Suplement o 2008 Co Be m

Embed Size (px)

Citation preview

  • 8/15/2019 Suplement o 2008 Co Be m

    1/982

     REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA

    Suplemento 2; 2008 

    EIXO TEMÁTICO DATA SALA

    AO-001 a AO-006 2. Os cenários de prática e integração à rede de serviços de saúde 18/out A

    AO-007 a AO-012 1. Currículo e metodologias de ensino 18/out B

    AO-013 a AO-018 20. Saúde Coletiva na graduação 18/out C

    AO-019 a AO-024 23.Interdisciplinaridade,transdisciplinaridade,atividades multiprofissionais eintersetorialidade 18/out D

    AO-025 a AO-030 6. Profissionalização e capacitação do docente - educação permanente 18/out E

    AO-031 a AO-035 4. Residência médica e residência multiprofissional 18/out F

    AO-036 a AO-041 7. Avaliação do curso e da escola médica 18/out G

    AO-042 a AO-047 8. Avaliação de estudantes nos processos de ensino-aprendizagem 18/out H

    AO-048 a AO-053 14. Humanização e ética 18/out I

    AO-054 a AO-058 2. Os cenários de prática e integração à rede de serviços de saúde 19/out A

    AO-059 a AO-064 1. Currículo e metodologias de ensino 19/out B

    AO-065 a AO-068 20. Saúde Coletiva na graduação 19/out C

    AO-069 a AO-072 6. Profissionalização e capacitação do docente - educação permanente 19/out E

    AO-073 a AO-076 17. Extensão universitária 19/out F

    AO-077 a AO-078 24. O protagonismo estudantil na formação médica 19/out F

    AO-079 a AO-080 24. O protagonismo estudantil na formação médica 19/out G

    AO-081 a AO-084 3. Internato 19/out G

    AO-085 a AO-088 13. Pós-graduação latu e stricto sensu em educação médica 19/out H

    AO-089 a AO-093 17. Extensão universitária 19/out I

    AO-094 a AO-099 1. Currículo e metodologias de ensino 19/outPAF III

    AUDITÓRIO

    AO-100 a AO-105 21. Saúde Mental e formação médica 19/out PAF III - 201 -UFBA 

    AO-106 a AO-109 16. Tecnologia de informação e comunicação em saúde 19/out PAF III - 202 -UFBA 

    AO-110 a AO-114 16. Tecnologia de informação e comunicação em saúde 19/out PAF III - 203 -UFBA 

    AO-115 10. Metodologia da pesquisa em educação médica 19/out PAF III - 204 -UFBA 

    AO-116 22. Graduação e pós-graduação das profissões da saúde 19/out PAF III - 204 -UFBA 

    AO-117 9. Currículo paralelo, currículo oculto e flexibilização curricular 19/out PAF III - 204 -UFBA 

  • 8/15/2019 Suplement o 2008 Co Be m

    2/982

     REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA

    Suplemento 2; 2008 

    AO-118 a AO-119 19. Hospitais de ensino 19/out PAF III - 204 -UFBA 

    AO-120 a AO-125 1. Currículo e metodologias de ensino 19/out PAF III - 205 -UFBA 

    AO-126 a AO-131 17. Extensão universitária 19/out PAF III - 206 -UFBA 

    AO-132 a AO-135 20. Saúde Coletiva na graduação 19/out PAF III - 207 -UFBA 

    AO-136 a AO-141 2. Os cenários de prática e integração à rede de serviços de saúde 20/out A

    AO-142 a AO-147 1. Currículo e metodologias de ensino 20/out B

    AO-148 a AO-149 20. Saúde Coletiva na graduação 20/out C

    AO-150 a AO-152 17. Extensão universitária 20/out C

    AO-153 a AO-158 3. Internato 20/out E

    AO-159 a AO-164 7. Avaliação do curso e da escola médica 20/out G

    AO-165 a AO-170 8. Avaliação de estudantes nos processos de ensino-aprendizagem 20/out H

    AO-171 a AO-176 14. Humanização e ética 20/out I

    AO-177 a AO-182 2. Os cenários de prática e integração à rede de serviços de saúde 21/out A

    AO-183 a AO-188 1. Currículo e metodologias de ensino 21/out B

    AO-189 a AO-191 20. Saúde Coletiva na graduação 21/out C

    AO-192 a AO-194 11. Apoio psico-pedagógico ao estudante, tutoria e mentoring 21/out D

    AO-195 a AO-197 18. O mercado de trabalho em saúde 21/out D

    AO-198 a AO-203 4. Residência médica e residência multiprofissional 21/out E

    AO-204 a AO-209 24. O protagonismo estudantil na formação médica 21/out F

    AO-210 a AO-215 7. Avaliação do curso e da escola médica 21/out G

    AO-216 a AO-221 8. Avaliação de estudantes nos processos de ensino-aprendizagem 21/out H

    AO-222 a AO-227 14. Humanização e ética 21/out I

  • 8/15/2019 Suplement o 2008 Co Be m

    3/982

  • 8/15/2019 Suplement o 2008 Co Be m

    4/982

     REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA

    Suplemento 2; 2008 

    Anais

    Oral 

  • 8/15/2019 Suplement o 2008 Co Be m

    5/982

     REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA

    Suplemento 2; 2008 

    2. Os cenários de prática e integração à rede de serviços de saúde

    AO-001 TÍTULO: BUSCANDO A EFETIVA INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO

    AUTOR(A): Senger, M.H. (1) 

    CO-AUTOR(ES): Fischer, H.Z. (2); Lanza, L.B. (1); Pinho, L.M.G. (3); Tacahashi, D.S. (1); Duarte, L. R. (1);

    INSTITUIÇÕES: 1 - FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DE SOROCABA - PUC/SP; 2 - FACULDADE DE CIÊNCIASBIOLÓGICAS DE SOROCABA - PUC/SP; 3 - SECRETARIA DA SAÚDE DE SOROCABA;

    As diretrizes curriculares e o Pró-Saúde têm sido indutores poderosos na reformulação dos currículos, em especial na suaarticulação com serviços básicos de saúde. Nesta via de mão dupla em que transitam instituições de ensino e serviços, faz-se necessário conhecer e dimensionar as necessidades de cada um e as propostas de mútuo auxílio. OBJETIVOS: 1)Avaliar o ponto crítico no funcionamento das UBS/USF na visão dos profissionais de saúde que lá atuam; 2) Qualificar aimplantação das ações integrantes dos projetos curriculares dos cursos e do Pró-Saúde. MÉTODOS: Nove equipamentos

    de atenção básica à saúde em Sorocaba/SP que recebem alunos de Enfermagem e Medicina em suas atividadescurriculares aceitaram responder a questionário semi-estruturado, apontando, dentre as atividades do cotidiano da unidade,aquelas com maior e menor grau de dificuldade em sua realização. Ainda, solicitou-se justificativa e evidência para as duasrespostas. RESULTADOS: Demanda excessiva por atendimento nas UBS/USF associada a recursos humanos deficientesfoi a justificativa apontada por todas as unidades às suas maiores dificuldades: implantação da integralidade nas ações, doacolhimento, da educação continuada e de alguns programas, enfrentamento de problemas ambientais, alcoolismo e droga-adição. Em 7 unidades, os aspectos menos dificultosos se relacionaram a dados positivos quanto aos recursos humanos e,em outras 2, ao trabalho em equipe. As evidências que embasaram as respostas foram: dados objetivos (relacionados àdemanda) e vivências do cotidiano. Confrontando estes resultados com as ações propostas nos projetos curriculares e noPró-Saúde, detectou-se uma convergência substancial entre as atividades a serem executadas em cada unidade e ospontos críticos levantados. DISCUSSÃO: Foi exposto o vigor do elemento motriz enraizado no cotidiano das unidades:quantidade de atendimentos. Todas as unidades o apontaram como seu ponto crítico e, nesta lógica, a gestão de pessoasse configura como a melhor solução. Observa-se que ações para além dos muros das unidades aparecem comodificuldades. Assim, a inserção de alunos e a incorporação de qualquer atividade que não seja o atendimento à demanda,

    se transformam em agravamento da tensão. Ainda que isto esteja subentendido para todos os profissionais que convivemcom o SUS, sua comprovação é papel da instituição de ensino em suas atividades de pesquisa e geração deconhecimentos. Mas, apenas esta demonstração é insignificante, se não houver proposição de intervenção a ela atrelada.Também é papel da academia colaborar na reflexão do que representa a demanda espontânea por atendimento nasunidades, visando sua organização a partir do diagnóstico epidemiológico e estruturando a oferta. Ao atender às diretrizescurriculares dos cursos e às propostas do Pró-Saúde, as ações planejadas junto às unidades seguem tais referenciais. Aoserem apresentadas aos parceiros dos serviços revestidas de uma indumentária terapêutica às dificuldades que devem serenfrentadas localmente, elas se qualificam e ganham significação. Espera-se, assim, romper com o nocivo círculo quetransforma a integração ensino-serviço efetiva em miragem.

  • 8/15/2019 Suplement o 2008 Co Be m

    6/982

     REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA

    Suplemento 2; 2008 

    AO-002 TÍTULO: CONTRIBUIÇÕES DOS ESTUDANTES DO SEGUNDO ANO MÉDICO NO MAPEAMENTO DE UMA REDEDOCENTE ASSISTENCIAL, BASEADAS EM VIVÊNCIAS CURRICULARES

    AUTOR(A): Chazan, A.C.S. (1) 

    CO-AUTOR(ES): Favoreto, C. (1); Barbosa, F. (1); Fírmida, M. (1); Moura, R. (1); Deveza, M. (1);

    INSTITUIÇÕES: 1 - UERJ;

    Introdução: Entre os objetivos de uma disciplina oferecida de forma obrigatória aos estudantes do segundo ano médico,destacam-se: apresentar o SUS como um sistema (rede de serviços), promover a conscientização de sua responsabilidadesocial como profissional de saúde e estimular a reflexão critica sobre a importância de um atendimento adequado àspessoas (resolutivo, competente e co-responsabilizado) para a qualificação do SUS. Metodologia: Os estudantes sãodivididos em 3 grupos, cada qual com 2 professores. Privilegia-se a problematização dos conteúdos que emergem a partirde entrevistas realizadas pelos alunos (a pacientes, familiares, profissionais de saúde, gestores) nas unidades de saúdevisitadas (postos de saúde, emergência e hospital universitário). A teorização é feita a partir da leitura de textos e deexposição dialogada. Dinâmicas e dramatizações podem ser utilizadas, se necessário, como recurso pedagógico. Comoparte da avaliação, os estudantes tiveram que planejar e organizar um seminário, com o auxílio de um roteiro. Tiveram,

    para isso, momento de dispersão para pesquisa de campo. Resultados: Foram realizados 15 seminários. Os temasescolhidos foram: Saúde da Mulher, da Criança, do Adolescente, do Idoso e do Trabalhador, Hepatite, Diabetes, SistemaNacional de Transplantes, Triagem em uma Emergência e Política Nacional de Humanização. A pesquisa de campo feitapelos estudantes foi feita prioritariamente dentro da área programática do município onde haviam visitado unidades desaúde com os professores. Foi evidenciado pelos estudantes: a relação entre desigualdade social e vulnerabilidade/risco deadoecimento da população; que a legislação vigente para a proteção de determinados grupos sociais mais vulneráveisainda não se transformou em políticas de saúde efetivas; que algumas políticas existentes não se refletem em ações e/ouserviços de saúde oferecidos a população; que a “pirâmide” de serviços de saúde oferecidos aos usuários do SUS nãoinclui a educação em saúde na perspectiva da promoção da saúde; as ações de prevenção em saúde oferecidas apopulação, ainda não são suficientes para impedir o acesso da mesma aos serviços de saúde em estágios avançados dedeterminadas doenças; profissionais de saúde desconhecem certas ações e serviços de saúde oferecidos à população; aimportância da construção de redes sociais para a mobilização de recursos comunitários para a promoção da saúde dapopulação; a importância da intersetorialidade (por exemplo, entre a Saúde, Educação, Lazer e Cultura) para a promoçãoda Saúde da Família; a importância do acompanhamento de eventos sentinelas pela vigilância epidemiológica e pelosprofissionais de saúde para o controle da qualidade dos serviços de saúde oferecido pelo SUS; determinados problemas

    sociais, como a gravidez na adolescência trazem um grande impacto para a saúde das famílias. Conclusões: É urgente aconstrução de uma rede docente-assistencial nesta área programática, numa efetiva parceria entre a universidade e agestão municipal, onde os alunos possam se inserir e engajar-se, desde o segundo ano médico.

  • 8/15/2019 Suplement o 2008 Co Be m

    7/982

     REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA

    Suplemento 2; 2008 

    AO-003 TÍTULO: O USO DE HABILIDADES MÉDICAS E DE COMUNICAÇÃO NA ASSISTÊNCIA À POPULAÇÃO RIBEIRINHA DAAMAZÔNIA

    AUTOR(A): Tokuzumi, D.H. (1) 

    CO-AUTOR(ES): Souza, L.B.de A. (1); Vieira, F.M. da C. (1); Gemignani, E.Y.M.Y. (1); Matias, J.A.C. (1); Serra, C.A.P. (1);

    INSTITUIÇÕES: 1 - UNICID;

    INTRODUÇÃO – As populações ribeirinhas da Amazônia estão distantes das zonas urbanas, demográficas egeograficamente. O seu acesso é por via fluvial. Vivem em precárias condições de vida, excluídos da infra-estrutura dasregiões centrais e de transportes entre a circunvizinhança rural. Durante 30 dias, através do projeto NAPRA, os alunos daUniversidade Cidade de São Paulo, supervisionados por um docente e integrando uma equipe multiprofissional, prestaramassistência às comunidades de São Carlos do Jamari, Cuniã, Santa Catarina, Nazaré, Itacoã e Curicas, em conjunto com oPrograma de Saúde da Família-PSF e Programa de Agentes Comunitários de Saúde local - PACS, empregandoconhecimentos de habilidades médicas e de comunicação no atendimento à Saúde das crianças, mulheres, adultos eidosos, adquiridos na formação acadêmica. Além de aplicar os conhecimentos adquiridos com a Telepatologia, no uso daTelemedicina. O módulo de Programa de Integração em Saúde na Comunidade-PISCO, do curso de Medicina da UNICID,

    proporciona aos alunos desde a 1ª etapa, contato com serviços de saúde, integrando-os a uma equipe de PSF, às suasações de Saúde desenvolvidas para prevenção, proteção e promoção à saúde, refletindo criticamente e criativamente suasações para a resolutividade às necessidades específicas da comunidade. OBJETIVOS – Auxiliar no atendimento à saúdeda população ribeirinha da Amazônia através de ações preventivas e educativas, promotoras de saúde, e de assistênciadireta, desde o planejamento à execução das ações. MÉTODOS - Os temas para as atividades de prevenção e educaçãoem saúde surgiram por demanda espontânea da população em reuniões com líderes locais e interações com a própriacomunidade: Primeiros Socorros, Verminoses, Drogadição. Higiene Íntima e Doméstica, Acidentes com animaispeçonhentos, Educaçao Postural e DSTs. Essas atividades foram compostas de palestras, teatros, gincanas, atividadesesportivas, distribuição de panfletos educativos, fixação de cartazes nas escolas, visitas domiciliárias, uso da rádio local,além de orientações individuais nas consultas médicas. O atendimento foi organizado pelas equipes do PSF e do Napra deforma compartilhada. RESULTADOS – Os alunos realizaram 140 atendimentos clínicos e 154 visitas domicilárias,auxiliando na realização de anamnese, exame físico, grupos de educação em saúde, procedimentos cirúrgicos, e nadiscussão de casos clínicos em Telemedicina. Os dados epidemiológicos levantados de cada comunidade apresentaram ahipertensão e diabetes como a maior prevalência da região. CONCLUSÕES - Estes cenários de aprendizagemextracurriculares permitiram aos alunos uma visão ampliada da Atenção Básica, do compromisso social e político para a

    melhoria da qualidade de vida destas pessoas em seus aspectos biopsicossociais, do direito à cidadania e à educação, eda responsabilidade social. E, principalmente da importância da intersetorialidade para produção de saúde. Perceberamtambém, que a inserção dos alunos de medicina da UNICID desde a 1ª etapa nos serviços de saúde no Programa deSaúde da Família através do módulo do PISCO, otimizaram e potencializaram as ações junto à população dos ribeirinhos.

  • 8/15/2019 Suplement o 2008 Co Be m

    8/982

     REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA

    Suplemento 2; 2008 

    AO-004 TÍTULO: FAZER O VÍNCULO COM O OUTRO NO ESPAÇO QUE É DELE: A VISITA DOMICILIAR NA FORMAÇÃOMÉDICA

    AUTOR(A): Goldfarb Cyrino,Eliana

    CO-AUTOR(ES): Romanholi,Renata Maria Zanardi (1); Manoel;Cássia Marisa (2); Prearo;Alice Yamashita (3); Popim;Regina(4);

    INSTITUIÇÕES: 1 - NÚCLEO DE APOIO PEDAGÓGICO DA FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU (FMB)-UNESP;2 - CENTRO DE SAÚDE ESCOLA E NÚCLEO DE APOIO PEDAGÓGICO DA FACULDADE DE MEDICINA DEBOTUCATU (FMB)-UNESP; 3 - DEPARTAMENTO DE PEDIATRIA E NÚCLEO DE APOIO PEDAGÓGICO DAFACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU (FMB)-UNESP; 4 - DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM DA FACULDADEDE MEDICINA DE BOTUCATU (FMB)-UNESP;

    A Faculdade de Medicina de Botucatu implantou, em 2003, o Programa de Interação Universidade Serviço Comunidade,construído coletivamente a partir da necessidade de vivência de alunos e professores, em práticas voltadas à integralidadedas ações em saúde.Centra seu foco na família inserida em relações históricas, culturais, socioeconômicas e políticas dasociedade, rompendo com a concepção biomédica no processo ensino aprendizagem. Dentre as atividades propostas para

    ampliar o olhar do estudante sobre o cuidado médico, tem-se valorizado a visita domiciliar, com o objetivo de: promoverreflexão do estudante sobre determinantes sociais do processo saúde-doença e o encontro com realidade distante do seucotidiano; desencadear contato do futuro profissional com a população na casa, fora da UBS e/ou do hospital, possibilitandovínculo e troca de saberes entre aluno e famílias; desenvolver habilidade de comunicação; ampliar a capacidade deinvestigação e raciocínio clínico; desenvolver prática educativa dialógica em saúde; apoiar e participar de ações de saúdedesenvolvidas por equipes das UBS; expandir a capacidade de registro de narrativas na perspectiva da qualificação deanamnese e contribuir na compreensão dos problemas trazidos pelas famílias no atendimento nas unidades. Trata-se depesquisa-ação, na qual, ao mesmo tempo se realiza: intervenção para mudança do curso médico; apoio a práticasdialógicas na atenção básica comprometidas com a democratização de saberes, autonomia da população e ética nasrelações; pesquisa sobre possibilidades e dificuldades de sua realização. Na construção da visita domiciliar no cursomédico tem-se claro o quanto a mesma pode se tornar invasiva para a família e sem sentido para estudantes e professores.Assim, há estratégias de trabalho para construção e desenvolvimento da ação que envolvem a formação permanente doprofessor que acompanha os estudantes, a consultoria com profissionais que vem estudando a visita no PSF, em nossopaís, a pactuação do trabalho com equipes das UBS e o preparo da visita com os estudantes para significá-la. A prática temse realizado de forma que no 1º ano os alunos realizam os primeiros contatos com as famílias e a chegada do recém-

    nascido. Com roteiros elaborados coletivamente e com embasamento teórico, aproximam-se da família e de suaorganização. Os relatórios construídos individualmente asseguram aos professores a possibilidade de compreensão daaprendizagem e a necessidade de aprofundar temas entendidos de forma superficial.No 2º ano, os estudantes preparamtemas de educação em saúde, ampliando-se a troca e possibilitando maior vínculo. A partir do 3º ano a visita volta-se paracomplementar e ampliar o atendimento clínico aos pacientes. Nesse processo tem-se fortalecido: a clareza que o objetivoda visita no 1º ano não pode ser igual ao do 2º ao 6ºano médico; a preparação de alunos do 1º e 2º ano para as visitas, pormeio de Sociodrama, para elaboração de situações temidas e conflituosas; reflexão sobre a diferença do atendimentomédico na unidade, anotação no prontuário médico e a riqueza e contribuição da visita para a formação profissional e ocuidado à saúde.

  • 8/15/2019 Suplement o 2008 Co Be m

    9/982

     REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA

    Suplemento 2; 2008 

    AO-005 TÍTULO: IMPORTÂNCIA DO MODELO CURRICULAR NA FORMAÇÃO DO MÉDICO EM ATIVIDADES NO PROGRAMADE SAÚDE DA FAMÍLIA

    AUTOR(A): Bechara, R.N. (1) 

    CO-AUTOR(ES): Marques, J.B. (1); Dutra, M.G. (1); Niman, J. F. P. (1);

    INSTITUIÇÕES: 1 - FCMS/JF;

    Introdução: a Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora está implementando um novo projeto pedagógicono curso de medicina, baseando-se nas atuais Diretrizes Curriculares Nacionais. A missão é formar profissionais capazesde atender as necessidades de saúde da população dentro de princípios éticos e humanísticos, considerando a atençãoindividual e coletiva, educação e gestão do trabalho em saúde, visando a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS).Na atual matriz curricular existe o Programa Integrador, que permeia as disciplinas do curso com atividadesmultidisciplinares orientadas por professores do curso, e o estágio curricular supervisionado, com duração de dois anos, noqual os estudantes cumprem atividades nas cinco áreas básicas. No estágio de saúde coletiva os preceptores são médicosque atuam no Programa de Saúde da Família (PSF). Atualmente, em Juiz de Fora existem 82 equipes de PSF, cuja maioriados médicos é de profissionais formados no modelo tradicional de ensino. Este é fundamentado no estudo da doença, já o

    novo enfoque pedagógico enfatiza aspectos formativos do médico visando a formação com base sólida, visão integral daatenção à saúde, humanização do atendimento e capacitação para atuar com qualidade e resolutividade no SUS. Objetivo:a) observar qual foi a importância dos ambulatórios especializados, durante a graduação, para o exercício de atividadescomo médico no PSF; b) avaliar qual foi a importância e necessidade de atividades curriculares específicas, como ointernato intra-hospitalar, para o exercício de atividades desenvolvidas no PSF. Método: Foram avaliados 27 médicospertencentes ao PSF de Juiz de Fora, entre julho e agosto de 2008. O instrumento de pesquisa foi um questionário fechadoonde constam informações sobre a concepção que os médicos do PSF têm da prática profissional e a influência que oambulatório de especialidades e o internato intra-hospitalar, oferecidos durante a graduação, desempenharam no exercíciode suas atividades. Resultados: dos médicos entrevistados 67% consideram relevante a participação em ambulatóriosespecializados e 70% consideram importante e necessário o internato intra-hospitalar para a prática no PSF. Porém asatividades em ambulatórios especializados, durante a graduação, conferiram pouca segurança no PSF e houve uma altaprevalência de profissionais com pós-graduação, da qual 67% realizada em saúde da família. A educação continuada domédico de saúde da família é realizada 82% das vezes por meio de pesquisa em bases de dados, 78% através de cursosde atualização e 67% por meio de eventos científicos locais. Os entrevistados trabalham em regime integral e 93% atuamtambém em hospitais, consultórios e/ou atendimentos domiciliares particulares. Conclusão: verificamos que embora na

    opinião dos médicos do PSF sejam relevante os ambulatórios especializados e internato intra-hospitalar durante dagraduação para a prática no PSF, a grande maioria complementou sua formação com pós-graduação. Evidenciando que osconhecimentos adquiridos durante a graduação não conferiu muita segurança para atividades no PSF.

  • 8/15/2019 Suplement o 2008 Co Be m

    10/982

     REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA

    Suplemento 2; 2008 

    AO-006 TÍTULO: A FORMAÇÃO MÉDICA NO CONTEXTO DO SUS E O INÍCIO DA PROFISSÃO: O QUE PENSAM E COMO SESENTEM OS ALUNOS QUE ESTÃO SE FORMANDO?

    AUTOR(A): Oliveira, N.A.

    CO-AUTOR(ES): Oliveira, N.A. (1); Alves, L.A. (2);

    INSTITUIÇÕES: 1 - UFT; 2 - IOC-FIOCRUZ;

    Introdução Nos últimos 20 anos, o processo de construção do Sistema Único de Saúde (SUS) e o crescimento do nossoPaís têm suscitado uma discussão maior sobre mudanças no Ensino Médico. A partir das Diretrizes Curriculares Nacionais(DCN) e de diversas iniciativas no sentido de implementá-las, aumenta o cardápio de estratégias de mudanças e o relato dediferentes experiências com foco na preparação do futuro médico de acordo com as características dos serviços de saúde eas necessidades de saúde da população. Objetivos Nesse sentido, investigamos o que pensam e como se sentem osalunos que estão se formando nesse contexto de mudanças, tanto do ensino médico como da construção do SUS. Esteestudo também levanta algumas questões para o debate atual e aponta prioridades no encaminhamento de alternativas.Métodos O estudo foi realizado entre 2004 e 2007, com aplicação de questionários in locu para 1.004 alunos do internatode medicina, em 13 cursos médicos de seis diferentes estados da federação, alcançando as cinco grandes regiões

    brasileiras. Também, realizamos entrevistas com alunos, docentes e gestores de saúde. Este trabalho foi aprovado pelocomitê de ética conforme as resoluções da CONEP. Resultados Com nosso questionário, diferentes focos foraminvestigados e neste artigo são destacados aspectos relativos ao perfil do formando, suas principais vontades e opções,quando pensam o começo de sua atuação profissional. Cerca de 68% dos alunos aprovam o seu curso de graduação,considerando o resultado de sua formação como excelente (8%) e bom (60%), e 65% informam que se sentem maispreparados para atender casos clínicos em geral, no entanto, 63% querem ser “especialistas” e somente 20% gostariam detrabalhar em medicina geral, como o Programa Saúde da Família. 593 alunos (59%) não conhecem as DCN e 772 alunos(73%) consideram que, na prática, o currículo do seu curso médico vem sendo executado tal como proposto no projeto docurso. 53% dos estudantes disseram ter escolhido a medicina por vocação, 18% por “interesse científico” e 13% por”influência da família”. Menos de um quinto (19%) dos alunos sentem-se aptos para o exercício imediato e integral damedicina, enquanto os demais (81%) responderam que são formados para buscar formação complementar. Metade dosestudantes pesquisados diz que seu curso discute mercado de trabalho e só 16% diz que se discute política de saúde.Embora 60% informem que utilizam como cenários de práticas os Postos e Hospitais da rede SUS, apenas 21% dos alunosconsideram que seu curso estabelece relações com atividades comunitárias e 52% consideram ótima (16%) e boa (36%) ainformatização/multimídia em seus cursos. Só 5% querem trabalhar em pequenos municípios, onde há maior necessidade

    de médicos na atenção básica de saúde. Conclusões Nota-se discrepâncias entre o que os alunos querem fazer, o como sesentem preparados e o que acabarão por fazer. Assim, este trabalho fornece dados importantes para a reflexão sobre asimplicações pedagógicas, científicas, do mercado de trabalho e as demandas do SUS na reformulação curricular, no re-direcionamento da docência médica e na integração ensino-serviços-comunidade.

  • 8/15/2019 Suplement o 2008 Co Be m

    11/982

     REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA

    Suplemento 2; 2008 

    1. Currículo e metodologias de ensino 

    AO-007 TÍTULO: RELATO DA EXPERIÊNCIA DO USO DE CHARGES E CARICATURAS NO PROCESSO AVALIATIVO

    (PROVAS) DO CURSO DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS COMO UM ESPAÇO PARAAPREENDER A RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE

    AUTOR(A): Souza, T.C.

    CO-AUTOR(ES): Costa, W.T. (1); BRANCO, R. F. (2); PINELI, L. L. (2);

    INSTITUIÇÕES: 1 - UCG; 2 - UCB;

    Introdução: A caricatura consolidou-se, a partir de 1840, com o advento da imprensa ilustrada, realizando um interessantediálogo entre a pintura histórica e os retratos. Neste texto procura-se retratar o uso de caricaturas e charges no processo deensino médico, como uma estratégia metacognitiva de potencialização da aprendizagem que desenvolve no alunomaneiras eficazes para lidar com informações do meio ambiente, contextualizá-las, refletir sobre tais questões e ser capaz

    de desenvolver estratégias de resolução. Assim, o uso de alternativas metacognitivas (charges e caricaturas) é importantepara a problematização de situações cotidianas como a relação médico-paciente. Objetivos: apresentar a experiência douso de charges e caricaturas no processo de educação médica na Universidade Católica de Goiás (UCG). Métodos: Asnovas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para os cursos de medicina apontam para a necessidade de formação deum médico generalista e capaz de uma boa relação com seu paciente, tendo uma compreensão biopsicossocial doprocesso de adoecimento. O currículo do curso de medicina da UCG foi organizado de forma integrada, em complexidadecrescente e promovendo ao aluno as condições para a inserção o mais precocemente possível com a realidade social ecom os serviços de saúde. Dois eixos norteiam todo o currículo de forma a integrar os conhecimentos médicos ehumanísticos: o Eixo Teórico Prático Integrado e o Eixo do Desenvolvimento Pessoal. O processo de avaliação é complexobuscando integrar provas objetivas e subjetivas, bem como uma avaliação processual em que os discentes e docentespossam avaliar-se mutuamente. A característica marcante do processo avaliativo é o fato de que todas as provas sãoformativas e não apenas informativas. Resultados: Dentro desse contexto curricular o uso de charges e caricaturas noprocesso de avaliação promove uma experiência metacognitiva em que os alunos fazem uma leitura crítica dos textosverbais e não verbais. A reflexão crítica das caricaturas e charges é feita a partir de teorias que embasam a relação

    médico-paciente, dentre elas, a teoria balintiana. A possibilidade de compreensão da caricatura e das charges de diversosautores tem permitido “um ver além do óbvio”, condição absoluta para estabelecer uma adequada relação médico-paciente.A leitura do não verbal (posição do corpo, mímica facial, maneiras de se colocar no consultório ou no leito hospitalar) éabsolutamente relevante em se tratando do aprendizado da relação com o paciente e, é possível através da percepçãocrítica das charges e caricaturas. Conclusão: A experiência da utilização de charges e caricaturas no processo deavaliação, no curso de medicina da UCG, tem como meta capacitar o aluno para observação reflexiva e crítica da realidade,desenvolvendo uma capacidade de compreensão do processo saúde/doença de forma a apreender a relação com opaciente de forma a contemplar a proposta das DCN.

  • 8/15/2019 Suplement o 2008 Co Be m

    12/982

  • 8/15/2019 Suplement o 2008 Co Be m

    13/982

  • 8/15/2019 Suplement o 2008 Co Be m

    14/982

     REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA

    Suplemento 2; 2008 

    AO-010 TÍTULO: WWW.FAMED.UFAL.BR/PROJETO/UNIVERSIDAIDS: A SAÚDE AO ENCONTRO DO POVO, EM ALAGOAS.

    AUTOR(A): OLIVEIRA, L.J. (1) 

    CO-AUTOR(ES): RISCADO, J.L.S. (1);

    INSTITUIÇÕES: 1 - FAMED/UFAL;

    Problema:

    O limitado conhecimento sobre sexualidade, doenças sexualmente transmissíveis, Aids e drogas contribui para avulnerabilidade dos jovens diante da tendência da epidemia da Aids: heterossexualização, acometimento de pessoas jovens e de baixo nível sócio-econômico. Particularmente na juventude, é através da educação para a saúde queidentificamos a forma mais eficaz de controle da epidemia. A homepage, apesar de não ter sido amplamente difundida nasescolas e na mídia, vêm mostrando-se como um canal possível para atingir o público-alvo. Segundo dados da SecretariaEstadual de Saúde, em Alagoas, observa-se que 13% dos casos de AIDS acometem adolescentes na faixa etária dos 12aos 25 anos.

    Descrição:

     – Analisar os objetivos e o público-alvo a qual se destinava a homepage;

     – Escolher e examinar o material recolhido;

     – Triagem do material disponível;

     – Implementação do material através de digitação em código de linguagem HTML e através de outras fontes na internet;

     – Atualizar e retificar as informações fornecidas.

    Lições Aprendidas:

    A homepage, apesar de não amplamente difundida nas escolas e na mídia, mostrou-se como um meio possível para atingiro público-alvo. Durante esses anos de funcionamento, obtivemos muitos internautas acessando e respostando críticas,idéias e sugestões para a página. A sociedade não pode se acomodar diante da grande incidência de casos de AIDS noBrasil e no mundo devendo buscar novas alternativas para transformar a realidade e mudar as perspectivas estatísticas.

    De acordo com o que foi observado anteriormente, detectamos a necessidade de um marketing maior para divulgação dahomepage, para que todos tenham mais conhecimento sobre formas de prevenção das DST/AIDS.

    Próximos Passos:

    Acompanhar o perfil epidemiológico da aids, atualizar constantemente a página, evidenciar as dúvidas mais freqüentes no

    chat, criar novas atrações para os internautas obterem mais informações sobre prevenção.

  • 8/15/2019 Suplement o 2008 Co Be m

    15/982

     REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA

    Suplemento 2; 2008 

    AO-011 TÍTULO: ENSINO LONGITUDINAL DE ÉTICA MÉDICA E BIOÉTICA

    AUTOR(A): Sá, F.C. (1) 

    CO-AUTOR(ES): Marques de Faria, A.P. (1); Dantas Filho, V.P. (1); Mendes, R.T. (1); Aoki, F.H. (1);

    INSTITUIÇÕES: 1 - FCM/UNICAMP;

    Na década de 1990 a FCM/UNICAMP tomou a resolução de renovar o currículo do curso de Medicina e teve como um doseixos orientadores desta reforma a formação ética e humanística do médico. Criou-se um curso de Bioética e Ética Médicaque é longitudinal, estendendo-se do primeiro ao sexto ano do curso de graduação. Este curso se iniciou em 2001 e játemos duas turmas formadas neste formato.

    No primeiro ano o curso aborda temas gerais em Ética, como aspectos históricos e conceituais da ética contemporânea,globalização, violência, virtudes, etiqueta, espiritualidade e religiosidade e ética e pesquisa em seres humanos e animais,uma vez que os alunos estão aprendendo a desenvolver um projeto de pesquisa no Módulo “Iniciação à Prática deCiências”.

    No segundo ano a ênfase é em Bioética, tendo a Declaração sobre Bioética e Direitos Humanos da UNESCO comoreferência principal. São abordados temas dominantes da discussão bioética como aborto, reprodução assistida, pesquisacom células-tronco e início da vida, terminalidade, transplantes de órgãos, iatrogenia, vulnerabilidade e suscetibilidade,além dos aspectos históricos e fundamentos teóricos da Bioética, com destaque para a participação decisiva do Brasil naformulação da Declaração Universal sobre Bioética.

    No terceiro ano o foco é na Ética Médica e o Código de Ética Médica serve de eixo para as discussões. Desta maneira,cada um de seus capítulos é discutido de forma ampla e aprofundada.

    Nestes três primeiros anos as discussões são sempre exemplificadas com situações cotidianas da prática médica.

    No quarto ano temos o conteúdo da Medicina Legal discutido de forma a mostrar a interface entre Medicina, Direito ePolíticas Públicas na área da Saúde, além de apresentar os conteúdos típicos da medicina forense.

    No internato a principal atividade é a realização de encontros com toda a turma para discutirmos aspectos relacionados aoexercício profissional. Desta forma, além de convidarmos as entidades representativas e reguladoras da profissão (APM,Sindicato dos Médicos, CREMESP) também temos apresentações sobre gerenciamento de consultório, mercado detrabalho, etc. Além disso, em todas as oportunidades de contato com os internos em seus locais de aprendizado etreinamento, procuramos discutir aspectos relacionados à ética.

    A primeira avaliação objetiva do novo curso veio através do “Teste de Progresso”, que é uma prova que abrange conteúdosdos seis anos do curso de graduação, aplicada simultaneamente a todos os alunos de nove escolas de Medicina(UNICAMP, UNESP Botucatu, USP São Paulo e Ribeirão Preto, UNIFESP, FAMEMA, UEL, UFSC e FURB), permitindoobservar-se o ganho de conhecimento cognitivo a cada ano. Em 2006, os alunos da UNICAMP estiveram acima da médiade todas as escolas participantes, em todos os anos, nos testes de Bioética e Ética Médica. Em 2007 os alunos daUNICAMP tiveram um desempenho superior a 2006 em todos os anos. Acreditamos que este seja um indicativo de que ocurso ministrado na FCM/UNICAMP tem atingido seus objetivos, contribuindo para a formação de um profissional maisatento aos aspectos éticos e humanísticos da profissão.

  • 8/15/2019 Suplement o 2008 Co Be m

    16/982

     REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA

    Suplemento 2; 2008 

    AO-012 TÍTULO: PARALELOS ENTRE APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS (ABP) E A PEDAGOGIA DA LIBERTAÇÃO(PL) DE PAULO FREIRE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DA GRADUAÇÃO EM MEDICINA NA UNIVERSIDADEESTADUAL DE LONDRINA (UEL)

    AUTOR(A): Ferreira, Lucas R. G. (1) 

    INSTITUIÇÕES: 1 - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA (UEL);

    Paralelos entre Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) e a Pedagogia da Libertação (PL) de Paulo Freire: Um Relatode Experiência da Graduação em Medicina na Universidade Estadual de Londrina (UEL)

    Introdução: Na década de 1960 o pedagogo Paulo Freire estruturou e divulgou seu método de alfabetização de jovens eadultos e de conscientização política, a chamada Pedagogia da Libertação, que consiste em aprendizagem voltada para odiálogo, troca e desenvolvimento da autonomia. A ABP foi instituída no curso de Medicina da UEL em 1998. Objetivos:Utilizar a experiência de estudantes de Medicina da UEL durante a prática pela ABP, traçando paralelos a respeito demétodos, objetivos e resultados com a PL. Métodos: Fez-se a revisão bibliográfica incluindo obras de Freire, notadamente

    dos livros Educação Como Prática da Liberdade (1967) e Pedagogia do Oprimido (1970), bem como artigos relacionados àAPB.Também foi relacionada a experiência dos autores na prática da ABP em suas graduações. O principal foco de análisese deu entre as práticas das sessões tutorias, eixo principal da ABP, e a formação dos círculos de cultura, reunião para odiálogo e alfabetização da PL. Resultados: Percebeu-se que as metodologias são similares em várias de suas práticas,conceitos e objetivos. As sessões tutoriais assim como os círculos da cultura são reuniões de pequenos grupos deestudantes com o objetivo de realizar o aprendizado em conjunto. São compostas por oito alunos da graduação e um tutor,geralmente um docente da área da saúde. O círculo de cultura é formado por um grupo de educandos e um coordenador.Os problemas apresentados nas sessões tutorias geralmente têm um caráter clínico e integram as diversas áreas do sabermédico. O currículo integrado torna o aprendizado mais conectado com as necessidades práticas da profissão, diretamenterelacionadas com casos. Além disso, os problemas trazem aspectos psicossociais relacionados com a prática da medicina,proporcionando a inserção crítica dos estudantes no contexto social dos assistidos. As sessões dos círculos de culturainiciam-se com as chamadas palavras geradoras, que podem ser fruto do debate sobre uma imagem ou notícias. Aspalavras geradoras estão sempre associadas às realidades dos educandos, de modo que a educação toma um caráteressencialmente pragmático, de conscientização e formação de autonomia. O papel do coordenador e do tutor, nas duas

    metodologias, é de facilitador do aprendizado. Eles atuam através do diálogo, do questionamento e da orientação, e nãoatravés da imposição, permitindo que os estudantes ou educandos se desenvolvam por si mesmos. Conclusão: Asmetodologias possuem aspectos estruturais e objetivos homólogos, em relação ao desenvolvimento da autonomia dosestudantes e da educação voltada para a prática. Acredita-se que o estudo e a compreensão da Pedagogia da Libertação,principalmente de seu método de conscientização sócio-política voltado para a realidade do educando, possa trazeraperfeiçoamentos à formação médica pela ABP.

  • 8/15/2019 Suplement o 2008 Co Be m

    17/982

     REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA

    Suplemento 2; 2008 

    20. Saúde Coletiva na graduação 

    AO-013 TÍTULO: DISCIPLINA ELETIVA SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA DA FAMED/UFAL: VIVÊNCIAS NA COMUNIDADE

    QUILOMBOLA DE TABACARIA, NO MUNICÍPIO DE PALMEIRA DOS ÍNDIOS, ALAGOAS

    AUTOR(A): RISCADO, J.L.S. (1) 

    CO-AUTOR(ES): BARROS, M.C. (1); COSTA, J.B.R. (1); FLORES, G.E.C. (1); NUNES, F.A.T. (1); OLIVEIRA, M.V.P. (1);SILVA, D.F.F. (1);

    INSTITUIÇÕES: 1 - FAMED/UFAL;

    Introdução: A raça negra representa uma grande parcela da população brasileira, sendo de suma importância oconhecimento de todos os fatores que influenciam no processo saúde-doença, dentre eles os sócio-econômicos. Osquilombos, que agregam essencialmente negros, devido as suas origens, são ainda mais marginalizados em virtude de seuisolamento urbano. As experiências vividas por estudantes de medicina numa comunidade quilombola contribuíram para

    uma ampliação da concepção de saúde, o que complementa a abordagem teórica da sala de aula.

    Objetivos: relatar as experiências vividas por estudantes de medicina da Universidade Federal de Alagoas numacomunidade quilombola situada no município de Palmeira dos Índios, no estado de Alagoas, Brasil.

    Metodologia: O trabalho consistiu em duas atividades principais: capacitação das equipes de PSF responsáveis pela área erealização de visitas na comunidade quilombola para coleta de dados e informações, ocorridas nos meses maio e junho de2008. A primeira baseou-se na realização de palestras e discussões a respeito de temas relacionados ao contexto dapopulação negra como: racismo, violência, álcool e outras drogas, hipertensão arterial, anemia falciforme, deficiência deglicose-6-fosfato desidrogenase -G6PD- , mortalidade materna, AIDS, tuberculose e hepatites B e C. Já na segunda foramrealizadas entrevistas com todas as famílias quilombolas do Sítio Cedro (Tabacaria) na cidade de Palmeira dos Índios, emAlagoas.

    Lições aprendidas: Numa visão geral da assistência à saúde da comunidade observou-se que algumas falhas poderiam serfacilmente corrigidas para melhorar a qualidade de vida dos indivíduos considerados, por exemplo, não existe visitadomiciliar do médico e o acesso ao local é muito complicado, tendo como agravo ainda a condição econômica deste tipo depopulação, sendo difícil para os mesmos conseguir chegar ao posto de saúde, pois não têm dinheiro para pagar alocomoção. E tendo a população negra uma maior predisposição de desenvolver algumas doenças crônicas, como ahipertensão, o acompanhamento médico se torna essencial. Além das visitas realizadas, as quais mostraram a insatisfaçãodos quilombolas na relação médico-paciente devido ao preconceito relatado por eles, também foi possível perceber odesinteresse desses profissionais, confirmado pela ausência dos mesmos nas atividades de capacitação direcionadas àsaúde desta comunidade. As experiências vividas em tais atividades influenciaram grandemente nossas perspectivas,confirmando a concepção que tínhamos a respeito do tratamento diferenciado de alguns profissionais em relação à classesocial e a etnia, ferindo o princípio da equidade proposto pelo código de ética médica. O novo currículo da UniversidadeFederal de Alagoas está empenhado em formar médicos mais humanizados. Estas práticas só fazem crescer em nós tudoo que aprendemos em sala de aula. Dessa forma, temos a certeza de que não esqueceremos esta experiência nacomunidade quilombola, sendo a mesma mais um incentivo para que possamos lutar para um futuro próspero para todosos nossos futuros pacientes.

  • 8/15/2019 Suplement o 2008 Co Be m

    18/982

  • 8/15/2019 Suplement o 2008 Co Be m

    19/982

     REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA

    Suplemento 2; 2008 

    AO-015 TÍTULO: TERAPIA COMUNITÁRIA: UM ELO ENTRE COMUNIDADE E FACULDADE DE MEDICINA NA DISCIPLINA DESAÚDE MENTAL COLETIVA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS (UFG)

    AUTOR(A): Teixeira, D.A. (1) 

    CO-AUTOR(ES): Mendonça, M.E. (1); Paula, R.G. (1); Gebrim, C.S. (1);

    INSTITUIÇÕES: 1 - UFG;

    Introdução: A Terapia Comunitária (TC) é um recurso que permite construir redes sociais solidárias de promoção da vida.Procura suscitar a dimensão terapêutica do próprio grupo, valorizando a herança cultural dos antepassados, bem como osaber produzido pela experiência de vida de cada um. Propõe-se a cuidar da saúde comunitária em espaços públicos e aestimular o grupo a usar sua criatividade para construir seu presente e futuro a partir de seus próprios recursos. A TCnasceu no Departamento de Saúde Coletiva (SC) da Faculdade de Medicina (FM) da Universidade Federal do Ceará,desenvolvida pelo Dr. Adalberto Barreto. Na FM da UFG, este tema é abordado na disciplina de Saúde Mental Coletiva(SMC), no módulo de SC III, ministrada aos alunos do 4º ano, sob coordenação do professor, médico psiquiatra eespecialista em Medicina Preventiva e Social, com aula teórica a respeito do tema e três atividades práticas (participaçãoem sessões de TC). Objetivos: Avaliar o aprendizado dos acadêmicos nas práticas de TC, além de analisar seus

    sentimentos, percepções e repercussões do tema em suas vidas. Metodologia: Trata-se de um estudo qualitativo, em queforam analisados relatórios individuais de 55 alunos do 7º período, que cursaram a disciplina de SMC no 1º semestre de2008. Cada aluno deveria participar de 3 sessões e enviar 1 relatório de cada. Os dados foram coletados a partir dasanotações de cada estudante ao final das 3 terapias, realizadas no período de 12/03 a 18/06/08. Com a turma dividida em 3grupos, foram totalizadas 9 sessões de TC. Todos os relatórios foram avaliados, independente do número de participaçõesdos alunos. Resultados: Muitos relatos referiram-se aos benefícios pessoais e profissionais para os participantes, bemcomo a percepção da importância do “ser humano” aluno de medicina e suas reproduções na vida acadêmica de padrõesrelacionais adquiridos em suas famílias. Uma observação foi realizada quanto à diferença dos problemas vivenciados pelosparticipantes, principalmente em relação aos níveis sócio-econômico-culturais. Os alunos notaram que muitas de suasopiniões e sugestões de temas a serem discutidos diziam respeito a questões pessoais do “eu” ou dificuldades acadêmicas,enquanto a população em geral se interessava por temas familiares, problemas graves de saúde e dificuldades financeiras.A interação entre esses diferentes grupos foi relatada sob dois pontos de vista: um não facilitador às discussões da terapia,por causar dispersão da parte que não era atingida diretamente pelo assunto inicial, o que poderia levar a uma diminuiçãodo aproveitamento individual de alguns dos presentes; outro benéfico, pois permitiu o envolvimento entre realidadesdiferentes, quase antagônicas. Porém, por baixo foram emersos os mesmos núcleos de sofrimento humano: a exclusão, a

    rejeição, o abandono, a somatização etc. Conclusão: A avaliação dos relatórios permite a inferência de que, talvez, aterapia entre grupos de populações com mais características em comum possa, por um lado, ser mais proveitosa e que, deuma forma ou de outra, os objetivos da TC são alcançados, pelo seu próprio caráter utilitário ao participante como “serhumano”.

  • 8/15/2019 Suplement o 2008 Co Be m

    20/982

     REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA

    Suplemento 2; 2008 

    AO-016 TÍTULO: ANTONIO GRAMSCI E A PRÁXIS NA SAÚDE COLETIVA: REFLETINDO SOBRE O USO DO REFERENCIALTEÓRICO-METODOLÓGICO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS NO CURSO MÉDICO

    AUTOR(A): Puttini, R. F. (1) 

    INSTITUIÇÕES: 1 - UNESP - FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU;

    Introdução: Em nossa Faculdade de Medicina os conhecimentos das Ciências Sociais foram introduzidos peloDepartamento de Saúde Pública desde 1963 e no curso médico do primeiro ao terceiro ano atuam de modo interdisciplinarna Saúde Coletiva, com a Demografia, Epidemiologia, Planejamento em Saúde, Nutrição e Vigilância Sanitária. O curso deCiências Sociais aplicados à Saúde estruturou-se sobre a abordagem do materialismo histórico. É tradicional o ensino deassuntos relativos ao Estado, ideologia, políticas públicas de saúde e organização da assistência à saúde, por exemplo,antes de apresentar o módulo Planejamento em Saúde. O referencial teórico que conduz o ensino desses temas é a teoriado aparelho ideológico de estado de Louis Althusser, elaboradas pelas docentes na forma de apostilas. Objetivos: Nopresente trabalho pretendo expor uma minha experiência docente no ano de 2007, marcada pelo uso da teoria do Estadoampliado de Antonio Gramsci, aplicado ao terceiro ano do curso médico. Especificamente pretendo refletir sobre essaproposta, focando o papel das Ciências Sociais aplicadas à Saúde Coletiva. Métodos: Em 2007 no módulo Planejamentoem Saúde, em 24 horas-aula trabalhei com uma das duas turmas de 45 alunos. Obedecendo ao programa comum deensino utilizei em aulas conceituais a teoria gramsciana do senso comum e do bom senso e da sociedade civil organizada

    para alcançar o objetivo de compreender o papel do Estado e a relação com a ideologia nas questões de saúde. Aestratégia didática foi a seguinte: filmes e exercícios com perguntas roteirizadas. Organizei debates específicos sobrequatro temas polêmicos em sub-grupos de 12 alunos cada para prepará-los às aulas de políticas públicas de saúde eorganização dos serviços de saúde. Na última aula, os conceitos de Estado e sociedade civil foram retomados pelos oitogrupos de modo crítico. Resultados: A teoria gramsciana mostrou-se de maior alcance para o desenvolvimento dos temasEstado e ideologia, que introduzem os alunos na complexidade das políticas públicas e organização dos serviços de saúdeno SUS. Isso porque, enquanto Althusser situa as questões de ideologia na superestrutura do sistema, exclusivamente aserviço da base estrutural econômica, distinta dessa (no qual traduz o conceito Aparelhos Ideológicos de Estado), paraAntonio Gramsci o conceito de sociedade civil não diz respeito à relação entre estrutura e infra-estrutura, mas ao problemado Estado: é o meio através do qual Gramsci aprimora a teoria marxista do Estado. Gramsci mostra que os aparelhosprivados de hegemonia é que aderem voluntariamente (privados) e não se caracterizam pelo uso da repressão. Conclusão:O alcance da teoria gramsciana do estado ampliado permitiu refletir a epistemologia das Ciências Sociais na SaúdeColetiva por meio das duas esferas dinâmicas no interior da superestrutura: sociedade política e sociedade civil formadapelo conjunto das organizações que difundem as ideologias.

  • 8/15/2019 Suplement o 2008 Co Be m

    21/982

     REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA

    Suplemento 2; 2008 

    AO-017 TÍTULO: PRATICANDO SAÚDE COLETIVA NA GRADUAÇÃO MÉDICA: ORGANIZAÇÃO DE AÇÕES COLETIVAS PARAHIPERTENSÃO E DIABETES NO SERVIÇO DE ATENÇÃO PRIMÁRIA DO SUS CAMPINAS.

    AUTOR(A): Alves, F.L. (1) 

    CO-AUTOR(ES): Canhoto, F.H.A (1); Capitanio, T. (1); Castro, B.P. (1); Lauria, R.A. (1); Ferreira, N. (1); Monteiro, T.P.A. (1);

    INSTITUIÇÕES: 1 - UNICAMP;

    Introdução: O desenvolvimento de habilidades e competências no processo de formação médica tem priorizado o enfoqueindividual, especializado e na doença biológica. Compreende-se que novos saberes e práticas devam ser incorporados eque os alunos de graduação em saúde possam se aproximar do conhecimento e das formas de agir da Saúde Coletiva.Este trabalho apresenta uma experiência da construção de um Projeto de Intervenção na atenção básica no município deCampinas. Foi desenvolvido pelos alunos de graduação do 1º ano de medicina, na disciplina de Ações de Saúde Pública,vinculada ao Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP, no ano de2007. Objetivos: Construir uma ação de saúde pública e coletiva com a equipe multiprofissional do serviço; reconhecernecessidades e problemas de saúde prevalentes do território e comunidade; promover processo pedagógico participativocom usuários, trabalhadores e alunos. Métodos: foram utilizadas ferramentas de gestão e planejamento em saúde, método

    Paidéia, para a construção do Projeto de Intervenção que incluiu equipe do serviço, usuários e graduandos da medicina. Osalunos participaram de reuniões da equipe para eleger as prioridades e problemas de saúde relevantes do território e dacomunidade. A priorização do problema identificado foi compartilhada com conselheiro representante dos usuários noConselho Local. O Projeto de Intervenção foi processado em co-gestão com os usuários envolvidos com o problema,membros da equipe multiprofissional e alunos. Resultados: Identificou-se que o problema relevante para o serviço é otrabalho e o cuidado em saúde com os usuários de doenças crônicas que demandam tratamento continuado; os problemasde saúde Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus apresentaram-se como o desafio para o desenvolvimento de açõeseducativas produtoras de autonomia e melhor adesão terapêutica; foi instituído o grupo de Hipertensos e Diabéticos “semsal, sem açúcar e com afeto” com a participação dos usuários do serviço; foram realizados quatro encontros com programatemático e dinâmica para troca de experiências e conhecimentos entre usuários, equipe e alunos; foi desenvolvido práticasde educação em saúde pelos alunos. Conclusões: O desenvolvimento do Projeto de Intervenção propiciou aos alunosagregar outros objetos da ação do trabalho em saúde, o coletivo e o serviço. Esses objetos ampliaram o olhar para além daordem biológica, trabalhando novas habilidades e competências, adotando práticas e tecnologias de cuidado terapêutico,até então novos, no processo de formação em saúde. A co-gestão do Projeto de Intervenção possibilitou ao alunocompreender as atribuições dos profissionais que compõem a equipe dos serviços de atenção primária e os saberes e

    dificuldades dos usuários em lidarem com os seus problemas de saúde da doença crônica.

  • 8/15/2019 Suplement o 2008 Co Be m

    22/982

     REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA

    Suplemento 2; 2008 

    AO-018 TÍTULO: MEIO AMBIENTE E SAÚDE NA EDUCAÇÃO MÉDICA

    AUTOR(A): Petri, Gustavo E. (1) 

    CO-AUTOR(ES): Nehmy, Rosa Q. (1); Polignano, Marcus V. (2); Godinho, Lísia (2); Lemos, Iana A. (1);

    INSTITUIÇÕES: 1 - UFMG; 2 - UFMG - MANUELZÃO;

    Introdução: Meio ambiente é assunto prioritário na agenda mundial, mas na produção científica não se reconhece suaimportância como questão de saúde pública. Também não se encontram referências, na literatura, à abordagem da relaçãoentre meio ambiente e saúde na educação medica. Porem, problemas ambientais como córregos poluídos, destino do lixo edo esgoto provocam deterioração do meio ambiente e das condições de saúde das populações das periferias das cidades.Objetivos: Realizar diagnóstico sócio-ambiental baseado na concepção da população sobre problemas vivenciados no dia-a-dia e sua relação com o meio ambiente e a saúde, visando fornecer informações para ação das lideranças locais econtribuir para sensibilizar os estudantes de medicina em relação à gênese social das doenças. Metodologia: A região doCórrego da Santinha de Belo Horizonte/MG foi escolhida atendendo demanda das lideranças locais vinculadas ao ProjetoManuelzão da UFMG, que visa mobilizar a população para a despoluição e preservação de córregos da bacia do Rio dasVelhas. O roteiro de entrevista, elaborado em sala de aula, incluiu questões abertas e fechadas de interesse da

    comunidade e a amostra foi de caráter intencional, no total de 84 pessoas, cobrindo setores mais expostos aos problemasambientais. Os dados foram coletados pelos estudantes, por eles analisados e devolvidos à comunidade em reuniãoagendada e em meio eletrônico (CD). O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da UFMG.Resultados: Dentre os resultados da pesquisa destacam-se os problemas ambientais (poluição do córrego, enchentes, lixoe mau cheiro) percebidos por 27% do total dos entrevistados. Nas camadas da população com renda de até três saláriosmínimos, 33,3% os citam como principal problema, mas nas camadas de renda mais alta (mais de 7 salários mínimos) nãohouve sequer citação de questões ambientais e os problemas mais lembrados foram comércio deficiente e violência. Agrande maioria dos entrevistados, 71%, afirma que o destino do esgoto é o córrego ou a rede de esgoto que o despeja nocórrego, mas somente 48% reconhecem a companhia de saneamento como responsável por esse destino. Quanto ao lixo,85% dos entrevistados afirmam armazenar ou colocá-lo na lixeira no dia certo da coleta, mas 35% acusam o vizinho de jogá-lo em terreno baldio ou direto no córrego. Conclusão: A participação, embora pontual, dos alunos junto a ummovimento social mostra-lhes o potencial da população organizada para a mudança de suas condições de vida. Amobilização para intervenção no ambiente degradado serve como exemplo de que a ação médica para ser eficaz não devese restringir ao consultório e deve ser parte das ações da atenção primária à saúde. O contato direto do estudante com apopulação oferece-lhe a oportunidade de aprimorar habilidades comunicativas e funciona como demonstração da

    responsabilidade social do médico junto à coletividade.

  • 8/15/2019 Suplement o 2008 Co Be m

    23/982

     REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA

    Suplemento 2; 2008 

    23.Interdisciplinaridade,transdisciplinaridade,atividades multiprofissionais eintersetorialidade 

    AO-019 TÍTULO: PERCEPÇÕES DOS ACADÊMICOS DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS SOBRE AVISITA DOMICILIAR REALIZADA PELOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE DO PROGRAMA DE ATENÇÃO ASAÚDE DA FAMÍLIA

    AUTOR(A): Moura, JSD (1) 

    CO-AUTOR(ES): Maia, EM (1); Laval, CAB (1);

    INSTITUIÇÕES: 1 - UCG;

    Introdução:O projeto do Curso de Medicina da Universidade Católica de Goiás (UCG) visa à formação de um profissionalcrítico-reflexivo, atento as necessidades da sociedade e com a incorporação das concepções do Sistema Único de Saúde(SUS). Desde o primeiro semestre o acadêmico é inserido em uma Unidade Básica de Saúde, participando no terceirosemestre, em grupos de três, das visitas domiciliares, acompanhando os Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Nesseencontro o paciente pode tirar dúvidas sobre a medicação prescrita, aferir os níveis pressóricos, conhecer seu Índice deMassa Corporal (IMC) e dialogar sobre questionamentos do complexo saúde-doença. Assim, os acadêmicos têm a chancede incentivar as práticas sanitárias que beneficiam a saúde individual e coletiva, bem como estabelecer um contatodiferenciado e precoce com os usuários do SUS, conhecendo seus hábitos e condições de moradia.Objetivo:Relatar aexperiência vivenciada por acadêmicos do terceiro semestre do curso de Medicina da UCG e os aprendizados com aequipe do PSF durante a visita domiciliar.Métodos:A inserção do acadêmico de medicina na comunidade, ocorre no DistritoSanitário da Região Noroeste de Goiânia, Goiás, com carga horária de três horas semanais.No período de agosto adezembro de 2007, foram desempenhadas as visitas domiciliares, nas quais os acadêmicos acompanharam os ACSs dasequipes do PSF às suas residências de cobertura, repassando para os usuários do SUS noções das políticas sanitárias desaúde no país, verificando se os pacientes recebem assistência de acordo com as suas necessidades e reconhecendo ascondições de moradia dos mesmos.Resultados:Com a visita domiciliar os estudantes entraram em contato com os usuáriosem seus domicílios (território-moradia), observando os determinantes do processo saúde-doença presentes no cenárioepidemiológico local.Foi ressaltado papel do ACS como elo de ligação entre a comunidade e a equipe do PSF, informando

    a situação de saúde da sua região de cobertura. Ocorreu um aumento na satisfação dos usuários devido à assistênciadedicada pela equipe do PSF e acadêmicos, esboçada pelos diálogos estabelecidos de forma individual e coletiva com osmoradores da região.Conclusões:A visita domiciliar propiciou o contato dos estudantes com os ACSs e o reconhecimentode seu trabalho, além do maior contato dos acadêmicos com os usuários em seus domicílios. Esta estratégia corroboracom a missão da academia em formar médicos compromissados com as coletividades e inseridos em equipesmultiprofissionais, além de aumentar o grau de satisfação do usuário do SUS pela atenção dedicada pelas equipes de PSF.

  • 8/15/2019 Suplement o 2008 Co Be m

    24/982

     REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA

    Suplemento 2; 2008 

    AO-020 TÍTULO: O ERRO MÉDICO SOB A PERSPECTIVA DOS ESTUDANTES DE MEDICINA E DIREITO

    AUTOR(A): Figueiredo, N.S.V. (1) 

    CO-AUTOR(ES): Mello, C.S. (1); Neto, J.A.C. (1); Sirimarco, M.T. (1); Barbosa, T.N. (1); Silveira, T.G. (1);

    INSTITUIÇÕES: 1 - UFJF;

    Introdução: Nas últimas décadas houve crescimento das implicações do erro médico por aumento do conhecimento públicoe de processos jurídicos relacionados. Medicina e direito se entrelaçam no assunto erro médico, sendo importante introduzire discutir na graduação, permitindo que estudantes de medicina e direito formem-se bem informados e preparados para arealidade profissional. Objetivos: Conhecer a percepção dos estudantes de medicina e direito sobre o erro médico,avaliando nível de interesse e informação, formas de abordagem durante a graduação e a eficácia para cada área.Métodos: Estudo observacional descritivo transversal realizado na Universidade Federal de Juiz de Fora-MG de abril a junho de 2008 com 185 alunos de medicina e 119 de direito do 6°, 7°e 8°períodos, através de question ário semi-estruturado, aceitando-se uma ou mais alternativas em cada questão. IC de 93% para Medicina e de 92% para Direito.Resultados: 88,7% dos alunos de Medicina (MED) e 92,4% dos de Direito (DIR) referiram conhecimento sobre o tema erromédico e 63,8% MED e 61,0% DIR interesse, sobretudo, pelo fato de o assunto ser muito abordado atualmente. Notou-se

    maior preocupação em ter que lidar com processos de erro médico na vida profissional por 64,3% dos alunos de medicina,em relação a 38,1% de direito. O pricipal motivo do aumento do número de processos sobre erro médico foi para 55,1% dosalunos de medicina a influência da mídia e para 61,9% dos de direito o aumento do número de faculdades de medicina.Outro motivo citado foi maior facilidade de acesso à informação, 54,6% MED e 43,2% DIR. 70,3% dos alunos de direitoreferiram ter conhecimento sobre as leis de proteção ao paciente e 54,2% sobre as leis de proteção ao médico, já namedicina, obteve-se 63,9% e 64,3%, respectivamente. A principal forma de obtenção desses conhecimentos foi afaculdade, 74,85% MED e 81,8% DIR. Consideram necessária a abordagem do erro médico na graduação 97,8% MED e94,9% DIR. No direito, 74,6% conseguiram reconhecer disciplinas que tratam do erro médico, enquanto na medicina 60,7%o fizeram. A abordagem na graduação foi considerada ineficaz por 56,7% dos estudantes de direito, enquanto 85,8% dosde medicina consideraram eficaz. Para lidar com situações que envolvam o erro médico no futuro profissional, 27,1% MEDe 37,3% DIR não se sentem preparados e 45,2% MED e 35,6% DIR ainda não refletiram sobre o assunto. O motivo maisreferido para a prevenção do erro médico no direito foi melhorar a qualidade da formação acadêmica da medicina, com72,9%. E para a medicina, foi o resgate da relação médico-paciente, com 79,1%. Conclusões: Não há dúvidas quanto àimportância e o interesse de ambas as áreas pelo erro médico. Apesar de a abordagem do tema na graduação ter sidoconsiderada eficaz pela medicina e ineficaz pelo direito, notou-se que boa parte dos alunos não reconheceu disciplinas que

    abordem o tema e, ainda, muitos referiram não estar preparados para lidar com essa situação no futuro profissional ou nãoterem refletido sobre o assunto. Há necessidade de se reavaliar a forma como a abordagem é feita, buscando modelos quemelhor reflitam e preparem para a prática profissional.

  • 8/15/2019 Suplement o 2008 Co Be m

    25/982

  • 8/15/2019 Suplement o 2008 Co Be m

    26/982

     REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA

    Suplemento 2; 2008 

    AO-022 TÍTULO: ATIVIDADE MULTIPROFISSIONAL DE ENSINO NA GRADUAÇÃO EM SAÚDE: A EXPERIÊNCIA DE UMESTÁGIO EM SAÚDE MENTAL

    AUTOR(A): Heming, C.A.M.

    CO-AUTOR(ES): Cerqueira, P. (1); Altgott, I. (1); Brant, V. (2); Miranda, P. (3); CASSAL, L. (4);

    INSTITUIÇÕES: 1 - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, NUTES-LCE / CAPS TORQUATO NETO-SMS-RJ;2 - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, NUTES-LCE; 3 - CAPS TORQUATO NETO-SMS-RJ; 4 -INSTITUTO DE PSICOLOGIA-UFRJ / CENTRA RIO – SMS- RJ;

    Introdução: Desde finais da década de 80 as principais instâncias formuladoras de Políticas Públicas na área de saúde eeducação apontam a urgente e necessária reformulação de suas políticas convocando esses campos à imediataaproximação de suas redes formadoras e de serviços. No entanto, há um visível descompasso entre os movimentos demudança na formação e na rede de serviços. Essa última, no campo da saúde mental, desde o final do século passado,vem conquistando a reorientação de seu modelo assistencial para uma rede de atenção psicossocial extra-hospitalar debase comunitária. Para enfrentar este desafio, o Ministério da Saúde preconizou a implantação de uma rede de serviçoscomplexa e diversificada, na qual os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são dispositivos estratégicos para a

    organização desta rede. Esses dispositivos trabalham com equipes multiprofissionais e diferentes modos de operar econstruir a assistência. Oferecem um conjunto complexo de atividades, individuais e coletivas, cujo âmbito de ação incluidesde o interior do serviço até o seu território de abrangência. Aposta-se, desta forma, que estudantes inseridos nestesespaços ampliem seu olhar, seu campo de trabalho e de estudo. No entanto, ainda não é possível reconhecer o mesmomovimento no campo das instituições de ensino que formam os futuros profissionais de saúde. Ainda há muita resistência àmudança, e a maioria das escolas forma profissionais centrados em uma lógica biologicista, na qual os aspectos subjetivos,humanos e psicossociais são colocados entre parênteses, em detrimento de uma suposta crença da verdade e daneutralidade do discurso científico. Objetivo: Apresentar a experiência do estágio multiprofissinal em um CAPS do municípiodo Rio de Janeiro e seu impacto na formação dos estudantes das áreas de medicina e psicologia. Métodos: Trata-se de umestudo de caso, no qual os pesquisadores/alunos acompanham a organização, o cotidiano do serviço e as supervisõesclínico-institucionais, ou seja, o campo de estágio propriamente dito, analisando e avaliando o processo, sendo assim umapesquisa-ação. Resultados: Percebe-se, por parte dos estudantes, a ampliação do olhar sobre o cuidado, realizado deforma integral, o diálogo com outros saberes do campo da saúde, além de um maior conhecimento e integração com oSUS. Para os profissionais de saúde do serviço, os estagiários possibilitam um novo olhar e um repensar do seu própriotrabalho. A vivência neste cenário de práticas diversificado, o acompanhamento dos pacientes nesta rede e a supervisão

    clínico-institucional regular, operam como ferramentas potentes para ampliar o conhecimento destes estudantes,habilitando-os para uma prática de cuidados transversal, inclusiva, ética e compromissada efetivamente com a construçãode direções de tratamentos singulares. Conclusões: Este trabalho demonstra a importância da inserção dos estudantes daárea da saúde em um serviço público de saúde como o CAPS para uma formação norteada pelos princípios daintegralidade e multiprofissionalidade e pelas necessidades de saúde da população, atendendo assim às exigências para operfil do novo trabalhador do SUS.

  • 8/15/2019 Suplement o 2008 Co Be m

    27/982

     REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA

    Suplemento 2; 2008 

    AO-023 TÍTULO: A INTERDISCIPLINARIDADE NA FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE: UM ESTUDO COMPROFESSORES DO CAMPUS BAIXADA SANTISTA/ UNIFESP

    AUTOR(A): BATISTA, S.H. (1) 

    CO-AUTOR(ES): ROSA, J (1); JANUÁRIO, W (1); BATISTA, NA (1);

    INSTITUIÇÕES: 1 - UNIFESP;

    As Diretrizes Curriculares Nacionais apontam para a perspectiva interdisciplinar na formação do profissional da saúde,superando a fragmentação disciplinar e tendo na pesquisa, no trabalho em equipe, na perspectiva da integralidade docuidado âncoras teórico-metodológicas fundamentais. É neste âmbito que se insere o Projeto Político Pedagógico doCampus Baixada Santista da UNIFESP, no qual estão implantados os cursos de Educação Física, Fisioterapia, Psicologia,Terapia Ocupacional e Nutrição e tem seus fundamentos inscritos na educação interprofissional. teve como objetivosanalisar as concepções de interdisciplinaridade de professores da graduação do Campus Baixada Santista, bem comomapear desafios e possibilidades da implementação de práticas interdisciplinares. Este estudo qualitativo que envolveu 32docentes que atuaram nos cursos de Fisioterapia e Nutrição e nos eixos de O ser Humano e sua Inserção Social, O SerHumano em sua Dimensão Biológica e o Trabalho em Saúde no Campus Baixada Santista da UNIFESP, nos anos de 2006

    e 2007. A coleta de dados se deu por meio de entrevistas semi-estruturadas, que foram gravadas após prévioconsentimento dos entrevistados e transcritas na sua íntegra. A análise do material coletado foi feita através da técnica deanálise de conteúdo. As concepções docentes de interdisciplinaridade abrangem (1) integração de disciplinas, (2) mudançade postura docente e discente na construção de conhecimento, (3) trânsito concreto de pessoas entre diferentes saberes,(4) troca de experiências e saberes nas diferentes áreas de saúde e (5) construção de projetos que envolvam, implicam eestabeleçam parcerias entre professores e alunos no campo da saúde. As experiências reconhecidas comointerdisciplinares são identificadas como aquelas que foram construídas em um território multi/interprofissional, com efetivotrabalho coletivo, em que se investem em discussões conjuntas e colaborações recíproca entre os profissionais. Asdificuldades relatadas abrangeram a resistência dos profissionais, formação ainda centrada na fragmentação dosconteúdos, ausência de trabalhos em equipe e a dificuldade de construir interações mais articuladas. No âmbito dasvantagens foram destacadas a aprendizagem significativa e produção de um cuidado em saúde mais ampliado na formaçãodo profissional da saúde. Como sugestões para implementação de práticas interdisciplinares no campus foram indicadas:um maior diálogo e interação entre os docentes, possibilitando um maior conhecimento das especificidades e necessidadesde cada um dos cursos, e com elas uma maior interação entre os docentes dos eixos comuns e dos eixos específicos; noque se refere aos alunos, os docentes destacaram a necessidade do entendimento da proposta de formação, o

    reconhecimento da importância dos conteúdos básicos e das demandas de cada curso, além do estímulo à pesquisa.Identificou-se que a construção de um cotidiano Interdisciplinar é complexa, mas reconhece-se sua importânciafundamental em uma proposta de formação em saúde que valorize o interprofissionalismo e a produção do conhecimentocientífico com relevância social.

  • 8/15/2019 Suplement o 2008 Co Be m

    28/982

     REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA

    Suplemento 2; 2008 

    AO-024 TÍTULO: TRABALHO EM EQUIPE NO CENTRO DE SAÚDE 01 DE SOBRADINHO - DF

    AUTOR(A): Gomes, M. J. V. (1) 

    CO-AUTOR(ES): Dumay, H. O. (1); Oliveira, B. L. (1); Costa, M. P. (1);

    INSTITUIÇÕES: 1 - ESCS;

    Introdução: O processo de trabalho em saúde, construído por um modelo de atenção médico hegemônico, contribuiu para afragmentação do saber e isolamento profissional. Hoje, busca-se no anti-taylorismo a maior integração profissional e umadivisão de trabalho cooperativo, integrativo e interdisciplinar, com planejamento de ações, compartilhamento do processodecisório e exercício do controle social. Para tal, o conhecimento das funções e importância do trabalho do outro mostra-sefundamental, sem a qual tornar-se-á falha qualquer tentativa de mudança. Objetivos: Conhecer as relações de trabalho noCSS01 e identificar causas da não integração

    Métodos: Realizou-se uma pesquisa participante intitulada 1 de Sobradinho – DF”,°“Integração e processo de trabalho noCentro de Saúde n originada de uma atividade acadêmica orientada pelo método pedagógico da problematização, realizadacom estudantes do terceiro ano de medicina, em interação com o centro de saúde. Da realidade vivenciada, levantou-se

    como problema a falta de integração da equipe de saúde. A coleta de dados foi feita por meio de 18 entrevistas semi-estruturadas com perguntas sobre vivências do Centro e conceitos e opiniões sobre trabalho em equipe, e, posteriormente,dois grupos focais que discutiram sobre os temas anteriormente levantados, com a finalidade de refletir a totalidade daobservação em suas múltiplas dimensões. A análise dos dados foi feita por meio da técnica de análise de conteúdo do tipoanálise temática. A classificação dos dados das entrevistas e dos grupos focais centrou-se em três categorias temáticas:motivação, trabalho em equipe e desconhecimento do trabalho exercido pelas diferentes equipes. Resultados: Osparticipantes referiram falta de integração entre os diversos setores do Centro de Saúde e suas conseqüências prejudiciaispara usuários e servidores. Reconhecem que a integração do serviço envolve mais fatores de ordem pessoal, gestão eorganização, que recursos financeiros. Apresentaram, no entanto, dificuldades em conceituar interdisciplinaridade,multidisciplinaridade e transdisciplinaridade, além de considerarem difícil integrar todas as áreas do conhecimento.Referiram que a comunicação intersetorial é ineficaz e que a cooperação entre os diversos setores é escassa. Percebemque cada setor trabalha como um compartimento isolado do todo, gerando dificuldade em explicar as funções dos colegas eem integrar ações individuais, apesar de reconhecerem as vantagens do trabalho em equipe. As discussões dos gruposfocais reforçaram os achados das entrevistas individuais e apontaram comodidade, ausência de interesse pelo trabalho do

    outro e preocupação exclusiva com o sucesso individual como causas para os problemas. Por fim, os participantesmostraram-se pouco valorizados em suas atividades e afirmaram que a falta de reconhecimento torna-os desmotivadospara promover mudanças e participar ativamente na construção da integração. Conclusão: Os servidores do CSS01reconhecem a importância do trabalho em equipe, mas, por desconhecer as atividades de seus colegas, não conseguemintegrar suas atividades.

  • 8/15/2019 Suplement o 2008 Co Be m

    29/982

     REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA

    Suplemento 2; 2008 

    6. Profissionalização e capacitação do docente - educação permanente 

    AO-025 TÍTULO: A PRODUÇÃO CIENTÍFICA NACIONAL SOBRE DOCÊNCIA EM SAÚDE: SUBSÍDIOS PARA UM PROGRAMA

    DE DESENVOLVIMENTO DOCENTE.

    AUTOR(A): Araujo, E.C.

    CO-AUTOR(ES): BATISTA, S.H. (1); GERAB, I.F. (1);

    INSTITUIÇÕES: 1 - UNIFESP;

    INTRODUÇÂO: O modelo hegemônico do ensino em saúde tem se desenhado com dicotomias, fundamentando oaprendizado de profissionais no modelo biomédico e hospitalocêntrico, além de investir em currículos que desconsideramas necessidades da comunidade e cenários de aprendizagem ligados aos serviços. Na perspectiva de superação destemodelo, as Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos da Área da Saúde enfatizam a integração de conteúdosbásicos e profissionalizantes, relação teoria e prática, diversificação dos cenários de aprendizagem e enfoques

    problematizadores no processo ensino-aprendizagem. Assim, a docência em saúde têm sido objeto de estudo, procurando-se, dentre outros desafios, responder de maneira criativa, crítica e reflexiva às demandas de formação dos professoresfrente a tão significativas mudanças na formação dos profissionais da saúde. OBJETIVO: analisar a produção científicanacional sobre docência em saúde, publicada em forma de artigos, no período de 1997 a 2007, veiculados em periódicosindexados nas bases Lilacs e Scielo. METODOLOGIA: a análise documental foi feita com procedimentos realizados noâmbito de uma revisão sistemática da literatura. O processo de coleta de dados envolveu localização dos estudos atravésdos descritores educação, docente e saúde, nas bases de dados Lilacs e Scielo, e os identificados submetidos ao teste deinclusão. Considerando os critérios definidos para o estudo, foram selecionados 76 publicações de um universo de 548artigos localizados. RESULTADOS E DISCUSSÃO: o Ensino de Graduação em Saúde foi a temática mais incidente(freqüência de 43,42%), seguido da formação docente (15,79%), experiência inovadoras (13,16%), avaliação de cursos(11,84%), educação da comunidade (9,21%) e outros (6,58%). O grande interesse pelo ensino da graduação evidencia anecessidade de compreensão do esgotamento do modelo vigente e a superação de dicotomias, a construção de umaproposta formativa sintonizada com as DCNs e a demanda de desenvolvimento docente. A temática da formação docenteenvolveu diferentes dimensões: transformação do papel do professor e reflexão sobre a sua própria prática; importância do

    domínio das teorias pedagógicas; metodologias interativas nos espaços de formação de professores; exigência deformação docente para implementar metodologias problematizadoras no processo ensino-aprendizagem em saúde. Aavaliação, no âmbito diagnóstico, emergiu quanto à qualidade de cursos de graduação e pós-graduação e a atenção acomunidade aparece com menor incidência entre as temáticas. CONCLUSÂO: A revisão sistemática possibilitou identificarsubsídios para um programa de desenvolvimento docente: compreensão histórica e política da educação superior emsaúde; discussão crítica das DCNs; análise das práticas dos professores da reflexão sobre o próprio fazer, o estudo dasteorias educacionais em articulação com os problemas e dilemas do cotidiano acadêmico; estudo, implementação eavaliação de experiências de aprendizagem problematizadoras; incentivo às atividades de produção científica assumindo adocência em saúde como objeto legítimo de conhecimento.

  • 8/15/2019 Suplement o 2008 Co Be m

    30/982

     REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA

    Suplemento 2; 2008 

    AO-026 TÍTULO: FORMAÇÃO PEDAGÓGICA DE PRECEPTORES DO INTERNATO MÉDICO: CONSTRUÇÃO DE UM MODELO

    AUTOR(A): Brant, V.

    CO-AUTOR(ES): Cerqueira, M. P. (1); Passos, M. (1); Martins, F. (1); Monteiro, D. (1); Leher, E. (1);

    INSTITUIÇÕES: 1 - UFRJ;

    Introdução: O projeto, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa-IESC-UFRJ, financiado pelo CNPq, integrapesquisadores do NUTES, do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina, do Instituto de Pediatria ePuericultura Martagão Gesteira e uma acadêmica de medicina da UFRJ em trabalho de formação pedagógica depreceptores do Internato médico. Objetivo: criar, implementar e avaliar com os preceptores um modelo de formaçãopedagógica que, uma vez validado, seja oferecido a outras instituições de ensino e aos profissionais da rede de serviços,ambos importantes atores na formação de alunos dos cursos médicos. Método: 1. reuniões quinzenais para ambientaçãodos pesquisadores e preceptores em uma ferramenta de curso a distância e em leitura de textos sobre educação, trabalhoe saúde; 2. registro em ata da gravação das reuniões; 3. observação da prática dos preceptores em enfermarias eambulatórios; 4. levantamento de situações-problema e nós críticos da prática de preceptoria; 5. identificação e definiçãodas competências dos preceptores, com base nas discussões presenciais; 6. entrevistas com preceptores para delinear seu

    perfil; 7. entrevistas com internos da UFRJ para caracterizar o papel da preceptoria na formação médica. Resultados: aanálise de todo o material, discutida no coletivo de pesquisadores e preceptores, permitiu a) construir um modelo deformação pedagógica; b) refazer a rotina da preceptoria no Internato; c) rever o processo de avaliação dos Internos nasatividades da preceptoria; d) abrir um espaço de reflexão sobre a prática, um ganho considerado fundamental pelospreceptores; e) ressignificar tanto os saberes dos pesquisadores quanto dos preceptores. As entrevistas com os internossurpreenderam, na medida em que mais da metade afirma desconhecer o que é um preceptor e declara não saberdistinguir se o profissional que os acompanha nos ambulatórios e enfermarias é professor ou preceptor. Por outro lado, econtraditoriamente, a maioria aponta o compromisso com aprendizagem do aluno (86,7%), o conhecimento do papel dopreceptor como um formador (66,7%) e a capacidade de incentivar o aluno para sua aprendizagem (66,7%) como ascaracterísticas mais importantes de um bom preceptor. Conclusão: Exercendo a capacidade argumentativa, defendendo e,ao mesmo tempo, colocando sob suspeita posições e interesses, revendo posturas diante dos acontecimentos, dosmodelos e fórmulas adotados até então, o grupo segue na busca de um consenso que, hoje, resulta no delineamento domodelo de formação para preceptores, baseado em métodos ativos de aprendizagem. O modelo inclui, por decisãoconsensual, além das competências que o grupo definiu como essenciais para a prática da preceptoria, os conteúdos queforam inicialmente significados como “saberes abstratos”, desnecessários, e que, durante o processo, foram

    desconstruídos, apropriados e ressignificados pelos preceptores. Antes, representavam uma imposição do grupo depesquisadoras, mas agora são validados como demanda explícita do grupo de interessados, com base em suasnecessidades, o que caracteriza um legítimo processo de educação permanente em saúde, conforme definido na literatura.

  • 8/15/2019 Suplement o 2008 Co Be m

    31/982

     REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA

    Suplemento 2; 2008 

    AO-027 TÍTULO: EDUCAÇÃO PERMANENTE EM EDUCAÇÃO: RE-SIGNIFICANDO E TRANSFORMANDO A PRÁTICADOCENTE.

    AUTOR(A): Francischetti,I. (1) 

    CO-AUTOR(ES): Francischetti, I. (1); Tsuji, H. (1); Ilias, M. (1);

    INSTITUIÇÕES: 1 - FAMEMA;

    Introdução: Hoje, já é possível se falar de outro modelo de educação: o chamado “modelo da integralidade”, que valoriza asdimensões sociais, econômicas e culturais da vida das pessoas. Nossa instituição, há mais de 10 anos vem trilhando novoscaminhos, buscando uma ação educativa consciente, reflexiva, que fuja da reprodução cultural e do senso comum e setorne questionadora, permitindo novas descobertas em termos de interpretação do mundo e das pessoas. As mudançaspedagógicas que tanto solicitam compromisso e cumplicidade da comunidade docente, demandam investimento em umespaço dialógico e reflexivo que favoreça desconstruções e construções de novos saberes. Assim, da vivência destanecessidade, nasceu o Programa de Desenvolvimento Docente (PDD). Inicialmente constituído por módulos e oficinas deEducação Continuada (EC), em 2002, iniciou atividades de Educação Permanente (EP) que hoje são seu elementoprincipal. Objetivo: A EP tem como objetivo que os participantes partindo de reflexão sobre suas atividades docentes

    favoreçam o seu crescimento individual e do grupo com a construção de aprendizagens e transformações das práticas.Métodos: A EP é um programa que ocorre de forma contínua, paralela e ao longo das atividades docentes. As atividadesocorrem em grupos de no máximo 12 docentes, com encontros semanais ou quinzenais com duração de 60 ou 120minutos, respectivamente. Parte-se da problematização da situação de docência vivenciada, considerando-se aaprendizagem significativa. Cada reunião é mediada por dois facilitadores (docentes). Um mais voltado ao referencialpedagógico institucional e outro à leitura do próprio processo grupal, segundo o grupo operativo de Pichon Rivière1.Resultados: O processo de EP possibilita continuidade da formação profissional partindo de um enfoque reflexivo sobre asrelações e o processo de trabalho. Embora mais potente ao possibilitar a auto-implicação do sujeito, na prática, deflagraalgumas resistências à medida que mobiliza seu esquema referencial. Conclusões: Acreditamos que a EP em educaçãofavorece maior identidade e satisfação do docente com sua prática e um processo de formação mais coerente com o perfilde um profissional crítico, reflexivo e compromissado com o outro. Isto nos guia ao fortalecimento e ampliação da EP emeducação em nossos cenários.

    Ressaltamos que na EP, a mobilização interna é fundamental para que o grupo se coloque em movimento, se reconheça e

    identifique suas necessidades de aprendizagens. A EP pode ser interpretada como instrumento de controle ao visitar ointerior das relações nas práticas docentes, contudo este aprofundamento é vital, do contrário, as discussões podem travar-se centradas em projeções ou questões burocráticas e operacionais servindo de anteparo a um processo reflexivo maisconsistente. “Nenhum pensamento reclama tanto a comunhão dos olhares para fora e para dentro como o pensamentosobre educação”. Gilberto Dimenstein

    1. PICHON-RIVIÈRE, E. O processo grupal, psicologia e pedagogia. São Paulo: Martins Fontes, 1991. p.181 p. 99-120.

  • 8/15/2019 Suplement o 2008 Co Be m

    32/982

     REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA

    Suplemento 2; 2008 

    AO-028 TÍTULO: AVALIAÇÃO COMO FORMA DE ESTÍMULO À INTEGRAÇÃO DE CONHECIMENTOS PELO ESTUDANTE DEMEDICINA.

    AUTOR(A): Ramos NN (1) 

    CO-AUTOR(ES): Faria RMD (1); Moura AS (1); Junqueira FPF (1); Nunes FA (1); Cardoso Jr A (1);

    INSTITUIÇÕES: 1 - FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS UNIFENAS-BH;

    Introdução: Em currículos que utilizam metodologia de Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP), é possível identificar-se, como um de seus princípios, a abordagem relacional do conhecimento por meio de problemas. Nesses problemas, sãoativados conhecimentos prévios e adquiridos novos, que apontam para uma resolução da situação problematizada. Avaliarse o estudante está conseguindo integrar os diversos conhecimentos que deve aprender é uma questão que se coloca paraos cursos que utilizam APB e para a qual cabe uma in