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Marisa Peres e Olinda Monteiro
Serviço de Cardiologia - Hospital de Santarém
Os doentes com IC são muitos, são complexos…
Mas é muito recompensador investir no seu tratamento,
e actualmente temos muito para lhes oferecer !!!
Insuficiência Cardíaca
Necessidade de ESTRATÉGIA
ESC Guidelines for the Diagnosis and Treatment of Chronic Heart Failure
ACC/AHA Guidelines for the Evaluation and Management of Chronic Heart Failure in the Adult
“ Doentes com Insuficiência Cardíaca (doentes sintomáticos apesar
da terapêutica) beneficiam claramente, quer para aumento da
sobrevida quer para redução do nº de Hospitalizações, do tratamento
por uma equipa diferenciada em Insuficiência Cardíaca.”
Trabalho de equipa
na Insuficiência Cardíaca
»» Doentes com IC e F ej reduzida
Consulta e Hospital de Dia
(internamento)
Educação/ensino
Terapêutica médica optimizada
Devices e referenciação para transplante
Detecção e T/ de descompensações
qualidade de vida
Internamentos
mortalidade
Trabalho de equipa
na Insuficiência Cardíaca
Unidade de Insuficiência Cardíaca do HDS
Unidade de Insuficiência Cardíaca
Centros de Saúde
Hospital
Medicina Interna
Cirurgia Cardíaca Devices Transplante
Doente Apoio domiciliário
Comunidade
Trabalho de equipa
na Insuficiência Cardíaca
Fundamental o investimento em Educação / Ensino / Vigilância
Informação sobre a doença e sobre a terapêutica
Medidas gerais, incluindo exercicio
Ensino sobre o auto-cuidado
Reconhecimento precoce da descompensação:
Auto-ajuste da medicação diurética
Medicação (polifarmácia)
Devices e opções mais avançadas
Fundamental a prescrição da terapêutica segundo as guidelines
“Start low, go slow”
vigiar sinais de intolerância e efeitos adversos
Trabalho de equipa
na Insuficiência Cardíaca
“Start low, go slow”
Titular as doses até à dose alvo
dose dos estudos ou a máxima tolerada
vigiando intolerância/efeitos adversos
Algoritmo Terapêutico
na Insuficiência Cardíaca
Ao fármaco
À dose do fármaco
Associação a outros fármacos
Intolerância
Intolerância à Terapêutica
da Insuficiência Cardíaca
Ao fármaco
Intolerância Substituição do fármaco
Ex: Tosse dos IECA, BB B1 selectivo,
ginecomastia da espironolactona
suportável
manter IECA
insuportável
trocar por ARAII
DPOC
Pieira com carvedilol
trocar por BB B1 selectivo
(ex.bisoprolol)
Intolerância à Terapêutica
da Insuficiência Cardíaca
Ao fármaco
trocar por eplerenona
dose espironolactona
parar espironolactona
pouco significativa
suportável
manter
insuportável
Substituição do fármaco
Ex: Tosse dos IECA, BB B1 selectivo,
ginecomastia da espironolactona
Intolerância à Terapêutica
da Insuficiência Cardíaca
Intolerância
1º Parar o BB
2º Esperar que o doente fique seco
3º Re-introduzir BB
4º Provavelmente então será tolerado!!!
Ex: BB no doente congestivo
Substituição do fármaco
Timing de início incorrecto
(mas mais tarde vai tolerar)
Intolerância à Terapêutica
da Insuficiência Cardíaca
Intolerância
Ao fármaco
Ao fármaco
À dose do fármaco
Bisoprolol 2,5 mg » FC 55/min
Bisoprolol 5 mg » FC 42/min
Espironolactona 12,5 mg » K 5,0
Creat 1,5
Espironolactona 25 mg » K 6,0
Creat 2,5
Enalapril 10 mg » TAS 100 mmHg
assintomático
Enalapril 20 mg » TAS 80 mmHg
tonturas
Substituição do fármaco
Timing de início incorrecto
(mas mais tarde vai tolerar)
Intolerância à Terapêutica
da Insuficiência Cardíaca
Intolerância
Ao fármaco
À dose do fármaco
dose, esperar, depois
“Start low, go slow”!!!
Pode tolerar dose maior
se Titulação mais lenta
Intolerância à Terapêutica
da Insuficiência Cardíaca
Intolerância Substituição do fármaco
Timing de início incorrecto
(mas mais tarde vai tolerar)
Ao fármaco
À dose do fármaco
Alteração do esquema posológico Associação a outros
fármacos separar os hipotensores
diuréticos (menor dose nec.)
ou parar nitratosSe Hipotensão
Intolerância à Terapêutica
da Insuficiência Cardíaca
Intolerância
Pode tolerar dose maior
se Titulação mais lenta
Substituição do fármaco
Timing de início incorrecto
(mas mais tarde vai tolerar)
Alteração do esquema posológico Associação a outros
fármacos separar os hipotensores
diuréticos (< dose nec)
ou parar nitratos
ou parar digoxina
Se Hipotensão
Se Bradicardia
Medicamento Jejum P.Alm. Almoço Lanche Jantar
Metolazona 5 mg 1
Furosemido 40 mg 1
Carvedilol 25 mg 1 1
MNI 50 mg 1
Enalapril 20 mg 1
Espironolactona 25 mg 1
Digoxina 0,125 mg 1
11h
Intolerância à Terapêutica
da Insuficiência Cardíaca
Algoritmo Terapêutico
na Insuficiência Cardíaca
Algoritmo Terapêutico
na Insuficiência Cardíaca
Algoritmo Terapêutico
na Insuficiência Cardíaca
Muitos doentes melhoram não só clinicamente (classe funcional NYHA)
mas até a fracção de ejecção, podendo por exemplo sair da lista de transplante!
Mas para muitos a mortalidade e a morbilidade continua muito elevada…
O que mais podemos oferecer aos nossos doentes?
??
Com a terapêutica médica
na Insuficiência Cardíaca…
73 anos, NYHA III
Hx de 3 EAMs, DC 2 vasos, 4 ICPs, F ej 33%
Obesa, DM tipo II
DPOC (fumadora passiva 40 anos)
SAOS
Hb 10 g/dL, ferritina 85 ng/ml, clear creat 42 ml/min
Coxartrose à direita
Previamente optimista, agora muito deprimida
Fracas condições económicas e sociais
D. Manuela
Co-morbilidades
na Insuficiência Cardíaca
van Deursen et al, Heart Fail Rev (2014) 19:163–172
Os doentes com IC frequentemente têm múltiplas doenças concomitantes
ESC HF Pilot Survey (Eur J Heart Fail 2014:16): 74% dos IC ≥ 1 co-morbilidade não
Medicare: 55% dos IC têm 5 ou + co-morbilidades
Co-morbilidades
na Insuficiência Cardíaca
Impacto das co-morbilidades na Insuficiência Cardíaca
Podem limitar a prescrição de terapêutica na IC (disfunção renal)
A sua terapêutica pode implicar fármacos deletérios para a IC (artroses)
a polifarmácia e a aderência à terapêutica (todas!)
Conferem pior prognóstico (morte e morbilidade) ao doente com IC (todas!)
Co-morbilidades
na Insuficiência Cardíaca
DPOC
SAOS
Anemia
FerropeniaDisfunção
renal
HBP
Disfunção eréctil
Depressão
ArtrosesArtrites
Disfunçãotiroideia
Outras!
Todos os elementos da equipa devem estar atentos às co-morbilidades!
Trabalho de equipa
na Insuficiência Cardíaca
Os doentes com IC beneficiam de uma equipa diferenciada em IC e idealmente
multidisciplinar, de que os médicos de família e os internistas fazem parte
È fundamental
a optimização da terapêutica médica e a referenciação para terapêuticas
não médicas quando necessário
estar atento às co-morbilidades e aos fármacos que não devem ser prescritos
vigiar, reconhecendo e tratando precocemente a descompensação
investir na educação do doente, ensinar sobre a doença e o autocuidado
muito importante o trabalho da equipa de enfermagem….
Dar mais e melhores anos de vida