemente

Treino de hábitos de sono

Hipnóticos, antidepressivos

Insônia aguda, mudança de fuso horário

Hipnóticos de ação curta (2 a 3 noites)

Insônia crônica (queixas de insônias durante pelo menos 3 meses)

Treino de hábitos de sono

Utilização intermitente de hipnóticos

Excluir depressão

Depressão

Antidepressivos

Sono reduzido nos idosos

Treino de hábitos de sono

Evitar hipnóticos (e usar apenas os de ação curta)

Doença física

Tratar a doença primária ou subjacente

Hipnóticos, se apropriado, e por períodos curtos

Alcoolismo/abuso de substâncias prejudiciais

NÃO utilizar hipnóticos

Desabituação etílica ou reabilitação

Crianças

Programas de comportamento

Treino de hábitos de sono

Apoiar os pais

Referenciação para pedopsiquiatra

Síndrome de apneia obstrutiva do sono

Especialista do sono

ORL, pneumologia

Dependência de hipnóticos

Abandono gradual de hipnóticos

Tratamento não farmacológico

Utilização do quarto só para dormir;

Estabelecer horários de sono e vigília, evitando sestas e sonecas;

Fazer exercício físico moderado durante o dia e evitar exercício físico 2 horas antes de dormir (exceto sexo, que pode ser benéfico);

Evitar refeições abundantes à noite;

Moderar ingestão de bebidas alcoólicas e café (ou chá), que devem ser evitados à noite;

Suspensão tabágica;

Tentar identificar e compreender o que ajuda a pessoa a sentir-se melhor (banho quente, música, leitura, etc.);

Psicoterapia.

Tratamento farmacológico

Apenas justificado em caso de falha de tratamento não farmacológico durante pelo menos um mês.

Os hipnóticos são os fármacos de eleição,

Insônias iniciais (dificuldade em adormecer)

, benzodiazepínicos de curta duração, 1 vez por dia,antes de deitar, de forma continuada e por curtos períodos de tempo (2 a 4 semanas).

zolpidem (10 mg)

loprazolam (1 mg).

Insônias terminais (despertar precoce). - 1vez por dia, antes de deitar, de forma continuada e por curtos períodos de tempo (2 a 4 semanas), devendo, então, ser descontinuados

benzodiazepínicos de ação prolongada

diazepam, 5 a 10 mg

lorazepam, 1 a 2,5 mg

antidepressivo ISRS

trazodona, 100 mg

Referenciar para cuidados especializados

Dificuldades ou dúvidas de diagnóstico;

Situações refratárias ao tratamento (mais de um mês);

Situações que exijam técnicas fisiológicas (estudo da estrutura do sono) ou psicológicas específicas

Se houver necessidade de encaminhamento imediato para outras especialidades, como psiquiatria (suspeita de transtorno psicótico) ou otorrinolaringologista/pneumologia (SAOS).