Upload
uigue-souza
View
16
Download
0
Tags:
Embed Size (px)
Citation preview
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
1/80
Ps -Graduao
MBAem
Gestode Pessoas
Palavra DigitalEstratgia Executiva
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
2/80
2
Palavra DigitalMBA em Gesto de Pessoas
DisciplinaEstratgia Executiva
Coordenao do CursoDante Freitas
AutoriaMarcos Hashimoto
FICHA TCNICA
Equipe de Gesto EditorialFlvia Mello Magrini
Anlise de ProcessosJuliana Cristina e SilvaFlvia Lopes
Reviso TextualAlexia Galvo AlvesGiovana Valente FerreiraIngrid FavorettoJulio CamilloLuana Mercrio
Diagramao
Gerncia de Design Educacional
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
3/80
3
Como citar esse documento:HASHIMOTO, Marcos. Estratgia Executiva. Valinhos:Anhanguera Educacional, 2014. p. 1-79.Disponvel em: .Acesso em: 03 fev. 2014.
ChancelerAna Maria Costa de Sousa
Reitora
Leocdia Agla Petry Leme
Pr-Reitor AdministrativoAntonio Fonseca de Carvalho
Pr-Reitor de GraduaoEduardo de Oliveira Elias
Pr-Reitor de Extenso
Ivo Arcanglo Vedrsculo Busato
Pr-Reitora de Pesquisa e PsGraduaoLuciana Paes de Andrade
Realizao:
Diretoria de Extenso e Ps-Graduao
Pedro RegazzoVanessa PancioniClaudia BenedettiMario Nunes AlvesFlavia Magrini
Gerncia de Design EducacionalRodolfo PinelliGabriel Arajo
2014 Anhanguera Educacional
Proibida a reproduo nal ou parcial por qualquer meio de impresso, em forma idntica, resumida ou modicada em lnguaportuguesa ou qualquer outro idioma.
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
4/80
4
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
5/80
5
NDICE
Aula 01:Conceito de Estratgia 09
Aula 02:Planejamento Estratgico 25
Aula 03:Modelos de Competitividade 42
Aula 04: Empreendedorismo Estratgico 62
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
6/80
6
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
7/80
7
APRESENTAO DA DISCIPLINAPoucas so as disciplinas de um MBA to relevantes e empolgantes quanto Estratgia.
Usamos estratgia para tudo, para a carreira, para comprar uma casa, para criar lhos, ao
sair de frias, at para chegar a algum lugar, conquistar uma namorado ou convencer os
lhos a comer. Tudo o que vamos discutir aqui, embora contextualizado para o ambiente
de negcios, poder ser aplicado nas mais diversas circunstncias da vida ou do trabalho.
Esta disciplina foi estruturada de forma a atender as necessidades de executivos e lderes,
capacitando e formando aqueles que precisaro tomar decises importantes hoje ou
no futuro. Sabemos que no atual mundo competitivo s vo se sobressair aqueles que
estiverem preparados para fazer boas escolhas e esta a proposta que esta disciplina traz
queles que a cursarem.
No importa se voc est frente de uma pequena empresa ou uma grande organizao,
os conceitos de estratgia sempre sero necessrios e, quando bem usados, possibilitaro
a sedimentao do caminho rumo ao sucesso. Trazemos para esta disciplina os principais
conceitos e aprendizados j desenvolvidos sobre o tema, pelos maiores especialistas
da academia, de forma resumida e pronta para ser digerida pelo aluno. Prepare-se para
embarcar nesta aventura e desenvolver as competncias bsicas para se tornar um grande
estrategista.
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
8/80
8
TEMA 01
Conceito de Estratgia
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
9/80
LEGENDA
DE CONES
99
Incio
Pontuando
Referncias
Vamospensar
Glossrio
Gabarito
Verifcao
de leitura
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
10/80
Aula
10
01
Conceito de Estratgia
Objetivos
1. Compreender o que estratgia e as grandes transformaes que ela provoca no
mundo corporativo.
2. Entender os mecanismos que propiciam as escolhas estratgicas e os fatores crticos
do sucesso.
3. Conhecer o uso do mecanismo de trade-off.
Introduo
Estratgia uma destas palavras que, juntamente com Liderana e Empreendedorismo,
virou moda no meio corporativo nos ltimos anos e a massicao do seu uso acabou
deturpando o seu conceito. Muitos autores j usaram vrias metforas para explicar o que
estratgia, geralmente exemplos extrados do mundo dos esportes ou da guerra, situaes
em que a estratgia sempre necessria e cuja analogia facilita a compreenso.
Porm, eu vou utilizar outro modelo metafrico para explicar o que estratgia. Quem j no
passou alguma vez na vida por um engarrafamento em uma grande metrpole como So
Paulo? uma situao to corriqueira para muitos de ns que cada um j traou sua prpria
estratgia para lidar com o trnsito pesado dos horrios de rush.
Pois bem, quando voc est preso no engarrafamento, simplesmente para e espera ou
procura alguma forma de avanar mais rpido? Provavelmente voc procura uma faixa em
que o trfego esteja uindo mais rpido do que aquela onde voc se encontra. Algumas
estradas possuem trs, at quatro faixas. Avenidas centrais nas capitais chegam a ter at
sete faixas como em So Paulo. Quando voc muda de faixa, como sabe se fez uma boa
escolha? Normalmente voc marca um veculo na faixa onde voc estava, normalmente um
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
11/80
11
Aula 01 | Conceito de Estratgia
caminho ou nibus que esteja mais frente e que voc possa identicar de longe. Se voc
comea a se aproximar dele, porque escolheu uma faixa que anda mais, porm, se percebe
que est se afastando signica que voc fez uma m escolha.
Imagine agora que este veculo que voc marcou o seu concorrente, sua meta ultrapass-
lo. Esta meta jamais ser atingida se voc continuar na mesma faixa que ele. Ou seja, repetir o
que o concorrente faz no suciente para super-lo, preciso fazer algo diferente, preciso
mudar de faixa, escolher outro caminho. Estratgia to simples quanto isso, escolher umcaminho diferente do que seu concorrente para atingir um determinado objetivo (seu destino,
que nesta analogia pode ser sua casa ou o seu trabalho) antes dele.
A comeam algumas complicaes. Toda escolha envolve um risco, o risco de fazer uma
escolha errada. Muitas empresas no praticam a estratgia porque no querem correr riscos,
preferem continuar na mesma faixa, mais segura, conhecida. Pensar assim signica no
avanar. Para superar o concorrente preciso ousar fazer diferente do que ele. preciso
mudar de faixa e aceitar o risco de car para trs. No entanto, se todo o mercado muda otempo todo, continuar na mesma faixa pode tambm ser uma escolha estratgica. Pode
ser que o concorrente quem muda de faixa e escolhe errado e voc o ultrapassa sem ter
mudado de faixa. Estratgia fazer diferente, mas no do que voc faz, e sim do que a
concorrncia faz.
Como fazer uma boa escolha? Existem duas etapas fundamentais em estratgia. A primeira
a identicao dos possveis caminhos e a segunda a escolha em si. Cada etapa requer
formas de pensamento completamente diferentes. Identicar possveis caminhos requer
um pensamento aberto, subjetivo, holstico e envolve a capacidade perceptiva, a intuio.
Por isso, a criatividade representa uma possvel vantagem competitiva. Para se chegar ao
seu destino, a questo pode no ser simplesmente mudar de faixa, mas vericar outras
possibilidades de caminhos, outras rotas, outros percursos. Para ser lder de mercado, lanar
produtos inovadores, adquirir concorrentes, verticalizar a cadeia de produo, aumentar a
rede de representantes comerciais, exportar, terceirizar a distribuio, entre outros, so todas
possibilidades, caminhos diferentes, estratgias.
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
12/80
12
J para fazer a escolha, preciso um pensamento mais objetivo, analtico, estudar prs e
contras, avaliar os riscos e as vantagens, particularidades do mercado, dos concorrentes,
cincia de suas prprias competncias. Conhecimento representa vantagem competitiva.
Trafegar pelo acostamento seguramente mais rpido, mas os riscos de multa compensam?
Ter um carro mais potente representa vantagem nesta situao? Memorizar o mapa da
cidade ajuda a tomar a melhor deciso? Saber que vias perto de escolas so piores no
horrio de aulas permite uma melhor avaliao das alternativas? Nas empresas, sonegar
impostos certamente um caminho, mas os riscos compensam? Diversicar os negcios
uma boa opo quando sua competncia est no capital intelectual? O que torna tudo difcil
na estratgia, alm de imaginar os possveis caminhos, tomar a deciso de qual caminho
escolher sem ter todos os elementos na mo para estar seguro da deciso. Muitos no se
arriscam por no se sentir vontade diante de tal situao e acabam paralisando. Outros
no se arriscam porque se sentem vontade demais e correm riscos desnecessrios, sem a
devida anlise, e acabam fracassando.
Outra observao importante. J ouviu falar na famosa Lei de Murphyque diz que basta
mudar de faixa para que aquela onde voc se encontrava comece a andar? Sabe por que
isso acontece? Quando voc resolve mudar de faixa voc no est sozinho, outros pensam
exatamente como voc. Isso acontece quando todos tm acesso s mesmas fontes de
informao para tomar decises. S que todos, inclusive voc, olham para o lado ao escolher
a faixa quando na verdade deveriam olhar
para frente. Se l na frente voc v que aquela
faixa comeou a andar, pode mudar para elamesmo que esteja parada agora, porque voc
sabe que ela vai andar. Quanto mais longe
voc conseguir enxergar, melhores sero
suas decises. Em estratgia isto se chama
viso do futuro. Quanto mais elementos voc
tiver que o ajudem a vislumbrar este momento
futuro, mais condies voc tem para tomarboas decises estratgicas no presente.
Aula 01 | Conceito de Estratgia
Saiba Mais
A Lei de Murphy uma brincadeira sobre aschances de alguma coisa dar errado. Atribudaao capital da Fora Area Americana EdwardMurphy, que, ao fazer testes de tolerncia gravidade por seres humanos constatouque os sensores sempre falhavam na horaerrada e cunhou a frase Se alguma coisapode dar errado, dar, e sobre a qual, a
cultura popular tratou de expandir para toda equalquer situao na qual h alguma chancede dar errado.
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
13/80
13
Por ltimo, muitas empresas so como trens, s conseguem enxergar em uma dimenso:
para frente ou para trs. A maioria das empresas pensa como carros, em duas dimenses:
para frente, para trs, para a direita e para a esquerda. Mas somente algumas empresas so
como helicpteros e pensam em trs dimenses: para frente, para trs, para a direita, para a
esquerda, para cima e para baixo. Quanto maior for a amplitude de viso da empresa, mais
caminhos conseguem vislumbrar e melhores sero suas estratgias.
E assim que as empresas conseguem competir entre si. Quando pensam de formaestratgica, elas buscam as diferenas e se do conta que existem coisas que elas podem
fazer que seus concorrentes no conseguem, ou se conseguem, no o fazem com a mesma
agilidade. So nessas diferenas que elas podem ser competitivas. Anal, nada como ter
uma moto diante de um engarrafamento.
1. O Processo de Trade-Off
Ao conceber uma estratgia de fundamental importncia conhecer o ambiente e o contexto
de negcios no qual se est inserido. Para ingressar em um negcio novo, por exemplo, a
empresa precisa ter em conta o que importante dentro do seu setor. Aprender sobre como
outras empresas do mesmo setor ou similares zeram para conseguir se estabelecer, pode
representar um excelente aprendizado para escolher alguma estratgia, no mnimo, parecida
com a deles.Existem muitas possibilidades para explorar um novo negcio. Alguns exemplos de alternativas
estratgicas de ao podem ser:
Precicao: entrar com preo baixo por alguns meses, estabelecer um mercado e aos
poucos ir adequando o preo ao que o mercado pratica.
Parcerias: constituir parcerias com redes de distribuidores para ganhar escala de
capilaridade a curto prazo. Produtos: imitar as prticas e copiar os produtos dos lderes de mercado e depois investir
em inovao.
Aula 01 | Conceito de Estratgia
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
14/80
14
Fornecedores: fechar contratos de exclusividade com fornecedores de matrias-primas
escassas.
Tecnologia: comprar tecnologias inovadoras de institutos de pesquisa e desenvolver
produtos com base nelas.
Operaes: montar uma estrutura enxuta de produo, com base em recursos
terceirizados para minimizar custos de entrada no mercado.Muitas dessas escolhas esto relacionadas com o mercado. Uma pergunta que voc precisa
responder : Eu tenho um produto e vou procurar um mercado para ele ou eu sei qual mercado
quero atender e preciso desenvolver um produto para ele? Se a abordagem for de mercado,
preciso entender bem o mercado, como ele est segmentado, para ento denir qual ser
o produto e que caractersticas ele deve ter. Se existe um potencial, deve-se especicar que
estratgia ser adotada para aumentar a participao. Se o mercado for novo, necessrio
explicar como as barreiras entrada sero rompidas. Vai abordar o mercado do principalconcorrente? Vai aumentar o tamanho do mercado criando novos consumidores/clientes
ou gerando novas necessidades? Vai mudar o posicionamento do produto? Vai consolidar,
padronizar ou diversicar modelos?
O importante no processo de escolha estratgica que muitas dessas possibilidades so
mutuamente exclusivas, ou seja, ao se escolher um caminho, deve-se abrir mo de outra(s)
alternativa(s) possvel (is). Esse processo, conhecido como trade-off (gura 1.1), muitas
vezes ignorado e, por isso, executivos acabam tomando decises equivocadas. Um exemplotpico a escolha entre estratgias baseadas em baixo custo ou de diferenciao. Ao se
escolher a estratgia de baixo custo, parte-se do pressuposto de que o cliente tpico no
quer nenhum diferencial, pois no est disposto a pagar mais por ele, portanto, o produto
deve ser o mais bsico possvel, contendo apenas as caractersticas essenciais, com a
estrutura operacional mais enxuta e ecaz possvel. Essa estratgia no compatvel com
nenhuma outra que exija investimentos em caractersticas adicionais ou melhor qualidade
nem servios agregados. J a estratgia de diferenciao parte do pressuposto de que o
cliente tpico est disposto a pagar mais do que paga ao concorrente se perceber algum
diferencial no produto que seja relevante para ele. Nesse tipo de estratgia, o produto deve
Aula 01 | Conceito de Estratgia
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
15/80
15
ser desenvolvido considerando todas as possibilidades de adicionar valores na forma de
qualidade, funcionalidades, servios ou design. Trabalhar com baixo custo no compatvel
com a estratgia de diferenciao porque qualquer diferenciao deve ter um custo e esse
custo deve ser incorporado ao preo nal do produto.
Alm dessas duas abordagens, existe tambm a de enfoque, que no se compara com a
de custo nem com a de diferenciao, pois esse caminho parte do pressuposto de que o
mercado to segmentado, to especco e to pequeno, que no h concorrente ou hpoucos. Ao se escolher essa abordagem, o empreendedor tem a vantagem de ter poucos
concorrentes, porm sabe que o mercado limitado tambm, o que se caracteriza como
outro exemplo de trade-off, ou o mercado grande e h muitos concorrentes ou o nmero
de concorrentes pequeno para um mercado tambm pequeno. A nica exceo acontece
para mercados emergentes, ou seja, quando se inova ao criar necessidades no existentes
antes, ou seja, criam-se novos mercados.
Figura 1.1 Processo de trade-off
Fonte: Porter (1986).
Aula 01 | Conceito de Estratgia
DIFERENCIAO
ENFOQUE
LIDERANA NOCUSTO TOTAL
Unicidadeobservadapelo cliente
No mbitode toda aindstria
Apenas umparticularsegmento
VANTAGEMESTRATGICA
ALVOESTRATGICO
Posiode baixocusto
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
16/80
16
2. Fatores Crticos de Sucesso
Uma anlise importante para se demonstrar em estratgia so os Fatores Crticos de
Sucesso (FCS), ou seja, quais so os poucos elementos do negcio que representam grande
importncia em termos de diferencial estratgico e competitivo. Estes FCSs dependem muito
de uma srie de variveis da constituio do negcio que, juntas, correspondem a elementos
que nenhum, ou poucos concorrentes, conseguem
imitar. Muito do grande apelo do negcio est
baseado nesses diferenciais competitivos, que,
por isso, muitas vezes devem ser ressaltados em
outras partes do plano. Os FCSs recebem ateno
especial nas decises estratgicas porque, se bem
cuidados, podem representar o sucesso do negcio,
porm, se ignorados, podem signicar seu fracasso.
Eis alguns exemplos:
Qualidade: quando o cliente no tolera baixa qualidade no produto ou servio, ou seja,
uma qualidade mnima necessria no produto ou servio s para entrar no jogo do
mercado.
Inovao: quando o mercado muito receptivo s novidades no setor e rapidamente
abandona um produto quando surge algo novo. Inovar sempre passa a ser um fator para
se manter no mercado.
Ecincia: quando os concorrentes detm processos altamente ecazes e conseguem
levar a melhor relao custo-benefcio ao cliente e no h forma de entrar no mercado
sem ter o mnimo de ecincia equivalente aos concorrentes.
Capital: quando necessrio um alto volume de capital para iniciar o negcio e no h
como comear com poucos recursos.
Marca: quando o mercado sensvel a uma boa e conhecida marca e no est dispostoa se arriscar com marcas desconhecidas e iniciantes.
Aula 01 | Conceito de Estratgia
Link
Diferencial competitivo. Trata-seda(s) caracterstica(s) do negcioque o torna nico em relao aosseus concorrentes.
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
17/80
17
Preo: quando todo o mercado atua na abordagem da competitividade em custo, ou
seja, s se mantm no mercado aqueles que conseguem entregar o melhor preo ao
cliente.
Flexibilizao: quando o cliente tem o comportamento tpico de exigir adaptaes no
produto, no servio, no atendimento, exigindo jogo de cintura de quem est no mercado
para se adaptar s suas exigncias com agilidade e resilincia.
Desenho do produto: quando o principal apelo de valor do cliente pelo desenho do
produto, mais do que outras caractersticas do produto. Nesse caso, no investir em um
bom desenho pode signicar o fracasso do produto, por melhor que ele seja.
Controle de matria-primaescassa: quando existem poucos fornecedores de matria-
prima essencial que entregam a qualidade mnima esperada. Controlar esse fornecedor
por meio de contrato de exclusividade ou algo parecido pode representar um importante
FCS.
Relaes com consumidor: quando o cliente toma suas decises de compra baseados
no sentimento. Nesse caso, cultivar a relao com o cliente fator fundamental das vendas
e FCS importante de competitividade.
Controle do mercado: quando a participao do mercado tem relao direta com a
competitividade e o mercado j est no seu limite de expanso.
Disponibilidade do produto: quando o cliente percebe pouca diferena entre seu produtoe o do concorrente e troca facilmente de fornecedor se o seu produto no estiver disponvel.
Condencialidade: quando as informaes relacionadas com o negcio devem
ser tratadas sigilosamente e qualquer vazamento pode gerar perda de conana e,
consequentemente, de competitividade.
importante lembrar que estes so apenas alguns exemplos. Voc deve procurar os FCSs
especcos do seu setor de atuao e buscar, na comparao entre as foras e fraquezas doconcorrente com as suas prprias competncias, os possveis FCSs que o colocaro frente
do concorrente de forma sustentvel.
Aula 01 | Conceito de Estratgia
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
18/80
18
Vamos
pensar
Como voc viu, o conceito de estratgia pode ser aplicado em diversas situaes da vida
pessoal de qualquer pessoa. Reita sobre o conceito que acaba de aprender e sugira uma
ou mais situaes na sua vida pessoal na qual voc pode (em alguns casos, deve) usar
uma estratgia.
Mercados emergentes: termo que designa economias mundiais subdesenvolvidas que seencontram em ascenso (ou crescimento), porm ainda no podem ser consideradas economiasdesenvolvidas. Trata-se de uma subcategoria de maturidade econmica intermediria entresubdesenvolvido e desenvolvido.
Matria prima:insumos e materiais usados na produo de outros materiais em um processo detransformao. Normalmente utilizado em sistemas fabris, as matrias primas so adquiridas defornecedores e representam a essncia da produo dos produtos nais que so comercializadospela empresa.
Estratgia so escolhas. Uma boa escolha depende de ter boas opes e bons critrios
para escolher uma ou outra alternativa.
Quando a escolha por um caminho implica obrigatoriamente na no-escolha de outro(s)
caminho(s), tem-se o processo de trade-off.
Trs dos principais caminhos estratgicos em negcios so a Liderana em Custos, o
Diferencial Competitivo e o Enfoque em Segmentos.
Fatores Crticos de Sucesso so as poucas coisas que no podem dar errado no
negcio sob o risco de lev-lo ao fracasso.
Pontuando
Glossrio
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
19/80
19
Glossrio
Resilincia: propriedade de alguns materiais de no se deformar diante de uma determinadapresso, retornando sua forma original aps a presso. Adaptado para o mundo dos negcios,designa a capacidade de suportar mudanas de diversas intensidades, voltando condio inicialaps a mudana.
INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETAQuesto 1
O texto introdutrio utiliza uma metfora parailustrar o conceito de estratgia. Porque esta
metfora adequada para o caso?
a) Em um trnsito intenso, os carros so muitocompetitivos.
b) Ilustra as escolhas que os motoristas fazempelo melhor caminho.
c) Porque o trnsito de grandes metrpolesso exemplos de estratgias.
d) A ultrapassagem de um veculo mais lento sinnimo de competitividade.
e) Existem muitas possibilidades de escolhasde caminhos para se ir de um ponto a outro da
cidade.
INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETAQuesto 2
Um exemplo de trade-offpoderia ser:
a) A compra de um par de meias em uma loja
de roupas.
b) Decidir a melhor cantada para ganharum(a) garoto(a).
c) A escolha do melhor caminho para ir praia.
d) Convencer o guarda a no lhe aplicar umamulta por excesso de velocidade.
e) Pensar no cardpio para preparar o almoo
de famlia.
INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETAQuesto 3
Uma grca que sempre produziu formulrios
e cartes resolve diversicar e passar a
atender exclusivamente o mercado de
convites de casamento. Este um exemplo
de estratgia de:a) Liderana no custo total.
b) Diferencial competitivo.
c) Enfoque em segmentos.
d) Enfoque e diferencial.
e) Nenhuma das alternativas.
Verifcaode leitura
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
20/80
20
INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETAQuesto 4
Qual das seguintes opes no pode ser
considerado um exemplo de Fator Crtico de
Sucesso:
a) Conseguir manter em dia todos ospagamentos de tributos do negcio.
b) Prover um excelente atendimento ao cliente.
c) Ter sempre um item novo no portflio deprodutos para mostrar ao cliente.
d) Estar sempre em dia com as mais recentese modernas tecnologias disponveis no setor.
e) Conseguir fazer a entrega do produto nacasa do cliente em menos de 24 hs.
INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETAQuesto 5
Quando se compara um bom estrategista a
um helicptero, queremos dizer que ele:
a) Consegue enxergar o que ningum v e porisso pode ser mais competitivo.
b) Consegue ter uma viso mais ampla por
chegar aonde ningum chega.
c) Faz escolhas estratgicas de forma maisconsciente que seus concorrentes.
d) Percebe mais opes e alternativas do queos concorrentes.
e) Tem uma viso tridimensional da realidadedo seu setor de atuao.
Verificao de Leitura
CERTO, SAMUEL C.; PETER, J. P. Administrao estratgica: Planejamento e implantao
da estratgia, 2 ed. Pearson, SP, 2005.
CHIAVENATO, IDALBERTO E SAPIRO, ARO. Planejamento estratgico: Da inteno aosresultados Fundamentos e aplicaes, 2 ed. Ed. Elsevier, SP, 2009.
HAMEL, GARY E PRAHALAD, C. K., Competindo pelo futuro. 13 ed. Ed. Campus, RJ,2005.
PORTER, MICHAEL E. Estratgia Competitiva: Tcnicas para anlise de indstrias e daconcorrncia. 12 ed. Ed. Campus, RJ, 1986.
WHITTINGTON, RICHARD. O que estratgia.Thompson, 2002.
Referncias
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
21/80
21
Gabarito
Questo 1
Resposta: Alternativa B.
Resoluo: A metfora do trnsito demonstra que as pessoas, para irem de um lugar para
outro, escolhem caminhos e suas chances de chegarem a seus destinos a tempo dependem
das boas escolhas entre os possveis caminhos disponveis.
Questo 2
Resposta:Alternativa C.
Resoluo: De todas as alternativas, a que melhor caracteriza uma escolha na qual se abre
mo de outras opes a escolha por um caminho para ir praia. Uma vez escolhido o
caminho, abre-se mo dos demais caminhos, pois no possvel fazer mais de um caminho
simultaneamente para ir a qualquer lugar.
Questo 3
Resposta:Alternativa C.
Resoluo: O mercado de convites de casamento , dentro da indstria grca, to
especco, particular e pequeno que no se encaixa em nenhuma das duas categorias
(custo e diferencial), apenas na categoria enfoque, que o direcionamento do negcio para
um nicho especco do mercado.
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
22/80
22
Questo 4
Resposta: Alternativa A.
Resoluo: Pagar os impostos da empresa dicilmente seria considerado um fator crtico
de sucesso. Muitos negcios podem prosperar em momentos crticos sem pagar todos os
impostos, deixando para quitar suas dvidas depois que a situao nanceira melhora.
Questo 5
Resposta:Alternativa D.
Resoluo:Na analogia apresentada, o helicptero, comparado com o carro e o trem, tem
uma viso mais ampla por conseguir enxergar nas trs dimenses, para frente e para trs,
para a direita e para a esquerda, para cima e para baixo. Com isso, o estrategista consegue
enxergar mais opes e alternativas de ao do que seus concorrentes.
Gabarito
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
23/80
23
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
24/80
24
TEMA 02
Planejamento Estratgico
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
25/80
LEGENDA
DE CONES
2525
Incio
Pontuando
Referncias
Vamospensar
Glossrio
Gabarito
Verifcao
de leitura
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
26/80
Aula
26
02
Planejamento Estratgico
Objetivos
1. Compreender o conceito de planejamento estratgico.
2. Diferenciar o conceito de estratgia de planejamento estratgico.3. Denir a misso, viso e objetivos estratgicos de uma empresa.
4. Compreender o mecanismo de controle de implantao da estratgia.
Introduo
Agora que voc aprendeu sobre estratgia, est na hora de saber o que um planejamento
estratgico. Este tema sempre gera longos debates, pois praticamente 100% das empresas
administradas prossionalmente fazem algum tipo de planejamento estratgico. Alm
dos planejamentos estratgicos, vemos com muita frequncia a palavra planejamento
em diversas circunstncias: Planejamento de
vendas, oramentrio, de capacidade, de pessoal,
operacional, nanceiro, enm, so inmeras as
formas de se aplicar o simples exerccio de pensar
frente no tempo para antecipar diculdades e
se precaver contra incertezas. Vrias pesquisas
indicam que a falta de planejamento um dos
principais motivos que levam as empresas ao
fracasso. Livros de administrao, cursos e
consultorias vendem diversas formas de soluo
baseados em ferramentas que auxiliem noprocesso de planejamento.
Link
Planejamento estratgico no existe.Existe uma corrente de pesquisadoresque considera que o planejamentoestratgico morreu justamente porqueconceber estratgias e planejar soatividades que requerem competnciasto distintas entre si que o termoplanejamento estratgico em si no fazsentido.
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
27/80
27
Por outro lado, muitos empreendedores, hoje bem sucedidos, j declararam com bastante
convico que se tivessem baseado o negcio deles em um planejamento prvio, detalhado
e abrangente, j teriam desistido do negcio antes mesmo de comear. Exageros parte, a
verdade que existe um fundo de verdade neste raciocnio. Onde est a explicao por trs
desta contradio?
O planejamento requer certa dose de adivinhao, ou seja, antecipar-se a coisas que podem
acontecer no futuro. No caso do cenrio econmico brasileiro, este um exerccio um tantoquanto desaador, dados a instabilidade e o dinamismo do ambiente, no qual as variveis
que podem gerar algum impacto no negcio so to diversas que uma iluso considerar
que as condies mais relevantes para o negcio possam ser antecipadas para a elaborao
de um plano ecaz e acurado. No sabemos qual vai ser o comportamento do concorrente
ou do cliente. No temos como descobrir o impacto de certas mudanas na legislao sobre
o nosso negcio. praticamente impossvel conceber todos os agentes externos que podem
gerar alguma inuncia sobre o negcio.A verdade que, se os planejamentos so mera adivinhao, ento porque planejar? Porque
gastar tempo e esforo para se dedicar a algo que pode no servir para nada? A resposta
que, mesmo sendo mera adivinhao, os bons planos so aqueles cuja adivinhao est o
mais prximo possvel da realidade. Alm disso, um bom plano considera que os pressupostos
sobre os quais o planejamento foi construdo podem mudar, e, portanto, o plano deve ser
exvel o suciente para acomodar mudanas conforme novas circunstncias forem surgindo.
Um mal plano estabelece o que deve ser feito tentando denir todos os detalhes possveiscom antecedncia.
No se esquea de que o bom estrategista sabe ler o momento e reconhecer quando deixar
de lado o rduo esforo de planejar para deixar o seu negcio se desenvolver livremente para
ver, se existiro novas oportunidades a serem aproveitadas.
Aula 02 | Planejamento Estratgico
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
28/80
28
1. Tipos de Planejamento
Falar de planejamento falar de algo bastante abrangente, que deve envolver toda a
organizao. Devido a esta abrangncia, o planejamento pode ser classicado em tipos
distintos, de acordo com sua utilidade. O plano pode ser de curto ou de longo prazo, pode
envolver toda a empresa ou apenas uma tarefa, pode ser genrico ou detalhado.
Nvel Estratgico
Em primeiro lugar, existem os Planos Estratgicos, que envolvem a viso global de toda
a empresa, possui um contedo genrico e bastante sumarizado e so de longo prazo,
geralmente um horizonte de cinco anos ou mais. Este tipo de plano elaborado pela alta
administrao e proporcionam um senso de direo para o futuro da organizao.
Os Planos Estratgicos dizem respeito adaptao da empresa s mudanas que ocorrem
no ambiente, muito mais sujeito s incertezas,o que leva as decises a serem baseadas emjulgamentos e no em dados concretos. A viso global deste plano faz com que exista uma
unidade em torno de objetivos de longo prazo
comuns a todas as divises, independentemente
do quo autnomas elas sejam. No geral, o
plano estratgico leva em considerao as
competncias organizacionaise os desaos
que pretende atingir a longo prazo dando origem
e/ou validando a misso, a viso, os valores,
as crenas e princpios da organizao.
Nvel Ttico
Em seguida, vm os Planos Tticos, que envolvem os objetivos intermedirios de cada
unidade organizacional, seja unidade de negcios ou departamento. Estes planos so menos
genricos do que os Estratgicos, so um pouco mais detalhados, elaborados pela gerncia
mdia e cobrem um horizonte de mdio prazo, geralmente de um a dois anos. Os PlanosTticos devem estabelecer uma coordenao e integrao entre si e devem estar alinhados
com o Plano Estratgico.
Aula 02 | Planejamento Estratgico
Link
Planejamento em tempos de incerteza.Uma das grandes diculdades emelaborar bons planos a falta decontrole sobre todas as variveis quepodem inuenciar o futuro. preciso
saber como lidar com estas incertezas.< h t t p : / / s a n t a n d e r e m p r e e n d e d o r .com.br/especial ista-da-semana/866-planejamento-em-tempos-de-incerteza>
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
29/80
29
Um Plano Estratgico d origem a vrios Planos
Tticos. So planos mais especialistas, de
acordo com as funes desempenhadas pela
diviso ou departamento. Alguns exemplos
de Planos Tticos so: Produo, Marketing,
Pessoal, Financeiro ou Novos Produtos. Existe
ainda uma subclassicao dos Planos Tticos,
chamada de Polticas.
Nvel Operacional
A partir dos Planos Tticos so desenvolvidos os Planos Operacionais. Estes planos so
bem mais objetivos, racionais e detalhados, elaborados pelos executores operacionais da
empresa, abordando cada operao do departamento em separado em um horizonte de
tempo de curto prazo, de um ano ou menos. So planos que se preocupam com o que fazer
e como fazer as atividades cotidianas da organizao.
Estes planos devem estar proliferados em toda a empresa e podem estar constitudos tambm
por sub-planos, com diferentes graus de detalhamento. No fundo, estes planos simplesmente
asseguram que todos executem as tarefas e operaes de acordo com os procedimentos
estabelecidos pela organizao, am de que esta possa alcanar seus objetivos. Os tipos
mais comuns de planos operacionais so os procedimentos, os cronogramas, os oramentos,
os programas e as regras.
2. Misso e Viso
Mais do que um conjunto de clichs sem signicado e relevncia, as declaraes de
misso e viso devem ajudar as empresas a inspirar suas estratgias e denies de objetivos
de longo prazo. Embora os fundadores dos negcios tenham clara a misso e a viso, na
maioria das vezes, eles se deparam com muitas diculdades no processo de formulao dasdeclaraes de misso e viso da empresa, ou seja, colocar em palavras o que se tem no
corao pode ser bem mais difcil do que se imagina.
Aula 02 | Planejamento Estratgico
Saiba Mais
As polticas so como guias gerais de ao,renem orientaes genricas que levamas pessoas a tomar as melhores decises,pois denem fronteiras e limites dentrodos quais as pessoas podem estabelecercursos de ao. Assim, existem as polticas
de recrutamento de pessoal, polticas derelacionamento com clientes, polticas desegurana, entre outras.
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
30/80
30
Em primeiro lugar, as empresas tm diculdade de diferenciar uma coisa da outra. Misso
o propsito da empresa, porque ela existe, sua identidade, seu DNA. Um executivo precisa
ter clara a misso da sua empresa porque atravs dela que todas as pessoas, clientes,
fornecedores, funcionrios, entendem porque a empresa existe, qual a sua nalidade e o que a
caracteriza. Uma empresa que no tem uma identidade clara de seu propsito acaba perdendo
o foco e seus funcionrios no podem fazer nada alm de cumprir suas tarefas mecanicamente.
J a viso orientada para o futuro da empresa, no explica seu passado, suas origens e suaidentidade como a misso. A viso uma bssola, que indica o norte, para onde a empresa vai
e o que ela ser no futuro. Uma viso clara d um senso de direo a funcionrios e dirigentes.
A viso que inspira a denio da estratgia, torna os objetivos claros e palpveis e inspira as
pessoas a concentrar seus esforos para ajudar a levar a empresa na mesma direo.
Ter uma boa declarao de misso e de viso fundamental para deixar claro a todas as
pessoas e entidades envolvidas sobre qual o negcio, o que o torna nico e para onde ela
crescer e se desenvolver. Dirigentes j se deram conta desta importncia, porm mais pormodismo do que por entender o real signicado desta prtica. Em primeiro lugar, preciso
entender qual o propsito e a razo de existncia do negcio, vislumbrar o que a empresa
ser no futuro. S depois que se escreve a declarao, tomando muito cuidado para que as
palavras sejam interpretadas de forma a transparecer a real mensagem que se quer passar.
Veja outras dicas a seguir:
Feita pelo Fundador ou Principal Executivo: muitos contratam consultorias especializadas
para a elaborao da declarao. Nada errado com isso. O problema quando delegam a
elas esta tarefa, esperando que a consultoria devolva a declarao pronta. o dirigente que
precisa saber qual o propsito do seu negcio e o que ele imagina do negcio para o futuro.
Este processo precisa ser conduzido em conjunto.
Evite Clichs: muito comum vermos declaraes genricas, pasteurizadas, cheias de
clichs e frases prontas, que tornam as declaraes impessoais, que no reetem o que a
empresa e poderiam servir para qualquer outra empresa. Evite expresses do tipo: Ser a
maior do mundo, gerar valor para o acionista ou ter o melhor produto.
Aula 02 | Planejamento Estratgico
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
31/80
31
Aula 02 | Planejamento Estratgico
Identidade: uma boa declarao de misso deve reetir exatamente o que a empresa . Um
bom teste apresentar a declarao para pessoas de fora. Elas precisam enxergar a empresa
naquela declarao e nenhum outro concorrente. A identidade precisa estar presente na
declarao. Ela no pode se confundir com outra empresa.
Curta e Concisa:a mensagem precisa atingir um grande nmero de pessoas, por isso deve
ser simples e no rebuscada, com poucas palavras e bem objetiva. Algo que as pessoas no
precisam decorar, mas vo se lembrar e compreender a essncia da mensagem.
Valores, Princpios e Crenas: a mensagem deve transmitir o que signicativo e importante
para o empreendedor, balizando o que a empresa faz e o que ela no faz. A losoa do
empreendedor e o DNA da empresa precisam estar claros na declarao.
Escopo:uma boa declarao de misso no deve ser muito fechada, do tipo: Vendemos
calas jeans para jovens paulistanos. Se for especca demais acaba no dando margem
para a empresa diversicar suas operaes para crescer. Mas tambm no pode ser amplademais do tipo: Atuamos no negcio de moda, pois assim no d para perceber no que a
empresa boa. Um bom escopo ajuda a determinar que mercado atender, que produtos
lanar e que estratgias escolher.
Modelo de Valor do Cliente:de alguma forma, a declarao de misso precisa mostrar o
que importante para o cliente e isso muito complicado colocar na misso porque implica
em escolher algo em detrimento de outra, no d para colocar todo o modelo de valor de
todos os tipos de clientes. O importante aqui encontrar o ponto em comum entre o quea empresa faz de melhor e nico, com o que o cliente mdio valoriza como sendo atributo
importante e fundamental.
Temporal:se o seu negcio nascente, no se preocupe em ter uma declarao j denitiva
no incio da vida do empreendimento. O negcio precisa estar rodando por uns dois ou trs
anos para que esta identidade se sedimente e a viso do futuro que clara. Por isso, ela pode
mudar com frequncia no comeo.
Inspiradora: quando as pessoas entendem qual o negcio da empresa, ca mais fcil
elas compreenderem o signicado do seu trabalho e que tipo de valor entregue para seus
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
32/80
32
clientes. As pessoas se inspiram e a motivao despertada para se empenharem no que
fazem. Quando h conexo entre a misso e viso da empresa e as expectativas pessoais
dos funcionrios, eles assumem a misso e viso como sendo a prpria causa deles.
Abaixo, alguns bons exemplos de declarao de misso e viso:
Organizar as informaes do mundo e torn-las universalmente acessvel e til Google
(...)Criar e comercializar produtos e servios que promovam o BEM ESTAR/ESTAR BEM Natura
Vou construir um carro a motor para as grandes multides. O preo ser to baixo que
todos que tiverem um bom salrio podero possuir esse carro, e possuiro. O cavalo ter
desaparecido de nossas estradas e o automvel ser algo corriqueiro. Henry Ford, 1908.
3. Objetivos Estratgicos
Os objetivos indicam intenes gerais da empresa e o caminho bsico para chegar ao
destino que voc deseja. Os objetivos so o referencial do planejamento estratgico, o que a
empresa busca atingir e devem ser escritos de forma que possam ser medidos, comparados
e avaliados.
So denidos com palavras e frases e so mais precisos do que a misso, pois estabelecemresultados concretos a serem atingidos num determinado prazo e de maneira quantitativa,
passvel de mensurao. Por exemplo: Qual a participao de mercado pretendida pela
empresa? Quanto ela quer faturar? Em quanto tempo? Quanto quer crescer ao ano?
Existem outros dois tipos de objetivos, os Tticos e os Operacionais. Os Objetivos Tticos
derivam dos estratgicos, tm um horizonte de tempo mais curto e so implantados no nvel
departamental. Seu foco mais imediato e exigem um planejamento organizado e estruturado.
Os objetivos tticos inspiram a denio dos objetivos operacionais, com um horizontede tempo medido em semanas ou meses e implantados em reas especcas dentro dos
departamentos. Veja um breve resumo dos trs tipos de objetivos na Tabela 2.1:
Aula 02 | Planejamento Estratgico
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
33/80
33
Tabela 2.1 Os trs tipos de objetivos
Caracterstica Estratgicos Tticos Operacionais
Nvel hierrquico Toda a empresa Departamentos Equipe
Abrangncia deao Global Departamental Especca
Horizonte de
tempo
5 anos 1 ano 3 meses
Foco Viso do futuro Atual Imediato
Dependncia Misso e VisoObjetivosEstratgicos
Objetivos Tticos
Exemplo deplano
PlanejamentoEstratgico
Plano de MarketingPlano deContingncia
Exemplo de meta Crescer 12% ao anoLanar novoproduto
Rever contratode suporte
Uma parte importante dos planos operacionais so as metas, aes especcas e mensurveis
que constituem os passos para se atingir um objetivo. So denidas por nmeros e resultados
a se obter.
Um objetivo pode possuir vrias metas especcas que, em conjunto, cumprem o objetivo
estipulado. Podem-se denir os objetivos de uma empresa com frases como tornar-se lder de
mercado ou ser a que oferece os menores preos, ou ainda, atingir o ponto de equilbrio
em agosto de 2002 e obter o retorno sobre determinado investimento em 24 meses;
O que caracteriza boas metas o conjunto de caractersticas bem denidas e que devem ser
estabelecidas para o plano de negcio:
Especco: deve focar em um objetivo especco e nada alm dele. Pode-se ter vrias
metas diferentes, mas cada uma deve ser especca, enquanto o conjunto pode ser
abrangente.
Mensurvel: preciso que uma meta possa ser medida para poder avaliar seudesempenho e denir eventuais correes de rumo.
Aula 02 | Planejamento Estratgico
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
34/80
34
Realista: boas metas devem representar um bom equilbrio entre desao e realidade, ou
seja, no podem ser fceis demais de atingir, mas no podem tambm ser inalcanveis.
Denidos no tempo: a meta precisa ter um prazo para cumprimento ou corre-se o risco
de nunca atingi-la porque no h estmulo para faz-la acontecer.
Relevantes: os resultados obtidos ao se atingir uma meta devem ter importncia para
algum ou para atingir um bem maior.
4. Balanced Scorecard
O Balanced Scorecard(BSC) uma ferramenta criada por Robert Kaplan e David Norton
em 1992 para promover um equilbrio nos indicadores de desempenho da implantao da
estratgia. Ao contrrio dos tradicionais indicadores de desempenho, o BSC parte da premissa
que o conjunto de indicadores que reete os fatores crticos do sucesso da estratgia, devemostrar uma relao de causa e efeito entre cada indicador individual, de forma que que
claro como os objetivos no-nanceiros inuenciam os resultados nanceiros de longo prazo.
Os quatro grupos de indicadores que fazem parte do BSC so: Os clientes externos, os
processos internos, o aprendizado e crescimento e a nanceira propriamente dita. Os
indicadores nanceiros mostram apenas o que j aconteceu, o passado, quando no h mais
nada para fazer. Com o BSC, a empresa tem alguns direcionadores, que indicam tendncias
e mostram o progresso de reas chave para a implantao da estratgia, permitindocorrees e ajustes de curso para atingir as metas nanceiras no futuro. Por isso, o BSC
de fundamental importncia para que as reas e departamentos estabeleam suas prprias
mtricas e avaliaes de desempenho.
Perspectiva Financeira: informam se a estratgia da empresa est contribuindo para
a melhoria dos resultados nanceiros. Os indicadores nanceiros servem de base para a
denio de metas de todas as outras perspectivas do BSC. Deve ser construdo em conjunto
pelas reas, alinhando com a estratgia de longo prazo por um lado, e do outro, com asdemais dimenses do BSC.
Aula 02 | Planejamento Estratgico
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
35/80
35
Perspectiva de Marketing: medidas especcas que indicam os fatores sobre o negcio
que so importantes sob a perspectiva do cliente. So estes fatores que resultaro em
efeitos imediatos nos objetivos nanceiros da organizao, mantendo a relao causa e
efeito. Nesta relao, estes objetivos so dependentes de outras variveis, como qualidade,
custo, atendimento, moral e segurana, atendimento de necessidades, satisfao, reteno,
captao, etc.
Perspectiva dos Processos Internos: estes indicadores ressaltam o que importante nosprocessos para atender as necessidades dos clientes, o uxo da cadeia de valor interna,
a entrega dos produtos e servios e atividades de apoio, alm de atividades relacionadas
com fornecedores e de garantia de qualidade. Enquanto a perspectiva de clientes afetam os
indicadores de receita da perspectiva nanceira, os processos internos afetam os indicadores
de custo da perspectiva nanceira.
Perspectiva do Aprendizado e do Crescimento: so indicadores relacionados com a
capacidade de continuar a desenvolver os talentos humanos, identicando e aprimorandoas lideranas, melhorando a ecincia operacional e gerando mais valor para a perspectiva
cliente, aumentando a eccia dos processos internos. nesta perspectiva que se avalia a
infraestrutura que possibilita a consecuo dos objetivos das outras trs perspectivas.
Aula 02 | Planejamento Estratgico
VamospensarVamos ver se voc entendeu a diferena entre misso e viso. Procure na internet, no site
de empresas famosas, as declaraes de viso e misso que eles deixam pblico. Identique
dois ou trs bons exemplos de viso, dois ou trs bons exemplos de misso, dois ou trs
maus exemplos de viso e dois ou trs maus exemplos de viso.
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
36/80
36
Pontuando
Glossrio
Planejamento Estratgico a forma de colocar a estratgia em prtica, de forma
ordenada, estruturada e orientada.
O planejamento Estratgico pode ser subdividido em planos menores, mais detalhados
e especcos.So eles os planos tticos e operacionais.
A Misso e a Viso correspondem denio da identidade da empresa e a orientao
para o seu futuro, respectivamente. Objetivos Estratgicos so a parte do planejamento estratgico originada a partir da
misso e viso e estabelecem as metas a serem atingidas pela estratgia.
Competncias organizacionais:so as competncias institucionais, um conjunto de habilidadesnas quais a empresa, por meio de seus funcionrios, estruturas operacionais e recursos, conse-guem viabilizar para tornar o negcio nico perante a concorrncia.
Clichs: um chavo, uma palavra ou expresso que repetida constantemente a ponto de sedesgastar e perder-se o seu sentido original, tornando-se previsvel e sem signicado.
Ponto de equilbrio:situao na qual um negcio atinge um determinado volume de vendas noqual se equilibram as receitas com suas despesas e custos. Quando a empresa est acima doponto de equilbrio suas receitas so maiores que suas despesas e custos e o resultado o lucro.Quando a empresa est abaixo do ponto de equilbrio, as receitas so menores que suas despe-sas e custos e uma fonte de capital externa necessria para equilibrar as contas.
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
37/80
37
Verifcao
de leitura
INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETAQuesto 1
Um bom planejamento estratgico deve ser:
a) Flexvel, genrico, de longo prazo eantecipa o futuro.
b) Baseado em dados concretos, especcoe orientado ao futuro.
c) Genrico, de mdio prazo, baseado emdados concretos inspirado na misso.
d) Inspirado na viso, voltado para o futuro,exvel e determinado.
e) Voltado para o presente, focado em metase baseado em dados concretos.
INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETAQuesto 2
Uma diferena entre o Plano Ttico (PT) e o
Plano Operacional (PO):
a) PT voltado para o longo prazo e PO voltado para o mdio prazo.
b) PT acontece no nvel departamental e PO voltado para toda a empresa.
c) PT objetivo e direto e PO subjetivo eindireto.
d) PT est vinculado com o plano estratgicoe PO com o plano ttico.
e) PT coordenado pela alta administrao ePO coordenado pelo gerente.
INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETAQuesto 3
Assinale um bom exemplo de declarao de
misso:
a) Ns queremos nos tornar uma empresainovadora em nosso campo de atuao e
investir nos talentos humanos.
b) Nossos clientes encontraro aqui umambiente descontrado, familiar e simples,
onde se pode comer uma boa comida de
fazenda e aproveitar para relaxar e curtir a
vida.
c) Nosso objetivo gerar lucro para nossosacionistas atravs de boas orientaes de
investimento no mercado de aes.
d) Pretendemos atingir uma lucratividade de35% sobre o patrimnio lquido dentro dos
prximos 12 anos.
e) Seremos lderes no segmento detratamento de couro para estofados em toda
a capital cearense.
INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA
Questo 4Assinale a alternativa com uma m
declarao de viso:
a) Atuaremos em mais de 20 pases com umnegcio baseado na renovao de 20% do
nosso portflio com novos produtos.
b) Ampliaremos o escopo do negcio para
incorporar novas possibilidades de explorarcompetncias de gesto de pessoas e talentos
humanos.
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
38/80
38
c) Se nossa misso de erradicar a diabete seconcretizar, nossa viso de futuro no existir
porque no somos mais necessrios.
d) Teremos uma relevante participao nomercado, escolhendo melhor nossos clientes
com nosso atual plano de conteno de
despesas que proporcionar ecincia no
processo e nos controles.
e) Seremos o mais presente banco da AmricaLatina na vida das pessoas.
INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETAQuesto 5
Dentro de dois anos, estenderemos nossa
atuao para todos os Estados do Nordeste,
ampliando nossa base de clientes em 30%por meio da oferta de novos produtos e
servios:
a) No uma boa meta porque no passa deuma declarao de viso.
b) No uma boa meta porque no explicacomo o objetivo ser alcanado.
c) uma boa meta porque objetiva,posicionada no tempo, realista, mensurvel e
relevante.
d) uma boa meta porque especca,importante, factvel, exvel e detalhada.
e) Seria uma boa meta se tivesse menosclichs.
Verificao de Leitura
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
39/80
39
Referncias
ALBRECHT, KARL, Programando o Futuro: O trem da linha norte. Makron Books, 1994.
MINTZBERG, HENRY; AHLSTRAND, BRUCE & LAMPEL, JOSEPH, Safri de estratgia:Um roteiro pela selva do planejamento estratgico.Bookman Ed., 1998.
PORTER, MICHAEL E. Estratgia Competitiva: Tcnicas para anlise de indstrias e daconcorrncia. 12 ed. Ed. Campus, RJ, 1986.
SERRA, FERNANDO; TORRES, MARIA CANDIDA S.; TORRES, ALEXANDRE PAVAN.Administrao Estratgica: Conceitos, Roteiro prtico, Casos.Reichmann & Affonso Edi-tores, RJ, 2003.
THOMPSON JR, ARTHUR A.; STRICKLAND III, A. J. Planejamento estratgico: Elabo-rao, implementao e execuo.Pioneira ed. SP, 2000.
Gabarito
Questo 1
Resposta: Alternativa A.
Resoluo: Deve ser exvel para acomodar as circunstncias emergentes, deve ser
genrico para cobrir toda a organizao, orientado a prazos mais longos e sempre dandodirecionamentos para o futuro.
Questo 2
Resposta:Alternativa D.
Resoluo: O Plano Ttico acontece no nvel departamental, tem o prazo de um ano e umdetalhamento do Plano Estratgico, enquanto o plano operacional acontece nas equipes,
tem prazo de meses e um detalhamento do Plano Ttico.
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
40/80
40
Questo 3
Resposta:Alternativa B.
Resoluo: Esta declarao de misso resume a natureza do negcio, evita clichs,
signicativa para os funcionrios e retrata o modelo de valor do cliente. D um senso de
identidade do negcio e permite vislumbrar o propsito do restaurante.
Questo 4
Resposta:Alternativa D.
Resoluo:Esta declarao no est orientada para o futuro, no permite a inspirao de
metas e objetivos estratgicos, no retrata o negcio e no inspirada em uma forte viso do
seu potencial de longo prazo.
Questo 5
Resposta:Alternativa C.
Resoluo: uma boa meta, pois contm todos os elementos de caracterizam metas
objetivas, relevantes, mensurveis, atingveis e com prazo denido.
Gabarito
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
41/80
41
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
42/80
42
TEMA 03
Modelos de Competitividade
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
43/80
LEGENDA
DE CONES
4343
Incio
Pontuando
Referncias
Vamospensar
Glossrio
Gabarito
Verifcao
de leitura
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
44/80
Aula
44
03
Modelos de Competitividade
Objetivos
1. Compreender as principais teorias de competitividade existentes.
2. Utilizar os modelos propostos para uma boa anlise de competitividade.3. Tomar decises estratgicas com base nas anlises de competitividade.
Introduo
Um dos campos de estudo mais populares da estratgia so as estratgias competitivas.
O interesse do meio executivo no tema se deve s presses cada vez mais fortes quealtos executivos recebem para tornarem suas organizaes mais competitivas a cada dia.
Decorrente desta alta demanda, pesquisadores, estudiosos, consultores, especialistas, gurus
e toda a sorte de prossionais de estratgia buscam conhecer e desenvolver novos modelos
que procuram explicar o que fazem as empresas mais competitivas e, consequentemente,
gerar melhores resultados.
Dentre os inmeros modelos existentes, trouxemos para esta aula, os cinco mais relevantes
depois do modelo das estratgias genricas de Porter, j tratado na aula 1. As prximas
sees explicaro com detalhes estes modelos.
1. Foras Competitivas
Concebido por Michael Porter em 1979, o modelo das foras competitivas parte do
pressuposto que nenhuma empresa competitiva porque ela simplesmente quer. Deixadas
ao acaso, as empresas tendem a cair na rotina e na repetio dos processos, honrando o
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
45/80
45
velho ditado que diz time que est ganhando no se mexe. Ao contrrio, segundo Porter, as
empresas s so competitivas porque elas so foradas a serem. Algumas empresas respondem
a estas foras e prosperam, ou pelo menos, sobrevivem, enquanto outras fracassam. Estas
foras esto rapidamente descritas a seguir e so ilustradas pela Figura 3.1.
Figura 3.1: Cinco foras competitivas
Fonte: Porter (1988)
Aula 03 | Modelos de Competitividade
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
46/80
46
1.1. Poder de Barganha dos Clientes
o poder que os clientes tm para barganhar vantagens. Este poder acontece quando
o(s) cliente(s) tem um grande poder de compra, um nome ou marca inuente no mercado,
representa um dos mais relevantes clientes da sua carteira, pode facilmente abandon-lo
em favor de um concorrente, entre outros fatores. Os benefcios que colocam na mesa para
exercer o poder de barganha durante uma negociao de contrato, normalmente envolvem
preo, qualidade, caractersticas do produto, embalagem, prazos de entrega, especicaestcnicas, exigncia de certicaes, suporte tcnico exclusivo e diferenciado, etc. Se sua
empresa tem pouco poder de barganha, acaba sendo obrigada a se sujeitar s exigncias
demandadas pelos clientes e se v forado a compensar em outros componentes do negcio
para no falir, o que o obriga a ser mais competitivo nos demais quesitos do negcio.
1.2. Rivalidade entre Concorrentes
A rivalidade entre concorrentes a mais diretamente relacionada com competitividade. Um
concorrente pode exercer poder sobre o seu negcio se ele adotar medidas que o foram a se
mexer tambm. Isso acontece se ele inuenciador do mercado, se ele est tentando roubar
os seus clientes, se ele tem uma vantagem valorizada pelo cliente que voc no domina ou se
ele maior e melhor estruturado do que sua empresa. Diante disto, se ele baixar os preos,
voc pode ser obrigado a baixar os preos tambm. Se ele lana novos produtos, talvez voc
tenha que lanar tambm. A anlise sobre a rivalidade entre concorrentes vo determinar se
sua estratgica competitiva deve ser agressiva ou defensiva.
1.3. Barreiras Entrada de Novos Entrantes
Tipo de concorrente que tem uma caracterstica diferente dos demais. Voc ainda no
sabe quem eles so ou o de onde eles vm, obrigando-o a adotar estratgias de defesa
diferentes de quando voc sabe quem so seus concorrentes. preciso procurar meios para
impedir a entrada destes novos entrantes. Criam-se barreiras, por exemplo, com contratos
de exclusividade, legislao, capacidade tcnica e domnio de tecnologias, exigncia decerticaes e licenas, representao de uma marca, domnio geogrco, ser o primeiro,
entre outras.
Aula 03 | Modelos de Competitividade
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
47/80
47
1.4. Barganha dos Fornecedores
Poder de inuncia dos fornecedores. Isso acontece quando os fornecedores so raros ou
especcos, quando o volume de compras grande, quando o preo baixo ou as condies
de compra so incomparveis com os concorrentes. Neste caso, os fornecedores com poder
podem impor preos, condies de pagamento, prazos de entrega, condies de entrega e
at nvel de qualidade, forando-o a adotar medidas que compensem em outras partes do
negcio, ou seja, aumentando a competitividade.
1.5. Produtos Substitutos
Produtos Substitutos so os produtos de um concorrente que no so similares ao da
sua empresa, mas que atendem a mesma demanda de necessidade dos clientes. Embora
no sejam concorrentes diretos, estes concorrentes indiretos podem prejudicar o negcio
se tiverem poder de inuenciar o mercado a favor deles. Assim, a margarina substituta da
manteiga, o frango substituto da carne, o ensino distncia substituto da aula presencial
e assim por diante. A melhor forma de combater os substitutos tornando-se o substituto dos
produtos deles tambm, se possvel.
2. Modelo das Ondas Competitivas
Nigel Slack (1997) apresenta um modelo de vantagem competitiva baseada em cinco
objetivos de desempenho bsicos que orientam na adoo de aes por parte do gestor,
contribuindo no aumento da competitividade da empresa. Uma livre interpretao de sua
viso de competitividade est demonstrada na gura 3.2 a seguir:
Aula 03 | Modelos de Competitividade
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
48/80
48
Figura 3.2: ondas de competitividade
Fonte: Slack et al (2009)
Onda dos Custos Baixos: em plena era de desenvolvimento industrial, durante a dcada de
70, as empresas conseguiam ser competitivas quando focavam o custo da produo. Reduzir
os custos produtivos, na mo de obra, nos processos, na matria-prima, signicava reduo
do preo nal ao cliente, aumentando suas vantagens sobre a concorrncia. Nesta poca se
popularizaram as principais tcnicas de gesto de custos e otimizao da linha de produo,
com controles do processo, gesto de estoques e materiais e uxos operacionais.
Onda da Qualidade: com o aumento da oferta e a ampla disseminao das tcnicas de
produo, as empresas viram, na dcada seguinte, que apenas reduzir custos no as tornavam
mais competitivas. Os ganhos de custos propiciados por altos investimentos na busca da
produo enxuta j no representavam melhorias signicativas no preo nal ao consumidor.
Quando o cliente tem mais opes com pouca variao de custo, ele busca um diferencial,
que geralmente est na qualidade do produto ou servio. Nesta poca, capitaneadas pelas
indstrias japonesas, o boom da Qualidade teve seu momento de apogeu, sobretudo nagura de grandes gurus da qualidade, como Deming, Juran, Crosby entre outros que,
com suas tcnicas e metodologias de melhoria da qualidade, a busca da excelncia, os
Aula 03 | Modelos de Competitividade
2010
2000
1990
1980
1970
Inovao
Flexibilidade
Rapidez
Qualidade
Custo
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
49/80
49
Aula 03 | Modelos de Competitividade
controles estatsticos, a poltica de zero erro,
a padronizao de processos preconizada
por normas como a ISO 9000 e similares,
melhoraram no s a eccia dos processos
internos, mas sobretudo, propiciaram melhoria e
conabilidade aos produtos e servios de forma
perceptvel ao consumidor nal.
Onda da Velocidade: logo, a qualidade se
tornou uma prtica constante e comum em todas as empresas, e perdeu ento o carter
diferenciador para se tornar condio mnima para ingressar em determinados mercados
altamente competitivos. Os consumidores j no se contentavam em ter o melhor preo e
a melhor qualidade, o diferencial competitivo exigia outra dimenso que no poderia mais
se ater aos aspectos produtivos. O advento da
tecnologia, sobretudo de comunicao e deinformao, fomentou uma nova possibilidade de
explorao de diferencial competitivo: o Tempo.
Empresas que buscavam se diferenciar da
concorrncia passaram a se valer da tecnologia
para atrair clientes que, tendo o mesmo padro
de preo e nveis de qualidade aceitveis,
escolhiam aqueles que pudessem entregar
mais rpido, executar mais rpido, desenvolvere implementar mais rpido. A tecnologia permitiu a reduo dos ciclos produtivos, encurtar o
tempo entre a criao e o lanamento de produtos no mercado, diminuir o ciclo geral entre a
produo e o consumo. Esta foi a tnica que movimentou as empresas ao longo da dcada
de 90. Muitas empresas puderam reduzir ou eliminar intermedirios, permitindo o acesso
cada vez mais direto com o consumidor. A informao se tornou, ento, forte elemento de
competitividade, tanto para melhorar a eccia interna como para promover novos servios
para o cliente.
Link
A onda da qualidade foi uma das maioresfebres organizacionais dos anos80. Conhea um pouco as diferentesabordagens dos gurus da qualidade notrabalho do Prof. Jos Eustquio Rangelde Queiroz da Unicamp ()
Saiba MaisISO 9000 um certicado oferecido pelaInternational Standard Organization quefunciona como um selo de qualidade paraas empresas que obtm esta certicaoem seus produtos. Atravs de um rgidoprocesso de controles e averiguaes,analisa-se se existe um processo que garantea padronizao e a constncia na produodo produto ou servio.
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
50/80
50
Onda da Customizao:com o passar do tempo, o acesso tecnologia foi se tornando
cada vez mais fcil, neutralizando a vantagem tempo entre as empresas de ponta, mas no
abandonou o papel fundamental como elemento de transformao das organizaes e trouxe
uma nova forma de explorao que vivenciou o seu pice com o advento e o crescimento
da Internet, e com ela, o crescimento de empresas, com ou sem base tecnolgica, focadas
em servios. Assim, a dcada de 2000 se caracterizou como a dcada dos servios. Esta
a dcada da Flexibilidade, da capacidade de adequar a organizao realidade mutvel
e dinmica do mercado. Usar a tecnologia para conhecer melhor cada cliente ou segmento
especco, de forma a atender suas necessidades particulares e nicas.
Onda da Inovao: na dcada de 2010 partimos do pressuposto de que tecnologia no mais
diferenciar as organizaes, pois rapidamente est se tornando uma commoditye que o
mercado ter suas demandas satisfeitas, ser competitiva a empresa que puder antecipar
as necessidades do mercado ou criar as necessidades futuras de seus consumidores. Para
isso, o fundamento bsico no est mais na tecnologia, nas nanas ou na produo e sim nacriatividade e inovao, uma competncia que est nas pessoas. As habilidades em imaginar
o que no existe, de criar o que ningum tem, a habilidade de encontrar e explorar nichos de
oportunidade, a ousadia em propor novos paradigmas, a determinao em estabelecer novos
padres e a viso para detectar tendncias, so caractersticas inerentemente humanas.
3. Matriz BCGUma das mais conhecidas ferramentas de anlise estratgica, a matriz BCG foi criada
na dcada de 70 pelos consultores da Boston Consulting Group, da a sigla pela qual cou
famosa. Trata-se de uma matriz que une o grau de participao relativa do mercado e o
grau de crescimento do mercado, resultando em quatro quadrantes nos quais os produtos
da empresa podem ser enquadrados e analisados em termos de ciclo de vida. Vamos aos
quadrantes, que esto visualmente expressos na Figura 3.3.
Aula 03 | Modelos de Competitividade
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
51/80
51
Figura 3.3: matriz BCG de portflio de produtos
Fonte: elaborado pelo autor
Ponto de Interrogao: neste quadrante esto os produtos novos, recm-lanados, que
ainda no se sabe se vo ter sucesso no mercado. Normalmente lanam-se produtos neste
quadrante, pois a participao no mercado ainda est comeando, por isso baixo, mas o
potencial de crescimento alto, o que justica o seu lanamento. No entanto, por ser novo,
ainda uma grande incgnita se vai transformar o seu potencial em realidade. Os riscos
de no dar em nada so altos, mas se der certo, os ganhos so garantidos. Toda empresa
precisa ter um produto do portflio que novidade, que um risco, que se pode dar ao luxo
Aula 03 | Modelos de Competitividade
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
52/80
52
de perder se no der certo, porque outros elementos do portflio acabam compensando. Este
o quadrante da inovao.
Estrela: nesta categoria esto os produtos que tem alta participao no mercado e alto
potencial de crescimento, ou seja, so as meninas dos olhos da empresa, as estrelas, os
produtos que recebem toda a ateno, todos os recursos, a melhor infraestrutura, os melhores
talentos e toda a ateno no direcionamento estratgico. So aqueles produtos que vale a
pena apostar, pois j so um sucesso e podem crescer ainda mais. para este quadranteque toda empresa espera que seus produtos ponto de interrogao caminhem. Este o
quadrante do crescimento.
Vaca Leiteira:aqui cam os produtos com taxa de crescimento moderada em mercados j
estveis, ou seja, com baixo potencial de crescimento. No entanto, ainda esto na parte da
matriz que demonstra ainda alta participao no mercado. Usa-se esta metfora de vaca
leiteira porque so estes produtos que sustentam a empresa, so os geradoras de caixa,
o que faz o negcio girar. Estes produtos so timos porque no demandam grandesinvestimentos, uma vez que o crescimento do mercado baixo. Este quadrante o caminho
natural dos produtos estrela, pois estes crescem at o seu limite e depois cam s gerando
caixa. Este o quadrante da sobrevivncia.
Co vira-lata (ou abacaxi):neste quadrante esto posicionados os produtos com baixa
participao em um mercado que j no tem como crescer muito. Estes produtos j esto na
fase nal de vida e a tendncia que saiam de linha em algum momento prximo, quando, por
exemplo, os custos operacionais para mant-lo no justicam as receitas geradas. O tempo
que o produto ca nesta etapa deve ser o mnimo possvel, pois representa o quadrante mais
indesejado nas organizaes, mas no pode ser ignorado porque o destino fatal da maioria
dos produtos. No necessariamente os produtos deste quadrante eram Vacas Leiteiras antes.
Muitos produtos Estrela e at Ponto de Interrogao caem prematuramente aqui tambm e
podem signicar o fracasso de um produto. Este o quadrante da descontinuidade.
O estrategista precisa saber posicionar todos os seus produtos neste quadro para fazer a
anlise. Embora seja possvel acreditar que o melhor seria ter s produtos estrela no portflio,
na verdade, isto um equvoco, pois os produtos vo uindo de um quadrante para outro. Ter
Aula 03 | Modelos de Competitividade
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
53/80
53
todos os produtos Estrela pode ser um ponto fraco quando eles se tornarem Vacas Leiteiras sem
ter um ponto de interrogao preparado para se tornar a estrela de amanh, comprometendo
todo o uxo de produtos, e consequentemente a estratgia competitiva da empresa.
4. Matriz de ANSOFF
O modelo desenvolvido por Igor Ansoff em 1965 tambm conhecida como Matriz Produto/
Mercado e primordialmente usado para tomada de decises estratgicas sobre crescimento.
A matriz contempla dois eixos. No eixo vertical as possibilidades de mercado (atual ou novo)
e no eixo horizontal as possibilidades de produto (atual ou novo), resultando, no cruzamento
entre elas, quatro quadrantes que representam quatro possveis modelos de crescimento. A
Figura 3.4 ilustra este modelo visualmente.
Figura 3.4: matriz Ansoff de produtos/mercados
Produtos
Existentes Novos
Me
rcados
Existentes
Penetraode Mercado
Desenvolvimentode Produtos
Novos
Desenvolvimentode Mercado
Diversicao
Fonte: elaborado pelo autor
Penetrao no Mercado: este tipo de estratgia a mais conservadora das opes,
aquela em que o estrategista enfrenta menos riscos, pois prev um crescimento orgnico,
basicamente vendendo mais do mesmo produto para mais do mesmo cliente. Esta estratgia adotada em mercados em desenvolvimento ou para empresas nascentes, para as quais no
se justica correr riscos mudando nenhuma das variveis produto/mercado porque h muito a
Aula 03 | Modelos de Competitividade
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
54/80
54
desenvolver no atual mercado. Esta estratgia permite aumentar o volume de compras pelo
cliente, oferecer-lhe outros produtos que a empresa j tem ou conseguir mais clientes do
mesmo perl, ampliando o portflio de clientes sem diversic-lo.
Abertura de Novos Mercados:A empresa cresce direcionando os produtos j existentes
para novos segmentos de mercado que no eram atendidos antes. Os critrios para estes
novos segmentos so variados. Podem ser novas localidades geogrcas, outra faixa
etria, diferente classe social, um grupo de interesses e comportamento diferente, gnerosdistintos, etc. Pode ser, por exemplo, a abertura de uma nova loja, exportao do produto,
reposicionamento da empresa para um pblico mais jovem, etc. Esta estratgia de crescimento
adequada para empresas que j so fortes no produto, j demonstram serem reconhecidas
no mercado pela qualidade do seu produto ou servio e podem crescer de forma escalvel
com pouco investimento e assim, minimizar no s seu custo de entrada no novo mercado,
como seus riscos.
Desenvolvimento de Produtos: estratgia de crescimento a partir do desenvolvendo novosprodutos, voltados para mercados j existentes. Existem pequenas variaes desta estratgia,
como lanamento de modelos de um produto j existente, ou variedade maior de cores,
tamanhos, tipos. Pode ser tambm o acrscimo de novas funcionalidades ou caractersticas
aos produtos j existentes ou a oferta de servios agregados aos produtos atuais ou produtos
agregados aos servios atuais. Como exemplo, podemos citar o lanamento de novos modelos
de jogos de videogame para um pblico com o mesmo perl que sempre foi atendido. Esta
estratgia adequada quando o tipo de negcio implica em delizao do cliente ou quando aempresa conhece muito bem o seu cliente e se v em condies de oferecer novos produtos
ao cliente. Tipicamente negcios de varejo ou comrcio em geral adotam esta estratgia.
Diversifcao:neste quadrante cam as estratgias com maior grau de risco, pois o grau de
incerteza maior. Nesta estratgia, busca-se desenvolver novos produtos para mercados que
no so atendidos ainda. O risco maior porque qualquer uma das variveis produto/mercado
pode dar errado por falta de conhecimento. Esta estratgia mais adequada quando todo o
potencial do atual mercado j foi explorado e no h mais como explorar os atuais produtos.Tambm se indica esta estratgia quando surge uma oportunidade que esteja alinhada com
a viso estratgia do negcio. Um exemplo comum desta estratgia uma confeco abrir
Aula 03 | Modelos de Competitividade
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
55/80
55
uma nova linha de negcios para linha feminina, quando at ento, s atendia o pblico
masculino. Obviamente, neste caso, como no h como diversicar s o mercado, preciso
desenvolver novos produtos para este mercado tambm.
5. Anlise SWOT
De todos os modelos, talvez este seja o mais conhecido e popular de todos. SWOT
o acrnimo para Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats, que quer dizer foras,
fraquezas, oportunidades e ameaas e uma ferramenta que tem sido sempre usada para
fazer uma anlise interna da empresa, identicando as foras e fraquezas da empresa
que podem facilitar ou inibir o aproveitamento de oportunidades dadas. Em modelos de
competitividade, entretanto, a anlise deve ir um passo alm de fazer uma coleta de dados
para fazer esta mesma anlise, porm junto aos seus principais concorrentes. A Figura 3.5
apresenta visualmente o conceito por trs da anlise SWOT.
Figura 3.5: anlise SWOT
Fonte: Elaborado pelo autor
Ambiente Externo - Oportunidades: so os elementos do ambiente que podem ser
explorados como oportunidade pela empresa para novos negcios ou crescimento. Existemvrios exemplos de oportunidades: pode ser a sano de uma lei que favorece o seu negcio,
a publicao de um artigo que enaltece as vantagens do seu produto, a quebra de um forte
Aula 03 | Modelos de Competitividade
Oportunidades
PRODUTOS
MERCADOS
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
56/80
56
concorrente, o aumento do poder aquisitivo do seu pblico-alvo, a inaugurao de uma
estrada que servir para escoamento dos seus produtos, uma poltica de incentivos scais
para negcios do seu setor, a inaugurao de um curso superior que formar prossionais
habilitados para sua empresa, e assim por diante.
Ambiente Externo - Ameaas:so os elementos do ambiente que representam riscos e
problemas para o seu negcio. Sobre estas ameaas, o estrategista precisa estar alerta e
montar um plano de ao para evitar a ameaa ou pelo menos, minimizar o impacto se aameaa acontecer. Como exemplos, podemos citar: a entrada de um novo concorrente, uma
matria de jornal que fala mal do seu setor, a repercusso de uma reclamao de cliente,
um fornecedor importante que quebra, a presso do sindicato de trabalhadores do seu setor,
entre outros.
Ambiente Interno - Foras:so os pontos fortes do negcio. Aquelas caractersticas que
so reconhecidamente as grandes vantagens e diferenciais do negcio. Pode ser a marca,
a localizao, a qualidade do atendimento, a qualidade do produto, benefcios adicionais,assistncia tcnica, rapidez na entrega, excelncia tcnica, tamanho e abrangncia do
negcio, reputao e imagem, um monte de coisas. Um bom mapeamento destes pontos
fortes ajuda a denir, na estratgia competitiva, quais pontos devem ser analisados para
fazer parte da estratgia da empresa.
Ambiente Interno - Fraquezas:so os pontos fracos do negcio. Representam as falhas,
motivos de reclamaes, defeitos, erros, descontentamento e desconana dos funcionrios,
sinais de m gesto, m localizao, informalidade, equipe mal preparada, infraestrutura
decitria, entre outros. A estratgia competitiva elaborada deve levar em considerao
formas de minimizar os efeitos contrrios das fraquezas e modos de compensao dos
problemas para minimizar os riscos do negcio.
Alm disto, podemos sugerir tambm que a mesma anlise de foras e fraquezas seja feita
no ambiente externo, neste caso em particular, junto aos principais concorrentes. Uma boa
estratgia aquela que contempla um esforo para aproveitar os seus pontos fortes em que
o concorrente fraco e procura uma alternativa de ao para compensar os pontos fracos em
que o concorrente forte.
Aula 03 | Modelos de Competitividade
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
57/80
57
Vamos
pensar
57
As ondas de competitividade de Slack posicionam o seu negcio na natureza
competitiva que o seu setor est vivenciando no momento.
As foras competitivas representam uma anlise do ambiente mais prximo do negcio
que foram sua empresa a ser competitiva.
A anlise SWOT faz uma comparao das ameaas e oportunidades externas com as
foras e fraquezas do negcio.
A matriz de Ansoff sugere caminhos estratgicos que consideram parmetros de
produtos e mercados.
A matriz BCG uma anlise interna que situa cada produto da empresa no ciclo de
vida do portflio.
Os modelos de competitividade so compreendidos isoladamente, porm podem e
devem ser usados em conjunto. Por exemplo, uma empresa pode decidir crescer a partir do
lanamento de novos produtos (Ansoff), porque este se mostrou uma lacuna no seu portflio
de produtos (BCG). Como parte de defesa de uma ao de seu principal concorrente que
est preparando tambm o lanamento de um novo produto similar (Foras Competitivas),
mas como a sua fora (SWOT) a rapidez no lanamento de novos produtos (Ondas), esta
estratgia se apresenta como a mais competitiva para o seu negcio. Procure exemplos
de estratgias competitivas adotadas por grandes organizaes e procure encaixar nos
modelos de competitividade discutidos aqui.
Pontuando
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
58/80
58
Glossrio
Escalvel:ou escalabilidade, a propriedade ou capacidade de aumentar a capacidade de pro-duo reduzindo a proporcionalidade dos custos xos. Assim, produzir 10.000 peas a um custode R$ 10 por pea melhor do que produzir 2.000 peas a um custo de R$ 15 por pea.
Commodity:expresso em ingls que caracteriza produtos que no possuem nenhuma caracte-rstica diferencial. Seu principal parmetro para compra o preo. Por isso, em muitos casos, opreo no estabelecido pelo comprador ou vendedor e sim por uma bolsa de mercado, como obarril de petrleo, a arroba da carne ou as sacas de caf.
Gerador de caixa:expresso que caracteriza produtos que abastecem o caixa da empresa. Ge-ralmente com custos baixos e alto volume de vendas, o caixa da empresa tambm chamado decapital de giro e garante o pagamento das despesas xas.
Verifcao
de leituraINDIQUE A ALTERNATIVA CORRETAQuesto 1
Uma empresa que permite o compradorinformar todos os acessrios que quer nocarro que est comprando, atua em qualdimenso das ondas de competitividade?
a) Custo.
b) Qualidade.c) Tempo.
d) Flexibilidade.
e) Inovao.
INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETAQuesto 2
Se uma empresa que nunca atuou no
seu segmento passa a oferecer o mesmoproduto que voc, ele representa que tipo
de fora competitiva?
a) Poder de barganha do cliente.
b) Poder de barganha do fornecedor.
c) Rivalidade entre concorrentes.
d) Ameaa de produtos substitutos.
e) Ameaa de novos entrantes
INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETAQuesto 3
Um produto Estrela da matriz BCG aquele
que:
a) Recebe a maior parte dos investimentosda empresa.
b) Est prestes a ser lanado em um mercado
de alto potencial.
c) Tem as vendas decrescentes e precisamde um investimento para ganhar sobrevida.
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
59/80
59
d) Embora no aumente as vendas, oprincipal gerador de caixa da empresa.
e) Aps ser lanado demonstrou ter um grandepotencial de crescimento.
INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETAQuesto 4
Segundo o modelo de Ansoff, na estratgia
de diversicao o crescimento se dar:
a) Por meio do lanamento de novos produtospara os atuais mercados.
b) Levando os produtos existentes paramercados ainda no atendidos.
c) Desenvolvendo novos produtos paraexplorar novos mercados.
d) Gerando novos modelos de produtosexistentes para os atuais mercados.
e) Aumentando a delizao dos atuaisclientes para os atuais produtos.
INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETAQuesto 5
A melhor forma de usar a matriz SWOT para
efeitos de competitividade :
a) Explorando minhas foras contra asfraquezas do concorrente.
b) Aproveitando oportunidades externas pormeio das minhas foras.
c) Reduzindo os riscos das ameaas por meiodas minhas foras.
d) Usar as oportunidades externas paraneutralizar as minhas fraquezas.
e) Eliminando minhas fraquezas mais sujeitas inuncia das ameaas.
Verificao de Leitura
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
60/80
Referncias
60
KLUYVER, CORNELIS A.; PEARCE II, JOHN A. Estratgia: Uma viso executiva.PearsonEd. SP, 2007.
PORTER, MICHAEL E. Estratgia Competitiva: Tcnicas para anlise de indstrias e daconcorrncia.12 ed. Ed. Campus, RJ, 1986.
SERRA, FERNANDO; TORRES, MARIA CANDIDA S.; TORRES, ALEXANDRE PAVAN.Administrao Estratgica: Conceitos, Roteiro prtico, Casos.Reichmann & Affonso Edi-tores, RJ, 2003.
SLACK, NIGEL; CHAMBERS, STUART AND JOHNSTON, ROBERT. Administrao daProduo.Ed. Atlas, SP, 2009.
Gabarito
Questo 1
Resposta: Alternativa D.
Resoluo: A customizao dada pela capacidade de adequar a produo para atender
demandas especcas dos clientes, portanto, trata-se da dimenso da exibilidade.
Questo 2
Resposta:Alternativa E.
Resoluo: Se a empresa nunca atuou neste segmento, um concorrente novo. Se oferece
o mesmo produto, ento no substituto, portanto, s pode ser um novo entrante.
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
61/80
61
Questo 3
Resposta:Alternativa A.
Resoluo:Produtos Estrela so produtos com alta participao no mercado, mas tambm
tem alto potencial de crescimento, portanto, recebem o maior volume de investimentos para
crescimento, pois o risco muito baixo e os ganhos, altos.
Questo 4
Resposta:Alternativa C.
Resoluo:A estratgia de diversicao est no quadrante de novos produtos e novos
mercados, ou seja, explora novos mercados por meio de novos produtos, a estratgia de
maior risco.
Questo 5
Resposta:Alternativa A.
Resoluo:No tem como falar de competitividade sem falar do concorrente. A matriz SWOT
pode ser usada para fazer vrios diagnsticos internos, mas s faz sentido como ferramenta
de competitividade se for comparar com as foras e fraquezas dos concorrentes.
Gabarito
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
62/80
62
TEMA 04
Empreendedorismo Estratgico
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
63/80
LEGENDA
DE CONES
6363
Incio
Pontuando
Referncias
Vamospensar
Glossrio
Gabarito
Verifcao
de leitura
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
64/80
Aula
64
04
Empreendedorismo Estratgico
Objetivos
Compreender os fundamentos da estratgica competitiva baseada em inovao.
Diferenciar os conceitos de empreendedorismo corporativo, intraempreendedorismo,corporate venturee organizaes ambidestras.
Identicar as principais barreiras construo de um clima de inovao dentro das
grandes organizaes.
Introduo
Empreendedorismo estratgico vem sendo discutido nas organizaes como o caminho
para desenvolver a competitividade por meio de diferenciais do mercado baseados em
inovao. No entanto, ao invs de pensar apenas na inovao, o empreendedorismo estratgico
considera que necessrio dar um passo alm e transformar a inovao, tecnolgica ou no,
radical ou incremental em um valor agregado ao negcio de forma consistente e sustentvel.
O empreendedorismo d um tom de pragmatismo e signicado real inovao. Muitas
inovaes saem dos laboratrios e so valorizados pelos artigos publicados pelos
pesquisadores que desenvolveram a tecnologia ou por meio de registro de patentes. O
mundo est cheio de patentes que nunca se transformaram em produtos e artigos que nunca
foram lidos. O papel do empreendedorismo ajudar a dar este passo alm, transformando
tecnologias em negcios viveis, lucrativos e de alto crescimento para a organizao.
5/21/2018 STR002 Estrategia Executiva
65/80
65
1. Inovao nas