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Qualidade de gestãoé a chave do sucessoA falta de competências de gestão e organização emparte do tecido empresarial português traduz-seem debilidades na gestão financeira, marketing, vendas,logística e na gestão estratégica. As universidadesportuguesas desenharam e disponibilizam cursos paraexecutivos para melhorar as suas capacidades de gestãoe liderança, aspectos que constituem uma melhoriaimportante dos níveis de desempenho e produtividadedas organizações.
Formação de executivos
Formação de executivos
Novas competênciasganham peso entreos gestores
0 reconhecimento internacional das universidades portuguesas tem consolidadoa oferta formativa para executivos, hoje procurada em diferentes momentos davida profissional.
As universidades portuguesas têm-se destacado nos "rankings" inter-nacionais que avaliam a qualida-de dos programas de ensino e a ca-
pacidade de impulsionar carreiras.Na mais recente edição do"ranking" do Financial Times paraa formação de executivos, porexemplo, surgem quatro institui-
ções portuguesas. Noutras distin-
ções do popular Financial Times ede outras organizações, o paístambém tem ganho destaque e vis-
to reconhecido o esforço para criar
produtos de referência, com distin-
ções que acabam por ter um pesorelevante na atractividade da suaoferta, dentro e fora de portas."Existem 'rankings' para todos os
gostos, alguns deles com metodo-
logias questionáveis. Contudo, é
inegável que os mesmos são instru-
mentos tidos em consideraçãoquando se está no processo de es-
colha de uma instituição, e istonão é verdade apenas para os alu-
nos, é-o também para docentes estaff", sublinha Paulo Bento, pre-sidente do INDEG-ISCTE Execu-tive Education, um dos eleitos peloFT, na última edição do "ranking"
das melhores escolas para a forma-
ção de executivos.A acreditação de cursos e pro-
gramas é outro passo que tem sidodado pelas escolas portuguesas,com o mesmo objectivo e a pensarno mesmo tipo de resultados. No
caso dos MBA, oferta de referên-cia para muitas escolas, há já cer-ca de meia dúzia de programas a
garantir acreditação da AMBA(Associação de MBA), a principalautoridade internacional neste tipode reconhecimento.
O selo valida a qualidade dos
programas, dá garantias de reconhe-
cimento internacional, de que são
seguidos um conjunto de padrões ede permanente actualização dos
currículos, porque a revalidação de
condições para manter a acredita-
ção é frequente e os próprios crité-
rios de avaliação são dinâmicos. Ca-
tólica Porto Business School, ISEG
e INDEG-ISCTE estão entre as es-colas portuguesas com este reconhe-
cimento garantido.Quem procura a formação dis-
ponível para executivos tem dife-rentes motivações e objectivos quetambém diferem. Em função domomento da carreira, por exem-
plo. O "MBA é um produto estru-turante, que forma em áreas ondea pessoa tradicionalmente não teve
formação", sublinha José Veríssi-
mo, professor associado e respon-sável de Marketing e Relações Ex-ternas do Instituto Superior deEconomia e Gestão da Universida-de de Lisboa.
Quem faz um MBA?"O cliente típico do MBA não
fez formação em Gestão", vem de
Engenharia ou de outras áreas,exemplifica, e muitas vezes optapor este tipo de programa porquechega a cargos de gestão e reco-nhece a necessidade de ferramen-tas nesse domínio. Entre os parti-cipantes mais frequentes, José Ve-ríssimo também identifica pessoascom negócios próprios, que pre-tendem adquirir, por esta via, a ca-
pacidade de perceber todas as di-
mensões do negócio.A média de idades dos alunos
de MBA do ISEG ronda os 35 e os37 anos, um dado que o responsá-
vel considera ilustrativo do mo-mento da carreira em que normal-mente surge este tipo de necessida-de. Por comparação, nas pós-gra-duações, a média de idades dos es-
tudantes da mesma escola ronda
os 25 anos.Paulo Bento, presidente do IN-
DEG-ISCTE Executive Education,também reconhece diferenças si-
gnificativas entre quem procura osvários produtos disponibilizadospela instituição. No caso do MBAExecutivo, a média de idades dos
participantes na instituição situa-
se nos 39 anos, associados a uma
experiência profissional de cercade 15 anos. Os dados de perfil des-tes participantes, recolhidos peloISCTE, mostram ainda que, porsectores, é o financeiro o mais re-
presentativo, seguido de áreascomo as TIC, indústria e energia.A formação de base dos partici-pantes passa sobretudo pela enge-nharia e tecnologia (39%), gestãoe economia. A maioria ocupa car-gos de gestão: managers, respon-sáveis de área ou projecto e direc-
tores, nesta ordem. Outro dadocurioso é o facto de dois terços dos
participantes chegarem ao cursorecomendados por quem já por lá
passou.
Procura depós-graduaçõese Executive Masterstem vários objectivos"No caso dos Executive Mas-
ters e pós-graduações, a idade e a
experiência profissional são infe-riores ao EMBA (Executive MBA)e o objectivo principal é o aprofun-damento ou alargamento de co-nhecimentos e competências.Amiúde, os participantes tambémreferem como razão para a fre-
quência a necessidade de mudan-
ça no percurso profissional, ou ex-
ploração de novas áreas", acres-centa Paulo Bento.
Ana Côrte-Real, "associate
dean" da Católica Porto Business
School, foca também a "actualiza-
ção de conhecimentos técnicos, a
aquisição de novos conhecimentos
em áreas em constante evoluçãoou o desenvolvimento de compe-tências de liderança" como princi-pais motivações para a procura de
formação profissional por execu-tivos. "Temos, também, casos dealunos que procuram uma recon-versão de carreira e que necessi-
tam, por isso, de formação na áreaem que pretendem investir", acres-centa.
O traço comum a todos estescandidatos, sublinha a mesma res-
ponsável, é o facto de serem "mo-tivados pela consciência de que a
formação ao longo da vida se as-sume como um factor crucial paracarreiras de sucesso, num merca-do em constante evolução, repletode incertezas e globalizado".
Neste percurso, as empresassão cada vez mais um elemento ac-tivo e dinamizador na formaçãodos seus colaboradores, mas JoséVeríssimo, do ISEG, reconhece quea maior parte dos alunos que fre-
quentam a formação para execu-tivos daquela escola inscreve-seainda a título pessoal, "embora se
veja que as empresas suportamcada vez mais, pelo menos uma
parte desse investimento", acres-centa. Entre os sectores que mais
apoiam os colaboradores neste
tipo de cursos, para já, está o far-macêutico.
Alunos de
pós-graduaçãotêm em média25 anose procuramaprofundarou alargar
conhecimentos,competênciasou para mudarde percursoprofissional.