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MÃE PARANAENSE
HEMORRAGIA PÓS PARTO Marcia KrajdenMestre pela UFPRProf adjunta da Universidade PositivoFaculty do ALSODiretora Técnica do Hospital do Trabalhador
Pospartum hemorrhage today: living in the shadow of Taj MahalLalonde, A.B.; Daviss, B-A; Herschderfer K. Acosta A. Textbook os Postpartum hemorrhage
1630 – morre Mumtaz Mahal, no parto na 14ª gestação
esposa do imperador da India (Shah Jahan) 1750 - 1º. Sistema de
informação de mortalidade materna na Europa
TAJ MAHAL
FIGO 2009
OBJETIVOS DESTE ENCONTRO
Conhecer as PRINCIPAIS CAUSAS de hemorragia pós parto (HPP)
Conhecer os MÉTODOS DE PREVENÇÃO
IDENTIFICAR QUAIS AS DIFICULDADES NO DIAGNÓSTICO DA HPP
QUAL A CONDUTA INICIAL DA HPP
IMPORTÂNCIA
A HEMORRAGIA PÓS PARTO é uma emergência obstétrica que causa complicações de 1 em 100 partos
3 a 5% DOS PARTOS VAGINAIS
Causa mais comum de mortalidade materna e morbidade (NIER MISS)
Como devo avaliar a perda sanguínea?
Parto vaginal - 500 ml Parto cesárea – 1000 ml Cesárea + Histerectomia – 1500 ml
MAIS PRÁTICA - ESTIMATIVA VISUAL DA PERDA SANGUINEA – 50 % DE ERRO – QUANDO A PERDA SANGUINEA TORNA A PACIENTE SINTOMÁTICA PARA HIPOVOLEMIA
QUEDA DE 10% NO HEMATÓCRITO E DA DIURESE COM NECESSIDADE DE TRANSFUSÃO SANGUÍNEA
Divergências nas Definições de Hemorragia pós parto
Perda normal de sangue
Categorias das Hemorragias
Até 24 horas após o partoÉ A MAIS FREQUENTE
Até 6 semanas após o parto
SECUNDÁRIA ou TARDIAS
PRIMÁRIAS OU PRECOCES
Mnemônico da HPP- 4 “T”
Tônus 70% Trauma 20% Tecido 10% Trombina 1% ALSO American
Academyu of Family Physicians, 2015
Manejo da hemorragia pós parto
ATONIA UTERINA
Incapacidade do miométrio de contrair de maneira eficaz
1 a cada 20 partos
Quando devo estar mais atento para não ocorrer atonia? prevenção
PRÉ PARTO
Pré eclampsiaNuliparidade Gestação múltipla História de HPP anteriorCicatriz de cesárea préviaPolihidramnio
INTRAPARTO
Terceiro período prolongado > 30 minParada da progressão do TPEpisiotomia Parto vaginal assistidoCondução do trabalho de parto
O que deve ser feito QUANDO HÁ O RECONHECIMENTO DOS FATORES DE
RISCO PARA ATONIA UTERINA?
MANEJO ATIVO DO 3º PERÍODO NO PARTO VAGINAL
AGUARDAR A AÇÃO DA OCITOCINA EV PARA DEQUITAÇÃO ESPONTÂNEA DA PLACENTA DURANTE PARTO CESAREA
reduz o sangramento em 30% e 7 vezes a endometrite pós parto
MANEJO ATIVO DO 3º PERÍODO DO TP
administração de ocitocina após o nascimento do ombro fetal ou da expulsão do feto
pinçamento precoce do cordão umbilical
tração controlada do cordão umbilical
MANOBRA DE BRANDT comprimir o útero acima do pubis
MANOBRA DE BRANDTMANOBRA
DE BRANDT
O que devo fazer se o manejo ativo não impedir a HPP? TRATAR A HEMORRAGIA
Primeiros passos MASSAGEM UTERINA OCITOCINA FAZER INSPEÇÃO NO CANAL DE
PARTO INTERVENÇÃO CIRÚRGICA
• Comprimir as paredes do útero• Cuidado com o excesso de força
para não romper o ligamento largo
MASSAGEM BIMANUAL
Palpar o útero, se acima da cicatriz umbilical e amolecido, iniciar o procedimento
TRATAMENTO DA ATONIA
Steven G Gabbe. OBSTETRICIA gravidez normal e patológica
elsevier 2015
TRATAMENTO DA ATONIA
UTEROTÔNICOS
Injeção intra-miometrial
de prostaglandi
na
15metilprostaglandina F2α
Carboprost Hemabate
Tamponamento uterino É uma forma segura, simples e eficaz
PRINCÍPIOS BÁSICOS:
Deve ser feito com gaze longa e continua ( KERLIX)Depositar a gaze inicialmente no fundo uterino e em seguida nos lados preenchendo toda a cavidade uterinaColocar sonda uretral de Folley Antibiótico profiláticoRetirar entre 12-24 horas
Tamponamento uterino balão de Bakri SOS
Revista women’s health Cook Medical
Guiado por ultrassom ou manualmenteSilicone ligado a um cateterInsuflar até 500 ml de soro fisiológicoPermite avaliação continua do sangramento pelo cateter
Colocação Inadequada
EMBOLIZAÇÃO ARTERIAL SELETIVA
PACIENTES HEMODINAMICAMENTE ESTÁVEIS PROCEDIMENTO CIRÚRGICA MAL SUCEDIDA
A angiografia pélvica serve para visualizar o vaso com sangramento e compressas de Gelfoam (gelatina) colocadas nos vasos para fim de oclusãoÍndice de sucesso 90-95%Mais indicado na preservação uterinaComplicação 3 a 6%
INTERVENÇÃO CIRÚRGICA FALTA DE RESPOSTA AO TRATAMENTO CONSERVADOR
INTERVENÇÃO CIRÚRGICA POR LAPAROTOMIA:
LIGADURA ARTERIAL (sucesso 40-95%) Artérias uterinas ascendente bilateral ( melhor técnica) Artérias útero ováricas se insucessos nos procedimentos
anteriores Ligamento infundíbulo pélvico Artérias hipogástricas difícil execução
SUTURAS DE COMPRESSÃOHISTERECTOMIA
SUCESSO UNILATERAL 10-15% BILATERAL 75%
FIO ABSORVIVEL ENVOLVE O MIOMETRIO E LIGAMENTO LARGO
3cm 3cm
SUTURAS DE COMPRESSÃO UTERINA
Fio absorvível
SUTURA B-LYNCH
VERTICAL E TRANSVERSAL DE PEREIRA
SUTURA VERTICAL DE HAYMAN
B-LUVS Sutura bilateral em laço dos vasos
uterinos + colocação do balão de Bakri
(100mL)Sucesso próximo a 100%
SUTURAS DE COMPRESSÃO
TRAUMA
LACERAÇÃO VAGINAIS OU CERVICAIS INVERSÃO UTERINA ROTURA UTERINA HEMATOMAS
COMO DESCONFIAR SE HÁ LACERAÇÕES?Sangramento persiste após o parto
com o tônus uterino adequadoDor e instabilidade hemodinâmica
Dificuldade de diagnóstico- HEMATOMAS sangramento oculto
Sangramento no ligamento largo – há instabilidade hemodinâmica com sangramento discordante
Hematomas ligamento largo/retroperitoniais São os mais graves e fatais. Clinica discreta e evolutiva até a descompensação hemodinâmica
CST – HEMOSTASIA?
ROTURA PEQUENA UTERINA NO TP?
LESÃO DE RAMOS DA HIPOGÁSTRICA
Drenagem cirúrgica +
ligadura arterial
Quando suspeitar de lacerações no colo uterino?
Sangramento persiste após o parto com tônus uterino adequado
Fazer revisão do canal de parto a partir do colo uterino
Analgesia Exposição adequada das lesões para
correção Colocar reparos para facilitar a sutura
Como desconfiar de lacerações?
Laceração de vários vasos pequenos do fáscia superficial do triângulo pélvico anterior e posterior
A drenagem cirúrgica é o tratamento principal
Sutura em planos com fio absorvível
Compressão sobre a sutura
Hematoma vulvar
Manejo na retenção de tecido
COMO SUSPEITAR DA RETENÇÃO DE MATERIAIS DA CONCEPÇÃO?
1 a cada 100 -200 partos
Quando a placenta demorar > 30 minutos para dequitar
Os restos placentários pode inibir contrações uterinas e provocar hemorragia e atonia uterina
REMOÇÃO MANUAL DA PLACENTA
Interrompa a massagem uterina Anestesia Estar preparado para acretismo Identifique o plano de clivagem ocitócico
+ 30 minutos sem dequitação+ 3% dos partos
Manejo farmacológico
Misoprostol 800 mcg VR mostrou redução significativa da necessidade de remoção manual da placenta X ocitocina na veia umbilical- 20UI em 20 ml SF
Injeção intra-miometrial de
prostaglandina
ACRETISMO PLACENTÁRIO
Hemorragia materna Transfusão sanguÍnea Placenta acreta, increta, ou percreta Ultrasom/ Doppler/arteriografia seletiva
Dificuldade técnica
Percreta: colo e bexiga
Percreta: colo e bexiga
Prematuridade
Manejo na rotura uterina
DEISCÊNCIA UTERINA/ ROTURA INCOMPLETA
ROTURA UTERINAFetal
Bradicardia fetal 33-70% dos casos e perda fetal se em TP
APGAR <5, pH < 7, admissões em UTI, encefalopatia hipoxico-isquemica e morte
neonatal
Materna Sangramento agudo vaginal, dor abdominal, utero sensivel, alteração da forma uterina,
parada das contrações e hematúria, instabilidade hemodinâmica
Confirmação diagnóstico- laparotomia( abertura complete da parede uterina)
O que deve ser feito na rotura uterina?
Avaliar a possibilidade de recuperação do local da rotura
REPARO Fio absorvível HISTERECTOMIA Casos graves, problemas uterinos
irreparáveis ou instabilidade hemodinâmica
ETIOLOGIA MAIS COMUM
TRAÇÃO DO CORDÃO UMBILICAL COM UMA PLACENTA PRESA NO FUNDO UTERINO
PRESSÃO NO FUNDO UTERINO QUANDO O UTERO ESTA RELAXADO
Manejo ativo do 3º período não tem relação causal com inversão uterina
INVERSÃO UTERINA
Evento raro 1 em 1000-23000 partos
Quando se deve suspeitar de inversão uterina?
Inicio súbito de hemorragia vaginal profusa associada a incapacidade de palpação do útero somado a instabilidade hemodinâmica
EXAME CLÍNICO BIMANUAL
Grau de inversão:IncompletaCompleta ou prolapsada
Momento da ocorrência Agudo ≤ 24 h após o partoSubagudo > 24hCrônico > 1 mês
QUAL É O MANEJO NA INVERSÃO UTERINA?
INTERVENÇÃO RÁPIDA PARA ESTABILIZAR A HEMODINAMICA DA PACIENTE
1.ACESSO VENOSO CALIBROSO
1.REANIMAÇÃO COM VOLUME CRISTALOIDE/HEMODERIVADOS
1.RECOLOCAÇÃO DO UTERO A SUA CONDIÇÃO ORIGINAL EM CENTRO CIRURGICO
1. ANESTESIA NITROGLICERINA
50-500mcg/HALOGENADOS
1.USO TOCOLÍTICO ( SULFATO DE MAGNESIO/BETAMIMETICO)
Coagulopatias Desequilíbrio entre os sistemas de
coagulação e fibrinolítico
Coagulopatia hereditária –rara- + PTI, S. Von Willebrand
Coagulopatia adquirida (iatrogênicas) – uso de anticoagulantes
Diminuição dos fatores de coagulação
Coagulopatia consuntiva
DIAGNÓSTICO CLÍNICO CONFIRMADO POR EXAMES LABORATORIAIS
Trombocitopenia Alterações hemolíticas no esfregaço de sangue periférico TP<RNI< TTPA/ teste Winer ( coágulos em 6 minutos) Diminuição do Fibrinogênio, resto de fibrina Derivados da fibrina/ dedímero D
QUAL A CONDUÇÃO DO CASO EXAMES LABORATORIAIS A CADA 4 HORAS ATÉ A
ESTABILIZAÇÃO HEMODINÂMICAMANTER:Fibrinogênio > 100 mg/dl com plasma fresco 1U= 5-10 mg/dL de fibrinogênio
Plaquetas > 50.000 com concentrado de plaquetas 1U 5.000 Hematócrito > 30 % com concentrado de hemácias
(1CH-Hb/1g/dL -VG /3% TP/TTPA < 1,5 OXIGENAÇÃO NORMOTERAPIA TERAPIA ADJUVANTES: vitamina K, Fator VIIa ativado
recombinante, concentrado de fibrinogênio, agentes hemostáticos (ACIDO TRANEXÂMICO 4 amp/100ml SF )
Ressuscitação volêmica e transfusão
MANEJO INICIAL
Solução cristaloide aquecida 3:1 infundida rapidamenteEvitar a hipotensão PA >90 mmHgManter diurese > 30 ml/hMonitorização continua dos dados vitais até a estabilidade hemodinâmica
OBRIGADA PELA ATENÇÃO