16
N.º 11 l 12 de julho de 2019 l Diretor Filipe Alves l Diretora executiva Almerinda Romeira The Lisbon MBA quer atrair mais alunos para Portugal The Lisbon MBA wants to attract more students to Portugal High schools from eight Brazilian states open doors to the Inspiring Future association to learn about the virtuosities of the Portuguese system. International Education goes is in the luggage. Maria José Amich, nova diretora executiva do The Lisbon MBA, quer consolidar o mais internacional dos Masters lecionados no país. Estratégia? Aumentar o número de alunos estrangeiros, de mulheres e parcerias com universidades e empresas de renome. 8e9 INTERNACIONALIZAÇÃO | INTERNATIONALIZATION Futuro passa por mais Brasil no ensino superior Future means more Brazil in higher education ENSINO | HIGHER EDUCATION Concurso ao superior é tema incontornável. Dossiê sobre o que muda e os cursos mais desejados. University access tender is an unavoidable topic. What are the changes and what courses are most highly wanted. P 10 e 11 APRENDIZAGEM | LEARNING ipad ou tabuada? Para Santana Castilho, a escola da tabuada não deve dar lugar à pedagogia digital. Ipad of the multipliers table? For Santana Castilho, the school as we know it should not be sacrificed for digital pedagogy. P4e5 CERTIFICAÇÃO | CERTIFICATION Economia e Gestão da UMinho vão ser primeiras licenciaturas em Portugal com a acreditação EPAS. Economics and Management at UMinho: the first courses in Portugal with the international EPAS accreditation. P 12 PUB PUB Colégios de oito estados brasileiros abrem portas à associação Inspiring Future para conhecer as virtualidades do sistema português. O Educação Internacional vai na bagagem.6e7 Maria José Amich, new executive director of The Lisbon MBA, wants to consolidate the most international Masters’ taught in the country. The strategy? To increase the number of foreign students, women and partnerships with universities and renowned companies. Cristina Bernardo João Sobrinho Teixeira, Sec. Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior Esta publicação é distribuída com o Jornal Económico Nº 1997 e não pode ser vendida separadamente

N.º 11 l l Diretor Filipe Alves l Diretora executiva

  • Upload
    others

  • View
    2

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: N.º 11 l l Diretor Filipe Alves l Diretora executiva

N.º 11 l 12 de julho de 2019 l Diretor Filipe Alves l Diretora executiva Almerinda Romeira

The Lisbon MBA quer atrairmais alunos para PortugalThe Lisbon MBA wants to attract more students to Portugal

High schools from eight Brazilian states open doors to theInspiring Future association to learn about the virtuositiesof the Portuguese system. International Education goes isin the luggage.

Maria José Amich, novadiretora executiva do TheLisbon MBA, querconsolidar o maisinternacional dos Masterslecionados no país.Estratégia? Aumentaro número de alunosestrangeiros, de mulherese parcerias comuniversidades e empresasde renome. ● 8 e 9

INTERNACIONALIZAÇÃO | INTERNATIONALIZATION

Futuro passa por mais Brasilno ensino superiorFuture means more Brazil in higher education

ENSINO | HIGHER EDUCATION

Concurso ao superioré tema incontornável.Dossiê sobre o que muda eos cursos mais desejados.University access tender is anunavoidable topic. What are thechanges and what courses aremost highly wanted. ● P 10 e 11

APRENDIZAGEM | LEARNING

ipad ou tabuada? ParaSantana Castilho, a escolada tabuada não deve darlugar à pedagogia digital.Ipad of the multipliers table?For Santana Castilho, theschool as we know it shouldnot be sacrificed for digitalpedagogy. ● P 4 e 5

CERTIFICAÇÃO | CERTIFICATION

Economia e Gestão daUMinho vão ser primeiraslicenciaturas em Portugalcom a acreditação EPAS.Economics and Management atUMinho: the first courses inPortugal with the internationalEPAS accreditation. ● P 12

PUB

PUB

Colégios de oito estados brasileiros abrem portas à associaçãoInspiring Future para conhecer as virtualidades do sistemaportuguês. O Educação Internacional vai na bagagem.● 6 e 7

Maria José Amich, new executivedirector of The Lisbon MBA,wants to consolidate the mostinternational Masters’ taught inthe country. The strategy? Toincrease the number of foreignstudents, women andpartnerships with universitiesand renowned companies.

Cri

stin

aB

erna

rdo

João Sobrinho Teixeira, Sec. Estado daCiência, Tecnologia e Ensino Superior

Esta publicação é distribuída com o Jornal Económico Nº 1997 e não pode ser vendida separadamente

Page 2: N.º 11 l l Diretor Filipe Alves l Diretora executiva

2 | Educação Internacional, 12 julho 2019

EDUCAÇÃO EDUCATION

ANO LETIVO 2019/20 | 2019/20 SCHOOL YEAR

Calendáriodas aulase examesjá está cá foraClass and exam schedules are already out

Aulas arrancam entre 10 e 13 de setembroe terminam a 4 de junho para os alunos dosecundário, os primeiros a chegar à meta.Classes start between September 10 and 13 and endon June 4 for the secondary students, the first onesto reach the finish line.

O regresso às aulas está marcado eacontece entre 10 e 13 de setem-bro. Como é tradição, a primeirainterrupção do ano letivo é no pe-ríodo do Natal. Este ano, as fériastêm a duração de 19 dias consecu-tivos, contando com fins de sema-na e dias santos.

Na organização tradicional detrês períodos, o segundo começano dia de reis, 6 de janeiro, uma se-gunda-feira, e estende-se até 27 demarço. O Entrudo permite umapausa de três dias, umas mini-fé-rias de Carnaval entre 24 e 26 defevereiro. As férias da Páscoa tam-bém terão 17 dias, tal como acon-teceu este ano, retomando as aulasdo terceiro e último período letivoa 14 de abril. O fim do ano letivodifere consoante o ciclo do ensino.Os primeiros acabam a 4 de junhoe são os alunos do 9.º, 11.º e 12.ºanos.

O calendário estipula também asdatas das provas de aferição: asprovas do ensino básico realizam--se entre 4 de maio e 18 de junho eas provas de finais de ciclo entre 15de junho e 22 de junho. No 9.º ano,as provas incidem sobre as disci-plinas de Português e Matemática,abarcando as temáticas do 7.º anoao 9.º ano.

Já a primeira fase dos examesnacionais do 11.º ano – que con-tam para a média do ensino secun-dário e, em alguns casos, funcio-nam como provas de ingresso aoensino superior – arranca a 16 dejunho e termina a 7 de julho. A se-gunda fase tem lugar entre 21 e 27de julho, ao passo que os examesdo 12.º decorrem entre 15 de ju-nho e 24 de julho. ● AR

The return to school is scheduledto take place between 10 and 13September. As it is tradition, thefirst interruption of the school yearis for the Christmas holidays. Thisyear, holidays last for 19 consecuti-ve days, bearing in mind weekendsand holy days.

In the traditional organizationwith three periods, the second be-gins on the Kings’ Day, January 6,Monday, and goes until March 27.The Carnival period allows a three--day break, a Carnival mini-vacationbetween February 24 and 26. TheEaster holidays will also have 17days, as happened this year, restar-ting classes in the third and lastschool term on April 14. The end ofthe school year differs according tothe cycle of education. The firstones end on June 4 and these arethe students of the 9th, 11th and12th grades.

The calendar also stipulates thedates of the benchmarking tests:the basic school tests are heldbetween May 4 and June 18 and theend-of-cycle tests between June 15and June 22. In the 9th grade, thetests focus on the subjects of Por-tuguese and Mathematics, coveringthe subjects from the 7th to the 9thgrade.

Already the first phase of the na-tional exams of the 11th grade -which count towards the final ave-rage of secondary education and, insome cases, function as evidenceof admission to higher education –this starts on June 16 and ends onJuly 7. The second phase takes pla-ce between 21 and 27 July, whereasthe exams of the 12th grade arefrom June 15 to July 24. ●

O futuro a Maria Josépertence

EDITORIAL

O mundo da educação é umanova porta que se abre paraMaria José Amich. Econo-mista de formação, com um

MBA no curriculum, cumpreo requisito de base para afunção: ter vivido a experiên-cia do Master ofBusiness andAdministration na IESE Bu-siness School, uma das me-lhores escolas de negócios domundo.

Seria, no entanto, poucopara o que está em jogo. Me-lhorar (ainda mais) a posiçãodo The Lisbon MBA nosrankings da especialidade.Trazer (ainda mais) alunos es-trangeiros para o programa.

O conhecimento geográficoe cultural de Maria José égrande. Nasceu em Barcelona,

estudou na Escócia e na Suíça,teve o seu primeiro empregona Dinamarca e prosseguiu oseu périplo pela Europa eAmérica, quando já residia emPortugal, ao serviço de multi-nacionais. Desempenhou fun-ções em toda a tipologia deempresas e nos mais diversossetores, o que lhe dá um co-nhecimento transversal decomo se gerem os negóciosem diferentes culturas e hie-rarquias.

A mundividência como pas-saporte dá-lhe trunfos quepermitem antecipar um con-sulado promissor.

The future belongs to Maria José

The world of education is a new door that is open to Maria Jose Amich. An economist alumnus withan MBA fulfills the basic requirement for the position: to have lived the experience of the Master ofBusiness and Administration at IESE Business School, one of the best business schools in the world.It would, however, be little for what is at stake. Improve (even more) the position of The Lisbon MBAin the rankings of the specialty. Bring (even more) foreign students into the program.The geographical and cultural knowledge of Maria José is great. She was born in Barcelona, studiedin Scotland and Switzerland, took her first job in Denmark and continued her tour of Europe andAmerica, while living in Portugal, at the service of multinationals. She has held functions throughoutall types of companies and in the most diverse sectors, which gives her a transversal knowledge ofhow the business is managed in different cultures and hierarchies.Worldliness as a passport gives you trumps that allow you to anticipate a promising mission.

FICHA TÉCNICAPublicado mensalmente na segunda sexta-feira de cada mês. Propriedade – Megafin Atlantic - Sociedade Editora SA. Acionistasdetentores de mais de 5% do capital – AI Arts Investment, SA (84%), Megafin Sociedade Editora, SA (10%) e Filipe Alves (6%). Registona ERCS nº. 127211. NIPC 514101989. Nº Depósito Legal: 422057/17.Sede e redação – R. Vieira da Silva, 45, 1350-342 Lisboa www.jornaleconomico.pt.Diretor – Filipe Alves Diretora Adjunta (Executiva) – Almerinda Romeira Diretor de Arte – Mário Malhão / O Jornal Económico.Paginação – Rute Marcelino / O Jornal Económico. Informática – Rogério Júnior / O Jornal Económico. Área comercial – CláudiaSousa (diretora). Área financeira – Ana Rita Silva. Administração – Luís Figueiredo Trindade. Impressão – Empresa GráficaFunchalense SA, R. Capela Nossa Senhora da Conceição, 2715-511 Morelena. Distribuição – Vasp- Distribuidora de Publicações, SA -Quinta do Grajal, Venda Seca, 2739-511 Agualva, Cacém. Tiragem – 10.000. Nenhuma parte desta publicação, incluindo textos,fotografias e ilustrações, pode ser reproduzida por quaisquer meios sem prévia autorização do editor. Estatuto editorial disponível emwww.jornaleconomico.pt.

ESTATUTO�EDITORIAL

Educação Internacional é uma publicação especializada em temáticas de educação, sem descurar outros temasque correspondam às motivações e interesses de um público plural.Educação Internacional é uma publicação livre e independente de quaisquer poderes políticos, económicos,religiosos ou corporativos, norteando-se por princípios de rigor, isenção e qualidade jornalística, de modo acontribuir para uma opinião pública informada e interventiva.Educação Internacional acredita num jornalismo económico de qualidade e responsável apenas perante os seusleitores, que terá mais valor quanto mais independente, isento, credível e rigoroso conseguir ser.Educação Internacional acredita no primado da pessoa humana, na democracia representativa e na defesa dointeresse público, no contexto de uma sociedade aberta, onde cada cidadão tenha liberdade de escolha e deiniciativa e possa melhorar a sua condição com base no mérito.Educação Internacional procura estar em sintonia com a transformação tecnológica em curso na comunicaçãosocial, na medida em que as novas tecnologias permitam melhor servir os seus leitores e telespectadores.

ALMERINDA ROMEIRADiretora executiva

Page 3: N.º 11 l l Diretor Filipe Alves l Diretora executiva

PUB

Page 4: N.º 11 l l Diretor Filipe Alves l Diretora executiva

4 | Educação Internacional, 12 julho 2019

EDUCAÇÃO EDUCATION

APRENDIZAGEM | LEARNING

Pedagogiado ipad vs.tecnologiada tabuadaPedagogics of the iPad vs. technology of the multiplication table

Que tal invertermos deliberadamente as variáveis da equação? Educaruma criança em 2019 não se faz sem ferramentas digitais. Importacompreender se a escola da tabuada deve dar lugar à pedagogiadigital.How about we deliberately reverse the variables of the equation? Educatinga child in 2019 isn’t done without digital tools. It is important to understand if theschooling of the multiplication table should give way to the digital pedagogy.

“Por alguma razão Steve Jobs proi-biu os filhos de usarem tablets esmartphones.” Quem o afirma aoEducação Internacional (EI) é San-tana Castilho, pedagogo, professoruniversitário, antigo secretário deEstado da Educação, fundamen-tando: “Os dois maiores acionistasda Apple escreveram à empresapedindo moderação na publicida-de junto dos mais jovens. Não serápor acaso que o responsável pelomarketing do Facebook proíbe osfilhos de terem smartphone ou ta-blet.”

Santana Castilho cita estudos deneurocientistas, que dizem que re-gistaram um aumento preocupan-te de atrofia neuronal nas criançascom mergulho em tecnologias di-gitais. Nos Estados Unidos daAmérica, esta experiência, que foifeita com os manuais digitais e queestá a ser abandonada, registoutambém um aumento de 30% emcrianças de tenra idade.

E há mais, acrescenta: “aquiloque hoje se descreve como hipera-tividade, que muitos cientistas di-zem que é a incapacidade de pres-tar atenção e de estabelecer rela-

ções com o uso do digital. Em Por-tugal, nós temos um consumo deritalina em crianças de tenra idadeque aumentou 30%. Não sou cien-tista dessa área, mas leio o que oscientistas dessa área dizem.” Comopensador destas coisas da pedago-gia, o professor diz que se tivessehoje responsabilidades no país, “ja-mais validaria estes experimenta-lismos que querem agora introdu-zir nas nossas escolas.”

Neste mundo do século XXI emque vivemos, que é uma aldeiacada vez mais global e digital, háque compreender que o virtualnão pode ser cada vez mais real. Alógica da Matemática cujas basessão incutidas através da tabuada noensino primário deve, de acordocom Santana Castilho, “ser apren-dida com a preponderância do en-tendimento dos mecanismos ma-temáticos”. Ou se há uma fase queé essencial, “mesmo sem se com-preender, é a aprender a memori-zar uma série de operações, pelasimples circunstância de que esta-mos a trabalhar uma coisa que éfundamental que é a memória, epelo uso que isso tem mais tarde,para mais rapidamente se conse-guir superar etapas do próprioprocesso de aprendizagem.”

Santana Castilho, que se diz“acérrimo consumidor e defensor

dos meios digitais, mas para serviro Homem”, sublinha que não é oprocesso de aquisição de conheci-mento e aprendizagem que está amudar. “O que parece mudar é odesenvolvimento do cérebro dascrianças, sujeitas a esses mergulhosinapropriados”, alerta.

Os resultados da tabuada já sãoconhecidos. Os do ipad e de outrosmeios digitais ainda são uma in-cógnita, um a ver vamos. O mesmose verifica no plano das metodolo-gias aplicadas. Exemplo: a flexibili-dade curricular que o atual Gover-no procura implementar não éuma ideia nova. Santana Castilholembra que, em Portugal, o queconsidera ser uma “diletância” foitestado e abandonado na década de1990. “Aquilo [flexibilidade curri-cular] é a repetição de uma série devulgaridades batidas, com citaçãode documentos que nem sequer ci-tam. Nós estamos numa onda po-pulista de cavalgar uma série deinstrumentos com um valor enor-me como ferramentas.”

O mergulho das crianças nosmeios digitais é um facto. Emborajá existam sinais, a pegada digital naeducação dos jovens está ainda adar os primeiros sinais. Não obs-tante, o mundo digital é já conside-rado um imponderável na vida dosjovens. Surge o desafio: deve a es-

ALMERINDA ROMEIRA E JOSÉVARELA [email protected]

Santana Castilho, pedagogo, professor universitário, antigo secretáriode Estado da Educação. Santana Castilho, pedagogue, universityprofessor, former Education Secretary of State

cola continuar a formar cidadãoscapazes de tomar decisões ou sim-plesmente aceitar a normalizaçãode um comportamento digital nomundo real? Nascem interrogaçõesquanto ao emprego, ao futuro dasociedade como é conhecida, aomodo de vida atual e à adaptação doHomem ao planeta onde vivemos.

Santana Castilho não tem dúvi-das. Em matéria de entidades em-pregadoras, as empresas são fun-damentais, mas a escola não deveformar os jovens para responderaos problemas específicos das em-presas. “As escolas devem formaros jovens como cidadãos, como se-res humanos na sua pluridimen-sionalidade e, naturalmente, queestes cidadãos escolhem um per-

curso profissional, em determina-da altura – o mais completos, autó-nomos e conhecedores possíveis” –argumenta.

O acordo de Bolonha, que uni-formizou a duração da grandemaioria das licenciaturas no espa-ço europeu em três anos, deu jeitoa muita gente em determinada al-tura. Por exemplo, na análise deSantana Castilho, “a prova de queas faculdades foram falseadas como chamado acordo de Bolonha foihaver cada vez mais uma tentativade pôr as universidades a trabalharpara as empresas.”

Obviamente que essa relação éimportante. “A questão reside naescolha, que pertence ao jovem,futuro cidadão formado e, por

Page 5: N.º 11 l l Diretor Filipe Alves l Diretora executiva

Educação Internacional, 12 julho 2019 | 5

“Steve Jobs has forbidden hischildren from using tablets andsmartphones for a reason,“ saysSantana Castilho, a pedagogue, uni-versity professor, former Secretaryof State for Education: “Apple’s twolargest shareholders wrote to thecompany asking for moderation inadvertising aimed at the youngerconsumers. It’s not by chance thatFacebook’s head of marketing pro-hibits children from having asmartphone or tablet.”

Santana Castilho cites studies ofneuroscientists, who say they haveseen a worrying increase in neuro-nal atrophy in children with digitalimmersion. In the US, this experien-ce, which was made with digitalmanuals and is being abandoned,also registered a 30% increase inyoung children.

And there is more, he adds: “whatis now described as hyperactivity,that many scientists say is the ina-bility to pay attention and establishrelationships with the use of digitaltechnology. In Portugal, the con-sumption of Ritalin in young chil-dren has increased by 30%. I am nota scientist in this area, but I do readwhat scientists in that area say. “Asa thinker of these pedagogic things,the professor says that if he hadresponsibilities today in the coun-try, he would “never validate theseexperiments that they now want tointroduce into our schools.”

In this 21st century world inwhich we live, which is an increa-singly global and digital village, wemust understand that the virtualcannot be more and more real. Thelogic of Mathematics whose foun-dations are instilled through themultiplication table in primary edu-cation must, according to SantanaCastilho, “be learned with the pre-ponderance of the understandingof mathematical mechanisms”. Or,if there is a stage that is essential,“it is to learn to memorize a seriesof operations even without com-pletely understanding them, simplyto work something that is funda-mental which is the memory, anddue to the great utility that this haslater on, to help overcome the sta-ges of the learning process faster.”

Santana Castilho, who callshimself “a staunch consumer anddefender of digital media, but toserve Mankind,“ stresses that it isnot the process of acquiringknowledge and learning that ischanging. “What seems to be chan-ging is the development of chil-dren’s brains, subject to theseinappropriate dives into the digitalworld,“ as he wars.

The results of the pedagogics ofthe multiplication table are alreadyknown. On the other hand, the onesof the iPad and other digital mediaare still unknown. The same goesfor the methodologies applied. Forexample: The curriculum flexibilitythat the current Government seeksto implement is not a new idea.

Santana Castilho recalls that in Por-tugal, this type of initiative was tes-ted and abandoned in the 1990s.“That [curriculum flexibility] is therepetition of a number of vulga-risms, with citation of documentsthat they do not even mention. Weare in a populist wave of riding anumber of instruments with enor-mous value as tools.”

The immersion of children intodigital media is a fact. Although the-re are already signs, the digitalfootprint in the education of youngpeople is still going through its firststeps. Nevertheless, the digitalworld’s influence in the life ofyoung people is already consideredimmeasurable. The challenge ari-ses: Should the school continue toeducate citizens who can make de-cisions or simply accept the nor-malization of digital behaviour inthe real world? Questions ariseabout employment, the future ofsociety as we know it, the way of li-fe today and the adaptation of manto the planet where we live.

Santana Castilho has no doubts. Inthe case of employers, companiesare fundamental, but the schoolshould not train young people torespond to the specific problems ofcompanies. “Schools should educa-te young people as citizens, as hu-man beings in their multidimensio-nality and, of course, these citizenseventually choose a professionalcourse – in the most complete, au-tonomous and knowledgeable waypossible,“ he argues.

The Bologna agreement, whichstandardized the duration of thevast majority of degrees in the Eu-ropean space in three years, helpedmany people at the time. For exam-ple, in Santana Castilho’s analysis,“the proof that the faculties weremislead with the so-called Bolognaagreement was that there was agrowing attempt to put universitiesworking for companies.”

Obviously this relationship is im-portant. “The question lies in thechoice, which should be made bythe young student - a future gra-duated citizen - and, therefore, theschool should not respond to therequirements of companies, but tothe requirements of the humanbeing who studies there.”

Returning to the classroom, whe-re the relationship between the stu-dent and the teacher is the pillar foreverything that´s built. What is thepremise? “The teacher, the personwho has the responsibility to helpthat young man grow, realizes thepotentiality that is there andanswers this question, ‘What can Ido so that this young man growsand reaches his maximum limit?‘This is the sensibleness the schoolneeds. This must be the responsibi-lity of the State and must be donewith appropriate means and respectfor every student, which the schoolcannot currently offer - and for this,the teacher is not responsible.” ●

isso, a escola não deve responder arequisitos das empresas, mas simao ser humano que ali está.”

Voltando à sala de aula, onde abase é a relação entre o aluno e oprofessor. Qual é a premissa? “Oprofessor, a pessoa que tem a res-ponsabilidade de ajudar a cresceraquele jovem, percebe qual é a po-tencialidade que está ali e respondea esta questão, ‘O que é que eu pos-so fazer para que este jovem cresçae vá até ao seu limite máximo…?’ Éesta a razoabilidade da escola.Deve ser esta a responsabilidade deum Estado e isto deve ser feitocom meios e respeito por cada alu-no que a escola, atualmente, nãopode dar – e a responsabilidadenão é do professor”. ●

ESCOLA | SCHOOL

A educaçãoenquanto fatorde integraçãoIn Education as an integrating factor

No Alentejo, há escolas a promover o multicul-turalismo. O Agrupamento de Escolas de SãoTeotónio é um exemplo. In the Alentejo, there areschools promoting multiculturalism. The São TeotónioSchool Grouping is an example.

As recentes vagas de imigração,que não as dirigidas para as gran-des urbes de Lisboa e do Porto, es-tão a contribuir para povoar asnossas escolas do interior e litoral.

Na freguesia de São Teotónio,situada no sul do litoral alentejano,o Agrupamento de Escolas de SãoTeotónio, que presta o serviço deeducação básica da rede públicanesta freguesia, é um bom exem-plo disso. A realidade atual é con-sequência do boom de exploraçõesagrícolas e do recurso a mão deobra, que deu origem a uma comu-nidade multicultural feita de gen-tes da terra e de várias partes domundo.

Num universo de 675 alunos,de 24 nacionalidades diferentes,40% dos alunos são de outras na-cionalidades que não a portugue-sa. “A nossa missão, enquanto or-ganização, passa, inquestionavel-mente, pela capacidade de adapta-ção e resposta a esta realidade”,salientam o professor Rui DiasCoelho, Diretor do AE, e MafaldaPires, Coordenadora dos Percur-sos Curriculares para alunos dePLNM no documento “Estratégiade Educação para a Cidadania daEscola (EECE)”.

Sem a esfera da flexibilidade eautonomia, não teria sido possívelalterar os currículos e ajustar asferramentas de aprendizagem àsespecificidades dos alunos. Isso foiconseguido através da assinaturade um Contrato de Autonomia,em outubro de 2013. Ultrapassadaa barreira inicial da língua, o passoseguinte foi pensar como cruzarCidadania e Desenvolvimento,com Direitos Humanos para en-quadrar o melhor possível ascrianças e os jovens para construirmelhores cidadãos numa escolamelhor. ● AR/AP

Recent immigration wave, otherthan those aimed at the large citiesof Lisbon and Oporto, are contribu-ting to the population of our interiorand coastal schools.

In the parish of São Teotónio, lo-cated in the south of the Alentejocoast, the São Teotónio SchoolGrouping, which provides the basiceducation service of the publicnetwork in this parish, is a goodexample of this. The current realityis a consequence of the boom offarms and the use of manpower,which gave rise to a multiculturalcommunity made up of peoplefrom Alentejo and from variousparts of the world.

In a universe of 675 students, of24 different nationalities, 40% ofthe students are of nationalitiesother than Portuguese. “Our mis-sion, as an organization, unquestio-nably goes through the ability toadapt and respond to this reality”,emphasizes Professor Rui DiasCoelho, Director of AE, and MafaldaPires, Coordinator of Curriculum forPLNM students in the document“Strategy of Education for the Citi-zenship of the School (EECE) “.

Without flexibility and autonomy,it would not have been possible tochange the curriculum and adjustlearning tools to the specificities oflearners. This was achieved throughthe signing of an Agreement of Au-tonomy in October 2013. Once theinitial barrier to language was over-come, the next step was to thinkabout how to cross-cut Citizenshipand Development with HumanRights to fit the best possible wayfor children and young people tobuild better citizens in a betterschool. ●

Cri

stin

aB

erna

rdo

Page 6: N.º 11 l l Diretor Filipe Alves l Diretora executiva

6 | Educação Internacional, 12 julho 2019

INTERNACIONALIZAÇÃO | INTERNATIONALIZATION

Inspiring apresenta Portugalem 80 colégios do BrasilInspiring Future introduces Portugal to 80 schools in Brazil

Roadshow de dois meses da Inspiring Future por colégios brasileiros leva a bandeira do país e das suas instituições do ensi-no superior. O Educação Internacional vai na bagagem.The two-month Roadshow of this youth association throughout Brazilianschools carries the flag of the country and its institutions of higher education. International Education is in the bag.

Tem seis anos de vida mas já está aprojetar-se fora de portas. Emagosto será dado o primeiro passonesse sentido. Destino: Brasil. “NaInspiring Future, começamos ago-ra a focar-nos num novo segmen-to: os alunos internacionais”, reve-la Eduardo Filho, cofundador e

presidente desta associação juvenilao Educação Internacional.

O primeiro roadshow vai durardois meses, durante os quais a Ins-piring Future dá a conhecer as vir-tualidades de Portugal e do sistemade ensino superior do país junto de80 colégios em oito estados brasi-leiros. Na bagagem vai o EducaçãoInternacional (EI), graças a umaparceria estabelecida entre a Inspi-ring Future e o EI.

Neste seu novo passo estratégi-co, a associação quer fazer a pon-te entre jovens brasileiros quequerem vir estudar para Portugale instituições do ensino superiorportuguesas interessadas em cap-tar alunos no Brasil. “Queremosatingir novos públicos e contri-buir para equilibrar o sistema deensino português, que está a per-der alunos e vai continuar a per-dê-los por questões demográfi-

cas”, justifica Eduardo, adiantan-do já ter fechado parcerias com aUniversidade de Lisboa e algu-mas privadas.

A internacionalização é um dosgrandes desafios que se colocamàs das instituições do ensino su-perior (IES) portuguesas, que têmde responder a uma dupla dinâ-mica: os desafios internos decor-rentes da demografia e a própriadinâmica do mercado de trabalho,

que exige cada vez mais talentoespecializado em áreas onde opaís ainda não forma em númerosuficiente para as necessidades.“Acreditamos encontrar pessoascom perspetivas interessantes, fo-cadas, capazes de responder às ca-rências do país, nomeadamentefixando-se, e ajudando Portugal aenfrentar os desafios que o futuroirá colocar a esse nível”, justificaEduardo Filho.

ALMERINDA [email protected]

EDUCAÇÃO EDUCATION

Page 7: N.º 11 l l Diretor Filipe Alves l Diretora executiva

Educação Internacional, 12 julho 2019 | 7

Uma história deempreendedorismoEduardo Filho trabalhava num dosvários gabinetes de acesso ao Ensi-no Superior da Direção Geral deEnsino Superior geridos pelas IESquando se deu conta que a impre-paração era grande. E não se faziasentir apenas ao nível do preenchi-mento da candidatura. “Apareciamalunos à minha frente que esco-lhiam os cursos com base em crité-rios que nem eles próprios perce-biam bem o que eram. Analisandoos dados a posteriori dá para perce-ber a brutal taxa de desistências quetemos no ensino superior”.

Com base na necessidade assimidentificada, em 2013, Eduardo Fi-lho, formado em Arquitetura eGestão Eduardo, e Filipa Cunha,licenciada em Psicologia, lançarama Inspiring Future. O projeto ar-rancou em janeiro de 2014 em Lis-boa. No primeiro ano correu 50escolas, desde então cresceu emmédia 50% ao ano em número dealunos e de escolas.

Ao longo destas seis edições, aInspiring Future tem vindo a im-plementar um processo de orien-tação profissional com uma meto-dologia assente em workshops esessões em sala de aula. A informa-ção e formação concentradas “vãoajudar o jovem a uma tomada de

funcionar? “É necessário desafiar-mos os jovens a centrarem em si oprocesso de definição de carreira ede desenvolvimento pessoal e pro-fissional. Para isso construímosuma metodologia que apoia essa re-flexão ao longo das várias fases devida dos mesmos”. E desenvolve:“No fundo, trata-se de um plano deformação que será implementadoao longo dos vários anos do ensinosecundário, a ser realizado nas pró-prias escolas e em colaboração como serviço de psicologia e orienta-ção.” E revela que a metodologia jáestá a ser testada em alguns municí-pios piloto, embora careça do apoiode mais câmaras municipais parapoder ganhar escala.

A Inspiring Future conta comuma equipa de 14 pessoas e um or-çamento superior a 300 mil euros,patrocinado na maior parte dos ca-sos por grandes empresas ou mar-cas, com destaque para a YORN daVodafone, a elétrica EDP e aBMW. Além disso, tem ainda oapoio de mais de 100 instituiçõesdo ensino superior parceiras, dasquais 11 são estrangeiras.

Este projeto foi ainda um dosprimeiros a ser apoiado financei-ramente pelo programa PortugalInovação Social, através de verbasdo Portugal 2020. “Para estas enti-dades não somos um patrocínio,ou um investimento de marca, so-mos um investimento com impac-to na sociedade, que lhes vai trazerretorno na medida em que esta-mos a ajudar a formar jovens queum dia serão melhores profissio-nais e pessoas mais satisfeitas como seu trabalho”. ●

The association is six years old, butit is already out there. The first stepin this direction will be taken in Au-gust. Destination: Brazil. “At Inspi-ring Future, we are now beginningto focus on a new segment: inter-national students”, says EduardoFilho, co-founder and president ofthis youth education association.The first roadshow will last twomonths, during which Inspiring Fu-ture reveals the virtuosities of Por-tugal and the country’s higher edu-cation system with 80 schools ineight Brazilian states. In the baggoes the International Education,thanks to a partnership establishedbetween Inspiring Future and theInternational Education.

In this new strategic step, the as-sociation wants to bridge the gapbetween young Brazilians who wantto come to Portugal and Portuguesehigher education institutions inte-rested in attracting students in Bra-zil. “We want to reach new audien-ces and contribute to balance thePortuguese education system,which is losing students and willcontinue to lose them due to de-mographic issues”, justifies Eduar-do, adding that he has already clo-sed partnerships with the University

EDUARDO FILHOPresidenteda Inspiring Future

decisão mais esclarecida e à escolhade um caminho a seguir após o se-cundário”.

A Inspiring Future desloca-se acada escola acompanhada de re-presentantes de várias instituiçõesdo ensino superior – normalmenteequipas com cerca de 50 pessoas.Durante uma manhã, a atividadeletiva pára para os alunos do 12.ºano receberem informação sobre oensino superior e as suas institui-ções. “É um projeto roadshow per-manente com, pelo menos, duasou três equipas por dia numa esco-la secundária diferente a trabalharcom todos os alunos do 12º anodessa escola”, explica Eduardo.

Em 2018, a equipa visitou as 263maiores escolas do país, de norte asul, incluindo as regiões autóno-mas, isto é, perto de um terço doscerca de 600 estabelecimentos se-cundários existentes. Um númeroque, na prática, corresponde a 75%dos jovens que em cada ano con-cluem o 12.º ano. “Só neste últimoano letivo, tivemos 56 mil jovenssentados connosco em auditório”,contabiliza Eduardo. Nos seis anosde atividade, são mais de 270 mil.

Este ano, o concurso nacional deacesso ao ensino superior arrancaa 17 de julho. Esse dia representa,por assim dizer, o culminar detodo o trabalho feito pela InspiringFuture ao longo do ano letivo. “Seconseguirmos que os alunos façamboas candidaturas, o nosso traba-lho terá sido coroado de êxito. Éisso que esperamos, é para isso quetrabalhamos”.

Gestão de carreiraé o passo futuroAlém da entrada no segmento dosestudantes internacionais, a Inspi-ring Future prepara-se para darum outro passo estratégico: desen-volver projetos de gestão de car-reira nas escolas secundárias. “Osserviços de Psicologia e Orienta-ção das escolas estão focados naorientação para o nono ano. A ní-vel do secundário, e em termos deorientação, os jovens estão muitodesprotegidos, não têm apoio. Háaqui uma área com muito poten-cial para ser trabalhada”, explicaEduardo Filho.

Revela ainda que a associaçãoestá a tentar implementar um planode formação no secundário emconjunto com as câmaras munici-pais. Em que consiste? E como vai

of Lisbon and some other privateuniversities, which the associationwill represent directly.

Internationalization is one of themajor challenges facing Portuguesehigher education institutions, whichshould respond to a double dyna-mic: the internal challenges arisingfrom demography and the verydynamics of the labor market, withareas where the country has not yeteducated a sufficient number ofpeople for the needs.

“We believe in finding peoplewith interesting, focused perspecti-ves capable of responding to thecountry’s needs, namely by settingourselves up and helping Portugalto face the challenges that the fu-ture will pose at this level”, explainsEduardo Filho.

A history of entrepreneurshipEduardo Filho worked at the Gene-ral Directorate of Higher Education,in an office of support for youngcandidates run by higher educationinstitutions, when he realized thatthe unreadiness was high. And itwas not only felt at the level offilling the application. “There werestudents in front of me who chosethe courses based on criteria thateven they did not realize what theywere. Analyzing the data befo-rehand allows us to realize the bru-tal rate of drop-outs that we havein higher education.”

Based on the need thus identi-fied, in 2013, Eduardo Filho, gradua-ted in Architecture and Manage-ment, and Filipa Cunha, graduatedin Psychology, launched InspiringFuture. The project started in Ja-nuary 2014 in Lisbon. In the firstyear it ran in 50 schools, and hassince grown on average 50% peryear in number of students andschools.

Throughout these six editions,Inspiring Future has been imple-menting a professional orientationprocess with a methodology basedon workshops and classroom ses-sions. Concentrated informationand training will help the young stu-dents to make more informed deci-sions and choose a path to followafter high school.

Inspiring Future moves to eachschool accompanied by represen-tatives from several higher educa-tion institutions - usually teamswith about 50 people. During onemorning, class activity stops for12th graders to receive informationabout higher education and theirinstitutions. “It is a permanentroadshow project with at least twoor three teams a day in a differentsecondary school to work with allstudents in the 12th grade of thisschool”, explains Eduardo.

In 2018, the team visited the 263largest schools in the country, fromnorth to south, including the auto-nomous regions, that is, close toone-third of the approximately 600secondary schools. A number thatcorresponds to 75% of the young

people whom, in each year, com-plete the 12th year. “Only in this lastschool year, we had 56 thousandyoung people sitting with us in anauditorium”, Eduardo says. In thesix years of activity, there are over270 thousand.

This year, the national tender foraccess to higher education startson July 17. This day represents, soto speak, the culmination of all thework done by Inspiring Futurethroughout the school year. “If wecan get the students to submitgood applications, our work will ha-ve been successful. That’s what weexpect, that’s what we work for. “

Career managementis the future stepIn addition to entering the interna-tional student segment, InspiringFuture is preparing to take anotherstrategic step: developing careermanagement projects in secondaryschools. “The School Psychologyand Counseling services are focu-sed on the 9th grade orientation. Atthe secondary level, and in terms oforientation, young people are veryunprotected, they do not havesupport. There is an area with a lotof potential to be worked on”, ex-plains Eduardo Filho.

He also reveals that the associa-tion is trying to implement a secon-dary education plan in conjunctionwith the city councils. What does itconsist of? And how will it work? “Itis necessary to challenge youngpeople to focus on the process ofcareer development and personaland professional development. Forthis we have built a methodologythat supports this reflectionthroughout the various phases oftheir life “.“In essence, this is a trai-ning plan that will be implementedover the course of several years ofsecondary education, to be carriedout in the schools themselves andin collaboration with the psycho-logy and guidance service.”

He reveals that the methodologyis already being tested in some pilotmunicipalities, although it lacks thesupport of more municipal cham-bers in order to gain scale. InspiringFuture has a team of 14 people anda budget of more than 300 thou-sand euros, sponsored in most ca-ses by large companies or brands,especially Vodafone’s YORN, EDPand BMW. In addition, it has thesupport of more than 100 partnerhigher education institutions, ofwhich 11 are foreign. This projectwas also one of the first to be fi-nancially supported by the PortugalInovação Social program, throughfunds from Portugal 2020. “For the-se entities we are not a sponsor, ora branded investment, we are an in-vestment with an impact on so-ciety, which will bring in return aswe are helping to train young peo-ple who will one day be better pro-fessionals and more satisfied withtheir work. ●

Page 8: N.º 11 l l Diretor Filipe Alves l Diretora executiva

8 | Educação Internacional, 12 julho 2019

Maria José Amich chega com a am-bição de atrair mais alunos interna-cionais, de aumentar o número demulheres que frequentam os pro-gramas de MBA e de consolidar asparcerias quer com empresas quercom universidades estrangeiras derenome para os programas de ex-change. Mas não quer dizer que fi-que por aqui.

A nova diretora executiva do TheLisbon MBA, que se descreve comouma “uma pessoa com várias nacio-nalidades” – nasceu em Barcelona,fez parte da escolaridade na Escócia,licenciou-se em Genebra, na Suíça,teve o primeiro emprego na Dina-marca –, tem uma experiência vastae diversificada no mundo dos negó-cios. Desempenhou funções emmultinacionais, empresas familiarese até numa startup, e em diversos se-tores, do grande consumo às finan-ças, passando pelos media, consul-toria e retalho. Agora estreia-se nosetor da educação e volta ao palcomundial.

“Temos um caminho a percorrercom imenso potencial. A nossa pro-posta de valor é única e altamentediferenciadora”, afirma Maria JoséAmich ao Educação Internacional(EI) na sua primeira entrevistacomo diretora do mais internacio-nal Master of Business and Admi-nistration (MBA) português.

O The Lisbon MBA oferece doisprogramas: International full-timeMBA e Executive MBA. Se no pri-meiro os alunos estrangeiros cor-respondem a 50%, no programaExecutivo não ultrapassam os 20%.“Continuamos a ter grande apetên-cia por alunos internacionais. Esti-mamos vir a crescer, sobretudo noâmbito do Executive MBA, cujoformato alterámos já este ano”, ex-plica.

Outra das ambições da nova dire-tora, também fundadora da associa-ção Woman Win-Win, é aumentara percentagem de mulheres que fre-

quentam os programas. Atualmentesão 34% no International full-timeMBA e um pouco menos no Execu-tive MBA. “Há aqui trabalho a fa-zer”, afirma.

Amich também se propõe traba-lhar as parcerias, não só internacio-nais com universidades, mas tam-bém com empresas de renome nosmais diversos setores. A articulaçãodestes três vetores tem como objec-tivo consolidar e incrementar a po-sição internacional do consórcio.

Trunfos do programaO The Lisbon MBA resulta de umaparceria entre a NOVA SBE e a Ca-tólica-Lisbon, duas das mais presti-giadas escolas de negócios portu-guesas, e beneficia de uma parceriacom a Sloan School of Manage-ment, a reputada business school doMIT. Uma mais-valia de peso deuma proposta cujo valor assenta emquatro vertentes: experiência inter-nacional, progressão na carreira,formação customizada e retorno doinvestimento.

Os programas têm lugar em trêscampusde renome: NOVA SBE, Ca-tólica Business School e SloanSchool ofManagement (MIT). “Te-mos o melhor lifestlyle do mundo,que resulta da combinação entreLisboa e Boston, duas cidades inter-nacionais, dinâmicas e empreende-doras, uma europeia e outra ameri-cana, reforçadas por três campus deensino muito diferentes entre si”,salienta Maria José Amich.

O lifestyle até pode contribuirpara alargar horizontes e crescercomo pessoa, mas é na experiênciainternacional que o The LisbonMBA bate a concorrência.

Além da imersão durante um mêsno MIT, que é parte integrante doprograma, os alunos do Internatio-nal full-time MBA ganham passa-porte para o “International Lab” –uma iniciativa que tem lugar nosmeses de verão e que permite aosformandos participar num desafioempresarial em equipa com estu-dantes de MBA, numa de três uni-versidades à sua escolha, Egade, no

México, Insper, em São Paulo, Bra-sil, e Fudan em Xangai, China.

Como funciona? “Uma empresa,normalmente sediada em Portugal,que tenha um determinado objetivoempresarial no México, Brasil ouChina, lança um desafio a três alu-nos do The Lisbon MBA e a outrostrês alunos da universidade parcei-ra, que com a tutela de dois profes-sores vão tentar encontrar uma so-lução”.

O desafio, que vai desde o lança-mento de um novo produto nomercado à aquisição de uma empre-sa, ou de um estudo de mercado,tem a duração de oito semanas: duasno país de destino, quatro no paísdo candidato que a partir daí traba-lha online, e duas semanas em Por-tugal, onde é feita a apresentação doprojeto. “A tipologia de projetos émuito diversa, portanto, temos quereforçar a parceria com empresaspara, justamente, continuarmos aalimentar esses desafios e dar aosalunos a oportunidade de viver essaexperiência”, acrescenta.

No MBA Executive, além doMIT, a experiência internacional éaprofundada através do programa“Exchange” com três universidadesparceiras: São Diego, nos EstadosUnidos, Macquarie, na Austrália, eCoppead, no Rio de Janeiro, Brasil.“Existe essa vocação e essa vontadede reforçar os nossos laços interna-cionais, seja através de parceriascom universidades, seja através daligação com empresas fora de Por-tugal, numa base diversificada”, sa-lienta. A vertente internacionaltambém se faz sentir na tipologiados professores do The LisbonMBA: 35% do corpo docente é in-ternacional e o objetivo é aumentaresse número.

Elemento diferenciadornuma carreiraNa carreira de quem o faz, o TheLisbon MBA significa um “salto ex-ponencial”. O facto é atestado pelo“Financial Times” que elege o pro-grama português número um daEuropa e oitavo no mundo no que

Trazer mais mundopara LisboaBringing more world to Lisbon

Nova diretora do The Lisbon MBA traz na bagagem experiência de vida e profissional que querplasmar no desafio que tem pela frente: consolidar o mais internacional dos MBA portugueses.The new director of The Lisbon MBA brings with her life and professional experience that she intends to breedinto the challenge that lies ahead: to consolidate the most international of the Portuguese MBAs.

ALMERINDA [email protected]

Applications

Applications are open for theExecutive MBA and close at theend of July. The program lasts for21 months and starts at the end ofSeptember. For the InternationalFull Time MBA, the first phase ofapplications ends at the end ofSeptember and the second phasein mid-November, with the pro-gram starting in January 2020. Itlasts one year. There are newadditions to optional modules toembrace the vast world of big dataand artificial intelligence.

Candidaturas

As candidaturas estão abertas parao Executive MBA e fecham no finalde julho. O programa tem a duraçãode 21 meses e arranca em finais desetembro. Para o International FullTime MBA, a primeira fase de candi-daturas termina no final de setembroe a segunda em meados de novem-bro, sendo que o programa começaem janeiro de 2020. Tem a duraçãode um ano. Avizinham-se novidadesa nível de cadeiras opcionais paraabarcar o vasto mundo do big data eda inteligência artificial.

EDUCAÇÃO EDUCATION

86.ºEste é o lugar que o Internationalfull-time MBA ocupa no mundo,segundo o “FT”. O programa é tidocomo o 23.º melhor da Europa.

1.ºEm “international courseexperience”, um dos itens que osalunos mais valorizam, o TheLisbon MBA é líder mundial.

respeita ao critério career boost. Omesmo se aplica, diz Amich, a quemambiciona mudar de área profissio-nal ou enveredar pelo lançamentode um negócio. Em termos salariais,verificou-se um aumento médio de73% pós-MBA, segundo os alunosque concluíram o programa há trêsanos. Falamos de um salário anualmédio de 110 mil dólares (90 mileuros).

“Quando se opta por uma carreiraprofissional, é extremamente im-portante o conhecimento que o in-divíduo tem de si próprio, por umlado, e da organização, da cultura edas expetativas desta, por outro”,explica Amich, adiantando que cadavez mais os alunos do programa es-tão alinhados com os propósitos dasempresas. “Não é só o que fazem oucomo fazem, mas também porque ofazem”, salienta.

No The Lisbon MBA existeacompanhamento personalizado

Page 9: N.º 11 l l Diretor Filipe Alves l Diretora executiva

Educação Internacional, 12 julho 2019 | 9

Maria José Amich arrives with theambition of attracting more inter-national students, increasing thenumber of women attending MBAprograms and consolidatingpartnerships with companies andforeign universities that are re-nowned for exchange programs.But that’s not all.

The new executive director ofThe Lisbon MBA, who describesherself as a “person of various na-tionalities” - born in Barcelona,educated in Scotland, graduatedin Geneva, Switzerland, took herfirst job in Denmark - has a vastand diverse experience in the bu-siness world. She has held posi-tions in multinational companies,family businesses and even in astartup, and in several sectors,from large consumption to finan-ce, all the way through to media,consulting and retail sectors. Nowshe makes her debut in the edu-

cation sector and returns to theglobal stage.

“The path we have to walk has ahuge potential. Our value proposi-tion is unique and highly differentia-ting,“ says Maria José Amich to In-ternational Education (IE) in her firstinterview as director of the most in-ternational Master of Business andAdministration (MBA) in Portugal.

The Lisbon MBA offers two pro-grams: International full-time MBAand Executive MBA. Although in thefull-time program foreign studentscorrespond to 50%, in the Executiveprogram they do not exceed 20%.“We continue to have great appetitefor international students. We ex-pect to grow, especially in the sco-pe of the Executive MBA, whoseformat we have already changedthis year,“ she explains.

Another ambition of the new di-rector, also founder of the WomanWin-Win association, is to increase

Cri

stin

aB

erna

rdo

para o aluno desenvolver um maiorconhecimento de si próprio, dosseus valores, atitudes, expetativas eobjetivos (self-assessement) e de ges-tão de carreira, através do CareerManagement Center. Este coachingpersonalizado complementa-secom dois cursos: “Friday Forum”para o International full-time MBAe “Leadership Stream” para o Exe-cutive MBA, que reforçam os con-teúdos na área do desenvolvimentode competências comportamentais(softskills).

No que respeita ao quarto pontoforte do programa – retorno do in-vestimento – Maria José Amich sa-lienta a relação custo/benefício. Es-tamos a falar de 38 mil euros para oInternational full-time MBA e de30 mil euros para o Executive MBA.

Em suma, os três vetores defini-dos têm como principal objetivoconsolidar e incrementar a posiçãointernacional do programa. ●

the percentage of women attendingthe programs. Currently women re-present 34% of all people enrolledin the International full-time MBAand slightly less in the ExecutiveMBA. “There is some work to do he-re,“ she says.

Amich also proposes to work onpartnerships, not only internationalwith universities, but also withcompanies of renown in the mostdiverse sectors. The articulation ofthese three vectors aims to conso-lidate and increase the internationalposition of the consortium.

The Lisbon MBA is a partnershipbetween NOVA SBE and Católica--Lisbon, two of the most presti-gious Portuguese business schools,and benefits from a partnershipwith Sloan School of Management,MIT’s renowned business school,which is a big advantage and whosevalue is based on four aspects: in-ternational experience, career pro-gression, customized training andreturn on investment.

The programs take place in threerenowned campuses: NOVA SBE,Catholic Business School and SloanSchool of Management (MIT). “Wehave the best lifestyle in the world,resulting from the combination ofLisbon and Boston, two internatio-nal, dynamic and entrepreneurialcities, one European and the otherAmerican, reinforced by three verydifferent teaching campuses,“ saysMaria José Amich.

The lifestyle can help broadenhorizons and grow as an individual,but it is in the international expe-rience that The Lisbon MBA beatsits European and global competi-tion.

In addition to a month-longimmersion at MIT, which is an inte-gral part of the program, studentsof the International full-time MBAget a pass to visit the InternationalLab - an initiative that takes place inthe summer time and allows stu-dents to take part in a businesschallenge with a team of MBA stu-dents in one of three universities attheir choosing: Egade in Mexico,Insper in São Paulo, Brazil, and Fu-dan in Shanghai, China.

How does it work? “A company,usually based in Portugal, that has acertain business objective in Mexi-co, Brazil or China, launches achallenge to three students of TheLisbon MBA and three other stu-dents of the partner university, whowill try find a solution under theguidance of two teachers”.

The challenge, that includes allendeavours from the launch of anew product on the market to theacquisition of a company, or amarket study, lasts eight weeks:two in the country of destination,four in the country of the candidate- who works online - and twoweeks in Portugal, where the pre-sentation of the project is made.“The type of projects is very diverse,so we have to strengthen the

partnership with companies to con-tinue to feed these challenges andgive students the opportunity to livethis experience,“ she adds.

In the Executive MBA, in additionto MIT, the international experien-ce is deepened through the “Ex-change” program with threepartner universities: San Diego inthe United States, Macquarie inAustralia and Coppead in Rio deJaneiro, Brazil. “There is thiscalling and desire to strengthenour international ties, eitherthrough partnerships with univer-sities or through links with com-panies outside Portugal, on a di-versified basis,“ he says. The inter-national aspect is also felt in thestaff of the professors of The Lis-bon MBA: 35% of the faculty is in-ternational and the objective is toincrease this number.

In terms of the career of thosewho attend this program, The Lis-bon MBA means an “exponentialjump”. This fact is attested by theFinancial Times, that elects the Por-tuguese program as the numberone in Europe and eighth in theworld in regard to the criterion Ca-reer Boost. The same applies, saysAmich, to those who aspire tochange the professional area orembark on the launch of a busi-ness. In terms of salaries, there wasan average increase of 73% post--MBA, according to students whocompleted the program three yearsago. We speak of an average annualsalary of $ 110,000 (€90,000).

“When one opts for a professio-nal career, the individual’sknowledge of himself on the onehand, and of the organization, cul-ture and expectations of the latteron the other, is very important,“explains Amich, adding that moreand more students are alignedwith the purposes of the compa-nies. “It’s not just what they do orhow they do it, but also why theydo it,“ she says.

At The Lisbon MBA, there is a per-sonalized assistance for studentsto develop a greater knowledge ofthemselves, their values, attitudes,expectations and self-assessmentand of career management throughthe Career Management Centre.This personalized coaching is com-plemented with two courses: “Fri-day Forum” for the Internationalfull-time MBA and “LeadershipStream” for the Executive MBA,which reinforce content in the de-velopment of soft skills.

As for the fourth strength of theprogram - return on investment -Maria José Amich stresses thecost / benefit ratio. We are talkingabout 38 thousand euros for theInternational full-time MBA and30 thousand euros for the Execu-tive MBA.

In short, the three defined vec-tors have as main objective to con-solidate and to increase the inter-national position of the program. ●

Page 10: N.º 11 l l Diretor Filipe Alves l Diretora executiva

10 | Educação Internacional, 12 julho 2019

Internacionais crescemem todos os níveis do superiorInternational students increase at all levels of the upper education

Os alunos estrangeiros representam uma grande fatia dos jovens que estudam nas nossas universidade e politécnicos.Há cursos onde já ultrapassam em largo número os portugueses.Foreign students represent a large chunk of the young people whostudy in our university and polytechnics. There are courses where they already exceed in large number the Portuguese.

Há cada vez mais estrangeiros aestudar em Portugal. Analisandoos números da Direção-Geral deEstatísticas da Educação e Ciênciaconcluímos que os alunos vindosde fora aumentaram em todos osníveis de estudo: licenciaturas,mestrados integrados, mestradosdo 2.º ciclo e até CTeSP. Mas ondese verifica maior crescimento énos mestrados do 2.º ciclo, i.e. nãointegrados numa licenciatura.

Nos últimos cinco anos letivosverificou-se um crescimento de10 pontos percentuais na capta-ção de alunos internacionais nes-te nível de estudo. Em 2017/18,os alunos internacionais já repre-sentavam 23% do total de matri-culados em mestrados de 2.º ci-clo, contra 13,2% em 2013/14. Hácasos, como o mestrado de 2.º ci-clo em Sistemas Marinhos e Cos-teiros da Universidade do Algar-ve, em que, no ano passado, osalunos internacionais eclipsarampor completo a prata da casa: 26matriculados contra quatro. O

mesmo aconteceu no mestradoem Gestão, nesta mesma casa,onde 23 dos 25 alunos eram nãonacionais.

Nas licenciaturas de 1.º ciclo, osestudantes internacionais repre-sentavam no ano letivo 2017/1810,8% do total, enquanto o pesonos mestrados integrados era de8,2%. E até nos cursos de TécnicoSuperior Profissional (CTeSP),criados na atual configuração háapenas três anos letivos, a fatiatem vindo a crescer, representan-do naquele ano letivo 5,4% dosmatriculados.

A internacionalização é umdos grandes desafios que se colo-cam às instituições do ensino su-perior portuguesas, que têm deresponder a uma dupla dinâmica:os desafios internos resultantesda perda de alunos nacionais, emvirtude do decréscimo da natali-dade, e a necessidade de conti-nuar a captar receitas, conside-rando o atual figurino de finan-ciamento do ensino superior,onde as propinas ocupam umafatia fundamental.

Se um aluno português tem umteto de 856 euros anuais de propi-

na já no ano letivo que arranca emsetembro, um aluno de licenciatu-ra estrangeiro na Universidade deLisboa ou do Porto paga pelo me-nos, três mil a três mil e quinhen-tos euros/ano – dependendo dafaculdade e do curso.

A edição de 2019 do portal Info-cursos, que abarca a informaçãoda Direção Geral do Ensino Supe-rior, disponibiliza dados sobre4.100 cursos ministrados em 116instituições de ensino superior,bem como informação sobre osalunos internacionais a estudarem Portugal. ●

ESTATÍSTICAS | STATISTICS

ALMERINDA [email protected]

Universidade do Porto tem vindo a cativar um número de alunoscrescente de todo o mundo. Porto University has been captivating agrowing number of students from all around the world.

EDUCAÇÃO EDUCATION

Page 11: N.º 11 l l Diretor Filipe Alves l Diretora executiva

Educação Internacional, 12 julho 2019 | 11

There are more and more foreig-ners studying in Portugal. Studyingthe numbers of the Directorate Ge-neral of Education and Science, weconcluded that students fromoutside increased in all levels ofstudies: degrees, integrated mas-ter’s degrees, masters of the 2ndcycle and even SEP. But where the-re is greater growth is in the mas-ters of the 2nd cycle, i.e. not inte-grated in a bachelor’s degree.

In the last five academic yearsthere was an increase of 10% inattracting international students. In2017/18, international students al-ready represented 23% of the totalnumber of students enrolled in 2ndcycle master’s degrees, against13.2% in 2013/14. There are cases,such as the Masters in Marine andCoastal Systems at the Universityof Algarve, where, last year, interna-tional students completely eclipsedthe locals: 26 enrolled against four.The same happened in the Mastersin Management, in this same uni-versity, where 23 out of the 25 stu-dents were non-nationals.

In undergraduate degrees, inter-national students accounted for10.8% of the total in the 2017/18school year, while the weight in in-tegrated master’s degrees was8.2%. And even in the ProfessionalTechnical courses (CTeSP), createdin the current configuration onlythree years ago, the internationalstudent share has been growing, re-presenting 5.4% of enrolled stu-dents in that school year.

Internationalization is one of thegreat challenges facing Portuguesehigher education institutions, whichhave to respond to a double dyna-mic: the internal challenges resul-ting from the loss of national stu-dents, due to the decrease in thebirth rate, and the need to continueto secure revenues, considering thecurrent funding of higher education,where tuition fees are a key part.

If a Portuguese student has amaximum of 856 euros per year oftuition already in the school yearstarting in September, a foreign un-dergraduate student at the Univer-sity of Lisbon or Porto pays at leastthree thousand to three thousandfive hundred euros / year - depen-ding in the school and course.

The 2019 edition of the Infocur-sos portal, which includes informa-tion from the General Directorate ofHigher Education, provides data on4,100 courses taught in 116 institu-tions of higher education, as well asinformation on international stu-dents studying in Portugal. ●

ANTEVISÃO | PREVIEW

Será o anoda consolidaçãodas engenharias?Is it the year of the engineering consolidation?

Concurso arranca a 17 de julho. No ano passado, cincocursos de engenharia tiveram as notas mais altas deacesso ao superior. Irá manter-se esta tendência?Tenderto enter universities starts on July 17th. Last year, fiveengineering courses demanded the highest access grades.Will this trend continue?

Se há dois anos as Engenharias jáultrapassaram com algum confor-to a Medicina com as notas maisaltas, no ano passado a confirma-ção foi cabal: quatro cursos de En-genharia ocuparam os lugares ci-meiros do concurso nacional deacesso ao ensino superior público.

Este ano, a primeira fase inicia--se na próxima segunda-feira, 16de julho. À cabeça das preferênciasdos estudantes esteve EngenhariaCivil em inglês da Universidadeda Madeira, um curso particular-mente orientado para estudantesestrangeiros que contou apenascom um único candidato, comuma média de 18,94 valores.

Engenharia Física Tecnológica,do Técnico, em Lisboa, foi o se-gundo curso com média mais alta,tendo o último candidato regista-do 18,90 valores. Engenharia Ae-roespacial, também do Técnico,que no ano anterior liderou a tabe-la, foi o terceiro mais procurado(18,85). Engenharia e Gestão In-dustrial na Faculdade de Engenha-ria da UPorto distinguiu-se com aquarta nota (18,63). No total de to-das as vias de acesso, de que o con-curso é a mais importante, o ensi-no superior português ganhoucerca de 73 mil novos estudantesno ano letivo 2018/19. ● AR

If two years ago the Engineeringcourses already comfortably sur-passed Medicine in terms of acesgrades, last year was the year ofconfirmation: four Engineeringcourses occupied the top places ofthe national tender of access to pu-blic higher education.This year, the first phase beginsnext Monday, July 17. At the head ofthe students’ preferences was CivilEngineering in English from the Uni-versity of Madeira, a course particu-larly oriented to foreign studentsthat counted on only one candi-date, with an average of 18.94 va-lues.Physics Technological Engineering,

Como se ‘conjuga’ engenharia, uma das profissões do futuro? Howdo you ‘consolidate’ engineering, one of the professions of the future?

PUB

from Técnico in Lisbon, was the se-cond course with the highest avera-ge, with the last candidate registe-ring with a score of 18.90. Aerospa-cial Engineering, also in Técnico,who in the previous year led the ta-ble, was the third most sought(18.85). Engineering and IndustrialManagement at the EngineeringSchool of UPorto was distinguishedwith the fourth position in thisranking (18,63). ●

Page 12: N.º 11 l l Diretor Filipe Alves l Diretora executiva

12 | Educação Internacional, 12 julho 2019

As licenciaturas em Economia eem Gestão, e o mestrado em Fi-nanças da Universidade do Minhoacabam de ser reconhecidos com aacreditação EPAS (acrónimo paraEFMD Programme AssessmentSystem), considerada a mais com-pleta do mundo nestas áreas, sou-be o Educação Internacional juntoda UMinho.

Os três cursos ministrados naEscola de Economia e Gestão(EEG), uma das 12 unidades orgâ-nicas de ensino e investigação des-ta universidade, serão os primeirosem Portugal a obter a distinção“EFMD Accredited” ao nível Ba-chelor (licenciatura) e dos primei-ros ao nível Master (mestrado),que entra em vigor em agosto. Naprática, já respeitam o novo siste-

ma internacional de acreditação daqualidade da EFMD, que unifica ereavalia os cursos superiores pre-senciais e online na área.

A acreditação é atribuída pelaRede para o Desenvolvimento daGestão – The Management Deve-lopment Network (EFMD), que in-tegra 900 escolas de negócios em 88países. Esta certificação é global-

mente reconhecida por academias,estudantes, empresas e media.

Francisco Veiga, presidente daEscola de Economia e Gestão, des-taca ao Educação Internacionaleste “excelente resultado”, um“marco importante na formaçãoem Economia e Gestão em Portu-gal”, que coloca a escola no restritogrupo das melhores do mundo.

Depois disto, o que há a fazer?Continuar a trabalhar, segundoFrancisco Veiga. “A afirmação daescola passa pela melhoria contí-nua do seu ensino, investigação einteração com as empresas e a so-ciedade, pelo alargamento de par-cerias com universidades estran-geiras, pela maior captação de alu-nos de outros países e por acredi-tações internacionais para maiscursos e para a EEG no seu todo”.

Esta certificação foi obtida apósminucioso trabalho de avaliação porparte de um júri internacional, que

EDUCAÇÃO EDUCATIONEDUCAÇÃO EDUCATION

UMinho Management School among the best in the world

Economia e Gestão vão ser as primeiras licenciaturas em Portugalcom a acreditação internacional EPAS. Este selo de qualidade entra emvigor já em agosto. Economics and Management will be the first courses in Portugalwith the international EPAS accreditation. This seal of approval comes into effect in August.

ALMERINDA [email protected]

Escola de Gestãoda UMinho entreas melhores do mundo

CERTIFICAÇÃO | CERTIFICATION

The undergraduate degrees in Eco-nomics and Management and theMSc in Finance of the University ofMinho have just been recognizedwith the accreditation EPAS(acronym for EFMD Program As-sessment System), considered themost complete in the world in the-se areas, as International Educationhas learned from UMinho.

The three courses are taught atthe School of Economics and Mana-gement (EEG), one of the 12 organicteaching and research units of thisuniversity, and are the first in Portu-gal to obtain the distinction “EFMDAccredited” at Bachelor and Masterlevels, which come into force in Au-gust. This means the courses al-ready comply with EFMD’s new in-ternational quality accreditationsystem, which unifies and re-exami-nes face-to-face and online highereducation courses in these subjects.

Accreditation is awarded by the

FRANCISCO VEIGAPresidente da Escolade Economia e Gestãoda Universidade do Minho

elogiou a forte ligação às empresas,as oportunidades de contacto dosestudantes com a realidade prática,através de estágios, resolução de ca-sos e projetos comuns, a participa-ção em concursos e iniciativas in-ternacionais e a criação do progra-ma “EEGenerating Skills”, que in-clui palestras com CEO e antigosalunos, cursos de dados e, entre ou-tros, workshops de competênciastransversais e de empregabilidade,como trabalho em equipa, mediaçãode conflitos, gestão de emoções ecomunicação em público.

“Tudo isto se traduz em bons ní-veis de empregabilidade nestescursos e na colocação dos nossosgraduados em posições de desta-que a nível nacional e internacio-nal”, realça Francisco Veiga.

O que é a acreditação EPASA acreditação EPAS envolve umaanálise profunda dos cursos, atravésda comparação e do benchmarkingem vertentes como o posiciona-mento nos mercados nacional e in-ternacional, o ambiente institucio-nal, a estrutura curricular, as metase métodos de aprendizagem, os do-centes, a qualidade dos alunos, osresultados e impactos, a ligação aomeio empresarial e os processos degarantia da qualidade. Além disso,enfatiza-se o rigor académico, a re-levância prática, a internacionaliza-ção, a ética e a sustentabilidade.

Até aqui, uma escola de gestãocertificada pela EFMD (a acredita-ção EQUIS) tinha os seus cursos au-tomaticamente acreditados. Porém,a partir de agosto, mesmo as escolasEQUIS terão de submeter os seuscursos a avaliação para obter a dis-tinção “EFMD Accredited”, algoque, a nível nacional, só a EEG--UMinho ostentará imediatamenteem licenciaturas de Economia eGestão e mestrados em Finanças. ●

Management Development Network(EFMD), which integrates 900 busi-ness schools in 88 countries. Thiscertification is globally recognized byacademies, students, companiesand the media.

Francisco Veiga, president of theSchool of Economics and Manage-ment, emphasizes to InternationalEducation this “excellent result”, an“important milestone in the trainingin Economics and Management inPortugal”, which places the schoolin the restricted group of the best inthe world.

After this achievement, what isleft to do? Continue to work, accor-ding to Francisco Veiga. “The affir-mation of the school has in its corethe continuous improvement of itsteaching, research and interactionwith companies and society, theextension of partnerships with fo-reign universities, the greaterattraction of students from othercountries and accomplishing inter-national accreditations for morecourses and EEG in its entirety. “

This certification was obtainedafter a thorough evaluation by aninternational jury, which praised thestrong connection to companies,opportunities for students to con-tact practical reality through in-ternships, solving common projectsand case studies, participating incompetitions and international ini-tiatives, and the creation of the “EE-Generating Skills” program, whichincludes lectures with CEOs andformer students, data courses and,among other things, cross-discipli-nary and employability workshopssuch as teamwork, conflict media-tion and public communication.

“All this translates into good le-vels of employability in these cour-ses and the placement of our gra-duates in leading positions, bothnationally and internationally,“ saysFrancisco Veiga.

What is EPAS accreditation?EPAS accreditation involves an in--depth analysis of the courses,through benchmarking and compari-son in areas such as positioning in thenational and international markets,institutional environment, curricularstructure, learninggoals andmethods,teachers, student quality, the resultsand impacts, the connection to thebusiness environment and the pro-cesses of quality assurance. In addi-tion, emphasis is placed on academicprecision, practical relevance, interna-tionalization, ethics and sustainability.

So far, an EFMD-certified mana-gement school (EQUIS accredita-tion) had its courses automaticallyaccredited. However, starting in Au-gust, even EQUIS schools will haveto submit their evaluation coursesto obtain the “EFMD Accredited”award, something that, at the natio-nal level, only EEG-UMinho willimmediately hold in Economics andManagement bachelor degrees andmaster’s degrees in Finance. ●

Page 13: N.º 11 l l Diretor Filipe Alves l Diretora executiva

PUB

Page 14: N.º 11 l l Diretor Filipe Alves l Diretora executiva

14 | Educação Internacional, 12 julho 2019

EDUCAÇÃO EDUCATION

Unparalleled Partnership in the 240 years ofdiplomatic relations between Portugal and Russia

A língua e a cultura russas vão estar em foco em três importantes iniciativas com a chancelados museus Hermitage e Kolomenskoye e da Sharing Foundation.The Russian language and culturewill be the focus in three important initiatives with the stamp of the Hermitage and Kolomenskoye museumsand the Sharing Foundation.

Duas mulheres assinaram umdocumento histórico que esteveresguardado dos olhares – até hoje.Esta preciosidade do século XVIIIvai poder ser vista pelo público emSão Petersburgo, palco desta ini-ciativa que assinala os 240 anos dasrelações diplomáticas entre Portu-gal e a Rússia.

Falamos no original do Tratadode Amizade, Navegação e Comér-cio, assinado em 1787 entre D.Maria I de Portugal e Catarina IIda Rússia. A obra, pertença daTorre do Tombo, juntar-se-á aoemblemático espólio de seis pintu-ras do pintor português MiguelAntónio do Amaral, que fazemparte do acervo do Hermitage. Aexposição é uma das três iniciati-vas a realizar na área da coopera-ção cultural entre a Sharing Foun-dation, instituição portuguesa li-gada à área da educação interna-cional, e a Federação Russa.

Esta parceria inédita, que tornapossível a ida daquela raridadepara São Petersburgo e que é maisum elemento de aproximação en-tre os dois países, levou uma mis-são da fundação às cidades de SãoPetersburgo e Moscovo no mês dejunho. Liderada pelo seu presiden-te, Sílvio Santos, a missão integrouRui Oliveira, diretor da delegaçãoda Sharing Foundation no Porto eNorte, e a embaixatriz Irina Mar-celo Curto, diretora do Centro deArte e Cultura Russa e coordena-dora do Centro de Língua e Cultu-ra Russa da International SharingSchool no Taguspark.

“Estamos a trabalhar no sentidode dar uma base sólida ao intercâm-bio cultural e a aprofundar as rela-ções entre os nossos dois países”, sa-lientou Irina Marcelo Curto.

As relações culturais e o apro-fundamento do património lin-guístico entre dois dos mais anti-gos países da Europa têm vindo aganhar lastro através da Semana daArte e Cultura Russa, que este anojá celebra a sua sexta edição, entre

15 e 18 de outubro, no Porto.À semelhança do ano passado, a

iniciativa envolverá a Embaixadada Rússia em Portugal, a AgênciaFederal da Rússia para a Coopera-ção Internacional, a Associação Co-mercial do Porto, a Irmandade dosClérigos, a Santa Casa de Miseri-córdia do Porto, o Instituto do Vi-nho do Porto, a Cooperativa Árvo-re e a Paróquia dos Novos Mártiresda Pátria. O evento tem vindo a ga-nhar élan e, nesta edição, vai contarpela primeira vez com novos par-ceiros, e de renome: a Reitoria daUniversidade do Porto, Universi-dade Católica no Porto, a Associa-ção Industrial Portuense e a ANJE.

A filigrana tradicional portu-guesa vai ser o grande destaque daterceira iniciativa que a SharingFoundation vai levar a cabo, emparceria com o Museu de Kolo-menskoye, de Moscovo, no âmbi-to dos 240 anos de relações diplo-máticas entre Portugal e a Rússia.

A mostra é o resultado do estrei-tar de laços entre a Câmara deGondomar, a ANJE e a fundação

para criar uma oficina partilhada.Sílvio Santos explica que “o espaçoé pioneiro a nível nacional e estáintegrado no Goldpark de Gondo-mar, o centro de incubação e acele-ração de empresas do municípioque as duas entidades já tinhamfundado em 2015.”

A arte portuguesa a contribuirpara um melhor conhecimento dedois povos. ●

Two women signed a historical do-cument that was kept out of sight -to this day. This 18th-century pre-ciousness will be displayed in St.Petersburg, the scene of this initia-tive that marks the 240 years of di-plomatic relations between Portu-gal and Russia.

We refer to the original Treaty ofFriendship, Navigation and Trade,signed in 1787 between D. Maria I ofPortugal and Catherine II of Russia.The work, belonging to Torre doTombo, will join the emblematiccollection of six paintings by thePortuguese painter Miguel António

CULTURA | CULTURE

Parceria inédita nos 240 anos de relaçõesdiplomáticas entre Portugal e Rússia

ALMERINDA [email protected]

do Amaral, which are part of thecollection of the Hermitage. Theexhibition is one of three initiativesto be carried out in the area of cul-tural cooperation between the Sha-ring Foundation, a Portuguese insti-tution linked to the area of interna-tional education, and the RussianFederation.

This unprecedented partnership,which makes it possible that thisarrives in St. Petersburg and whichis another element of rapproche-ment between the two countries,carried out a mission from thefoundation to the cities of St. Pe-tersburg and Moscow in June. Ledby its president, Sílvio Santos, themission included Rui Oliveira, direc-tor of the delegation of the SharingFoundation in Porto, and Ambassa-dor Irina Marcelo Curto, director ofthe Center for Russian Art and Cul-ture and coordinator of the Centerfor Russian Language and Cultureof the International Sharing Schoolin Taguspark.

“We are working to provide a so-lid basis for cultural exchange anddeepening relations between ourtwo countries”, said Irina MarceloCurto.

Cultural relations and the deepe-ning of the linguistic heritagebetween two of the oldest coun-tries in Europe have been gainingground through the Week of Rus-sian Art and Culture, which this yearalready celebrates its sixth edition,between October 15 and 18, in Por-to.

Like last year, the initiative will in-volve the Russian Embassy in Portu-gal, the Russian Federal Agency forInternational Cooperation, theCommercial Association of Porto, Ir-mandade dos Clérigos, the SantaCasa de Misericórdia do Porto, theInstitute of Porto Wine, CooperativaÁrvore and the Parish of Novos Már-tires da Pátria. The event has beenwinning élan and, in this edition, willcount for the first time with new andrenowned partners: the Rectory ofthe University of Porto, the CatholicUniversity of Porto, the Industrial As-sociation of Porto and ANJE.

The Portuguese traditional filigreewill be the highlight of the third ini-tiative that the Sharing Foundationwill carry out in partnership withthe Museum of Kolomenskoye,Moscow, within the framework ofthe 240 years of diplomatic rela-tions between Portugal and Russia.

The exhibition is the result of clo-ser ties between the Câmara deGondomar, ANJE and the founda-tion to create a shared work place.Sílvio Santos explains that “the spa-ce is a pioneer at a national leveland is integrated in the Goldpark ofGondomar, the incubator and acce-lerator for companies of the muni-cipality that the two entities had al-ready founded in 2015.”

This is the Portuguese art makingits contribution to a deeperknowledge of two peoples. ●

Page 15: N.º 11 l l Diretor Filipe Alves l Diretora executiva

Educação Internacional, 12 julho 2019 | 15

Revolução? Talvez mais tarde.

Criticar o sistema educati-vo tornou-se um passatem-po nacional e internacional. TED Talks e os críticos mais rigorosos do sistema educati-vo estão a exigir uma revolu-ção. Clichés como “as salas de aula fi caram paradas no século XVIII” são frequentemente se-guidos por “as escolas estão a matar a criatividade das crian-ças”, com muitos especialistas a recomendar uma infi nidade de abordagens como a luz que vai guiar a Educação para fora do seu miasma.

Apesar de partilhar algu-mas destas preocupações, a minha opinião não é tão ex-

trema. Efetivamente, existem questões prementes que preci-sam de ser abordadas com ur-gência, como o testarmos os alunos de forma quase obses-siva e até à exaustão, ou a óbvia disparidade de género nos re-sultados escolares. No entanto, isso não indica que o sistema esteja a falhar completamente.

Afi rmar que a Educação não sofreu alterações desde o sécu-lo XVIII, é no mínimo erróneo. Não nos devemos iludir com as fotografi as a preto e branco, tiradas há mais de um século, que exibem salas de aula seme-lhantes às atuais. A disposição e apresentação da sala podem ser semelhantes, mas a meto-dologia mudou.

O s méto dos de en si no transformaram-se para além do reconhecimento. A pesqui-sa efetuada nesta área mos-tra que não existe unicamen-te uma abordagem efi caz para o ensino. A melhor abordagem é incluir uma variedade de mé-todos e permitir que os alunos tenham uma educação holísti-ca. Isso já está a acontecer nas nossas salas de aula. As escolas

internacionais, em particular, estão na vanguarda da inova-ção e desafi am constantemen-te as convenções em busca da excelência. O nosso principal objetivo é ensinar as compe-tências do século XXI, como a colaboração, a resolução de problemas, a comunicação, o pensamento crítico e a criati-vidade.

Importa salientar que, pelo menos no St. Peter’s Interna-tional School, a inovação não vem à custa dos nossos valo-res humanistas. Os métodos educativos podem ter sido al-terados, mas a importância de educar as crianças para se tornarem conhecedoras, com princípios, cuidadosas e refl e-xivas continua a ser uma prio-ridade.

Tal como os nossos alunos, que precisam de ser apoiados para se tornarem membros de sucesso da comunidade, o mesmo acontece com o siste-ma educativo. Não precisamos de uma revolução. Precisamos de melhorar o sistema, apoiar as nossas escolas e confi ar nos nossos professores.

MRS. CARLA DAVIESHead of International Section

Revolution? Maybe later.Criticising education has become a national, and indeed an international sport. TED Talks and the

perts recommending a multitude of approaches and techniques as a beacon to lead the educational

and trust our educators.

Com o apoio de

https://st-peters-school.com/

CIÊNCIA | SCIENCE

Mais um passono estudoda diabetesAnother step in the study ofdiabetes

Investigadores da Universidade de Coimbra vão estudartrês novos marcadores para identificar alterações nestadoença. Researchers at the University of Coimbra will studythree new markers to identify changes in this disease.

Todos os investigadores são movi-dos por princípios éticos, pelo entu-siasmo e paixão nas suas áreas, masnão menos importante, pela dife-rença que podem fazer na vida daspessoas que possam vir a beneficiardas suas descobertas científicas.

Neste projeto de natureza inter-disciplinar, uma das prioridades temsido criar condições para influenciarpositivamente a qualidade de vida demais de 400 milhões de pessoas emtodo o mundo. Conforme explicaMiguel Castelo-Branco, coordena-dor do estudo científico que juntavários grupos de investigação daUniversidade de Coimbra (UC),“este projeto permitirá identificarmarcadores precoces de complica-ções da diabetes, com impacto clarona qualidade de vida dos doentes”.

A equipa de investigação da UCplaneia recorrer à inteligência arti-ficial e, através desta, “potenciar adeteção precoce” das alterações noorganismo dos doentes diabéticos.

Além do coordenador MiguelCastelo-Branco, fazem parte daequipa os investigadores LeonorGomes, Carolina Moreno, PauloMatafome e Bruno Manadas.

Este projeto viu ser-lhe atribuídoum financiamento no valor de 100mil euros pela Fundação Europeiapara o estudo da Diabetes. Maisuma etapa vencida nesta importan-te luta. ● AR

All researchers are driven by ethi-cal principles, enthusiasm and pas-sion in their areas, and, last but notleast, by the difference they canmake in the lives of people whomay benefit from their scientificdiscoveries.

In this interdisciplinary project,one of the priorities has been tocreate conditions to positively in-fluence the quality of life for morethan 400 million people around theworld. According to Miguel Castelo--Branco, coordinator of the scienti-fic study that brings together seve-ral research groups from the Uni-versity of Coimbra (UC), “this pro-ject will allow the identification ofearly markers of diabetes compli-cations with a clear impact on pa-tients’ life quality.”

The UC research team plans touse artificial intelligence and use itto “enhance the early detection” ofchanges in the body of diabetic pa-tients.

Besides the coordinator MiguelCastelo-Branco, the team includesthe researchers Leonor Gomes, Ca-rolina Moreno, Paulo Matafome andBruno Manadas.

This project was awarded a grantof EUR 100,000 by the EuropeanFoundation for the Study of Diabe-tes. Another phase overcome in thisimportant fight. ●

Page 16: N.º 11 l l Diretor Filipe Alves l Diretora executiva

PUB