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INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE PIRACICABA ANO VII 2000 NÚMERO 7

Revista do IHGP - Vol. 7

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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba.

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  • INSTITUTO HISTRICO E

    GEOGRFICO DE

    PIRACICABA

    ANO VII 2000 NMERO 7

  • INSTITUTO HISTRICO E

    GEOGRFICO DE PIRACICABA

    DIRETORIA

    (02I

  • RELATRIO DE ATIVIDADES DA DIRETORIA

    Moacyr de Oliveira Camponez do Brasil Sobrinho Presidente do IHGP

    I - Atividades do IHGP no perodO de 03/1999 a 0212000 (2 ano da 1a gesto)

    1. Introduo As atividades do ano 03/1998 a 0211999 foram publicadas no n'

    6 da Revista IHGP. A Diretoria do ano 1999-2000, tambm pertencente ao binio

    1998-2000, por serem os anos contados entre os mesas de fevereiro a maro. Assim a sua composio era a seguinte:

    Presidente: Moacyr de Oliveira Camponez do Brasil Sobrinho Vice Presidente: Walter Carmelo Zccoll l' Secretrio: Geraldo Claret de Mello Ayres 2' Secretrio: Ceclia Elias Netto l' Tesoureiro: Haldumont Nobre Ferraz 2' Tesoureiro: Dcio Azevedo Orador: Elias Salum Bibliotecrio: Oswaldo Cambiagh

    No houve alIe raes na distribuio dos Departamentos e Co misses de trabalho e de representantes junto s associaes ou reparties onde o IHGP representado.

    2. Manuteno da sede Foram feitas reformas no telhado e nas instalaes eltricas e

    sanitrios da sede, visando a sua perfeita conservao.

    3. Atividades Culturais

    3.1. Assemblia para apresentao do relatrio de atividades, prestao de contas e posse de novos scios

    Na data de 28 de abril de 1999 foi realizada a Assemblia de apresentao do Relatrio de Atividades e Prestao de Contas da Tesouraria do 1 ano da gesto da Diretoria. sendo ambos aprovados.

  • Houve na mesma reunio a posse dos novos associados: Dr. Legardeth Consolmagno. Claudinei Polezel e Prol. Saide Dumit Sarkis. A seguir deuse a inaugurao das Fotografias dos ExPre sidentes Pedro Caldar (1994-1995) e Frederico Pimentel Gomes (1995 a 1996 e 1996 a 1998). 3.2_ Visita pelos Alunos do Curso de Turismo - SENAC ao IHGP 1" Seminrio

    Visita ao IHGP pelos alunos do Curso de Turismo - SENAC, e palestra sobre as finalidades, funcionamento e trabalhos realizados pelo IHGP (11 de Maro de 1999). 3.3. Sesso Solene do Aniversrio de Piracicaba (232 anos) e dos 145 anos da Irmandade da Santa Casa de Misericrdia de Piracicaba.

    A Sesso foi realizada no Salo Nobre do Hospital e teve como Orador o seu Provedor, Dr. Joo Orlando Pavo, que discorreu sobre a Histlia da Irmandade e do Hospital desde as suas fundaes at os dias atuais. Foram prestadas homenagens ao Centenrio de nascimento do Professor Joaquim Do Marco, que loi membro da Diretoria da Santa Casa por mulos anos, e ao Sr. Joaquim Pires Ferreira, aposentado como Provedor. Prestaram-se homenagens pstumas aos s cios dO IHGP, lalecidos durante o perodo, Dr. Caiuby de Souza Arruda, Profa. Helena Rovay Benetlon, Dr. Geraldo Bragion. Biblioteca da Santa Casa foi oferecida uma Coleo de Livros do IHGP e um Almanaque ano 1900 (xerox). 3.4. Sesso Solene Preparatria das comemoraes dos 500 anos do Brasil.

    Reunio preparatria para a comemorao dos quinhentos anos do Brasil, a ser feita no ano 2000, com a Palestra do ilustre conferencista e historiador' Hernani Donato, sobre o tema "O Mito Cabralino e os Segredos Nuticos Portugueses". A reunio foi realizada no di 25/11/99, na sede da Associao Paulista de Medicina - Regional de Piracicaba, em comemorao dos 50 ~nos de sua fundao. Houve a apresentao de novos associados, entre os quais o Presidente e Vice da APM, cujas posses se dariam em pr xima reunio. A conferncia proferida pelO historiador despertou grande interesse dos presentes, por ter Se referido ao perodo anterior poca do descobrimento e pelo brilho e facilidade com que discorreu sobre o fascinante tema.

    3.5. Assemblia geral de eleio da Diretoria binio 2000-2002 Assemblia para convocao dos scios para eleio da di

    retorla binio 2000-2002; realizada no dia 23 de fevereiro de 2000. Foi instituda a Comisso para a realizao da eleio, naS pessoas dos contrades Frederico Pimentel Gomes, Jairo Ribeiro Matlos e Francisco de Assis de Ferraz Mello, que consultou os presentes a respeito da existncia de chapas, sendo constatada a apresenta

  • l!o de uma s pretendendo a reeleio. Foi feita ento a votao na forma de aplauso, sendo reeleita a Direloria anterior, liderada pelo conscio Moacyr de Oliveira Camponez do Brasil Sobrinho, como Pre sidente e os demais cargos preenchidos da se.9uinte forma:

    Vice-Presidente: Marly Therezinha Germano Perecin 1" Secretrio: Geraldo Claret de Mello Ayres 2" Secretrio: Ceclio Elias Netto 1" Tesoureiro: Dcio Azevedo 2" Tesoureiro: Haldumont Nobre Ferraz Orador: Elias Salum Bibliotecrio: Oswaldo Cambiaghi

    A posse da Diretoria se deu no dia 29 de maro.

    3.7. Assemblia Geral Assemblia Geral para a apresentao de atividades e pres

    tao de contas do ano anterior, sendo ambas aprovadas, lcando os balancetes expostos na Secretaria.

    3.8. Recepo aos alunos do Curso de Turismo do SENAC. Visita ao IHGP pelos alunos do Curso de Turismo - SENAC,

    conduzidos pelO nosso Historiador Hugo Carradore, tendo o Presidente Moacyr feito uma explanao sobre as finalidades, funciona menta e trabalhos realizados pelo IHGP.

    4, Eventos Cvicos O IHGP nesse ano de 1999 participou das comemoraes

    clvicas realizadas nos nossos eventos histricos, fornecendo os oradores e tendo como seus participantes o Presidente e o representante da Comisso de Eventos Clvicos Noedi Monteiro e o Prol. Francislldio Beduschi, que fizeram palestras e homenagens aOS ExPracinhas da 2' Guerra e aos Revolucionrios de 1932. Entre eles o nosso canlrade Walter Radams Accorsi, que recebeu significativa homenage/h.

    4.1. Representao na entrega de Ttulos e Prmios Comparecimento na entrega de ttulos de Cidado

    Piracicabano pela Cmara Municipal de Vereadores. Entrega dos prmios aos melhores Agricultores do Ano.

    4.2 Homenagem da Cmara Municipal ao contrade Prof. Uno VIIII Homenagem na Cmara Municipal de Vereadores ao conlrade

    Uno Vitli, Prlncipe dos Poetas Piracicabano. O Presidente do IHGP tambm saudou o homenageado.

    4.3 Homenagem do Museu Histrico e Pedaggico Prola. Helena Rovay Benelton

    Homenagem Prota. Helena Rovay Benelton prestada pelo

  • Museu Histrico e Pedaggico Prudente de Morais dando o nome do seu Salo Nobre ilustre professora. O Presidente do IHGP tambm fez saudao ilustre conscia.

    5. Lanamento de livros de associados Compareceu o Presidente ao lanamento dos livros do

    conscio Prol. Francisco de Assis Ferraz de Mello, com o seu "Dicionrio dos Artistas Piracicabanos", e ao lanamento do livro de D. Virginia Prata Gregolian, progenitora da nossa competente Secretria Municipal de Ao Cultural, Ora. Aparecida Gregolin Abe.

    6. Outorga da Medalha Prudente de Moraes Convocao da Comisso de Outorga da Medalha "Prudente

    de Moraes" para o ano de 1999, tendo ela escolhido o eonfrade Prol. Edmar Jos Kiehl, scio fundador e nosso primeiro e segundo presidente, e a nossa historiadora Profa. Maria Celestina Teixeira Mendes Torres, detentora de vrios prmios de monografias sobre a histria de diversos bairros da cidade de So Pauto. Recebero as medalhas na reunio de 26 de abril de 2000.

    7, Biblioteca Foi promovido nesta gesto o livro Almanaque de Piracicaba

    do ano 1900, com cpias xerogrficas distribudas a bibliotecas das indstrias ao lado das nossas revistas e livros.

    8. Comisso de Peridicos e Revistas Ainda estamos com O acervo dos jornais dividido. A Gazeta

    de Piracicaba no IHGP e o Jornal e o Dirio de Piracicaba nas dependncias do Jornal de Piracicaba. Pretendemos encontrar uma soluo para abrigar ambas as colees num s local, no IHGP.

    9. Comisso de Processos Judiciais Tem como coordenador o Prol. Frederico Pimentel Gomes. A

    comisso vem desenvolvendo pesqulsas atravs dos estagirios, Vtor Andr de Souza e Rogrio Martins de Oliveira, sue ,tiludo por Daniela Ribeiro Lacerda. Foram "nalisados, e cadastrados no com putador somente no perOdO de 1 ano, 3.018 processos, totalizando 7530 desde o inicio dos trabalhos em setembro de 1997.

    Est sendo feito, concomitantemente, um levantamento estatstico do materIal cadastrado, descriminando as ocorrncias anu~ ais e agregando as informaes obtidas em dcadas. Tal levantamento tem como objellvo auxiliar o armazenamento dos processos em CD-Rom, pois permite que se faa uma amostragem do material disponivel.

    10. Projeto Almanaque de Piracicaba ano 2000 Depois de um anO de tantas reunies nas quais se procurou

    uma forma de realizar a edio do Almanaque, a ser coordenado pelo nosso conscio Ceclia Elias Netto, tivemos uma reunio com

  • a UNIMEP e Jornal de Piracicaba, da qual surgiu um convnio entre os trs rgos, estabelecendo"se os papis de cada um. Ficou como coordenador e editor da obra nosso conscio Ceclia Elias Netto.

    O convnio foi assinado pelo Presidente do IHGP, pelo Reitor da UNIMEP, Prol. Almir de Souza Maia e pelo Diretor Executivo Loureno Tayar, do Jornaf de Piracicaba.

    11. Coleo de Cartazes da Comisso Portuguesa dos Festejos dos 500 anos de descobertas

    Recebemos, atravs da Comisso de Festejos dos 500 anos das Descobertas Portuguesas, uma coleo de 23 cartazes sobre os descobrimentos para serem usados nas comemoraes no ms de maro - abril vindouros.

    Agradecemos pelO IHGP s Comisses de Festejos de Portugal e enviamos os dados do IHGP e uma coleo das nossas publicaes, pedindo intercmbio com os rgos ligados Histria, em Lisboa. Providenciamos a colocao de molduras nos cartazes para os exibirmos em abril.

    12. Novos Associados Cerca de 23 associados, j aprovados no ano que passou,

    recebero diplomas e insgnias em sesso solene a Ser realizada no dia 26 de abril, 4' leira (nova gesto).

    13. Estandarte do lHGP Foi feito um projeto de estandarte para representar o IHGP

    nas solenidades, tendo por base o Braso determinado na lei Municipal n' 2122 de l' de julho de 1974, seguindo as cores da inslgnia usada pelos associados. A moldura foi feita em forma estilizada e modular, representado as mesmas cores do Braso. Nossos agradecimentos so devidos Profa. Ismlia Camponez do Brasil Jorge pela confeco espontnea do estandarte.

    14. Convnio com a Prefeitura Municipal Foi assinado um convnio COm a Prefeitura Municipal, no qual

    a Prefeitura se comprometeu a conceder a importncia de R$ 13.000.00 (treze mil reais) ao IHGP, o que aconteceu nos meses de novembro e dezembro, possibilitando a edio da revista do IHGP de n" 6.

    15. Scios Falecidos durante o ano de 1999. Caiuby de Souza Arruda Profa. Helena Rovay Bennaton Dr. Geraldo Bragion Paulo Nogueira de Camargo Aos conscios falecidos as nossas prOfundas homenagens.

  • 11- Atividades do IHGP no perodo de 03/ 2000 a 0212001 (1 2 ano da 2" gesto)

    1. Introduo A Direloria do ano 2000-2001 tambm pertence ao binio 1998

    2000, por serem contados os anos entre os meses de fevereiro a maro. Assim a sua composio era a seguinte:

    Presidente: Moacyr de Oliveira Camponez do Brasil SObrinho Vice Presidente: Marly Therezinha Germano Perecin l' Secretrio: Geraldo Clare! de Mello Ayres 2' Secretrio: Cecilia Elias Nello l' Tesoureiro: Haldumont Nobre Ferraz 2' Tesoureiro: Dcio Azevedo Orador: Elias Salum Bibliotecrio: Oswaldo Camblaghi

    A Diretoria para o binio 2000-2002 foi reeleita atravs de chapa nica em assemblia realizada no dia 22.02.00. Apenas foi trocado o nome do VicePresidente que passou a ser a Proles sara Marly Therezinha Germano Perecin. A posse da Diretoria, se deu no dia 29 de maro, quando foram apresentados e discutidos os relatrios de atividades e financeiro do ano interior, sendo ambos aprovados por unanimidade. Recebemos na reunio a visita do Deputado Federal Slon Borges dos Reis, noSSO scio correspondente, que fez uma saudao ao IHGP e Diretoria reeleita. Foi prestada homenagem pstuma ao associado Paulo Nogueira de Camargo recentemente falecido.

    2. Atividades Culturais (perodo 01,03.00 a 28.02.01)

    2.1. Seminrio de Turismo Rural (SEMA): (02.03.00) Realizao de Seminrio de Turismo Rural , realizado pelo

    SEMA, no Anfiteatro do Centro de Convivncia da Prefeitura Municipal, sob a coordenao do Secretrio Prol. Mentem. O Presidente do IHGP loi convidado como um dos debatedores do lema.

    2.2. Inicio das Festividades dos 500 anos do Brasil (06.03.00) Inicio da realizao de projeto feito em parceria com o Museu His

    trico e Pedaggico Prudente de Morais, na sede dele, tendo como Diretora a Senhora Mansa Ubardi, com destaque especial aos imigrantes. Estendeu-se at o ms de agosto de 2000. Ao Museu coube a parte de exposio de artefatos trazidos pelos Imigrantes (Italianos, Japoneses, Portugueses, Alemes, Negros e Judeus, alm de materiais Indlgenas) com palestras aos alunos da rede escolar de 1 e 2" graus. Ao IHGP couberam as palestras realizadas noite para o pblico em geral.

    Inicialmente, no ms de maro, as exposies loram sobre os objetos Irazidos pelos Imigrantes Italianos e Japoneses, expostos durante 30 dias, com apolo das sociedades Italiana e Japonesa.

    O IHGP apresentou no dia 16.03.00 palestras sobre os imigran

  • tes Japoneses na sua l' parte, feita pelo engenheiro Toshio Icizuca, filho de imigrantes, que discorreu sobre os problemas sentidos pelo seu povo no nosso Pas ..

    Na 2' parte do programa, falou o Prof. Jos Faganello, dos colgios ClO e Anglo, que discorreu sobre o imigrante Italiano e apresentou um filme com entrevistas de antigos imigrantes e Italianos residentes na Itlia sobre o assunto Imigrao. Ambas as palestras despertaram muito interesse e debates entre os presentes. Os italianos que permaneceram na Itlia acham que esto em melhores condies de vida do que os emigrantes, pois as suas atividades so voltadas para o comrcio e indstria, enquanto que os nossos imigrantes tiveram de se dedicar s atividades rurais.

    2.3. Visita dos Alunos de Turismo do SENAC ao IHGP Palestra para Os alunos sobre as finalidades e os processos de

    pesquisa utilizados pelo IHGP com a presena do Diretor do curso Prol Hugo Pedro Carradore.

    2.4. Palestra sobre os Imigrantes Portugueses, Alemes e Judeus (12.04.00)

    Palestra sobre os Imigrantes Portugueses, desde os primeiros vindos ao Brasil e sobre os Imigrantes Alemes e Judeus Novos, pronunciada pelo nosso scio correspondente Marcelo Meira do Amaral Bogaciovas, que agradou, plenamente, o seleto auditrio de 100 peso soas. A reunio foi realizada nasala Dona Helena Benetton, do Museu Histrico e Pedaggico Prudente de Morais. Nos meses de abril e maio ficaram'expostas ao pblico, no museu, 46 pranchas coloridas, procedentes da Comisso de Festejos dos 500 anos dos Descobrimentos Portugueses, enviadas pelo governo portugus ao IHGP. Passaram, nesse perodo, peta museu, cerca de 1700 visitantes, constitudos de estudantes, professores e pelo pblico geral.

    2.5. Imigrao Negra (10.05.00) Dentro da continuidade da programao dos 500 anos do Bra

    sil, foi realizada na sala Profa. Helena Benetton, no Museu Histrico e Pedaggico Prudente de Morais, s 20 horas, com a participao do IHGP. uma palestra da Prola. Lourdes Aparecida da Rocha Carvalho sobre o tema A Importncia da Mulher Negra na Histria do Brasil, assunto que agradou multo a platia, pela qualidade da oradora e pela riqueza dos detalhes, fotografias e tabelas. O IHGP e o Museu olereceram um certificado conjunto oradora.

    2.6. Imigrao Negra (11.05.00) Sobre a Imigrao Negra, a Pro!a. Fabiola Aparecida Rocha

    Carvalho lez uma palestra na sala Pro!a. Helena Benneton, s 14 horas, sobre as personalidades negras na literatura brasileira. Recebeu um certificado de participao emitido pelo IHGP em conjunto com o Museu, j sob a direo do Prol Francislldio Beduschi. Fez a apresentao da oradora o Presidente do IHGP.

  • 2.7. Imigrao Negra (12.05.00) No auditrio do Museu, s 15 horas, denlro do programa da

    Imigrao Negra, palestra do ativista cultural Prol. Leonel Ferra Kulti Ferraz, que discorreu sobre a Antropofagia Cultural, recebendo tambm o certificado do IHGP e Museu, pelas mos do Prol. Francslidio Beduschi.

    2.8. Sesso Magna de Diplomao de Novos Associados e de entrega de Medalhas de Mrito Prudente de Moraes (31.05.00)

    Foi realizada, no Anfiteatro do Centro Cvico da Prefeitura Municipal de Piracicaba, com inicio s 19h30 horas, a Sesso Magna denominada Diplomao Brasil 500 Anos, com a posse de 19 novos associados (aprovados no ano 1999) e entrega das Medalhas de Mrito Prudente de Moraes a dois associados. Com toda a pompa, os novos associados, aps serem anunciados pelo Orador Elias Salum, foram diplomados recebendo os diplomas e as insgnias.

    Passou-se, ento, entrega das medalhas de Mrito Prudente de Moraes, a comear pelo Historiador Prol. Dr. Edmar Jos Kiehl, scio Fundador do IHGP, Primeiro e Segundo Presidente da entidade, a quem coube a instalao e soluo dos primeiros problemas do nosso sodalicio. Fez a saudao o Prol. Frederico Pimentel Gomes, aps o que recebeu o diploma, a medalha, a medalhinha e o bouton das mos das autoridades presentes. Em seguida, saudada pela nossa VicePresidente, Profa. ManyTherezinha G. Perecin, foi diplomada e recebendo a medatha, medalhinha e o bouton a grande Historiadora Maria Celestina Teixeira Mendes Torres, detentora de diversos prmios sobre monografias histricas.

    A seguir procedeu-se s homenagens pstumas aos associados Dr. Noedy KrahenbOhl Costa e ao Jornalista Flavio de Toledo Pizza, h pouco falecidos. Agradeceram ao alo a Profa. Elisa K. Costa Pantaleo e o Dr. Joo Canos Japur, em nome des familiares dos falecidos.

    A sesso foi encerrada com o hino de Piracicaba e com um coquetet aos presentes.

    2.9. Imigrao rabe: (09.08.00) Na sala Prota. Helena Bene::ion no Museu Histrico e Pedaggi

    co Prudente de Moraes houve a sesso solene do IHGP em conjunto com o Museu e com a sociedade Slrio-Libanesa, comemorando, tambm o aniversario desta e homenageando Imigrante de origem rabe. A Palestra sobre a Imigrao rabe foi feita pelo Sr. Raul Helu, orador oficial da sociedade Sirio-Libanesa que discorreu sobre a Cultura rabe e sua influncia aqui no Brasil. Alm das autoridades constitudas de Piracicaba, compareceu tambm o Arcebispo da Igreja Ortodexa de So Paulo, Dom Damaskinos Mansur, Prof. Antnio Carlos Neder, Presidente da Sociedade Sirio-Libanesa. Foi prestada homenagem ao Jornat de Piracicaba, pelo seu centenrio. com saudaes feilas pelos Presidentes do IHGP e da Associao Srio-Libanesa. O IHGP ofereceu ao Arcebispo uma coleo de seus livros e revistas, tendo o Presidente recebido do Ilustre Eclesistico uma Santa Ceia

  • originria de Damasco. Estiveram presentes O Prefeito Humberto de Campos e o VicePrefeito Joo Chadad.

    2.10. Comemorao do AniversarIo de Piracicaba (233 anos) (30.0B.OO)

    Em comemorao do aniversario de Piracicaba, o IHGP fez uma sesso especial denominada Caminhada de Reconhecimento, iniciada s 10 h da manh e percorrendo os principais pontos histricos da fundao do povoado, que se deu a l' de agosto de 1767. Foram visitados o monumento hist6rico da fundao, situado nas Terras do Engenho, o local da l' capela, situada mais ou menos a 30 metros de distncia, e o reconhecimento do local do porto Rampa Pr-Colomblana, um pouco abaixo do salto, onde os povoadores aportaram. O porto foi preparado pelos indgenas que habitavam a regio, sendo portanto muito mais antigos do que a povoao. Ficou acertado, na reunio, fazer o levantamento dos pontos histricos nas coordenadas de latitudes e longitudes e altitudes, o que foi feito tambm em relao taxa encontrada na porta principal da catedral. O trabalho foi feito em colaborao com as Secretarias do Meio Ambiente e da Ao Cultural e do Engenheiro Carlos Marra, devendo, futuramente, se expandir para outros pontos histricos da cidade. A reunio culminou com um alma o no restaurante Porto Seguro, Rua do Porto, com todo o formalismo exigido pela data. Esleve presente o Padre Delboux, da Igreja da Nossa Senhora dos Prazeres, na Vila Resende.

    2.11. Exposio na Terra do Engenho (ms de junho) O IHGP tomou parte na Exposio das Associaes de Classe

    e Entidades Civis de Piracicaba, realizada no perlodo de 03 de junho a 02 de julho de 2000, promovida pela Comisso Municipal Brasil 500 Anos, Prefeitura Municipal e Secretaria da Ao Cultural, nas instalaes do Engenho Central. Durante a Exposio, foi distribuda uma Mensagem Escrita pela nossa Historiadora Marly T.G.Perecin, discorrendo sobre os painis portugueses expostos e contendo os principais dados do IHGP, tais como, linalidades, modalidades de scios, nmero de associados, trabalhos, livros e revistas publicadas, e participaes nas atividades civicas da cidade. Cerca de 4000 pessoas visitaram a Exposio.

    2,12. Centenrio do Grupo Escolar Morais Barros (01.0B.00) O IHGP participou das festividades, lendo oferecido ao Grupo

    Escotar uma coleo de seus livros e revistas, alm de cpias xerogrficas dos Almanaques de Piracicaba Anos 1900 e 1914. Participou o Presidente da comisso de festejos, que recebeu na Cmara Municipal de Piracicaba um Diploma referente ao evento, como exaluno do Grupo Escolar. Durante o ms de agosto os painis Portugueses ficaram expostos no Grupo Escolar Moraes Barros. Durante as festividades, foi inaugurada a herma do Senador Moraes Barros, esculpida pelo nosso associado Jairo Mattos.

  • 2.13. Centenrio do Jornal de Piracicaba (01.06.00) Compareceu o Presidente s comemoraes e ao lanamento

    do livro A Saga de um Jornal, de autoria do Prol. Samuel Plromm Neto, realizada no Teatro Municipal, e, do lanamento do livro do Dr. Marcelo Batuira Losso, sobre as vidas artsticas e jornalsticas de Fortunado Losso Netto e Eugnio Luiz Losso, realzado junto Secre taria de Ao Cultural, no Engenho Central.

    2.14. Delegao Portuguesa de Cirurgies Dentistas (17.09.00) O IHGP participou da comisso de recepo aos Cientistas e

    Cirurgies Dentistas Portugueses vindos a Piracicaba para agradecer a colaborao da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (UNICAMP) na fonnao de rea odontolgica em Portugal, prestando significati vas homenagens ao Prol. Antonio Carlos Neder, com uma Comenda do Governo Portugus. Receberam, tambm, medalha congratulatlia, o nosso Orador Elias Salum e o Professor da Odontologia, cabendo ao presidente do IHGP medalha comemorativa correspondente ao.se gundo aniversrio da Associao Portuguesa de Cirurgies Dentistas, festejando o Dia do Odontologista. Na reunio, feita no Restaurante Mirante, o Presidente do IHGP fez uma saudao aos visitantes.

    No dia seguinte houve comemorao especial em sesso da Cmara Municipal, em que foram homenageados pelO Presidente da Cmara e demais Vereadores.

    2.15. Sesso Mgna de Posse de Novos Associados e Outorga de Medalhas de Mrito Prudentes de Moraes (06.12.2000)

    Sesso Magna realizada pelo IHGP. na Sala ProlA, Helena Benetlon, do Museu Histrico e Pedaggico Prudente de Moraes, gentilmente cedida, pelo seu Diretor Prol. Francisldio Beduschi, no dia 06.12.2000, s 19h30 horas, para a posse de dois novos associados :Economista Nelson Carrano Torres e Dr. Manoel Gomes Tria. Feita a apresentao pelo Orador Elias Salum, os novos scios loram diplomados, recebendo os diplomas e as insgnias das mos dos pa drinhos . A seguir, o Presidente d os detalhes da lei que criou a Medalha de Mrito Prudente de Moraes e a sua regulamentat. J. O Orador Elias Salum anuncia os nomes os homenageados, discorrendo so bre os seus currculos: Professor Antnio Carlos Neder, Professor 11 tular da Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP e Presi dente da Sociedade Sino-Libanesa; Prol. Samuel Pfromm Netto, Professor 11tular da USP e da PUC nas reas de Psicologia e Pedagogia, VicePresidente do IHG de So Paulo e Presidente da Sociedade Brasileira de PsiCOlogia; Prol. Antnio Pacheco Ferraz, Professor de De senho e de Pintura e um dos maiores nomes das Artes Plsticas de Piracicaba, tendo residido na Frana por diversos anos. Os trs laure ados receberam os diplomas, as Medalhas de Mrito Prudente de Moraes, as medalhinhas e os boutons das mos das autoridades pre sentes. Em seguida falou em nome dos homenageados, o Prol. Samuel Plromm Netlo, que pronunciou belas palavras enaltecendo a figura de Prudente de Moraes, em cuja ex-residncia est instalado o Museu.

  • Foi feita no final homenagem pstuma ao associado jornalista Geraldo Nunes, falecida recentemente.

    2.16. Lanamento do livro Almanaque de Piracicaba Ano 2000 (14.12.2000)

    Em Sesso Especial realizada no trio da Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP) foi feito o Lanamento do Livro Almanaque de Piracicaba Ano 2000, de autoria do nosso associado e grande escritor e historiador Cecilio Elias Nello e editado em parcelia, contando com a colaborao preciosa da Companhia Votorantim, atravs da Fbrica de papel da Monte alegre e pelo nosso associado Paulo Bassetti, Diretor da Fbrica de Ribeiro Preto.

    Aos Associados do IHGP, Antonieta Rosalina lesso Pedroso, Rosrio Losso e diretor Loureno Tayar, do Jornal de Piracicaba, e ao Professor Almir de Souza Maia, Magnlico Reitor da UNIMEP, os nossos agradecimentos. Em especial, ao talento do nosso escritor Cecilio Elias Netto, sua Esposa e a todos que colaboraram, principalmente a Comisso do Almanaque.

    Na oportunidade, o IHGP fez, atravs do seu Presidente, a entrega de Trofus, ao Jornal de Piracicaba, pelo seu Centenrio; UNIMEP pelos seus 25 anos e ao Ceclio, em reconhecimento pelo evento.

    A Saudao Oficial do I HGP, pela impossibilidade do Orador Pro!. Elias Salum, foi feita pelo Prof. Antnio Henrique de Carvalho Cocenza ..

    2.17, Homenagem ao Prncipe dos Poetas Piraclcabanos: Uno Vi!!l. Estivemos, acompanhado pelOS historiadores Elias Sal um e

    Antnio Henrique de Carvalho Cocenza, em Sesso Especial da Cmara Municipal de Saltinho, onde o Poeta Historiador Uno Villi, loi homenageado com o ttulo de Cidado Sallinhense, pela sua produo potica.

    2.18. Vigsimo Quinto Aniversrio da UNIMEP O IHGP se representou, pelo seu Presidente, nas festividades

    do Vigsimo Quinto Aniversrio da UNIMEP, onde loram homenageados os nossos associados Magnfico Reitor Prof. Almir de Souza Maia, o Vice-Reitor Gustavo Jacques Dias Alvim e professores Elias Salum e Antonio Henrique de Carvalho Cocenza e o Medalhado Prudente de Moraes Prol. Dr. Edward Senn, Criador da UNIMEP, hoje residente nos Estados Unidos.

    2.19. Associao de Piracicaba e Regio ConvenHon & Vlsitors Bureau

    Criao da Associao acima citada, cuja principal finalidade a de aumentar o fluxo de visitantes a Piracicaba e regio, atravs de eventos culturais, sociais. comerciais, industriais, tcnicos, cientificos! ou de outra atividade legal, promovida por contatos entre a Associao local com entidades dentro ou fora do Pas.

    Foi eleita uma diretoria, presidida pelo Economista Nelson

  • Carrano Torres e outros nomes j escolhidos. Estamos de posse dos estatutos da ASSOCiao.

    2.20, RecepQ Delegao Portuguesa da Cidade de Almada Comparecimento, representando o IHGP, recepo delega

    o portuguesa da Cidade de Almada, cidade irm de Piracicaba, em reunio, realizada no Centro de Convivncia, quando ofereceu aos visitantes uma coleo de livros e revistas do IHGP e uma cpia xerogrfica do Almanaque Ano 1900, para ser entregue ao rgo representativo cultural da cidade.

    3, Eventos Cvicos No ano 2000 o IHGP participou das comemoraes cvicas de

    Piracicaba, nas datas histricas, fornecendo os oradores e lendo como seus representantes o Presidente e os membros das atividades cvicas, constitudos pelos histOliadores Noed Monteiro e Prof. Francislidio Beduschi. Daqui em diante, assumir apenas este ltimo.

    4, Revista do IHGP Ser lanada oficialmente na prxima reunio (Assemblia) a

    revista numero 6, com 120 pginas, correspondente ao ano 1999.

    5. Biblioteca do IHGP Recebemos, por doao judicial, como legado, a biblioteca do

    nosso associado falecido no ano passado, Jornalista Flvio de Toledo Pizza, constante de cerca de 3 a 4 mil livros, revistas e documentos. O acervo achase encaixotado e guardado, provisoriamente, numa sala da Secretaria da Ao Cultural at resolvermos o problema do seu acondicionamento e aproveitamento.

    Recebemos como resultante da impresso do Almanaque Ano 2000, 400 exemplares do livro, a ser distribudo aos associados pela quantia de R$15,OO na primeira uhidade e de R$20,OO nas demais. Para as pessoas de fora, no associadas, sero vendidos por R$35,OO, que o preo normal, deciso tomada pela Diretoria.

    6. Comisso de Peridicos e Revistas Continuamos, ainda, com as colees divididas: A Gazeta de

    Piracicaba (1882 a 1936) na sede do IHGP; Jornal de Piracicaba, de 1901 a 1995 e o Dirio de Piracicaba, nas dependncias do Jornal de Piracicaba, Rua Moraes Barros. Neste ano, pretendemos dar uma soluo para o impasse.

    7. Projeto sobre os Processos Judiciais Foi apresentado FAPESP (Fundo de Amparo Pesquisa do

    Estado de So Paulo) o Projeto "Determinao de Metodologia para Informalizao de Processos Judiciais de Relevante Importncia Histrica", de autoria do nosso associado Prol. Dr. Frederico Pimentel Gomes. Tratando-se de assunto recente tem de ser reformulado, introduzindo na equipe elementos ligados a outras reas.

  • 8. Projelo Almanaque de Piracicaba Ano 2000 Depois de tantas reunies no ano anterior! procurando-se uma

    fonna de realizar a edio do almanaque, sob a coordenao do asso ciado Cecilia Elias Netto e patrocinio do comrcio e indstrias, eis que surge a idia de uma reunio entre o IHGP, o Jornal de Piracicaba e a UNIMEP, da qual resultou um convnio entre os trs rgos e a cristalizao do Projeto.

    Dessa parceria, depois de uma serie de modifcaes, e com o apoio da VotoranUm, foi possvel uma edio de 4.000 exemplares, cabendo :'00 unidades ao IHGP. Esse fato marcou os cem anos de Piracicaba, dando continuidade famosa obra de Camargo, impressa no ano 1900, os cem anos do Jornal de Piracicaba e os 25 anoS da UNIMEP, e se quiserem, os cento e quinze anos do Colgio PIraclcabano.

    O convnio foi assinado pelo Presidente do IHGP, pela reitor da UNIMEP, Prol. Almir de Souza Maia e pelo Diretor Executivo do JP, Economista Loureno Tayar.

    9. Comisso dos Processos Judiciais Tendo como Coordenador o Prol. Frederico Pimentel Gomes, a

    Comisso continuou o seu trabalho de pesquisas, atravs dos estagirios Vtor Andr de Souza, Rogrio Martins de Oliveira, substitudo por Daniela Ribeiro Lacerda e em seguida por Davi Gomes. Foram analisados e cadastrados no computador somente no perlodo de janeiro a novembro de 2000, 2.367 processos, totalizando um numero de 9897 processos. Inicio dos trabalhos, em 1997.

    10. Novos Associados No decorrer deste ano tivemos um crescimento de associados,

    sendo scios titulares e scios correspondentes. So os seguintes: Adoipho Jos Melfi (no empossado); Almir de Souza Maia; Antonio Amauri Groppo; Antonio Altafin, Aracy Lovadini Muniz; Cairbar Pereira Araujo; Carlos Moraes Junior; Cezario de Campos Ferrari; Clemente Nelson de Moura; Hlio Dias da Silva; Humberto de Campos; Joo Chaddad; Jos Antonio Bueno de Camargo; Marinalva Garcia; Marisa Elisete Libardi; Reinaldo C. Torres de CaNalho (no empossado); Renato Franoso Filho; Salim Simo; Shirley Prado; Timotheo Jardim; Carlos Moraes, Jurandir Malerba, Manoel Gomes Troia e Nelson Carrano Torres.

    11. Outorga de Medalhas de Mrito Prudente de Moraes Durante o ltimo ano tivemos a entrega de duas medalhas, cor

    respondentes ao ano de 1999 e somente entregues no dia 26 de abril de 2000 aos historiadores do IHGP, prol. Dr. Edmar Jos Kiehl, Professor associado da ESALO, por duas vezes Presidente do IHGP, e Profa. Maria Celestina Teixeira Mendes Torres.

    Representando o ano das Comemoraes dosOuinhentos Anos, ano 2000, receberam as Medalhas de Mrito Prudente de Moraes o Pro!. Dr. Antnio Canos Neder, Professor Titular da Faculdade de Odon

  • tologia de Piracicaba (UNICAMP), o Prol. Dr. Samuel Pfromm Netto, Professor Titular da Faculdade de Educao da USP, ambos associados do IHGP, e o Prol. Antonio Pacheco Ferraz, um dos grandes Artistas Plsticos de Piracicaba.

    Com as cinco medalhas, o IHGP nos seus 34 anos de existncia distribuiu 30 Medalhas de Mrito Prudente de Moraes, o que d menos de uma por ano.

    12. Maquete da Usina Monte Alegre Graas a iniciativa do Prol. Hugo Pedro Carradore, o Sr. Geral

    do Zaralin doou ao IHGP a maquete da Usina Monte Alegre, inclusive da Igreja e uma cpia das mquinas a vapor que transportavam a cana dos canaviais al a usina.

    13. Associados Falecidos no Ano 2000 Dr. Noedy K. CosIa Prol. Flvio Toledo Piza Jornalista Prol. Geraldo Nunes Aos conscos falecidos as nossas sinceras homenagens.

  • VIDA ACADMICA DE PRUDENTE

    Nelson de Oliveira Camponez do Brasil

    Ingressando na academia de Direilo de So Paulo, em 1859, cuidou Prudente de Moraes em resolver o seu no fcil problema de estudar com afnco, fazer o curso sem contratempo, dentro das min.. guadas posses que lhe permitia a herana paterna.

    No era, como um mero diletante que ali fosse para escapar ao ambiente pesado do lar provinciano, ou para acrescentar vaidosamente o ttulo de doutor ao renome de que j se visse rodeado, por virtude dos cabedais, dos largos tratos de terra, dos incontveis rebanhos, das numerosas edificaes, que se transmitiam de prole a prole nas lamllias abastadas. Prudente era pobre e, dada a sua propenso aos estudos, tivera de contrariar, tambm, os intentos do padrasto, que o destinava profisso comercial.

    Urgia, pois, corresponder aos esforos da me extremosissma, dos irmos, dos velhos amigos da casa, que todos eles foram os seus eloqentes intercessores na suspirada permisso para estudar. Anuiu de bom grado o tutor, por isso que idolatrava aqueles rfos sob a sua carinhosa proteo, embora sentisse na velha alma portuguesa, tradicionalmente voltada ao comrcio, levissimo desapontamento que se foi esfumando medida que o tutelado vencia plenamente os anos do curso.

    Naquela poca, a Academia de Direito abrigava uma rutilante mocidade, que, por assim dizerj se tornou a. intromissora de novas idias, de nOVOs rumos no tradicionalismo da velha Paulicia. Proliferaram os grmios estudantinos, bem como teve nomeada, se bem que efmera, um sem numero de peridicos de diversos matizes sociaispolticos. redigidos por acadmicos que, mais tarde, vieram a tornarse astros de primeira grandeza, assim na poltica, na alta magistratura, na imprensa, como na edio de obras de carter cultural, ou meramente literrias, Germinava o advento de uma era nova.

    O velho burguezismo paulistano sentia frouxos Os seus alicerces. Uma verdadeira 'horda de iconoclastas', conforme lhe parecia, infiltrava-se no mago das antigas convices, dos auslerssimos costumes, para reagir sarcasticamente contra as rdicularias da soceda~ de existente e levava de vencida a compostura exagerada, a

  • circunspeco e os modos algo teatrais dos barbudos conselheiros, comendadores, senhores de engenho, dos adiposos comerciantes fundamentalmente passa distas, enfim, do burgus, que se fizera o derradeiro defensor de uma poca, preconceitos e usos anacrnicos - renitente lembrana absolutista dos tempos coloniais.

    Mocidade irreverente, mas brilhante, estudiosa, culta, transformava o So Paulo de ento com o ruido das estudantadas, com o choque das idias reacionrias, com a resistncia rigidez obsoleta de costumes. Pelas frias, fechado o velho casaro do largo de S. Francisco, modorrava o povo, repontava a aldeia prosaica, silenciosa. vazia,..

    Retraldo, de poucas palavras, avesso ao barulho, pndega, ao suato, s noitadas pelos mortos becos - arena preferida de teimosos estudantes seranateiros e de insignes capoeiras - ou aOs espetaculares sabbats das repblicas, onde imperava a escola de Um Byron infernalesco que muitos pulmes destruiu, e almas de artista, multas gnios, muitos coraes, Prudente de Moraes no foi precisamente um estudante popular nas rodas estudantlnas. Parecia antes um velho, tal a compenetrao do seu papel de moo "precisado' que ali no viera dvertir~se, ou arruinar-se, mas. para aproveitar avaramente as lies dos mestres, repelida como inadmissvel qualquer hiptese de um "R", fatal aos seus parcos haveres e que lhe suspenderia definitivamente os estudos.

    No deixou memria como escolar bulioso, folio, bomio dessa "colmia mais ruidosa, Infatigvel em sua ao, regorgitando de vida, pronta em todas as manifestaes dessa vontade espontnea que produz o desvario e alimenta o gnio, mas que entreabre, aos propcios anos de mocidade, aS mil avenidas do futuro, e so os habitantes dessa colmia, as abelhas douradas, que fabricam os primeiros favos da sabedoria da cincia de que nos fala o verbo fulgurante de Spencer Vampr" (Memria para a Histria da Academia de S. Paulo, tomo 11, pg, 61).

    Ao passo que multas dos seu contemporneos perdiam os lazeres nos chorinhos noturnos pelas ruas adormecidas da Paulicia, nos cavalinhos, nas assuadas do teatro So Jos, ou em caoadas e dichotes no correr das cerimnias religiosas, mormente nas da Semana Santa, pondo tropeos energia desabrida do celebrrimo chefe de policia dr. Furtado, que inutilmente teimava em refrear a vivacidade e irreverncia daquela pliade estuante de novos smbolos e que de tudo zombava, Inclusive das autoridades e dos esbirros ainda que apoiados no irrelorquivel argumento de um temeroso 'lacape' de madeira de lei, elel arredfo, ficava entre os seus livros! ora refugiado nO mundo dos pensamentos ntimos, longe da turba revolta dos companheiros.

    Jamais, deu-se ao grosseiro prazer de repelir uma "futrica" ou de atormentar qualquer calouro nos raros bailes a que assistia. Nem consta que se tivesse celebrizado por calotear a popular doceira Nh Umbelina, velha fornecedora de caf, chocolate, mingau, e doces caseiros rapaziada do largo de So Francisco No adquiriu fama, outrotanto, nas rumorosas caadas de veado nos Campos Elseos, de

  • marrecas na atual rua Vitria, ou de codomizes no Cambuci, desporto do especial agrado de estudantes chefiados pelos faanhudos Reis Caador e Martinho Contagem. Passou em branca nuvem com os mestres, sem sombra de atrito com o impossvel dr. Justino, e se mais no fulgiu no sentido de liderar a prpria turma com o brilho de sua inteligncia, tudo se deve sobriedade de atitudes, ponderao, ao retraimento, que eram as marcantes exteriorizaes da sua personalidade. Sem embargo, fez-se estimado dos colegas, merc da delicadeza e sensibilssima lhaneza de trato. Conquistou amizades que o acompanharam em toda sua acidentada vida politica.

    Se no teve colaborao mais vistosa e atuao de maior realce nas agremiaes e peridicos! durante o lirocnio escolar, nem porisso mereceu menor admirao daqueles que ocupavam j as situaes mais destacadas no meio acadmico. que a inteligncia, o bom senso, e a sinceridade que emprestava s sua atitudes descortinavam o temperamento de um lider em elaborao.

    Convivendo com talenlos de escol, tais Campos Sales, Francisco Rangel Peslana, Tefilo Carlos Benedito Otoni, Paulo Eiro' - o malogrado poeta - Bernardino de Campos, Artur Csar Guimares, e outros, no podia Prudente de Moraes deixar de dar expanso e forma nsia liberal que lhe tumultuava o temperamento. E aquilo que transparecia antes como tendncia instintiva passou a ser uma nclinao dirigida, corporificada pelo pensamento, pelo estudo, pela ilustrao.

    Almas gmeas do ideal, lutou essa mocidade revolucionria pelo estabelecimento de uma nova organizao, lanou os gennes de um novo regime e por eles consumiu as melhores foras e anseios at que, um dia muito distante, envelhecida mas no cansada, viu raiar a aurora das suas alevantadas aspiraes. Quase no alcanaram alguns deles, os propagandistas, a concretizao da reforma poltica. que a idia nova permaneceu muito no "universo' da imaginao at que se pudesse consolidar como um pensamento fatal, uma diretriz marcada no destino poltico do novo brasileiro. Quando ela se fez fora e se fez ao, para instituir o governo republicano, viram-se frente do movimento triunfante uns homens trpegos pela idade ou pela doenas, precocemente encanecidos pelas lutas partidrias, mas cuja alma jovem, a alma estudanlil, o esprito acadmico da velha Faculdade de Direito de S. Paulo que resplandecia sob o fogo sagrado o regime democrtico.

    Em 10 de dezembro de 1863, recebeu, Prudente Jos de Moraes Barros a carta de bacharel em Cincias Jurdicas e Sociais, com plenamente, e regressou, sem mais tardana, a Piracicaba, onde o arrastavam as saudades vivssimas da famlia, principalmente as da prpria me - sua maior inspiradora - j bastante idosa, que teve ainda a ventura de ver o seu querido caula encarreirado na vida, eis que faleceu em fins de 1866.

    Piracicaba, Setembro de 1941.

    Blbllografia:

    Spencer Vampr ~ Memri as para a Histria da Aea~ demia de $, Paulo. Almeida Nogueira - Tradies e Reminiscncias. Jos Jacinto RibeIro - Cronologia Paulista. Gazela de Piracicaba no. 2926. de qUa.r1afeira., 3 de dezembro de 1902. Roberto Caprf ~ Piracicaba, 1914.

  • A INICIAO POLTICA DE PRUDENTE (I)

    Nelson de Oliveira Campone:z: do Brasil

    A POLTICA DE ALDEIA A derrubada de um partido que se achasse no poder repre

    sentava quase sempre um fato de grande estremecimento em todo o pais. Governo de ontem, passava a situao para o oposicionismo, deixado o mando em mos dos adversrios polticos, at encontrar, nas grandes transies politicas, novo ensejo de subida, bem como do advento de gabinete feio.

    Imune s agitaes partidrias, lIutuava o poder imperial entre congraamentos, ora com um, ora com oulro partido que ascendia ao mando, e ao qual favorecia, ento, com o privilgio das nomeaes para os cargos pblicos, principalmente, para os das autoridades pOliciais e de outras cujas funes so at hoje mencio nadas como "de imediata confiana do governo", enfim com todos os recursos e protees de que geralmente se utiliza a poltica, para premiar os seus servidores.

    Dispunha o situacionismo, mais talvez que em tempos contemporneos, de meios eficientes para conquistar e convencer eleitores, e para consolidar o seu prestigio quando no poder.

    No interior das provncias, nas pequenas vilas e cidades de ento, a luta partidria processava-se, por vezes, com demasiada virulncia registrando-se conflitos, perseguies pequeninas, ms vontades, demisses de funcionrios, inimizades rancorosas que no poupavam at membros de uma mesma famlia, sob o mesmo teto.

    Nos perodos criticas da dissoluo do Parlamento, verificada a elevao de um gabinete ao poder, tratavam aqueles que o prestigiavam de garantir a prpria estabilidade do partido, preparando afanosamente a vitria nas eleies gerais das assemblias nos pleitos municipais, afim de contar com a maioria em todos os setores da administrao monrquica. Para isso, merc da centralizao do poder e graas lei do processo criminal de' 1841 dispunham de recursos poderosos, como a nomeao dos presidentes de Provncia, formao de Juntas Paroquiais de qualificao feio, designao dos comandantes superiores dos diversos corpos da Guarda Nacional, substiluio dos funcionrios policiais, escolha de substitutos dos juizes municipais e a nomeao destes serventurios, designao dos inspetores de estradas e caminhos e a dos de quarteiro, nomeao dos suplentes e dos sub-delegados de policia, nomeao, remoo e demisso dos professores de primeiras letras das raras escolas pblicas e o maior deles: recrutamento dos adversrios de menor representao, que, ou se sujeitavam ao preenchimento dos claros do exrcito de primeira linha quase sempre em operaes naqueles tempos - ou se engajavam nos destacamentos dos guardas municipais permanentes. Outros, os que possuam alguns haveres, iam engrossar as fileiras da Guar

  • da Nacional. Em qualquer das alternativas s os esperava o trabalho, os aborrecimentos, os perigos, as sujeies, os vexames, eis que a Guarda Nacional no constitua, ento, mera tropa decoraUva, mas auxiliava no patrulhamento noturno, nas escoltas em caa de perigosos desordeiros, na captura dos recrutados, e corria, pois, os riscos eventuais dessas diligncias que, por vezes, se degeneraram em conflitos de no pequena monta e dos quaiS resultaram ferimentos ou mortes entre os contendores.

    Havia, tambm, outra arma poderosa, legada pelos "corcundas" e usada em menor escala. Era a das inevitveis questes de terra, surgidas com a demarcao do roeio de antigas vilas, que nem sempre tiveram soluo a contento das partes, mas adormecidas, ressurgiam nas ocasies de efelVescncia eleitoral,para por embaraos a algum proprietrio de "outra cartilha" e, pouco depois, retornavam ao esquecimento, at que novo pretexlo as fizesse repontar ...

    A POLTICA EM PIRACICABA Consliluio, atual Piracicaba, teve, provavelmente, como ou

    tros municpios daqueles tempos, muitas dessas ocorrncias partidrias que no vieram at nossos dias seno pela tradio oral, e cuja memria, no transcorrer dos anos Com O crescimento da cidade e o ingresso de gente estranha entre a populao foi perdendo o carler de veracidade e sofrendo como que delormaes para a lenda, para a fantasia, para o irreal. Entretanto, se houve latos que lanassem dvidas quanto atuao poltica dos que tiveram seus dias de mando, de podeno, na administrao municipal, cel10 que ficaram para trs, no conhecimento dos que desapareceram, visto que os arquivos pouco ou nada adiantam no seu registro e confirmao.

    Vislumbram-se ligeiras referncias a esta ou aquela ocorrncia, reconhece-se mal velada agressividade no relato discreto dos assuntos de vereana, tudo o que, reunido, margem nenhuma deixa ao cauto observador, para evocar os sucessos que o tempo eSqueceu. Percebe-se, todavia, que os homens de outros tempos cultivavam notavelmente a ogerisa provinda das dissenes partidrias. Dentro dos limites que a criao aconselhava, permaneciam irredutivelmente ligados a um sentimenlo de pal1ido, que se transmitia como hbito clssico de famlia, e que se comunicava, tambm, a cativos, refletindo-se, nestes, em gestos e comportamentos deturpados, como se fora uma caricatura, numa cpia infiel, em que se salientassem, apenas, as imperfeies e os aspetos mais berrantes e desgraciosos. certo que, em relativa minoria, se encontravam elementos claramente conscientes, os quais determinavam suas amudes a salvo e sem quebra desses deveres consuetudinrios.

    Porisso que se traduzia em sentimento mais do que, propriamente, em idia, a no obedincia a este respeito caseiro assumia loros de verdadeiro "escndalo". Houve, porm, no poucos desses "escndalos" entre a gente mais letrada, que, teimosamente, loi dissolvendo o "tabu" das solidariedades passivas - paSSivas por s consultarem simpatias e afeies, visto que, inspiradas neste

  • sentido, geravam dios, alimentavam egosmos, imprimiam, esporadicamente, atividades cruis, seno grosseiras enquadradas apenas pelo respeito devido posio, educao familiar, aos sentimentos e temores religiosos de cada um..

    Fiquemos aqui. Calemos os desmandos de Antonio Correia Barbosa, o capito - povoador. E as atrabiliariedades do comandante da povoao, sargento-mr Carlos Bartolomeu de Arruda Botelho. Esqueamos as represlias entre os quarenta coligados e os Zeladores do Pblico da Freguesia representados pelo Padre Manoel Joaquim do Amaral Gurgel, vigrio colado, Dr. Nicolau Pereira de Campos Vergueiro, e o capito comandante, sargentomr Domingos Soares de Barros. Deixemos as hostilidades com que mutuamente se presentearam o Tenente Coronel Antonio Fiza de Almeida, chefe dos conservadores, e os revolucionrios de 1842, chefiados pelo padre Manoel Jos de Frana, vigrio da Parquia, pelo "Boava Gordo" Antonio Jos da Silva, e pelo alferes Elias de Almeida Prado, liberais.

    Abstradas as razes sentimentais da polflica local e as suas raras e desagradveis conseqncias, pode-se adiantar que havia notvel empenho na realizao dos pleitos, tanto na escotha dos candidatos, como na lisura das juntas de qualificao de votantes. Se ocorriam acaso, desavenas pessoais, perseguies, conflitos, a imputao cabia aos elementos de menOr destaque, ressonncia de acontecimentos similares em outros pontos da Provfncia, ou simplesmente aglomerao de genllia - campo fcil para estes incidentes.

    Sobresal de todo o passado histrico dos plraclcabanos o desejo sincero, hOnesto, de concorrer para o florescimento da cidade, do munlcipio, malgrado tudo se tenha processado lenlamente e atravs de inmeros tropeos. Se foram justamente esquecidas as pendncias, as rixas, as injustias de ordem partidria, vieram para o presente as realizaes efetuadas para maior bem estar e comodidade do povo. A ponte do Piracicaba, a Estrada de Ferro lIuana, ;:: navegao fluvial, o Engenho Central, a Fbrica de Tecidos, a iluminao eltrica, o abastecimento de gua, a Santa C~ ;a de Misericrdia, os Templos, o Cemilri Municipal com o seu majestoso Prtico, o antigo Hospital de Hansenianos, a Escola de Agronomia, o velho Teatro, so atividades que a iniciativa pblica e a particular das geraes passadas nos legaram como um soberbo atestado da sua operosldade

    Piracicaba, 28-09-1941 - Dirio de Piracicaba.

  • A INICIAO pOliTICA DE PRUDENTE (11)

    Nelson de Oliveira Camponez do Brasil

    IDENTIDADE DE VISTAS Num ponto ao menos, num aspecto interessante se identifi

    cavam perfeitamente as correntes polfticas: nos prlios eleitorais desta localidade, a substituio de um partido por outro no se fazia sem meticulosa reflexo e cuidadosa escolha de candidalos. Os adversrios que alassem o mando teriam, para captar a confiana pblica, de ultrapassar as realzaes e os empreendimentos dos que deixavam o poder, dado que Piracicaba jamais constituiu campo aberto s audcias de qualquer dvena sequioso de gloriolas populares.

    O ingresso na carreira pollica e o xito nas lutas partidrias no se davam apenas a golpes de atrevimento, a convices, muito embora pudessem ser estas eminentemente sentimenlais, conlorme j dissemos. Pelo conlrrio, havia inmeros "totens", represenlados pela envergadura moral dos que compunham as faces polticas; pelas administraes prenhes de bons servios, de realizaes, nas quais ressaltava, sobreludo, o emprego rigorosamente sensato dos parcos dinheiros do cofre municipal; pela dedicao das autoridades pblicas, que, durante o mandato, sacrificavam, por vezes, sagrados interesses pessoais, em favor do bem colelivo.

    No existfa. outrossim, a imprensa, os "meetings'\ os manifestos, e outros recursos da atualidade, que permitissem mais facilmenle conhecer-se da capacidade realizadora dos pretendentes s funes adminslrativas. Dai o se redobrarem zelos e cautelas. Quem quer que fosse com inclinaes ao exercicio de cargos pblicos leria de construir toda uma reputao, de granjear o conhecimento e a estima popular, e de solopr as prprias qualidades s proverbiais qualidades dos concorrenles. Uns, mais felizes, o conseguiam em breve tempo; outros, porm, em menor contato com a populao, perduravam no esquecimento. Havia, tambm, os que se recusavam a exercer funes e empregos pblicos a vista das responsabilidades que os mesmos ofereciam, e, para o conseguirem, escusavam-se sob pretexto de doena ou de idade avanada, porisso que o convite representava uma oposio do governo, da poltica, em um tempo em que eram bastante restrilas as lberdades individuais. Dentro dos partidos, as posies eram para 0$ que a mereciam e no para os que ambicionavam. Com este critrio, com esta identidade de vistas, claro que no havia oferecimentos, convites, mas to somente "escolha", sem admisso de recusa. Este era o fenmeno local, que se no alterava ao entrocar-se na larga artria da poltica nacional, e que Prudente de Moraes veio encontrar na sua terra de adoo.

  • o MARCO ZERO DA GRANDE JORNADA POLTICA Obsessionado pela democracia que bebera nas bancas acad

    micas, cheio de ardente idealismo, no podia ele permanecer indiferente ao panorama que se descortinava aos seus olhos moos. Com toda a generosidade prpria do verdor dos anos, acreditava cumprirIhe uma atitude no cenrio local.

    Ou renunciava a todas as lutas, aOs princpios que o agitavam, aos compromissos com diletos companheiros de Academia, para colocar-se sombra daqueles que representavam o poder, a fora, a abastana e fidalguia locais, ou escolheria a senda mais afanosa, mais problemtica do liberalismo em constante minoria, para no evadir-se s prprias convices. Mas, repelindo as comodidades que lhe prometiam uma razovel submisso ao concerto, harmonia existente no seio dos dominadores, escusando-se ao brao protetor do seu padrasto - figura das mais representativas nos arraiais conservadores tornando-se um egresso do crculo das opinies e simpatias caseiras, cometeu o "escndalo", como j o fizera o seu irmo Joaquim Jos Morais Barros, para declarar-se abertamente simples soldado das fileiras liberais - ele, moo necessitado! sem mais recursos que a carta de bacharel, a sua viva inteligncia, e uma vontade frrea de trabalhar e vencer. Convenhamos, que um gesto destes nobre, corajoso, "d'arromba", como diria o Joo da Ega.

    Via-se frente dos conservadores piracicabanos um cortejo de gente de prol, gente briosa, letrada, endinheirada, prestigiosa, entre a qual se destacava o Conselheiro Df. Antonio da Costa Pinto e Silva, Comandador Francisco Jos da Conceio, Fernando Pais de Barros, Dr. Estevo Ribeiro de Sousa Rezende, Dr, Felipe Xavier da Rocha, Major Caetano Jos Gomes Carneiro (padrasto dos Morais Barros), Alferes Inocncio de Paula Eduardo, Capito Emidio Justino de Almeida Lara, Dr. Torquato Jos Leito, Dr. Salvador de Ramos Correia, Manoel da Rocha Garcia, Augusto Csar de Oliveira, Jos Bento de Matos, Capito Jos Wenceslau de Almeida Cunha, Manoel Alves de Oliveira Dria" os Moratos de Carvalho, os Leite do Canto, para no citar mai' nomes. Este pugilo brilhante de hcmens clientes provveis, poderosos dispensadores de protees, os donos, por assim dinr, do municpio - que vinham administrandc jJOr sucessivas legislaturas - que Prudente de Moraes desdenhou, para se por em campo justamente contrrio_

    Nos arraiais polticos, da sua feio, certo, pontificavam, tambm, nomes destacados, nomes impereclveis, na estima popular: Dr. Joaquim de Almeida Leite Moraes, Ten, Antonio Jos da Silva Gordo, Elis de Almeida Prado, Major Femando Ferraz de Arruda, Capito Miguel Antonio Gonalves de Arruda, Ten. Cel. Carlos de Arruda Botelho, Manoel Ferraz de Arruda Campos, Pro!. Jos Romo Leite Prestes, Capo Joo Francisco de Oliveira Leme, Benlo Barreto do Amaral Gurgel, Jos Custdo Soares de Barros, Dr. Joaquim Augusto Ribeiro de Carvalho Rios Rosas, Ricardo Pinto de Almeida, Comendador Joaquim da Silveira Melo, Pedro Liberato de Macedo, Jos Viegas Muniz, Francisco Cndido Furquim de Campos, Antonio

  • de Barros Ferraz, ele, Contudo, achavam-se mais ou menos em posio embaraosa, reduzida a sua Influncia e valimento, reduzida a sua representao na edilidade piracicabana. A bem dizer, nunca liveram maior prestgio que pela lora da opinio e pela coragem das suas atitudes.

    o PRIMEIRO TRIUNFO Qualificado eleitor em Janeiro de 1864, perante uma junta de

    qualilicao de votantes, composla por maioria conservadora, provvel no desejasse Prudente de Morais imiscuir-se to de pronto em assuntos polfticos, a no ser discretamente, lanto mais que urgia reunir clientela, garantir a subsistncia, praticar o seu ofcio, para o qual sentia atrao irresistivel.

    Mas, Joaquim Jos de Moraes Barros, vereador da minoria liberai ento em exerccio, influenciou-o, rogou-lhe a anuncia, prometeulhe toda a ajuda, todo o apoio dos companheiros, cansados j de sempre viver "debaixo", dos contrrios, Ademais, as hastes do liberalismo acabavam de sofrer a perda de um dos seus mais ilustres chefes, vereador em exerccio, com a mudana do notvel advogado Dr, Joaquim de Almeida Leite Morais, e se fazia necessrio preencher a sensvellacuna, pela adeso de um elemento em condies semelhantes.

    Preparava-se uma reao sem precedentes, para a qual se impunha o aproveitamento de todos os valores e o comparecimento em massa dos votantes, esquecido o abstencionismo que muitos vinham praticando, por se terem irremediavelmente convencido de que nunca sairiam vencedores. A marcha dos acontecimentos, as solicitaes de amigos, as insistncias do prprio irmo o empurraram 11 luta, comparecendo na chapa dos candidatos a vereador. Gesto arriscado este, para quem s tinha 23 anos, o competir com velhos e experimentados paredros locais,

    E a campanha comeou. Vieram as propagandas, os aprestos para o grande pleito, Mas, com geral surpresa, no loi preciso luta. A sucesso de vrios e transitrios gabinetes liberais, que agravou as condies da pOltica interna, e as ocorrncias da nova orientao, parece, impressionaram os cheles conservadores, que, s vsperas das eleies, resolveram no participar das mesmas, determinando a absteno dos seus correligionrios,

    Elegeram, assim, os liberais a tolalidade dos vereadores, em nmero de nove, os Juizes de Paz da Sede e das Freguesias, e todos os suplentes_

    Prudente de Moraes, por ser o mais votado, com 420 votos, loi escolhido para Presidenle da Cmara - justamente o mais moo - aquele que a menos de um ano vivia sob o regime palerno e cursava ainda a escola superior, Como isso havia de doer aos conservadores, a esses mesmOS que, mais tarde, o veriam alar-se suprema chefia do Pas, depois de uma trajetria belssima no cenrio da poltica brasileira.

    Piracicaba, 30-09-1941 (Dirio de Piracicaba)

  • PRUDENTE E O ESTELIONATO POLTICO DE 1868 (I)

    Nelson de Oliveira Camponez do Brasil

    A queda do segundo e ltimo gabinete liberal progressista do conselheiro Zacarias (o de 03-07-1868), ocorrida em 16 de julho de 1868, que provocou a substituio do Presidente desta Provncia para nomear-se o Baro de Ilana; que decretou a demisso das autoridades policiais; que arrastou consigo a liberalssima poltica dos Andradas, e com ela Jos Bonifcio, o Moo " a encarnao mais fascinadora das idias liberais" - o orador mais consumado do seu tempo, O poltico mais querido das bancas acadmicas, genuna expresso superlativa que reunia em suas aulas de Direito Civil no s a classe estudantil mas tambm pessoas alheias Faculdade, genle qualificada advogados de renome, funcionrios do governo, desembargadores da relao - repercutiu fundamente em todo o Pas, com especialidade no interior do Estado de So Paulo, e foi o rastilho de graves acontecimentos, que iriam seguir-se nas eleies para renovao de mandato das Cmaras Municipais.

    Divulgado o "o estelionato poltico" que ruiu por terra o partido liberal progressista, restava coligarem-se os dissidentes, num esforo supremo, a fim de opor o mais desesperado revide s manobras do partido conservador e 11 poltica subterrnea do Palcio de S. Crislovo, Histricos e progressistas, esquecidos velhos rancores, foram convergindo atividades para um congraamento que, pouco depois, deu origem ao partido radical teto de onde assomou histria brasileira o partido republicano.

    Sob a direo calma e enrgica de Prudente de Morais, ento deputado, achava-se a faco liberal piracicabana em maioria esmagadora, de posse total da Cmara e dos juizados de Paz, malgrado o largo prestgio que desfrutavam os conservadores, representados pela elite "rural" do municpio, pelos maiores patrimnios agrcolas e comerciais, enfim, por gente de prl, gente que j se havia distinguido em precedenles mandatos e anteriores competies eleite cais,

    No padecia dvida que os liberais iriam repetir a memorvel vitria de1864, para conquistar galhardamente a representao integrai na chapa de vereadores.

    Alm de outros prognsticos infalveis, a atuao desassombrada do preclaro chefe, quando na Assemblia Provincial, cominara eloqente e acremente os desmandos do partido adversrio, constitua mais um ndice no elevado conceito

    Em to pouco tempo granjeado aos seus muncipes de que seria assegurada a continuidade de uma poltica de evoluo social, sem as graves consequncias das bruscas transies,

    Esperava-se no Municpio de Constituio um pleito de extraordinrias propores, indilo, de marcar poca ... A campanha eleitoral recrudescia, aproximao do tempo das eleies, Agentes de ambos os partidos percorriam O eleitorado a angariar simpatias e proble

  • mticas adeses causa que patrocinavam. Os do governo, alm de falazes promessas, investiam de funes policiais, para vencer os recalcitrantes, acenando-lhes com o recrutamento, processos, servios de guerra, etc.

    Entrementes, no nimo do futuro republicano perpassava uma sombra de desconfiana, a de que, tal como estava acontecendo na Capital da Provncia, e na prpria Corte, violncias policiais e perseguies polticas vedariam a livre manifestao das idias, at que o pleno exerccio do voto fosse, tambm, cerceado aos eleitores.

    A 29 de agosto de 1868, dispensada a autoridade liberal, tomou posse de delegado de polcia o Dr. Estevo Ribeiro de Souza Rezende, um dos chefes do partido conservador local, que, sem embargo de ser homem de peregrina retido de carter, de corao nobilssimo, incapaz de um s ato menos digno que viesse enodoar os seus foros de fidalgo pelo nascimento, pela ilustrao, pela compostura moral, era, em razo dessas mesmas qualidades, no talhado para encargo dessa natureza, visto como as ocupaes, a excessiva benevolncia e confiana no carter alheio no impediriam que apaixonados inferiores hierrquicos intentassem, sua revelia, atos de violncia de molde a perturbarem os trabalhos eleitorais. Era bem certo que o Dr. Estevo exerceria apenas nominalmente o cargo, de vez que os seus auxiliares, gente de inteira confiana do partido, se incumbiriam de todas as providncias que se fizessem necessrias. Devendo inmeras gentilezas aos seus companheiros de diretrio, entre os quais se encontravam velhos amigos e parentes bastante prximos, e mesmo por uma questo de disciplina partidria, no houve de parte do ilustre advogado seno submeter-se escolha e imposio do seu nome para aquelas funes.

    A nomeao do novo delegado foi recebida, pois, como um mau prenncio aos liberais, com tanIa maior razo que representou grande acontecimento nos arraiais conservadores, onde elementos de pequena significncia, no conformados com aquela derrota politica que j durava quatro anos, propalavam levianamente que desta vez ganhariam a eleio ainda que urgisse "engaiolar", transformar em "voluntrio de pau e cordan , ou estropiar algum adversrio mais renitente.

    Calmo, superior a todos os boatos alarmantes que paravam sobre a prometida desforra, no querendo destoar daquela atitude de ponderao, que foi sempre a sua grande qualidade, procurava Prudente de Moraes, sossegar o nimo exacerbado dos seus correligionrios, pedindo-lhes confiassem na honradez do Delegado, dos comandantes dos corpos militares, dos chefes adversrios, e estabelecendo que no caso de se confirmarem quaisquer medidas arbitrrias seria ainda o abstencionismo eleiloral a maior, a melhor, a mais eloquente demonstrao de civismo e da pujana partidria que poderiam oferecer aos olhos da Nao. Ao menos, por mos dos liberais, no se veria manchada de sangue a terra piracicabana, nem ficaria na histria do seu partido um triunfo que no fosse concienciosamente conquistado dentro do livre exerccio do voto.

    Empossadas as novas autoridades conservadoras, delegado,

  • subdelegado, suplentes, substituram elas os inspetores de quarteiro, reuniram uma fora policial composta de elementos da Guarda Nacional, requisitaram um destacamento de Imperiais Marinheiros do vapor "Tamanduate!", que se achavam de trnsito nesta Cidade, com destino Colnia Militar do Itapura. Pr meio desses belicosos agentes, procuraram intimidar os eleitores contrrios, com a ameaa de pr em prtica medidas de exceo, entre os quais o indesejvel recrutamento para a Guerra do Paraguai. Pouca gente se incomodou com a demonstrao de fora. s para pr medo pensava-se ...

  • PRUDENTE E O ESTELIONATO POLTICO DE 1868 (11)

    Nelson de Oliveira Camponez do Brasil

    Chegou o grande momenlo! Eleio renhidfssima, puxada de parte a parte, a que se realizou! Mas no brilhante, pois, empanada por cenas de verdadeira selvageria, somente no derivou em espantoso conflito, graas interveno serena, prudente do "prudente Prudenle de Moraes", que ordenou Oabandono ao pleito.

    Inslalada a sesso eleitoral no dia 7 de Setembro de 1868, con soanle as disposies vigentes, deviam recolher-se os votos durante trs chamadas, realizada uma por dia a partir da abertura dos trabalhos.

    Nos primeiro e segundo dias era patente a maioria da ala liberal. Choviam votos ao partido ameaado pelos esbirros,

    Desesperados, os conservadores, revelia ou no do dr. Dele gado de Polcia, cometeram, ento, os maiores desatinos e com ajuda de capangas invadiram as residncias particulares, sem mandato do Juiz, recrutando "voluntrios", dando vaias a pacfficos e respeitveis cidados, que foram ameaados de agresso aos olhos pvidos de mulheres e crianas, despertadas sob o tinido das armas, palavres, a risos grosseiros da gentalha enlurecida. Ex autoridades, ancios pro bos, incapacitados, prestimosos chefes de lamilia, validos para o ser vio de guerra sofreram odiosos vexames de alguns "valientes" que pr sua vez, se julgavam isentos de prestar os servios de campanha, atribuindo a si prprios o " pesadfssimo" encargo e "tremenda" respon sabilidade de zelar, dessa forma, pela sorte das nossas armas, cum prindo solenemente os deveres do patriotismo a uma boa retaguarda de centenas de lguas do inimigo ...

    Para que S8 tenha ligeira idia da "satumal" promovida plos capangas do sub-delegado de polrcia Francisco Jos da Silva - caixeiro na casa comercial do Comendador Francisco Jos da Concei o, chefe dos Conservadores - basta dizerse que as ostentaes de fora se registraram nos dois primeiros dias do pleito; porm, s 22 horas de oito para nove de setembro, vspera da terceira chamada e encerramento da votao, sentindo os adversrios que, no obstante os maneias censurveis dos seus asseclas, os liberais inevitavelmente os derrotariam, passaram a executar as prometidas arbitrariedades.

    Com rumorosa escoUa de cerca de vinle pessoas armadas, sob as ordens diretas do subdelegado em exerccio, tentaram, com fteis pretexlos, devassar numerosas casas de famlia, entre as quais a de Jos Mariano de Matos, valetudinrio, para recrutar como fizeram, no leito em que dormia, um dos filhos daquele ancio - Diogo Antnio de Matos-que no dia seguinte deveria votar com a oposio. s vinte e trs horas, foi varejado o domiclio do porteiro da Cmara, Maximiliano Lopes da Silva, onde prenderam para recruta um sobrinho do mesmo - Joo Lopes do Carmo casado, com trs filhos. Depois, repeliram igual faanha nas residncias do velho Joo Batista Frana, Claudino

  • Antnio Ferreira, e na da viuva do portugus Antonio Joaquim de Morais Sarmento, que teve deshoras, o incmodo de levantar-se para fornecer informaes sobre a morada de um seu cunhado - Joaquim Maria de Oliveira - visado pela facinorosa patrulha. O ex subdelegado de policia, Joaquim Antnio de Oliveira Silveira, que exercera o cargo durante cinco anos, foi cercado e revislado, sob assuada do seu prprio sucessor - de quem diziam: "ofender Francisco Jos da Silva ofender meio mundo em Piracicaba", talo prestgio que lhe advinha, pr ser o "fac-totum" do dirigente dos Conservadores locais.

    Manda a mais preliminar justia que se diga ter o ilustre Delegado de PoHcia publicado um artigo assinado no Dirio de So Paulo, edio de 2 de Outubro de 1868, no qual, confirmando alguns dos fatos assinalados, procurou justificar-se e justificar a atuao dos seus suballernos_ Infelizmente, no tivemos a oportunidade de conhecer os termos da explicao que, por certo, esclarece esle assunto, entrado j nas sombras do esquecimento.

    Mas, de qualquer forma, ressalvados superiores motivos acaso determinantes do excessivo zelo polciat, de convir-se que a ocasio se prestava excelentemente para violncias de ordem poltica, que se registraram, tambm, em outras localidades da Provncia .. Ademais, houve premeditao, escandatosamenle assoathada plos '1aris", pelo IIp9S0 morto''', pelas "vivandeiras" loquazes, que acompanham os par~ tidos, em todas as pocas, em todas as ocasies. So os que vivem eternamente espera de um lugarzinho no banquele das posies e empregos, os que no tm convices, nem escruputos, e que vm constituindo verdadeira rvore genealgica no cenrio da histria da poltica brasileira. Esses propalaram, esses comprometeram os chefes do partido, que bem provvel, no tivessem pretendido levar to longe as hostitidades aos briosos adversrios.

    Em visla dos inominveis atentados cometidos contra a segurana e liberdade individuais e, possivelmente, para evitar acontecimentos de extenso imprevisvel, o partido liberal deixou de comparecer s urnas na terceira chamada, no dia 9, o mesmo fazendo o presidente da mesa e dois mesrios liberais. Pr esse motivo, no pde ser instalada a seo, que s se abriu trs dias depois, a 12 do mesmo ms e ano.

    Entretanto, no ficaram a as irregularidades cometidas pelo partido do governo. No querendo participar dos atos de prepotncia dos Conservadores, nem os sancionar com a sua coadjuvao nos trabathos eletorais, os juizes de paz da Freguesia da cidade, convocados, recusaram-se a substituir a mesa demissionria. Restava. pois. o recurso de se chamarem os da Freguesia de Santa Brbara, ou de outras mais distanles, pertencentes ao mesmo termo. No obstante isso no aconteceu .. _ com o nosso, e com ele ultimou-se a eleio. Houve, outrossim, irregularidade na seo da Freguesia de So Pedro, onde se verificou uma diferena de 180 votos na soma total da votao alcanada plos candidatos.

    Apesar de todas essas lamentveis ocorrncias, apesar do abandono do pleilo, conseguiram os Liberais eleger trs vereadores contra

  • os seis eleitos pelo partido conservador, e fizeram, tambm, grande nmero de suplentes cOm um total de votos que no chegou a ser, nem em simples centena, inferior ao dos vencedores. Nas eleies de juiz de paz da Freguesia da cidade, apreciou-se igual resultado animador aos liberais, que, pr insignificante diferena de votos - quarenta a menos - elegeram todos os suplentes contra os quatro juizes eleitos pelos conlrrios.

    O quadro abaixo esclarece bem a posio dos concorrentes, ao finalizar-se esle memorvel pleito:

    VEREADORES DO MANDATO 1869 - 72.

    CONSERVADORES

    Dr. Eullia da C. Carvalho (481), Antnio Morato de Carvalho (477), Augusto Cesar de Oliveira (473), Luiz Gonzaga da Silveira (471), Antnio Bonifcio de Almeida (471) e Albano Leite do Canto (469)

    LIBERAIS

    Antnio da Silva Leite (462), Francisco Manoel de Oliveira (456), Bento Barreto do Amaral Gurgel (456)

    SUPLENTES IMEDIATOS EM VOTOS.

    Honoraqto Roiz de Barros (456), Manoel Emesto de Maios (455), Jos Viegas Jort Muniz (455), Joaquim A. Oliveira Silveira (454), Martins Alves Bonilha (453), Miguel Antnio G. de Arruda (451 ),1 Teodro Jos de Almeida? (445), Fernando Ferraz de Arruda (389),1 Fernando Feliciano Sampaio ... ? (340),? Fernando Ferraz de Almeida ... ? (73) e outros menos votados.

    Piracicaba, setembro de 1941.

    Blbl10graflai

    SPENCER VAMPR - Memrias para a His!tla da Academia de So PauloTOMO 11 ; livro de Atas, e livro NO. 3 de Registro de Ofcios da Cmara Munlci pai de Piracicaba"

  • EXEMPLO DE AMIZADE FRATERNAL

    Nelson de OliveIra Camponez do Brasil

    Num dia de singular contentamento para os Moraes Barros, Sbado, 19 de dezembro de 1863, apeava Prudente de Moraes porta da engalanada morada de casas de sua famlia, toda reunida para festejar o regresso do caula, que, formado, retornava ao ambiente caseiro.

    A residncia citadina, em Constituio, atual Piracicaba, era bem urn ponto de estada para as grandes festas, eis que de preferncia habitavam o casaro da fazenda, antes desejando a largueza rs!lca das nossas casas "grandes", o ar puro, as frescuras das aguadas cristalinas, o vu branco dos cafezais noridos, o rudo caracterstico e o odor apelitoso das fbricas de acar, seno a confuso lacre dos rebanhos, nos rodeios, nas vaquejadas, aspas erguidas ao cu, ou cruzando-se alvoroadamenle junto dos cochos de sal das "mangueiras", enfim, a singeleza encantadora da zona rural.

    Padecia profundamente o Dr. Moraes Barros desta inclinao insopitavel pelo campo, pela agricultura, rnas, enquanto os outros podiam dar continuidade nas suas preferncias individuais, ele, mais por fora dos deveres do cargo que dos da profisso, via-se arredado de maior freqncla junto dos seus. A extremosa consorte bem lhe adivi nhava a propenso e jeitosamente a acorooava para dias fUturos, compensando-

  • nio rural, Isto , a fazenda, os seus cafezais, os seus canaviais, os seus engenhos, a sua escravaria. Esta que era a aspirao dominante das classes superiores e dirigentes do pas, durante o Imprio. Depois de 88 (ou talvez um pouco antes), esse ideal desapareceu dentre as aspiraes das altas classes: e elas entraram a cultivar um outro ideal- e fizeram ento do emprego p8blico a sua maior aspirao, a forma mais grata e nobre de vida." (obra cil. pago 22).

    H sempre, entre irmos, umas lanlas afinidades que os aproximam uns mais dos outros. Com Prudente assim aconteceu em relao ao Dr. Moraes Barros. Esta amizade intensa, que tinha o fundamento dos laos do sangue, era corroborada eficazmente, pela identidade de aspiraes idealsticas, que serviram de liame indissolvel na vida inteira dos dois notveis brasileiros, se bem que norteadas em rumos diferentes.

    Com efeito, dos irmos eram os que mais se aproximavam pela idade. Brincaram juntos. Juntos sofreram o rude golpe que lhes arrebatou os carinhos paternos, rebentos mais novos e, por isso mesmo, atingidos mais fundamente no reCeSSO das suas atividades psquicas, em circunstncias e limites indeterminveis. Frequentaram, se bem que em pocas diferentes, a mesma escola superior. Adotaram a mesma profisso.

    No casamento, tiveram por esposas a duas irms, filhas de velho conhecido e amigo da famlia. A vida poltica de um foi a vida poltica do outro. Juntos batalharam, juntos venceram, e juntos se tornaram merecedores do reconhecimento eterno da Ptria.

    Quando a morte os surpreendeu, com pequena diferena de dias, os seus pensamentos ltimos foram endereados aos acontecimentos pOlticos que agitavam o seio dos partidos e a Nao.

    Que estranha paridade de vidas! Que singular coincidncia de destinos! Compreendendo o alcance desse desgnio superior, a sua piedosa famflia os colocou lado a lado no Cemitrio Municipal de Piracicaba, onde os seus contemporneos param, revivem aS passadas glrias, e rendem saudoso culto memria daqueles inolvidveis patrcios, onde a gerao presente se inclina contrita, como que buscando um exemplo, um incentivo para os seus melhores pensamenlos, para as sua elevadas aspiraes.

    Se no transcorrer dessas existncias houve uma convergncia consecutiva de acontecimentos que mais uniram os Moraes Barros, nem por isso deixavam eles de personalizar-se pr certos caractersticos particulares. Assim, no havia uma equivalncia perfeita, uma identidade absoluta de inclinaes pessoais. Bem plo contrrio ...

    Manoel de Moraes Barros era comunicativo, alegre, no desadorava as reunies, e fazia amizades, indistintamente, quer entre as pessoas de maior destaque, quer na classe modesta e menos ilustrada, e sempre encontrava meios de alimentar a conversao, enveredando os assuntos consoante o nvel cultural dos interlocutores. TInha o dom de convencer o pblico, de cativar a multido, e como que satisfazendo a uma determinao do seu feitio, sentia a necessidade de contato social, de rodas de palestra, de agitao, de movimento.

  • Era bem um homem do povo, um condutor de massas ... Prudente de Moraes, subjetivo, retrado, entregue sempre s

    suas altas cogitaes, vivia como que distanciado dos homens do bulcio, da vida. Alis, fora esse o seu carter.

    Causava espcie na Academia, a ponderao, a reserva, e a circunspeco dos seus geslos, das suas palavras. No que fosse um tmido, pois, sabia defender energicamente os seus pontos de vista. Porm, a sua vivacidade s se pronunciava forte, calorosa, Indomvel quando a esse ponto era levado pela sem razo do adversrio, ou plo espirito Irreverente dos companheiros. Passado o choque, como que se surpreendia do momentneo entusiasmo e regressava ao aparente indiferentismo, lamentando-se interiormente de ter fugido ao mtodo, li calma e fria argumentao, pois tinha muito cuidado em no irritar-se, acreditando justamente que O mau humor uma condio de inferioridade do indivduo.

    Para usarmos de um "chavo bastante surrado, mas que define suficientemente estas duas grandes personalidades, ousaremos dizer que o quanto um tendia para a popularidade, o outro se inclinava para a glria.

    Vrias causas favoreceram essa esquividade, esse alheamento s coisas corriqueiras da vida. O traspasse funesto do pai, no limiar da sua infncia, quando toda criana no s precisa dos inesgotveis carinhos do corao materno, mas tambm daquela sensao de amparo, de segurana que lhe inspira o desvelo paterno, fez-lhe, quem sabe, um esplrito intranquilo, receioso contato com estranhos, com os fatos prximos. E, se encontrava na me extremos de amor e dedicao, se via nos irmos aquele companheirismo, aquela fraternidade cimentada ainda mais pela desgraa, Se percebia no padrasto o interesse simptico e bondoso de um corao todo distribuido aos seus enleados, faltava-lhe, contudo, alicerces, confiana na vida, nas prprias foras, quanto sente quem o destino poupa conservando-lhe os gentores.

    Criana triste, acaso melanclica, s se abria aos seus. Fora d conchego famlia r era bem um rfo, isso porque mal lhe chegou o discernimento, mal se lhe dasanuviara' o vu que volvia a ;.Ienle. teve. mais que notcia, a dolorosa intuio da fatalidade que o atingiu no seu tamanhinho. Vingou com esse luto no corao, Mais tarde, foi se esfumando o pesar, o abismo, mas ficou sempre algo de inquietude possivel recalcamento dos entrechoques produzidos na infncia, custoso de ser dissolvido, ou ao menos, atenuado na exploso de outros carateristicos da sua interessante personalidade.

    Persistindo no terreno conjetural, admitamos, porm, que essa causa remota no tivesse influncia lamanha na criana de dois anos, que, s primeiras relaes com a vida, foi aUngida peta orfandade. Admitamos se no grave no mundo impreciSO da conscincia infantil o devotamento, O carinho, a experincia paterna, desde o balbuciar dos primeiros sons da sua linguagem, o exercitamento dos primeiros gestos, as conquistas iniciais do meio exterior, o adestramento da capac~ dade manual, os seus primeiros brinquedos, desde as primeiras re

  • presses s asperezas da ndole. Admitamos, prescinda ela de todas estas protees e que lhe baste o corao materno com a sua incomensurvel capacidade afetiva.

    Desprezada esta influncia, ficam outras to incisivas quanlo seguras. Talvez que o temperamento o fizesse um recolhido a si mesmo, Talvez a predisposio fatal da molstia que mais larde o vitimou desordenasse o equilbrio orgnico, produzisse uma retrao nos seus instintos gregrios, levando-o a um retraimento foroso, inspirado na dvida, no receio

    Que a prpria enfermidade impe. Entretanto, nas lides do Direito, ou da poltica, desaparecia o

    menino esquivo. dlua~se o sedentrio, o homem das ntimas preocupaes, para surgir o lidador indomvel, tanto mais perigoso porque se no alterava, mas calculava as palavras, escolhia as polidas, positivas. irretorquveis. Era! antes de tudo, o pensador, era o homem de gabinete, era o arquiteto, o chefe, o Marechal, aO passo que Moraes Barros, mais afeito aos impulsos da sociabilidade, precisava do movimento, do convvio dos homens e, sendo, tanto quanto o irmo, de inteligncia bastante viva, antes queria agir, lutar, vencer, a perder-se na silenciosa cogitao dos altos comandos.

    Piracicaba, Selembro de 1941.

    Bibliografia:

    Tladfes e Reminiscncias

    - Stima Srie - Almeida

    Nogueira.

    Gazela de Piracicaba, edi

    es de quarta feira, 03, 04,

    23 e 2S dezembro de 1902.

    De 05 e 07 de novembro de

    1903 (discurso do Dr.

    Teodoro Sampao, no Insti

    tulo Histrico e Geogrfico.

  • MAGNA CENTRIA Nelson de Oliveira Camponez do Brasil

    Na lendria lIu, A Fidelssima, a Roma Brasileira, bero de ousados preadores que penetraram o recesso da selva americana, em busca de ouro, de pedra rias, de amerndios, de aventuras - gente rude, insocivel, incapaz de manter-se inerme pelos povoados, a desenhar curvaturas de espinha e a tecer frases blandiciosas aos orgulhosos quo pirracentos capites - mores; gente que escorraou os deste morosos castelhanos e os renilenles selvcolas para as ante-fraldas da Cordilheira andina, no fito de conquistar para a nossa ptria imensos territrios at hoje pouco devassados! Bero de insignes artislas, que enriqueceram os nossos Templos, com as concepes indfgenas da sua arte, tosca sim, mas de um valor inestimvel, com maviosos cnticos sacros enloados ao som de instrumentos feitos s suas prprias mosl Bero de abnegados Servos do Senhor que, nos Conventos, no Plpito, nas Assemblias Legislativas, honraram a Igreja e a Ptria, profligaram os erros da turba, reinvindicaram direitos conspurcados pela tirania metropolitana, imortalizaram as notcias das SUaS benemerncias, e acrescentaram pginas do mais puro quilate nas grandiosas tradies histricas da sua terra natal! Bero de lidimas expresses intelectuais, que influram decisivamente nos rumos polticos do Brasil emancipadol Na lIu das igrejas, dos Conventos, das magnificentes cerimnias religiosas, das festivas comemoraes sacras, que arrastavam bandos e bandos de romeiros de toda Provncia, para beberem o verbo dos Missionrios, para deliciarem os ouvidos ao som majestoso dos rgos, dos coros, dos hinos -tudo obra exclusiva dos modestos e inspiradssimos 'Miguelzinho", "Venerando", Eliseu, Elias Lobo, Bernardino de Senne, e outros, para "estanharem" olhos na contemplao dos pingos ardentes que se derramav,n do cu e que se desatavam em rudos, em cores, em ouros, em pratas, em policromias fugitivas, engendrados do gnio pirotcnico de ignorados artllices, manufaturados s mutiladas mos de bisonhos logueteiros gente smples e lrica, que passava toda uma existncia de misrias na feitura daqueles poemas luminosos, barulheiras, com que erguiam graas ao Senhor. NA ITU dos antigos engenhos, de 'bugio", dos monjolos, dos cafezais floridos, dos edifcios assotarados curiosa expresso da arquitetnica colonial- nasceu a 4 de outubro de 1841, na modesta residncia de seus Paes, Jos Marcelino de Barros e dona Catarina Maria de Moraes, o grande 'piracicaba no' o nclito brasileiro Prudente Jos de Moraes Barros.

    PIRACICABA, 04 de Outubro de 1941 (Centenrio do Nascimento de Prudente.).

  • PRUDENTE E AS PRIMEIRAS HOSTILIDADES DOS

    CONSERVADORES

    Nelson de Oliveira Camponez do Brasil

    No tendo participado das eleies municipais de 1854, nas quais era de esperar-se fosse derrotada em toda linha, a maioria conserva

    . dora da cmara piracicabana, que terminava o mandato, procurou

    embaraar a apurao dos votos, de maneira que, verificada alguma

    falta de observncia em artigo de Lei, pudesse mais tarde, recorrer e

    anular o pleito.

    Para a execuo desse intento, parece, tudo vinha favorecer, inclusive o estado de coisas que predominava enlre os vereadores em exerccio. Ocorria, desde o princpio daquela gesto, uma srie de interinidades, de substituies no isentas de certas hostilidades partidrias, que, a se culminarem teriam fcil pretexto e explicao nas eventualidades que as vinham determinando,

    A Cmara do mandato 1861- 64 fora inlegrada inicialmente pr oito membros conservadores: senhores Jos Bento de Matos, presidente, capo Salvador de Ramos Correia, capo Jos Venceslau de Almeida Cunha, alferes Inocncio de Paula Eduardo, larmaculico Auguslo Csar de Oliveira, Antnio Correia de Lemos e Jos de Almeida Leite Ribeiro; e um vereador liberal, possivelmente do matiz 'histrico", alferes Afonso Agostinho Gentil de Andrade.

    Logo na posse, que se verilicou a 7 de janeiro de 1861, o candidato mais valado, senhor Jos Bento de Matos, deixou de assumir a presidncia, por achar-se doente, s o fazendo a 16 de junho do mesmo ano.

    Entretanto, os liberais, malgrado s terem conseguido um edil, estavam represenlados por grande nmero de suplentes e como tivessem excelentes motivos para impugnar a validade da eleio de alguns adversrios, j empossados, dirigiram representaes ao governo, na esperana de que a excluso dos mesmos viesse dar novo aspeto situao poltica do lugar, permitindo-lhes atenuar aquela posio de nfima minoria. com a admisso dos substitutos legais, tirados, necessariamente, dentre os seus prprios candidatos, que eram os prximos imediatos em votos.

    Em conseqncia dessa iniciativa, a l' de abril de 1861, foi, de ordem do Exmo. Presidente da Provincia, excluido o vereador sennor alferes Inocncio de Paula Eduardo, em vista de no ser ele qualificado eleitor da parquia, para admitir-se o suplente Dr. Joaquim de Almeida Leite Morais, liberal, ex-deputado provincial, que exerceu as funes at 4 de abril de 1864, ocasio em que mudou para Araraquara.

    Em outubro de 1862, atendendo s representaes dirigidas, respectivamente, pelo Dr, Joaquim de Almeida Leite Morais, o sr. Joaquim Antnio de Oliveira Leme, ou Joaquim Antnio de Oliveira Silveira, como era tambm conhecido, o governo provincial excluiu os vereadores Augusto Cesar de Oliveira e Antnio Correia de Lemos, por no terem o tempo de domicilio previsto pela Lei. Foram convocados os

  • suplentes liberais Joaquim Anlnio de Oliveira Leme - que se retirou em meados de 1863 - Joaquim Jos de Moraes Barros e Joo Batista de Campos Pinto, em razo de os conservadores obstarem a chamada do imediato em votos, ex-tenente da Marinha Dr. Joaquim Augusto Ribeiro de Carvalho Rios Rosa, sob o pretexto de eslar envolvido num processo por exerccio ilegal da Medicina, promovido pr eles mesmos, apesar daquele cidado se fazer portador de um diploma de mdico homeopata, conferido pela Universidade de Madri. O Dr. Rios conseguiu, no obstante os maneias dos adversrios, absolvio do que se lhe imputava, e ingressou na edilidade, a 26 de outubro de 1862, na vaga surgida com O afastamento do capito Salvador de Ramos Correia.

    Em 1864, retirando-se o Dr. Leite de Morais, tomou assento o suplente sr. Frutuoso Jos Coelho. Achava-se, pois, o partido conservador, em fins do mandato, com apenas quatro vereadores, alis, os mais votados, de vez que os restantes eram suplentes. Apesar da manifesta inferioridade em que se encontrava essa representao, que, por assim dizer, comear com a totalidade da Cmara, valeu-se ela de hbil manejo, destinado a embaraar a apurao de votos e expedio de diplomas aos novos edis, e aos juizes de Paz, numa explicvel represlia s tantas dificuldades que lhe proporcionaram os adversrios, ao comeo daquela complicada legislatura.

    A presidncia da edilidade, segundo a praxe, compelia sempre ao vereador mais votado e, no impedimento deste, aos imediatos, que, no caso em apreo, pertenciam todos aos conservadores. Ficou, ento, o partido liberal espera de que o presidente da cmara marcasse para o dia 21 de setembro, conforme o costume seguido, a sesso extraordinria de apurao das eleies municipais. No houve, entretanto, anuncio prvio, no houve providncia alguma que demonstrasse o mnimo desejo de realizar-se a suspirada reunio.

    Procedimento inslito este, alarmou sobremaneira o ativssimo Joaquim Jos de Moraes Barros, que tratou de inteirar-se do que ocorria. Procurado. o presidente, Sr. Jos Bento de Matos, alegou ter passado o cargo ao substituto legal, por motivo de molstia, tanto mais digno de acreditar-se, visto que ao inicio do mandato ne;" pudera tomar posse. Corre o dligente vereador chcara do Capito Jos Wenceslau, vice-presidente, e l se informa que O mesmo se encontra adoentado. De Manoel Alves de Oliveira Daria recebe idntica notcia, e a de ter delegado poderes ao seu colega e correligionrio Jos de Almeida Leite Ribeiro. No tendo mais a quem transmitir funes, na ocasio, o edil conservador fez o que fizeram os outros: ficou doente ... e entregou a Cmara ao vereador adversrio Dr. Joaquim Augusto Ribeiro de Carvalho Rios Rosas, imediato em votos, que, finalmente, convocou sesso.

    No dia determinado, 21 de setembro, s compareceu a minoria liberal, composta do Dr. Rios, Joaquim Jos de Moraes Barros e Joo Batista de Campos Pinto, no se instalando sesso, por falta de nmero. Tornou-se necessrio convidar suplentes para tomarem assento. Surgiam, porm, srias dificuldades que se prestavam a fornecer,

  • aos conservadores, excelente pretexto para anulao das eleies. Seria lcito abrir a vereana com apenas trs membros, a fim de empossar-se os suplentes convocados? E na hiptese que tal sucedesse, como apurar os votos, como veriUcar atas e mais documentos das mesas eleitorais, Se entre os candidatos possivelmente eleitos fj,. gurava o nome do vereador Joo Batisla de Campos Pinto e o dos suple