12

Tu, Que Habitas Nos Jardins, Por Robert Murray M'Cheyne

Embed Size (px)

DESCRIPTION

És tu aquele que habita nos jardins de Cristo, podes tu, ó alma, dizer de coração que tens andado pelo jardim de Deus? Desde que você creu no Evangelho, Cristo se tornou precioso a ti? Neste mui belo sermão o pregador escocês nos fala sobre os versos de cantares: “Ó tu, que habitas nos jardins, os companheiros estão atentos para ouvir a tua voz; faze-me, pois, também ouvi-la. Vem depressa, amado meu, e faze-te semelhante ao gamo ou ao filho dos veados sobre os montes dos aromas.” (Cânticos 8:13-14)Ele divide o verso acima da seguinte forma:I. A descrição da Igreja, ou da alma crente: “Tu que habitas nos jardins”. II. A exclamação Cristo: “os companheiros estão atentos para ouvir a tua voz, faze-me, pois, também ouvi-la”.III. A oração do crente: “Vem depressa, amado meu, e faze-te semelhante ao gamo ou ao filho dos veados sobre os montes dos aromas”.O nosso desejo e intenso anseio é que este texto possa produzir uma verdadeira chama ardente de amor por Cristo em nossos corações que nos faça deseja-Lo, imitá-Lo e seguir, com a fé que opera pelo amor, as Suas amoráveis e humildes pisadas.“Cristo! Cristo! Cristo! Nome sem igualEnches o contrito de prazer celestial”

Citation preview

Page 1: Tu, Que Habitas Nos Jardins, Por Robert Murray M'Cheyne
Page 2: Tu, Que Habitas Nos Jardins, Por Robert Murray M'Cheyne

TU QUE

HABITAS NOS

JARDINS .

Page 3: Tu, Que Habitas Nos Jardins, Por Robert Murray M'Cheyne

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

Traduzido do original em Inglês

Thou That Dwellest In The Gardens

By R. M. M'Cheyne

Extraído da obra original, em volume único:

The Sermons of the Rev. Robert Murray M'Cheyne

Minister of St. Peter's Church, Dundee.

Via: Archive.Org

Tradução e Capa por William Teixeira

Revisão por Camila Almeida

1ª Edição: Março de 2015

Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida

Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, sob a licença Creative

Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License.

Você está autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este material em qualquer formato,

desde que informe o autor, as fontes originais e o tradutor, e que também não altere o seu conteúdo

nem o utilize para quaisquer fins comerciais.

Page 4: Tu, Que Habitas Nos Jardins, Por Robert Murray M'Cheyne

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

Tu Que Habitas Nos Jardins Por R. M. M’Cheyne

“Ó tu, que habitas nos jardins, os companheiros estão atentos para ouvir a tua voz;

faze-me, pois, também ouvi-la. Vem depressa, amado meu, e faze-te semelhante ao

gamo ou ao filho dos veados sobre os montes dos aromas.” (Cânticos 8:13-14)

I. A descrição da Igreja, ou da alma crente: “Tu que habitas nos jardins”. Isto é verdade para

o crente de duas maneiras.

1. Ele é fechado e separado do mundo: “Jardim fechado és tu, minha irmã, esposa minha”

(Cânticos 4:12). Todos os crentes habitam dentro de um recinto. Assim como os jardins do

Oriente estão fechados com uma cerca de canas, ou de figo da Índia, ou por uma parede

de pedras, assim, todos os que são de Cristo são separados do mundo, Jesus diz: “Se vós

fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes

eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia” (João 15:19). E, novamente,

João diz: “O mundo não nos conhece; porque não o conhece a ele” [1 João 3:1]. Grandes

erros são cometidos aqui. Há muitas sebes que não são do plantio de Cristo. Muitos são

separados, mas não pelo Evangelho de Deus.

(1) Alguns são separados por educação. Eles são educados longe do barulho e da agitação

do mundo. Eles veem pouco de seus vícios, e ouvem pouco da sua profanação. Eles nunca

estão autorizados a entrar em seu anel mágico. Eles são uma espécie de pessoas sepa-

radas. Mas, ah! eles têm um mundo em seu próprio coração.

(2) Alguns, mais uma vez, são separados do mundo por dores mundanas e angústias, ou

por doença do corpo. Seu espírito orgulhoso está quebrado. O seu coração foi usado louca-

mente por acompanhar o mundo; mas agora ele adoece e morre dentro deles; o desejo se

vai. Eles não têm mais coração para os seus ídolos. Trata-se de uma espécie de pessoas

separadas. Mas, ah! eles não habitam nos jardins; esta é a separação da natureza, não da

graça.

(3) Alguns têm uma separação arrogante do mundo, como os que diziam: “Para trás, porque

sou mais santo do que tu”, como os Fariseus, que não falariam com um publicano. Estes

são conhecidos por sua pouca compaixão pelo mundo. Ah! estes não habitam no jardim de

Cristo.

Page 5: Tu, Que Habitas Nos Jardins, Por Robert Murray M'Cheyne

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

(4) Há uma separação nominal do mundo. Essas pessoas têm um nome de quem vive, e

estão mortas. Eles pertencem, possivelmente, a uma congregação peculiar, e à reunião de

oração peculiar, pois eles têm um nome de Cristão e uma aparência Cristã, pois eles muitas

vezes falam como Cristãos, e são chamados de Cristãos, o mundo os teme, e os tratam

como se fossem crentes, mas o tempo todo sob este manto bate um coração não trans-

formado, incrédulo, ímpio. Ah! irmãos, esta é uma separação feita por Satanás. Mas todos

os que são de Cristo verdadeiramente habitam nos jardins. Eles são separados do mundo

por um abismo infinito, intransponível.

Em primeiro lugar, pelo sangue. Assim como as casas de Israel foram separadas das casas

dos egípcios por terem as portas aspergidas com sangue; semelhantemente há um conjun-

to de homens neste mundo, cujas portas dos corações foram aspergidas com sangue. O

sangue de Cristo sobre a sua consciência marca-os como homens perdoados. Eles tinham

a mesma natureza de outros homens; a mesma inimizade contra Deus, e repulsa desespe-

rada dEle; eles tinham o mesmo amor aos ídolos como os outros homens; eles passaram

sua juventude nos mesmos pecados que os outros homens; muitos deles foram até as

profundezas do pecado; mas o Senhor Jesus os amou, e os lavou de seus pecados em

Seu próprio sangue. “Justificados pela fé, temos paz com Deus” [Romanos 5:1]. Estes são

os que habitam nos jardins. Ah! irmãos, vocês têm sido separados pelo sangue? Vocês têm

o sangue carmesim de Jesus, tornando a sua alma diferente do restante dos homens?

Em segundo lugar, por Seu Espírito. Todos os que são verdadeiramente de Cristo são sepa-

rados do mundo pela habitação do Espírito Santo. “Se alguém está em Cristo Jesus, nova

criatura é” [2 Coríntios 5:17]. Ele tem novos desejos dados a ele, posto que ele desejava o

que outros homens desejam. Louvor dos homens, um nome, o poder, o dinheiro, o prazer.

Estes foram os principais objetos que estavam diante dele. Agora estes perderam o seu po-

der sobre ele. O mundo foi crucificado. Agora, ele deseja mais proximidade de Deus; uma

mudança mais completa de coração; ele deseja espalhar o conhecimento de Jesus sobre

o mundo. Ele é separado para o Evangelho de Deus. Ele tem novas tristezas. Uma vez

todas as suas tristezas eram as tristezas do mundo; chorou pela perda de amigos ou bens

deste mundo, mas agora essas dores são leves aflições. Seu mais pesado sofrimento agora

é quando ele está longe de Deus, quando ele quer a presença de Deus e o sorriso de Deus,

ou, talvez, a ausência do Espírito e a queima da corrupção interior, ou o pecado abundante

ao seu redor, o faz suspirar e chorar, ou a arca de Deus faz com que seu coração trema.

Este homem está separado, ele habita nos jardins.

Queridas almas, vocês têm sido, assim, separados do mundo? “Mas devemos sempre dar

graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princí-

pio para a salvação, em santificação do Espírito, e fé da verdade” [2 Tessalonicenses 2:13].

Page 6: Tu, Que Habitas Nos Jardins, Por Robert Murray M'Cheyne

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

Ah irmãos, o sangue de Cristo tem vos separado do mundo não-perdoado? Será que o

Espírito de Cristo, vos separou do mundo não regenerado? Existe uma separação real,

eterna feita entre vocês e o mundo? Se não, vocês perecerão com o mundo.

2. Habitar nos jardins também parece significar habitar em deleite. Quando Deus fez o

homem, no princípio, Ele plantou um jardim no Éden, ao Oriente; e do solo fez o Senhor

Deus brotar toda sorte de árvores agradáveis à vista e boas para comida, e a árvore da

vida no meio do jardim. E o Senhor Deus tomou o homem e o colocou no jardim do Éden,

para cultiva-lo e guarda-lo. Aquele jardim era um tipo de doce deleite da alma de Adão; e

ali, dia após dia, ele ouviu a voz de Deus, que passeava no jardim, na viração do dia. Quan-

do Adão caiu, Deus o expulsou do jardim para este mundo sombrio, coberto de espinhos e

abrolhos, para ganhar o pão com o suor do seu rosto. O homem já não andava com Deus

em um jardim de delícias. Mas quando um pecador é levado a Cristo, ele é trazido para o

jardim de Cristo: “Porque nós, os que temos crido, entramos no repouso” [Hebreus 4:3]. Ele

diz: “desejo muito a sua sombra, e debaixo dela me assento; e o seu fruto é doce ao meu

paladar” [Cânticos 2:3]. Ele se torna alguém que habita nos jardins. Na verdade, ele é

alguém vindo do deserto. Este mundo é um deserto, para o crente — cheio de dor, doença,

suspiros e morte — um mundo que crucificou seu Senhor, e o persegue; um mundo frio,

incrédulo e ímpio. Ainda assim, a alma habita nos jardins: “A sua alma pousará no bem”

[Salmos 25:13]. É verdade, o crente tem seus momentos de deserção, e nuvens, e dúvidas,

e águas profundas em tais ocasiões, o seu grito é, 'Miserável Homem que sou! ” Ainda as-

sim, quando o olho repousa sobre Jesus, a sua alma habita em um jardim de delícias.

Ó! irmãos, que foram levados para o jardim de Cristo; vocês encontraram grande prazer

nele, um melhor do que o Éden — um direito à árvore da vida, que está no meio do paraíso

de Deus! Muitos de vocês pensam que é uma coisa maçante tornar-se um Cristão. Você

olha para os seus lados, a sua calma, caminhada humilde, por meio do mundo. Você pensa

que eles são ranzinzas, taciturnos, severos. Mas, ó homem! você está apenas olhando para

a casca: você não pode ver o que é sentido interiormente, você não pode ver a luz do sol

do céu que repousa sobre tal alma, você não pode saborear por um momento o prazer de

estar em paz com Deus [...].

“Feliz é o homem que acha sabedoria,

E o homem que adquire entendimento.

Ela é mais preciosa do que rubis;

E todas as coisas que possas desejar não se pode comparar com ela.

Vida longa de dias está na sua mão direita;

Em sua mão esquerda riquezas e honra.

Os seus caminhos são caminhos de delícias,

Page 7: Tu, Que Habitas Nos Jardins, Por Robert Murray M'Cheyne

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

E todas as suas veredas são paz.

Ela é uma árvore da vida para os que dela lançam mão:

E feliz é todo aquele que a retém.”

Ah, irmãos, vão e aprendam o hino que assim começa:

“Irão os homens fingir prazer

Aqueles que nunca conheceram ao Senhor?

Podem todos os tesouros do mundano

A verdadeira paz de espírito pagar?”

II. A exclamação Cristo: “os companheiros estão atentos para ouvir a tua voz”.

1. A alma em Cristo tem muitos companheiros amáveis, irmãos e irmãs em Cristo Jesus. A

alma que está unida à videira está unida a todos os ramos: “Nós sabemos que passamos

da morte para a vida, porque amamos os irmãos” [1 João 3:14]. “Companheiro sou de todos

os que te temem” [Salmos 119:63].

Os crentes têm muitas coisas a dizer um ao outro; como João diz a Gaio: “Tinha muito que

escrever, mas não quero escrever-te com tinta e pena. Espero, porém, ver-te brevemente,

e falaremos face a face” [3 João 1:13-14]. Assim como os crentes nos dias de Malaquias:

“Então aqueles que temeram ao Senhor falaram frequentemente um ao outro; e o Senhor

atentou e ouviu” [Malaquias 3:16].

E o mesmo ainda acontece com os crentes. Podem dizer de suas experiências passadas

modesta e humildemente, com auto-aversão, e para a glória de Cristo; como Jesus disse

ao que havia sido endemoninhado: “Torna para tua casa, e conta quão grandes coisas te

fez Deus” (Lucas 8:39); e como Davi fala: “Vinde, e ouvi, todos os que temeis a Deus, e eu

contarei o que ele tem feito à minha alma” (Salmos 66:16). Eles falam um com o outro em

suas angústias, como está escrito: “Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas pala-

vras” [1 Tessalonicenses 4:18]. Não, “consolai-vos a vós mesmos”, mas “consolai-vos uns

aos outros”, esta é uma ordenança de Deus que o consolo deve ser ministrado de cren-te

para crente. Que gentil mão de amor deve trazer a taça da consolação. Eles falam uns aos

outros sobre Jesus: “Vistes aquele a quem ama a minha alma?” [Cânticos 3:3], para onde

foi o teu amado, ó mais formosa entre as mulheres? Para onde se retirou o teu amado, para

que o busquemos contigo?” [Cânticos 6:1]. Eles exortam uns aos outros diariamente, duran-

te o dia chamado hoje.

Page 8: Tu, Que Habitas Nos Jardins, Por Robert Murray M'Cheyne

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

Ah! esta é uma verdadeira marca de todos os verdadeiros crentes: “os companheiros estão

atentos para ouvir a tua voz”. Assim muitos de vocês podem saber se vocês não estão em

Cristo por isso, que vocês nunca aprenderam a língua pura de Canaã. É verdade que há

muitos que têm as frases dos Cristãos, e tem muito falar, que passarão a ser nuvens sem

chuva, virgens loucas, tendo uma lâmpada, e pavio, e chama, porém nenhuma gota de óleo

no interior, ainda assim, se vocês não têm o discurso de Canaã, se vocês não tiverem uma

palavra para aqueles que caminham em direção a glória, eu temo que vocês não pertencem

a essa companhia.

2. Ouça a exclamação de Cristo. “Faze-me, pois, também ouvi-la”. Cristo se queixa de que

falamos mais uns aos outros do que com Ele. Este é muitas vezes o caso, especialmente

com os jovens crentes. Quando o peito se enche de alegria, o crente o derrama antes peran-

te seus companheiros, em vez de diante do Senhor. Na tristeza, quando as nuvens têm

coberto a alma, Cristo é esquecido, e algum companheiro procurado para ouvir suas quei-

xas. Na dificuldade, quantas vezes o crente corre primeiro para algum companheiro na terra

em busca de conselho! Agora, a palavra de Cristo é: “faze-me, pois, também ouvi-la”, corra

primeiro para Mim.

(1) Porque Cristo é um Salvador zeloso: “Porque o Senhor teu Deus é um Deus zeloso”

[Deuteronômio 6:15]. Quando Cristo levou-nos para Si mesmo, Ele disse: “E naquele dia,

diz o SENHOR, tu me chamarás: Meu marido; e não mais me chamarás: Meu senhor. E da

sua boca tirarei os nomes dos Baalins, e não mais se lembrará desses nomes” [Oséias

2:16-17]. Lembrem-se de como Ele disse: “Amas-me mais do que estes?” [João 21:15] E

disse-lhe: “Que tenho eu com os ídolos?” [Oséias 14:8]. Agora, o Senhor Jesus não pode

suportar que devemos ter um amigo mais próximo do que Ele mesmo. Ele deve ser o nosso

parente mais próximo. Devemos nos inclinar sobre o Amado. “Faze-me, pois, também ouvi-

la”.

(2) Porque nEle são completamente supridas todas as nossas necessidades. É verdade

que os companheiros são tão queridos e amáveis na sua vida; mas de onde eles tiraram

toda a graça que os tornou assim? Não foi a partir de Cristo? Talvez nós amamos sua bran-

dura e mansidão; sua santa sabedoria, para aconselhar-nos em circunstâncias difíceis; mas

ah! de onde eles tiraram isso? de Jesus. Eles não são nada senão cisternas; Cristo é a

fonte. Eles são apenas criaturas; Cristo é o Criador. Devemos deixá-los, e valer-nos dEle.

“Faze-me, pois, também ouvi-la”.

(3) A comunhão com Cristo é sempre santificadora. A comunhão com os homens, mesmo

com os homens bons, muitas vezes endurece e fere a alma. Você está contando experiên-

cias? Você está apto a ser um homem agradável, para buscar parecer algo maravilhoso,

Page 9: Tu, Que Habitas Nos Jardins, Por Robert Murray M'Cheyne

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

muito humilde ou de muito crédito? Você está apto a buscar antes o louvor dos homens do

que a glória de Deus. Você está em busca de conforto? Você está apto a se inclinar sobre

a criatura, e esquecer o único Consolador; mas a comunhão com Cristo é sempre santifi-

cadora. É bom para a alma encontrar-se com Jesus. Oh, se tu fosses a Jesus e Lhe disses-

se tudo; se tu O levasse a ouvir-te, quão mais feliz tu serias! Deixe haver muita sinceridade

entre sua alma e Cristo. Não cubra nenhum pecado diante dEle; derrame cada alegria, cada

tristeza, busque conselho em cada perplexidade. Veja aqui, Ele ordena que você venha e

conte-Lhe tudo: “Faze-me, pois, também ouvi-la”.

III. A oração do crente.

1. Ele ora por um rápido retorno de Cristo à sua própria alma. É a presença de Cristo com

a alma que dá a verdadeira paz e a verdadeira santidade. Não são as circunstâncias, nem

os ministros, nem lugar, nem tempo, mas Jesus presente. Pois sentar-se à Sua sombra,

proporciona grande prazer. Pois somente inclinar-se sobre o Amado apoia os seus passos

vacilantes. Um verdadeiro crente não pode estar satisfeito, enquanto Cristo está longe;

“Vem depressa, amado meu”; alguém que não é uma esposa pode se contentar com outros

amantes, mas os suspiros da esposa fiel são pelo retorno de seu Senhor. As ordenanças

são todas frias e estéreis até que Ele retorne. Ministros falam, mas não ao coração. Os

companheiros não podem dar descanso nem acolhimento. Ó irmãos! Vocês sabem o que

é suspirar consigo mesmos: “Vem depressa, amado meu”?

2. Ele ora por um rápido retorno de Cristo à Igreja. É a presença de Cristo, que faz o tempo

doce de refrigério em uma Igreja. Quando Ele vem saltando sobre os montes, saltando

sobre as colinas, as flores aparecem imediatamente na terra. O povo do Senhor é vivificado

em todas as suas graças; eles começam a entoar canções de libertação; almas ansiosas

brotam como a erva; e todo o jardim do Senhor exala aromáticos. Ah! se o Senhor Jesus

viesse aqui com poder, eu pregaria e vocês ouviriam de outra maneira e não desta forma

que nós fazemos. Eu não seria tão duro de coração, e vocês seriam derretidos sob Sua

Palavra. Vocês não orarão: “Vem depressa, amado meu, e faze-te semelhante ao gamo ou

ao filho dos veados sobre os montes dos aromas”? Não é este um momento tão desejável?

3. Ele ora pela segunda vinda gloriosa de Cristo. É a verdadeira e visível vinda e presença

de Jesus, o Rei, em Sua formosura, que aperfeiçoará a alegria de seu povo crente. (1) O

amor da alma, então, será satisfeito. No momento estamos atingidos por muitas dúvidas.

Estou realmente convertido? Estou em Cristo? Será que perseverarei até o fim? A alma

tem muitas vezes uma fome por Cristo, e não pode saciá-la. Mas quando O veremos como

Ele é, as sombras todas fugirão. Jamais teremos outra dúvida; para sempre estaremos com

Page 10: Tu, Que Habitas Nos Jardins, Por Robert Murray M'Cheyne

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

o Senhor. (2) Jesus deve então ser totalmente glorificado. Atualmente, Ele é desprezado e

cuspido. Seus inimigos têm a mão levantada. Reis O desprezam, e a maioria dos homens

O estima superficialmente. Mas, então, quando Ele vier será glorificado nos Seus santos e

admirado em todos os que creem. Todos os seus santos deverão então bendizê-lO: “os ho-

mens serão abençoados nEle; todas as nações lhe chamarão bem-aventurado” [Salmos

72:17].

Ah! meus amigos, vocês podem dizer honestamente que esperam por esse dia? É uma

bem-aventurada esperança para vocês? Somente aqueles que podem dizer: “Meu Amado”,

podem desejar a Sua vinda. “Ai daqueles que desejam o dia do Senhor! Para que quereis

vós este dia do Senhor? Será de trevas e não de luz” [Amós 5:18]. Ah! irmãos, quando

Jesus vier nas nuvens do céu, todo olho o verá; e a maioria de vocês, eu temo, se lamentará

por causa dele. Ah, lá está Ele! o Salvador que nós rejeitamos, O negligenciamos por toda

a nossa vida, O desprezamos; Ali Ele vem para se vingar de nós que não conhecemos a

Deus e não obedecemos ao Evangelho. Aqueles de vocês que podem dizer: “Meu Amado”,

não estão em trevas, para que aquele dia vos surpreenda como um ladrão. Sua oração é:

“Vem depressa, amado meu, e faze-te semelhante ao gamo ou ao filho dos veados sobre

os montes dos aromas”.

ORE PARA QUE O ESPÍRITO SANTO use este sermão para trazer muitos

Ao conhecimento salvador de JESUS CRISTO.

Sola Scriptura!

Sola Gratia!

Sola Fide!

Solus Christus!

Soli Deo Gloria!

Page 11: Tu, Que Habitas Nos Jardins, Por Robert Murray M'Cheyne

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

10 Sermões — R. M. M’Cheyne

Adoração — A. W. Pink

Agonia de Cristo — J. Edwards

Batismo, O — John Gill

Batismo de Crentes por Imersão, Um Distintivo

Neotestamentário e Batista — William R. Downing

Bênçãos do Pacto — C. H. Spurgeon

Biografia de A. W. Pink, Uma — Erroll Hulse

Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a

Doutrina da Eleição

Cessacionismo, Provando que os Dons Carismáticos

Cessaram — Peter Masters

Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção da

Eleição — A. W. Pink

Como Ser uma Mulher de Deus? — Paul Washer

Como Toda a Doutrina da Predestinação é corrompida

pelos Arminianos — J. Owen

Confissão de Fé Batista de 1689

Conversão — John Gill

Cristo É Tudo Em Todos — Jeremiah Burroughs

Cristo, Totalmente Desejável — John Flavel

Defesa do Calvinismo, Uma — C. H. Spurgeon

Deus Salva Quem Ele Quer! — J. Edwards

Discipulado no T empo dos Puritanos, O — W. Bevins

Doutrina da Eleição, A — A. W. Pink

Eleição & Vocação — R. M. M’Cheyne

Eleição Particular — C. H. Spurgeon

Especial Origem da Instituição da Igreja Evangélica, A —

J. Owen

Evangelismo Moderno — A. W. Pink

Excelência de Cristo, A — J. Edwards

Gloriosa Predestinação, A — C. H. Spurgeon

Guia Para a Oração Fervorosa, Um — A. W. Pink

Igrejas do Novo Testamento — A. W. Pink

In Memoriam, a Canção dos Suspiros — Susannah

Spurgeon

Incomparável Excelência e Santidade de Deus, A —

Jeremiah Burroughs

Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvação

dos Pecadores, A — A. W. Pink

Jesus! – C. H. Spurgeon

Justificação, Propiciação e Declaração — C. H. Spurgeon

Livre Graça, A — C. H. Spurgeon

Marcas de Uma Verdadeira Conversão — G. Whitefield

Mito do Livre-Arbítrio, O — Walter J. Chantry

Natureza da Igreja Evangélica, A — John Gill

OUTRAS LEITURAS QUE RECOMENDAMOS Baixe estes e outros e-books gratuitamente no site oEstandarteDeCristo.com.

— Sola Scriptura • Sola Fide • Sola Gratia • Solus Christus • Soli Deo Gloria —

Natureza e a Necessidade da Nova Criatura, Sobre a —

John Flavel

Necessário Vos é Nascer de Novo — Thomas Boston

Necessidade de Decidir-se Pela Verdade, A — C. H.

Spurgeon

Objeções à Soberania de Deus Respondidas — A. W.

Pink

Oração — Thomas Watson

Pacto da Graça, O — Mike Renihan

Paixão de Cristo, A — Thomas Adams

Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado — J. Edwards

Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural —

Thomas Boston

Plenitude do Mediador, A — John Gill

Porção do Ímpios, A — J. Edwards

Pregação Chocante — Paul Washer

Prerrogativa Real, A — C. H. Spurgeon

Queda, a Depravação Total do Homem em seu Estado

Natural..., A, Edição Comemorativa de Nº 200

Quem Deve Ser Batizado? — C. H. Spurgeon

Quem São Os Eleitos? — C. H. Spurgeon

Reformação Pessoal & na Oração Secreta — R. M.

M'Cheyne

Regeneração ou Decisionismo? — Paul Washer

Salvação Pertence Ao Senhor, A — C. H. Spurgeon

Sangue, O — C. H. Spurgeon

Semper Idem — Thomas Adams

Sermões de Páscoa — Adams, Pink, Spurgeon, Gill,

Owen e Charnock

Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de

Deus) — C. H. Spurgeon

Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A — J.

Edwards

Sobre a Nossa Conversão a Deus e Como Essa Doutrina

é Totalmente Corrompida Pelos Arminianos — J. Owen

Somente as Igrejas Congregacionais se Adequam aos

Propósitos de Cristo na Instituição de Sua Igreja — J.

Owen

Supremacia e o Poder de Deus, A — A. W. Pink

Teologia Pactual e Dispensacionalismo — William R.

Downing

Tratado Sobre a Oração, Um — John Bunyan

Tratado Sobre o Amor de Deus, Um — Bernardo de

Claraval

Um Cordão de Pérolas Soltas, Uma Jornada Teológica

no Batismo de Crentes — Fred Malone

Page 12: Tu, Que Habitas Nos Jardins, Por Robert Murray M'Cheyne

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

2 Coríntios 4

1 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;

2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem

falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,

na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 3 Mas, se ainda o nosso evangelho está

encoberto, para os que se perdem está encoberto. 4 Nos quais o deus deste século cegou os

entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória

de Cristo, que é a imagem de Deus. 5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo

Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus,

que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,

para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porém,

este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.

9 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;

10 Trazendo sempre

por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus

se manifeste também nos nossos corpos; 11

E assim nós, que vivemos, estamos sempre

entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na

nossa carne mortal. 12

De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. 13

E temos

portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,

por isso também falamos. 14

Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará

também por Jesus, e nos apresentará convosco. 15

Porque tudo isto é por amor de vós, para

que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de

Deus. 16

Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o

interior, contudo, se renova de dia em dia. 17

Porque a nossa leve e momentânea tribulação

produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 18

Não atentando nós nas coisas

que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se

não veem são eternas.