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PROJECTO DE ANALISE E AVALIAÇÃO TERMICA EDIFICIO UNI-FAMILIAR AUTORES: Jair Macedo Do Rosario Jorge Carlos Do Rosario Monteiro Marlon Antonio Nascimento Neves Rui Jorge dos Santos Delgado DOCENTE: Vera Cibele Neves Marques DISCIPLINA: A.T.E.

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PROJECTO DE ANALISE E AVALIAÇÃO TERMICA EDIFICIO UNI-FAMILIAR

AUTORES:

Jair Macedo Do Rosario

Jorge Carlos Do Rosario Monteiro

Marlon Antonio Nascimento Neves

Rui Jorge dos Santos Delgado

DOCENTE:

Vera Cibele Neves Marques

DISCIPLINA: A.T.E.

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Índex

Capítulo I ................................................................................................................................................. 2

1. Introdução ........................................................................................................................................... 2

1.1 Objectivos.......................................................................................................................................... 3

1.2 Estrutura do trabalho ......................................................................................................................... 3

Capítulo II................................................................................................................................................. 4

2.1 Análise do conforto térmico................................................................................................................ 4

2.2 Noção de conforto térmico ................................................................................................................. 4

2.3 Balanço térmico do corpo humano ...................................................................................................... 4

Capítulo III................................................................................................................................................ 6

3. Apresentação do edificio em estudo...................................................................................................... 6

3.1 Memoria Descritiva de Arquitectura / Estabilidade............................................................................... 6

3.1 .1 – Caracterização e confrontações do Lote ........................................................................................ 6

3.1 .2 – Desenvolvimento e distribuição interna do edifício ........................................................................ 6

3.1 .3 – Características construtivas ......................................................................................................... 7

Capítulo IV ............................................................................................................................................... 8

4 Apresentação e análise dos resultados ................................................................................................... 8

4.1 Avaliação termica do edificado segundo o RCCTE .................................................................................. 8

4.2 Avaliação termica do edificado segundo o RCCTE ............................................................................... 11

Verificação do Edificio............................................................................................................................. 11

Capítulo V .............................................................................................................................................. 18

5. CONCLUSÃO ...................................................................................................................................... 18

Bibliografia ............................................................................................................................................. 19

Anexos ................................................................................................................................................... 20

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Capítulo I

1. Introdução

O conforto ambiental, proporcionado pelos edifícios aos seus ocupantes, assume uma crescente importância na fase de projecto dos mesmos, enquanto factor condicionante da saúde e produtividade de quem os utiliza.

Atendendo a que no dia-a-dia o Homem passa grande parte do seu tempo dentro das

edificações, torna-se importante garantir que os edifícios projectados e construídos ofereçam níveis de conforto adequados, os quais são determinados por factores como a poluição do ar interior, o ruído, a iluminação, a ventilação natural e o ambiente térmico.

Em correspondência com o desenvolvimento tecnológico e aumento do padrão de vida das

sociedades modernas, a concepção dos edifícios ocupados pelo Homem, quer para habitação quer para trabalho ou lazer, passou a ser orientada por um conjunto de exigências funcionais nas quais o conforto ganha particular destaque por ser de percepção imediata e directa para o utilizador.

Cabo Verde, por não possuir ainda regulamentação sobre a matéria, denota-se uma lacuna no

que diz respeito às exigências técnicas a nivel da elaboração de projectos, capazes de proporcionar aos seus utentes, um conforto termico aceitavel.

Neste contexto, procedeu-se a um estudo de avaliaçao termica de um edificio Uni familiar em

Cabo Verde, utilizando o regulamento Português, o RCCTE (Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 80/2006, de 4 de Abril.

Para que os resultados obtidos fossem, o mais real possivel, enquadrou-se o arquipelago de

Cabo Verde com o dos Açores e da Madeira, dando realce aos requisitos que dizem respeito a região Autónoma da Madeira , por este se assemelhar mais ao Pais.

Associado ao garante do conforto térmico dos edifícios, está o recurso a equipamentos e

sistemas artificiais de climatização (aquecimento, ventilação,…), que representam uma importante fatia do consumo energético imputado aos edifícios, o que levanta a problemática relativa ao consumo excessivo de recursos naturais e economicos, principalmente num Pais de parcos recursos, como Cabo Verde, que tem vindo nos ultimos anos dando sinal de querer mudar a sua politica energética, no tocante a recursos renovaveis com a instalacão de novos parques Eolicos e Fotovoltaicos.

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1.1 Objectivos

Reconhecendo que a análise do conforto térmico de edifícios afigura-se como uma tarefa com um amplo espectro de análise pela diversidade de tipologias, arquitectura e usos dos edifícios, há que definir e delimitar o objecto de estudo deste trabalho. Assim, neste estudo procede-se à avaliação das condições de conforto térmico verificadas num edifício do sector residencial já edificada.

O trabalho prático, consiste na concepção de um relatório técnico da avaliação de um

edifício de acordo com o disposto no Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios (RCCTE).

Neste âmbito, procura-se avaliar as condições de conforto térmico das soluções construtivas, representativas de um edificado residencial em Cabo Verde, analisando a influência da orientação do edifício, dispositivo de sombreamento adoptado e ainda da localização da fracção, piso intermédio ou de cobertura nos resultados do conforto térmico do edifício em regime de funcionamento livre.

Pretende-se, numa primeira fase, que o estudo dos diferentes parâmetros seja efectuado

aos elementos existentes em cada um dos projectos. Posteriormente pretende-se que sejam definidas e validadas as alterações necessárias para

dar cumprimento aos requisitos regulamentares e de confortos mínimos.

Revela-se pertinente estudar tambem, até que ponto, o edifício assegura as condições de conforto térmico, apenas pelas suas características construtivas, sem recorrer a equipamentos e sistemas mecânicos de climatização - edifícios em regime de funcionamento livre.

Edifícios que em regime de funcionamento livre, assegurem níveis de conforto mais

elevados, apresentarão um menor consumo energético para reduzir ao maximo o diferencial entre o nível de conforto térmico proporcionado pelo próprio edifício e as condições ideais de conforto.

1.2 Estrutura do trabalho

Este trabalho é constituído por cinco capítulos.

No capítulo I é feita a introdução, onde se enquadra o tema do trabalho, explica-se o objectivo do mesmo e apresenta-se a organização e estrutura utilizada.

No capítulo II apresentam-se os fundamentos teóricos subjacentes à análise de conforto térmico dos edifícios, introduzindo-se a abordagens da análise de conforto térmico – (principais factores condicionantes do conforto térmico).

Reserva-se o capítulo III para a apresentação dos casos de estudo, justificando-se as opções tomadas e hipóteses assumidas.

O capítulo IV destina-se à apresentação dos resultados do estudo desenvolvido, procurando-se enfatizar os dados de maior relevância retirados da realização do trabalho.

As conclusões são feitas no capítulo V, reflectindo a análise dos resultados efectuada no

capítulo anterior.

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Capítulo II

2.1 Análise do conforto térmico

Este capítulo é dedicado à apresentação da noção de conforto térmico, à descrição dos factores que condicionam este tipo de conforto em edifícios, à explicação das abordagens de análise do conforto térmico em edifícios.

2.2 Noção de conforto térmico

O conforto térmico é “a condição da mente que expressa satisfação com o seu ambiente térmico”. Deste modo, e à semelhança das outras noções de conforto, o conforto térmico demonstra-se de difícil definição na medida em que estando dependente da satisfação de determinadas condições fisiológicas quantificáveis, é igualmente condicionado por factores subjectivos (variantes pessoais) cuja quantificação reveste-se de uma elevada complexidade.

Como referido, a noção de conforto térmico relaciona-se com a satisfação de aspectos físico

- biológicos resultantes da condição de homeotermia do homem, funcionando o corpo humano praticamente a temperaturas constantes, oscilando estas entre 36,1°C e 37,2°C, em condições de saúde. A manutenção desta temperatura é conseguida através do aparelho termo-regulador que controla o aumento das perdas ou a redução dos ganhos de calor através de um conjunto de processos como a vasoconstrição, o arrepio, a vasodilatação e a exsudação que resultam na sensação de desconforto e fadiga.

Assim, a sensação de conforto térmico está associada a um estado de neutralidade térmica,

o qual é induzido pelo balanço térmico das trocas de calor entre o corpo humano e o meio que o rodeia representado pela equação (2.1).

METABOLISMO = TROCAS DE CALOR POR (CONDUÇÃO + CONVECÇÃO + RADIAÇÃO + EVAPORAÇÃO) (2.1)

Existe, pois, uma contínua interacção entre o corpo e o ambiente que o envolve

consubstanciando-se em trocas de calor regidas pelas leis da física, influenciadas e condicionadas por factores ambientais, individuais e mecanismos de adaptação fisiológica.

2.3 Balanço térmico do corpo humano

O equilíbrio térmico, é atingido quando a taxa de produção de energia sob forma de calor pelo corpo humano iguala a taxa de calor cedida para o ambiente envolvente quer seja por meio de processos de condução - contacto directo do corpo com a envolvente do contorno do ambiente interior -, de convecção e de radiação - entre a superfície do corpo exposta e o ar e as superfícies da envolvente -, quer através dos processos de respiração e evaporação.

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Em termos matemáticos, a expressão do balanço térmico entre o corpo e o meio envolvente, e atendendo apenas aos aspectos fisiológicos, poderá ser traduzida, como proposto por Fanger (1970), pela expressão (2.2)

Sendo:

S = ( M – W ) – Qsk + Qres ( W/m2 ) (2.2)

QSK = C + R + Ersw + Edif ( W/m2 ) (2.3) Qres = Cres + Eres ( W/m2 ) (2.4)

Nas equações anteriores, os diferentes termos têm o seguinte significado: S - taxa de calor acumulado no corpo (W/m2); M - taxa de metabolismo (W/m2); W - taxa de trabalho mecânico realizado (W/m2); Qsk - taxa total de calor perdido pela pele (W/m2); Qres - taxa total de calor perdido pela respiração (W/m2); C+R - perdas de calor sensível pela pele por convecção e radiação (W/m2); Ersw - taxa de calor perdido por evaporação da transpiração (W/m2); Edif - taxa de calor perdido por difusão do vapor através da pele (W/m2); Cres - taxa de perda de calor convectivo na respiração (W/m2); Eres - taxa de perda de calor evaporativo na respiração (W/m2).

As taxas de metabolismo adoptadas correspondem a valores médios registados por meio de

ensaios fisiológicos, e que se encontram disponíveis em muitos textos da especialidade, apresentando-se no Quadro 2.1 os valores associados a algumas actividades típicas.

Quadro 2.1 - Nível de metabolismo em função da actividade física desenvolvida

Actividade W met*

Em repouso 80 – 100 0,8 – 1,0

Actividade sedentária 100 – 120 1,0 – 1,2

Trabalho leve 140 – 180 1,4 – 1,8

Trabalho oficinal médio 200 – 300 2,0 – 3,0

Ginástica 300 – 400 3,0 – 4,0

Desporto de competição 400 - 600 4,0 – 6,0

*1 met = 58,15 W/m2, área média do corpo humano A = 1,75 m2

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Capítulo III

3. Apresentação do edificio em estudo

3.1 Memoria Descritiva de Arquitectura / Estabilidade

A presente memória descritiva, refere-se a um Edifício Residencial Unifamiliar executado num terreno localizado em Ribeira de Julião – São Vicente.

3.1 .1 – Caracterização e confrontações do Lote

O referido lote de configuração rectangular, tem uma área de 78.00 m2 e confina à Nordeste

e Sudoeste com ruas a Sudeste e NorteOeste. A área coberta ocupa todo o lote.

3.1 .2 – Desenvolvimento e distribuição interna do edifício

O referido edifício desenvolveu- se em dois pisos e tem a seguinte compartimentação:

1º Piso – Constituida por uma área social, ou seja, sala comum, cozinha, W.C., um pátio e

garagem.

2º Piso – Acolhe a zona privada, a saber, um quarto de casal com closet e respectiva casa de

banho, dois quartos, casa de banho e varandas.

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3.1 .3 – Características construtivas

Fundações – executadas em alvenaria de pedra com dimensões indicadas na respectiva peças

desenhadas,descendo a uma profundidade não inferior a 0,60 m incluindo vigas de fundação.

Paredes em elevação – paredes de pedra e blocos de betão com espessura de 0,40; 0,20 e 0,10

assentes com argamassa de cimento e areia.

Pavimentos – executadas sobre as lajes de betão armado, aplicados betonilha de 0,25m de

espessura e preparação para o revestimento de mosaicos cerâmicos ou révigres, aplicados nos

pavimentos.

Roda - Pés – todos de material igual ao pavimento.

Tectos - todos os tectos levaram uma massa de remate, tratados a massa de areia fina e pintados

com tintas da cor clara.

Cobertura – a cobertura foi executada em laje de betão armado com 15 cm de espessura.

Revestimentos – rebocos feito com argamassa de cimento afagados com esponja. Nas instalações

sanitárias e cozinha foram aplicados sobre rebocos, azulejos de qualidade, até a altura de 1,75m.

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Rebocos – todas as paredes rebocadas tanto no interior como no exterior com argamassa de

cimento e areia.

Caixilhos e portas – Aros e guarnição. Todas construídas por peças de alumínio e madeira.

Pintura – todas as paredes estão pintadas a tinta de água,(cores claras), assim como as pinturas

das portas e janela de tinta esmaltadas.

Capítulo IV

4 Apresentação e análise dos resultados

4.1 Avaliação termica do edificado segundo o RCCTE

REGULAMENTO DAS CARACTERÍSTICAS DE COMPORTAMENTO TÉRMICO DOS EDIFÍCIOS

CAPÍTULO I Objecto e âmbito de aplicação

Artigo 1°

Objecto

O presente Regulamento estabelece as regras a observar no projecto de todos os edifícios de habitação e dos edifícios de serviços sem sistemas de climatização centralizados de modo que:

a) As exigências de conforto térmico, seja ele de aquecimento ou de arrefecimento, e de ventilação para garantia de qualidade do ar no interior dos edifícios, bem como as necessidades de água quente sanitária, possam vir a ser satisfeitas sem dispêndio excessivo de energia;

b) Sejam minimizadas as situações patológicas nos elementos de construção provocadas pela ocorrência de condensações superficiais ou internas, com potencial impacte negativo na durabilidade dos elementos de construção e na qualidade do ar interior.

(…)

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Artigo 2°

Âmbito de aplicação

1 - O presente Regulamento aplica-se a cada uma das fracções autónomas de todos os novos edifícios de habitação e de todos os novos edifícios de serviços sem sistemas de climatização centralizados, independentemente de serem ou não, nos termos de legislação específica, sujeitos a licenciamento ou autorização no território nacional, com excepção das situações previstas no n.o 9. 2 - Para efeitos do presente Regulamento, entende - se por fracção autónoma de um edifício cada uma das partes de um edifício dotadas de contador individual de consumo de energia, separada do resto do edifício por uma barreira física contínua, e cujo direito de propriedade ou fruição seja transmissível autonomamente. 3 - Quando um grupo de edifícios tiver um único contador de energia, o presente Regulamento aplica-se, nos termos do n.o 1, a cada um dos edifícios separadamente. 4 - Nos edifícios com uma única fracção autónoma constituídos por corpos distintos, as exigências do presente Regulamento devem ser verificadas por corpo. 5 - O presente Regulamento também é aplicável às grandes intervenções de remodelação ou de alteração na envolvente ou nas instalações de preparação de águas quentes sanitárias dos edifícios de habitação e dos edifícios de serviços sem sistemas de climatização centralizados já existentes, independentemente de serem ou não, nos termos de legislação específica, sujeitos a licenciamento ou autorização no território nacional, com excepção das situações previstas no n° 9. 6 - Por grande remodelação ou alteração entendem- se as intervenções na envolvente ou nas instalações cujo custo seja superior a 25% do valor do edifício, calculado com base num valor de referência Cref por metro quadrado e por tipologia de edifício definido anualmente em portaria conjunta dos ministros responsáveis pelas áreas da economia, das obras públicas, do , do ordenamento do território e habitação, publicada no mês de Outubro e válida para o ano civil seguinte.

(…)

Artigo 4°

Caracterização

1 - Para efeitos do presente Regulamento, a caracterização do comportamento térmico dos edifícios faz-se através da quantificação de um certo número de índices e de parâmetros. 2 - Os índices térmicos fundamentais a quantificar são os valores das necessidades nominais anuais de energia útil para aquecimento (Nic), das necessidades nominais anuais de energia útil para arrefecimento (Nvc) e das necessidades nominais anuais de energia para produção de águas quentes sanitárias (Nac), bem como as necessidades globais de energia primária (Ntc). 3 - Os parâmetros complementares a quantificar sob condições específicas são: a) Os coeficientes de transmissão térmica, superficiais e lineares, dos elementos da envolvente; b) A classe de inércia térmica do edifício ou da fracção autónoma; c) O factor solar dos vãos envidraçados; d) A taxa de renovação de ar.

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4 - Para a garantia do conforto térmico e da qualidade do ar no interior dos edifícios e para o cálculo da energia necessária para a produção da água quente sanitária, os índices referidos no n.o 2 são calculados com base em condições de referência definidas no artigo 14.o e actualizáveis por portaria conjunta dos ministros responsáveis pelas áreas da economia, das obras públicas, do ambiente, do ordenamento do território e habitação. 5 - Para efeitos do presente Regulamento, o País é dividido em zonas climáticas de Inverno e de Verão, nos termos do anexo III do presente Regulamento e que dele faz parte integrante, actualizável por portaria conjunta dos ministros responsáveis pelas áreas da economia, das obras públicas, do ambiente, do ordenamento do território e habitação.

(…)

Artigo 13°

Responsabilidade pelo projecto e pela execução

A responsabilidade pela demonstração do cumprimento das exigências decorrentes do presente Regulamento tem de ser assumida por um arquitecto, reconhecido pela Ordem dos Arquitectos, ou por um engenheiro, reconhecido pela Ordem dos Engenheiros, ou por um engenheiro técnico, reconhecido pela Associação Nacional dos Engenheiros Técnicos, com qualificações para o efeito.

(…)

ANEXO III

Zonamento climático

Número de graus-dias de aquecimento (na base de 20°C) correspondente à estação

convencional de aquecimento; Duração da estação de aquecimento; Temperatura exterior de projecto de Verão; Amplitude térmica média diária do mês mais quente.

(…)

ANEXO IV

Método de calculo das necessidades de aquecimento

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4.2 Avaliação termica do edificado segundo o RCCTE

Verificação do Edificio

O edificio foi executado de forma tradicional onde as alvanarias são em blocos de batão

revestido com argamassa de cimento no interior e exterior, com laje de cobertura executada de

acordo com o projecto estrutural, em betão armado rebocado inferiormente e colocado uma

camada de forma (massame) regularizada com betonilia esquartejada.

Paredes exteriores

Cobertura

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Calculo dos coeficientes globais de transferência de calor (U) de acordo com o anexo VII (ponto 1) do RCCTE

Quadro dos coeficientes de condutibilidade termica dos materiais.

MATERIAL K

(w/m◦C) e (m)

Betão Armado 1,75

Reboco Interior 1,15

Reboco exterior 1,15

Vidro 0.035 0.005

blocos de betão 1.65

Camada de regularização de betão leve (Massame) 1.3 0.05

Mosaico/ Azulejo 1.3 0,01

Coeficientes de Convecção

hi (w/m2K) he (w/m2K)

8,3 25

hi – Coef. de convecção interior

he – Coef. de convecção exterior

Parede exterior

Material e (m) k (W/m'C) R (m2 °C/W)

Reboco exterior 0,025 1,150 0,02

Bloco de betão 0,2 1,650 0,12

Reboco interior 0,025 1,150 0,02

Total 0,25 U=

2,99

W/m!°C

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Cobertura terraço

Material e (m) K (W/m'C) R (m2 °C/W)

Betonilha 0,030 1,150 0,03

Massame 0,050 1,150 0,04

Betão armada 0,150 1,750 0,09

Reboco inferior 0,015 1,150 0,01

Total 0,245 U=

2,96

Wim2 °C

Parede interior espessura 0.20 m

Material e (m) k (W/m'C) R (m2 °C/W)

Reboco interior 0,015 1,150 0,01

bloco de betão 0,2 1,650 0,12

Reboco interior 0,015 1,150 0,01

Total 0,23 U=

2,46

Wim2 °C

Parede com local não aquecido

Material e (m) k (W/m'C) R (m2 °C/W)

Reboco interior 0,015 1,150 0,01

bloco de betão 0,2 1,650 0,12

Reboco interior 0,015 1,150 0,01

Total 0,23 U=

2,46

Wim2 °C

Laje térreas

Material e (m) K (W/m'C) R (m2 °C/W)

Mosaico cerâmico 0,015 1,300 0,01

Camada de regularização de betão leve

0,050 1,300 0,04

Camada de regularização de betão leve (Massame)

0,100 1,300 0,08

Total 0,165 U=

3,89

Wim2 °C

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Laje pavimentos

Material e (m) K (W/m'C) R (m2 °C/W)

Mosaico cerâmico 0,015 1,300 0,01

Camada de regularização de betão leve (Massame)

0,050 1,300 0,04

Betão armado 0,150 1,750 0,09

Reboco interior 0,015 1,150 0,01

Total 0,215 U=

2,45

Wim2 °C

Vãos envidraçados

Material e (m) K (W/m'C) R (m2 °C/W)

vidro simples 0,0050 0,035 0,14

Total 0,005 U=

3,20

Wim2 °C

Cálculo da Inércia Térmica de acordo com o anexo VII (ponto 2) do RCCTE

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Elemento de Construção Msi

[kg/m2]

Si

[m2]

Factor de Correcção, r

Msi . r . Si (kg)

EL1 - Paredes envolvente exterior 150,00 58,58 1,00 4393,5

EL2 - Paredes envolvente interior 0.10 118,50 40,02 0,50 2371,185

EL1 - Paredes envolvente interior 0.20 150,00 50,23 0,50 3767,4

EL1 - Cobertura 150,00 70,00 1,00 10500 EL2 - Pavimentos contacto

com o solo 150,00 45,23 1,00 6784,5 EL3 - Pavimentos interiores 300,00 52,74 0,50 7911

Total 35727,585 Forte

/

Área de Pavimento,

Ap [m2] 70

It [kg/m

2] 510

De acordo com o quadro VII.6 do anexo VII o edificio tem uma inercia termica forte, It =(510) >400.

Analise Termica do Edificio

Perdas Associadas a envolvente exterior

Folha de Cálculo FCIV.1ª

Perdas associadas à Envolvente Interior

Folha de Cálculo FCIV.1b

Perdas Associadas aos Vãos Envidraçados Exteriores

Folha de Cálculo FCIV.1c

Perdas associadas à Renovação de Ar

Folha de Cálculo FC IV.1d

Ganhos Úteis na Estação de Aquecimento (Inverno)

Folha de Cálculo FC IV.1e

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Valor Máximo das Necessidades de Aquecimento (Ni)

Folha de Cálculo FC IV.1f

Cálculo do Indicador Nic

Folha de Cálculo FC IV.2

Perdas

Folha de cálculo FCV.1ª

Ganhos Solares pela Envolvente Opaca

Folha de Cálculo FC V.1c

Perdas associadas a Coberturas e Envidraçados Exteriores (Verão)

Folha de Cálculo FC V.1b

Ganhos Solares pelos Envidraçados Exteriores

Folha de Cálculo FC V.1d

Ganhos Internos

Folha de cálculo FC V.1ef

Ganhos Totais na estação de arrefecimento (verão)

Folha de cálculo FC V.1ef

Valor das Necessidades Nominais de Arrefecimento (Nvc)

Folha de cálculo FCV.1g

Cálculo das necessidades de energia para preparação de água quente sanitária

Folha de cálculo AQS

Necessidades Globais de Energia Primária

Folha de cálculo Ntc e Nt

FICHA nº1

Folha de cálculo Ficha 1a

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Mapa de Valores Nominais para o Edifício

Folha de cálculo Ficha 1b

FICHA 2

Folha de cálculo Ficha 2

FICHA 3

Folha de cálculo FICHA 3

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Capítulo V

5. CONCLUSÃO

Terminada a exposição dos resultados obtidos e sua análise, apresentam-se aqui, as

conclusões e observações finais a retirar da elaboração deste trabalho.

O presente trabalho consistiu na análise do conforto térmico da solução construtiva de um

edificio, para a zona climática do Arquipelago de Cabo Verde, utilizando para o efeito, o

Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios (RCCTE), mais

concretamente a zona climatica da Região Autonoma da Madeira, no que respeita ao projecto

térmico de edifícios.

Sendo o RCCTE o documento que determina as exigências mínimas no projecto térmico de

edifícios e apresentando um método de cálculo que tem por base as necessidades energéticas de

aquecimento e arrefecimento dos mesmos, limita-se, em termos de conforto térmico, a estabelecer

temperaturas interiores de projecto para as estações convencionais de arrefecimento e

aquecimento.

Assim, é de notar que foram verificadas de acordo com o RCCTE, sem recurso a quaisquer

alterações das caracteristicas construtivas, todos os índices térmicos fundamentais que foram

quantificados tais como: o valores das necessidades nominais anuais de energia útil para

aquecimento (Nic), as necessidades nominais anuais de energia útil para arrefecimento (Nvc), as

necessidades nominais anuais de energia para produção de águas quentes sanitárias (Nac) e as

necessidades globais de energia primária (Ntc).

Deste modo concluiu-se que o edificio existente esta em conformidade com as condições

minimas de conforto termico exigido pelo Regulamento das Características de Comportamento

Térmico dos Edifícios.

Com a realização deste trabalho constactou-se a necessidade imperiosa da implementação

de um Regulamento Térmico dos Edificios adaptado às caracteristicas do Pais, de modo a

proporcionar melhor conforto ambiental aos seus ocupantes.

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Bibliografia

Apontamentos fornecidos pela docente da cadeira.

RCCTE – Regulamento das Caracteristicas do Comportamento Termico de Edificios

Tabelas Tecnicas; A. Correia dos Reis; M.Brazão Farinha; J.P.Brazão Farinha (2007)

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Anexos