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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
LARISSA BRONZE CONDEIXA CABRAL
COMUNICAÇÃO SOCIAL E DEMOCRATIZAÇÃO DA MÍDIA:
PROPOSTA DE REDE DE COMUNICAÇÃO PARA OS CONSELHOS
COMUNITÁRIOS DE FLORIANÓPOLIS
CURITIBA
2014
LARISSA BRONZE CONDEIXA CABRAL
COMUNICAÇÃO SOCIAL E DEMOCRATIZAÇÃO DA MÍDIA:
PROPOSTA DE REDE DE COMUNICAÇÃO PARA OS CONSELHOS
COMUNITÁRIOS DE FLORIANÓPOLIS
Trabalho de Conclusão do Curso
apresentado na pós-graduação do MBA
em Jornalismo: Gestão editorial, da
Universidade Tuiuti do Paraná, como
requisito para a obtenção do grau de
especialista.
Orientador: Prof. Carlos Castilho, Dr.
CURITIBA
2014
RESUMO
Esse trabalho tem como tema principal o jornalismo comunitário e seu objetivo é
apresentar um plano de comunicação e integração para os conselhos comunitários,
sediados em Florianópolis, formando uma espécie de rede de agências de
comunicação locais. A partir do mapeamento dos conselhos comunitários do
município,espera-se compreender como estão organizados, que atividades realizam
e, principalmente, se realizam alguma atividade na área da Comunicação Social e do
Jornalismo. Com base neste mapeamento, apresentamos uma proposta de plano de
comunicação a ser aplicado em cada conselho, sob coordenação da Cooperativa de
Produção em Comunicação e Cultura (CpCC), responsável pela integração e
divulgação destes canais, por meio do portal Desacato.info. A metodologia utilizada
faz um levantamento de dados secundários e pesquisa qualitativa, por meio de
entrevistas de profundidade. A intenção é contribuir para a formação de uma rede de
comunicação independente, autônoma e de caráter comunitário e pela conseqüente
superação do monopólio da comunicação.
Palavras-chave : Comunicação social, jornalismo comunitário, democratização da
comunicação.
ABSTRACT
The main theme of this academic work is the community journalism and it`s goal is to
present a plan for communication and integration to the community councils, based
in Florianópolis, forming a kind of local communication agencies network. Mapping
the community councils of the city, knowing how they work, how they are organized,
perform activities and, mainly, if they perform any activity in the area of Media and
Journalism. Based on this mapping, a communication plan will be proposed to be
implemented in each council, under the coordination of Cooperative Production in
Communication and Culture (CpCC), which will also be responsible for the integration
and dissemination of these channels, through the website Desacato.info. The
methodology will be based on the collection of secondary data and qualitative
research through in-depth interviews. The intention is to contribute to the formation of
a network of independent, autonomous communication and community character and
the consequent overcoming of the communication monopoly.
Key words : media, community journalism, democratization of communication
LISTA TABELAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................6
1.1 OBJETIVOS .............................................................................................................. 6
1.2 JUSTIFICATIVA......................................................................................................... 6
1.3 MÉTODO E TÉCNICA DE PESQUISA..................................................................7
2 JORNALISMO COMUNITÁRIO........................... ....................................................8
2.1 VALOR NOTÍCIA: PRODUTO DE MERCADO OU PERTENCIMENTO SOCIAL?.... 9
2.2 JORNALISMO HIPERLOCAL E COMUNITÁRIO: ALTERNATIVA DE NEGÓCIO E
TRADUÇÃO DO CONHECIMENTO TÁCITO................................................................ 11
2.3 JORNALISMO ONLINE HIPERLOCAL ................................................................... 13
2.4 EDUCAÇÃO INFORMAL PARA CIDADANIA: O PAPEL DA COMUNICAÇÃO ....... 16
3 CONSELHOS COMUNITÁRIOS NA PRÁTICA................ .....................................18
3.1 ESTRUTURAÇÃO E COTIDIANO DOS CONSELHOS COMUNITÁRIOS.............. 18
3.2 CONSELHO COMUNITÁRIO E COMUNICAÇÃO .................................................. 18
4 PROPOSTA DE REDE DE COMUNICAÇÃO PARA OS CONSELHOS
COMUNITÁRIOS DE FLORIANÓPOLIS...................... ............................................21
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................... .......................................................29
REFERÊNCIAS.........................................................................................................30
6
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho é uma proposta de comunicação para os Conselhos
Comunitários de Florianópolis, para que formem uma espécie de rede de agências
de comunicação local, com caráter comunitário. O objetivo é oportunizar a formação
de mais interlocutores de notícias, democratizando a comunicação, e produzir
conteúdos com os quais a comunidade se identifique com mais assertividade,
apresentando alternativas ao monopólio da comunicação. Espera-se ainda promover
a inclusão social e capacitação profissionalizante.
Realizou-se a pesquisa meio de pesquisa documental e entrevistas com
membros de Conselhos Comunitários, de modo a analisar a viabilidade e interesse
dos envolvidos. A princípio, a proposta será aplicada em um Conselho específico
(Conselho Comunitário Fazenda Rio Tavares), como forma de laboratório.
Posteriormente, com base nos Conselhos mapeados por meio deste projeto e na
experiência obtida com o projeto piloto, espera-se aplicar a proposta gradativamente
em todas as unidades.
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Objetivo geral
Investigar a necessidade de rede de comunicação comunitária para os
Conselhos Comunitários de Florianópolis sob gestão da Cooperativa de Produção
em Comunicação e Cultura (CpCC) e de integração entre eles por meio do portal
Desacato.info.
1.1.2 Objetivos específicos
• Diagnosticar quais são e como funcionam os Conselhos Comunitários
de Florianópolis
• Discutir a importância e relevância dos veículos de comunicação
tradicionais do ponto de vista das comunidades locais
• Propor soluções que favoreçam a democratização da mídia
• Promover a inclusão social e a capacitação profissional na área da
comunicação
1.2 JUSTIFICATIVA
Com base na minha experiência jornalística em contato com comunidades
7
locais e movimentos sociais, percebo que a crítica a respeito das produções e
coberturas jornalísticas dos principais veículos de comunicação é uma constante.
Parece que há carência de produção e veiculação de notícias que de fato prestem
serviço às populações locais e com as quais essas comunidades se identifiquem.
Seja por tratar o jornalismo como mercadoria ou pela incapacidade dos profissionais
de produzir conteúdo que não seja superficial ou simplesmente inútil a esse
segmento, por conta das suas condições de trabalho, tem-se um hiato na
comunicação, que fica concentrada em pouquíssimos interlocutores.
Assim, este trabalho é relevante pois pretende apresentar uma alternativa ao
monopólio da comunicação, capacitando novos comunicadores e dando apoio para
que se produza conteúdo jornalístico relevante pelos próprios membros da
comunidade, prezando assim por um retrato mais fiel da realidade em que vivem e
que atendam as suas necessidades.
1.3 MÉTODO E TÉCNICA DE PESQUISA
A metodologia escolhida para a execução desse trabalho é a pesquisa
qualitativa em duas fases distintas:
a) Levantamento de dados secundários, por meio de buscas em sites e
documentos que forneçam informações sobre centros comunitários de Florianópolis.
b) Entrevistas de profundidade com personagens envolvidos na gestão direta
dos Conselhos Comunitários apontados na primeira parte da pesquisa. Para Duarte
(2005), a entrevista em profundidade é um recurso que busca recolher respostas a
partir da experiência subjetiva de uma fonte, selecionada por deter informações que
se deseja conhecer. A entrevista de profundidade pretende explorar o assunto a
partir das percepções e experiências dos entrevistados para analisá-las e apresentá-
las de forma estruturada. Conforme Duarte (2005, p. 62),
Mais do que uma técnica de coleta de informações interativa baseada na consulta direta a informantes, a entrevista em profundidade pode ser um rico processo de aprendizagem, em que a experiência, visão de mundo e perspicácia do entrevistador afloram e colocam-se à disposição das reflexões, conhecimento e percepções do entrevistado.
O entrevistador poderá ajustar as suas perguntas livremente, representando,
portanto, uma entrevista dinâmica e diversificada para a compreensão da realidade.
8
2 JORNALISMO COMUNITÁRIO
Como uma forma complementar muito importante para a comunicação de uma
população local, o jornalismo comunitário, combinado ao trabalho dos
comunicadores sociais, como ferramenta para promover a produção de
conhecimento local graças à conversão de conhecimento tácito em explicito –
precisa ser estimulado. Além disso, o jornalismo ao favorecer o fortalecimento da
solidariedade comunitária, por meio do compartilhamento de informações, contribui
para recuperar a identidade cultural local. O advento das novas tecnologias, como
internet, telefonia móvel e computadores portáteis ajuda a tornar mais acessível a
produção de conteúdo. Essa nova Era Digital configura uma importante mudança de
paradigma na comunicação, que tem contribuído para o desenvolvimento dos meios
locais e comunitários.
Após conquistar seu espaço e fazer-se ouvir por meio da internet, o cidadão
não é só pontos de audiência, é fonte de conhecimento, que quer ser valorizado e
precisa ser ouvido. Os cidadãos comuns, contudo, não querem apenas ser fonte de
informação, querem também criar seu próprio canal de comunicação para se verem
melhor representados e produzirem conteúdo informativo de seu interesse. Mas,
apesar de todas as facilidades encontradas no meio online, existem ainda barreiras
sociais, econômicas e de valores que impedem a democratização dos canais de
comunicação nos países ou regiões do mundo, onde existam monopólios
corporativos ou estatais na área da comunicação. A cobertura tradicional é inviável
para pequenas comunidades pelo custo, enquanto a difusão via internet requer
menos investimento do que o necessário para distribuí-lo nas mídias tradicionais.
Os comunicadores sociais são importantes personagens, nesse contexto de
inserção da sociedade como produtor e difusor de informações. Sua relação e
proximidade com os jornalistas pode gerar produtos muito ricos, formalizando uma
tendência democrática, mais completa e mais humana, fortalecendo as pontes que
ligam a Comunicação Social (onde inclui-se o Jornalismo) e a comunidade.
O que se pode verificar é que não existe uma única forma de comunicar e
todas devem ser feitas a partir das necessidades da comunidade, que abraça o
Jornalismo por mudança social; ou dos anseios do público a quem se destina. Por
isso, é preciso que haja discussão de novas propostas voltadas para ampliar o
acesso aos meios de comunicação em nosso país.
9
2.1 VALOR NOTÍCIA: PRODUTO DE MERCADO OU PERTENCIMENTO SOCIAL?
Da mesma forma que as relações sociais básicas são influenciadas e
transformadas pela evolução tecnológica, os valores-notícia dos meios de
comunicação também se modificam, tendo em vista que espaço e tempo podem
representar limites para a cobertura jornalística. Segundo, Fernandes (2004), o
principal valor-notícia no jornalismo é a proximidade geográfica. Logo, é pertinente
que se estude aqueles meios de comunicação que estão inseridos em uma
comunidade, tentando representá-la.
Nesse contexto, Comassetto (2007) traz um novo conceito: globalização, ou
seja, o entrelaçamento das culturas locais, “mescladas e reordenadas por um
imaginário global, coletivo e entrelaçado, e assentado sobre uma base mais ampla,
um território comum, em que tudo converge”. O autor salienta, contudo, que essa
globalização não implica em uma relação de equilíbrio, pois a cultura mundializada
se sobrepõe às culturas locais pela força do mercado e isso reflete diretamente na
produção jornalística.
Diante disso, é necessário levar em consideração o poder e a penetração da
grande mídia, ressaltando que o que não é veiculado parece não ter valor e, muitas
vezes, nem chegam a existir perante a sociedade. Sobre isso, Guaresh (2004, p.15)
ressalta:
Os que detêm a comunicação chegam até a definir os outros, definir determinados grupos sociais como sendo melhores ou piores, confiáveis ou não confiáveis, tudo de acordo com os interesses dos detentores do poder.
A concentração das concessões nas mãos de poucos grupos, em muitos
casos a personalidades políticas, tem como consequência o atrelamento a
interesses diversos. Percebe-se, então, que a comunicação pode trazer benefícios
ou prejudicar a população, dependendo de como ela é usada e de como as pessoas
agem em relação a ela (GUARESHI, 2004).
Portanto, torna-se relevante estudar o jornalismo comunitário com o objetivo
de investigar se realmente esse jornalismo foge do padrão da grande imprensa,
como uma forma alternativa ao discurso. Paiva (1998), por exemplo, discute a
problemática comunidade versus globalização. Por meio de uma abordagem
sociológica, a autora defende a importância da comunicação comunitária como
10
forma de oferecer aos indivíduos um sentido de pertencimento a um local.
Os movimentos sociais na tentativa de conseguir mostrar os fatos um foco
distinto do apresentado pela grande imprensa buscam apresentar suas demandas
por meio de veículos próprios, nos quais passam a produtores das mensagens
(Peruzzo, 1998). Com isso, a comunicação comunitária nasceu na década de 60,
com o surgimento do CCP, Movimento de Cultura Popular (Festa, 1991). Mas, para
Peruzzo, para ser realmente um jornalismo comunitário, ele precisa ser realizado por
membros da comunidade. Diante disso, é quase impossível desvincular a prática do
jornalismo comunitário do engajamento social e político, para alcançar os objetivos
dos moradores da região.
Grande parte das pessoas desconhecem canais comunitários na sua região.
Isso se deve ao fato de que além do forte monopólio existente com os canais
comerciais pertencentes a conglomerados, falta também aparato tecnológico para
manter uma emissora comunitária no ar, devido ao custo elevado. Além disso, não
há espaço nos canais abertos, sendo que os sinais das emissoras comunitárias só
podem ser captados por antenas parabólicas, recurso esse que não faz parte do
costume da maioria das famílias Brasileiras (Peruzzo, 1998).
Geralmente, a cobertura próxima e que atende às necessidades de
determinada comunidade não pode ser atendida pelas grandes emissoras, pois,
“acostumamo-nos a entender comunitário como aquilo que vem da comunidade, que
nasce dela, que se realiza no seio dela” (Flausino, 2002:64). Logo, esse tipo de
comunicação não pode seguir os padrões das empresas jornalísticas e transformar a
notícia em um produto no mercado, no qual a maior preocupação é vender e não o
bem ou o mal que o essa notícia pode causar ao público (Medina, 1988).
Conclui-se, portanto, que para se compreender a importância do jornalismo
comunitário é preciso entender um pouco dos movimentos de base, ou seja, dos
movimentos sociais que buscam por algum tipo de melhoria para a comunidade ao
qual está inserido. Os meios de comunicação de massa se configuram, pois, como
um importante fator de coesão social. Nesse contexto, para Cornu (1999), a
informação jornalística “contribui, numa dada sociedade, para criar um sentimento de
pertença. Incumbe-lhe por isso assumir o conjunto das interrogações, das
esperanças, das preocupações que emanam da coletividade, pô-las à consideração
de todos, para que obtenham respostas”.
11
2.2 JORNALISMO HIPERLOCAL E COMUNITÁRIO: ALTERNATIVA DE NEGÓCIO E
TRADUÇÃO DO CONHECIMENTO TÁCITO
Em 1964, McLuhan criou o conceito de "aldeia global", simbolizando o efeito
global do aumento da velocidade e alcance das tecnologias da comunicação. Esta
aldeia é um espaço de convergência, onde a evolução tecnológica permitiria em
qualquer circunstância a comunicação direta e sem barreiras. Simultaneamente, é
possível observar uma revalorização do local, fazendo com que as informações
globais disputem a atenção com as locais. Pode-se afirmar que da "aldeia global" de
McLuhan emerge a "nossa aldeia" (CAMPONEZ, 2002, p. 70).
Historicamente, as informações locais sempre tiveram importância por dar
visibilidade às notícias locais e aos relatos de determinadas comunidades. Os meios
de comunicação de âmbito local funcionam como uma espécie de extensões
identitárias, tal como referiu McLuhan. Segundo Donna Shaw (2007), embora não
haja uma definição estabelecida e exata, “as informações hiperlocais dizem respeito
a histórias e pormenores de uma determinada vizinhança, uma zona geográfica ou
um grupo de interesses, dentro de uma área geográfica delimitada”.
Tendo em vista que vivemos na Era Digital, o conceito de hiperlocal também
precisa ser trabalho no espaço online. Lemos e Pereira (2011, p.8) consideram que o
jornalismo online hiperlocal pode ser definido como “uma modalidade de cobertura e
produção jornalística de conteúdos sobre uma comunidade específica com vista para
o jornalismo colaborativo (quando a própria comunidade passa a participar do
processo de construção desses conteúdos) (...) que permite, ainda, a
experimentação de recursos digitais que conciliam textos, produção audiovisual
(vídeos, podcast, paisagem sonora) fotografias, infográficos, mapas em um
gerenciador de conteúdo de fácil acesso e manuseio, como o blogue”.
Miller e Stone (2009) ainda destacam que os sites noticiosos de âmbito
hiperlocal “permitem que a pessoa faça “zoom in” sobre o que está a acontecer nas
suas proximidades”, defendendo que este tipo de informação “é uma necessidade
central para que a democracia sobreviva”.
Diante da crise do modelo de negócios dos jornais tradicionais e tendo em
vista o alto custo da cobertura jornalística localizada, seja por conta das distâncias e
da concentração demográfica, a cobertura comunitária aparece como uma
12
alternativa bastante atrativa, não só pela questão financeira, mas porque ainda pode
viabilizar a reaproximação entre os veículos e sua audiência. É importante ressaltar,
contudo, que a real cobertura comunitária e o jornalismo hiperlocal envolvem não só
mudanças de estratégias comerciais, mas também de valores e rotinas dos próprios
jornalistas; e o principal delas é a aceitação da colaboração e envolvimento ativo dos
membros de comunidades sociais na produção das notícias locais.
A participação da comunidade na cobertura local nos moldes atuais ainda
enfrenta a insistência no controle excessivo da produção, o que transforma os
membros de uma comunidade em empregados do jornal - meros fornecedores de
uma foto ou vídeo, por exemplo - e não comunicadores. Desse ponto de vista, perde
o Jornalismo, pois a agenda da empresa tende a se sobrepor à agenda comunitária,
deformando a realidade local. Ou seja, a participação da comunidade na cobertura
local não configura necessariamente jornalismo comunitário, uma vez que o membro
da comunidade não se vê representado e aquilo que ouve ou lê sobre o local onde
vive é qualquer imagem distorcida.
Um dos grandes objetivos da cobertura comunitária é converter o
conhecimento tácito em explícito. O primeiro é adquirido ao longo da vida, pela
experiência, subjetivo e inerente às habilidades de uma pessoa. Já o conhecimento
explícito é o conhecimento que já foi ou pode ser articulado, codificado e
armazenado de alguma forma em alguma mídia, podendo ser prontamente
transmitido para outras pessoas. Com essa postura controladora dos veículos
tradicionais e até mesmo da própria sociedade sobre o que viria a ser produto do
jornalismo comunitário, é possível afirmar que há ainda muita rigidez e limitação na
prática deste conceito.
A importância de os próprios membros da comunidade terem espaço para se
expressar e capacidade de traduzir sua realidade está no fato de que essas pessoas
possuem conhecimentos essenciais para a formulação de programas públicos para
saúde, educação, moradia, segurança e transporte, entre outras áreas. Ou seja, um
knowhow muito distante daquele experimentado por nós repórteres e pelos
burocratas de escritório, cuja marginalização nem se compara ao que vivem
moradores de comunidades pobres e distantes. Assim, do ponto de vista de um
interlocutor distante, a realidade de uma comunidade invariavelmente é distorcida,
retratada por meio do drama e do espetáculo e tendo pouca função social.
Lisa Wiliams (2008, apud AMJAD, 2008, p. 24) afirma que, “qualquer aumento
13
na disponibilização de informações localmente relevantes é positivo, não importando
o quão amadora possa ser a informação e mesmo que destine a uma audiência
reduzida”. Por isso, é relevante que haja meios de refletir, discutir e viabilizar formas
de transformar o conhecimento tácito em conhecimento explicito, por meio da
comunicação, de modo que o jornalismo possa ser uma das possibilidades.
O jornalismo comunitário ainda pode facilitar a produção autônoma de
profissionais independentes e também amadores, pois, diante de uma comunidade
engajada, onde centenas de pessoas participam mandando fotos e notícias, um
jornal comum, com sua rotina de produção já estabelecida, assim como suas
prioridades, não terá condições para processar todo esse material. Ou seja, a
alternativa pode estar na viabilização de canais de comunicação que veiculem
noticias produzidas por jornalistas independentes e comunicadores sociais, onde
representantes da comunidades sejam os interlocutores de suas próprias histórias.
É possível perceber parcerias viáveis entre comunicadores independentes e
empresas, mediante a troca de conteúdo por audiência, no caso de
microempreendedores, ou por experiência, no caso de sites noticiosos locais
patrocinados por escolas de jornalismo para formar profissionais. A diversificação de
fontes de renda, como inserção de banners publicitários e produção de reportagens
patrocinadas, é um aspecto bastante relevante para a sobrevivência dos novos
empreendedores jornalísticos.
2.3 JORNALISMO ONLINE HIPERLOCAL
Nos EUA
a) The Local: Your town. Your neighborhood. Your block. Covered by you and for
you
O The New York Times, em parceria com a Escola Graduação em Jornalismo
da City University of New York (CUNY), criou em fevereiro de 2009 o The Local,
projeto que fragmenta a cobertura noticiosa dos bairros Fort Greene e Clinton Hill
(em Brooklyn) Maplewood, Millburn e South Orange (em New Jersey). Cada
experiência hiperlocal conta com a supervisão de um editor do jornal.
b) EveryBlock: Be a better neighbor
14
Criado em 2007, e adquirido dois anos depois pela msnbc.com, o EveryBlock
engloba a região de Atlanta, Boston, Charlotte, Chicago (onde a equipa encontra-se
sediada), Dallas, Detroit, Houston, Los Angeles, Miami, Nova Iorque, Filadélfia, São
Francisco, São José, Seattle e Washington. É um espaço destinado a assuntos
relacionados à vizinhança dos bairros (neighborhood discussions) e a notícias locais
específicas (block-level news).
c) Outside.in: Neighborhood News
Baseia-se em fontes diversificadas: bloggers locais, jornais, bancos de dados
sobre eventos, e tweets. No site consta a seguinte explicação sobre como é feita a
agregação do conteúdo: “Nós agregamos todas as notícias, discussões e
conversações na web e mapeamo-las para localizações específicas. Organizamos
esse conteúdo para cada cidade, estado, código postal, vizinhança, endereço,
latitude/longitude, e lugar distinto. Organizar a web desta forma permite fornecer
aplicações incríveis aos consumidores, fornecedores de conteúdo e anunciantes”. O
projeto é sediado em Flatiron District (Nova Iorque) e detido pela Outside.in Inc, uma
filial da AOL Inc.
No Brasil
d) Bairros.com: A sua comunidade na web
Trata-se da página dos Jornais de Bairros de O Globo, online desde abril de
2008. Seu objetivo é trazer o dia a dia das comunidades das ruas e bairros do Rio
de Janeiro para o mundo digital, dividindo com os moradores a tarefa de construir
um ambiente online, baseado no jornalismo participativo. No portal, cada região do
Grande Rio tem um blogue próprio, abastecido pelos repórteres dos Jornais de
Bairros com o auxílio dos próprios leitores. Conta com blogues para Zonas Norte,
Sul, Oeste, Barra, Ilha, Tijuca, Niterói, Baixada, Centro e Serra, seguindo a
organização dos cadernos de bairros do Globo.
e) Contramão Online
Trata-se do site do jornal-laboratório do Centro Universitário Una, de Belo
Horizonte, cujo conteúdo é produzido por alunos do curso de Jornalismo Multimédia
sob a orientação de três professores. O objetivo deste projeto pedagógico é realizar
a cobertura jornalística hiperlocal na região que circunda a Praça da Liberdade e que
15
se expande por mais alguns quarteirões localizados no bairro de Lourdes e parte da
região central de Belo Horizonte, conforme consta no site: “A nossa missão é
viabilizar a publicação multimídia de informações sobre os grandes e pequenos
eventos da região, sobretudo, as manifestações culturais, já que a localização
geográfica hiperlocal contempla importantes instituições culturais e artísticas da
cidade. A missão também aborda os problemas quotidianos e urbanos da população
local”.
f) Jornal Boca de Rua
Produzido e vendido por um grupo de moradores de rua coordenados pela
ONG Alice (Agência da Livre Informação para Cidadania e Educação), o Boca de
Rua é um veículo impresso que circula trimestralmente em Porto Alegre desde 2001.
Pelo jornal, já passaram mais de 150 pessoas e cerca de 70 delas deixaram de
morar nas ruas. O veículo serve como forma de comunicação a quem vive em
situação de invisibilidade social.Conta com um blog, que tem como objetivo
disponibilizar aos leitores o conteúdo que não entra no jornal, principalmente por
conta doespaço, como as entrevistas na íntegra.
Na América Latina
g) Solo local.info: Periodismo Digital en Bahía Blanca
Revista digital de análise e opinião de conteúdos hiperlocais especificamente
dirigidos à Bahía Blanca, cidade com cerca de 300 mil habitantes ao sul de Buenos
Aires, Argentina. O blog busca concentrar conteúdos de interesse social para a
comunidade bahiense. O Solo Local faz um “rastreio” diário da informação disponível
na web sobre a Bahia Blanca, dentro e fora da cidade, e com base em resultados
obtidos e conteúdos desconhecidos e/ou que não tiveram divulgação prévia.
Funciona, também, como um centro de recursos e plataforma de publicação digital
para os utilizadores registrados, permitindo que estes publiquem os seus próprios
conteúdos, através do sistema de upload de textos, fotos e vídeos. Ou seja, também
promove o chamado jornalismo do cidadão. Além disso, conta com um grupo de
colaboradores regulares e dois jornalistas “residentes”.
Na Europa
h) Somos Malasaña: El periódico de tu barrio en Madrid
16
Apresentam-se como o primeiro jornal online do bairro, o único meio de
comunicação profissional dedicado exclusivamente a Malasaña (Madrid), criado em
2009. “Somos – ou aspiramos sê-lo – um “altifalante” para todos os residentes e
empresas do bairro, uma página para dinamizar o lugar onde vives e onde podes
participar e alimentar. (…) Somos o que tu quiseres fazer com esta página. Somos
(tal como tu) Malasaña”, pode ler-se no próprio site. O Somos Malasaña conta com
uma equipa constituída por um editor, um jornalista, um designer, um comercial e
uma coordenadora.
2.4 EDUCAÇÃO INFORMAL PARA CIDADANIA: O PAPEL DA COMUNICAÇÃO
Cecilia Peruzzo (1999) aborda o papel da mídia no processo de educação
para a cidadania e defende que a comunicação é um ato pedagógico, assim como a
educação é um ato comunicativo. Trata, portanto, das inter-relações entre
comunicação e educação. Peruzzo afirma que o status de cidadão é uma construção
social que vem se modificando ao longo da história, numa extensão que varia
conforme os países. Na sociedade moderna, os cidadãos são membros de uma
sociedade política baseada no sufrágio universal, na qual todos são considerados
iguais perante a lei. Sabe-se, no entando, que isto nem sempre ocorre na prática,
como é o caso do direito à propriedade e à educação no Brasil, que são negados à
maioria da população.
O processo formativo da cidadania ocorre por diversos meios: família, meios
de comunicação de massa, igreja, sindicato, movimentos sociais e outras relações
sociais do cotidiano. Os meios de comunicação de massa, especialmente a
televisão, têm evidenciado sua influência na sociedade. Este processo de educação
informal se desenvolve, então, por meio de uma dinâmica de múltiplas mediações
sociais. A autora acredita, por exemplo, que as novas gerações têm seus valores,
opiniões e atitudes sedimentadas por veículos que não se interessam propriamente
em sua educação e não assumem explicitamente seu caráter pedagógico.
Já a comunicação produzida por setores subalternos organizados vem
contribuindo, com suas características próprias, para ampliar o espectro educativo
em torno do exercício da cidadania. Esta comunicação seria assim caracterizada
pela participação ativa das pessoas e por conteúdos condizentes com as realidades
17
locais. Os meios de comunicação, implementados no contexto das organizações
progressistas da sociedade civil, assumem mais claramente um papel educativo,
tanto pelo conteúdo de suas mensagens, quanto pelo processo de participação
popular que podem arregimentar na produção, no planejamento e na gestão da
própria comunicação. Revelam-se assim como espaço de aprendizado das pessoas
para o exercício de seus direitos e a ampliação da cidadania.
O processo de educação informal contribui para a elaboração ou reelaboração
das culturas populares e para a formação da cidadania. As pessoas estão inseridas
neste processo quando participam e compartilham de uma prática cotidiana voltada
a interesses e necessidades comuns; e/ou participam de organizações e
movimentos comprometidos com interesses sociais mais amplos. Esse tipo de
manifestação organizativa-cultural é forte no Brasil e na América Latina, locais
marcados pelas desigualdades sociais e onde se verificam grandes transformações
nas últimas duas décadas (PERUZZO, 1999).
Por isso, a pesquisadora destaca que na concepção liberal há uma
individualização da cidadania, caracterizada pela busca central do interesse próprio,
particular. De acordo com esse conceito, o problema está em quem pode exercê-la e
em que termos ela é exercida. Ou seja, de uma lado tem-se a cidadania como direito
e, de outro, a incapacitação política dos cidadãos.
Para Peruzzo (1999), a comunicação popular ou comunitária é caracterizada
pelo exercício da participação direta da comunidade nos mecanismos de
planejamento, produção e gestão. Os receptores das mensagens dos meios de
comunicação são também produtores e emissores das mesmas. A autora defende
ainda que participar do processo de comunicação pode facilitar a ampliação da
cidadania, uma vez que possibilita a pessoa tornar-se sujeito de atividades de ação
comunitária. Inserida nesse processo, ela tende a mudar o seu modo de ver o
mundo e de relacionar-se com ele. Assim, os meios de comunicação comunitários
ou populares contribuem duplamente para a construção da cidadania: têm potencial
educativo enquanto processo e também pelo conteúdo das mensagens que
transmitem.
18
3 CONSELHOS COMUNITÁRIOS NA PRÁTICA
A pesquisa para este trabalho teve início com o levantamento dos Conselhos
Comunitários da Grande Florianópolis e contato com Prefeitura Municipal e SDR
Florianópolis para obter mais informações sobre essas organizações. Não foi
possível obter muitas informações e constatou-se que há pouco conteúdo disponível
online sobre esse assunto. Por meio da internet e telefone, foi realizado breve
contato com alguns Conselhos, solicitando entrevista presencial. O único retorno
efetivo até o momento foi do Conselho Comunitário Fazenda Rio Tavares, por meio
do atual presidente, Ariel Nunes.
Realizou-se entrevista presencial com o Ariel, que sanou algumas dúvidas
sobre o tema e comprometeu-se a repassar mais dados sobre o Conselho, apoiando
o desenvolvimento do projeto.
3.1 ESTRUTURAÇÃO E COTIDIANO DOS CONSELHOS COMUNITÁRIOS
Os conselhos comunitários costumam ser entidades dotadas de
personalidade de direito privado e sem fins lucrativos, que representam determinada
área de abrangência, fundamentadas na colaboração recíproca a que se obrigam
seus associados, definidas por meio de estatuto. Entre seus objetivos, é possível
destacar:
a) Ações político sociais, culturais, educativas e recreativas, na comunidade,
visando a construção e fortalecimento da cidadania, bem como a integração dos
moradores;
b) Os vínculos de solidariedade, fortalecendo a relação coletiva;
c) A representação da comunidade perante os órgãos públicos e privados,
exigindo a melhoria dos serviços a ela prestados e o atendimento às necessidades
constatadas em seu meio.
3.2 CONSELHO COMUNITÁRIO E COMUNICAÇÃO
Ainda na pesquisa para levantamento dos Conselhos sediados na Grande
Florianópolis, foi possível perceber uma presença digital bastante fraca destas
entidades. Ou seja, em casos raros o Conselho possuía uma página própria na rede,
com informações atualizadas e qualquer ação no sentido da comunicação e da
visibilidade da entidade perante o público geral.
19
Ariel Nunes está há quatro meses como presidente do Conselho Comunitário
Fazenda Rio Tavares e acredita que ainda está em processo de aprendizagem,
contando com o apoio de pessoas mais experientes na diretoria. O jovem de 19
anos de idade acompanhou o avô na mesma função, desde pequeno. Após o
processo de eleição, Nunes foi escolhido por unanimidade e tomou posse em 31 de
agosto de 2013 para uma gestão de dois anos. “Estava com medo por ser novo, mas
me surpreendi. Acho que a comunidade queria mudança”.
De acordo com o presidente, o conselho sobrevive por meio de projetos que
possam ser encaminhados ao governo municipal ou estadual. Neste caso, a verba é
destinada especificamente ao projeto e não pode ser utilizada para gastos do
cotidiano do Conselho, como manutenção e infraestrutura. O recurso para este fim é
oriundo, sobretudo, da sublocação do espaço para eventos, como festas de
aniversário e afins.
Para o jovem, a Prefeitura Municipal tem sido uma grande parceira do
Conselho para realização de cursos profissionalizantes, como o Pronatec. A entidade
conta ainda com cursos de auxiliar administrativo do Senai. “Essa é a minha
bandeira no Conselho: trazer cursos profissionalizantes, que preparem os
participantes para o mercado de trabalho”. Além dos cursos profissionalizantes, o
Conselho oferece aulas de dança, yoga, manhã para idosos, dança gaúcha,
capoeira, entre outros.
Para o presidente, o papel do Conselho Comunitário também é reivindicar os
problemas da comunidade de área de abrangência (ex: bombeiros, postos de
saúde). É uma entidade articuladora, representativa. “A comunidade reclama do
conselho, mas não participa. Se participassem, se sentiriam mais seguros, pois
todas as decisões são tomadas em grupo”, destacou.
Este Conselho Comunitário, assim como a grande maioria dos demais, não
conta com uma política ou projeto voltado à comunicação, seja ao público interno ou
externo. Possui apenas uma página no Facebook, que é gerenciada pelo próprio
presidente (às vezes o vice), com informações sobre o cotidiano da instituição
(melhorias na infraestrutura, eventos, cursos). Espera ter até maio um site pronto
para complementar as ações voltadas à comunicação, mas não há responsável
definido ainda. “O canal no Facebook tem bastante movimento e sem dúvidas é uma
rede que ajuda bastante, mas acho que o site ajudaria mais, é importante ter”.
Do ponto de vista do presidente e do vice-presidente do Conselho Fazenda
20
Rio Tavares, os veículos de comunicação tradicionais “são horríveis, a assistência é
muito rara, é elitizado e só aparecem pro espetáculo”. Ambos se mostraram
entusiasmados com a proposta de implantar um ponto de comunicação autônomo no
Conselho.
21
4 PROPOSTA DE REDE DE COMUNICAÇÃO PARA OS CONSELHOS
COMUNITÁRIOS DE FLORIANÓPOLIS
4.1 TABELA 1 – MAPEAMENTO DOS CONSELHOS COMUNITÁRIOS DA GRANDE
FLORIANÓPOLIS
Entidade Localidade Contato Comunicação?
Conselho Comunitário
Jardim Cidade
Universitária Florianópolis
- Conjardim
Jd Cidade
Universitaria, S/N,
Trindade,
[email protected] http://conjardim.blogspot.
com.br/
Conselho Comunitário de
Angelina
Rua Manoel Duarte,
Nº 103, Centro -
Angelina.
om
(48) 3274-1177/1155,
com Márcia. Ou 8419-
1956 e 8435-8711
http://conselhocomunitari
oangelina.blogspot.com.b
r/
Conselho Comunitário
Fazenda Rio Tavares
Rod. SC-406, 405 (48) 9155-1282 ou
m
https://www.facebook.co
m/conselhofaz.tavares?fre
f=ts
Conselho Comunitário de Coqueiros
Rua Marquês de
Carvalho, 31
3348-8595 / [email protected]
Conselho Comunitário do
Pantanal
Rua Deputado Antonio Edu Vieira, 968
(48) 3234-4148
Conselho Comunitário da
Costeira
Avenida Deputado
Diomício Freitas, 216
- Carianos
(48) 3226-0718
Conselho Comunitário do
Rio Tavares
Rod Dr Antônio Luiz
M Gonzaga, 1554
Conselho Comunitário de
Capoeiras
Rua Santos Saraiva,
2011
(48) 3240-9855 / [email protected]
Conselho Comunitário da
Coloninha
Rua João Evangelista da Costa, 435 - Estreito
9919-7848 / 3248-4323
Conselho Comunitário da
Tapera
conselhotapera@hotmail
.com
http://www.conselhotaper
a.blogspot.com.br/
22
Conselho Comunitário do
Parque São Jorge
Pc Caiçara, 68
3025-3170
Conselho Comunitário do
Córrego Grande
Rua João Pio Duarte, SN
Conselho Comunitário do
Saco dos Limões
Rua João Motta
Espezim, 783
(48) 3333-6050 / 9103-
1788
Conselho Comunitário do
Bairro Bela Vista
Avenida Santa
Catarina, 630 - Bela
Vista, São José
(48) 3346-7614 �
Conselho Comunitário do
Bairro Santos Dumont
Barreiros
Rua João José Souza,
15 - Santos Dumont,
São José
(48) 3240-8202
Conselho Comunitário do
Conjunto Habitacional
Panorama
Rua Joaquim Nabuco,
1050 - Monte Cristo,
Florianópolis
(48) 3240-8724 �
Conselho Comunitário do
Loteamento Campinas
Rua José Aurino de
Matos, 230 - Kobrasol,
São José
(48) 3247-2768 �
Conselho Comunitário do
Jardim Eldorado
Rua Vitor Meireles,
530 - Brejaru, Palhoça
- SC
(48) 3033-4500 �
Conselho Comunitário
Padre Réus
Rua Novo Horizonte,
1 - Caminho Novo,
Palhoça
(48) 3342-8743 �
Conselho Comunitário
Brejaruense
Rua José Leonidio
Vieira, Palhoça
(48) 3242-1108
Conselho Comunitário São
Tomé
Rua José Luís Martins
- Barra Aririu, Palhoça
(48) 3342-4120
Conselho Comunitário
Aririu da Formiga
Rua Raul Antônio da
Silva, SN - Aririu
Formiga, Palhoça
(48) 3342-3630 �
Conselho Comunitário do
Furadinho
Rua José Bonifácio de
Souza - Furadinho,
Palhoça
(48) 3242-8040
Conselho Comunitário
Daniela
Avenida das
Pitangueiras, 1075
(48) 3266-8544 �
23
Conselho Comunitário de
Forquilinhas
Rua Princesa Isabel,
413 - Forquilhinhas,
São José
(48) 3357-6870
Conselho Comunitário
Monte Verde
Rua Guaramirim, 170
Conselho Comunitário de
Aririu
Rua São Francisco de
Assis, 468 - Aririu,
Palhoça
(48) 3344-3645
Conselho Comunitário de
São Sebastião
Rua David José dos
Santos, 90 - São
Sebastião, Palhoça
(48) 3342-8026 �
4.2 IMPLEMANTAÇÃO DA REDE COMUNITÁRIA DE COMUNICAÇÃO
A implantação da rede comunitária de comunicação será viabilizada por meio
de convênio entre os Conselhos Comunitários interessados no projeto e a
Cooperativa de Produção em Comunicação e Cultura (CpCC), que irá definir
detalhes referentes à gestão das unidades, capacitação dos comunicadores, além
de manutenção e integração dos núcleos. Na cooperativa, será definido um grupo
específico para tal ação, que será responsável pelos processos desde a
apresentação da proposta à comunidade até a execução do plano e
acompanhamento das atividades.
A princípio, a implantação ocorrerá em um Conselho (Conselho Comunitário
Fazenda Rio Tavares), como forma de experiência, laboratório. Depois de um ano de
atividades, será realizada uma avaliação dos resultados para posterior implantação
em outros Conselhos, com as devidas alterações e adequações.
4.3 ESTRUTURAÇÃO DAS UNIDADES
O núcleo de comunicação será incorporado às estruturas atuais de cada
Conselho, buscando manter a unidade entre os pontos da rede, mas respeitando as
peculiaridades de cada Conselho. Esse núcleo será formado por comunicadores
sociais, que contarão com o apoio de profissionais de recursos humanos, assistência
social e infraestrutura do próprio conselho, se houver, senão da CpCC. Esse núcleo
ficará em contato direto com a equipe da CpCC responsável pela sua gestão.
4.4 VIABILIDADE ECONÔMICA
24
Os recursos obtidos deverão sanar gastos de capacitação, viabilização de
infraestrutura (como computadores, máquinas fotográficas e gravadores) e
manutenção da unidade de comunicação. Considera-se até o momento entre as
opções de financiamento o Fundo Social e o financiamento coletivo. No caso do
Fundo Social, o projeto deverá ser apresentado à SDR Florianópolis, com apoio do
governo municipal, para representação nas outras instâncias. Para o financiamento
coletivo, será utilizada a plataforma Catarse ou outra semelhante. Será proposto
também que o Conselho tenha uma participação financeira mensal.
4.4.1 Fundo Social
O Fundo Social é um fundo de natureza financeira, constituído com a reserva
de recursos públicos, que visa financiar programas e ações de inclusão e promoção
social. São consideradas ações e programas de inclusão e promoção social aquelas
que gerem empregos e renda, diminuem o êxodo rural, formem e capacitem
trabalhadores, reduzam o déficit habitacional para as populações menos
favorecidas, previnam doenças e reduzam a mortalidade infantil, entre outros. O foco
é reduzir as diferenças no IDH - Índice de Desenvolvimento Humano entre as
populações do Estado.
O órgão gestor do Fundo Social é a Secretaria de Estado da Fazenda, através
da Secretaria Executiva do Fundo Social. A administração superior é exercida por
um Conselho Deliberativo, formado por seis Secretários de Estado. As Secretarias
de Desenvolvimento Regional atuam como executoras e fiscalizadoras dos projetos
sociais aprovados pelos respectivos Conselhos de Desenvolvimento Regionais.
Municípios e Secretarias Regionais e Setoriais podem propor projetos. Os
projetos de origem dos municípios ou das Secretarias serão apreciados pelo
Conselho Deliberativo do Fundo Social.
Entidades públicas ou privadas, filantrópicas ou sem fins lucrativos, que
realizem trabalho com conotação social, podem receber os recursos do Fundo
Social. Os projetos são protocolados em uma das Secretarias de Desenvolvimento
Regional, que submetem à apreciação do Conselho Deliberativo Regional, cuja
composição e competência encontram-se descritos na Lei Complementar 284 de 28
de fevereiro de 2005, que definem as prioridades dentre os projetos propostos,
encaminhando os selecionados para o Conselho Deliberativo do Fundo Social,
composto por 6 Secretários de Estado, que analisa e aprova os projetos, programas
25
e ações a serem financiados pelo Fundo Social.
4.4.2 Crowdfounding ou financiamento coletivo
O financiamento coletivo (crowdfunding) consiste na obtenção de capital para
iniciativas de interesse coletivo através da agregação de múltiplas fontes de
financiamento, em geral pessoas físicas interessadas na iniciativa. O termo é muitas
vezes usado para descrever especificamente ações na Internet com o objetivo de
arrecadar dinheiro para artistas, jornalismo cidadão, pequenos negócios e start-ups,
campanhas políticas, iniciativas de software livre, filantropia e ajuda a regiões
atingidas por desastres, entre outros. Um aspecto comum a iniciativas de
crowdfunding é a concessão de recompensas aos financiadores, em escala
proporcional à grandeza do incentivo concedido. As recompensas estão de certa
forma associadas ao objetivo final, mas isso não é necessariamente uma obrigação
4.5 SELEÇÃO DA EQUIPE DE COMUNICAÇÃO
A seleção da equipe que constituirá a unidade de comunicação de cada
Conselho será coordenada pela CpCC, com apoio de membros do Conselho e
parceiros. A proposta é selecionar estudantes do segundo ano do Ensino Médio das
escolas abrangidas pelo Conselho, por meio de critérios elencados pelo núcleo
gestor da Cooperativa e pela diretoria de cada Conselho. Devem ser levados em
consideração aspectos como: levantamento sócio-econômico, histórico escolar,
interesse genuíno no projeto e compreensão da proposta, entre outros. Cada
unidade de comunicação dos Conselhos também contará com a supervisão e
acompanhamento de um jornalista profissional, em tempo integral (8h – 18h), que
será selecionado pelo núcleo gestor da CpCC e pela diretoria de cada Conselho ou
algum representante indicado por esta entidade.
4.6 DESCRIÇÃO DA EQUIPE DE COMUNICAÇÃO/JORNADA DE TRABALHO
Cada Conselho contará com uma equipe de seis comunicadores, sendo que
três trabalharão no período da manhã (8h às12h30) e os outros três à tarde (13h30
às 18h). Os comunicadores sociais serão coordenados por um jornalista profissional
responsável, que deverá ficar em tempo integral no Conselho. Tal profissional,
deverá ser contratado por meio de CLT. A equipe trabalhará de segunda a sexta-
feira, recebendo um salário no final de cada. A remuneração será igual em todos os
26
conselhos e deverá ser semelhante à metodologia do Jovem Aprendiz, com carteira
assinada.
A Lei da Aprendizagem Nº 10.097/2000, ampliada pelo Decreto Federal nº
5.598/2005, determina que todas as empresas de médio e grande porte contratem
um número de aprendizes equivalente a um mínimo de 5% e um máximo de 15% do
seu quadro de funcionários cujas funções demandem formação profissional.
No âmbito da Lei da Aprendizagem, aprendiz é o jovem que estuda e
trabalha, recebendo, ao mesmo tempo, formação na profissão para a qual está se
capacitando. Deve cursar a escola regular (se ainda não concluiu o Ensino Médio) e
estar matriculado e frequentando instituição de ensino técnico profissional
conveniada com a empresa.
Podem se beneficiar da lei jovens de 14 a 24 anos incompletos que estejam
cursando o ensino fundamental ou o ensino médio. A idade máxima prevista não se
aplica a aprendizes com deficiência. A comprovação da escolaridade de aprendiz
com deficiência mental deve considerar, sobretudo, as habilidades e competências
relacionadas com a profissionalização.
A jornada de trabalho não deve ser superior a seis horas diárias, admitindo-se
a de oito horas para os aprendizes que já tiverem completado o Ensino Médio, se
nessa jornada forem computadas as horas destinadas à aprendizagem teórica. O
contrato de aprendizagem é um contrato de trabalho especial, com duração máxima
de dois anos, anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, salário
mínimo/hora e todos os direitos trabalhistas e previdenciários garantidos. O aprendiz
contratado tem direito a 13º salário e a todos os benefícios concedidos aos demais
empregados. Suas férias devem coincidir com o período de férias escolares, sendo
vedado o parcelamento.
4.7 CAPACITAÇÃO DA EQUIPE DE COMUNICAÇÃO
O curso de formação terá 240 horas, sendo dois módulos de disciplinas
práticas e três módulos de disciplinas teóricas em Jornalismo/Comunicação Social.
As aulas serão realizadas nos próprios conselhos comunitários, de 15 em 15 dias,
conforme cronograma estipulado pela CpCC e com o apoio dos professores
selecionados pela Cooperativa.
A CpCC será responsável por traçar um quadro de disciplinas fundamentais
para a formação dos comunicadores, o calendário de aulas e os professores
27
responsáveis. Com o apoio do Conselho, ela também será responsável por viabilizar
o material didático necessário. Entre as temáticas que devem ser abordadas estão:
Português e redação básica, jornalismo e suas especializações por tipo de mídia
(com foco em jornalismo comunitário e colaborativo), parâmetros de qualidade,
avaliação e acompanhamento da qualidade das produções jornalísticas, fontes de
notícias, entre outros.
4.8 MANUTENÇÃO
O jornalista responsável pela coordenação de cada unidade de comunicação
deverá submeter mensalmente à cooperativa um relatório de atividades e avaliação
do grupo. Os comunicadores deverão elaborar um relatório pessoal também. Esse
conjunto será analisado pelo núcleo gestor da Cooperativa destinado ao projeto e
compartilhado com o Conselho Comunitário. A partir desta avaliação, será possível
identificar gargalos na execução do projeto, dificuldades, conquistas e qualquer
aspecto construtivo que sirva para melhorar procedimentos, condições de trabalho e
para qualificar ainda mais o conteúdo produzido pelo coletivo.
Além das avaliações, também é possível considerar a possibilidade de
realização de cursos complementares e outras capacitações e atualizações que
possam vir a melhorar qualquer aspecto do projeto. Qualquer ação voltada à
manutenção do núcleo deverá ser sempre debatida entre todos os envolvidos, desde
comunicadores, jornalista responsável, gestores da Cooperativa e do Conselho.
4.9 INTEGRAÇÃO
Desenvolver formas de integração entre os Conselhos Comunitários por meio
da comunicação será fundamental neste projeto. A Cooperativa será responsável por
criar um espaço no portal Desacato para dar visibilidade a todo canal de
comunicação aberto pelas unidades dos Conselhos (sites ou blogues), assim como
enviar uma newsletter semanal com as principais notícias de todos eles, a ser
enviada a quem se escrever para tanto, aos próprios Conselhos, assim como para
um mailing específico de cada região (a ser elaborado em conjunto).
A CpCC também será responsável por organizar encontros mensais entre os
comunicadores sociais para promover integração e troca de experiências, além de
facilitar qualquer outro tipo de contato entre as unidades que for demandado. Será
interessante ainda promover uma celebração anual ou até semestral entre a unidade
28
de comunicação de cada Conselho, o próprio conselho e a comunidade local para
apresentar o projeto, estabelecer laços, contatos e discutir aspectos como
Jornalismo comunitário e etc.
Qualquer ação do projeto da implantação da rede, desde a seleção dos
comunicadores, até capacitação, manutenção e integração, deverá ser
acompanhada por profissionais de Assistência Social e Psicologia, que deverão
compor o núcleo de RH.
4.10 CARTILHA DE PRODUÇÃO E EDITORIAL
A cartilha editorial e de produção será um documento que guiará as unidades
de comunicação, desde o ponto de vista ético até prático, como uma manual de
redação. Ele deverá ser elaborado em conjunto com a Cooperativa e o Conselho
Comunitário que fará o piloto do projeto. Tal documento deverá ser avaliado a cada
ano e alterado, quando necessário, com a aprovação do núcleo gestor da
cooperativa e das unidades de comunicação em atividade.
4.11 APRESENTAÇÃO À COMUNIDADE
A apresentação à comunidade é um fator chave para implantação do projeto.
A CpCC, com o apoio do Conselho Comunitário, deverá organizar um evento que
combine atrações culturais e informação. A unidade de comunicação deverá ser
apresentada e seu propósito deve ficar claro a todos, assim como as formas que a
comunidade poderá e deverá participar na produção do conteúdo. O discurso deve
orientar a comunidade a se apropriar da iniciativa e colaborar sempre. Com o passar
do tempo, se a unidade encontrar dificuldade de penetração em algum segmento da
comunidade, será necessário discutir ações específicas para viabilizar um melhor
relacionamento.
29
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Alguns dos objetivos gerais e específicos listados neste trabalho foram
alcançados, como a apresentação da proposta da implantação da rede em si e o
registro de estudo sobre jornalismo hiperlocal e comunitário, assim como a listagem
dos Conselhos Comunitários da Grande Florianópolis. Contudo, parte dos objetivos
serão alcançados ou até mesmo elaborados a partir da discussão do projeto com o
coletivo (Cooperativa e Conselho) e da posterior implantação da rede.
A pesquisa e reflexão necessárias para a elaboração do trabalho contribuíram
definitivamente para a minha formação como jornalista-gestora e atenderá, neste
formato ou não, à função social da CpCC e do jornalismo que esta entidade propõe,
segundo meu ponto de vista, contribuindo para a democratização da mídia e
inclusão social a partir da capacitação profissional de jovens comunicadores.
Algumas limitações do trabalho foram sentidas no contato com os Conselhos
Comunitários, pouco responsivos à abordagem, talvez até mesmo pela falta de uma
comunicação interna mais eficiente; assim como na definição de um modelo de rede
de comunicação voltado a esse segmento específico, por falta de exemplos
concretos mais detalhados. A fundamentação teórica também poderia estar um
pouco mais consistente e articulada.
Certamente o projeto será apresentado e discutido junto à Cooperativa de
Produção em Comunicação e Cultura (CpCC) para reformulação e aplicação da
proposta. Acredito que se trata de um projeto que deva ser construído coletivamente,
sob a perspectiva de diferentes olhares, além do jornalista-gestor. Esperamos
colocar o projeto em prática e, em longo prazo, impactar a dinâmica das
comunidades da região, assim como o cenário de produção em comunicação
vigente.
30
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