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Sermão Nº 250, Guerra! Guerra! Guerra! por Charles Haddon Spurgeon

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Traduzido do original em Inglês

War! War! War! — Sermon Nº 250

The New Park Street Pulpit — Volume 5

By C. H. Spurgeon

Via SpurgeonGems.org

Adaptado a partir de The C. H. Spurgeon Collection, Version 1.0, Ages Software.

Tradução por William Teixeira

Revisão e Capa por Camila Almeida

1ª Edição: Dezembro de 2014

Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida

Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, com permissão de

Emmett O’Donnell em nome de SpurgeonGems.org, sob a licença Creative Commons Attribution-

NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License.

Você está autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este material em qualquer formato,

desde que informe o autor, as fontes originais e o tradutor, e que também não altere o seu conteúdo

nem o utilize para quaisquer fins comerciais.

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Guerra! Guerra! Guerra! (Sermão Nº 250)

Pregado na manhã de Domingo, 1 de maio de 1859.

Por C. H. Spurgeon, no Music Hall, Royal Surrey Gardens.

“Guerreia as guerras do Senhor.” (1 Samuel 18:17)

Não devemos tomar estas palavras em sua aplicação literal, como vindo dos lábios de Saul,

quando ele deu a Davi sua filha mais velha, Merabe, por esposa, mas devemos acomoda-

la à passagem e usá-la como uma exortação dada à Igreja de Cristo e a cada soldado de

Jesus: “Guerreia as guerras do Senhor”. Se esta exortação não é encontrada com as mes-

mas palavras, vindas dos lábios de Jesus, no entanto, todo o teor da Palavra de Deus é de

um mesmo efeito: “Guerreia as guerras do Senhor”. Na atual crise, as mentes dos homens

estão extremamente agitadas com as perspectivas assombrosas de uma luta terrível. Nós

não sabemos até onde este assunto pode crescer. Os sinais dos tempos são obscuros e

terríveis. Tememos que as taças da ira de Deus estejam prestes a ser derramadas, e que

a Terra será inundada com sangue. Enquanto ainda há uma esperança, vamos orar pela

paz, não, mesmo no tempo de guerra, vamos ainda suplicar ao trono de Deus, clamando

que Ele “envie-nos a paz em nossos dias”.

A guerra será encarada por diferentes pessoas com diferentes sentimentos. O Italiano vai

considerar toda a controvérsia, de seu próprio país. O Sardo estará olhando constantemen-

te para o progresso ou para a derrota de sua própria nação, enquanto o Alemão, com

simpatia pela sua própria raça, estará continuamente ansioso para compreender o estado

das coisas. Há um poder, no entanto, que não é representado no congresso e que parece

ser silencioso porque os ouvidos dos homens são surdos a tudo o que ele tem a dizer. Pois

est e poder de todas as nossas simpatias será dado e nossos corações vão segui-lo com

interesse. E durante toda a guerra, a questão que devemos perguntar, será: “Como esse

Reino prosperará?” Todos vocês sabem a que Reino me refiro, é ao Reino de Jesus Cristo

sobre a terra. Esse pequeno que é o mesmo nestes dias de crescimento e que passará a

ser um mil, é que deverá quebrar em pedaços todas as monarquias da terra e se assentará

sobre as suas ruínas, proclamando liberdade universal e à paz sob o estandarte de Jesus

Cristo. Estou certo de que vamos pensar muito mais nos interesses de religião do que de

qualquer outra coisa e nossa oração será: “Senhor, faça o que quiser com os vasos de

barro das monarquias dos homens, mas venha o Teu reino e seja feita a Tua vontade assim

na terra, como no céu!”

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Enquanto, porém, vamos assistir ansiosamente o curso, será muito bom se nós mesmos

nos unirmos. Não que esta nação da Inglaterra deva tocar nisso, Deus me livre! Se tiranos

guerreiam, deixe-os guerrear. Que os homens livres permaneçam distantes. Por que a

Inglaterra não deve ter nada a ver com todas as batalhas vindouras? Como Deus cortou-

nos fora da Europa por um mar turbulento, então vamos ser conservados para além de

todos os tumultos e confusão em que os tiranos e seus escravos podem cair. Eu falo agora,

segundo uma maneira espiritual, para a Igreja de Cristo. Eu digo: “vamos nos unir em

batalha; tenhamos algo a fazer. Não podemos ser neutros — nunca temos sido — o nosso

anfitrião está sempre em hostilidade ao pecado e a Satanás. “Minha voz é ainda para a

guerra”, o senado da Igreja de Cristo nunca pode falar de paz, porque assim está escrito:

“Porquanto jurou o Senhor, haverá guerra do Senhor contra Amaleque de geração em

geração” [Êxodo 17:16].

Isto irá trazer-nos ao texto, e aqui considerarei, em primeiro lugar, as guerras do Senhor.

Não devemos lutar a nossa própria. Em segundo lugar, os soldados do Senhor. E em

terceiro lugar, o comando do Rei, “guerreia as guerras do Senhor”.

I. Em primeiro lugar, AS GUERRAS DO SENHOR, o que são elas? Não é a roupa enrolada

no sangue, não é o rumor, nem a fumaça, nem o barulho do massacre humano. Estas po-

dem ser as batalhas do Diabo, se quiser, mas não as do Senhor. Elas podem ser dias de

vingança de Deus, mas nesta luta o servo de Jesus não pode participar. Estamos distantes

desta. Nosso reino não é deste mundo, outros que não são os servos de Deus lutam com

espada e lança! O nosso é um reino espiritual e as armas da nossa milícia não são carnais,

mas espirituais e poderosas em Deus, para destruição das fortalezas.

O que são as guerras de Deus? Vamos aqui distinguir cuidadosamente entre as batalhas

de Deus e a nossa. Ó meus irmãos e irmãs em Cristo, não é o seu negócio lutar as suas

próprias batalhas, nem mesmo em defesa de seu próprio caráter. Se você é difamado e

caluniado, deixe o caluniador sozinho! Sua malignidade não será senão aumentada em

qualquer tentativa que você vier a fazer para se defender. Como um soldado de Cristo você

deve lutar pelo seu Mestre, não por si mesmo. Você não deve levar adiante uma guerra

particular pela sua própria honra, mas todo o seu tempo e todo o seu poder devem ser

gastos em Sua defesa e Sua guerra. Vocês não devem ter nenhuma palavra para falarem

por si mesmos. Frequente e completamente, quando chegamos a baixos temperamentos e

o nosso sangue é despertado, nós podemos pensar que estamos lutando pela causa da

verdade de Deus, quando estamos realmente sustentando nosso próprio orgulho! Imagi-

namos que estamos defendendo o nosso Mestre, mas estamos defendendo nossos pró-

prios pequenos “eus”, muitas vezes a ira se levanta contra um adversário não porque suas

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palavras refletem desonra ao glorioso Cristo, mas porque elas nos desonram! Oh, não nos

deixemos ser tão pequenos quanto a lutar as nossas próprias batalhas! Dependam disto,

os meios mais nobres de conquista para um Cristão em matéria de calúnia e falsidade são

ficar parado e ver a salvação de Deus! Embainhe a sua própria espada, baixe todas as suas

próprias armas quando você vem para lutar sua própria batalha e deixe Deus lutar por você

e você será mais que vencedor!

Mais uma vez, é preciso lembrar que não existe tal coisa como lutar as batalhas da nossa

própria denominação, quando deveríamos estar lutando as batalhas de Deus. Imaginamos

que estamos apoiando a Igreja quando estamos mantendo apenas a nossa porção da

mesma. Eu sempre serei muito sensível quanto à honra do corpo Cristão a que pertenço,

mas eu prefiro ver a sua honra manchada do que a glória de toda a Igreja ser diminuída.

Cada soldado deve amar a legião peculiar em que ele se alistou, mas é melhor ver as cores

dessa legião rasgada em farrapos, do que ver o velho estandarte da cruz pisoteado na la-

ma! Agora, eu confio que estamos prontos para dizer de nossa própria denominação, “deixe

o seu nome perecer, se o Nome de Cristo deverá ser glorificado assim”. Se a extinção da

nossa denominação for a conquista de Cristo e da promoção do seu Reino, então deixe-a

ser eliminada do livro de registro e não deixe o seu nome jamais ser ouvido! Devemos, eu

digo, cada um de nós, defender o corpo a que pertencemos, pois temos consciência que

nos unimos na crença de ser este o mais próximo do padrão antigo da Igreja de Cristo e

Deus não permita que nós a deixemos por uma pior. Se vemos uma melhor, então podería-

mos sacrificar nossos preconceitos por nossas convicções, mas não podemos deixar a

velha bandeira desde que o vemos ser o estandarte que ondulava nas mãos de Paulo e

que foi entregue por ele através de muitas gerações, através de Crisóstomo a Agostinho,

de Agostinho a Calvino e assim por diante até a corrida gloriosa de homens poderosos que

não se envergonharam do Evangelho de Cristo Jesus. Mas ainda assim, eu digo, que se o

nosso nome, nossa porção e nossa denominação forem absorvidos e deixe-os afundar, de

modo que a guerra do Senhor seja apenas bem travada e o tempo do triunfo de Cristo

apressado!

“Guerreia as guerras do Senhor”. Então, quais são estas? Estas são as guerras contra o

pecado, as guerras contra o erro, as guerras contra as batalhas e as batalhas contra o

mundanismo! Lute contra estes, Cristão, e você terá o suficiente para fazer! As guerras do

Senhor são antes de tudo contra o pecado. Busque a graça de lutar essa batalha em seu

próprio coração. Se esforce pela graça Divina para superar essas tendências que continu-

amente o atraem à iniquidade. Lute de joelhos contra os seus pecados que o assediam.

Conforme os hábitos aparecem, esforce-se por dividi-los pelo machado de batalha da forte

resolução empunhado pelo braço da fé. Enquanto as suas paixões apressam-se, tire-as ao

pé da cruz e deixe o sangue de Jesus cair sobre essas víboras e elas morrerão! O sangue

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de Cristo deve derramar o sangue do pecado, a morte de Cristo deve ser a morte de

iniquidade, a cruz de Cristo será a crucificação da transgressão! Esforce-se para expulsar

os Cananeus de seus corações, sem nenhuma reserva! Que nenhuma luxúria insignificante

escape. Abata o orgulho, a preguiça, a luxúria e a incredulidade e você tem agora uma ba-

talha diante da qual você pode ocupar as suas mãos e mais do que usá-las! Oh, clame a

Deus por força e olhe para os montes, de onde vem a sua ajuda e depois lute! E conforme

cada pecado é vencido, cada mau hábito quebrado, cada desejo negado, vá para o desarr-

aigamento de um outro e a destruição de mais deles, até que tudo seja subjugado; alma,

corpo e espírito devem ser consagrados a Cristo como um sacrifício vivo, purificado pelo

Seu Espírito Santo!

E enquanto essa batalha está ocorrendo, sim, e enquanto ela ainda está sendo travada,

saia e lute com os pecados de outros homens. Fira-os pela primeira vez com a arma do

exemplo santo. Seja você mesmo o que você deseja que os outros sejam! Sejam limpos

aqueles que carregam os vasos do Senhor, os vasos do Senhor. Seja você mesmo limpo

antes que você espere ser o purificador do mundo. E então, depois de ter procurado

primeiro a bênção de Deus, saia para o mundo e dê o seu testemunho contra o pecado.

Que o seu testemunho seja inabalável. Nunca deixe um pecado passar sob seus olhos sem

repreensão. Mate totalmente novos e velhos, não deixe que um único escape! Fale por

vezes severamente se o pecador é endurecido em seu pecado. Fale suavemente se é sua

primeira ofensa, procurando não quebrar a sua cabeça, mas quebrar a cabeça da sua

maldade; não quebre os seus ossos ou fira os seus sentimentos, mas corte o seu pecado

em dois e deixe a sua iniquidade morta diante de seus olhos. Prossiga onde o pecado é

mais excessivo. Desça o beco escuro, suba a escada rangente; penetre nos antros de

iniquidade onde o leão do abismo encontra-se em seu covil de morte e vá arrancar da boca

do leão as duas pernas e um pedacinho da orelha, se for tudo que você puder salvar! Conte

sempre a sua alegria de seguir a trilha do leão, enfrente-o no seu covil e lute com ele onde

ele reina mais seguro. Proteste contra o mal de qualquer tipo e forma, todo dia, toda hora,

por ato, por palavra, pela pena, pela língua! Seja como uma ardente e brilhante luz no meio

das trevas e como espadas de dois gumes no meio das hostes do pecado!

Ora, um verdadeiro Cristão que vive perto de Deus e se enche de graça e é santificado

pode estar no meio dos pecadores e fazer maravilhas! Que maravilhosa façanha foi a que

Jonas fez! Havia a grande cidade de Nínive, tendo nela cento e vinte mil almas que não

sabiam discernir a sua mão direita da esquerda e um homem foi contra isso — Jonas — e

quando ele se aproximou, ele começou a clamar: “Ainda quarenta dias e Nínive será

subvertida”. Ele entrou na cidade, talvez ele tenha ficado horrorizado por alguns momentos

olhando a multidão de sua população, em sua riqueza e esplendor, mas novamente ele

animou a sua voz estridente afiada, “ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida”. Ele

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passava e a multidão aumentava em torno dele enquanto ele seguia por cada rua, mas não

ouviam nada, senão a monotonia solene: “ainda quarenta dias e Nínive será subvertida”. E

mais uma vez, “ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida”. E ele prosseguia, aquele

homem solitário, até que ele causou convulsão no meio de miríades e o rei em seu trono

vestiu-se de pano de saco e proclamou um jejum, um dia de luto e de tristeza! Ainda assim

ele continuou, “ainda quarenta dias e Nínive será subvertida”. “Ainda quarenta dias e Nínive

será subvertida”, até que todas as pessoas se curvaram diante dele e aquele homem foi o

conquistador dos milhares!

Ah, crente, se você apenas saísse e fizesse o mesmo! Se você somente for para as ruas,

as veredas, os caminhos, as casas, e para as privacidades dos homens e ainda com este

brado contínuo contra pecado e a iniquidade, dizer-lhes: “olhem para a cruz e vivam! Olhem

para a cruz e vivam.” Embora houvesse apenas um homem sério em Londres, que prosse-

guisse nessa monotonia: “olhai para a cruz e vivei”, de extremo a extremo, a cidade tremeria

e a grande metrópole Leviatã seria posta a estremecer! Vá em frente, então, crente, e clame

contra o pecado com todo o seu poder!

E, ainda assim, devemos clamar contra o erro. É o negócio do pregador, Sabath após

Sabath, e nos dias de semana após dias de semana, pregar todo o Evangelho de Deus e

vindicar a verdade de Deus como ela é em Jesus à parte da oposição do homem. Milhares

são as heresias que agora afligem a Igreja de Cristo. Ó filhos de Deus, guerreiem as guerras

do Senhor pela verdade de Deus! Estou surpreso e ainda mais espantado quando eu venho

anunciá-lo, com a falta de seriedade que há no protestantismo da época presente! Como

você imagina que o Cardeal Wiseman paga por todos os seus esplendores, e que a Igreja

Romana é apoiada? Tolos e néscios de coração, você encontra neles muito de sua riqueza!

Se ele pregará em qualquer lugar, quem são aquelas multidões na capela cheia e que

pagam para entrar? Os Protestantes! E o Protestantismo da Inglaterra é o tesoureiro do

Papa! Tenho vergonha que os filhos dos reformadores que têm Smithfield ainda em seu

meio não edificaram acima, devam curvar-se perante a besta e dar sequer um único cen-

tavo para o santuário do primogênito de Satanás! Olhem por vocês mesmos, vocês Protes-

tantes, para que não sejam participantes de suas pragas! Não toquem nela, para que não

se contaminem! Não deem uma dracma a ela, ou um grão de incenso a seus incensadores,

vocês serão participantes de seus adultérios e participantes de suas pragas! Toda vez que

você passar na casa do Papado, leva uma luz de maldição sobre sua cabeça, assim diz o

Senhor: “E ouvi outra voz do céu, que dizia: Sai dela, povo meu, para que não sejas partici-

pante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas. Porque já os seus peca-

dos se acumularam até ao céu, e Deus se lembrou das iniquidades dela. Tornai-lhe a dar

como ela vos tem dado, e retribuí-lhe em dobro conforme as suas obras; no cálice em que

vos deu de beber, dai-lhe a ela em dobro. Quanto ela se glorificou, e em delícias esteve,

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foi-lhe outro tanto de tormento e pranto; porque diz em seu coração: Estou assentada como

rainha, e não sou viúva, e não verei o pranto. Portanto, num dia virão as suas pragas, a

morte, e o pranto, e a fome; e será queimada no fogo; porque é forte o Senhor Deus que a

julga” (Apocalipse 18:4-8).

Quão suave a mente de alguns homens está crescendo, quão efeminada na batalha! Ouço

então falar sobre Puseísmo, e o que é isso, senão o Papado feito pior do que era antes por

ser mais desprezível e ilusório do que até mesmo o próprio Papado? Você não ouve os

homens falar dos Puseístas nestes dias e dizerem: “Ah, bem, eles diferem um pouco de

nós”. O partido evangélico na Igreja da Inglaterra não parece, neste momento, fazer causa

comum e festa com o Puseísta? Então como é que a grande pregação foi alternativamente

realizada pela Alta e Baixa Igreja? Está tudo muito bem com a Igreja quando ela está

separada de seus filhos heréticos e um grande abismo é posto, mas tudo o que ajuda a

preencher o abismo deve estragar a sua glória e destruir o seu poder! Nós não devemos

ter nenhuma trégua, nenhum tratado com Roma! Guerra! Guerra em espada com ela! Não

pode haver paz! Ela não pode ter paz conosco, nós não podemos ter paz com ela. Ela odeia

a Igreja verdadeira e só podemos dizer que o ódio é recíproco! Nós não colocamos a mão

sobre os seus sacerdotes. Nós não iremos tocar em um fio de cabelo de suas cabeças.

Deixe-os ser livres. Mas a sua doutrina nós queremos destruí-la da face da terra, como a

doutrina de Satanás! Então, que ela pereça, ó Deus, e que esta coisa má torne-se como a

gordura dos cordeiros. Em fumaça deixe-a consumir-se, sim, em fumaça deixe-a ser consu-

mida à distância!

Devemos guerrear contra este erro gigante, seja em que forma for preciso. E assim deve-

mos fazer com todos os erros que poluem a Igreja. Mate-os totalmente! Que nenhum esca-

pe! “Guerreia as guerras do Senhor”. Mesmo que seja um erro que ocorre em uma igreja

evangélica, ainda assim devemos feri-lo. Eu amo todos aqueles que amam o Senhor Jesus

Cristo, mas, no entanto, não posso ter qualquer trégua, qualquer tratado com muitos erros

que se infiltraram na Igreja, nem eu tenho considerando-os com complacência. Somos um

em Cristo, sejamos amigos uns dos outros. Mas nunca vamos ser amigos um do erro do

outro! Se eu estiver errado, me repreenda com severidade. Eu posso suportá-lo e o supor-

tarei com alegria, e se você estiver errado, espere a mesma medida de mim e não a paz

nem a negociação com seus erros. Vamos todos ser verdadeiros um ao outro e fiéis a

Cristo. E assim que percebemos um erro, ainda que seja como a sombra de um, vamos

extirpá-lo e expulsá-lo dentre nós, para que não aflijam todo o corpo e coloque lepra em

toda a estrutura da Igreja! Não há paz com o pecado! Não há paz com mentiras! Guerra,

guerra, guerra sem deliberação, guerra para sempre contra o erro e o engano!

E mais uma vez, é o dever do Cristão sempre ter guerra contra a guerra. Tenhamos amar-

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gura em nossos corações contra qualquer homem que vive para servir a Satanás. Devemos

falar muito duramente e com firmeza contra o erro e contra o pecado, mas contra os homens

não temos nenhuma palavra a dizer, ainda se fosse o próprio Papa, não tenho inimizade

em meu coração contra ele como homem, mas como anti-Cristo. Com os homens, o Cristão

é um deles. Não somos irmãos de todos os homens? “Deus fez de uma só carne todas as

pessoas que habitam sobre a face da terra”. A causa de Cristo é a causa da humanidade!

Somos amigos de todos e não somos inimigos de ninguém. Nós não falamos mal, nem

mesmo do próprio falso profeta como um homem, mas como um falso profeta, nós somos

seus adversários ajuramentados! Agora, Cristãos, vocês têm uma guerra difícil a combater

porque, enquanto vocês lutam com todo o mal e hostilidade entre homem e homem, vocês

devem ser pacificadores. Vão onde vocês podem, se vocês veem uma briga, vocês deverão

desfazê-la. Vocês devem arrebatar tições do fogo e se esforçar para apagá-los nas águas

da bondade. É a sua missão trazer as nações à união e soldá-las em uma só. Vocês devem

fazer um homem amar outro homem, fazê-lo não mais o devorador de sua raça. Isso vocês

só podem fazer sendo os amigos da pureza. Paz com o erro é uma guerra contra o homem,

mas a guerra contra o erro é a paz com o homem. Fira o erro, fira o pecado e você tem feito

o seu melhor para promover a felicidade e a união entre os homens. Ah, vá, Cristão, na

força do Espírito, e fira a sua própria ira, leve-a à morte! Fira seu próprio orgulho, igualmente

fira a ira de todos os outros homens. Faça as pazes sempre que puder, espalhe a paz com

as duas mãos. Que este seja o próprio ar que você respira! Não soltemos nada dos lábios,

senão palavras de cura, palavras de ternura; palavras que devem diminuir a contenda e

ruído deste pobre mundo distraído. E agora você tem uma guerra diante de você, uma

guerra contra o pecado e contra o erro e, em seguida, também, uma guerra contra os con-

flitos: a guerra do amor.

II. E agora PARA OS SOLDADOS DO SENHOR, quem são estes que devem lutar as guer-

ras do Senhor? Nem todo mundo. O Senhor tem o Seu exército, a Sua Igreja; quem são

eles? Os soldados do Senhor são todos de Sua própria escolha. Ele escolheu-os para fora

do mundo. E eles não são do mundo, como também Cristo não é do mundo. Mas se você

quer conhecer os soldados do Senhor, vou dizer-lhe como você pode averiguar se você é

um. Quando o Senhor Jesus alista um soldado na Sua Igreja, a primeira coisa que Ele faz

com ele é dizer-lhe que deve primeiro tirar todos os trapos das roupas velhas que ele estava

desejoso de usar. “Agora”, diz-lhe Jesus: “seus trapos deverão ser deixados. Seus pecados

e sua autojustiça, ambos devem ser abandonados. Aqui está o uniforme, aqui está a roupa

interior da Minha justiça imputada e aqui está a vestimenta exterior da Divina santificação.

Vista-se nestes e você é Meu. Mas, em suas próprias vestes não terei nada a ver com você,

que ainda deve continuar um herdeiro da ira e eu não vou contar você entre os herdeiros

da graça”. Assim que um homem tem seus trapos retirados, Cristo o alistou! A próxima

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coisa que ele é obrigado a fazer é purificar-se. Ele é lavado da cabeça aos pés em um

banho de sangue incomparável. E quando lavado, ele está vestido e revestido com a justiça

de Jesus Cristo. Isto feito, ele é levado para o meio do exército e apresentado aos seus

companheiros e é levado a amar todo o exército. “Bem”, diz alguém, “eu amo a minha

própria posição”. Você o faz? Então, você não pertence ao exército de Deus se você não

ama as outras fileiras também! Aquele que é um verdadeiro soldado de Cristo usa Seus

uniformes e ele ama todo o exército. Ele apoia o seu próprio regimento e gosta de sua

bandeira, o estandarte que tem enfrentado tantas vezes a batalha e a tempestade. Ainda

assim, ele ama todo o exército, por mais que as cores possam ser diferentes. Ele ama todos

os que servem ao Senhor Jesus Cristo. Por isso também saberemos se somos Seus

discípulos, “se vos amardes uns aos outros, como também Cristo vos amou”.

Uma vez que você foi trazido para o exército, há uma marca pela qual você pode saber se

é um soldado de Cristo, ou seja, se não pertence a si mesmo. Se você encontrar o soldado

de Cristo, ele dirá: “Da cabeça aos pés eu pertenço ao meu Capitão, cada centímetro de

mim. E mais, eu desisti de bens, esposa e filhos, tempo e talento, tudo por Ele! Eu não

pertenço a mim mesmo, eu sou comprado com um preço.” Ele é um homem consagrado.

Venha, então, coloque essas perguntas para si mesmo. Você foi lavado no sangue de

Cristo? Você se gloria na justiça imputada de Cristo? E você está vestido com a santificação

do Seu Espírito? Você deixou tudo por Sua causa? Pelo amor que você tem por Seu Nome,

você está disposto a viver ou a morrer, como a Ele aprouver, se você puder apenas

promover a Sua honra? Bem, então, você é Seu soldado e, por isso, não vou precisar tirar

quaisquer outras linhas de distinção. Mas passo para o terceiro ponto, que é:

III. A EXORTAÇÃO: “Guerreie!”, “Guerreia as guerras do Senhor”. Se você é o soldado do

Rei celeste “às armas! às armas!”, “Guerreia as guerras do Senhor”.

Aqui observo que há algumas pessoas que gostam muito de olhar, mas não de lutar! Talvez

cinco em cada seis das nossas igrejas pouco fazem, senão olhar. Você vai vê-los e você

diz: “bem, o que está fazendo a sua Igreja?”, “Bem, graças a Deus, nós estamos fazendo

um grande negócio! Temos uma da Escola Dominical com muitas crianças. Nosso ministro

prega muitas vezes e muitos membros foram adicionados às Igrejas. Os doentes são visi-

tados. Os pobres são aliviados”. E você os parar e diz: “bem, amigo, eu estou feliz em saber

que você está fazendo tanto. “Mas que trabalho você faz? Você ensina na Escola Domi-

nical?” “Não”. “Você prega na rua?”, “Não”. “Você visita os doentes?”, “Não”. Você auxilia

na disciplina da igreja?”, “Não”. “Você contribui para os pobres?”, “Não”. Contudo eu pensei

que você disse que estava fazendo muito! Destaque-se, senhor, por favor, você não está

fazendo absolutamente nada, você deveria ter vergonha! Seu Mestre não diz: “Olhe para

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as batalhas do Senhor”, mas, as “guerreie”! “Ah”, diz alguém, “mas então, você sabe, eu

contribuo para o sustento dos ministros, ele tem que fazer todas as outras coisas”. Oh, eu

vejo que você cometeu um erro! Você pensou que pertencia ao governo Inglês e não ao

governo de Cristo! Você está pagando por um substituto, não é? Você não está indo, pes-

soalmente, para o combate? Você está pagando para manter um substituto para lutar por

você? Ah, você cometeu um grande erro aqui! Cristo quer que todos os seus soldados lu-

tem! Ora, eu não sou mantido para fazer a guerra por você, eu me esforçarei para encorajá-

lo e animá-lo para a batalha, mas quanto a fazer o seu dever: não, obrigado. O Romanista

pode acreditar que seu sacerdote faz o trabalho por ele, eu não acredito em qualquer coisa

semelhante no meu caso, nem no caso de seus ministros. Cristo não é servido por procu-

ração e você não pode servi-lO por procuração! Não, “Levando ele mesmo em seu corpo

os nossos pecados sobre o madeiro” [1 Pedro 2:24], e você deve trabalhar por Cristo em

seu próprio corpo, seu próprio ser, com o seu próprio coração e com suas próprias mãos!

Eu odeio essa religião que outro homem pode fazer por você! Depender disto não é bom

para nada! A verdadeira religião é algo pessoal. Os soldados do Rei celestial não deixam

seus tenentes e seus oficiais guerrearem sozinhos! Venham conosco! Nós brandimos

nossas espadas à frente. Vamos companheiros, avancemos! [...] Você nos abandonará?

Suba a escada conosco! Vamos mostrar ao inimigo o que o sangue Cristão pode fazer e à

base da espada vamos expulsar nossos inimigos diante de nós! Se você deixar com que

façamos tudo, tudo será arruinado; todos nós precisamos fazer alguma coisa, todos preci-

samos estar trabalhando para Cristo. Aqui, então, está a exortação para cada Cristão:

“Guerreie as guerras do Senhor”.

E agora, lerei o código marcial, as regras que Cristo, o Capitão, lhe dá para que obedeça

no combate de Suas guerras.

Regulamento I. NENHUMA COMUNICAÇÃO NEM UNIÃO COM O INIMIGO! “Vocês não

são do mundo”. Você não deve ter trégua, nem aliança, nem tratado com os inimigos de

Cristo! “Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; E não toqueis nada imundo”

[2 Coríntios 6:17].

Regulamento II. NENHUM TERRENO A FORNECER OU TOMAR! Você não deve dizer

ao mundo, “Não! Acredite em mim para ser melhor do que eu sou”, e nunca acredite que o

mundo seja melhor do que é. Não peça isso para desculpá-lo. Não o desculpe. Sem nego-

ciação com ele seja no que for. Se o louvar, não se importe com o seu louvor. Se ele te

despreza, ria na sua cara. Não tenha nada a ver com a sua amizade fingida! Não peça ab-

solutamente nada de suas mãos, deixe-o ser crucificado para você e você para ele.

Regulamento III. NENHUMAS ARMAS E MUNIÇÕES TOMADAS DO INIMIGO DEVEM

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SER USADAS PELOS SOLDADOS DE EMANUEL, MAS DEVEM SER QUEIMADAS NO

FOGO! Se você os vencer e encontrar suas armas no chão, crave-as e as derreta! Nunca

as tire do fogo, ou seja, nunca lute as guerras de Cristo com as armas do Diabo. Se o seu

inimigo fica com raiva, não fique com raiva dele. Se ele calunia você, não o difame. Uma

das melhores armas do Diabo é calúnia, crave-as e derreta-as, não tente usá-las contra o

inimigo! De todos os tipos de amargura, estes são tições de morte que Satanás lança contra

nós, nunca os atire de volta para ele. Lembre-se de seu Mestre. “Quando ele foi insultado

Ele não injuriou”. Nunca se meta com as armas do inimigo, mesmo que você possa. Se

você acha que pode esmagá-lo pelo seu próprio modo de guerra, não faça isso. Foi muito

bom para Davi cortar a cabeça de Golias com sua própria espada, mas não teria feito, pois

não faria isto até que ele tivesse antes de tudo, dividido sua a cabeça com uma pedra. Ten-

te obter uma pedra tirada do ribeiro da verdade e lance-a com a funda da fé, mas não tenha

nada a ver com a espada de Golias! Você se cortará com ela e não obterá nenhuma honra.

Regulamento IV. NÃO TEMA, TREMA, OU SE ACOVARDE! “Os filhos de Efraim, armados

e trazendo arcos, viraram as costas no dia da peleja” [Salmos 78:9], mas Cristo não quer a

covardia de vocês. Não temam! Lembrem-se, se alguém se envergonhar de Cristo nesta

geração, dele Cristo se envergonhará no dia em que vier na glória de seu Pai e todos os

seus santos anjos. “E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei

antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo” [Mateus 10:28]

Regulamento V. NÃO COCHILE, DESCANSE, VACILE, OU SE ENTREGUE! Esteja sem-

pre nisto, todo nisto, constantemente nisso, com todo seu poder nisto. Não há descanso. O

seu tempo de descanso está por vir, na sepultura. Esteja sempre lutando contra o inimigo.

Peça a cada dia por graça para conseguir uma vitória e a cada noite sono a menos para

que você possa sentir que tem feito algo pela causa de Cristo, que tem ajudado a levar o

estandarte um pouco mais avante para o meio das fileiras do inimigo. Oh, se nós apenas

atendêssemos a estes regulamentos quanto poderia ser feito! Mas, porque nos esque-

cemos deles, a causa de Cristo é retardada e a vitória está longe.

E agora, antes que eu lhes envie para seus caminhos, eu convocarei os soldados de Cristo

e os disciplinarei por um minuto ou dois. Vejo algumas vezes os capitães marchando com

seus soldados para lá e para cá e vocês podem rir e dizer que eles não estão fazendo nada.

Mas observem, toda esta manobra; esta formação em quadrados e assim por diante, tem

seu efeito prático quando eles vêm para o campo de batalha. Permitam-me, então, colocar

os Cristãos em suas posturas.

A primeira postura que o Cristão deve tomar e em que deve ser muito bem exercitado, é

esta: dobrar ambos os joelhos, mãos para cima e os olhos para o céu! Não há postura como

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essa. Chama-se a postura da oração. Quando a Igreja de Cristo foi batida em todos os sen-

tidos, ela finalmente foi levada aos joelhos e, em seguida, todo o exército do inimigo fugiu

diante de nós, pois de joelhos a Igreja de Cristo será mais do que vencedora! A legião que

ora é uma legião de heróis. Aquele que compreende esta postura tem aprendido a primeira

parte do exercício celestial.

A próxima postura é: OS PÉS FIRMES, AS MÃOS IMÓVEIS, E OS OLHOS PARA CIMA!

Uma postura forte, embora pareça muito fácil. “Postai-vos, ficai parados, e vede a salvação

do Senhor para convosco” [2 Crônicas 20:17]. Eu conheci muitos homens que poderiam

praticar a primeira posição mas que não poderiam praticar a segunda. Talvez tenha sido a

coisa mais difícil que os filhos de Israel já fizeram. Quando tiveram o mar adiante e Faraó

atrás deles, eles foram ordenados a ficar parados. Vocês devem aprender a ficar quietos

quando são provocados, fiquem em silêncio quando são ridicularizados, esperem sob provi-

dências adversas e ainda acreditem que na hora mais escura que o sol não está morto,

mas brilhará novamente. Pacientemente esperem pela vinda de Cristo; que todos nós pos-

samos aprender isso!

Outra postura é esta: MARCHE RAPIDAMENTE, CONTINUAMENTE VÁ PARA A FREN-

TE! Ah, existem alguns Cristãos que estão constantemente dormindo em suas armas, eles

não entendem a postura de passar para a frente. Marche rápido! Muitos Cristãos parecem

estar mais qualificados no passo de ganso, no levantar de um pé após o outro e colocá-los

no mesmo lugar, ao invés de ir para a frente! Oh, eu desejo que todos nós saibamos como

progredir, a “crescer na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus

Cristo”. Nunca pensem que vocês estão fazendo alguma coisa, a menos que vocês estejam

indo para a frente; tenham mais amor, mais esperança, mais alegria e estendam sua esfera

de utilidade. Soldados de Cristo, marchem rapidamente! “Fala aos filhos de Israel que mar-

chem”. Não permitam que eles voltem atrás. Não permitam que eles fiquem parados. Conti-

nuem, continuem, continuem soldados de Cristo! Sigam em frente!

Outra postura é uma que é muito difícil de aprender, de fato. É aquilo que nenhum soldado,

eu penso, nunca foi dito fazer por seu capitão, exceto o soldado de Cristo: FECHE OS

OLHOS, FECHE OS OUVIDOS, E FECHE O CORAÇÃO! Ou seja, quando você passar pe-

la feira da vaidade, feche os olhos, de modo a não olhar para a tentação. Feche os ouvidos,

de modo a não considerar tanto os elogios ou as zombarias do mundo. E feche o coração

contra o mal, com a grande pedra do preceito. “Escondi a tua palavra no meu coração, para

eu não pecar contra ti” [Salmos 119:11]. Role uma pedra para a porta do seu coração para

que o pecado não possa vir de fora. Essa é uma postura difícil. Mas você nunca guerreará

as guerras do Senhor, até você saiba como manter isso.

E depois há uma outra postura: PÉS FIRMES, ESPADA NA MÃO. OLHOS ABERTOS,

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OLHANDO SEU INIMIGO, OBSERVANDO CADA SIMULAÇÃO QUE ELE FAZ E OBSER-

VANDO TAMBÉM A SUA OPORTUNIDADE DE ARREMETER CONTRA ELE, DE ESPA-

DA NA MÃO! Essa postura você deve manter todos os dias. Proteja-se contra os dardos do

inimigo. Segure o seu escudo e esteja pronto para correr contra ele e fazer-lhe uma ferida

mortal! Não preciso explicar isso. Vocês que têm que lidar com negócio, vocês que estão

no ministério, vocês que estão servindo a Deus como diáconos e presbíteros, vocês sabem

quantas vezes vocês têm que repelir os dardos e ver bem o seu inimigo e se encontrar com

ele de espada na mão pronto para arremeter sempre que o seu tempo vier. Não perca

nenhuma oportunidade, nunca deixe nenhuma ocasião passar! Fira seu inimigo sempre

que puder. Mate o pecado, mate o erro e destrua a amargura tão frequentemente quanto

você tenha a oportunidade de fazê-lo!

Há uma outra postura, a qual é muito feliz para o filho de Deus assumir e eu gostaria de

lembrá-la hoje. MÃOS ABERTAS E CORAÇÃO ABERTO, QUANDO VOCÊS ESTÃO AJU-

DANDO OS SEUS IRMÃOS; uma mão pronta para dar quaisquer que sejam as necessi-

dades da Igreja e um olho pronto para procurar ajudar quando não é possível dar uma ajuda

com a mão e pronto para guiar a mão sempre que a ajuda é necessária. E um coração

aberto para ouvir o relato das necessidades dos outros, para “alegrar-se com os que se

alegram e chorar com os que choram” [Romanos 12:15].

Acima de tudo, a melhor postura para a Igreja de Cristo é a de PACIENTE ESPERA DO

ADVENTO DE CRISTO, um olhar para o Seu aspecto glorioso, aquele que deve vir e não

tardará, mas que obterá para Si mesmo a vitória! Agora, se você vai para sua casa e se a

graça divina deve ajudá-lo a postar-se por esta forma de disciplina, você será poderoso no

dia da batalha para acabar com o inimigo.

E agora permita uma palavra de exortação, muito breve, mas calorosa e séria. Ó irmãos e

irmãs Cristãos, quanto mais vocês pensarem sobre isso, mais vocês se envergonharão de

si mesmos e do presente da Igreja, pois fazemos tão pouco para Cristo! Cerca de 1800

anos atrás, houve um punhado de homens e mulheres em uma posição superior. E esse

punhado de homens e mulheres foram tão dedicados ao seu Mestre e tão verdadeiros por

Sua causa, que dentro de cem anos, eles haviam superado todas as nações do globo

habitável! Sim, dentro de 50 anos anunciaram o Evangelho em toda a terra! E agora olhem

para este grande exército reunido aqui hoje. Provavelmente, não há menos de dois ou três

mil membros de igrejas Cristãs, além dessa multidão misturada, e agora, o que vocês farão

em 50 anos? O que a igreja fez em qualquer ano de sua existência? Ora, quase nada em

absoluto! Às vezes me pergunto por quanto tempo Deus permitirá que a igreja esteja

confinada na Inglaterra. Eu temo que nós nunca veremos o mundo convertido até que este

país seja invadido. Se alguma vez acontecer que os nossos lares e casas sejam invadidos

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e que devamos ser espalhados para o norte, sul, leste e oeste, por todo o mundo, será a

coisa mais grandiosa que já aconteceu para a Igreja de Cristo! Gostaria de estar de joelhos

e orar noite e dia para que isso não venha a acontecer por causa da nação, mas, no entanto,

às vezes penso que o maior desastre que pode alguma vez ocorrer à nossa nação será a

única maneira pela qual a Igreja de Cristo será espalhada!

Olhe para isto. Aqui você tem as suas Igrejas, em quase todas as ruas e, apesar da miséria

de Londres, não estamos desamparados se você comparar com as nações do mundo. Oh!

nós não devemos, como ministros de Cristo, nos derramar em legiões? E não deveria nosso

povo ir a qualquer lugar no mundo habitável, em uns e dois e três, pregando o Evangelho?

Mas será que você teria que deixar esposa, e casa, e filhos? Eu não gostaria que você o

fizesse, mas se você o fizesse, então o poder de Cristo seria visto e, em seguida, o poder

da Igreja retornaria mais uma vez! Eles eram homens sem bolsa nem alforje que iam por

toda parte pregando a Palavra, e Deus estava com eles e o mundo ouviu e foi convertido.

Ora, nós não podemos ir, se não formos enviados e, talvez, é razoável que a carne e o

sangue não devem fazer mais. Mas, ainda assim, se a vida de Deus estiver na Igreja, ela

não permaneceria na Inglaterra por tanto tempo! Seriam enviadas suas fileiras e legiões,

levando juntos em um enorme fluxo, uma nova cruzada seria apregoada contra as nações

pagãs e a espada do Senhor e de Gideão feriria o mais vigoroso dos nossos inimigos e

Cristo reinaria e Seu Irresistível Reino então viria! Oh, que a igreja tivesse poder com os

homens e poder com Deus! Queridos irmãos e irmãs, olhem para fora e vejam o que vocês

podem fazer, cada um de vocês! Façam algo hoje! Não deixem que este Domingo se vá

sem que cada um de vocês experimente ser o meio de ganhar uma alma para Deus! Vão

para as suas escolas Dominicais nesta tarde. Vão para os seus postos de pregação. Vão

para o seu distrito distribuir folhetos, cada um na sua esfera. Vão às suas famílias, às suas

mães, pais, irmãos, irmãs. Vão para casa e façam alguma coisa hoje! “Guerreie as guerras

do Senhor”. Vocês não podem fazer nada de si mesmos. Mas Deus estará com vocês, se

vocês têm vontade de servi-lO, Ele lhes dará o poder! Vão hoje e procurem tapar alguma

brecha, acabem com alguma inimizade; matem algum pecado ou refutem algum erro! E

Deus estará com vocês, este será um dia mui feliz para sua alma e um dia mais sagrado

para o mundo do que vocês já têm visto em toda a sua experiência anterior!

Eu darei um golpe e, em seguida, você pode ir. Pecador, lembro-me que você está aqui

nesta manhã, assim como o santo. Pecador, você não é soldado de Cristo. Você é um

soldado de Satanás! Você terá o seu pagamento em breve, homem, depois de ter usado

sua espada e gasto seu braço na luta contra Cristo. Você deve ter o seu pagamento. Olhe

para isso e estremeça! “O salário do pecado é a morte”, e a condenação também! Você

levará esses dois, ou você agora renunciará ao velho tirano sombrio e alistar-se-á sob o

estandarte de Cristo? Oh, que Deus lhe dê o dinheiro honesto da livre graça e aliste você

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agora como um soldado da cruz! Lembre-se, Cristo toma as próprias escórias para serem

Seus soldados. Todo homem que estava em dívida e todo homem que estava descontente

veio a Davi, e ele se fez chefe deles. Agora, se você estiver em dívida, nesta manhã para

com a Lei de Deus e não pode pagar, se você está descontente com o serviço do Diabo,

cansado e desgastado com o prazer, venha a Cristo e Ele vai recebê-lo, torná-lo um soldado

da cruz e um seguidor do Cordeiro! Deus esteja com você e o abençoe, deste dia em diante,

até mesmo para sempre! Amém.

ORE PARA QUE O ESPÍRITO SANTO use este sermão para trazer muitos

Ao conhecimento salvador de JESUS CRISTO.

Sola Scriptura!

Sola Gratia!

Sola Fide!

Solus Christus!

Soli Deo Gloria!

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10 Sermões — R. M. M’Cheyne

Adoração — A. W. Pink

Agonia de Cristo — J. Edwards

Batismo, O — John Gill

Batismo de Crentes por Imersão, Um Distintivo

Neotestamentário e Batista — William R. Downing

Bênçãos do Pacto — C. H. Spurgeon

Biografia de A. W. Pink, Uma — Erroll Hulse

Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a

Doutrina da Eleição

Cessacionismo, Provando que os Dons Carismáticos

Cessaram — Peter Masters

Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção da

Eleição — A. W. Pink

Como Ser uma Mulher de Deus? — Paul Washer

Como Toda a Doutrina da Predestinação é corrompida

pelos Arminianos — J. Owen

Confissão de Fé Batista de 1689

Conversão — John Gill

Cristo É Tudo Em Todos — Jeremiah Burroughs

Cristo, Totalmente Desejável — John Flavel

Defesa do Calvinismo, Uma — C. H. Spurgeon

Deus Salva Quem Ele Quer! — J. Edwards

Discipulado no T empo dos Puritanos, O — W. Bevins

Doutrina da Eleição, A — A. W. Pink

Eleição & Vocação — R. M. M’Cheyne

Eleição Particular — C. H. Spurgeon

Especial Origem da Instituição da Igreja Evangélica, A —

J. Owen

Evangelismo Moderno — A. W. Pink

Excelência de Cristo, A — J. Edwards

Gloriosa Predestinação, A — C. H. Spurgeon

Guia Para a Oração Fervorosa, Um — A. W. Pink

Igrejas do Novo Testamento — A. W. Pink

In Memoriam, a Canção dos Suspiros — Susannah

Spurgeon

Incomparável Excelência e Santidade de Deus, A —

Jeremiah Burroughs

Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvação

dos Pecadores, A — A. W. Pink

Jesus! – C. H. Spurgeon

Justificação, Propiciação e Declaração — C. H. Spurgeon

Livre Graça, A — C. H. Spurgeon

Marcas de Uma Verdadeira Conversão — G. Whitefield

Mito do Livre-Arbítrio, O — Walter J. Chantry

Natureza da Igreja Evangélica, A — John Gill

OUTRAS LEITURAS QUE RECOMENDAMOS Baixe estes e outros e-books gratuitamente no site oEstandarteDeCristo.com.

— Sola Fide • Sola Scriptura • Sola Gratia • Solus Christus • Soli Deo Gloria —

Natureza e a Necessidade da Nova Criatura, Sobre a —

John Flavel

Necessário Vos é Nascer de Novo — Thomas Boston

Necessidade de Decidir-se Pela Verdade, A — C. H.

Spurgeon

Objeções à Soberania de Deus Respondidas — A. W.

Pink

Oração — Thomas Watson

Pacto da Graça, O — Mike Renihan

Paixão de Cristo, A — Thomas Adams

Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado — J. Edwards

Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural —

Thomas Boston

Plenitude do Mediador, A — John Gill

Porção do Ímpios, A — J. Edwards

Pregação Chocante — Paul Washer

Prerrogativa Real, A — C. H. Spurgeon

Queda, a Depravação Total do Homem em seu Estado

Natural..., A, Edição Comemorativa de Nº 200

Quem Deve Ser Batizado? — C. H. Spurgeon

Quem São Os Eleitos? — C. H. Spurgeon

Reformação Pessoal & na Oração Secreta — R. M.

M'Cheyne

Regeneração ou Decisionismo? — Paul Washer

Salvação Pertence Ao Senhor, A — C. H. Spurgeon

Sangue, O — C. H. Spurgeon

Semper Idem — Thomas Adams

Sermões de Páscoa — Adams, Pink, Spurgeon, Gill,

Owen e Charnock

Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de

Deus) — C. H. Spurgeon

Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A — J.

Edwards

Sobre a Nossa Conversão a Deus e Como Essa Doutrina

é Totalmente Corrompida Pelos Arminianos — J. Owen

Somente as Igrejas Congregacionais se Adequam aos

Propósitos de Cristo na Instituição de Sua Igreja — J.

Owen

Supremacia e o Poder de Deus, A — A. W. Pink

Teologia Pactual e Dispensacionalismo — William R.

Downing

Tratado Sobre a Oração, Um — John Bunyan

Tratado Sobre o Amor de Deus, Um — Bernardo de

Claraval

Um Cordão de Pérolas Soltas, Uma Jornada Teológica

no Batismo de Crentes — Fred Malone

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2 Coríntios 4

1 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;

2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem

falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,

na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 3 Mas, se ainda o nosso evangelho está

encoberto, para os que se perdem está encoberto. 4 Nos quais o deus deste século cegou os

entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória

de Cristo, que é a imagem de Deus. 5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo

Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus,

que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,

para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porém,

este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.

9 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;

10 Trazendo sempre

por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus

se manifeste também nos nossos corpos; 11

E assim nós, que vivemos, estamos sempre

entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na

nossa carne mortal. 12

De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. 13

E temos

portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,

por isso também falamos. 14

Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará

também por Jesus, e nos apresentará convosco. 15

Porque tudo isto é por amor de vós, para

que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de

Deus. 16

Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o

interior, contudo, se renova de dia em dia. 17

Porque a nossa leve e momentânea tribulação

produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 18

Não atentando nós nas coisas

que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se

não veem são eternas.