31
Parte 4 Estado e regulação econômica Sessão 2 Reinaldo Gonçalves

Reinaldo Gonçalves - Instituto de Economia - UFRJ · Teorias do Estado 3. Mercantilismo 4. ... 5.2 Hayek 6. Capitalismo globalizado 6.1 Neoliberalismo 6.2 Teoria da Regulação 6.3

  • Upload
    voquynh

  • View
    216

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Parte 4Estado e regulação econômica

Sessão 2

Reinaldo Gonçalves

2

Sumário

1. Arcabouço conceitual-analítico básico2. Teorias do Estado

3. Mercantilismo

4. Capitalismo concorrencial

4.1 Ley de Say

4.2 Pensamento clássico

4.3 Neoclássicos

4.4 Pareto

4.5 Polany

3

Sumário, cont...5. Capitalismo monopolista

5.1 Keynes

5.2 Hayek

6. Capitalismo globalizado

6.1 Neoliberalismo

6.2 Teoria da Regulação

6.3 Escola da Escolha Pública

6.4 Teoria do Rent Seeking

6.5 Consenso de Washington

6.6 Neoinstitucionalismo

7. Síntese

Bibliografia

4

4. Capitalismo concorrencial

� Iluminismo, século XVIII� ”mobilizar o poder da razão para reformar a sociedade e avançar o conhecimento”

� Locke, Newton, Franklin, Diderot, Voltaire, Rousseau, Montesquieu, Beccaria, Burke, Goethe, Kant, Quesnay, Hume e Adam Smith

5

Fisiocratas e economistas clássicos

� Economia: leis naturais� Garantia de eficiência e acumulação� Mão invisível: mercado sistema ótimo de alocação

de recursos� Eficiência: produtor tem liberdade de escolha para alocar recursos onde tem maior produtividade

� Necessidade: livre interação entre oferta e demanda – concorrência

� Estado: intervenção provoca� falhas� reduz benefícios

� Equilíbrio fiscal

6

4.1 Lei de Say, 1803

� A oferta cria sua própria demanda� Toda produção encontraria mercado

� Flexibilidade de preços bens e fatores

� Nível agregado: nem ociosidade, nem crise

� Dispensada a intervenção estatal (estabilizadora)

7

Entretanto, intervenção do Estado

Função alocativa� Provisão de bens de consumo coletivo (bens públicos)� Defesa, segurança, serviços de utilidade pública, proteção ambiental, etc

� Bens públicos� Não atendem Princípio da exclusão: só acessa quem tem recursos para tal

� Consumo não-rival: consumo de A não exclui consumo de B: impossível precificação

8

4.2 Pensamento clássico

� Bens públicos � Estado� Bens privados � mercado

� Mão invisível: corolário central (laissez-faire - liberalismo)� qualquer interferência no sistema de mercado causa perda de eficiência

9

Pensamento neoclássico

� William Stanley Jevons, Theory of Political Economy, 1871

� Carl Menger, Principles of Economics, 1871

� Leon Walras, Elements of Pure Economics, 1874

� Alfred Marshall, Principles ofEconomics, 1890

10

4.3 Neoclássicos

� Abandonam o conceito de valor “natural”na formação do preço� Preço: função S e D

� Distribuição de renda� Renda dos fatores = PMg

� Concorrência perfeita� Consumidores (max utilidade)� Produtores (mas lucro)

Não há lugar para o Estado

11

4.4 Pareto(Ótimo de Pareto, Pareto eficiente)

� Situação em que ninguém pode melhorar sem que alguém piore

� Necessário sistema eficiente� Eficiência produtiva

� Produção custo mínimo

� Eficiência alocativa� Recursos alocados para produtos mais valorados pela sociedade

� Eficiência distributiva� Produtos distribuídos segundo as preferências dos consumidores

12

Aparelho analítico neoclássico

� Curva de possibilidade de produção (fronteira de produção)� Locus das combinações de produção que implicam na utilização plena e eficiente dos fatores de produção

� Determinação: funções de produção e dotação de fatores

13

Conceitos

� Custo de oportunidade (de A)=> o quanto se perde da produção da mercadoria B ao se aumentar em uma unidade a produção de A

� Ideia-chave: melhor uso alternativo para o fator

14

Custo de oportunidade

Custo de oportunidadeconstante

Custo de oportunidade variável - crescente

A

B B

∆A

∆B

∆A

∆B

15

Custo de oportunidade variável (crescente)

� Fatores de produção não são igualmente eficientes na produção de todos os produtos

16

Linha de preços

Y = Pa . Qa + Pb . Qb

Qb = (Y/Pb) - (Pa/Pb) Qa

17

Otimização

� Equilíbrio na produção� Linha de preços (PP) tangencia a curva de possibilidade de produção

� TMSP (TMT) = ∆B / ∆A = Pa / Pb

18

Equilíbrio na produção Q*

Custo de oportunidadeconstante

Custo de oportunidade variável - crescente

A

B B

P

P P

P

Q*Q*

Qb = (Y/Pb) - (Pa/Pb) Qa

19

Conceito

� Curva de indiferença social

� Locus das combinações de consumo de A e B que implicam mesmo nível de satisfação (utilidade) para a sociedade como um todo

20

Curva de indiferença social: características

� Convexa� Não se cruzam� Inclinação negativa

A

B

I1I2

I3

21

Otimização: Equilíbrio no consumo

� Linha de preços (PP) tangencia a curva de indiferença social

� TMSC = ∆B / ∆A = Pa / Pb

22

Equilíbrio no consumo

A

B

I1I2

I3

C3 (Y3)

C1 (Y1)

P

P

23

Equilíbrio na produção e no consumo(economia fechada)

A

B

I1I2

I3

A2

B2

C2 (Y2) = (A2, B2)

P

P

TMSP = TMSC = ∆B / ∆A = Pa / Pb

24

Eficiência econômica: Equilíbrio geral

A

B

I1I2

I3

A2

B2

C2 (Y2) = (A2, B2)

P

P

TMSP = TMSC = ∆B / ∆A = Pa / Pb

Ineficiênciaprodutiva

Ineficiênciadistributiva

Equilíbrio geral (com eficiência alocativa)

25

Equilíbrio: Economia aberta (Ea) vs

economia fechada (Ef)

26

Conclusão: concorrência perfeita, livre-comércio eficiência e bem-estar

� TT = (Pa/Pb)INT = TMSC = TMSP = ∆B/∆A

� Eficiência alocativa

� Não há especialização completa

� Ganhos de bem-estar = ganhos de comércio

27

Concorrência perfeita e Estado

• Mercado concorrência perfeita

• Otimização e equilíbrio geral

⇒Não há lugar para o Estado⇒Exceção

⇒ políticas assistencialistas⇒benevolência, caridade

⇒Reino do Estado serviçal

28

4.5 Polany: 4 pilares do Capitalismo concorrencial (Polany, 1944)

� Estado liberal� Mercado auto-regulado� Padrão-ouro� Equilíbrio de poder

29

Bibliografia

� Oliveira, F. A. de. Economia e Política das Finanças Públicas no Brasil. São Paulo: Hucitec, 2009, (cap. 1).

� Carnoy, M. Estado e Teoria Política. Campinas: Papirus, 1986.

� Châtelet, F. et al. História das Ideias Políticas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1985.

� Dallari, D. de A. Elementos de Teoria Geral do Estado. São Paulo: Ed. Saraiva, 2005. (cap. 2).

� Polany, K. A Grande Transformação. As origens da nossa época. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1980 (1944).

30

Cont...

� Beaud, M., Dostaler, G. La Pensée Économique depuisKeynes. Paris: Éditions du Seuil, 1993.

� Gonçalves, R. Economia Política Internacional. Fundamentos Teóricos e s Relações Internacionais do Brasil. Rio de Janeiro: Ed. Elsevier, 2005. (cap. 3).

� Fiani, R. Cooperação e Conflito. Instituições e Desenvolvimento Econômico. Rio de Janeiro: Ed. Elsevier, 2011 (caps. 7-9).

� Przeworski, A. Estado e economia no capitalismo. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1995.

31

Obrigado!

[email protected]

http://reinaldogoncalves.blogspot.com/