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ORMA ORMA ANO 01 | NÚMERO 01 | MONTES CLAROS | MAIO 2012 Dolce & Gabbana O Barroco na passarela

Revista forma

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ORMAORMAORMAANO 01 | NÚMERO 01 | MONTES CLAROS | MAIO 2012

Dolce & GabbanaO Barroco na passarela

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Arquitetura e Urbanismo

Faculdades Integradas Pitágoras

Disciplina:

História da Arte e da Arquitetura III

I

Autores:

Coordenadora:

Professora:

Andréia Vieira Câmara

Cristiane Veloso

Rhayssa Castro

Solange Lins

Paula Alcântara

Viviane Marques

FORMA

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I

EDITORIAL

A Revista Forma é resultado de esforços

coletivos de estudantes do 3º período do curso de

Arquitetura e Urbanismo das Faculdades Integradas

Pitágoras na cidade de Montes Claros, Minas Gerais. A revista pretende mostrar ao leitor quatro

matérias relacionadas aos estilos de época do

Barroco e Renascimento evidenciando a importância

desses períodos para a história da arte e da

arquitetura. As duas primeiras fazem referência ao

Barroco: a primeira evidencia a contribuição desse

estilo ao mundo da moda, ao ser feita uma releitura na

coleção 2012/2013 pelos conceituados estilistas

Dolce & Cabana e a segunda por mostrar a magia

que envolve a beleza dos jardins dessa época tendo

como um dos maiores símbolos restaurados

r e c e n t e m e n t e , o P a l á c i o d e S c h l o s s .

As outras duas remetem ao Renascimento,

tendo como enfoque a primazia de um dos famosos

trabalhos do artista Michelangelo, “A Pietá”,

brilhantemente esculpida na pedra de mármore. A

quarta e última reportagem diz respeito a referência

renascentista no mobiliário, mais especificamente

nas cadeiras, que possui a intenção de somar e

aprimorar o conhecimento na área da decoração de

interiores e arquitetura.A Comissão Editorial da Revista Forma

agradece aos alunos, professores, a direção da

instituição FIPMoc, e a todos que contribuíram para

que essa edição se transformasse em realidade.

Equipe 3º período Arquitetura e Urbanismo

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ÍNDICE

DOLCE & GABBANAA arte da moda

Schloss HofUm passado restaurado

A Arte Esculpida no Mármore

Um novo Conceito

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DOLCE & GABBANAA arte da moda

por Solange Lins

“Domenico Dolce e Stefano Gabbana, mais uma vez superam todas as expectativas e levam à semana de moda de Milão, coleção inspirada no barroco siciliano.“

“Com profunda inspiração no passado, saltam rumo ao futuro da moda.”

clássico e construindo uma arte sem limites, inacabada, e por isso, totalmente aberta a interpretações.

Seria essa a intenção da Dolce & Gabbana com as peças apresentadas no desfile Outono/Inverno 2012: superar tudo que já foi criado, respeitando de forma primorosa as correntes artísticas inspiradoras, n e s t e c a s o o b a r r o c o ? S e considerarmos que a inspiração do desfile foi o Barroco Siciliano, é possível que estejamos certos.

uitos estudiosos poderiam facilmente dizer que a arte nunca esteve tão atrelada à moda como agora, mas não seria preciso. Basta sabermos que Moda é Arte em todos os sentidos: quando valoriza o belo; quando relê o passado; quando constrói o novo; ou quando une o estético ao espiritual.

Essas também foram algumas características do Barroco, movimento artístico iniciado no final do século XVI, na I tá l ia, que, mantendo um ex t raord inár io respe i to pe las conquistas artísticas do passado, p r i nc ipa lmen te pe la a r t e da antiguidade clássica, superou tudo e desenvolveu uma nova forma de leitura da beleza, fugindo da rigidez do

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Gabbana provando que o belo não tem idade, época ou estilo. O belo é sempre belo e admirável, capaz de tocar os nossos sentimentos mais profundos; capaz de aflorar nosso espírito, ligando-o de maneira sublime à nossa natureza humana. A arte, o belo, sempre tiverem esse objetivo: unir corpo e espírito, harmonizá-los, e a Dolce & Gabbana, com esta nova coleção, não nos deixa dúvidas quanto a esta função.

O B a r r o c o S i c i l i a n o s e consolidou no século XVII, depois que um terremoto devastou a região, por isso, além de ser uma manifestação dos artistas da época, foi um símbolo de superação, de criação do novo a partir do velho, do que foi destruído. L e v a n d o e m c o n t a e s s a s características, se nos atermos aos aspectos subjetivos dessa coleção da Dolce & Gabbana, poderíamos facilmente construir este mesmo paralelo de superação, inovação, de releitura do passado para criar o novo, o futuro, com profunda admiração pelas manifestações artísticas do passado.

É muito mais que o passado construindo o futuro. É a Dolce &

Coleção 2012/2013 D&G

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A Coleção

O Barroco, movimento artístico ligado diretamente ao sagrado, na passarela de Domenico Dolce e Stefano Gabbana, ganha ares de profano, com a

apresentação de vestidos curtos e transparências. Uma junção perfeita que nos leva a pensar até onde a arte pode ir. Haverá limites?

Sapatos com ornamentos inspirados nos desenhos das c o l u n a s r o m a n a , fizeram parte do figurino e causaram bastante admiração graças a riqueza de detalhes.

Claramente inspirado no estilo elizabetano, principalmente p e l o c o r t e d a s g o l a s , lembrando um estilo clássico. Mas a riqueza de detalhes, as pedras preciosas, as transparências e um toque inovador, levaram o barroco de séculos passados, a um novo estilo, que, com certeza, será também relembrado daqui alguns séculos.

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A Coleção

A riqueza de detalhes e os ornamentos, transformam cada modelo em uma obra de arte viva.

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O que podemos ter certeza, é que depois desta coleção da Dolce & Gabbana, as passarelas nunca mais serão as mesmas, e o mais importante: que o passado sempre seja objeto de inspiração, pois essa é a única forma de construir o novo, sem permitir que o velho seja esquecido no tempo.

Brincos e broches trazendo querubins que embelezam e encantam igrejas, resgatando

todo o fascínio do homem pelo divino, pelo transcendental.

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SchlossHof

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Passado RestauradoHá exatos 10 anos, a humanidade foi presenteada com a restauração do

Palácio de Verão do Príncipe Eugene, Schloss Hof, um dos símbolos mais belos do barroco no mundo.

impressionantes do período barroco na Europa.

Barroco é um estilo artístico que floresceu inicialmente na Itália no final do séc. XVI e meados do XVIII e logo se irradiou para outros países da Europa e continente americano. Apesar de estar vivenciando o período do absolutismo e da contra-reforma, distingue-se pelo esplendor da exuberância das obras. Caracteriza-se por mostrar maior dinamismo, contrastes – efeitos de luz e sombra, dramaticidade, pinturas com efeitos ilusionistas, arquitetura rebuscada, principalmente as igrejas, exuberância e realismo, tendência ao decorativo, além de manifestar uma tensão entre o gosto pela materialidade opulenta e as demandas de uma vida espiritual.

chloss Hof impressiona pela magnificência extraordinária do seu jardim dividido em sete terraços d ist intos, caracter izado pelos suntuosos desenhos das plantas, pelas escadarias, estátuas, fontes e labirintos.

chloss Hof volta à vida! Reaberto em 2005 para o público, esse grandioso feito custou aos cofres do governo austríaco 30 milhões de euro (o equivalente a 81 milhões de reais). Hoje os frequentadores desfrutam dos passeios pelos extensos jardins do palácio, dos mercados históricos, festivais de verão, fazenda idílica, sem mencionar na magia que envolve esse lugar.

encantador palácio barroco de SchlossHof da Áustria, localizado próximo à fronteira eslovaca, lembra aos visitantes os dias gloriosos do Império Austro-Húngaro. O palácio foi construído por um dos mais bem sucedidos líderes militares da monarquia, Príncipe Eugénio de Sabóia, no séc. XVIII. O arquiteto, Johann Lucas Von Hildebrant, desenhou livremente numa área de 50 hectares com recursos praticamente ilimitados. Centenas de operários, artesãos e jardineiros passaram anos executando esse projeto. Em 1730, grande parte da obra foi concluída resultando em um dos Palácios mais

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por Andréia V. P. Câmara

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igualmente notável com seus jacintos, anémonas, açafrão e coroas imperiais tecidas em conjunto para um tapete impressionante ao vivo em tons caleidoscópio de rosa, azul e roxo. No verão identificam-se as malvas, flores de aranha, cravos, petúnias e girassóis em plena floração e, finalmente, o outono acena com vermelho, rosa e laranja dálias.

Poucos outros jardins barrocos na Europa podem retratar com esplendor a elegância imprimida no Hof ??Palácio do príncipe Eugénio de Sabóia. Ele combina o poder criativo da natureza humana com habilidade e imaginação para criar uma obra de beleza perfeita e harmônica.

omo as estações do ano, os jardins barrocos do Palácio Schloss Hof são decorados mudando cores e variedades de plantas. Visitantes passeiam pelos tapetes Broderie entre flores, pérgulas e fontes magníficas. Os canteiros de flores ornamentais são um deleite perfeito na primavera, repleta de tulipas, narcisos, violetas e coroas imperiais. O parterre orangerie (um dos andares do jardim) é

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Terraço 1

Terraço 2

Terraço 3

Terraço 4

Terraço 5

Terraço 6

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Os 7 níveis que compõem o jardim Schloss Hof

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A Restauração

om a ajuda de documentos histór icos, pinturas ant igas e conhecimentos dos arqueólogos bem versados, no ano de 2002, por meio de iniciativa privada e do governo austríaco, inicia-se o grande feito de restaurar um dos maiores símbolos do barroco no mundo – o Palácio de Schloss Hof. Os canteiros desenhados no estilo francês chamado parterre de broderie e as platibandas generosas foram novamente estabelecidas em sua riqueza original de cores e formas. Fontes imponentes e impressionantes esculturas estão novamente brilhando na sua magnificência.

restauração do Jardim barroco foi um enorme desafio que foi bri lhantemente cumprido pelos arqueólogos, botânicos e jardineiros talentosos. A precisão dos trabalhos impressiona pela fidedidade com o original. Após centenas de anos, o Palácio de Schloss Hof revive sua antiga glória!

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O1 - Cada canteiro contém cerca de 35.000 tulipas e narcisos.

02 - Linhas de tílias e castanheiros, com suas copas cortadas

em forma de coméia típico do período barrco.

03 - Vista do sétimo terraço.

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O Palácio de Schloss Hof é uma prova viva de que a arte barroca é capaz de encantar e emocionar pela sua beleza.

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A Pietá de Michelangelo

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Michelangelo foi aclamado como o maior escultor da atualidade, quando consegui transformar a grande rocha em uma surpreendente pietà – a obra que consiste uma imagem de Maria mantendo no colo Cristo morto, c o m o s e f o s s e u m m e n i n o a d o r m e c i d o . O a r t i s t a s e comprometeu a realizar o mais admirável trabalho em mármore e o resultado excedeu suas expectativas. A composição é fechada em uma pirâmide, indicando que tudo retorna a um conceito divino, que transcende a dor, a piedade humana. O corpo de Cristo mesmo morto parece ter vida correndo nas veias, o que causa mais emoção e sensibilidade ao reparar a Virgem, seus olhos abaixados demonstram a dor de uma mãe que perde um filho.

Em 1466, nas oficinas da Catedral de Florença encontra-se um enorme bloco de mármore de Carrara, que com 5 metros de altura, ficou conhecido como o Gigante. A pedra que começou a ser talhada por Agost ino di Duccio, logo fo i abandonada pela grande dificuldade de extrair vida de um sólido com proporções antagônicas. O jovem Michelangelo Buonarroti, de 23 anos, foi o então escolhido como aquele que daria forma à rocha desafiadora.

A arte esculpida no mármore

MICHELANGELO. Pietá.174x195cm. Mármore. Basílica de São Pedro, Vaticano. 1498-1499.

por Rhayssa Castro

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A estátua remete a previsão ou a prefiguração que a Virgem tem da paixão do filho e liga-se ao lamento, o gesto demonstrativo da mão de Nossa Senhora diz que a previsão, infelizmente tornou-se verdadeira. A polidez do mármore realça a beleza, a doçura e a jovialidade da virgem. Nenhum detalhe nesta obra fica inacabado, ela foi totalmente polida e f i n a l i z a d a . S e u m a n t o , majestosamente drapeado, arranca do mármore uma leveza inimaginável.

A deslumbrante obra de Michelangelo foi colocada na capela de Santa Petrolina, no Vaticano,

encomendada pelo cardeal Lagraulas, porém faleceu antes de ver sua encomenda finalizada.

Hoje a obra encontra-se na Basílica de São Pedro no Vaticano. Em 1972 um acidente separou o público da bela Pietá. Um homem golpeou com martelo o rosto da Virgem Maria, descaracterizando seus olhos e parte do nariz.Após o acidente a imagem foi restaurada e atualmente está cercada por uma caixa de vidro à prova de balas.

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Um novo ConceitoO mobiliário renascentista junto com o amor à beleza envolveram de

tal maneira na mente do italiano que os mais simples artigos caseiros eram desenhados e feitos com cuidado e perfeição.

por Cristiane Veloso

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O Renascimento teve início na Itália, no século XIV, e difundiu-se por toda a Europa, durante os séculos XV e XVI, foi um movimento urbano, visto que foi muito bem apoiado pelos burgueses.

Nesse período, tanto no mobiliário, quanto na arquitetura, a forma se sobrepõem à função, pois a c o m o d i d a d e , e m b o r a j á reconsiderada, importava menos que o esplendor. Do reinado de Luís XII até o final do século XVI, o mobiliário francês evoluiu dos enfeites góticos para o pleno domínio do estilo renascentista, quando os requintes de incrustação do mármore e da madrepérola, do marfim e das pedras semi-preciosas alcançaram altos

O móvel ficou mais próximo da decoração do ambiente e das características arquitetônicas dos interiores, consistindo em que o seu pape l e ra un i camen te o de proporcionar status social. resultados de beleza e graça.

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As cores mais usadas na renascença eram o vermelho, o verde, o roxo, o azul e o amarelo.

A presença do dourado também é muito forte, pelo fato de demonstrar poder e riqueza, utilizado muito na decoração das igrejas do movimento renascentista.

O período do Renascimento é uma época de afirmação de conceitos novos no mobiliário. A casa deixa de ser concebida apenas como a habitação, adquirindo o sentido de residência. Com isto, os móveis deixam de ser peças descoladas da arquitetura; tornam-se parte dos interiores, integrando o planejamento arquitetônico.

A Renascença trás algumas novidades nas cadeiras e poltronas como o espaldar, braços e esteios, aparecendo com quatro pés inscritos num quadrado ou trapézio, reunidos por t ravessas. Eram móve is suplementares o buffet e o gabinete (buffet menor), apesar de belos os móveis desse per íodo foram projetados para ambientes enormes, sem limites de espaços e por esse motivo não puderam ser adaptados às condições de vida subseqüentes. Nota-se também, nos móveis dessa época a crescente inf luencia holandesa. O renascimento Italiano foi realmente de grande alcance, inspirou os artistas de todos os ramos e afetou as artes e ofícios do mundo.

Cadeira Savanarola : invenção italiana da cadeira dobrável.

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As cadeiras tornam-se mais numerosas, tendo os pés ligados por uma travessa e apoio para os braços em forma de osso de carneiro a estrutura é em geral quadrada, usa-se o estofamento fixo por tachas e terminado por uma franja que era moda também nas cortinas,há também grande variedades de cadeiras e banquinhos em X, a arca continua presente no mobiliário.

Poltrona Luís XIII

Poltrona Luís XIII

Assento estilo Luís XIII17

Poltrona com tapeçariaestilo Luís XIII

Par de Poltronas Luíx XIII