Veronica Santos-Clinica Psicanalitica Em Ambulatorio Publico

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    www .psicologia .ptISSN 1646-6977

    Documento produzido em 23.03.2013

    Verônica Sinfrônio do Carmo Santos 1 Siga-nos emace!oo".com#psico$ogia.pt

    CLÍNICA PSICANALÍTICA

    EM AMBULATÓRIO PÚBLICO

    2012

    Verônica Sinfrônio do Carmo SantoPsicóloga

    E-mail:vel_vip16 !otmail"com

    RESUMO

    Este est#do $ prod#to do atendimento psicológico concreti%ado em #ma Cl&nica de'tendimento P()lico na cidade de *ta)#na+,'" ' descri .o dessa e/peri ncia visa #ma maiorcompreens.o em rela .o ao atendimento psicológico em #m am)iente p()lico tendo como )asea teoria psicanal&tica demonstrando )revemente os conceitos de *nconsciente ransfer ncia3esist ncia *nterpreta .o 'ssocia .o 4ivre 3etifica .o S#)5etiva isteri%a .o do 7isc#rso

    8e#rose Psicose Pervers.o e 9tica na Psican lise" 7este modo a t$cnica psicanal&tica norteia es#stenta todo o e/erc&cio reali%ado #ma ve% ;#e a dire .o do tratamento acontece a partir daesc#ta tra)al!ando com a s#)5etividade do s#5eito" Ser feito tam)$m a disc#ss.o de alg#nscasos atendidos atrav$s do ato diagnóstico"

    Pa!a"ra #c$a"e% 'm)#latório p()lico t$cnica anal&tica psican lise

    INTRO&U'(O

    Este est#do tem como finalidade con!ecer os f#ndamentos teóricos e t$cnicos da psican lise alme5ando esclarecer o tra)al!o do psicanalista no atendimento p()lico partindo da!ipótese de ;#e nesse am)iente a pr tica da psican lise $ poss&vel e vi vel"

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    ' psican lise no am)#latório p()lico $ #ma pr tica ;#e apesar de n.o se conformar com os padr

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    Verônica Sinfrônio do Carmo Santos F Siga-nos emace!oo".com#psico$ogia.pt

    9 importante salientar ;#e o Iinconsciente n.o $ o)serv vel mens#r velJ e só $ admiss&veldar-se conta de s#a e/ist ncia a partir de se#s res#ltados como os Ison!os os atos fal!os e ossintomas" D sintoma $ #m efeito o# prod# .o do inconscienteJ =Dcari% 200F p" K0B" Só con!ecemos como algo consciente depois ;#e ele sofre# modifica .o o# trad# .o para algoconsciente a fim de ;#e isso aconte a a pessoa so) an lise deve #ltrapassar certas resist ncias=?re#d 1L>6- 1@F@B"

    ?re#d =1L>6- 1@F@B ressalta ;#e o n(cleo do inconsciente consiste em representantesinstit#cionais ;#e proc#ram descarregar s#a cate/ia e+o# energia o# se5a consiste em imp#lsoscarregados de dese5os" Esses imp#lsos instit#ais s.o coordenados entre si e/istem lado a ladosem se infl#enciarem m#t#amente e est.o im#nes de incoer ncia rec&proca" M#ando doisimp#lsos carregados de dese5o c#5as inten 6- 1@F@B"

    'ssim a inser .o rec&proca o processo prim rio sec#nd rio a intemporalidade e am#dan a da realidade e/terna pela ps&;#ica s.o caracter&sticas pertencentes ao sistemainconsciente"

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    7e acordo com Dcari% =200FB ?re#d em 1@2F form#la a seg#nda tópica do aparel!o ps&;#ico ;#e n.o s#)stit#i primeira" ,ocO Gs"dH acrescenta ainda ;#e na seg#nda tópica ?re#d#tili%a os conceitos de id ego e s#perego" D id constit#i o depósito da energia ps&;#ica $ onde seencontram as p#ls

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    Verônica Sinfrônio do Carmo Santos > Siga-nos emace!oo".com#psico$ogia.pt

    7este modo a transfer ncia $ #m fenômeno ;#e ocorre na rela .o paciente+terape#ta ;#ede acordo com M#inet =200>B $ necess ria para ;#e #ma an lise se inicie e o analista deve sa)er#tili% -la pois o s#rgimento do s#5eito so) transfer ncia $ o ;#e d o garantia de entrada eman lise e esse s#5eito $ ligado ao sa)er pois a decis.o de se )#scar #m analista ser vinc#lada a!ipótese de ;#e ! #m sa)er em 5ogo no sintoma o# na;#ilo de ;#e a pessoa ;#er sedesvencil!ar"

    #do isso se deve ao fato de ;#e o s#5eito acredita ;#e s#a verdade encontra-se 5 dado noanalista e ;#e este a con!ece antecipadamente" Esse Ierro s#)5etivoJ $ imanente entrada eman lise" ' s#)5etividade em ;#est.o $ correspondente aos efeitos constit#intes de transfer ncia;#e s.o distintos dos efeitos 5 constit#&dos antes desse momento" Essa s#)5etividade correlata aosa)er como efeito constit#inte de transfer ncia $ o ;#e 4acan =1@6L ap#d M#inet 200>Besta)elecer como s#5eito s#posto sa)er"

    D analista n.o deve identificar-se com o s#5eito s#posto sa)er por;#e Ia posi .o doanalista n.o $ de sa)er nem tampo#co de compreender o paciente pois se ! algo ;#e ele devesa)er $ ;#e a com#nica .o $ f#ndamentada no mal- entendidoJ =M#inet 200> p" 26B" Em o#tras palavras o s#5eito s#posto sa)er f#ndando os fenômenos de transfer ncia n.o tra% nen!#macerte%a ao analisante" D s#5eito s#posto sa)er $ definido tam)$m como Ia;#ele ;#e $ constit#&do pelo analisante na fig#ra de se# analistaJ e mais tarde o far e;#ivaler a Deus Pai " I'transfer ncia tam)$m $ #m fato de amor amor ;#e se dirige a #m sa)er n.o sendo narc&siconem visando #ma imagem mas sim o s#5eitoJ =4acan 1@6L ap#d M#inet 200> p" 26B"

    'ssim sendo no in&cio o analista nada compreende a respeito do inconsciente do analisantee ;#e o sa)er ;#e se tem de o#tros casos n.o vale de coisa nen!#ma n.o podendo ser transposto para a;#ele caso" Cada caso $ deste modo #m caso novo e com tal deve ser a)ordado =M#inet200>B"

    Re i t+ncia

    ?re#d =1@12 ap#d Dcari% 200FB mostra como o analisando transfere se#s conflitos so)re a pessoa do analista at#ali%ando na transfer ncia os movimentos amorosos o# agressivos" 'resist ncia oferece #m enri;#ecimento rela .o transferencial se o paciente come a otratamento so) os a#sp&cios de #ma transfer ncia positiva ela l!e torna poss&vel desenterrar s#aslem)ran as e d#rante este tempo se#s próprios sintomas patológicos ac!am-se inativados"

    'pesar disso medida ;#e a an lise prosseg#e se a transfer ncia se torna !ostil o#e/cessivamente intensa as resist ncias determinam a se;# ncia do material ;#e deve ser repetido"

    D paciente retira do arsenal do passado as armas com ;#e se protegem contra o desenvolvimento

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    do tratamento armas ;#e temos de e/trair #ma por #ma" 'ssim o paciente repete ao inv$s derecordar e repete so) as condi B a interpreta .o $ a ferramenta principal danalista entretanto a e/pectativa da interpreta .o n.o $ a da resposta do analista" I9 evidente;#e ;#ando o s#5eito espera #ma interpreta .o espera ;#e l!e digam o ;#e ele $ o ;#e ele ;#ero ;#e ;#er se# inconsciente e n.o o ;#e o D#tro ;#er deleJ =Soler 1@@> p" 22B"

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    7evido a esses fatores a resposta 5 est escrita no inconsciente do analisando mesmo n.ocontendo a resposta completa mas os elementos da resposta" ' regra anal&tica s#p p" 21 22B"

    D ;#e $ esperada da interpreta .o n.o $ esperado do o#tro do o#tro da intima .o da palavra" D dispositivo implica em tr s respostas do analista: primeiro a promessaN seg#ndo ademanda de di%erN e terceiro a interpreta .o" ';#ele ;#e perg#nta ;#erer sa)er se a

    circ#nstRncia pode modificar" I' resposta do analista $ sim #ma resposta de promessa promessa;#e n.o $ form#lada necessariamente mas ind#% a pensarJ =Soler 1@@>B"

    D analista promete a felicidade" Para o ;#e perg#nta no in&cio ele mesmo responde sim"as em seg#ida a seg#nda resposta $ #ma demanda ;#e ele fa%: diga fale =4acan Gs"d"H ap#d

    Soler 1@@>B" ' norma f#nciona como demanda para ;#e o analisando discorra sem e/ce B"

    I'ssim a interpreta .o $ do n&vel do di%er pois t#do o ;#e se di% n#ma an lise comportaapenas #m di%er" D di%er da demanda" 9 esta ;#e deve ser interpretadaJ =4acan Gs"d"H ap#d Sole1@@> p" 2AB" 8.o ! dito na interpreta .o por;#e representam sempre #m s#5eito e os en#nciadosdo int$rprete n.o representam o s#5eito int$rpreteN o ;#e $ dito n#ma interpreta .o n.o $ o s#5eito

    analista =Soler 1@@>B"

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    9 valioso ressaltar ;#e a interpreta .o n.o $ a palavra tem incid ncia so)re a palavraanalisante por$m n.o $ propriamente #ma palavra" 8.o se pode afirmar ;#e !a5a ditos dainterpreta .o o di%er do analista $ #m di%er essencialmente silencioso =Soler 1@@>B" Cord=200LB acrescenta ;#e a finalidade ) sica da interpreta .o seg#e !onestamente a #m press#posto presente desde os primórdios da psican lise: tornar-se consciente o inconsciente"

    Por conseg#inte pode-se entender como interpreta .o toda infl# ncia ;#e tem por alvoe/plicitar o f#ncionamento ps&;#ico do paciente" ' interpreta .o pode ser transferencial di%endorespeito rela .o do paciente com o analista o# e/tratransferencial falando respeito rela .ocom o#tra pessoa" 7este modo a interpreta .o pode se referir ao a;#i e agora e/plicitando of#ncionamento do paciente na;#ele momento como pode ser referente ao passado =Cordioli200LB"

    T/CNICA ANALÍTICA

    A ocia-.o Li"re

    ' psican lise nasce a partir da s#)stit#i .o do m$todo !ipnótico pelo m$todo da associa .olivre" ?re#d =GS"d"H ap#d M#inet 200>B esta)elece como regra da psican lise a #tili%a .o dassocia .o livre considerando-a como resposta perg#nta so)re o in&cio do tratamento"

    'firma ?re#d =GS"d"H ap#d M#inet 200> p" @B ;#e

    D paciente deve di%er n.o apenas o ;#e pode di%er intencionalmente e de )oavontade coisa ;#e l!e proporcionar #m al&vio semel!ante ao de #ma confiss.omas tam)$m t#do o mais ;#e s#a a#to-o)serva .o l!e fornece t#do o ;#e l!evem ca)e a mesmo ;#e l!e se5a desagrad vel di% -lo mesmo a;#ilo ;#e l!e pare a sem importRncia o# realmente a)s#rdo" Se depois dessa in5#n .o eleconseg#ir pôr s#a a#tocr&tica fora de a .o nos apresentar #ma massa dematerial pensamentos ideias lem)ran as ;#e 5 est s#5eita infl# ncia doinconsciente"

    'ssim a associa .o livre significa e/plicitamente atrair o paciente a di%er o ;#e l!e ocorrea)rindo m.o de se# 5#lgamento a respeito" D convite associa .o livre esta)elece o modoespec&fico de fa%er falar n.o estando do lado do analista e sim do analisante" rata-se de #m

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    princ&pio correspondente própria estr#t#ra do campo psicanal&tico a)erto por ?re#d marcandoo princ&pio da psican lise e o ponto em ;#e a an lise deve dar in&cio =M#inet 200>B"

    Portanto o reg#lamento t$cnico da associa .o livre tem por finalidade fa%er com ;#e o

    paciente fale t#do o ;#e atravessar a s#a mente com o# sem sentido ;#al;#er conte(do mesmo;#e se5a de car ter constrangedor" orno#-se #m princ&pio ) sico do m$todo investigativofre#diano ;#e aplicaria de maneira sistem tica o procedimento t$cnico da livre associa .o desdeo in&cio de cada tratamento e d#rante todas as sessB"

    M#inet =200A ap#d Uomes GS"d"HB afirma

    M#e a retifica .o s#)5etiva $ #ma das condi

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    sem)lante de o)5eto com se#s v rios atos ;#e levar o analisante a fa%er v rias voltas so)re os pontos incompreens&veis de s#a cadeia significante =Uomes GS"d"HB"

    3i teri4a-.o do &i c0r o

    Seg#ndo 4acan =1@@2 ap#d 3i)eiro e ?ernandes 2012 p" 1A@B Io disc#rso $ #ma estr#t#rsem palavras ;#e s#)siste na rela .o f#ndamental de #m significante a o#tro significanteJ" 'fórm#la geral do disc#rso $ delimitada por #ma estr#t#ra de ;#atro l#gares constantesrepresentada por: I#magente dirigindo-se a #moutro para ;#e se reali%e alg#ma produção maso ;#e fica velado $ averdade ;#e s#stenta esta rela .oJ"

    Cada #m dos ;#atro l#gares delimitados pela fórm#la geral dos disc#rsos podeser oc#pado por #m dos ;#atro elementos: S1 =significante mestreB S2 =escravoo# sa)erB a =o)5eto mais de go%ar o# o)5eto ca#sa de dese5oB e =s#5eitoB" ' partir de #ma config#ra .o inicial ;#e corresponde ao 7isc#rso do estre esses;#atro elementos alternam-se em sentido !or rio delineando assim a partir decada ;#arto de giro ;#atro possi)ilidades disc#rsivas" 's ;#atro possi)ilidadesdisc#rsivas s.o: D 7isc#rso do mestreN o 7isc#rso da ist$ricaN o 7isc#rso do'nalistaN e o 7isc#rso do #niversit rio =4acan 200@ ap#d ?ernandes2012 p"1A@B"

    7eve-se sinali%ar ;#e cada #m dos disc#rsos $ determinado em f#n .o da s#a dominante;#e corresponde ao l#gar do agente o# do sem)lante" 4acan =200@ ap#d 3i)eiro e?ernandes 2012 p" 1L0 1L2 1LK 1LAB descreve os disc#rsos como:

    D 7isc#rso do estre $ o disc#rso ;#e tem como dominante #m agente ;#efa%endo sem)lante de mestre =S1B encarna a lei e dirige-se ao o#tro colocando

    na posi .o de escravo dominando-l!e #m sa)er-fa%er =S2BN D 7isc#rso doQniversit rio se# agente fa% sem)lante de sa)er =S2B e aciona o o#tro acomparecer no l#gar do o)5eto =aB o)5eto ;#e ser min#ciosamente ol!adoe/aminado e manip#lado no int#ito de gerar mais sa)er" portanto no7isc#rso do Qniversit rio #m emp#/o demiss.o s#)5etiva na medida em ;#e oo#tro a ;#em se dirige o agente desse disc#rso $ colocado como o)5eto: o)5etofalado o)5eto de sa)er o)5eto de c#idadosN o 7isc#rso da ist$rica tem na posi .o do agente #m sem)lante de s#5eito = B ;#e ao tomar o o#tro comomestre =S1B dirige a ele s#a demanda insatisfeita de c#ra do sintoma" 8o l#gar dodominante do 7isc#rso ist$rico o s#5eito tem valor de sintoma ;#e pede

    decifra .o e para tanto se dirige ao mestreN o agente do 7isc#rso do 'nalista aofa%er sem)lante de o)5eto a $ o (nico ;#e toma o o#tro como s#5eito = B sendo

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    capa% de fa% -lo prod#%ir novos significantes mestres =S1B relan ando assim acadeia significante e descortinando #m sa)er =S2B na posi .o de verdade"

    7essa maneira 4acan =1@@2 ap#d Dliveira Gs"d"HB nos avisa ;#e o Idisc#rso $ #ma estr#t#rnecess ria ;#e vai al$m das palavras" 9 #m posicionamento ;#e fa% la o social e ao falar os#5eito determina s#a posi .o disc#rsivaJ"

    ESTRUTURAS CLÍNICAS

    ' psican lise emprega o rec#rso da !ipótese diagnóstica para poder locali%ar a estr#t#ra do

    s#5eito o# se5a ne#rótico psicótico o# perverso" ' partir desta locali%a .o tra a-se #ma lin!a dea)ordagem" 'o se pensar na estr#t#ra estamos analisando a posi .o do s#5eito frente a ;#est

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    E o comple/o de 9dipo $ #ma estr#t#ra por;#e nesse drama fantasiado ! #maorgani%a .o de personagens interligados entre si" 8essa organi%a .o !elementos o# pe as f#ndamentais e sempre presentes: .e Pai e s#5eito"Contin#ando com a analogia estas pe as s.o os personagens ) sicos do

    arg#mento" 8o entanto os atores ;#e viver.o esses pap$is assim como asvestimentas a decora .o a am)ienta .o e o clima ser.o diferentes em cadamomento vivenciado pelo s#5eito"

    8.o ! nada fora do Comple/o de 9dipo" 7#rante a vida inteira a pessoacontin#a vivendo essa pe a teatral ass#mindo diferentes pap$is de #m arg#mento;#e reflete s#a !istória passada com os personagens do passado e com osdiferentes desfec!os a ;#e levaram as com)inatórias em se# interacionar ;#aseinfinito"

    D Comple/o de 9dipo $ o res#ltado da c#lt#ra veic#lada pelos pais e age so)re o aparel!o ps&;#ico da crian a" ' a .o efetiva desta c#lt#ra nas diferentes sociedades est#dadas $transmitida atrav$s de #ma troca de s&m)olos de comple/idade vari vel e ;#e se constit#i n#maling#agem" Se desenvolve na crian a entre os F e os > anos de idade" Essa eclos.o consiste emrevela

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    Ie/istem seres sem p nis e portanto a amea a $ )astante realJ $ o tempo da desco)erta vis#alda regi.o genital feminina" D ;#e a crian a desco)re vis#almente n.o $ a vagina mas a falta do p nisN e no ;#arto tempo a m.e tam)$m $ castrada ao desco)rir ;#e as m#l!eres podem dar l#% o menino se perce)e de ;#e tam)$m s#a m.e $ desprovida do p nis" 9 interessantemencionar ;#e a ang(stia de castra .o n.o $ efetivamente sentida pelo menino pois $inconsciente" Essa ang(stia n.o deve ser conf#ndida com a ang(stia ;#e o)servamos nas crian asso) forma de medos pesadelos entre o#tros =8asio 1@@AB"

    Com a ren(ncia m.e e o recon!ecimento da lei paterna encerra-se a fase do amoredipiano tornando-se poss&vel a afirma .o da identidade masc#lina" Em o#tras palavras ot$rmino do processo de castra .o $ tam)$m para o menino o t$rmino do Comple/o de 9dipo=8asio 1@@AB"

    D comple/o de castra .o na menina no primeiro tempo todo m#ndo tem #m p nis oclitóris $ #m p nisN no seg#ndo tempo a menina desco)re vis#almente a regi.o genital masc#linaNno terceiro tempo a menina toma consci ncia de ;#e as o#tras m#l!eres dentre elas s#a própriam.e sofrem da mesma desvantagem" ' m.e $ ent.o despre%ada e re5eitada pela fil!a a partir da&escol!e o pai como o)5eto de amor =8asio 1@@AB"

    7este modo vale sinali%ar ;#e Idevemos ter em mente ;#e o menino vive a ang(stia daamea a en;#anto a menina vivencia a inve5a de poss#ir a;#ilo ;#e vi# e do ;#al foi castradaJ=8asio 1@@A p" 1@B"

    Portanto as estr#t#ras cl&nicas formam-se a partir do modo ;#e o s#5eito lida com oComple/o de 9dipo e a Castra .o"

    Ne0ro e

    D fator decisivo na ne#rose $ a predominRncia da infl# ncia da realidade" Em o#tras palavras a ne#rose n.o rep#dia a realidade apenas a ignora" 8.o faltam tentativas de trocar #marealidade desagrad vel por o#tra ;#e este5a mais de acordo com os dese5os do s#5eito" *sso $a#tori%ado pela e/ist ncia de #m m#ndo de fantasias de #m dom&nio ;#e fico# separado dom#ndo e/terno real na $poca da introd# .o do princ&pio de realidade" 7este modo a ne#rose $ ores#ltado de #m conflito entre o ego e o id =?re#d 1L>6- 1@F@B"

    8a ne#rose o comple/o de 9dipo seg#ndo ?re#d =GS"d"H ap#d M#inet 200>B $ v&tima #m na#fr gio ;#e e;#ivale amn$sia !ist$rica" D ne#rótico n.o se lem)ra do ;#e acontece# nas#a infRncia anamn$sia infantil entretanto a estr#t#ra edipiana se presentifica no sintoma"

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    Verônica Sinfrônio do Carmo Santos 1K Siga-nos emace!oo".com#psico$ogia.pt

    E/istem tr s maneiras de se defender contra o go%o intoler vel na ne#rose: a !isteria aso)sessB"

    8asio =1@@1 ap#d 8#nes 2010B disting#e tr s estados do e# na !isteria: E# insatisfeito E#!isterici%ante e E# triste%a" 8o E# insatisfeito Io e# est constantemente espera de rece)er doD#tro n.o a satisfa .o ;#e plenifica mas c#riosamente a n.o-resposta ;#e fr#straJ =8#nes2012 p" 2AB" 'ssim o dese5o de permanecer insatisfeito $ caracter&stica da !ist$rica por;#e Is.o 5#stamente o medo e a rec#sa a go%ar ;#e oc#pam o centro da vida ps&;#ica do ne#rótico!ist$ricoJ =8#nes 2010 p" 2AB"

    E# !isterici%ante $ visto como: I!isterici%ar $ eroti%ar #ma e/press.o !#mana se5a ela ;#alfor em)ora por si só intimamente ela n.o se5a de nat#re%a se/#alJ =8asio 1@@1 ap#d 8#nes

    2010 p" 2AB" E o E# triste%a corresponde I s#a conf#s.o entremeio a tantas identifica

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    Verônica Sinfrônio do Carmo Santos 1> Siga-nos emace!oo".com#psico$ogia.pt

    7este modo a caracter&stica da o)sess.o I$ a fonte de e/cita .o permanecernecessariamente no ps&;#icoJ =Wa#fmann 1@@6 ap#d 'lcRntara 2011 p" 2KB"

    Ne0ro e *61ica

    Como e/plica 4acan =1@>@ ap#d 4innemann 2006 p" 22B Jfo)ia $ a forma mais simples dane#rose c#5o estilo $ de sol# .oJ" D o)5eto fó)ico est ali para oc#par #m l#gar entre o dese5o dos#5eito e do dese5o do D#tro com a f#n .o de prote .o o# defesa diante do enigma em rela .o aodese5o"

    'ssim sendo de acordo com Uomes =2011 ap#d 8asio 1@@1 p" 12B o

    Sofrer como fó)ico $ sofrer conscientemente com o m#ndo ;#e nos cerca isto $ pro5etar para fora para o m#ndo e/terno o go%o inconsciente e intoler vel ecristali%a-lo n#m elemento do am)iente e/terno ent.o transformado no o)5etoamea ador da fo)ia"

    P ico e

    ' etiologia da psicose consiste em #ma fr#stra .o em #ma n.o-reali%a .o de #m da;#elesdese5os de infRncia ;#e n#nca s.o vencidos em nossa organi%a .o filogen$tica determinada" Essafr#stra .o $ sempre fr#stra .o e/terna mas no caso individ#al ela pode res#ltar do agenteinterno ;#e ass#mi# a representa .o das e/ig ncias da realidade =?re#d 1@A6B"

    8a psicose a perda da realidade est necessariamente presente predominando assim o *d"9 o desfec!o an logo de #m dist(r)io semel!ante nas rela

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    Verônica Sinfrônio do Carmo Santos 16 Siga-nos emace!oo".com#psico$ogia.pt

    D Ego inventa #m novo m#ndo e/terno e interno n.o podendo !aver d(vida so)re doisfatos: ;#e esse novo m#ndo $ ar;#itetado de acordo com os imp#lsos dese5osos do *d e ;#e omotivo dessa dissocia .o do m#ndo e/terno $ alg#ma fr#stra .o m#ito s$ria de #m dese5o por parte da realidade =?re#d 1@A6B"

    8a psicose a forma de nega .o vem atrav$s da foracl#s.o Io ;#e $ negado no sim)ólicoretorna no real so) a forma de a#tomatismo mental c#5a e/press.o mais evidente $ a al#cina .oJ=M#inet 200> p" 1@B"

    M#inet =200> p" 20 21B escreve:

    Psicose o significante retorna no real apontando a rela .o de e/terioridade dos#5eito com o significante como aparece de #ma forma geral nos dist(r)ios de

    ling#agem constat veis por ;#al;#er cl&nico ;#e se defronte com #m psicóticosendo ;#e se# paradigma s.o as vo%es al#cinadas" Encontra-se tam)$m: int#i

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    Verônica Sinfrônio do Carmo Santos 1A Siga-nos emace!oo".com#psico$ogia.pt

    a melancolia ;#e de acordo com Uomes =2011 ap#d ?re#d 1@20-1@22 p" 1>B $ #maIpatologia ;#e apresenta diversas formas cl&nicas sendo ;#e alg#mas dessas formas lem)rammais dist(r)ios som ticos do ;#e psicológicosJ" ' mesma define os tra os mentais da melancoliacomo:

    ="""B s.o #m desRnimo prof#ndamente penoso a cessa .o de interesse pelo m#ndoe/terno a perda da capacidade de amar a ini)i .o de toda e ;#al;#er atividade e#ma dimin#i .o dos sentimentos de a#to-estima a ponto de encontrar e/press.o ema#to recrimina .o e a#to- envel!ecimento c#lminando n#ma e/pectativa delirantede p#ni .o"

    Per"er .o

    'o ol!ar a genit lia feminina pela primeira ve% e vivenciar a ang(stia da pro)a)ilidade des#a própria castra .o a crian a como afirma ?re#d =GS"dH ap#d Co#tin!o 200K B recalca eafeto e rec#sa =o# desmenteB a id$ia de ;#e as m#l!eres n.o t m p nis" ' avers.o genit liafeminina presente em todo fetic!ista permaneceria como marca permanente do recal;#e ;#e sereali%o# =Co#tin!o 200KB"

    8a pervers.o seg#ndo M#inet =200> p" 20B

    admiss.o da castra .o do sim)ólico e concomitantemente #ma rec#sa #mdesmentido" Esse mecanismo ocorre em f#n .o do se/o feminino: por #ma lado !a inscri .o da a#s ncia de p nis na m#l!er portanto da diferen a se/#alN poro#tro essa inscri .o $ desmentida" D retorno desse tipo de nega .o partic#lar do perverso $ cristali%ada no fetic!e c#5a determina .o sim)ólica pode ser apreendidaatrav$s de s#a estr#t#ra de ling#agem"

    Sendo assim de acordo com ?re#d =1@1A ap#d Cerr#ti 2002B o fetic!e est para a pervers.o constit#indo o meio atrav$s do ;#al o s#5eito ir rec#sar a e/peri ncia da castra .o e orecon!ecimento da diferen a se/#al"

    Cerr#ti =2002B acrescenta ainda ;#e:

    ' pervers.o marca #m l#gar no ;#al o s#5eito evita a ;#al;#er pre o a e/peri nciada castra .o e o recon!ecimento da diferen a se/#al" ' castra .o como foi vistoimp

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    Verônica Sinfrônio do Carmo Santos 1L Siga-nos emace!oo".com#psico$ogia.pt

    poss#i o falo $ dese5ante de o#tro" *sto para o perverso $ algo da ordem do !orror"D s#5eito perverso n.o a)re m.o de s#a rela .o narc&sica com a m.e f lica"

    9 importante so)ressair pervers.o n.o apenas relacionada concret#de do ato se/#alcont#do tam)$m em s#a rela .o com a lei" 4 onde a fig#ra paterna $ destit#&da de se# valorsim)ólico o perverso imp

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    Verônica Sinfrônio do Carmo Santos 1@ Siga-nos emace!oo".com#psico$ogia.pt

    fornece algo ;#e se coloca como medida de nossa a .o Y o# simplesmente pretendeisso" Ele di% ;#e para medir a efic cia terap #tica $ preciso o)servar o efeito daan lise so)re o go%o o)tido pelo sintoma e a constr# .o de #m sa)er pelo próprios#5eito a partir da an lise"

    ' psican lise tem #ma $tica própria ;#e no princ&pio deve ser s#stentada peloanalista e ;#e ao final da an lise deve alcan ar tam)$m o analisando" Pode-se citar comoe/emplos de atit#des $ticas: Iresponsa)ilidade pelo dese5o inconsciente ;#e age em cada #m denós o respeito pelas diferen as do o#tro e a capacidade de enfrentar as dific#ldades da vida comcerto gra# de senso de !#morJ"

    M#ando alg#$m proc#ra a an lise a pessoa do analista toma #m l#gar elevado o de sercapa% de completar a falta de apa%ig#ar a ang(stia do ser" D analista em ;#est.o deve tercon!ecimento ;#e ! #m engano nesta sit#a .o pois apesar de imaginariamente tomar este l#garde ser capa% de fa%er o )em o analista precisa de acordo com 4acan =1@@A ap#d 3osa e 3os200@B colocar-se em seg#ndo plano pois o ;#e est em demanda $ a sit#a .o cr&tica do s#5eito"

    4acan =Gs"dH ap#d 3osa e 3osa 200@B de# origem e/press.o $tica do )em di%er ;#esignifica ;#e o paciente necessita falar a verdade so)re o ;#e ca#sa se#s sintomas" Essa verdadeso)re o sintoma est no inconsciente e s#rge de forma ine/plic vel 5 ;#e o paciente descon!eceo motivo pelo ;#al est sofrendo ele ignora a ca#sa inconsciente de se# sintoma" 8a pr ticacl&nica a 9tica do )em di%er nasce a partir das constr#

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    !omem #sar s#a efic cia criadora podendo ser I$ticoJ a partir de se# dese5o =3osa e 3osa200@B"

    METO&OLO8IA

    Este est#do foi reali%ado na Policl&nica #nicipal a e;#ipe de sa(de do am)#latório $composta por: cardiologistasN cl&nico geralN pediatraN dermatologistasN endocrinologistasfonoa#diologiasN gastroenterologiaN geriatriaN !ematologiaN !omeopataN nefrologiaN ne#rologin#tri .oN oftalmologistasN otorrinolaringologiaN pne#mologiaN psicólogosN proctologiare#matologiaN e #rologistas" D mesmo $ caracteri%ado como servi o de refer ncia poss#i oemprego da aten .o sec#nd ria #tili%ando assim a m$dia comple/idade"

    Ds atendimentos reali%ados pelos profissionais de psicologia eram feitos de formaindivid#al com d#ra .o de trinta a ;#arenta min#tos no ;#al as pessoas proc#ravam de formalivre o# eram encamin!adas por o#tros profissionais" Ds atendimentos tiveram in&cio no m s demar o at$ de%em)ro de 2012 a a)ordagem ;#e regia era a psican lise onde no primeiromomento era feito a entrevista preliminar o)servando a demanda do paciente firmando ocontato as condi

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    isso sofre# m#ito com essa perda parando de est#dar sair )rincar e passo# a apresentardific#ldade de aprendi%agem na escola"

    12 anos depois retorno# para a escola por$m tem consci ncia ;#e est na >Z s$rie por;#e a

    escola p()lica n.o reprova nen!#m tipo de al#no" 4em)rando ;#e n.o sa)e ler escrever fa%erconta e ;#e nada entra em s#a mente" ra)al!a como %elador de #m pr$dio e 5 tento# se s#icidarem #m dia de tra)al!o arriscando se 5ogar de #m andar" Sofre ;#ando lem)ra ;#e teveoport#nidades na vida e n.o aproveito# para est#dar e ter #ma carreira profissional comparando-o com os se#s irm.os ;#e s.o esta)ili%ados financeiramente profissionalmente e poss#i fam&liasestr#t#radas"

    't#almente encontra-se indignado por n.o ter #ma casa própria fil!os amigos #mtra)al!o digno #m f#t#ro mel!or" Esses fatores est.o atrapal!ando s#a rela .o com a

    compan!eira na ;#al fala a todo o momento ;#e vai em)ora pois dese5a ir r#a passear sedivertir mas ?a)iano n.o alme5a 5 ;#e senti vergon!a da s#a apar ncia f&sica" D mesmo ressalta;#e se s#a esposa for em)ora n.o vai se importar"

    7este modo pode- se afirmar ;#e ?a)iano apresenta #ma estr#t#ra cl&nica psicótica e temcomo tipo cl&nico a melancolia" 7iante desta fala podemos verificar alg#mas caracter&sticas emcom#m com as ;#e ?re#d =Gs"d"H ap#d ?errari Gs"d"HB tipificava no ;#adro melancólico como:

    Perda de interesse pelo m#ndo perda da capacidade de amar s#rgimento deini)i .o da prod#tividade a#to-ac#sa .o a#to-denegrimento e/pectativa delirantede castigo insônia capacidade de reverter-se em mania e perda o)5etal retirada daconsci ncia" ="""B Essas caracter&sticas se s#stentavam nas premissas de perda doo)5eto am)ival ncia e regress.o da li)ido ao e#" Perda de o)5eto s#)tra&da daconsci ncia o ;#e n.o ocorre no considerado l#to normal 5 ;#e nele falta pert#r)a .o do sentimento de si"

    'ssim ao conversar com ?a)iano pode-se o)servar como afirma Uomes =2011 ap#d ?re#d1@1K-1@16 p" 1>B alg#ns tra os mentais da melancolia como #m IdesRnimo prof#ndament penoso a cessa .o de interesse pelo m#ndo e/terno a perda da capacidade de amar a ini)i .o detoda e ;#al;#er atividade e #ma dimin#i .o dos sentimentos de a#to-estima ="""B"

    Ca o :% 'na Pa#la- 1L anos

    's o)serva

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    Verônica Sinfrônio do Carmo Santos 22 Siga-nos emace!oo".com#psico$ogia.pt

    m$dico psi;#iatra e o receio de n.o passar no vesti)#lar" 7escreve# s#a fam&lia como perfeitaN )em s#cedida profissionalmente e financeiramenteN espirit#ali%ada e organi%ada" Por essesmotivos sofre 5 ;#e n.o conseg#e ser ig#al aos integrantes da fam&lia" Vive c!eia de medoscomo: perder no vesti)#larN a fam&lia n.o aprovar o c#rso ;#e dese5a c#rsar =!istóriaBN a profiss.o;#e pretende seg#ir =professoraB e n.o ter condi

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    Verônica Sinfrônio do Carmo Santos 2F Siga-nos emace!oo".com#psico$ogia.pt

    Ca o >% Uiovana- 12 anos

    's o)serva

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    Verônica Sinfrônio do Carmo Santos 2K Siga-nos emace!oo".com#psico$ogia.pt

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