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Avaliação de Risco
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1st Joint World Congress on Groundwater 1
UMA PROPOSTA DE RISK BASED SCREENIG LEVEL (RBSL) PARA A REGIO
METROPOLITANA DE SO PAULO UTILIZANDO O PROCEDIMENTOS RISK BASED
CORRECTIVE ACTION (RBCA) - ASTM
Alexandre M.S.Maximiano1; Rodrigo C. A. Cunha2 & Seiju Hassuda1
Resumo - Nestas ltimas dcadas, os vazamentos de hidrocarbonetos derivados de
petrleo, em postos de servios e bases de armazenamentos de combustveis, tem sido
comumente detectados seja pelos trabalhadores destes locais ou pela populao
residente nas circunvizinhanas.
Estes vazamentos, alm de contaminar a gua subterrnea, podem ainda introduzir
hidrocarbonetos em edificaes e utilidades pblicas. Este combustvel, acumulado
nestes locais, coloca em risco a sade pblica, seja pela explosividade como pela
toxicidade carcinognica.
Tanto nos EUA como em outros pases, o processo de caracterizao e remediao
destas reas era financeiramente dispendioso e, frente s centenas de milhares de reas
contaminadas existentes, somente pequena parte delas estava sendo efetivamente
remediada. Como consequncia deste fato, os profissionais da agncia ambiental
americana lanaram mo da ferramenta de Avaliao de Risco denominado Risk
Assessment Guidance for Superfund (USEPA, 1989), para otimizar os investimentos,
devido o grande nmero de reas a serem remediadas.
Neste contexto, este trabalho tem como objetivo bsico apresentar uma adaptao
do procedimento da avaliao de risco em reas contaminadas por hidrocarbonetos, para
as condies do meio fsico e fatores de exposio adequados para a Cidade de So
Paulo. Especificamente, neste trabalho encontram-se apresentadas as tabelas de nveis
1 TECNOHIDRO Projetos Ambientais, Rua Botucatu, 407 C3, Vila Mariana, So Paulo, SP; CEP 04023-061,Tel/Fax: (11) 573-7174; Email: [email protected] CETESB, Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345, Pinheiros, So Paulo, SP; CEP 05489-900, Tel: (11)3030-6599; Fax: (11) 3030-6170, Email: [email protected]
1st Joint World Congress on Groundwater 2
de concentraes aceitveis baseados nos riscos calculados especificamente para a
Cidade de So Paulo, para o benzeno, o tolueno, o etilbenzeno e os xilenos (ismeros).
Palavras-chave - avaliao de risco, Risk-Based Corrective Action (RBCA),
contaminao de aquferos
1. INTRODUO
Os vazamentos de hidrocarbonetos derivados de petrleo a partir de tanques de
armazenamento subterrneo de combustvel (TASC) configuram hoje um dos maiores
problemas de contaminao ambiental urbana em muitos pases ao redor do mundo. Na
maioria dos casos, estes tanques, alm de armazenar substncias txicas, podem
apresentar um eventual vazamento que acarretam, a curto, mdio e longo prazo, uma
ameaa sade humana e ao meio ambiente. Um exemplo clssico o problema gerado
pelo vazamento em tanques de armazenamento subterrneo de combustvel de Postos
de servio que pode, direta ou indiretamente, atingir os trabalhadores, os usurios e
residentes nas circunvizinhanas. Estes casos de vazamentos so cada vez mais
frequentes, principalmente nas grandes cidades.
O gerenciamento da contaminao (caracterizao, avaliao de risco, remediao
e monitoramento), em casos de vazamentos de hidrocarbonetos de petrleo, , em muitos
casos, um processo que requer alto investimento financeiro e trabalhos que duram anos.
Este fato ocorre principalmente em funo da variao frequente da geologia e
hidrogeologia, da complexidade fsica e qumica dos contaminantes, do tipo de uso e
ocupao do solo, dos nveis de remediao requeridos pelas legislaes e tambm da
intensidade do risco toxicolgico que a contaminao pode gerar sobre o ser humano.
Neste contexto, o assunto relacionado contaminao do solo e da gua
subterrnea por hidrocarbonetos tem sido amplamente estudado por profissionais e
instituies privadas e pblicas, envolvidos com a preservao ambiental. Entre os vrios
temas estudados podem ser citados: a preveno e a deteco de vazamentos de
hidrocarbonetos derivados de petrleo, o movimento do contaminante na zona no
saturada e saturada, o risco gerado sade humana e ao meio ambiente e as formas de
remediao da contaminao.
Atualmente, nos Estados Unidos, no Canad e nos pases europeus, a tcnica de
avaliao de risco tm sido amplamente utilizada com o propsito de quantificar a
1st Joint World Congress on Groundwater 3
possibilidade da ocorrncia de efeitos txicos sade humana, confrontando-se
concentraes tericas aceitveis de determinados compostos qumicos com as
informaes toxicolgicas. A metodologia como o Risk Assessment Guidance for
Superfund (USEPA, 1989) desenvolvida pela agncia de proteo ambiental norte-
americana (USEPA), est disponvel para prognosticar a exposio humana s
substncias presentes em reas contaminadas, utilizando-se de informaes
toxicolgicas disponveis em bancos de dados gerados por organizaes ligadas sade
humana e ao meio ambiente.
Recentemente, nos anos 90, as metodologias de Criao de Decises Baseadas no
Risco (Risk-Based Decision Making - RBDM) tm sido desenvolvidas para associar a
caracterizao especfica da rea de interesse com a avaliao de risco em reas
contaminadas, com o intuito de identificar as aes corretivas mais eficientes, no que diz
respeito otimizao de alocao de recursos financeiros e minimizao do risco sade
humana e ao meio ambiente. O uso de metodologias como o RBDM conduz a solues
com melhor relao custo-eficincia e permite que as agncias ambientais, distribuidoras
de combustveis e a sociedade concentrem o esforo tcnico e o financeiro em reas de
maior risco potencial.
A metodologia Risk-Based Corrective Action (RBCA), desenvolvida pela American
Society for Testing and Material (ASTM), um procedimento de Criao de Decises
Baseadas no Risco que integra as seguintes etapas de trabalho: procedimentos de
avaliao de risco desenvolvidos pela United States Environmental Protection Agency
(USEPA), procedimentos tradicionais de caracterizao de reas contaminadas,
procedimentos de modelos matemticos analticos e procedimentos de critrios para a
seleo de tcnicas de remediao. O conjunto destes procedimentos permitem acelerar
e otimizar o processo de gerenciamento de locais contaminados por compostos
orgnicos, reduzindo-se assim os custos de implantao de tecnologias de remediao.
Dessa forma, atualmente, os procedimentos de avaliao de risco so intensamente
utilizadas para subsidiar as decises relacionadas alocao de recursos, s formas de
aes corretivas, aos nveis de remediao aceitveis e s tcnicas de remediao a
serem selecionadas.
2. OBJETIVO
O presente trabalho tem como objetivo bsico apresentar uma adaptao do
procedimento da avaliao de risco em Postos de servio, para as condies do meio
1st Joint World Congress on Groundwater 4
fsico existentes no municpio de So Paulo. Dessa forma, o objetivo especfico do
trabalho consistiu em:
Propor tabelas de nveis de concentraes aceitveis baseados nos riscoscalculados especificamente para a Cidade de So Paulo, para o benzeno, o
tolueno, o etilbenzeno e os xilenos (ismeros).
Vale ressaltar que as tabelas de nveis de concentraes utilizadas at o momento
no municpio de So Paulo tem, como origem, as condies do meio-fsico norte-
americano. Portanto, as avaliaes de risco praticadas at o momento apresentam uma
distoro em relao s condies de ocorrncia do solo e da geologia no municpio de
So Paulo.
3. FUNDAMENTAO TERICA
A anlise de risco uma ferramenta utilizada para estimar o perigo sade humana
e ao meio ambiente que um determinado resduo perigoso pode causar em determinadas
situaes, bem como para a tomada de decises, para a definio de aes e metas de
remediao e para a avaliao de reas contaminadas (LaGrega et al., 1994).
Segundo a USEPA (1989), o processo de anlise de risco, em linhas gerais, possui
quatro etapas definidas: a coleta e a avaliao de dados, a anlise da exposio, a
anlise da toxicidade e a caracterizao do risco. A Figura 1 mostra o fluxograma das
interaes entre as diferentes etapas da anlise de risco.
1st Joint World Congress on Groundwater 5
FIGURA 1. Fluxograma de interaes entre as etapas da Anlise de Risco (USEPA,
1989)
O Risk-Based Corretive Action (RBCA) um procedimento eficiente de criao de
decises baseadas no risco, desenvolvido pela American Society for Testing and
Materials (ASTM) para as reas com problemas de contaminao por hidrocarbonetos
derivados de petrleo. Alm disso, vale ressatar que o RBCA pode tambm ser utilizado
para outros contaminantes orgnicos.
O RBCA foi desenvolvido levando-se em conta os elementos tradicionais
encontrados nos modelos de anlise de risco existentes (coleta e avaliao de dados,
anlise de exposio, anlise de toxicidade e caracterizao do risco) e por este motivo,
seus procedimentos esto de acordo com os propostos pela USEPA (1989).
O RBCA integra as caractersticas do contaminante (mobilidade, solubilidade,
volatilizao, etc.), do meio impactado (porosidade, gradiente hidrulico e condutividade
hidrlica, etc.), dos caminhos (gua subterrnea, solo superficial, solo subsuperficial e ar),
das vias de exposio (ingesto, inalao e contato drmico) e das populaes
receptoras potenciais. Para tanto, o RBCA utiliza o modelo de anlise de risco, a anlise
de exposio e os modelos de transporte de massa, tanto em meio saturado como o no-
saturado.
C o le ta e Ava lia o d e Da d o sTra ta m e nto e a n lises d ed a d o s esp e c ifc o s d a rea
Id e ntific a o d e c o m p o stosq um ic o s d e inte resse
An lise de Exp o si o
An lise d e vaza m e nto d ec o n ta m inantesId e ntific a o d a s exp o si e s d ep o luentesIdent ific a o d a s exp o si e s d o sc a m inhos p o tenc ia is
Estim a tiva d a d o se d e ing resso d ec o nta m inantes p o r c a m inho
Estim a tiva d a c o nc e ntra o d ee xp o si e s p a ra c a d a c a m inho
An lise d e To xic id a d e
C o le ta q uantitat iva e q ua lita tivad e info rm a e s so b re to xic id a d e
De te rm ina o d e va lo res d eto xic id a d e
C a ra c teriza o d o Risc o
C lc u lo d o s se g uinte s p o te n c ia is:-Estim a tivas d e risc o s p a ra c o m p o sto sc a rc inog n ic o s
-Estim a tiva d o c o e fic ien te de Risc o p a rac o m p o stos n o c a rc inog n ic o s
Ava lia o d a inc e rteza Resum o d e info rm a e s d e risc o s
1st Joint World Congress on Groundwater 6
No RBCA, o processo de anlise de risco baseia-se em trs estgios de coleta,
tratamento e interpretao dos dados, a saber: Tier 1, Tier 2 e Tier 3. Estes estgios
tornam-se progressivamente mais especficos e complexos a medida que o estudo sobre
a rea e o contaminante desenvolvido.
A passagem de um estgio para o outro de maior complexidade depende da anlise
dos resultados e recomendaes ao final de cada estgio. Em cada mudana de estgio
so avaliadas as metas de remediao propostas, tanto em relao viabilidade de
execuo tcnica como em relao ao custo-benefcio.
No primeiro estgio de avaliao, Tier 1, os nveis de concentrao observados nos
pontos de exposio so comparados com valores aceitveis de concentrao.
Vale ressaltar que estes valores so extremamente conservativos, genricos e,
algumas vezes, esto at fora da realidade da rea em estudo.
Os valores para a avaliao do Tier 1, chamados RBSL (Risk-Based Screening
Level), so obtidos por meio de equaes analticas que utilizam, para os parmetros
analisados, valores regionais no especficos da rea. Estes valores so resumidos em
tabelas, chamadas Look-Up tables, que relacionam as vias de ingresso, os caminhos de
exposio e de transporte, o contaminante e as suas concentraes tericas aceitveis.
Estas tabelas devem ser elaboradas utilizando-se os valores especficos de cada regio
onde o RBCA ser aplicado. Na elaborao dessa tabela devem ser considerados, por
exemplo, os tipos de sedimentos e das rochas, o nvel dgua, a porosidade efetiva, a
condutividade hidrulica, o contedo de carbono orgnico no solo, entre outros. Dessa
forma, certamente a tabela para valores de RBSL do Estado do Rio de Janeiro, por
exemplo, ser diferente da tabela para o Estado de So Paulo, que por sua vez ser
diferente da tabela para o Rio Grande do Norte.
Neste estgio so elaborados cenrios de exposio para todos os receptores
identificados dentro e fora da rea onde ocorreu o vazamento. Entretanto, a avaliao
feita para todos os receptores identificados dentro dos limites fsicos do posto de servio.
A avaliao dos receptores fora dos limites fsicos do posto de servio realizado nos
estgios Tier 2 e Tier 3.
4. METODOLOGIA
Para a elaborao da tabela de RBSL para o municpio de So Paulo foram
consideradas basicamente os relatrios, referentes a diagnstico, a avaliao de risco e a
remediao dos postos de servios que apresentaram vazamentos, submetidos pelas
1st Joint World Congress on Groundwater 7
empresas de consultoria para a CETESB, e as informaes existentes na literatura
geolgica e agronmica. Assim, para a elaborao das tabelas de RBSL foram
consideradas as quatro etapas descritas a seguir.
4.1. LEVANTAMENTO DE DADOS SOBRE POSTOS DE SERVIO NA CIDADE DE
SO PAULO
Nesta etapa foram considerados somente os Postos de servio da Cidade de So
Paulo que foram ou so acompanhados pela CETESB. Nestes postos de servio foram
levantadas basicamente trs tipos de informaes:
Elementos sobre as instalaes dos Postos de servio; Caractersticas dos residentes e dos usurios das circunvizinhanas dos Postos de
servio;
Caractersticas da contaminao e do meio fsico na rea de interesse.
Estas informaes foram obtidas basicamente a partir dos relatrios que
acompanham os processos de cada posto de servico, de posse da CETESB. De uma
maneira geral, estes processos contm informaes sobre o acompanhamento do
vazamento, que realizado pelos tcnicos do DDAA (Equipe de Implantao e Avaliao
de Tecnologias DPEI / CETESB), e os relatrios de caracterizao da contaminao e
da remoo da fase livre, que normalmente so elaborados pelas empresas de
consultoria. Estas usualmente so contratadas pelas distribuidoras de combustvel ou
pelos postos de servio de bandeira branca (sem vnculo com uma bandeira especfica).
Na anlise dos processos observou-se que em alguns deles no possvel obter
todas as informaes desejveis. Por exemplo, alguns processos apresentam apenas
informaes burocrticas iniciais e no possuem relatrios de caracterizao. Em outros,
mesmo a rea estando em fase de remediao, no possui relatrios de caracterizao.
Para os postos de servio que possuam relatrios de caracterizao, foram
analisadas e planilhadas as informaes a partir dos seguintes documentos: mapa
topogrfico do posto, mapa geolgico local e regional, mapa potenciomtrico, mapa das
instalaes do posto, mapa das reas prximas, perfis litolgico e construtivo dos poos
de monitoramento, perfis das sondagens, mapa de locao das sondagens e poos,
sees hidrogeolgicas, tabelas de dados sobre teste de bombeamento ou slug-test ,
tabelas das medidas de nvel dgua e laudos dos testes de estanqueidade executados
nos equipamentos do posto.
1st Joint World Congress on Groundwater 8
Aps a organizao das informaes obtidas nos processos, a planilhas foram
checadas e complementadas por meio de entrevistas com os tcnicos do DDAA-CETESB
e de visitas a cada um dos postos. As visitas realizadas objetivaram principalmente obter
informaes sobre o uso e ocupao das reas prximas aos postos, isto porque, estas
informaes no existiam ou eram precrias na maioria dos processos.
4.2. IDENTIFICAO DOS CENRIOS DE EXPOSIO MAIS APROPRIADOS PARA
A CIDADE DE SO PAULO
Para a elaborao de cenrios de exposio foram considerados basicamente as
fontes de contaminao, os caminhos de exposio e os receptores que esto presentes,
tanto na rea do posto como fora dela.
Para as fontes de contaminao foram consideradas as seguintes informaes: o
volume e o tipo de combustvel estocado, o tipo e o local do vazamento, a estanqueidade
dos equipamentos e o combustvel envolvido no vazamento. No tratamento estatstico dos
dados priorizou-se principalmente a identificao dos principas combustveis vazados e
os equipamentos que proporcionaram vazamentos mais frequentes.
Para os caminhos de exposio procurou-se identificar os meios que transportam o
contaminante, tendo, como origem, a fonte de contaminao e, como fim, o receptor. Os
receptores identificados foram aqueles que esto localizados dentro dos Postos de
Servio e que utilizam as reas das circunvizinhanas, sejam residentes ou trabalhadores.
Vale ressaltar que, foram considerados como receptores reais somente aqueles
indivduos que foram ou esto expostos direta ou indiretamente ao contaminante
originado do vazamento do Auto posto, apresentando desta forma, o risco sade
humana.
A identificao das fontes, dos caminhos e dos receptores possibilitou o
estabelecimento de cenrios que por sua vez representam o modelo conceitual de
exposio especfico para a Cidade de So Paulo.
4.3. OBTENO DE VALORES PARA OS PARMETROS ESPECFICOS PARA A
CIDADE DE SO PAULO
Nesta etapa foram tratadas as informaes sobre o meio fsico onde esto
localizados os postos de servio estudados. O meio fsico foi considerado com o intuito de
estabelecer valores especficos para a Cidade de So Paulo, e vale ressaltar que, estes
valores representam a essncia da contribuio cientfica deste trabalho.
1st Joint World Congress on Groundwater 9
Os parmetros do meio fsico que foram considerados para esta etapa foram:
condutividade hidrulica, gradiente hidrulico, profundidade do nvel dgua, frao de
carbono orgnico no solo, porosidade total, porosidade efetiva, comprimento longitudinal
da fase retida ou dissolvida.
Para cada parmetro listado acima foi calculada a mediana e obteve-se tambm o
menor e o maior valor. Para que as informaes fossem classificadas por unidade
geolgica, os postos foram locados em um mapa geolgico. A geologia identificada no
mapa foi checada com as descries dos perfis de sondagens e dos poos de
monitoramento obtidos nos processos da CETESB. Desta forma, obteve-se a
correspondncia entre o valor calculado e a unidade geolgica especfica.
4.4. CLCULO DOS RBSL
As informaes obtidas nas etapas anteriores possibilitaram o clculo dos nveis de
concentrao aceitveis baseados nos riscos especficos para a Cidade de So Paulo,
estes valores foram obtidos a partir dos cenrios mais representativos elaborados e dos
valores especficos calculados neste trabalho.
As tabelas 1 e 2 apresentam, respectivamente, as equaes utilizadas para o
clculo dos RBSL para compostos carcinognicos e no carcinognicos de interesse.
Estas equaes so propostas por ASTM (1995), ASTM (1998) e utilizadas tambm pelo
Groundwater Services (1995). Este ltimo autor elaborou o software RBCA Tool Kit e o
RBCA Chemical Releases, que amplamente utilizado no pas para a avaliao de risco
em Postos de Servio.
Vale ressaltar que, para o clculo do RBSL para inalao de vapores (primeiro item
das tabelas 1 e 2), apesar das frmulas serem idnticas para ambientes abertos e
fechados, foi utilizada a taxa de inalao diria especfica para cada caso.
Para cada composto de interesse foi elaborada uma tabela de RBSL considerando-
se todos os cenrios de exposio definidos e tambm os valores especficos para as
unidades geolgicas de interesse: quaternrio, tercirio e alterao do embasamento.
Para o clculo dos Fatores de Volatilizao/Lixiviao e Coeficientes de Difuso Efetiva,
foram utilizadas a equaes propostas pela ASTM (1995).
CENRIO DE EXPOSIO COMPOSTOS CARCINOGNICOS
1st Joint World Congress on Groundwater 10
INALAO DE VAPORES EM AMBIENTES
FECHADOS OU AMBIENTES ABERTOS EDEFIRSFmg
ganodiasATBWTR
armgRBSL
ar
c
ar
=
-
mm
3
3
10365
INGESTO DE GUA SUBTERRNEA
EDEFIRSFanodiasATBWTR
guaLmgRBSL
w
c
w
=
-
365
INALAO DE VAPORES EM AMBIENTES
ABERTOS A PARTIR DO SOLO
SUBSUPERFICIALg
mgVF
armg
RBSL
solokgmg
RBSLsamb
ar
aramb m
m3
3
10-
-=
-
INALAO DE VAPORES EM AMBIENTES
FECHADOS A PARTIR DO SOLO
SUBSUPERFICIAL gmg
VFarm
gRBSL
solokgmg
RBSLsesp
ar
aresp m
m3
3
10-
-=
-
INALAO, CONTATO DRMICO E INGESTO
A PARTIR DO SOLO SUPERFICIAL ( ) ( )( )
++
=
- - PEFVFIRSFRAFMSARAFIRmgkg
SFEDEF
anodias
ATBWTR
solokgg
RBSL
ssaridsolo
c
S
06
0 10
365m
INGESTO DE GUA SUBTERRNEA A
PARTIR DA LIXIVIAO DO SOLO
SUBSUPERFICIALLDF
KOHL
mgRBSL
solokgmg
RBSLsw
w
ws
-=
-2
INALAO DE VAPORES A PARTIR DA GUA
SUBTERRNEA EM AMBIENTES ABERTOSg
mgVF
armgRBSL
guaLmgRBSL
wamb
ar
wamb m
m3
3
10 -
-=
-
INALAO DE VAPORES A PARTIR DA GUA
SUBTERRNEA EM AMBIENTES FECHADOSg
mgVF
armg
RBSL
guaLmg
RBSLwesp
ar
wesp m
m3
3
10-
-=
-
TABELA 1. Equaes para o clculo de RBSL para compostos carcinognicos
1st Joint World Congress on Groundwater 11
CENRIO DE EXPOSIO COMPOSTOS NO CARCINOGNICOS
INALAO DE VAPORES EM AMBIENTES
FECHADOS OU AMBIENTES ABERTOS RBSLg
m ar
THQ RfD BW ATdiasano
gmg
IR EF EDari n
ar
mm
3
3365 10
-
=
INGESTO DE GUA SUBTERRNEA
EDEFIRanodias
ATBWRfDTHQ
guaLmg
RBSLw
n
w
=
-
3650
INALAO DE VAPORES EM AMBIENTES
ABERTOS A PARTIR DO SOLO
SUBSUPERFICIAL gmg
VFarm
gRBSL
solokgmg
RBSLsamb
ar
aramb m
m3
3
10-
-=
-
INALAO DE VAPORES EM AMBIENTES
FECHADOS A PARTIR DO SOLO
SUBSUPERFICIAL gmg
VFarm
gRBSL
solokgmg
RBSLsesp
ar
aresp m
m3
3
10-
-=
-
INALAO, CONTATO DRMICO E INGESTO
A PARTIR DO SOLO SUPERFICIAL ( ) ( )( )i
ssardsolo
n
s
RfDPEFVFIR
RfD
RAFMSARAFIRmgkg
EDEF
anodias
ATBWTHQ
solokgg
RBSL
++
+
=
- -
0
0610
365m
INGESTO DE GUA SUBTERRNEA A
PARTIR DA LIXIVIAO DO SOLO
SUBSUPERFICIALLDF
KOHL
mgRBSL
solokgmg
RBSLsw
w
ws
-=
-2
INALAO DE VAPORES A PARTIR DA GUA
SUBTERRNEA EM AMBIENTES ABERTOSg
mgVF
armgRBSL
guaLmgRBSL
wamb
ar
wamb m
m3
3
10 -
-=
-
INALAO DE VAPORES A PARTIR DA GUA
SUBTERRNEA EM AMBIENTES FECHADOSg
mgVF
armg
RBSL
guaLmg
RBSLwesp
ar
wesp m
m3
3
10-
-=
-
ONDE: ED - Durao da exposio; ATc - Tempo mdio para efeitos carcinognicos; ATn - Tempo mdio
para efeitos no carcinognicos; BW Massa corprea; ET Tempo de Exposio; EF - Freqncia da
exposio; IRS - Taxa de ingesto de solo; IRaesp - Taxa de inalao diria em ambientes fechados; IRaamb -
Taxa de inalao diria em ambientes abertos; IRW - Taxa de ingesto diria de gua; AF - Fator de
aderncia do solo na pele; SA - rea superficial da pele; THQ - Quociente de Periculosidade aceitvel; TR -
Menor Risco carcinognico aceitvel; RfDo Dose de Referncia via Oral; RfDi Dose de Referncia via
Inalao;RfDd Dose de Referncia via contato dermal; SF Fator de carcinogenicidade; PEF Fator de
Emisso de Partculas do Solo; VFsamb Fator de Volatilizao entre Solo Contaminado e Espaos Abertos;
VFsesp - Fator de Volatilizao entre Solo Contaminado e Espaos Fechados; VFss Fator de Volatilizao
do Solo Superficial Contaminado; Ksw - Fator de Partio Fase Retida-gua Intersticial do Solo; VFwesp -
Fator de Volatilizao entre a gua Subterrnea Contaminada e Espaos Fechados; VFwamb - Fator de
Volatilizao entre a gua Subterrnea Contaminada e Espaos Abertos.
TABELA 2. Equaes para o clculo de RBSL para compostos no carcinognicos
5. RESULTADOS
1st Joint World Congress on Groundwater 12
Para o desenvolvimento deste trabalho, entre o perodo de julho de 1997 a
setembro de 1998, foram estudados 82 processos da CETESB. Estes processos,
conforme descrito anteriormente, continham basicamente informaes tcnicas sobre a
ocorrncia de vazamentos de combustveis em Postos de Servio na Cidade de So
Paulo. Alm da anlise de cada processo houve tambm visitas em cada um dos postos
para obter informaes complementares.
As informaes obtidas pela anlise dos processos, complementadas com as
campanhas de campo, foram agrupadas da seguinte forma: grupo de dados sobre as
instalaes dos Postos de servio, grupo de dados sobre as regies circunvizinhas aos
Postos de servio e grupo de dados sobre o meio fsico e a ocorrncia do vazamento do
combustvel.
5.1. DADOS SOBRE AS INSTALAES DOS POSTOS DE SERVIO
Para este estudo foram considerados como equipamentos de armazenamento e
distribuio de combustveis, os tanques de armazenamento subterrneo de combustvel
(TASC), as linhas de distribuio e as bombas de abastecimento.
No total foram identificados 437 TASCs nos Postos de servio que estavam
instalados at o evento dos vazamentos. Destes, um total de 376 unidades tinha
capacidade de armazenamento de 15.000 litros, 50 de 10.000 litros, 3 de 12.000 litros, 2
de 5.000 litros e 3 de 20.000 litros, totalizando uma capacidade de 6.246.000 litros. Dos
437 TASCs identificados, 83 apresentaram vazamentos devido a furos e/ou fendas.
Nestes, 69 tanques tinham uma capacidade de 15.000 litros, 12 de 10.000 litros e 1 de
20.000 litros. Os combustveis armazenados nestes tanques eram basicamente a
gasolina, o diesel e o lcool.
Nos postos estudados, na poca dos vazamentos, a gasolina era estocada em 230
tanques, que representam 52,63 % do total. Destes, um total de 52 (22,60%) tanques
apresentaram vazamentos. O diesel era estocado em um total de 50 tanques (11,44 % do
total), sendo que 8 (16,00%) apresentaram vazamentos. O lcool representa 157 tanques
(35,93 % do total) e deste total, 23 (14,65%) apresentaram vazamentos.
Outro tipo de problema identificado foram os vazamentos nos respiros dos tanques,
que somaram um total de 40 ocorrncias. Vale ressaltar que uma parte dos vazamentos
em respiros ocorreu simultaneamente com os vazamentos nos TASC, em funo da
presena de furos ou fendas (20 ocorrncias). O restante foram ocorrncias isoladas nos
1st Joint World Congress on Groundwater 13
respiros, somando um total de 20 casos. Destes, 12 casos ocorreram em respiros de
TASC de gasolina, 6 de lcool e 2 de diesel.
Alm disso, foram identificados tambm 24 vazamentos em bombas de gasolina, 6
em bombas de diesel, 6 em bombas de lcool e 4 vazamentos em linhas de distribuio
de gasolina.
Neste contexto, como sntese da ocorrncia dos vazamentos pode-se afirmar que a
gasolina o produto que apresenta maior nmero de vazamentos, atravs dos furos e
fendas.
Alm disso, atravs da visita aos postos foi identificado o estado de conservao
dos pavimentos. Na Tabela 3 encontra-se apresentada a classificao do pavimento em
funo de seu estado de conservao.
CONSERVAO QUANTIDADEDE POSTOS CRITRIO
BOA 28 Ausncia de rachaduras e buracos
REGULAR 36 Presena de rachaduras e buracos sem a exposio do solo
RUIM 18 Presena de rachaduras e buracos com a exposio do solo
TABELA 3. Classificao do pavimento em funo do estado de conservao
Outra informao importante que foi avaliada a rea mdia dos Postos de servio.
Neste estudo foi considerada como rea total de um Posto de Servio, a soma das reas
do ptio de abastecimento, dos escritrios, da loja de convenincia, do local de manobras,
dos boxes de lavagem e troca de leo, e dos estacionamentos e/ou garagens. Dos 82
postos estudados, um nmero total de 59 possua informao sobre a rea total. Destes,
47 postos (79,66%) possuem rea entre 100 e 1.000 m2, 7 (11,86%) entre 1.000 e 2.000
m2, 3 (5,08%) entre 2.000 e 3.000 m2 e 2 (3,38%) entre 3.000 e 4.000 m2. A menor rea
total obtida foi de 105 m2 e a maior de 4.000 m2. A mediana dos valores da rea total de
600 m2.
5.2 DADOS SOBRE O ENTORNO DOS POSTOS DE SERVIO
Para o levantamento do uso e ocupao do entorno dos 82 postos foi adotado um
raio de estudo de 150 metros a partir do posto de interesse. As informaes consideradas
relevantes foram: tipo de ocupao, densidade da ocupao, distncia da edificao mais
1st Joint World Congress on Groundwater 14
prxima ao posto, zona de localizao e quantidade de edificaes. Tambm foi feito um
cadastro das interferncias prximas aos postos.
Para que fosse possvel identificar a distribuio dos postos estudados na cidade de
So Paulo foi utilizado o mesmo zoneamento utilizado pela Prefeitura de So Paulo: zona
central, zona centro expandido e zona perifrica. A zona central compreende todos os
bairros que esto dentro do Mini-Anel Virio, a zona centro expandido engloba os bairros
entre o Mini-Anel Virio e o Anel Virio Metropolitano, e a zona perifrica toda regio
fora do permetro do Anel Virio Metropolitano. A avaliao dos 82 poos estudados
permitiu a seguinte classificao: 37 postos encontram-se na zona central, 9 esto na
zona centro expandido e 36 na zona perifrica. Alm disso, observou-se que 90,24% (74
postos) dos postos esto situados em regies de alta ocupao. Destes, um total de
47,56% (39 postos) encontra-se em locais com um nmero de edificaes superior a 200
prdios. Vale ressaltar ainda que, em 78 dos 82 casos estudados, as edificaes
encontram-se construdas como um vizinho imediato do posto.
Na Tabela 4 encontra-se apresentada a classificao dos postos em funo do tipo
de uso do solo.
TIPO DE USO DO SOLO QUANTIDADE DE POSTOS
RESIDENCIAL 11
COMERCIAL 14
RESIDENCIAL/COMERCIAL 57
TABELA 4. Quantidade de postos por tipo de uso do solo
5.3. DADOS SOBRE O MEIO FSICO
A rea de estudo encontra-se inserida na Regio Metropolitana de So Paulo
(RMSP), a qual encontra-se assentada sobre os terrenos sedimentares de idade
Cenozica, compreendendo os depsitos Tercirios da Bacia de So Paulo e as
coberturas aluviais mais recentes, de idade quaternria. Sob estes sedimentos ocorrem
as rochas cristalinas do embasamento, sendo que estas rochas gneas e metamrficas
afloram na pores marginais da Bacia Sedimentar(SABESP-CEPAS/IG-USP, 1994).
O quadro litoestratigrfico dos depsitos sedimentares da Bacia de So Paulo
compreende, basicamente, uma seqncia basal com as Formaes Resende,
1st Joint World Congress on Groundwater 15
Trememb e So Paulo, reunidas no Grupo Taubat, recobertas, de forma discordante,
pela Formao Itaquaquecetuba (Riccomini, 1989).
A Bacia de So Paulo hoje entendida como uma das unidades integrantes do Rift
Continental do Sudeste do Brasil-RCSB (Riccomini, 1989). O segmento do RCSB que
compreende as Bacias de So Paulo, Taubat, Resende e Volta Redonda foi objeto de
estudo de Riccomini (1989), que tentou estabelecer as relaes entre a tectnica e a
sedimentao nessas bacias. Trabalhos como os desenvolvidos por Riccomini (1989),
Riccomini & Coimbra (1992) e Riccomini et al., (1992), evidenciam a relao tectono-
sedimentar existente entre as bacias de So Paulo e Taubat. Essa relao
particularmente importante para o presente estudo porque esta correlao estabelecida
pelos autores acima citados foi extrapolada para o interesse deste trabalho. Na prtica,
em funo da similaridade entre as duas bacias, algumas informaes existentes da
Bacia de Taubat foram transferidas para a Bacia de So Paulo. Um exemplo desta
situao o trabalho sobre classificao dos solos desenvolvido pelo Instituto
Agronmico do Estado de So Paulo (Russo et al., 1961), na Bacia de Taubat. Deste
trabalho foram extrados os valores estatsticos de densidade, porosidade total, umidade e
frao de carbono orgnico do solo.
A base geolgica adotada para o presente estudo foi o mapa geolgico da RMSP,
denominado Diagnstico Hidrogeolgico da Regio Metropolitana de So Paulo,
compilado na escala 1:50.000 (SABESP-CEPAS/IG-USP, 1994).
Para certificar a classificao da unidade geolgica correta por Postos de servio,
foram utilizadas como documento de apoio, as descries das sondagens a trado
encontradas nos processos estudados na CETESB. Assim, observa-se que, 46,34% dos
postos estudados esto localizados em sedimentos tercirios, 39,02% no quaternrio e
14,63% localizados no embasamento cristalino.
Nos 82 postos estudados encontram-se instalados 566 poos. Estes possuem a
funo bsica de realizar o monitoramento da contaminao, o bombeamento da fase
livre e a reinjeo da gua tratada. Nestes poos foram efetuadas medies de nvel
dgua e executados Slug-tests para a determinao da condutividade hidrulica do local,
pelas empresas de consultorias. Como resultado, obteve-se valores de nvel dgua (N.A.)
para 477 poos e condutividade hidrulica (K) para 169. A Tabela 5 sintetiza as
informaes sobre o nvel dgua e a condutividade hidrulica obtidas nos trabalhos de
caracterizao dos Postos de servio.
1st Joint World Congress on Groundwater 16
IDADE
GEOLGICAFORMAO
POOS COMMEDIDA DE
N.A.
POOS COMMEDIDA DE K
N.A. PORFORMAO
(m)
K PORFORMAO
(cm/s)
N.A PORIDADE
GEO.(m)
K PORIDADE
GEO.(cm/s)
QUATERNRIO Qa 206 84 2,44 1,77E-5 2,44 1,77E-5
Osp 52 11 2,38 1,50E-5
Orl 149 52 2,78 4,64E-5TERCIRIO
Orf 15 3 1,13 1,20E-42,10 6,05E-5
Pef 0 0 - -
Peq 0 0 - -
Pex 0 4 - 1,12E-3
Peg 5 2 1,63 5,24E-5
Pego 39 13 3,03 6,72E-7
Pegn 0 0 - -
Pea 0 0 - -
PROTEROZICO
Pec 11 0 5,12 -
3,26 3,91E-4
OBS.: foi utilizada a mediana para o clculo dos valores por formao e idade geolgica
TABELA 5.Nvel dgua e Condutividade Hidrulica por Formao Geolgica
Alm disso, para o gradiente hidrulico foram obtidos valores para 36 postos, dos 82
postos acompanhados pela CETESB. Atravs desta informao no foi possvel
estabelecer uma correlao entre a declividade do nvel dgua observada no campo com
a formao geolgica identificada nos postos. Este fato deve ser consequncia do
pequeno universo de dados que, por sua vez, no permite uma avaliao estatstica
adequada. Desta forma, foi assumido para o clculo das tabelas de risco, o maior valor
obtido de gradiente, ou seja, o valor conservativo de 0,18.
Com o intuito de obter valores representativos para a densidade, a porosidade total,
a umidade e a frao de carbono orgnico para os solos encontrados na Cidade de So
Paulo, foi realizada uma compilao dos dados encontrados no estudo desenvolvido pelo
Instituto Agronmico do Estado de So Paulo (Russo et al., 1961) para solos da Bacia de
Taubat. Neste estudo, o solo classificado em funo das suas caractersticas fsicas e
qumicas. Nele encontram-se apresentadas anlises de 296 amostras de solo do
quaternrio, 339 do tercirio e 70 da alterao do embasamento. A Tabela 6 sintetiza o
valores estatsticos dos solos da Bacia de Taubat.
1st Joint World Congress on Groundwater 17
IDADE GEOLGICAPARMETRO
QUATERNRIO TERCIRIO PROTEROZICO
MEDIANA 1,22 1,28 1,26
MDIA 1,09 1,28 1,29
MXIMO 2,63 2,61 1,57DENSIDADE
MNIMO 0,02 0,27 1,00
MEDIANA 0,4580 0,4585 0,4560
MDIA 0,4655 0,4596 0,4509
MXIMO 0,8270 0,6440 0,6270
POROSIDADETOTAL
(%)MNIMO 0,3060 0,2870 0,3840
MEDIANA 0,3300 0,2200 0,2550
MDIA 0,3141 0,2302 0,2630
MXIMO 0,7300 0,5800 0,5600UMIDADE
(%)MNIMO 0,0300 0,0300 0,1800
MEDIANA 0,0077 0,0085 0,0092
MDIA 0,0644 0,0108 0,0112
MXIMO 0,7111 0,0475 0,0496
FRAO DECARBONOORGANICO
MNIMO 0,0008 0,0010 0,0018
TABELA 6. Densidade, Porosidade Total, Umidade e Frao de Carbono Orgnico por
Idade Geolgica (baseado em Russo et al., 1961)
5.4. ELABORAO DAS TABELAS DE NVEIS DE CONCENTRAES ACEITVEIS
BASEADOS NO RISCO (RBSL)
Uma tabela de nveis aceitveis baseados no risco (RBSL) deve relacionar as
concentraes calculadas que ofeream um risco aceitvel para cada um dos cenrios de
exposio possveis de uma determinada regio (ASTM, 1998). Desta forma, para a
elaborao desta tabela para a Cidade de So Paulo, considerou-se os seguintes itens:
os cenrios de exposio possveis de serem encontrados na Cidade de So Paulo, todos
os compostos qumicos de interesse para os vazamentos na Cidade de So Paulo, os
parmetros do meio fsico especficos para a Cidade de So Paulo e os fatores de
exposio adequados para a Cidade de So Paulo.
5.4.1. CENRIOS DE EXPOSIO PARA A CIDADE DE SO PAULO
As informaes sobre os vazamentos indicaram que os postos estudados
apresentaram vazamentos nos seguintes itens: TASC, respiros, linhas de distribuio e
bombas. Estas quatro formas de vazamentos caracterizam-se como fontes primrias de
contaminao e podem ser agrupadas em funo da regio da subsuperfcie que foi
afetada. Os vazamentos em TASC atingem principalmente o solo subsuperficial e,
1st Joint World Congress on Groundwater 18
frequentemente, a gua subterrnea, enquanto que vazamentos nos respiros, linhas e
bombas atingem constantemente o solo superficial e, secundariamente, o solo
subsuperficial e a gua subterrnea.
Alm disso, neste estudo est sendo considerada como fonte secundria, a
existncia de um contaminante em um meio, que posteriormente pode ser transferido
para um outro meio, ou ainda, quando ele sofre a mudana de um estado fsico para
outro. Por exemplo, a transferncia de uma fase retida no solo, do composto de interesse,
para uma outra fase vapor em uma determinada regio do subsolo, pode representar a
presena de uma fonte secundria. Por conseguinte, a trajetria onde ocorre a
transferncia do composto de interesse da fonte secundria at o receptor denominado
de caminhos de exposio. Alm disso, para os tipos de cenrios foram estabelecidas
basicamente duas categorias: o residencial e o comercial. Esta informao foi constatada
na etapa de visita de campo e a sua sntese encontra-se apresentada na Tabela 4. Na
Tabela 7 encontram-se apresentados os cenrios de exposio especficos para a cidade
de So Paulo. Nesta tabela, a seleo dos receptores potenciais foi estabelecida
considerando-se o grupo de indivduos que podem, de alguma forma, estar expostos,
direta ou indiretamente, a um ou mais eventos de vazamento. Por exemplo, pode ser
citado um grupo de frentistas que pode inalar vapores que foram gerados a partir da fase
retida no solo subsuperficial e migrado at a zona de respirao do posto.
1st Joint World Congress on Groundwater 19
FONTEPRIMRIA
FONTESECUNDRIA
CAMINHO DEEXPOSIO
TIPO DECENRIO RECEPTOR
VIA DEINGRESSO
COMERCIAL
-FRENTISTA DOPOSTO
-CLIENTE DOPOSTO
SOLOSUBSUPERFICIAL
PARA O AR DEAMBIENTEABERTO
RESIDENCIAL -INALAO
COMERCIAL -FUNCIONRIO DOPOSTO
VAPORES DAFASE RETIDA NO
SOLOSUBSUPERFICIAL SOLO
SUBSUPERFICIALPARA O AR DE
AMBIENTEFECHADO
RESIDENCIAL - INALAO
COMERCIAL-POO DO POSTO
-POO PBLICOLIXIVIAO DA
FASE RETIDA NOSOLO
SUBSUPERFICIAL
SOLOSUBSUPERFICIAL
PARA GUASUBTERRNEA RESIDENCIAL -POOPARTICULAR
INGESTO
COMERCIAL
-FRENTISTA DOPOSTO
-CLIENTE DOPOSTO
-FUNCIONRIO DOPOSTO
GUASUBTERRNEAPARA O AR DE
AMBIENTEABERTO
RESIDENCIAL-MORADOR DE
CASA COMQUINTAL
INALAO
COMERCIAL-INTERIOR DE
COMRCIOPRXIMO
VAZAMENTOEM TASC
VAPORES DAFASE DISSOLVIDA
NA GUASUBTERRNEA
GUASUBTERRNEAPARA O AR DE
AMBIENTEFECHADO RESIDENCIAL
-INTERIOR DERESIDNCIA
PRXIMA
INALAO
COMERCIAL
-FRENTISTA DOPOSTO
-CLIENTE DOPOSTO
-FUNCIONRIO DOPOSTO
VAZAMENTOEM RESPIRO,
LINHA OUBOMBA
VAPORES EPARTCULAS DAFASE RETIDA NO
SOLOSUPERFICIAL
SOLOSUPERFICIALPARA O AR DE
AMBIENTEABERTO
RESIDENCIAL -
INALAO
INGESTO
CONTATODRMICO
TABELA 7 Componentes dos cenrios de exposio para a Cidade de So Paulo
5.4.2. PARMETROS DO MEIO FSICO ESPECFICOS PARA A CIDADE DE SO
PAULO
Os parmetros do meio fsico, dada as grandes variaes e particularidades que
ocorrem de uma regio para outra, so seguramente uma das informaes mais
importantes e necessrias para a elaborao de uma tabela de RBSL.
Para o clculo dos RBSL, utilizando a metodologia RBCA, so necessrios os
seguintes parmetros do meio fsico: profundidade mxima do solo superficial, frao de
1st Joint World Congress on Groundwater 20
carbono orgnico no solo, espessura da franja capilar, espessura da zona vadosa, taxa de
infiltrao de gua no solo, nvel dgua, condutividade hidrulica, gradiente hidrulico,
comprimento longitudinal da fase retida ou dissolvida, porosidade total, contedo
volumtrico de gua no solo (franja capilar e zona vadosa) e densidade do solo.
A Tabela 8 apresenta os valores dos parmetros do meio fsico especficos para a
Cidade de So Paulo. Os valores da Tabela 8 foram utilizados tanto para o clculo dos
RBSL como para a elaborao dos cenrios comerciais e residenciais.
VALORPARMETRO UNIDADE
QUATERNRIO TERCIRIO ALTERAO DOEMBASAMENTO
k Condutividade Hidrulica* cm/s 1,77E-5 6,05E-5 3,91E-4
H - Gradiente Hidrulico* - 0,18 0,18 0,18
UGW Velocidade de Darcy cm/s 3,19E-6 1,09E-5 7,04E-5
LGW - Profundidade do Nvel dgua* m 2,44 2,10 3,26
foc - Frao de Carbono Orgnico no Solo** - 0,0077 0,0085 0,0092
W - Comprimento Longitudinal da Fase Retidaou Dissolvida* cm 20 20 20
Ls - Profundidade do solo subsuperficial*** cm 100 100 100
hcap - Espessura da Franja Capilar*** cm 5 5 5
hv - Espessura da Zona No Saturada* cm 2,39 2,05 3,21
I - Taxa de Infiltrao no Solo** cm/ano 66,1 66,1 66,1
T T Porosidade Total** - 0,4580 0,4585 0,4560
T acap - Contedo Volumtrico de Ar na FranjaCapilar** 0,0458 0,0459 0,0456
T wcap - Contedo Volumtrico de gua naFranja Capilar** - 0,4122 0,4127 0,4104
T ws - Contedo Volumtrico de gua na ZonaNo Saturada** - 0,33 0,22 0,25
T as - Contedo Volumtrico de Ar na Zona NoSaturada** 0,1280 0,2385 0,2060
?s - Densidade do Solo** - 1,22 1,28 1,26
(*) Valores obtidos no estudo dos postos de servio
(**) Valores obtidos na literatura disponvel
(***) Valores recomendados por ASTM (1998)
TABELA 8. Parmetros do meio fsico especficos para a Cidade de So Paulo
Os parmetros adicionais utilizados para o clculo dos RBSL esto apresentados na
Tabela 9. Neste caso os valores no so especficos da Cidade de So Paulo. Estes
parmetros foram obtidos a partir do Emergency Standard Guide for Risk-Based Corretive
Action Applied at Petroleum Released Sites (ASTM, 1995).
1st Joint World Congress on Groundwater 21
VALORPARMETRO UNIDADE
RESIDENCIAL COMERCIAL
Razo de troca de ar em espaos fechados s-1 0,00014 0,00023
Razo volume/ rea de infiltrao para ambiente fechado cm 200 300
Espessura das fundaes/paredes de construes cm 15 15
Taxa de emisso de partculas - 6,90E-14 6,90E-14
Velocidade do vento na zona de respirao cm/s 225 225
Altura da zona de respirao cm 200 200
Espessura da pluma dissolvida na gua subterrnea cm 200 200
Frao da rea de rachaduras/fendas nas fundaes/paredes cm2 0,01 0,01
Contedo volumtrico de ar nas fundaes/paredes cm3 0,26 0,26
Contedo volumtrico de gua nas fundaes/paredes cm3 0,12 0,12
Tempo mdio do fluxo de vapor s-1 9,46E+8 9,46E+8
TABELA 9. Parmetros adicionais do meio fsico para o clculo dos RBSL (ASTM, 1995)
5.4.3 - COMPOSTOS QUMICOS DE INTERESSE PARA OS VAZAMENTOS NA
CIDADE DE SO PAULO
Os compostos de interesse so aqueles utilizados como indicadores toxicolgicos
para um determinado contaminante. As tabelas de nveis de concentraes aceitveis
baseados no risco que so apresentadas neste estudo foram elaboradas utilizando-se os
principais compostos de interesse que esto presentes na gasolina e no diesel. Os
compostos so benzeno, tolueno, etil-benzeno e xilenos.
5.4.4 FATORES DE EXPOSIO ADEQUADOS PARA A CIDADE DE SO PAULO
Considerando-se os receptores e as respectivas vias de ingresso apresentadas na
Tabela 7, foram obtidos os valores para os fatores de exposio que esto apresentados
na Tabela 10.
1st Joint World Congress on Groundwater 22
PARMETRO UNIDADE RESIDENCIAL COMERCIAL
Durao da exposio Anos 35 35
Tempo mdio para efeitos carcinognicos Anos 68 68
Tempo mdio para efeitos no carcinognicos Anos 35 35
Massa corprea para adultos kg 68 68
Freqncia da exposio Dias/ano 350 270
Taxa de ingesto de solo mg/dia 100 50
Taxa de inalao diria em ambientes fechados m3/dia 15 20
Taxa de inalao diria em ambientes abertos m3/dia 20 20
Taxa de ingesto diria de gua l/dia 2 1
Fator de aderncia do solo na pele - 0,5 0,5
Fator de absoro dermal relativa - 0,5 0,5
Fator de absoro oral relativa - 1 1
rea superficial da pele cm2 3180 3180
Quociente de risco aceitvel - 1 1
Menor Risco carcinognico aceitvel - 1,00E-04 1,00E-04
Maior Risco carcinognico aceitvel - 1,00E-06 1,00E-06
TABELA 10. Valores dos parmetros de exposio para a Cidade de So Paulo
A durao da exposio foi considerada como sendo o tempo mdio de vida de um
receptor aposentado, tanto para reas comerciais como para residenciais.
Como tempo mdio para os efeitos carcinognicos adotou-se a expectativa de vida
mdia da populao brasileira considerando-se ambos os sexos, conforme o IBGE
(IBGE/DPE/DEPI, 1996). Para as substncias no carcinognicas considerou-se o tempo
total da durao da exposio.
A massa corprea foi considerada como sendo o peso mdio da populao
brasileira, conforme o IBGE (IBGE/DPE/DEPI, 1996). Neste caso tambm considerou-se
ambos os sexos.
A frequncia da exposio corresponde ao nmero de dias em um perodo de 1 ano
que o receptor estaria no ponto de exposio. Neste caso, adotou-se uma postura
conservadora e assumiu-se o cenrio de exposio mais crtico (comercial e residencial).
O quociente de risco aceitvel corresponde ao potencial de ocorrncia de efeitos
txicos adversos para os compostos no carcinognicos. Quando este parmetro
apresenta valor maior que 1 indicativo de que o composto de interesse oferece risco
sade humana e quando o valor menor que 1 no indica risco.
Para o menor e maior risco carcinognico (mnimo e mximo) aceitvel foram
assumidos os valores sugeridos em Risk Assessment Guidance for Superfund Volume 1
1st Joint World Congress on Groundwater 23
Human Health Evaluation Manual (USEPA, 1989). O nmero 1,00E-4 significa a
ocorrncia de 1 caso de cncer em cada 10.000 indivduos e 1,00E-6 a ocorrncia de 1
em 1.000.000.
Vale ressaltar que os valores utilizados para os demais fatores de exposio
apresentados na Tabela 10, teve como origem o Risk Assessment Guidance for
Superfund Volume 1 Human Health Evaluation Manual (USEPA, 1989).
6. CONSIDERAES FINAIS
Assim, tendo como base os dados geolgicos, hidrogeolgicos e os cenrios de
exposio gerados para a cidade de So Paulo a partir do estudo dos processos de
vazamentos de combustveis e da literatura disponvel, calculou-se as tabelas de
concentraes aceitveis baseadas no risco (RBSL) para os compostos: Benzeno,
Tolueno, Etilbenzeno e Xilenos.
Nas tabelas de risco apresentadas abaixo, os valores de RBSL para os compostos
carcinognicos foram obtidos para os valores de Risco variando entre 10-6 e 10-4. Para os
compostos no carcinognicos o Quociente de Risco utilizado foi 1.
1st Joint World Congress on Groundwater 24
QUATERNRIO TERCIRIO ALTERAO DO EMBASAMENTOCAMINHO DE EXPOSIO RISCO
RESIDENCIAL COMERCIAL RESIDENCIAL COMERCIAL RESIDENCIAL COMERCIAL
1,00E-06 3,17E-01 3,08E-01 3,17E-01 3,08E-01 3,17E-01 3,08E-01
1,00E-04 3,17E+01 3,08E+01 3,17E+01 3,08E+01 3,17E+01 3,08E+01INALAO DE VAPORES EM
AMBIENTES FECHADOS (g/m3)1 NA NA NA NA NA NA
1,00E-06 2,38E-01 3,08E-01 2,38E-01 3,08E-01 2,38E-01 3,08E-01
1,00E-04 2,38E+01 3,08E+01 2,38E+01 3,08E+01 2,38E+01 3,08E+01INALAO DE VAPORES EM
AMBIENTES ABERTOS (g/m3)1 NA NA NA NA NA NA
1,00E-06 2,98E+00 3,87E+00 3,48E-01 4,51E-01 6,11E-01 7,92E-01
1,00E-04 2,98E+02 3,87E+02 3,48E+01 4,51E+01 6,11E+01 7,92E+01
INALAO DE VAPORES EM
AMBIENTES ABERTOS A PARTIR DO
SOLO SUBSUPERFICIAL (mg/kg) 1 NA NA NA NA NA NA
1,00E-06 1,20E-02 2,89E-02 7,08E-03 1,70E-02 8,02E-03 1,92E-02
1,00E-04 1,20E+00 2,89E+00 7,08E-01 1,70E+00 8,02E-01 1,92E+00
INALAO DE VAPORES EM
AMBIENTES FECHADOS A PARTIR
DO SOLO SUBSUPERFICIAL (mg/Kg) 1 NA NA NA NA NA NA
1,00E-06 7,18E+00 1,01E+01 2,92E+00 3,91E+00 3,76E+00 5,08E+00
1,00E-04 7,18E+02 1,01E+03 2,92E+02 3,91E+02 3,76E+02 5,08E+02
INALAO, CONTATO DRMICO E
INGESTO A PARTIR DO SOLO
SUPERFICIAL (mg/kg) 1 NA NA NA NA NA NA
1,00E-06 1,60E-03 4,16E-03 1,93E-03 5,02E-03 6,05E-03 1,57E-02
1,00E-04 1,60E-01 4,16E-01 1,93E-01 5,02E-01 6,05E-01 1,57E+00
INGESTO DE GUA
SUBTERRNEA A PARTIR DA
LIXIVIAO DO SOLO
SUBSUPERFICIAL (mg/kg)1 NA NA NA NA NA NA
1,00E-06 1,65E+01 2,14E+01 5,69E+00 7,37E+00 7,74E+00 1,00E+01
1,00E-04 1,65E+03 2,14E+03 5,69E+02 7,37E+02 7,74E+02 1,00E+03
INALAO DE VAPORES A PARTIR
DA GUA SUBTERRNEA EM
AMBIENTES ABERTOS (mg/L) 1 NA NA NA NA NA NA
1,00E-06 2,38E-03 6,16E-03 2,38E-03 6,16E-03 2,38E-03 6,16E-03
1,00E-04 2,38E-01 6,16E-01 2,38E-01 6,16E-01 2,38E-01 6,16E-01INGESTO DE GUA
SUBTERRNEA (mg/L)1 NA NA NA NA NA NA
1,00E-06 9,71E-02 2,21E-01 7,91E-02 1,78E-01 8,24E-02 1,85E-01
1,00E-04 9,71E+00 2,21E+01 7,91E+00 1,78E+01 8,24E+00 1,85E+01
INALAO DE VAPORES A PARTIR
DA GUA SUBTERRNEA EM
AMBIENTES FECHADOS (mg/L) 1 NA NA NA NA NA NA
TABELA 11. Tabela de RBSL para o Benzeno
1st Joint World Congress on Groundwater 25
QUATERNRIO TERCIRIO ALTERAO DO EMBASAMENTOCAMINHO DE EXPOSIO RISCO
RESIDENCIAL COMERCIAL RESIDENCIAL COMERCIAL RESIDENCIAL COMERCIAL
1,00E-06 NA NA NA NA NA NA
1,00E-04 NA NA NA NA NA NAINALAO DE VAPORES EM
AMBIENTES FECHADOS (g/m3)1 5,20E+02 5,06E+02 5,20E+02 5,06E+02 5,20E+02 5,06E+02
1,00E-06 NA NA NA NA NA NA
1,00E-04 NA NA NA NA NA NAINALAO DE VAPORES EM
AMBIENTES ABERTOS (g/m3)1 3,90E+02 5,06E+02 3,90E+02 5,06E+02 3,90E+02 5,06E+02
1,00E-06 NA NA NA NA NA NA
1,00E-04 NA NA NA NA NA NA
INALAO DE VAPORES EM
AMBIENTES ABERTOS A PARTIR DO
SOLO SUBSUPERFICIAL (mg/kg) 1 1,04E+04 1,34E+04 1,35E+03 1,75E+03 2,36E+03 3,05E+03
1,00E-06 NA NA NA NA NA NA
1,00E-04 NA NA NA NA NA NA
INALAO DE VAPORES EM
AMBIENTES FECHADOS A PARTIR
DO SOLO SUBSUPERFICIAL (mg/Kg) 1 4,18E+01 1,00E+02 2,74E+01 6,57E+01 3,09E+01 7,41E+01
1,00E-06 NA NA NA NA NA NA
1,00E-04 NA NA NA NA NA NA
INALAO, CONTATO DRMICO E
INGESTO A PARTIR DO SOLO
SUPERFICIAL (mg/kg) 1 7,90E+04 1,42E+05 7,90E+04 1,42E+05 7,90E+04 1,42E+05
1,00E-06 NA NA NA NA NA NA
1,00E-04 NA NA NA NA NA NA
INGESTO DE GUA
SUBTERRNEA A PARTIR DA
LIXIVIAO DO SOLO
SUBSUPERFICIAL (mg/kg) 1 1,09E+01 2,83E+01 1,47E+01 3,82E+01 4,58E+01 1,19E+02
1,00E-06 NA NA NA NA NA NA
1,00E-04 NA NA NA NA NA NA
INALAO DE VAPORES A PARTIR
DA GUA SUBTERRNEA EM
AMBIENTES ABERTOS (mg/L) 1 2,58E+04 3,35E+04 9,32E+03 1,21E+04 1,25E+04 1,61E+04
1,00E-06 NA NA NA NA NA NA
1,00E-04 NA NA NA NA NA NAINGESTO DE GUA
SUBTERRNEA (mg/L)1 7,09E+00 1,84E+01 7,09E+00 1,84E+01 7,09E+00 1,84E+01
1,00E-06 NA NA NA NA NA NA
1,00E-04 NA NA NA NA NA NA
INALAO DE VAPORES A PARTIR
DA GUA SUBTERRNEA EM
AMBIENTES FECHADOS (mg/L) 1 1,41E+02 3,22E+02 1,14E+02 2,56E+02 1,19E+02 2,68E+02
TABELA 12. Tabela de RBSL para o Tolueno
1st Joint World Congress on Groundwater 26
QUATERNRIO TERCIRIO ALTERAO DO EMBASAMENTOCAMINHO DE EXPOSIO RISCO
RESIDENCIAL COMERCIAL RESIDENCIAL COMERCIAL RESIDENCIAL COMERCIAL
1,00E-06 NA NA NA NA NA NA
1,00E-04 NA NA NA NA NA NAINALAO DE VAPORES EM
AMBIENTES FECHADOS (g/m3)1 1,37E+03 1,33E+03 1,37E+03 1,33E+03 1,37E+03 1,33E+03
1,00E-06 NA NA NA NA NA NA
1,00E-04 NA NA NA NA NA NAINALAO DE VAPORES EM
AMBIENTES ABERTOS (g/m3)1 1,03E+03 1,33E+03 1,03E+03 1,33E+03 1,03E+03 1,33E+03
1,00E-06 NA NA NA NA NA NA
1,00E-04 NA NA NA NA NA NA
INALAO DE VAPORES EM
AMBIENTES ABERTOS A PARTIR DO
SOLO SUBSUPERFICIAL (mg/kg) 1 1,93E+04 2,51E+04 2,47E+03 3,20E+03 4,30E+03 5,58E+03
1,00E-06 NA NA NA NA NA NA
1,00E-04 NA NA NA NA NA NA
INALAO DE VAPORES EM
AMBIENTES FECHADOS A PARTIR
DO SOLO SUBSUPERFICIAL (mg/Kg) 1 7,79E+01 1,87E+02 5,02E+01 1,20E+02 5,65E+01 1,35E+02
1,00E-06 NA NA NA NA NA NA
1,00E-04 NA NA NA NA NA NA
INALAO, CONTATO DRMICO E
INGESTO A PARTIR DO SOLO
SUPERFICIAL (mg/kg) 1 3,95E+04 7,10E+04 3,95E+04 7,10E+04 3,95E+04 7,10E+04
1,00E-06 NA NA NA NA NA NA
1,00E-04 NA NA NA NA NA NA
INGESTO DE GUA
SUBTERRNEA A PARTIR DA
LIXIVIAO DO SOLO
SUBSUPERFICIAL (mg/kg)1 4,25E+00 1,10E+01 5,62E+00 1,46E+01 1,74E+01 4,52E+01
1,00E-06 NA NA NA NA NA NA
1,00E-04 NA NA NA NA NA NA
INALAO DE VAPORES A PARTIR
DA GUA SUBTERRNEA EM
AMBIENTES ABERTOS (mg/L) 1 6,33E+04 8,20E+04 2,36E+04 3,07E+04 3,12E+04 4,04E+04
1,00E-06 NA NA NA NA NA NA
1,00E-04 NA NA NA NA NA NAINGESTO DE GUA
SUBTERRNEA (mg/L)1 3,55E+00 9,19E+00 3,55E+00 9,19E+00 3,55E+00 9,19E+00
1,00E-06 NA NA NA NA NA NA
1,00E-04 NA NA NA NA NA NA
INALAO DE VAPORES A PARTIR
DA GUA SUBTERRNEA EM
AMBIENTES FECHADOS (mg/L) 1 3,20E+02 7,32E+02 2,55E+02 5,75E+02 2,67E+02 6,03E+02
TABELA 13. Tabela de RBSL para o Etilbenzeno
1st Joint World Congress on Groundwater 27
QUATERNRIO TERCIRIO ALTERAO DO EMBASAMENTOCAMINHO DE EXPOSIO RISCO
RESIDENCIAL COMERCIAL RESIDENCIAL COMERCIAL RESIDENCIAL COMERCIAL
1,00E-06 NA NA NA NA NA NA
1,00E-04 NA NA NA NA NA NAINALAO DE VAPORES EM
AMBIENTES FECHADOS (g/m3)1 9,46E+03 9,19E+03 9,46E+03 9,19E+03 9,46E+03 9,19E+03
1,00E-06 NA NA NA NA NA NA
1,00E-04 NA NA NA NA NA NAINALAO DE VAPORES EM
AMBIENTES ABERTOS (g/m3)1 7,09E+03 9,19E+03 7,09E+03 9,19E+03 7,09E+03 9,19E+03
1,00E-06 NA NA NA NA NA NA
1,00E-04 NA NA NA NA NA NA
INALAO DE VAPORES EM
AMBIENTES ABERTOS A PARTIR DO
SOLO SUBSUPERFICIAL (mg/kg) 1 3,20E+05 4,15E+05 4,30E+04 5,58E+04 7,50E+04 9,73E+04
1,00E-06 NA NA NA NA NA NA
1,00E-04 NA NA NA NA NA NA
INALAO DE VAPORES EM
AMBIENTES FECHADOS A PARTIR
DO SOLO SUBSUPERFICIAL (mg/Kg) 1 1,29E+03 3,10E+03 8,75E+02 2,10E+03 9,85E+02 2,36E+03
1,00E-06 NA NA NA NA NA NA
1,00E-04 NA NA NA NA NA NA
INALAO, CONTATO DRMICO E
INGESTO A PARTIR DO SOLO
SUPERFICIAL (mg/kg) 1 7,90E+05 1,42E+06 7,90E+05 1,42E+06 7,90E+05 1,42E+06
1,00E-06 NA NA NA NA NA NA
1,00E-04 NA NA NA NA NA NA
INGESTO DE GUA
SUBTERRNEA A PARTIR DA
LIXIVIAO DO SOLO
SUBSUPERFICIAL (mg/kg)1 1,75E+02 4,55E+02 2,44E+02 6,33E+02 7,58E+02 1,97E+03
1,00E-06 NA NA NA NA NA NA
1,00E-04 NA NA NA NA NA NA
INALAO DE VAPORES A PARTIR
DA GUA SUBTERRNEA EM
AMBIENTES ABERTOS (mg/L) 1 5,00E+05 6,48E+05 1,82E+05 2,36E+05 2,42E+05 3,14E+05
1,00E-06 NA NA NA NA NA NA
1,00E-04 NA NA NA NA NA NAINGESTO DE GUA
SUBTERRNEA (mg/L)1 7,09E+01 1,84E+02 7,09E+01 1,84E+02 7,09E+01 1,84E+02
1,00E-06 NA NA NA NA NA NA
1,00E-04 NA NA NA NA NA NA
INALAO DE VAPORES A PARTIR
DA GUA SUBTERRNEA EM
AMBIENTES FECHADOS (mg/L) 1 2,49E+03 5,69E+03 1,96E+03 4,43E+03 2,06E+03 4,66E+03
TABELA 14. Tabela de RBSL para o Xilenos
1st Joint World Congress on Groundwater 28
BIBLIOGRAFIA
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