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repórter do marão do Tâmega e Sousa ao Nordeste 28 Setembro a 12 Outubro 2009 Lino Maia: ‘Norte é mais solidário’ Nº 1222 | Quinzenário | 1€ | Ano 25 | Director: Jorge Sousa | Director-Adjunto: Alexandre Panda | Subdirector: António Orlando | Edição:Tâmegapress | Redacção: Marco de Canaveses | 910 536 928 Futuro de Bisalhães é da cor do barro Túnel do Marão sem segurança externa Como superar a dor e contornar o luto Tragédias enlutaram região do Tâmega e Sousa 25.000 exemplares

Jornal REPÓRTER DO MARÃO

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Do Tâmega e Sousa ao Nordeste

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repórterdomarãodo Tâmega e Sousa ao Nordeste

28 Setembro a 12 Outubro 2009

Lino Maia: ‘Norteé mais solidário’N

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Futuro de Bisalhães é da cor do barro

Túnel do Marão sem segurança externa

Como superar a dore contornar o luto

Tragédias enlutaram região do Tâmega e Sousa

25.000exemplares

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I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I política

O PS ganhou domingo as eleições com 36,56% dos votos (96 deputados) mas se quiser governar em maioria abso-

luta terá de fazer entendimentos à direita com o PSD (29,09%, 78 mandatos) ou com o CDS-PP (10,46%, 21 mandatos).

O secretário-geral do PS, José Sócrates, deixou em aberto todos os cenários em ma-téria de entendimentos. Em declarações na sede de campanha, disse ser “cedo” para re-velar se governará sozinho ou coligado, re-servando o anúncio da “solução governati-va” para depois da indigitação presidencial e de consultas com restantes partidos.

“O que farei é aguardar a indigitação presidencial e só depois disso procederei a consultas com os restantes partidos, e julgo que é esse o dever de quem ganhou as elei-ções, não com a maioria absoluta, mas com uma maioria relativa”, afirmou, numa confe-rência de imprensa no Hotel Altis, em Lis-boa.

Quando falta apurar quatro deputados pelos círculos da emigração, PS e CDS-PP somam 117 deputados, mais um do que o ne-

cessário para a maioria absoluta. Em con-junto, socialistas e sociais-democratas saem destas eleições com 174 deputados (resul-tados provisórios) mas o clima de crispa-ção e as declarações na noite eleitoral tor-nam praticamente impossível a reedição do Bloco Central com actual liderança do PSD.

À esquerda, os entendimentos estão mais complicados, uma vez que PS e BE juntos não ultrapassam os 112 deputados. Seria necessário que os socialistas recolhes-sem os quatro mandatos da emigração para alcançar uma maioria absoluta em conjunto com os bloquistas, um cenário improvável. Os deputados somados do PS e CDU não ul-trapassam também os 111, longe da maioria.

Cenário também improvável é de um acordo alargado à esquerda entre PS, blo-quistas e CDU, tendo em conta o que que foi defendido pelos três partidos durante a campanha eleitoral.

A possibilidade de o PS governar sozi-nho com entendimentos pontuais no Parla-mento com o CDS-PP em diplomas impor-tantes ganha assim maior peso, até porque

o líder dos centristas inscreveu na moção de estratégia sufragada pelos militantes que o partido se encontra equidistante de socialis-tas e sociais-democratas.

De acordo com a legislação, o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, apenas poderá convidar o novo primeiro-ministro a formar Governo depois de publicados os re-sultados das eleições legislativas em Diário da República, o que deverá ocorrer no máxi-mo até 17 de Outubro.

Contudo, o chefe de Estado poderá co-meçar a ouvir informalmente os partidos so-bre os resultados das eleições logo após o fim do apuramento dos resultados verifica-dos nos círculos da emigração (a 07 de Ou-tubro).

PS pode fazer maioria absoluta com CDS ou PSDSócrates escusa-se a fazer cenários sobre coligações antes de ser indigitado primeiro-ministro pelo PR

Redacção com Lusa | [email protected] | Fotos Lusa

A possibilidade de o PS governar sozinho com

entendimentos pontuais ganha maior peso

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política repórterdomarãoI I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

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Os cenários de governabilidade e o futuro da liderança do PSD serão duas das questões que dominarão o debate políti-co das próximas semanas, depois do PS ter vencido as legisla-tivas de domingo sem a maioria absoluta alcançada em 2005.

Com 96 deputados (36,56% dos votos), os socialistas pre-cisam, para governar em maioria absoluta, de fazer entendi-mentos à direita com o PSD (29,09%, 78 mandatos) ou com o CDS-PP (10,46%, 21 mandatos).

Com mais três deputados do que os conseguidos por San-tana Lopes em 2005, Manuela Ferreira Leite anunciou que irá convocar uma reunião do Conselho Nacional do partido para depois das eleições autárquicas de 11 de Outubro para analisar o ciclo eleitoral iniciado com as europeias.

No entanto, alguns críticos internos já pedem a renovação da direcção, como Luís Filipe Menezes, Jorge Neto, António Nogueira Leite ou José Manuel Canavarro.

Em termos percentuais, a abstenção foi a mais alta de sem-pre em eleições legislativas - 39,4 por cento - mas o número de vo-tantes nas legislativas de domingo ultrapassou os de 1999 e 2002.

Futuro Governo e liderança do PSD na agendapós-eleições

As televisões e os jornais inundam-nos a toda a hora com a crise e os seus reflexos criando uma ansiedade e um estado colectivo de medos e re-ceios sobre o futuro.

Para sustentar este estado de coisas, repetem até à exaustão argumentos e histórias, respigam episódios dramáticos da grande crise de 1929, fa-zem previsões, dão voz à douta opinião de comen-tadores que dizem tudo e o contrário no dia se-guinte, alimentando as tendências depressivas das pessoas, confundidas com tanta “ciência” de tão ilustres pessoas.

Melhor seria que estivessem calados.Não quer isto dizer que não tenha havido e

não continue a haver crise, interna e externamen-te, bem pelo contrário.

Portugal está em crise há muitos anos, a ne-cessidade de reequilibrar as contas públicas por causa do défice e do euro, a deslocalização, a fuga do IDE (Investimento Directo Estrangeiro).

Mas o problema é só português? Claro que não. Portugal é uma pequena eco-

nomia, muito dependente dos seus parceiros eu-ropeus, que tem vindo a sofrer com a deslocação para oriente de factores fundamentais da activida-de económica; o alargamento a leste da União Eu-ropeia e o ganho de peso das economias asiáticas.

E esta última questão não é um problema só de Portugal mas de toda a Europa e dos Estados Unidos que tem vindo a avolumar-se nos últimos 20 anos sem que os governos consigam soluções equilibradas.

Recentemente, tivemos uma crise mundial, e essa crise afectou de diferentes modos os diversos países, mas a todos de uma forma grave.

Uma crise que terá começado, dizem os “ex-perts” na bolha do imobiliário e que, a partir de Outubro de 2008, se alastrou rapidamente ao sec-tor bancário, abalando a confiança das pessoas.

É inquestionável que houve uma crise. Como tem havido muitas outras, embora de menor di-mensão. Aliás, a economia é feita de avanços e re-cuos que definem os ciclos económicos.

Esta foi mais grave que outras por um conjun-to de razões, muitas delas incontroláveis e impre-visíveis, como se viu, que representam o somatório de anos de opções erradas e de ganância.

Mas como é que uma coisa desta pode aconte-cer, pergunta o cidadão comum?

A ganância dos homens e o dinheiro são um co-cktail explosivo que levou a uma espiral de desregu-lação por parte dos estados daquilo que é permiti-do, sem colocar em risco os cidadãos e a sociedade.

Por outro lado, a grande especialização e o profissionalismo das entidades que compõem “os mercados financeiros”, bancos, fundos de investi-mento, sociedades financeiras, bolsas e investido-res, deixaram os técnicos e os políticos ao serviço dos estados a “milhas de distância”.

E isso ficou patente quando surgiram os pri-meiros sinais de crise, iguais a muitos outros, com os políticos e os estados a serem permeáveis à pressão dos media e da banca, tentando “apagar” a crise com milhões e mais milhões, sobretudo de-pois de terem “deixado cair” o banco de investi-mento americano Lehman Brothers, um dos mais fortes do sector, gerando uma crise de confiança à escala global, imparável e sem origem definida, e obrigando-os a sustentar muitos outros em muito piores condições, sob pena de a economia mundial se desmoronar como um baralho de cartas.

Neste entretanto, gastaram-se, malbarata-ram-se, milhões e milhões de dólares por incúria e incompetência de líderes políticos e de bancos cen-trais.

Veja-se o Presidente da Reserva Federal ame-ricana, “o último a saber”, veja-se a política do Banco Central Europeu que no limiar da crise ain-da aumentou as taxas de referência quando a eco-nomia real já sofria intensamente.

O mal está feito e iremos levar muitos anos a recuperar.

O que não conseguiremos recuperar são as empresas e as pessoas que sucumbiram nesta ló-gica infernal que destruiu postos de trabalho e ri-queza, um pouco por todo o lado, gente séria e ho-nesta, gente capaz que dificilmente conseguirá refazer as suas vidas e empresas ou recuperar o seu posto de trabalho.

Mas será que aprendemos com os erros? Tal-vez sim ou talvez não.

Os que provocaram a crise, como se pode ver pelos resultados dos bancos à escala mundial, são os primeiros a sair dela. E em força. As bolsas já fervilham. O petróleo sobe. À custa dos apoios dos estados, do dinheiro dos contribuintes que vai a dí-vida pública, a pagar talvez pela próxima geração.

As Pequenas e Médias Empresas, outrora des-prezadas, são o modelo e a grande referência, sem-pre na boca de todos. Acho muito bem e aplaudo.

Só que quase nada se faz por elas no sentido de as fortalecer, apoiá-las em termos de gestão, de incorporação de tecnologia e de valor mas sobretu-do de apoio à tesouraria.

Nada ou pouco se faz para regular o sector fi-nanceiro impondo regras de ética pura que impe-ça que se cobrem juros de 10, 12, ou 15% no apoio de tesouraria quando a taxa de referência é de 1%. Isto é usura e ninguém foi preso.

E a carga fiscal. Alguém se preocupa com a carga fiscal que recai sobre as pessoas e as empre-sas? Com a organização do sistema tributário (os impostos que pagamos) de forma justa, como de-veriam ser, em vez de considerar o contribuinte “a vaca onde quando se precisa se tira sempre mais um bife”.

Claro que é que há muito a fazer à escala eu-ropeia e ocidental.

Não se pode aceitar competir com produ-tos produzidos em economias que não respeitam as pessoas, que se servem de trabalho em condi-ções de quase escravatura, onde se desrespeitam escandalosamente as questões ambientais, e se fi-nancia com “dumping” esses produtos.

Isto poderá ser a curto prazo a decadência e o fim de muitas economias e até de países que po-derão deixar de ser viáveis face ao seu endivida-mento.

Bastará que um outro conjunto de factores, em cadeia, como os que vivemos há poucos meses, alimentados pela ganância pelo dinheiro, abalem a confiança mundial e não haverá milhões de dólares ou euros que possam apagar a fogueira e tapar ou-tro buraco. Isto porque, recorde-se, a confiança é a base de toda a economia.

E o cidadão anónimo, nós todos, nesta encruz-ilhada, gostávamos de poder acreditar em alguém.

Resta esperar que os políticos estejam a “faz-er o trabalho de casa” e regulem o que deve ser regulado sob pena de deixarmos aos nossos filhos um mundo que, além de perigoso, poderá estar em contagem final para a sua implosão.

Esta crise e o futuro

R E F L E X Õ E S P e d r o B a r r o s

Sócratesdançou Manuela!

As eleições legislativas vistas por Santiago

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I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I ambiente

A Câmara de Amarante reagiu de forma dura ao comunicado da Quercus sobre a poluição no Rio

Tâmega. Em causa está a percentagem de cobertura de saneamento no concelho de Amarante. Num comunicado recen-te sobre a poluição no Rio Tâmega, em cuja margem teve lugar uma acção da-quela associação ambientalista, a Quer-cus, referiu-se à “baixíssima taxa de 17% de cobertura de saneamento básico”, não especificando qual a fonte deste dado.

Em declarações ao Repórter do Ma-rão (RM), Armindo Abreu, presidente da câmara, afirmou que o comunicado “é uma barbaridade” e “que põe em causa a credibilidade da própria [Quercus]”.

Confrontado pelo RM, João Branco, presidente dos núcleos da Quercus de Vila Real e Viseu, mostrou cópia de um relató-rio da empresa Águas do Ave, referente a Dezembro de 2005, em que Amarante (61.582 hab.) aparece com uma taxa de co-

bertura de saneamento de 17%. O presidente da câmara desmente

este valor e afirma que actualmente “a taxa de cobertura é de cerca de 55%, mas temos rede construída em baixa para uma taxa de cobertura de 80 a 85%”.

O autarca argumentou que “alguma desta rede não está em funcionamento porque ainda não foi construída a ETAR de Vila Caiz”, da responsabilidade da em-presa Águas do Ave.

No comunicado da associação ambien-talista é criticada a inércia das autorida-des públicas perante a poluição no troço do Tâmega entre Amarante e Marco de Canaveses, classificado por lei como “do-mínio público hídrico” e “zona sensível”.

Para a Quercus “a cor verde, pastosa e pestilenta que as águas do Tâmega apre-sentam na época de Verão, contrastando com a cor negra que registam nos restan-tes meses do ano, são o resultado da pro-liferação de fitoplâncton designado por al-

gas azuis ou cianobactérias”, resultado de um processo de eutrofização.

As margens do rio “estão transforma-das em pântanos de lodos negros e féti-dos onde se acumulam resíduos de todo o tipo”, assinala a Quercus.

No mesmo comunicado, diz esperar “a investigação do Ministério Público, de modo a apurar as responsabilidades insti-tucionais dos diversos intervenientes pú-blicos e privados que levaram o rio Tâ-mega ao estado de degradação em que se encontra”.

Confrontado com os sinais evidentes de poluição do Tâmega, Armindo Abreu diz que há “vários focos de poluição des-de a nascente à foz”.

Na albufeira da barragem do Torrão, situada na foz do rio, “há um problema que se agrava”, porque, segundo o presi-dente de Câmara, a barragem “foi enchi-da sem os devidos cuidados de limpeza e desmatação”.

Câmara de Amarante acusaQuercus de falta de credibilidadeAmbientalistas falam em taxa de 17%de saneamento, autarca diz que sónão é superior a 55% por falta da nova ETAR

Paula Costa | [email protected]

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pub repórterdomarãoI I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

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Em menos de um mês várias famílias do Tâ-mega e Sousa conheceram um luto trágico e repentino. Em Baião, um acidente entre

um comboio e um carro vitimou avós e neto, para além do condutor do carro e do presidente da junta da localidade onde se deu o desastre.

Em Amarante, um tio atropelou acidentalmen-te uma sobrinha com poucos anos de vida, à por-ta da casa dos avós. Em Paços de Ferreira, um pai tentou salvar o filho que estava dentro de um poço e acabou por morrer com ele. A mais recente tra-gédia ceifou a vida a sete jovens raparigas num aci-dente de viação em Penafiel, todas alunas de um curso de formação naquela cidade.

Estas tragédias deixaram de luto famílias intei-ras que tiveram de enfrentar a dor e o sofrimento da perda, de forma brutal e repentina.

O Repórter do Marão (RM) procurou obter, junto de um especialista da área do chamado “luto complicado”, respostas para a outra faceta das tra-gédias: como lidar com a dor e o luto.

José Carlos Ferreirinha Rocha é licenciado em Psicologia Clínica e Doutorado em Ciências Biomé-dicas, docente do Instituto Superior de Ciências da Saúde Norte e Coordenador da UNIPSA - Unida-de de Investigação em Psicologia e Saúde que está actualmente a desenvolver um estudo sobre a ava-liação e intervenção psicológica no luto complicado, em parceria com investigadores europeus.

RM: Como é que uma família consegue li-dar com o luto?

O luto é um processo de adaptação a uma per-da. Na família há relações intensas e muito sig-nificativas, pelo que, quando surge uma ruptura inesperada dessas relações, há diversos impac-tos importantes. Por vezes, os sobreviventes con-frontam-se diariamente com a falta do papel que a pessoa que faleceu exercia. Há um sem-núme-ro de mudanças mais ou menos subtis no dia a dia dos sobreviventes. A família funciona como o espa-ço em que essas mudanças podem ser faladas, ten-do em conta a carga emocional muito intensa. A capacidade de lidar com este tipo de emoções va-ria muito de pessoa para pessoa e pode ser treina-da e facilitada. Por vezes, as pessoas em luto têm tremenda dificuldade em lidar com a perda, o pro-cesso dura anos e com agravamentos frequentes. Cerca de 20% das pessoas desenvolvem, o que se tem chamado, o luto complicado.

RM: Como é que a notícia pode ser dada às famílias e qual é o processo de acompanhamen-to imediato que se deve ter para com elas? [Em vários dos casos INEM ou hospitais disponibiliza-ram médicos para acompanhar as famílias].

Todo o acompanhamento às famílias enlutadas

demonstra respeito pelo profundo sentimento de perda. Quando deixamos de sentir e de agir, algo estará errado em nós enquanto seres humanos. No entanto, o apoio deve ter em consideração que por vezes os efeitos não são assim tão positivos. Há es-pecialistas com formação adequada para lidar com algumas das emoções mais complexas do luto.

RM: Existe uma teoria segundo a qual a co-municação social pode ajudar a fazer o luto, quando as famílias desabafam com os jorna-listas. De um ponto de vista da psicologia essa tese é possível?

Em algumas situações a expressão emocional da perda é extremamente positiva. Ajuda a pes-soa a organizar e a externalizar algumas emoções e, por vezes, acrescenta consciência social para al-guns problemas. Nem sempre é fácil encontrar pa-lavras para o que se sente e os jornalistas, e outros escritores, procuram palavras para ilustrar o que vivemos e o nosso mundo. Acabam por influenciar o modo como estes acontecimentos são organiza-dos, com as vantagens e desvantagens associadas.

RM: No caso do falecimento de jovens ou de crianças, o stress pós-traumático será maior, dada a juventude dos familiares. Quais são as atenções especiais a ter nesses casos?

Psicólogo clínico explica como ultrapassar o lutoAlexandre Panda | [email protected]

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sociedade repórterdomarãoI I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

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Psicólogo clínico explica como ultrapassar o luto

É um conhecido factor de risco de pós-stress traumático e luto complicado. Temos bons instru-mentos para avaliar este tipo de consequências e por isso devem ser correctamente avaliados e acompanhados de modo a evitar consequências de longo prazo. Há hoje diversas evidências de como as crianças expostas a violência ou a catástrofes são particularmente sensíveis e com efeitos vários anos após, no rendimento escolar, no sono, no nível de ansiedade, etc.

RM: No caso concreto de Penafiel, uma jo-vem ia a conduzir um carro em que seguiam mais seis pessoas. Algumas famílias poderão ter a tendência de querer culpar essa jovem condu-tora. É possível que na morte de alguém queri-do tenhamos o reflexo de encontrar explicações e/ou culpados, na tentativa de diminuir a dor, de expulsar essa dor?

É uma emoção frequente, sentir culpa ou re-

volta depois de uma perda e os técnicos que traba-lham com estas famílias devem estar preparados para emoções muito intensas. Contudo, por vezes apercebemo-nos que não tem base racional e que não nos ajuda a dar significado à perda em si. Mes-mo assim, em algumas situações, as emoções de culpa ou revolta podem fazer sentido e podem ser expressas de um modo adequado. Quanto ao pro-

curar explicações, este aspecto pode ajudar a dar significado à perda em si.

RM: Muitas vezes os familiares directos querem ver o local do acidente, o que ficou do carro e os destroços. Isso é bom ou é mau? Qual é o melhor para eles?

Não há uma resposta certa para todos nós. Há pessoas que sentem essa necessidade e devem fa-zê-lo com consciência das emoções que poderão ac-tivar. Há pessoas que ao ver os destroços ficam com uma vivência sensorial muito desagradável e outras em que existe um forte desequilíbrio entre ganhos e benefícios.

RM: Ao verem fotografias “choque” nos jor-nais (como corpos no local do acidente) os fami-liares podem ser prejudicados? Exemplificando com factos concretos, qual é o efeito?

Para além de serem uma violação dos direitos de imagem, essas fotografias podem naturalmen-te ter um impacto muito negativo nos familiares e na comunidade em geral. Reacções de pós-stress traumático, como ansiedade, pensamentos intru-sivos (flash-backs) ou evitamento de tudo que re-corde a situação, são facetas frequentes. O dia em que os seres humanos deixem de ter sensibilidade a imagens violentas será um dia triste.

Fotos chocantesnos jornais violam“direitos de imagem e podem ter um impacto muito negativo nosfamiliares e nacomunidade”.

“As pessoas emluto têm tremendadificuldade emlidar com a perda, oprocesso dura anos”.[Prof. José Ferreirinha]

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A construção do Túnel do Marão, o maior da Europa, arrancou sem que exista um plano de emergência exterior, a ac-

cionar em caso de acidente grave. Existe ape-nas um estudo prévio. O único plano de emer-gência concluído é o interno, elaborado e posto em prática pela empresa construtora e explo-radora do túnel, a Infratúnel.

Os atrasos estarão relacionados com os in-cêndios florestais que têm sobrecarregado a agenda dos bombeiros. Após contactos pre-paratórios com os dois governos civis, Por-to e Vila Real, os responsáveis da Infratúnel aguardam por um encontro com os bombeiros para que se avance na planificação e execução do Plano Externo de Emergência (PEE) que integrará o plano interno da Infratúnel. “Ad-mitimos perfeitamente que esta azáfama dos fogos florestais esteja a preocupar e a ocupar por inteiro os bombeiros”, disse ao Repórter do Marão, António Machado, responsável da segurança da Somague, uma das empresas que integra o consórcio construtor.

O comandante dos bombeiros de Ama-rante, Jorge Rocha, diz que já houve várias

reuniões, mas que efectivamente ainda fal-tam alguns passos para que seja concluído o Plano de Emergência.

“Nesta altura nem sequer tínhamos dispo-nibilidade para fazer a reunião. Em todo o caso, desde o início da obra que nós em conjunto es-tabelecemos pontos de encontro em caso de aci-dente. É a única coisa que existe neste momen-to. Vai ser elaborado o Plano de Emergência para o Túnel, porque nós, bombeiros de Ama-rante e Vila Real, não temos meios para traba-lhar em túneis”, explica Jorge Rocha.

Quanto ao Plano de Emergência da In-fratúnel, o estudo prevê, nomeadamente, 12 pontos de encontro para que se faça socorro.

“Temos insistido com os bombeiros para termos uma reunião com eles para definir-mos as situações que requerem um maior cuidado. Por exemplo, vem aí o Inverno. Compreendemos que não nos atendam por-que eles andam na serra, nos fogos. Não quer dizer que desistamos de tentar”, explica An-tónio Machado que, juntamente com Sandra Matos, assume a chefia das questões de segu-rança interna da construtora.

As orientações dos bombeiros serão pois preciosas quer para quem trabalha na obra e necessite de socorro de emergência, quer para as equipas de socorro.

“Eles, bombeiros, é que terão de dizer este sítio é bom, para eventualmente terra-planar. Nós não vamos fazer à revelia senão depois dá asneira, não funciona. Por exemplo, já sobrevoei esta zona de helicóptero e não vi ponto nenhum jeitoso onde ele pudesse ater-rar. Eles existirão e os bombeiros saberão melhor que ninguém”, acrescenta.

A perfuração da serra, que vai dar ori-gem aos quase seis quilómetros de túnel, por exigências técnicas é feita 24 horas por dia, ao ritmo diário de quatro metros. Há duas frentes de trabalho, uma a partir de Amaran-te, distrito do Porto e outra do lado da Cam-peã, distrito de Vila Real. Em cada uma das frentes do túnel o número de trabalhadores varia entre os dez e os 12 operários. O traba-lho é sobretudo robótico.

A maioria dos operários vai estar ocupa-da com a construção da auto-estrada, que in-clui alguns grandes viadutos.

Túnel do Marão avançasem plano externo de segurançaAntónio Orlando | [email protected] | Pedro Rosário, Lusa | Fotos

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sociedade repórterdomarãoI I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

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Troço portajado entre Amarante e Vila Real

O novo troço da A4 Amarante- Vila Real, em fase inicial de constru-ção, será portajado por quem faça o percurso a partir da zona de Gon-dar, logo após a saída para Mesão Frio e Régua, até Parada de Cunhos e vice-versa, troço que inclui a cir-culação no túnel. A duplicação do IP4 entre o nó Este de Amarante e Gondar será de livre circulação, sem portagens. Neste local, existirá uma rotunda qe permitirá a continuação do percurso por auto-estrada com pagamento de portagem ou a utiliza-ção do actual IP4, para aqueles que preferirem a viagem pelo velho tra-çado. Serra acima.

Mais de mil operáriosem meados de 2010

A obra de prolongamento da A4 de Amarante a Vila Real terá o seu pico laboral em meados do próximo ano, ocasião em que estarão no terre-no, em simultâneo, cerca de mil ope-rários, disse a fonte da Somague.

Será a mão-de-obra necessária para a construção de 25,7 km de tra-çado novo, 3,9 km de alargamento (a abrir em 2011) , cinco nós de ligação, uma praça de portagem, um centro de assistência e manutenção e o tú-nel, composto por duas galerias de 5,7 km de comprimento cada.

A empreitada de prolongamen-to da A4 prevê a construção de 13 obras de artes especiais. Dois des-ses viadutos terão mais de 800 me-tros de comprimento, sendo que um deles, sobre o vale de Ansiães, terá uma altura de 150 metros.

O investimento na obra é de 350 milhões de euros.

Método NATM(New AustrianTunnelling Method)

Trata-se de um método constru-tivo, desenvolvido entre 1957 e 1965, a que foi dado o nome de Novo Mé-todo Austríaco para o distinguir de um antigo método construtivo tam-bém de origem austríaca. Este mé-todo considera que a massa de solo envolvente do túnel escavado con-tribui para a sua própria sustenta-ção. A eventual deformação dessas rochas é minimizada através da apli-cação, imediatamente após o avanço da escavação, de uma primeira ca-mada fina de betão. A este método está associada uma complexa e so-fisticada tarefa de instrumentação que monitoriza o estado do túnel es-cavado.

Fogos florestais estão a adiar as reuniões

entre bombeiros e a construtora para concluir o Plano Externo

de Emergência

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repórterdomarão10 28 Set a 12 Out‘09

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I sociedade

O Bairro da EDP no Carrapatelo, ou-trora, uma cidade (assim designa-da por quem lá vivia nas mais de 150

casas pré-fabricadas) está reduzido a car-vão e a escombros. Se é verdade que a es-magadora maioria dos blocos já tinham sido demolidos, não é menos verdade que o fogo do passado dia 11 de Setembro fez ruir a es-perança de quem ainda lá mora. A esperan-ça de ali terminarem os seus dias…

Há muito que se fala na intenção da EDP de transformar o Bairro da EDP – localizado na encosta sobranceira ao Dou-ro, na margem direita do rio, na fregue-sia de Penhalonga – num empreendimento turístico. O projecto imobiliário terá sido recentemente apresentado à Câmara do Marco.

Em consequência dos objectivos imobi-liários da EDP, os antigos funcionários da empresa que em 1968 para ali foram viver para construírem a Barragem do Carra-patelo, no rio Douro, foram, posteriormen-te “incentivados” pela entidade patronal a irem-se embora. Progressivamente os mo-radores do Bairro foram cedendo a troco de indemnizações.

“A uns, aos mais novos, foi-lhes propos-to 50 mil euros compensatórios e aos ou-tros, aos reformados, a EDP ofereceu-lhes apenas 40 mil euros”, explica Francisco Vieira, morador no Bairro do Carrapatelo.

A diferente oferta fez com que se estabele-cesse de imediato um braço de ferro entre empresa e ex-funcionários.

Os processos andam, ainda, pelos cor-redores dos tribunais.

Francisco Vieira assume que tem sido um dos que mais tem batido o pé à discre-pância oferecida pelo ex-patrão recusando por isso abandonar o local que o acolhe há 40 anos.

Porém, o passar do tempo terá pesado no acordo recente que fez com a empresa sob mediação judicial. Se é certo que che-gou a acordo para se ir embora, Francis-co Vieira, recusa, contudo, fazê-lo sem que aconteça o mesmo com os restantes vizi-nhos. Ou seja, que haja um acordo satisfa-tório com todos os moradores.

“São todos mais velhos que eu. São pessoas indefesas, se vou embora o que há-de ser desta gente?”, interroga-se.

O bloco habitacional que ainda resiste no Bairro é um monte de tábuas velhas. A madeira que faz as paredes das casas e su-porta o telhado está podre. Ao mínimo des-cuido desmorona-se tudo.

Daí que os moradores, todos idosos, fa-lem em milagre, quando olham em volta e vêem tudo queimado. Restam as suas ca-sas. Por onde o fogo do 11 de Setembro pas-sou, só ficaram os alicerces em cimento.

Os 27 bombeiros que acorreram ao in-cêndio foram incapazes de suster as cha-mas que derreteram a densa vegetação por mais de 100 hectares. Um helicóptero Kamov e um avião Canadair fizeram, tam-bém, algumas descargas. A Cruz Verme-lha também prestou apoio.

No Bairro da EDP, arderam ainda duas viaturas que estavam guardadas num bar-racão que servia de garagem, uma oficina de metalomecânica, onde Francisco Vieira passava entretido grande parte dos dias e morreram cerca de 60 animais domésticos (galinhas e coelhos etc).

Na encosta do Carrapatelo, três casas (uma de habitação permanente e duas de férias) arderam também. A idosa que ha-bitava uma dessas casas destruídas foi re-alojada em casa de familiares.

O 11 de Setembro… do Carrapatelo

António Orlando | [email protected]

“As pessoas emluto têm tremendadificuldade emlidar com a perda,o processo dura anos”

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sociedade repórterdomarãoI I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

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Moradores queixam-sede actuação tardia dos bombeiros

Francisco Vieira, à semelhança de outros morado-res do bairro de Carrapatelo critica a actuação “tardia” dos bombeiros.

O morador diz mesmo que se não fosse ele o bairro ar-dia por completo: barram-me a entrada, disseram-me que o importante era estar vivo.

“E as minhas coisas? Fico só com a roupa no corpo?” perguntei eu. “Apanhei-os desprevenidos e corri para aqui. Quando aqui cheguei já estavam a arder dois barrotes do te-lhado, consegui apagá-los, caso contrário ardia tudo”, conta.

O presidente de Junta de Penhalonga, José Leitão do Couto, desmente que os bombeiros não estivessem à altu-ra das circunstâncias.

“O que se passou é que o incêndio, tocado pelo vento, rapidamente tomou conta da encosta”, explicou, na oca-sião, o autarca de freguesia.

Fonte dos bombeiros disse “que é normal as críticas aos voluntários. Os incendiários é que chegam sempre primeiro”, desabafou a fonte.

O presidente da Câmara do Marco, Manuel Moreira, fez saber na última Assembleia Municipal que chamou ao local a Policia Judiciária para investigar as causas deste e de outros incêndios que fustigaram o concelho. AO

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repórterdomarão12 28 Set a 12 Out‘09

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I saúde

Uma equipa do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS), chefiada pelo director do Serviço de Urologia,

Joaquim Lindoro, realizou na semana passa-da uma cirurgia delicada, “de alto grau de di-ferenciação, e que apenas se praticava nos hos-pitais de Santo António e de S. João”, no Porto.

Numa situação de cancro agressivo da be-xiga, “usando o método laparoscópico, fizemos uma remoção total da bexiga” a um homem de 65 anos, contou ao Repórter do Marão Joa-quim Lindoro.

“Está na Unidade de Cuidados Intensivos por rotina, mas está realmente muito bem”, acrescentou o médico, acabado de chegar de junto do doente.

No último ano foram feitas “à volta de 100 cirurgias laparoscópicas” no Serviço de Urolo-gia do CHTS, em Penafiel. Em 2007, o Servi-ço foi considerado o quarto a nível nacional em termos de experiência da cirurgia laparoscópi-ca aplicada à Urologia.

Joaquim Lindoro foi um dos pioneiros da cirurgia laparoscópica, “ainda estava no S. João”, em 1993-1994. “Fiquei com a ideia de desenvolver a laparoscopia mal surgisse a oportunidade”. Em 2006, no CHT “arrancá-mos com a laparoscopia em intervenções mais fáceis. Começámos a desenvolver sozinhos esta actividade com a ajuda de um médico nos

chegou do Hospital de Santo António ”. Sobre a cirurgia delicada que orientou re-

centemente, Joaquim Lindoro entende que o mais importante está antes. “Há uma constru-ção de base, de rotinas. Nunca poderíamos ter chegado a uma cirurgia tão complicada se por detrás não houvesse muitas outras que permi-tiram criar uma prática. Não há aqui saltos… os saltos são perigosos e os princípios éticos são fundamentais: estamos a lidar com doen-tes”. O Serviço de Urologia foi “evoluindo aos poucos, com seriedade”, diz o director de Ser-viço.

“Tenho um corpo de especialistas bem for-mado”, que integra agora 4 médicos e 14 en-fermeiros “cuja dedicação em torno da Urolo-

gia tem permitido dar uma resposta eficaz aos nossos doentes, que encontram hoje em Pena-fiel e Amarante respostas e soluções que há bem pouco tempo só estavam disponíveis nos Hospitais do Porto”, sublinha o especialista.

De acordo com os dados do último ano, di-vulgados pelo hospital, a Urologia registou um crescimento de 40% de doentes saídos do inter-namento. Na Consulta Externa efectuaram-se cerca de 4.500 consultas, o que representa um crescimento de 30%, com as primeiras consul-tas (indicador que mede o acesso dos utentes ao Hospital), a crescer 33%. O Hospital de Dia registou 1.519 sessões, mais 26% que no ano anterior. Ao nível da cirurgia, o Bloco Operató-rio registou um forte crescimento: na casa dos 40% e o ambulatório cresceu 50% ao nível dos doentes intervencionados.

Resultados que, segundo o CHTS, “ fazem com que 80% dos doentes inscritos para pri-meira consulta esperem menos de 3 meses. Os doentes inscritos para cirurgia convencional esperam menos de um mês e para o Ambulató-rio cerca de dois meses”.

Para permitir “trazer os centros de saúde ao hospital e disponibilizarmos o conhecimen-to”, explicou o enfermeiro Osvaldo Dias, o Ser-viço de Urologia promoveu a 25 de Setembro, no Auditório do Hospital Padre Américo, a I Jornada de Enfermagem Urológica.

Urologia do Tâmega e Sousapratica cirurgia inovadora

Paula Costa | [email protected]

Serviço deUrologia do CHTS melhorou cuidados prestados e ficou ao nível dos hospitaisdo Porto

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pub I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

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repórterdomarão I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I entrevista

No Norte “as pesso-as aproximam-se mais umas das outras”, de-

fende Lino Maia, presidente da Confederação Nacional de Insti-tuições de Solidariedade (CNIS), sediada no Porto. O também pa-dre na freguesia de Aldoar e ca-pelão no Hospital de Magalhães Lemos acredita que esta partilha de afectos leva a que o aumento da pobreza, em consequência da crise económica, não se traduza em aumento de criminalidade nos vários bairros sociais da Invicta.

“O povo do Norte é mais soli-dário. Há mais olhares de umas pessoas para as outras enquanto no resto do país há algum desco-nhecimento mútuo”, destacou ao Repórter do Marão Lino Maia, presidente da CNIS desde 2006 e eleito este ano para um novo mandato. Porque este “povo” tem um “espírito mais cristão”, não sabe explicar. Sabe, sim, que ape-sar de a pobreza aumentar, “os afectos permanecem e até se in-tensificam”.

“Penso que há mais aproxi-

mação, sensibilidade e afecto quanto mais precárias são as si-tuações das pessoas”, sublinhou. Comparando as várias informa-ções que lhe vão chegando das Instituições Particulares de So-lidariedade Social (IPSS), perce-beu que em todo o país há situa-ções de instabilidade nos bairros sociais, mas a Norte “os afectos aproximam as pessoas, tornam-nas mais solidárias e menos per-meáveis a inseguranças”.

A região tem, no entanto, sido “um pouco ostracizada” e “esquecida” pelos grandes cen-tros de decisão. O Porto, enquan-to identidade cultural do Norte, enfrenta actualmente uma “si-tuação social difícil” por razões “conjunturais”. Sem grande ca-pacidade de decisão, o Porto/Norte vê-se com a população a cada dia mais envelhecida e de-sempregada. Importa, por isso, “olhar um pouco para o Norte, debruçar sobre a identidade do Porto, a sua capacidade dinami-zadora, centralizadora e catali-sadora de sinergias”.

‘O povo do Norte é mais solidário’Presidente da confederação das IPSSquer um novo olhar para a Região Norte

Liliana Leandro | [email protected]

Lino da Silva Maia nasceu em 1947 em Vila do Conde. É padre desde 1973, tendo passado pelas igrejas de São Romão do Coronado, Covelas e Seminário do Bom Pastor onde foi superior.

O também pároco de Aldoar, Porto, é actualmente responsável pela pastoral social e caritativa na diocese do Porto e é ainda membro do conselho presbiteral e pastoral.

A Confederação

A CNIS – Confederação Nacional das Instituições de Soli-dariedade – conta com 2.700 instituições filiadas, sendo que um terço destas se encontra na zona Norte do país. Esta en-tidade “tem uma grande força” ao congregar todas as ini-ciativas, representando-as e liderando o debate e a reflexão na área da acção social. Presta também apoio na formação dos agentes, além de celebrar acordos de valorização para o sector e de o representar no diálogo com o poder central. No total, há no País mais de três mil entidades de apoio so-cial, estando algumas inscritas em outras entidades que de-senvolvem o mesmo tipo de acção. Ainda assim, um terço na margem norte do rio Douro “é uma grande proporção”, frisou Lino Maia, também responsável pela Pastoral Social e Carita-tiva na Diocese do Porto. Enquanto dirigente da CNIS, o pá-roco percebeu que ao longo dos últimos anos o sector “co-meçou a ser conhecido e reconhecido no contexto nacional e internacional”. No âmbito da confederação foi criado um centro de estudos sociais que congrega grandes pensadores sendo a grande aposta, para o próximo mandato, um refor-ço na qualidade do apoio prestado e a criação de um obser-vatório social que “avalie e pense” o próprio sector das IPSS.

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entrevista I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

IPSS têm papel dinamizador importanteRespostas sociais devem começar na comunidade e ser reconhecidas pelo Estado

As Instituições Particulares de Solidariedade (IPSS) têm um papel importante na dinamiza-

ção e recuperação de zonas deprimidas pelo que devem ter o “papel principal” nas respostas às necessidades e carên-cias que surgem no seio da comunidade. Em entrevista ao Repórter do Marão, o padre Lino Maia salientou que apesar da crise nenhuma IPSS fechou a porta, tendo pelo contrário, reforçado as res-postas sociais.

Tempos difíceis exigem medidas di-fíceis. Coloca-se então a questão sobre quem as deve tomar. No sector do apoio social multiplicam-se as respostas para apoiar os ditos “carenciados” mas não está ainda definida a fronteira entre o auxílio que o poder central deve prestar e aquele que nasce da própria sociedade. Para aquele pároco “o Estado deve apa-recer não como o primeiro agente, mas

como coordenador e para suprir quan-do não houver resposta da comunidade”. Ao poder central cabe então um “peque-no papel”, sendo o papel principal dado à comunidade que “o Estado deve re-conhecer e apoiar” e só depois “suprir quando não houver quem o faça”.

As ajudas podem partir das muitas IPSS existentes que mesmo em tempo de crise reforçaram as suas respostas sociais, não tendo havido “nenhuma” que encerrasse, ao contrário do que tem vindo a suceder com muitas em-presas de Norte a Sul do País. O grande desafio que agora se coloca às IPSS é o de se tornarem “agentes de desenvolvi-mento local”.

“Nas zonas mais deprimidas do in-terior, estas IPSS podem ser reactiva-doras de alguma actividade económica, ajudando na fixação da população e no seu rejuvenescimento”, concluiu.

Nas IPSS, onde os dirigentes são

voluntários, 42 por cento dos custos

são suportados por acordos com

o Estado e 58 por cento representam

comparticipações de utentes e contributos

da comunidade.

repórterdomarão1528 Set a 12 Out‘09

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I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I amarante

A ugusto José Faria de Barros, ou simplesmente dr. Barros como é conhecido, foi, é, e

será uma referência obrigatória na medicina em Amarante, não fosse ele, ainda, aos 85 anos, um dos mais requisitados e respeitados médicos de clínica geral.

A afluência de pessoas ao seu consultório, na Rua Cândido dos Reis, em Amarante, traduz de forma inequívoca a confiança que os pacien-tes nele continuam a depositar, forte-mente consolidada na vasta experi-ência adquirida ao longo de uma vida inteira de dedicação bem como na vi-vacidade que continua a evidenciar.

A exercer há cerca de 60 anos não dá sinal algum de necessidade de abrandar o ritmo e efectua, ainda, visitas domiciliárias, para as quais se dirige algumas vezes a conduzir. Normalmente não tira férias e mui-to poucas vezes se ausentou do país, por culpa do desconforto que sente relativamente aos aviões: “Não, não tiro férias, eu estou sempre de fé-rias” responde prontamente quando interpelado.

A pretexto de averiguar o segre-do por detrás da sua intensa activi-dade diária, numa idade que para muitos é já sinónimo de inércia qua-se total, fomos ao seu encontro numa tarde quente, onde num dia normal de trabalho, e sem amarras de agen-da, atende quem até ele chega. Da sua rotina diária fala expressivamen-te, não restando qualquer dúvida do apreço que sente em relação ao que faz: “Não faço marcações, as pesso-as vêm e atendo-as à medida que vão chegando, isso permite-me a mar-gem de manobra necessária para fa-zer uma ou outra coisa se me apete-cer. Às dez da manhã já aqui estou e saio para almoçar à meia hora, re-gresso às 15 horas e o número de

pessoas na sala é que dita a hora a que acabo”. Faço por gosto, se não o fizesse que me restava – sentar-me em casa, sem nada para fazer? Não me dou com a passividade”.

O percurso casa/consultório fá-lo invariavelmente a pé (mora em Ce-pelos) e é, em simultâneo com o ape-go ao trabalho, pensamentos posi-tivos, e o enfoque na resolução dos problemas, a fórmula que encontrou (com sucesso) para fintar a idade. “Estou sempre muito desligado das preocupações; interessado em resol-ver problemas, sim; preocupações não”. Também não temo a morte, nem sequer me detenho a pensá-la”.

O conforto financeiro, de que sempre gozou, admite, possibilitou-lhe conciliar pacificamente a sua imensa vontade de ajudar com a for-ma como pratica a medicina: des-prendidamente.

“Perante o doente tanto me in-teressa curá-lo eu, ou outro qual-quer, às vezes nem cobro consultas. Se quisesse duplicar os rendimentos, também saberia fazê-lo, mas não sou comerciante, sou médico”, afirma.

Na forma como exerce medici-na percebe-se a vantagem de algu-mas das suas características pesso-ais: “Sou uma pessoa desenrascada, porventura esta é a característica que melhor me define” e relata, em tom divertido o momento em que um indivíduo chega ao consultório com sangramento nasal abundante e con-tínuo: “O sangue jorrava-lhe sem si-nal algum de que fosse abrandar e a solução foi efectuar um tampona-mento posterior com uma gaze.” E continua: “O meu colega que o viu posteriormente, pediu-me para, se voltasse a fazê-lo lhe deixar uma ponta para a poder remover”.

Das inúmeras situações que se lhe foram deparando ao longo da

Dr. BarrosUma medicina em extinçãoAos 85 anos, é um dos mais requisitados e respeitados médicos de clínica geral em Amarante

Helena Carvalho | [email protected]

repórterdomarão16 28 Set a 12 Out‘09

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vida profissional recorda tam-bém os primeiros tempos e a dificuldade que era fazer os do-micílios à noite “ Na altura não havia serviços de urgência, pelo que era comum ser chamado a qualquer hora da noite para vi-sitar doentes no Marco de Ca-naveses ou no Ermelo; ao Mar-co fui uma vez de bicicleta e ao Ermelo de cavalo, mas os obs-

táculos eram ultrapassados e os que precisavam de médico, tinham-no”.

Aos incontáveis lamentos a que está habituado, o mesmo tratamento: escuta activa. “O meu sistema de consulta é ou-vir e os doentes apercebem-se que me interesso verdadeira-mente, deixo-os relatarem de-talhadamente as suas queixas,

só assim poderei acertar no diagnóstico. Esta é uma compe-tência essencial num médico.”

Ao pouco tempo que lhe res-ta findos os afazeres dedica-se com a mesma paixão a algumas actividades que elegeu como verdadeiros refúgios: a leitura, a caça e o futebol. “Dos livros retiro grande prazer e gosto muito de romances biográficos, psicológicos e dos autores clás-sicos, nomeadamente Voltaire e Shakespeare”; leio também os técnicos para me manter actua-lizado relativamente às novida-des na medicina”.

Na caça, que pratica des-de novo, encontrou o exercício perfeito entre o contacto com a natureza e a camaradagem que a mesma proporciona, não se identificando porém como “ma-tador”.

Adepto confesso do clube da cidade que o viu nascer – Fute-bol Clube do Porto, diz-se con-fiante relativamente ao traba-lho que será desenvolvido nesta época, sendo por isso de adivi-nhar que o clube arrecade uma vez mais o título. Para o médi-co não é fácil lidar com a ansie-dade que se vive no decorrer dos jogos, contudo diz-se agora “mais domesticado”.

pub repórterdomarãoI I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

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‘Deixo-os[doentes]

relatarem detalhadamente as suas queixas,

só assim poderei acertar no

diagnóstico’

Medicina

ou Lavoura

A profissão que escolheu não surgiu ao acaso. O pai, clínico geral, terá tido a sua quota-parte de responsabilidade.

Apesar disso, afirma que a opção não teria sido diferente e que só trocaria a medicina a favor da lavoura, actividade com a qual reconhece grande afinidade. Aluno aplicado concluiu Medicina em Coimbra aos 24 anos e à falta de obrigatoriedade de estágio (na altura) a sua consciência empurrá-lo-ia por diversos serviços de hospitais e consultórios privados em Lisboa e no Porto na procura da necessária prática para exercer. O casamento surgiu dois anos depois e sendo a esposa de Amarante, foi aqui que se instalou.

Tem três filhos – que apesar de não terem seguido as pisadas do pai são bem sucedidos profissionalmente, pelo que não se arrepende de não lhes ter incutido o gosto pela medicina – cinco netos e uma bisneta recém-nascida.

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No planalto da Serra da Aboboreira foram vandalizados três monumentos megalíticos que tinham sido preparados para serem visitados por turistas, soube o Repórter do Marão

(RM) através da arqueóloga Carla Stockler, responsável pelo Cam-po Arqueológico da Serra da Aboboreira.

Na zona da serra que pertence ao concelho de Baião existem seis monumentos megalíticos, próximos do estradão principal, “prepara-dos para serem visitados por turistas”.

Nos últimos meses (entre Maio e Julho), desses seis, três foram alvo de vandalismo. Num monumento foi furtado o passadiço de ma-deira. Noutro foi retirada uma das cruzetas que compõem a veda-ção. Para Carla Stockler o que aconteceu reflecte “falta de civismo”.

Em 2005, através do programa AGRIS, foi realizado um projecto de valorização de um conjunto de monumentos megalíticos da Ser-ra da Aboboreira, dotando-os de condições para passarem a ser vi-sitáveis. Este projecto (no valor de cerca de 102 mil euros) “incluiu acções de investigação arqueológica, conservação, restauro e valo-rização”, explicou a arqueóloga. Nessa altura, ao se ter optado por deixar visível a couraça lítica da mamoa de dois monumentos (Outei-ro de Gregos 2 e 3), foi necessário dotá-los de uma estrutura de ma-deira – passadiço – que permitisse aos visitantes aceder ao topo dos monumentos sem andarem por cima dessa mesma estrutura pétrea, com a excepção da parte superior à volta do dólmens, uma vez que aí essa estrutura já não é a original, mas uma outra em sua substi-tuição”.

Em 2008, no âmbito de um projecto co-financiado pelo Leader +, foram colocadas vedações em alguns monumentos, porque a au-sência de uma cerca permitia a “condutores de veículos motorizados de duas e quatro rodas circundarem muito perto destes monumen-tos, chegando mesmo a subir com os veículos as mamoas (montícu-los de terra e pedras que cobrem os dólmens), utilizando essas mes-mas mamoas como rampas de lançamento.

Há 20 anos que Carla Stockler acompanha o Campo Arqueoló-gico da Aboboreira (criado em 1978) e, diz a técnica, ao contrário do que acontecia inicialmente, agora, é notória “muita vontade de estragar”. Nessa altura, as atitudes de desvalorização aconteciam “por desconhecimento. Agora já não é o desconhecimento. Querem mostrar que não estão de acordo, há uma vontade deliberada de mostrar que não gostam “de património que é público” e foi valori-zado “com dinheiro de todos nós”.

Carla Stockler diz que a actuação da GNR não tem tido “qual-quer tipo de eficácia”.

“Perguntam se temos suspeitos, mas não fazemos a mínima ideia, acabando os inquéritos arquivados”, sublinha.

Monumentos megalíticosvandalizados na Aboboreira

‘Ao contrário do que acontecia inicialmente,agora, é notória “muita

vontade de estragar’

Carla Stockler, que acompanha o

Campo Arqueológico da Aboboreira há 20 anos

Paula Costa | [email protected]

repórterdomarão18 28 Set a 12 Out‘09

Page 19: Jornal REPÓRTER DO MARÃO

pub repórterdomarãoI I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

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I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I castelo de paiva

As obras do futuro Hotel Douro 41, situado à beira do rio Douro, em Castelo de Paiva, estão atrasadas

o que deverá também adiar a conclusão do empreendimento que promete dar um novo dinamismo ao sector do turismo na-quele concelho do Tâmega e Sousa.

Inicialmente a abertura estava pre-vista para meados de 2009, mas o Repór-ter do Marão (RM) sabe que o empreen-dimento nunca será inaugurado antes do final do ano, dado o atraso nas obras.

O Grupo Lágrimas, a empresa respon-sável pelo investimento de cerca de 20 mi-lhões de euros, está a aproveitar o tempo, estabelecendo parcerias com as entidades locais no sentido de preparar a abertura, ao nível dos recursos humanos.

Fonte da empresa adiantou ao RM que o Grupo Lágrimas está a desenvolver par-cerias com a Câmara Municipal de Castelo de Paiva e o Instituto de Emprego e For-mação Profissional para assegurar o re-crutamento de profissionais que irão tra-

balhar no futuro hotel. “ Temos um anúncio na página Web da

Câmara com os postos de trabalho e a di-vulgação dos respectivos perfis profissio-nais. Também há uma colaboração com as UNIVAS, Unidades de Inserção na Vida Activa, para o processo de registo e reco-lha de candidaturas aos vários postos de trabalho, bem como cedência de instala-ções do IEFP para as entrevistas de re-crutamento”, explicou ao RM a mesma fonte.

Ainda no campo dos recursos huma-nos, o grupo está a trabalhar com as co-lectividades locais no sentido de formar os candidatos aos cerca de 40 postos de tra-balho que estarão disponíveis aquando da abertura do Douro 41.

“Com a Associação do Couto Mineiro do Pejão temos a assinatura de um Proto-colo de Cooperação relativo aos vários cur-sos profissionais da área da hotelaria e tu-rismo e também ao acolhimento de alguns alunos para a realização de estágios pro-

fissionais e curriculares. Com a Associação Comercial e Industrial de Castelo de Pai-va existe uma colaboração na definição das necessidades de formação e no curso EFA, Cursos de Educação e Formação de Adul-tos, de Empregada de Andares”, explicou ao RM, fonte do Grupo Lágrimas.

Na altura da apresentação do projec-to, Miguel Júdice, administrador do Grupo Lágrimas, explicou que o empreendimen-to é orientado para um serviço personali-zado, de charme, de luxo discreto e de ex-periências SPA, desportivas, culturais e gastronómicas, destacando que o Douro 41 “é um projecto único, com uma vista des-lumbrante sobre o Douro e com a particu-laridade de estar mesmo em cima do rio”.

O administrador explicou ainda que a nova estrutura hoteleira vai ser fiel às tra-dições gastronómicas da região e vai apro-veitar as potencialidades turísticas de Castelo de Paiva, com destaque para as ac-tividades radicais no Paiva, um rio de refe-rência nos desportos de águas bravas.

Hotel Douro 41só abrirá lá para o fim do anoAtraso nas obras dá tempo para a formação do pessoal

Alexandre Panda | [email protected]

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pub repórterdomarãoI I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

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Chama-se Hiper Ásia, localiza-se em Talegre, Tuías, Marco de Canaveses e está prestes a abrir ao público.

Tal como o nome indica, trata-se de uma área comercial de grandes dimensões onde serão co-mercializadas roupas, brinquedos, ferramentas, entre outros produtos made in China.

O secretário-geral da Associação Empresarial do Marco (AE Marco) diz que a abertura deste novo negócio está a sobressaltar o comércio da cidade e prepara-se para pedir explicações à Câmara.

Na resposta, o poder político acusa o funcioná-rio da AE Marco de aproveitamento político em época de eleições e baseado em princípios da polí-tica proteccionista do passado.

Os responsáveis do Hiper Ásia adiantaram ao Repórter do Marão (RM) que o estabelecimen-to “asiático” vai funcionar diariamente entre as 09h00 e as 22h00 horas. O hiper ocupa um pavilhão onde funcionou até há pouco tempo um comércio do ramo automóvel.

Cláudio Ferreira entende que o tecido empre-sarial está demasiado debilitado para absorver uma estrutura destas dimensões, de venda de pro-dutos a preços que retiram qualquer margem de competitividade ao comércio local.

“Numa altura de dificuldades económicas, pa-rece-nos descabido este tipo de licenciamento”, afirmou Cláudio Ferreira ao Repórter do Marão.

Confrontado pelo RM com o que fazer face à globalização do comércio mundial que abriu as fron-teiras em todo o mundo e onde os produtos asiáti-

cos são os mais competitivos do globo, pelo menos no preço, o responsável admite que a resposta não é fácil: “De facto estamos numa economia global mas devemos é encontrar um equilíbrio. No Marco, há muito que deixou de haver equilíbrio. Soluções? Os comerciantes têm de ser inovadores? Sim, mas tam-bém tem que receber ajudas do Estado e da câma-ras. Algum proteccionismo”, defende.

O dirigente da AE Marco entende que o conce-lho “tem de ter um cadastro negocial nas diferen-tes zonas do município”.

Bento Marinho, vereador com o pelouro dos li-cenciamentos urbanísticos na Câmara do Marco, lembra que o espaço já estava licenciado para co-mércio, “logo já tem por definição vocação comer-cial. Perante esta realidade em face do pedido de informação prévio da parte da câmara não havia, nem tinha que haver, qualquer objecção à preten-são do requerente desde que respeite a lei. A in-formação prévia foi dada neste sentido”, explicou o vereador ao Repórter.

O RM não conseguiu confirmar se já entrou ou não o processo de licenciamento na autarquia.

“Eu percebo a intenção do Dr. Cláudio: quer circo em tempo eleitoral, numa pseudo defesa do comércio do Marco. A defesa do comércio não se faz assim. Eu defendo a eficácia comercial do Mar-co e não a máxima que um dia foi usada pela AE Marco – que o Marco é dos marcuenses e que não precisa de outros comerciantes – isto é do mais rico em matéria do salazarismo”, conclui Bento Marinho.

Comércio local de‘olhos em bico’Abertura de nova superfície preocupa comerciantes

António Orlando | [email protected]

repórterdomarão22 28 Set a 12 Out‘09

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I marco de canaveses

‘Chinesices’Cláudio Ferreira, simultaneamen-

te secretário-geral da Associação Empresarial (AE) do Marco de Cana-veses e número dois da lista candi-data às eleições autárquicas no Mo-vimento Um Marco de Verdade Com Norberto Soares, levou o problema da abertura do Hiper Ásia à última Assembleia Municipal (AM) do Mar-co de Canaveses. Na ocasião, no dia 18 de Setembro, o deputado inde-pendente eleito nas listas do CDS-PP questionou o executivo se aque-le espaço, “está legalizado e em que condições”. O responsável da AE Marco justificou a interpelação com as preocupações que diz ter recebi-do de um grupo de comerciantes. A resposta acabaria por chegar pelo vereador e vice-presidente da Câ-mara, Bento Marinho, com a célebre expressão de Guterres: “É a Vida”; A discussão ficou por aí.

Antes, na mesma AM, já o presi-dente da Câmara, Manuel Moreira, havia acusado Cláudio Ferreira de politizar as duas instituições onde exerce cargos de relevo: A AE do Marco e os Bombeiros Voluntários. Um dia depois, foi a vez de Ferrei-ra Torres fazer a mesma acusação a Cláudio Ferreira em comício político. O visado defende-se: “pedi as infor-mações na qualidade de deputado municipal. A direcção da AE Marco irá, agora, pedir formalmente expli-cações à Câmara”.

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marco de canaveses repórterdomarãoI I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

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Adversários de Torresvão ter de vencê-lo nas urnas

A menos de duas semanas das eleições autárquicas, e depois de o Tribunal Constitucional (TC) ter decidido

que Avelino Ferreira Torres pode ser can-didato à câmara do Marco de Canaveses, os vários candidatos à autarquia marcuen-se mostram-se resignados com a decisão ju-dicial e argumentam que “nunca desejaram vencer o seu adversário na secretaria”.

O Partido Socialista (PS) do Marco de Canaveses, autor do processo de inelegibi-lidade contra Ferreira Torres, foi o último a comentar o acórdão do TC, mas foi aquele que protagonizou o acto mais simbólico: co-locou uma faixa que, durante algumas ho-ras (até aos serviços da Câmara a terem retirado), mudou o nome do estádio, atri-buindo-lhe o nome “Municipal” em substi-tuição de Avelino Ferreira Torres.

Os socialistas justificaram a sua acção com a alegado incumprimento de uma deli-beração da assembleia municipal.

Posteriormente, o presidente da câma-ra, Manuel Moreira, considerou “não ter nenhum sentido” o acto do PS, porquanto foi decidido apenas proceder a alterações da toponímia da cidade após a publicação do regulamento municipal, o que aconteceu recentemente.

Aliás, a entrada em vigor do citado re-gulamento (que abrange outros sectores da vida municipal) ocorreu a 29 de Setembro, sendo ainda necessário criar a respectiva

Comissão de Toponímia, embora esta seja apenas um órgão consultivo.

“Vamos à luta, vamos às eleições. O PS não se arrepende de nada do que fez nes-te caso. Foi o único partido que teve a cora-gem de suscitar esta questão. [A decisão do TC) foi um revés para aqueles que ficaram calados e quietos”, afirmou Artur Melo, na conferência de imprensa, referindo-se ao PSD e ao actual presidente de câmara.

“O PS respeita a decisão do Tribunal, mas politicamente, não podemos deixar de censurar o facto de um cidadão, um autar-ca, condenado por ilícitos criminais contra a comunidade (…), não tenha, a exemplo de qualquer cidadão comum, cumprido a res-pectiva pena imposta pelo tribunal”, afir-mam os socialistas marcuenses.

Por seu lado, em declarações à Lusa, o candidato independente Avelino Ferreira Torres disse não esperar outro desfecho e sublinhou que a Justiça “saiu prestigiada”, depois de o Tribunal de Marco de Canave-ses ter “chumbado” a sua candidatura na sequência de um pedido apresentado pela concelhia do PS.

Ferreira Torres afirmou que a maioria da população do concelho e a Justiça estão “de parabéns” pela decisão do TC de dar provimento ao seu recurso.

“A verdade vem sempre ao de cima, é como o azeite, e quando se quer ganhar na secretaria aquilo que se quer [aquilo que se

deve] ganhar em campo geralmente dá es-ses resultados”, afirmou o candidato.

Manuel Moreira, actual presidente da Câmara de Marco de Canaveses e recandi-dato pelo PSD, entende que “o que é preci-so é acabar com o medo no concelho”.

“Estou nesta eleição para a disputar com todos os concorrentes. Prosseguimos o nosso trabalho e temos sondagens que nos mostram que temos claras hipóteses de vencer”, acrescentou o candidato, adiantan-do que “logo após as legislativas” a sua can-didatura vai ter duas semanas “para mos-trar o trabalho de quatro anos e pedir aos eleitores que votem em consciência”.

Considerando que “o Marco não pode voltar para trás”, Manuel Moreira exortou os restantes a “travar um combate demo-crático e com elevação”.

“Nada tenho a opor” à candidatura de Ferreira Torres, diz António Varela, can-didato da CDU. Na campanha eleitoral “a CDU, através de mim e dos meus compa-nheiros” irá confrontar Ferreira Torres com as responsabilidades políticas nas me-didas de gestão que tomou enquanto presi-dente e que deixaram o Marco de Canave-ses “em estado de catástrofe”.

Norberto Soares manifesta-se “confian-te” e confessa que se viveu “alguma expec-tativa” [em torno da decisão do TC]. “Já es-távamos a contar tê-lo como adversário”, concluiu.

Redacção | [email protected]

TC revogou decisão do tribunal do Marco, acórdão suscita muitas interrogações

Ferreira Torres:“A verdade é como o azeite, vem sempre ao de cima”

Manuel Moreira: “É preciso acabar com o medono Marco”

Norberto Soares: “Já contávamostê-lo comoadversário”

Artur Melo:“O PS não searrepende doque fez”

António Varela: “Torres deixou o Marco em estado de catástrofe”

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repórterdomarão24 28 Set a 12 Out‘09

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I paredes

Os membros do Movimento Nacional Contra as Linhas de Alta Tensão em Zona Habitacionais (MNCATZH) ob-

tiveram recentemente a garantia de que não haverá construção de novas linhas no conce-lho de Paredes.

O movimento, que conta com o núcleo de Rebordosa, em Paredes, como membro fun-dador, reuniu-se com a administração da Rede Eléctrica Nacional (REN), que garan-tiu apenas estar prevista a manutenção das linhas existentes.

Francisco Ramos, do Núcleo de Rebor-dosa, explicou ao RM que esta garantia não constitui uma vitória para o movimento.

“Não ganhamos a batalha, mas podemos estar satisfeitos com essa garantia. Até por-que daqui até 2014, o poder politico pode mu-dar o que significa que a legislação também pode vir a ser alterada, de acordo com o prin-cípio de que não haja nenhuma linha de alta tensão perto de habitações ou populações”, explicou Francisco Ramos.

Este foi o primeiro encontro do movimen-to com a REN depois da decisão desta última

de instalar uma linha de alta tensão na fre-guesia de Rebordosa, no primeiro trimestre de 2008, afectando as populações residentes numa zona entre Santiago e Feiteira.

Para o estudo do traçado alternativo à ac-tual Linha de Alta Tensão Santiago-Feiteira, a REN irá solicitar à Câmara Municipal de Paredes novos elementos integrantes do Pla-no Director Municipal (PDM), bem como ma-pas recentes, onde constem os projectos de construção previstos e a alteração da rede vi-ária planeada para o concelho.

Ainda de acordo com as conclusões da reunião, o representante da REN, Jorge Marçal Liça, afirma que “a actual Linha é de 400 kV”. Quanto ao enterramento das linhas “para já, só está contemplado quando não exista alternativa de via aérea”.

O Núcleo de Rebordosa, promete conti-nuar vigilante e atento às movimentações da REN. Para o líder do movimento de contesta-ção “não é hora de desistir de lutar pela saú-de e qualidade de vida. Não pretendemos ter um futuro cozinhado no ‘micro-ondas’, estan-do todos os dias na mira e expostos às fortes

radiações electromagnéticas”.Neste sentido, os moradores de Rebordo-

sa lamentam a morosidade da Justiça na ava-liação da acção que intentaram há mais de um ano para impedir a REN de fazer passar uma linha de tensão naquela localidade.

Recorde-se que foi apresentada pelos moradores, em Junho do ano passado, uma providência cautelar que acabou recusada pelo Tribunal Administrativo e Fiscal de Penafiel.

O tribunal concluiu na altura que os da-nos para a população resultantes da aprova-ção da providência seriam superiores aos de-correntes da sua recusa, pelo que indeferiu a diligência alegando “motivos de interesse pú-blico”.

Moradores de Rebordosa dão tréguas à RENMovimento contestário negoceia traçado alternativo

Alexandre Panda | [email protected]

Não pretendemos ter um futuro cozinhado no

‘micro-ondas’

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pub repórterdomarãoI I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

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I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I paços de ferreira

A câmara de Paços de Ferreira pre-para-se para criar um Observatório Sócioeconómico que deverá come-

çar a funcionar no início de 2010, anunciou o presidente da câmara em conferência de imprensa.

Trata-se de uma iniciativa que é única no género ao nível das autarquias do país e que deverá permitir “conhecer quase online o pulsar do concelho”, afirmou o presidente da Câmara, Pedro Pinto.

A ideia inicial era criar um observató-rio apenas para o sector do mobiliário, mas depois foi decidido alargar o âmbito e reco-lher informação sócioeconómica que permi-ta estudar e fazer uma análise prospectiva do concelho.

Entre outros dados, o observatório vai permitir saber que indústrias existem e em que sectores; quantos trabalhadores, quan-tas empresas; quantos estudantes estão no ensino superior e que cursos frequentam. Dados que para o autarca são importantes na medida em que “para gerir bem é essen-cial dominar todas as variáveis do nosso ter-

ritório”.“A informação já existe, tem é uma as-

siduidade e uma qualidade que considera-mos desajustadas”, explicou o vereador do pelouro das Actividades Económicas, Joa-quim Pinto.

Com a criação deste observatório (cujo modelo poderá depois servir para concelhos vizinhos), a câmara pretende dispor de “in-formação mais próxima da nossa realidade, mais ajustada às nossas necessidades e aci-ma de tudo mais assídua. Não queremos ter informação de dois em dois anos ou de ano a ano. Queremos informação mais assídua, de mês a mês, e queremos ter informações sobre a freguesia da Raimonda, Freamunde ou sobre Paços de Ferreira”.

Em declarações ao Repórter do Marão, o vereador acrescentou que o Observatório vai “melhorar a qualidade da informação, compilá-la, permitir que os decisores políti-cos a usem mas também pô-la ao dispor dos agentes económicos e sociais do nosso con-celho. Ou seja, queremos que um empre-sário, de um sector qualquer, perceba que

como vai ter, por exemplo, um aumento da população faz sentido investir, desinvestir, empregar ou desempregar. É uma ferra-menta que queremos que esteja ao dispor da nossa população e dos nossos empresá-rios”.

A empresa Lagos Link, especialista em estudos de mercado e estratégia, está a fa-zer um pré-diagnóstico do concelho e até ao final deste ano deverá ter concluído o “mo-delo conceptual” que vai definir como será recolhida e tratada a informação. A câma-ra de Paços de Ferreira vai criar um gabine-te técnico responsável pela gestão do obser-vatório que deverá começar a funcionar nos primeiros meses de 2010.

Paços de Ferreira instalaObservatório sócioeconómico

Redacção | [email protected]

Iniciativa pioneira ao nível das autarquias

do país

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penafiel repórterdomarãoI I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

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repórterdomarão28 28 Set a 12 Out‘09

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I penafiel

É num recanto mágico, onde a pedra antiga protege os habitantes das modernices, que está a aldeia preservada de Quintandona, em

Penafiel. Todos os anos, nesta aldeia onde o xisto se mantém rei e senhor das fachadas das casas, das fon-tes e dos murros, a população organiza a Festa do Caldo.

Ao contrário daquilo que se pode pensar, a Fes-ta do Caldo não é só comer e beber, é ocasião de cha-mar à terra os espíritos festivos sim, mas misturados com a cultura, a música, o teatro e a boa disposição. É a calda cultural que compõe a receita dos organi-zadores que colheram nas hortas, da terra e da men-te, os melhores ingredientes para apimentar o cal-do de 2009.

Pelas ruas e ruelas passaram os tachos e pane-las, o bom vinho e mais iguarias que atraíram os sa-bores e sensações, numa das aldeias preservadas da região.

“O Caldo de Quintandona serve de mote para dar a conhecer este local mágico, esquecido no tempo, onde a tradição ainda é como dantes. Estamos aqui numa aldeia parecida com aquela de Harry Potter. Há aqui muita paixão, muita magia e servimo-nos um pouco da gastronomia para dar cultura às pessoas e dar a conhecer esta terra cheia de histórias para ou-vir”, explicou ao RM Pedro Soares, da organização.

Antes da hora de jantar, nas cozinhas montadas ao ar livre, a panela já tinha ido ó lume. O porco já estava a ser assado para deliciar os visitantes. O vi-nho e a cerveja fresquinha já estavam prontas para

abrir os espíritos para o lado mais cultural do Caldo de Quintandona.

Nas ruas, os comediantes preparavam-se para entreter as pessoas. Nos diversos palcos improvisa-dos nas casas feitas de xisto, os espectadores mostra-vam-se ansiosos pelo início do espectáculo.

Os ingredientes musicais eram os Ganlandun Ga-lundaina, Pé na Terra, Lumen, Alafum, Deu-lá-deu, Uxte, e mais artistas de tradição esquecida nos tem-pos infinitos.

Como ingredientes teatrais os alunos da Esco-la Superior de Música de das Artes do Espectácu-lo apresentaram Comédia numa noite de Verão e os já famosos comoDEantes representaram o Eu voo p’América. Também havia contadores de histórias, como Caldo de Contos, contos ao fogo e os contos terríficos, que arrepiaram os visitantes mais deste-midos.

“A festa teve mais visitantes que o ano passado. Mais gente pôde ver que através da música e da arte podemos começar a mudar a visão da nossa socieda-de. Pôr as pessoas a pensar que é preciso mais soli-dariedade. A cultura pode-nos ajudar a transformar a nossa sociedade numa sociedade mais solidária”, disse ao RM, Pedro Soares.

A Festa do Caldo e da Música Tradicional de Quintandona, que no ano passado recebeu mais de 7000 visitantes, é uma iniciativa dedicada à divulga-ção cultural e artística com raízes tradicionais, com o intuito de promover a Aldeia Rural Preservada de Quintandona, apoiando-se na gastronomia local.

Arte e gastronomiaem Quintandona

Alexandre Panda | [email protected]

Milhares de pessoas acorrem anualmente à Festa do Caldonesta aldeia típica de Lagares

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penafiel repórterdomarãoI I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

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O escritor José Saramago é o convidado da se-gunda edição do “Escritaria em”, iniciativa que regressa a Penafiel de 15 a 18 de Outubro.

Foi Urbano Tavares Rodrigues, o escritor centro das atenções na edição do ano passado, quem formalizou o convite, telefonicamente, para Lanzarote, onde Sa-ramago vive.

De acordo com a organização, a escolha do nome que sucederia a Urbano Tavares Rodrigues foi unâ-nime. José Saramago foi escolhido pelo presiden-te da Câmara Municipal de Penafiel, Alberto Santos, por Manuel Andrade, administrador das Edições Cão Menor, e António Castanheira, fundador da Escrita-ria e pelo próprio Urbano.

O formato do “Escritaria em Penafiel” vai ser mantido “com as adaptações justificadas pela especi-ficidade do convidado”. Penafiel vai receber as inter-venções que constituem a exposição sobre José Sara-mago e um colóquio internacional com “algumas das personalidades mais relevantes que partilharão com os presentes o seu conhecimento do escritor”, anun-

ciou a organização. O programa prevê música, teatro e cinema com o realizador brasileiro Fernando Mei-relles, que trará pessoalmente o seu “Ensaio sobre a Cegueira”, e por “A maior Flor do Mundo”, de Juan Pablo Etcheverry.

Ainda segundo a organização, “duas obras de arte em torno da obra do convidado - desta vez da respon-sabilidade de dois ateliers de arquitectura - passarão a integrar o património cultural de Penafiel”.

O promotor e anfitrião da “Escritaria em” é a Câ-mara Municipal de Penafiel; a organização do coló-quio e dos espectáculos é das Edições Cão Menor, que também será a editora nacional do DVD. Os organiza-dores da “Escritaria em” são responsáveis pela pro-dução do videograma e pela concepção das interven-ções plásticas na cidade (com a coordenação gráfica do designer e ilustrador Rui Martins).

José Saramagohomenageado em Penafiel

Paula Costa | [email protected]

Escritor premiado com o Nobel da Literaturaé o convidado da “Escritaria em”

Lançamento deantologia poética

A sessão de lançamento da anto-logia poética “Amante das Leituras 2009” vai ter lugar no dia 3 de Ou-tubro, sábado, pelas 16h00 horas no Salão Paroquial do Mosteiro de Paço de Sousa. A antologia inclui textos de Ana Maria Jacinto, Bernardete Costa, Carlos Alberto Roldán, De-nilson Neves, Fátima Araújo, Geral-des de Carvalho, Isabel Pinto Mo-rais, Jorge Vicente, José Fernando Leal Pais Neto, José Félix, José Gil, Júlio Fernandes, Maria João Olivei-ra, Maria Rita Romão, Mónica Cor-reia, Paula Gonçalves, Samuel Go-mes, Túlio Henrique Pereira, Vera Carvalho e Vera Cunha.

Durante a sessão, em que vão participar a Escola de Música Com-bofolk, do Orfeão de Rio Tinto, e o violinista Eliseu Antunes, vai ser apresentada a performance do po-ema colectivo “O Livro”, encenada por Vera Cunha e representada pelo actor José Torrier.

Serviços municipais certificados

Os serviços de Recursos Huma-nos e do Ambiente da Câmara de Penafiel foram certificados no âmbi-to de um sistema de gestão da quali-dade. A intenção da câmara é “atin-gir uma certificação integral”, dos serviços, anunciou recentemente o presidente da câmara, Alberto San-tos. Com a excepção do Porto, Pena-fiel é na região “um município pio-neiro em matéria de certificação de serviços, dado que é a primeira au-tarquia a ver serviços seus serem formalmente certificados”, divulgou a autarquia.

A qualidade dos serviços está a ser promovida no âmbito da Certifi-cação do Sistema de Gestão da Qua-lidade do Município, segundo o refe-rencial NP ISO 9001. Segundo o vereador dos Recursos Humanos, Ambiente e da Qualida-de Municipal, Antonino de Sousa, os dois serviços que foram “certifica-dos tratam de actividades com gran-de impacto na qualidade de vida dos penafidelenses”.

Iniciativa decorre de 15 a 18 de Outubro

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I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I outras terras em breves

O início do julgamento do ex-presidente dos bombeiros de Amarante, acusado de abuso de confiança qualificado e infidelidade, ficou mar-cado por questões processuais que adiaram para 10 de Outubro a audição das primeiras tes-temunhas.

Ilídio Pinto é acusado de se ter aproveitado das suas funções de presidente da direcção dos bombeiros para desviar cerca de 11 mil euros dos cofres da corporação, que se constituiu as-sistente no processo.

Segundo a acusação do Ministério Público (MP), a que Repórter do Marão teve acesso, em 2003, Ilídio Pinto usou dois cheques de contas dos bombeiros de Amarante e entregou-os a ou-tro arguido no processo, Agostinho Reis, que os endossou para obter o valor em numerário.

Este arguido estava na altura a construir uma piscina em casa de Ilídio Pinto, em Carva-lho de Rei, freguesia onde é presidente de jun-

ta e recandidato às próximas autárquicas em 11 de Outubro.

“[Ilídio Pinto] Sabia que o único modo de que dispunha para aceder ao valor monetário existente nessas contas era através da emissão de cheques”, pode ler-se na acusação.

O MP diz ainda que o ex-presidente da asso-ciação não deu qualquer explicação ao tesourei-ro dos bombeiros nem pediu o preenchimento dos cheques, como fazia habitualmente.

O caso foi parar à Polícia Judiciária depois de, em 2006, uma nova direcção dos bombeiros ter pedido uma auditoria às contas.

No início do julgamento, em 23 de Setembro, advogados e procurador debateram várias ques-tões ligadas à extracção de certidões de outros inquéritos em que Ilídio Pinto está indiciado.

O julgamento prossegue a 10 de Outubro.AP

Espadanedo (Cinfães) vai ternovo equipamento social

A Associação de Solidariedade Social de Es-padanedo, em Cinfães, vai construir um Lar Residencial, um Centro de Actividades Ocupa-cionais e Serviços de Apoio Domiciliário, que irá dar resposta directa a cerca de 100 pessoas deficientes.

O projecto para a construção do “Lar Resi-dencial Nossa Senhora de Lurdes de Espada-nedo” foi aprovado pelo Fundo Social Europeu.

A associação, que se dedica ao apoio à defi-ciência no concelho de Cinfães, apresentou uma candidatura ao POPH – Programa Operacio-nal de Potencial Humano, no âmbito da medida 6.12 – Apoio ao Investimento a Respostas Inte-gradas de Apoio Social. A comparticipação em 75% do financiamento público aprovado é de 1.042.000 euros.

Paços de Ferreira: começaram as obras do Centro Escolar

Começaram na semana passada as

obras de construção do Centro Escolar de Paços de Ferreira, junto à Inspec-ção de Veículos, na Rua do Mosteiro de Ferreira. Os autocarros da Auto-Viação Pacense foram transferidas para o local onde vão ficar as futuras instalações da transportadora, na Via do Poder Lo-cal. Segundo o Gabinete de Comuni-cação da Câmara de Paços de Ferrei-ra, “o novo Centro Escolar, que custará quase 3 milhões de euros, terá 16 salas do 1º Ciclo do Ensino Básico, para 400 alunos, e seis salas de Jardim de Infân-cia, para 150 alunos. O Centro Escolar permitirá também aliviar o pólo B (jun-to ao Pavilhão Desportivo) que será de-pois requalificado”, e as instalações da Escola Sede A e do Jardim de Infância, junto ao Parque Urbano, vão ser de-sactivadas. Resultado da negociação entre a câmara e a Auto-Viação Pacen-se, a localização do Centro Escolar de Paços de Ferreira vai permitir retirar os autocarros da cidade.

Começou julgamentodo ex-presidente dosbombeiros de Amarante

Certifico narrativamente, para efeitos de pu-blicação que, por escritura lavrada em dezassete de Setembro de dois mil e nove, iniciada a folhas oitenta, do livro de notas para escrituras diversas nº Cento e Treze – A, do Cartório Notarial sito na Rua Eusébio da Silva Ferreira, Edifício Ordem, lo-jas 36 e 38, em Marco de Canaveses, a “Asso-ciação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Marco de Canaveses”, alterou os seus Estatu-tos e em consequência, mantendo a sua sede na Avenida Gago Coutinho, nº 533, freguesia de For-nos, concelho de Marco de Canaveses, passou a ter o seguinte objecto social:

1 - A Associação tem como objecto criar e manter um corpo de bombeiros, que se rege pela legislação aplicável e socorrer feridos e doentes e a proteger por qualquer forma ao seu alcance, vidas e bens. Pode também promover festas e sessões culturais e recreativas e exercer qual-quer outra actividade conducente à melhor pre-paração cultural, social, moral, ambiental e física dos seus associados e da população em geral. Pode exercer directa ou indirectamente activida-des complementares que resultem em fontes de rendimento para a Associação;

2 - A Associação tem como escopo principal a protecção de pessoas e bens, designadamente o socorro a feridos, doentes ou náufragos e a ex-tinção de incêndios, detendo e mantendo em ac-tividade, para o efeito, um corpo de bombeiros voluntários ou misto, com observância do defini-do no regime jurídico dos corpos de bombeiros e demais legislação aplicável;

3 - Com estrita observância do seu fim não lu-

crativo e sem prejuízo do seu escopo principal, as associações podem desenvolver outras activida-des, individualmente ou em associação, parceria ou por qualquer outra forma societária legalmen-te prevista, com outras pessoas singulares ou colectivas, desde que permitidas por deliberação da Assembleia-Geral, nomeadamente:

a) Prestação de cuidados de saúde, activida-des desportivas, culturais e recreativas, condu-centes a uma melhor preparação física e intelec-tual dos seus associados;

b) Actividades de carácter social de apoio e protecção à infância, a juventude, a deficiência e aos idosos ou em qualquer situação de carência que justifique uma actuação pró humanitária.

4 - Pode ainda desenvolver outras activida-des, a titulo gratuito ou remunerado, com ou sem fins lucrativos, nomeadamente a prestação de serviços, comerciais ou industriais, individual-mente, ou através de parceria, associação ou por qualquer outra forma legalmente prevista, desde que permitidas por deliberação da Assembleia-Geral e os lucros dessas actividades revertam para os seus fins estatutários.

Sendo os seus órgãos sociais, a Assembleia-Geral, a Direcção e o Conselho Fiscal.

Vai conforme o original, na parte a que me re-porto.

Cartório Notarial de Lic. António Alfredo Mou-tinho Águia de Moura, aos dezassete de Setem-bro do ano dois mil e nove.

O Notário, (António Alfredo Moutinho Águia de Moura)

CARTÓRIO NOTARIAL DE MARCO DE CANAVESES de LIC. ANTÓNIO A.M. ÁGUIA MOURA

EXTRACTO

Repórter do Marão | Nº 1222 | 2009-09-28

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empresas & negócios repórterdomarãoI I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

3128 Set a 12 Out‘09

O grupo EDP lançou um pro-jecto-piloto na área das energias renováveis para ajudar os refugia-dos do Kakuma, no Quénia, num in-vestimento de 1,3 milhões de euros.

A decisão foi tomada em par-ceria com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugia-dos - UNHCR (ACNUR), na 5ª Conferência anual da Clinton Glo-bal Initiative, que decorreu em Nova Iorque.

Trata-se de um projecto único à escala mundial que visa o desen-volvimento sustentável neste cam-po de refugiados e com intuito de aplicabilidade noutros locais de igual cariz.

A tenção de chegar aos 50 mil refugiados será alcançada através da instalação de painéis solares fo-tovoltaicos, aerogeradores, lâmpa-das eficientes, redimensionamen-to de geradores diesel, instalação de bombas de água, fornos solares

e purificadores de água. A EDP vai enviar uma equipa

para o campo de refugiados para

controlar o projecto uma vez que vai haver parcerias locais para a execução da obra.

O banco Millenium BCP abriu este mês nova sucursal em Paredes, mais uma das vá-rias sucursais que estão a ser abertas por todo o país. Com o intuito de chegar mais per-to e satisfazer o cliente, o Mil-lenium BCP aposta na rede de retalho do sector.

Para marcar o arranque da filial em Paredes, a equipa lide-rada por Júlia Fernandes, tem um leque de produtos promo-cionais, como é o caso do cartão de débito Maestro e a solução Cliente Frequente, que facilita a gestão do orçamento mensal sem custos nos primeiros seis meses.

Esta sucursal é, portanto, a concretização da estratégia de-finida pela instituição para che-gar mais perto dos clientes e obter resultados positivos.

Aquapura e Casada Calçada entre os melhores hotéis para apreciadores de vinho

O Aquapura Douro Valley Ho-tel, situado em Lamego, e a Casa da Calçada (foto), em Amarante, são os únicos hotéis portugueses que fazem parte da lista dos galardoa-dos com o “Prémio Hotel do Vinho 2009”, atribuído pela editora espa-nhola “ExperienciasyMas”.

O Aquapura Douro Valley Por-tugal, que ficou no 7º lugar, e a Casa da Calçada no 9º, estão entre os dez hotéis mais visitados do Sul da Eu-ropa pelos apreciadores do vinho, refere o “site” da “Experienciasy-Mas” que lança guias sobre os me-lhores e mais charmosos hotéis do mundo.

O Aquapura Douro Valley Hotel, na rota vinícola do vale do Douro, si-tuado em Lamego, é considerado pelo guia espanhol uma referência nos hotéis do segmento de luxo.

Situada na Rota do Vinho Verde e muito próxima do Douro, a Casa da Calçada é descrita como sendo “uma lindíssima casa senhorial, com reconhecido restaurante de criati-vos menús”.

Projecto Integrado de Energia Solar (PIES)recebe designaçãode projecto PIN

O governo atribuiu ao projecto do grupo RPP Solar o estatuto de Pro-jecto de Potencial Interesse Nacional (PIN). O investimento ronda os 850 mi-lhões de euros e vai criar 1.800 postos de trabalho directos, 300 dos quais para engenheiros e quadros superiores.

O PIES visa agregar toda a ca-deia de produção de energia solar, com a instalação de sete unidades indus-triais, uma delas de transformação de silício em células para painéis solares, cinco a sete torres eólicas, painéis sola-res e turbinas de co-geração.

O projecto vai ter 40 mil painéis fotovoltaicos.

Solidariedade por meio das energias renováveis

Nova Sucursal doMillenium BCP em Paredes

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repórterdomarão32 28 Set a 12 Out‘09

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I nordeste

São quatro os oleiros de Bisalhães, Vila Real, que continuam a moldar o barro. No último ano, um jovem de 30 anos começou a dedicar-

se à arte mas é apenas um passatempo e, por isso, são muitos os que auguram um futuro negro para a olaria. A câmara quer intervir com formação pro-fissional, introdução de novas técnicas e a constru-ção de um museu.

As mãos gretadas pelo tempo moldam o bar-ro na roda. É a experiência de toda uma vida que vai dando forma aos mais diversos objectos. Aos 68 anos, Querubim Queirós da Rocha ainda gosta de inovar, inventar peças novas. Os dias são passados à volta da roda na sua casa de Bisalhães. A doença da mulher impede-o de ir diariamente para a banca que a Câmara de Vila Real instalou numa das prin-cipais entradas da cidade. Agora é só aos fins-de-se-mana que ali vai vender as suas peças.

Quando comecei a moldar o barro? Devolve a pergunta com um sorriso cansado. Depois de uma paragem para organizar o tempo responde. “Des-de os 10. Aos 12 já ganhava os dias e depois por aí adiante até aos 68 que tenho”.

Nas suas recordações de menino sempre se lembra de ser oleiro. O pai morreu quando tinha apenas seis anos e começou a aprender a arte com os irmãos. “Depois fui desenvolvendo sozinho e fui andando, andando até que cheguei ao nome de Que-rubim”.

E Querubim é um dos quatro oleiros que ainda existem em Bisalhães, a terra do barro negro, loca-lizada a poucos quilómetros da cidade de Vila Real. No seu tempo, o artesão chegou a contar 62.

Miguel Fontes, 30 anos, foi obrigado a ficar mais tempo em casa com o filho bebé, enquanto a mu-lher estudava à noite. Para passar o tempo come-

çou a mexer no barro. Na oficina dos avós, antigos oleiros, ainda havia a matéria-prima e os utensílios.

“Decidi pegar num pouco de barro, amassa-lo e tentar fazer qualquer coisa. Lá começou a sair um alguidar e uma caneca pequena. Noutro dia voltei a experimentar outra vez. Fui melhorando a técni-ca, melhorando as peças e tentar fazer outro tipo de coisas que não os alguidares e as assadeiras”, disse ao Repórter do Marão.

Há cerca de um ano e meio que Miguel, que já ganhou o título de “o mais novo artesão de Bisa-lhães”, começou a trabalhar mais assiduamente e já participou em duas feiras dedicadas ao barro ne-gro, na aldeia que lhe dá o nome, e na tradicional Feira de São Pedro, em Vila Real.

Mas esta continua a ser apenas uma ocupação dos tempos livres. Miguel é informático na Câmara Municipal e diz que, para além de ajudar a passar o tempo, é sempre mais algum dinheiro que vai ga-nhando com a venda do barro.

O seu grande sonho era saber fazer a mítica bi-lha do segredo. “Ainda não consigo. É preciso muita experiência, muitos anos para conseguir, mas gos-tava muito”.

Querubim gosta de ver caras novas a trabalhar o barro, mas é céptico. “São precisos muitos anos, trabalhar diariamente e de manhã à noite para con-seguir fazer um bom trabalho”, salientou. Explicou ainda que, por exemplo, quando se deixa a roda pa-rada durante dois ou três dias, depois é preciso um dia inteiro para recuperar e conseguir que o barro volte a pegar”. “Para sair alguma coisa tem que ser todos os dias. De tempos a tempos nunca se vai a lado nenhum”, sustentou.

Em comum, Miguel e Querubim parecem ver o futuro negro do barro de Bisalhães.

“Sou o mais novo aqui. Vou fazendo aos poucos. No ano passado, ainda se pensava que depois de eu começar outros se pudessem vir a interessar tam-bém. Mas não apareceu ninguém”, afirmou o técni-co de informática.

O sexagenário não tem dúvidas. “Assim a olaria de Bisalhães não tem futuro”. E explica. “É um tra-balho sujo, temos que passar o dia todo debruçados sobre a roda e com as mãos metidas no barro. E de-pois ainda temos a parte da cozedura que é a pior”.

Para que os jovens se pudessem interessar pela actividade era preciso, segundo o artesão, moder-nizar os fornos, as preparações do barro, as lenhas. “A mocidade assim já veria algum futuro, agora não se vê futuro nenhum”, sublinhou.

Querubim referiu ainda o seu neto, que aos qua-tro anos “já ia fazendo alguma coisita”. “Mas ago-ra, os pais fizeram uma casa na Campeã, vão leva-lo para lá, ficamos distantes e já não vai dar em nada”, lamentou.

Querubim Queirós da Rocha já contabiliza três formações em olaria, em Bisalhães. Só que, acres-centa, nenhum dos formandos ficou na actividade. “Ficaram com o dinheirito, com um diploma, mas ninguém ficou a moldar o barro”.

Para combater o futuro “negro” da olaria de Bi-salhães, o vereador da Câmara de Vila Real, Do-mingos Madeira Pinto, anunciou a realização de ac-ções de formação, com base em novas e modernas tecnologias. Mas, garante, desta vez “vai ser dife-rente”. O público-alvo dos cursos de formação pro-fissional será os jovens com mais de 23 anos, com destaque para os residentes na freguesia. “Espe-ramos ter nos próximos dois a três anos uma nova fornada de artesãos que tirem rentabilidade desta arte”, sublinhou.

OlariadeBisalhãesFuturo é da cordo barroMuseu e formação profissional deolaria são as propostas da autarquia para garantir o futuro

Paula Lima | [email protected]

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Madeira Pinto destacou a neces-sidade de introduzir novas metodolo-gias na olaria de Bisalhães, para tor-nar a actividade mais atractiva para os jovens. “Com as condições de tra-balho actual, conforme se pica o bar-ro e o trabalho que dá, não haja du-vidas que os jovens não vão querer”, referiu.

As novas metodologias incidem, por exemplo, na introdução de rodas eléctricas ou fornos colectivos.

Em simultâneo, a autarquia quer abrir o Museu da Olaria em Bisalhães. O espaço já está escolhido e, nas con-tas do autarca, poderá abrir as portas no próximo ano. Segundo explicou, este espaço funcionará de acordo com três vértices fundamentais: o históri-co, o turístico e o emprego.

A Associação Empresarial – Ner-vir também agarrou o dossier da ola-ria negra de Bisalhães e tem desen-volvido essencialmente registos da história desta actividade “para pre-servar a identidade regional” e ga-rantir a sua “perpetuação”.

nordeste repórterdomarãoI I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

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Como nasceo barro negro

Já no século XVI havia homens a trabalhar o barro nos arredores de Vila Real. Das suas mãos nascia a loiça de que a população precisa-va para armazenar, cozinhar e ser-vir os alimentos.

Isabel Maria Fernandes, direc-tora do Museu Alberto Sampaio, em Guimarães, escreve no livro “A Louça Negra de Bisalhães” que estes oleiros “teimam em manter viva esta arte ancestral”, Diz ainda que “são dos poucos a cozer a loi-ça desta forma, mantendo-se Por-tugal como um dos últimos redu-tos onde a loiça se coze em fornos deste género, sistema que foi usa-do por essa Europa fora mas que hoje quase só por cá se conserva”.

Depois de extrair o barro, de o picar (preparar), de o moldar na roda e efectuar os desenhos na loiça, o oleiro tem uma última tare-fa pela frente, a mais complicada de todas: a cozedura.

E é a forma como a louça de Bi-salhães é cozida que lhe dá a cor negra.

O forno é um buraco aberto na terra. Colocam-se as peças numa grelha e introduz-se na abertura. A lenha é colocada por baixo das peças e também por cima. Para impedir a libertação de fumos, o forno artesanal é abafado com uma camada de caruma, musgo e terra. Aqui reside o segredo é que, se não se abafasse, a louça ficava vermelha.

A cozedura dura cerca de 24 ho-ras e é feita essencialmente no Ve-rão.

A Bilhado Segredo

Entre as muitas peças que os oleiros de Bisalhães fazem, encon-tra-se a bilha do segredo. É uma pequena jarra que esconde um truque para apanhar (molhar) os desprevenidos.

A bilha apresenta um peque-no orifício na base superior, local onde devem pousar os lábios, mas possui uma série de aberturas, por onde pode passar a água.

Para se usar sem se molhar é necessário tapar um pequeno furo escondido por trás da pega e beber o líquido pelo buraco superior.

Dois dos oleiros de Bisalhães que ainda

fabricam o barro negro: Miguel Fontes (em cima)

e Querubim da Rocha

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repórterdomarão34 28 Set a 12 Out‘09

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I nordeste

A concessionária da barragem do Baixo Sa-bor (EDP) vai afectar anualmente 750 mil eu-ros para medidas de compensação ambiental

que se estendem de Bragança à Guarda e Vila Real, numa área superior ao dobro da zona que será inun-dada pela albufeira, disse à agência Lusa uma fonte comunitária.

A zona beneficiada estende-se ao longo de 140 quilómetros de distância em relação ao local da cons-trução da barragem, localizada na parte terminal do rio Sabor, no concelho transmontano de Torre de Moncorvo.

A barragem do Baixo Sabor contempla para medi-das de carácter ambiental um Fundo Financeiro cor-respondente a três por cento dos resultados líquidos anuais da produção de energia, que terá uma entida-de gestora constituída por agentes locais, como autar-quias e organizações não governamentais, nomeada-mente ambientalistas.

Este fundo destinava-se, inicialmente apenas à área de influência da barragem, com um albufeira que se estende por 60 quilómetros pelos concelhos de Macedo de Cavaleiros, Mogadouro, Alfândega da Fé e Torre de Moncorvo, no Distrito de Bragança.

A contestação ambiental à barragem atrasou o projecto em uma década e a Comissão Europeia im-pôs um reforço das medidas para arquivar, em 2007, as queixas de associações ligadas ao Ambiente que constituíram a Plataforma Sabor Livre.

A EDP, concessionária da barragem, prevê gas-tar, ao longo dos 75 anos de vida do Baixo Sabor, 60 milhões de euros, correspondentes “ao maior inves-timento jamais feito em Portugal, e provavelmente na Europa, em conservação da natureza e biodiver-

sidade”.Estas medidas permitirão a melhoria das con-

dições de espécies protegidas como o lobo, águias e morcegos, através do reforço da cadeia alimentar, re-cuperação de populações em vias de extinção e de ha-bitats.

As medidas prevêem inclusive atribuição de incen-tivos aos agricultores para colaborarem nesta tarefa ambiental e distribuição de cães de gado aos pastores para atenuar a animosidade motivada por eventuais ataques do lobo aos rebanhos.

O Baixo Sabor já foi apelidado pelo primeiro-mi-nistro, José Sócrates, “a mãe de todas as barragens” por constituir uma importante reserva de água, con-trolar os caudais e as cheias no rio Douro e para o de-senvolvimento da energia eólica.

O empreendimento tem um custo de 354 milhões de euros e é composto por duas barragens, a principal com 123 metros de altura e uma segunda denomina-da de contra-embalse, que permitirá “bombear” água para o escalão principal.

O empreendimento tem sido alvo da contestação das associações ambientalistas que recorreram aos tribunais e outras instâncias nacionais e europeias para travar o projecto.

O tribunal europeu confirmou recentemente o ar-quivamento das queixas por parte da Comissão Eu-ropeia, considerando “manifestamente inadmissível” um recurso dos ambientalistas para anular a decisão tomada por Bruxelas, em 2007.

A Plataforma Sabor Livre tem ainda uma petição contra a barragem no Parlamento Europeu, que deci-diu promover uma acareação entre os ambientalistas e as autoridades nacionais em data ainda a marcar.

EDP vai suportar medidasambientais no SaborA concessionária da barragem vai afectar anualmente 750 mil euros para medidas de compensação entre Bragança, Guarda e Vila Real

Lusa

Assalto à mãoarmada em

gasolineira de aldeia

A Polícia Judiciária está a in-vestigar um assalto à mão arma-

da numa gasolineira de uma aldeia de Bragança, de onde foram furta-

dos cerca de 400 euros em dinheiro, anunciou hoje fonte policial.

De acordo com a fonte, a auto-ria do assalto é atribuída a um casal,

com idades entre os 20 e 30 anos, que na passada terça-feira abaste-

ceu uma viatura de marca Mercedes e cor cinzenta nas bombas de ga-

solina de Santa Comba de Rossas, a cerca de 15 quilómetros de Bra-gança. Segundo o relato feito pela

funcionária da gasolineira às au-toridades, a mulher permaneceu

na viatura, enquanto o homem se terá dirigido à funcionária com uma

arma alegadamente dissimulada por debaixo de uma gabardina cinzenta

que traria no braço.

Acidente na linhado Tua ainda em

investigação

O inquérito judicial ao último acidente na linha do Tua continua

em fase de investigação mais de um ano depois do descarrilamento que

fez um morto e 43 feridos e suspen-deu a circulação na ferrovia trans-montana. Fonte oficial da Procura-doria-Geral da República informou

por escrito a agência Lusa que “o processo está em investigação, es-

tando a ser feitas diligências e exa-mes médicos a alguns ofendidos”.

Este é o segundo inquérito judi-cial desencadeado pela PGR aos aci-

dentes na linha do Tua.O primeiro processo relaciona-

do com o primeiro acidente, em Fe-vereiro de 2007, em que morreram

três funcionários da CP e do Me-tro de Mirandela, foi arquivado pelo Ministério Público. A viúva de uma das vítimas, o revisor, tentou levar

a julgamento o presidente da admi-nistração da REFER e os técnicos

especialistas, supervisores e encar-regados pelas inspecções semanais

da linha. Mas a sua pretensão foi in-viabilizada pelo Tribunal da Relação do Porto, que julgou improcedente o recurso da decisão de arquivamento do processo. Conclusiva foi a inves-

tigação levada a cabo pela Comissão de Inquérito, de que faziam parte

entidades como a Faculdade de En-genharia da Universidade do Porto, e que apontou “defeitos grosseiros”

na via férrea e anomalias na auto-motora que, conjugados, terão origi-

nado o descarrilamento.

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pub repórterdomarãoI I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

35repórterdomarãoI I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

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repórterdomarão36 28 Set a 12 Out‘09

I I I I I I I nordeste

Os responsáveis pela raça mirandesa prepa-ram-se para investir quatro milhões de euros na expansão de uma das imagens de marca do

Nordeste Transmontano que quer assumir-se como alternativa à crise na agricultura.

“Crescer” é a palavra de ordem num mercado onde a procura supera a capacidade de resposta dos produtores de carne mirandesa, um dos poucos pro-dutos que resistiu, nos últimos anos, à queda acentu-ada do preço pago ao produtor.

Enquanto outras carnes e produtos como o cereal ou o azeite sofreram quebras de rendimento levando agricultores a abandonarem as produções, a mirande-sa manteve os preços.

As contas, reveladas na semana passada à Lusa, são de Fernando Sousa, secretário-técnico da raça, que considera que a mirandesa “é a alternativa” e que a crise pode ser uma janela de oportunidades.

O responsável acredita ser possível atrair agricul-tores que estão a perder rentabilidade noutras activi-dades e a raça mirandesa - que durante gerações fun-cionou como complemento à lavoura - passar a ser um suporte da actividade agrícola.

Os novos desafios estiveram em debate, sábado, em Miranda do Douro, num encontro para assina-lar três aniversários da raça autóctone transmontana certificada e protegida pela União Europeia.

A raça mirandesa celebra o centenário da publi-cação do decreto-lei que instituiu o registo de descen-dência, as bodas de ouro do Livro Genealógico e os vinte anos da associação de criadores.

O solar da raça é o Nordeste Transmontano, onde se encontra a maior parte dos 567 produtores, sendo propósito da associação alargá-lo de Bragança a Évo-

ra. O número de produtores ficou reduzido a um terço em pouco mais de uma década, mas o efectivo mante-ve-se, no entanto, e as explorações cresceram em nú-mero de animais.

Os produtores recebem um subsídio da União Eu-ropeia que pode chegar aos 600 euros anuais por ca-beça. A venda de um vitelo pode render 800 euros.

Ao mercado chegam 360 toneladas de carne mi-randesa por ano, o equivalente ao consumo anual de carne da cidade de Bragança.

As dez raças autóctones do país representam ape-nas cinco por cento do consumo nacional de carne. Um “nicho” que se distingue pela qualidade e que Fernan-do Sousa compara a uma “micro empresa” cujo volu-me de negócios total desconhece, mas é rentável.

Só o agrupamento movimenta dois milhões de eu-ros/ano.

A Posta à Mirandesa é o pedaço de carne mais co-nhecido da região, a que deverão juntar-se novos pro-dutos na unidade industrial projectada há cinco anos para Vimioso.

Fernando Sousa está convencido de que o projec-to vai finalmente avançar, aguardando apenas a apro-vação de uma candidatura ao PRODER, que deverá financiar 40 por cento dos quatro milhões necessários para o projecto.

Os enchidos de carne de vaca são uma das apostas dos produtores que querem agora lançar-se no mer-cado da exportação, começando por Paris, onde um distribuidor já faz chegar a mirandesa.

A capital francesa é a localização pensada para a primeira loja conceptual ainda em fase de projecto, que será um espaço de degustação e aproximação aos consumidores.

Criadores vão investir 4 milhões de euros na raça mirandesa

Redacção com Lusa | [email protected]

Docentes dospolitécnicos têm de

fazer doutoramentos

Dois terços dos docentes dos po-litécnicos, o equivalente a quatro mil professores, não têm doutoramento, um grau que terão de obter nos pró-ximos seis anos para poderem conti-

nuar a leccionar nestas instituições de ensino superior.

Os números foram avançados à Lusa pelo presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Supe-

riores Politécnicos, Sobrinho Teixei-ra, que reconhece que atingir este

patamar “será um esforço enorme”. Sobrinho Teixeira está convencido, porém, de que “é possível” atingir

este objectivo no período transitório de seis anos criado para os professo-res obterem o grau de doutor. O Go-

verno criou um programa para fi-nanciar a qualificação dos docentes dos politécnicos, já que o novo Es-tatuto da Carreira do Pessoal Do-

cente do Ensino Superior Politécni-co exige o grau mais elevado para que possam leccionar nestas insti-

tuições, à semelhança dasuniversidades.

Page 37: Jornal REPÓRTER DO MARÃO

fashion repórterdomarãoI I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

3728 Set a 12 Out‘09

O Verão está de partida e com ele as cores tropicais, as peças finas e decotadas. É tempo de vestir agasalhos mas sempre

com estilo e novas tendências.O Outono/Inverno de 2009-2010 vai ser mar-

cado pelas cores brilhantes do ouro, prata e bronze, pelos padrões variados de florais, xadre-zes e prints – os conhecidos padrões de pele ani-mal.

No entanto, a nova estação vai ser assinalada com vários temas.

Desta vez não existe um só tema para o Ou-tono/Inverno mas vários que vão desde o Punk, Folclore, anos 80, Classic Nouveau, Primitive e o Old School claramente marcado pelas minis-saias de xadrez e as gravatas.

Joselina Ferreira, estilista, explica ao RM que todos estes temas vão estar associados a te-cidos diversificados como são o caso das peles, cabedal, fazendas – que relembram o estilo Twe-ed, do príncipe de Gales, aliado ao xadrez – as eternas malhas associadas aos agasalhos ex-teriores e ainda os tecidos finos como as sedas para peças mais arrojadas com apliques de lan-tejoulas, bastante frequentes nesta estação.

Este Inverno, os looks largos e hiper juntos vão andar de mão dada pelo que os moldes clás-

sicos, que seguem as linhas do corpo, vão estar patentes nas minissaias, nos conhecidos taiil-leurs de Tweed e nos vestidos cintados que, ao contrário da estação passada, vão sobressair em tecidos mais finos.

Nos moldes mais largos encontra-se uma mistura de túnicas, casacos de malhas e blasers de corte masculino sobre gangas justíssimas e leginns.

Passando dos trapinhos aos sapatinhos, nes-te Inverno as botas largas e acima do joelho vão definir a tendência no calçado. Segundo a estilis-ta Joselina, os sapatos abertos à frente de salto alto compensado vão, também, predominar nes-ta estação fria e determinar a elegância femini-na.

Do calor para o frio, ficam as flores que de-pois de triunfarem como acessórios nos pente-ados passam a estar presentes nas carteiras, onde podem surgir como mero apontamento ou a cobrir toda a carteira. Sendo os acessórios um ponto alto da colecção Outono/Inverno, as flores em forma de alfinete de peça de vestuário ou em bijutaria vão marcar a estação.

Será um Inverno que vai distinguir-se pela variedade de estilos e pormenores, prometendo uma estação cheia de brilho e elegância.

OláOutonoLuvas, cachecóis, botas e guarda-chuvas tudo fora do baú. Bem-vindo Outono e nova colecção.

Iva Soares | [email protected]

Negro marcamaquilhagem de Inverno

A make up desta estação destaca-se nos olhos com o look natural e o abuso do negro. Para o dia-a-dia opte por um esti-lo mais natural usando as cores deste In-

verno: rosa-magenta, azul-eléctrico e o vermelho. Num estilo mais arrojado opte

pela mistura das cores negras com os brilhos do ouro, prata e bronze.

Page 38: Jornal REPÓRTER DO MARÃO

repórterdomarão38 28 Set a 12 Out‘09

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I desporto

Rafa é um jovem médio cam-pista ambicioso que está ac-tualmente no Futebol Clube

de Penafiel e que cumpriu recente-mente o seu primeiro jogo pela Se-lecção Nacional Sub 21.

Começou no futebol com ape-nas dez anos. Na altura não sonha-va ser seleccionado para represen-tar Portugal, mas o génio da bola corria pelas veias e rapidamente “olheiros” do Futebol Clube do Por-to viram nele um futuro promissor.

“Estava a jogar em Cête, no concelho de Paredes. Eram apenas jogos de miúdos, mas um dia du-rante um torneio apadrinhado por Rui Barros, do FC Porto, algumas pessoas indicaram-me e fui para as camadas jovens do Porto”, recorda o atleta, em entrevista ao Repórter do Marão.

O gosto pelo futebol começava a ganhar cada vez mais importância e o aperfeiçoamento da técnica tam-bém crescia a bom ritmo.

Depois de cinco anos nas esco-

las do Porto, o jovem atleta atraiu a atenção do Leixões, mas preferiu ir para os juniores do Penafiel.

Mais tarde, foi seleccionado para a selecção Sub 21. À primei-ra chamada, em Vila Nova de Gaia, entrou aos 70 minutos e deu nas vistas. Os pupilos de Oceano Cruz jogaram ao ataque frente à Lituâ-nia e venceram por 4-1.

“Encontrei um grupo de traba-lho com muita ambição de conse-guir o apuramento. Já conhecia al-guns jogadores com quem joguei no FC do Porto. Foi uma experien-cia interessante e espero conseguir evoluir para poder ser chamado no-vamente”, explicou ao RM Rafa.

Quando o médio entrou no cam-po, depois de 70 minutos no banco, Rafa ouviu uma ovação vinda das bancadas. Os amigos tinham de-cidido não perder a oportunidade de ver o jovem actuar pela primei-ra vez com as cores da selecção na-cional.

“Vi alguns com a camisola do

Penafiel e isso foi um apoio fantás-tico. Deu-me bastante moral e senti mais confiança”, conta.

Quanto ao presente, o médio campista diz que o trabalho é a via do sucesso para qualquer jogador. O atleta não esconde a ambição de subir cada vez mais na tabela dos clubes de grande dimensão e assu-me a vontade de continuar o traba-lho no Penafiel para poder atrair as atenções.

“Acredito que qualquer joga-dor tem de ter ambição para poder evoluir. É natural. Quero trabalhar cada vez mais para poder ajudar o Penafiel o que poderá vir a abrir-me novas portas no futebol. É ver-dade que quero ir para um clube maior, mas para já o importante é ajudar o Penafiel a cumprir os ob-jectivos definidos no início da épo-ca”, rematou.

Rafa adiante que tem como ído-los jogadores como Fernando Re-dondo, Raul Meireles, Petit e ainda Miguel Veloso.

Alexandre Panda | [email protected]

Dos jogos entre miúdos em Cêteaté à Segunda Liga

Abílio Rafael Barbosa de SousaIdade: 21 anos Posição: MédioComeçou a jogar com 10 anos1 golo enquanto profissional3 anos como séniorClube: FC Penafiel1 selecção Sub 215 anos nas escolas do FCPorto

Page 39: Jornal REPÓRTER DO MARÃO

desporto I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

Silva Pereira, antiga glória do FC Penafiel, continua a trei-nar diariamente e a jogar, de preferência a tempo inteiro, na equipa de veteranos, feito que o septuagenário (completa 71

anos em Dezembro) explica com a “paixão” pelo futebol.O segredo deste raro registo reside, segundo o próprio, na “ali-

mentação regrada” e no “treino físico”, hábitos de que Silva Perei-ra diz “não conseguir fugir” e que remontam ao tempo em que jo-gava futebol.

“Nunca soube o que era uma pizza, embora traga às vezes para casa, ou marisco e não sou amigo de doces, privilegiando os gre-lhados, em especial de peixe, e a sopa de lavrador, com os ‘mata-dores’ todos, como hortaliça, nabo ou feijão”, explicou ao RM Sil-va Pereira.

A dieta alimentar inclui fruta, água e uma toma diária de vi-tamina C, cuidados que o craque da bola, que tinha a alcunha de “vagabundo” e ficou conhecido no seu tempo por “pensar e jogar depressa”, admite não ter grandes seguidores entre muitos dos profissionais do futebol.

Silva Pereira ganhou nome pela bola, sem a qual não consegue passar, e por ela continua a correr atrás, seja como treinador das Escolinhas do FC Penafiel ou atleta na equipa de veteranos do clu-be rubro-negro, ao ponto de ainda hoje, a poucos meses de comple-tar 71 anos (nasceu a 20 de Dezembro de 1938), ficar “chateado” quando não joga a tempo inteiro.

“Colegas e adversários estranham a minha condição física, e às vezes até eu fico admirado, pois não sei o que é ficar cansado”, su-blinhou, garantindo que dá “muito pouco trabalho aos médicos” e, em matéria de lesões, apenas se recorda de um braço partido.

Silva Pereira faz corrida, bicicleta, natação e musculação, mas é em campo, com a bola nos pés, que se sente melhor e onde conti-nua a encantar os graúdos, antigos e actuais colegas, e os mais pe-quenos, a quem ensina e ao lado de quem corre para explicar como se faz.

“Continuo a sentir-me capaz, mas tenho consciência de que não sou eterno. Quando não puder mais e tiver de deixar de jogar fute-bol, já não existo”, afirmou, sem esconder que, se tivesse o poder de escolher, seria capaz de “morrer em campo”.

Alimentação regrada e treino físico adiam “reforma” da

antiga glória penafidelense quase a completar 71 anos

Paixão paratoda a vida

Carlos Alexandre | [email protected]

800 jogos sem cartões disciplinaresSilva Pereira é uma figura ímpar do FC Penafiel, único clube que representou em 21 anos de car-

reira, 18 dos quais como capitão de equipa. Realizou mais de 800 jogos oficiais sem nunca ter visto um cartão amarelo ou vermelho.

Teve o azar de nascer numa geração em que ainda se jogava por amor ao clube, razão principal para ter resistido aos convites dos três “grandes”, mais o Boavista e o Vitória de Guimarães, clube que mais perto ficou de o contratar. Mas o que queria mesmo era ter sido internacional.

“Ouvi muita gente dizer que vinha de longe só para me ver jogar. A ser verdade, o que dizem é muito”, sublinha ao RM o veterano atleta.

“Mas n unca tive a oportunidade de me ver jogar (na televisão)”, lamenta Silva Pereira, aprecia-dor de Maradona, “o maior de todos”, e de Messi, “o melhor da actualidade”.

SILVA PEREIRA

Page 40: Jornal REPÓRTER DO MARÃO

repórterdomarão40 28 Set a 12 Out‘09

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I opinião

No exercício das funções autárqui-cas que exerço, procurei nunca sobre-por os planos da política e da justiça. A politização da justiça e a judicializa-ção da política são factores que em nada abonam o Estado de Direito, contri-buindo, pelo contrário, para diminuir o grau de confiança que o cidadão comum deposita nos órgãos e nas instituições.

Contudo, o desrespeito reiterado da Lei por parte daqueles que desempe-nham funções públicas não pode pas-sar em claro. Por esse motivo, quando Ferreira Torres e Lindorfo Costa foram pronunciados e depois condenados pela prática de crimes cometidos no exercí-cio de funções autárquicas em Marco de Canaveses, defendi na Assembleia Mu-nicipal que deveriam renunciar aos res-pectivos mandatos ou, no mínimo, sus-pendê-los até trânsito em julgado das sentenças, de modo a salvaguardar as instituições e a dignificar a relação en-tre eleitos e eleitores.

As decisões são hoje definitivas e ambos foram condenados. Ferreira Tor-res viu confirmada a sua condenação a dois anos e três meses de prisão, com

pena suspensa, por crimes continuados de peculato e abuso de poderes e por um crime de peculato de uso. Lindor-fo Costa não recorreu da sentença que o condenou a quinze meses de prisão, com pena suspensa, pelo crime continu-ado de abuso de poder.

Ferreira Torres foi ainda condena-do à pena acessória de perda do manda-to e a questão da sua elegibilidade para as próximas eleições só na passada se-mana foi dirimida pelo Tribunal Cons-titucional, que concluiu pela inconsti-tucionalidade da aplicação automática e pela inaplicabilidade dos normativos que sustentariam essa pena acessória, contrariando a decisão proferida pelo Tribunal de Marco de Canaveses, que o considerara inelegível.

O acórdão do Tribunal Constitucio-nal é uma peça jurídica de inegável inte-resse teórico, mas demonstra também como o emaranhado de leis conduz a ju-risprudência por caminhos ínvios, mui-tas vezes ao arrepio do senso comum.

Ferreira Torres foi condenado em 2004 e o Tribunal da Relação confir-mou, em 2006, o essencial da sentença

e ajustou as penas. O trânsito em julga-do ocorreu já em 2009 com o indeferi-mento de um derradeiro recurso jun-to do Tribunal Constitucional. Sabe-se agora que a pena acessória de perda de mandato não será aplicada. O excesso de garantismo e a longa demora dos tri-bunais jogou, portanto, a favor de Fer-reira Torres.

A justiça, que tem de ser conse-quente e produzir efeitos concretos, fi-cou por cumprir. Na mente das pesso-as comuns ficou a ideia de que o crime compensa, o que é perigoso para o re-gime democrático. Creio que o legisla-dor terá forçosamente de descer do pe-destal académico e perceber a realidade que o rodeia, sob pena de agravar o cli-ma de descrédito que se abateu sobre a aplicação da justiça em Portugal.

José Carlos PereiraGestor

Membro da Assembleia Municipal de Marco de Canaveses e da As-

sembleia Intermunicipal do Tâmega e Sousa

Que justiça é esta?

As eleições autárquicas que se avizi-nham trazem consigo o espectro da Lei n.º 46/2005, de 29 de Agosto. Poucos gos-tam de falar sobre esta medida legislati-va mas, o que é certo, é que daqui a qua-tro anos o panorama político do Vale do Sousa vai mudar. Este é o prenúncio de uma medida legislativa, adoptada poucos meses antes das eleições autárquicas de 2005, que estabelece limites à renovação sucessiva de mandatos dos presidentes autarquias locais.

Se ganharem as eleições no próxi-mo dia 11 de Outubro, Fátima Felguei-ras, Alberto Santos, Jorge Magalhães e Paulo Teixeira Ramalheira, para além de inúmeros presidentes de Junta, dão iní-cio ao seu derradeiro mandato. Tudo por-que a lei de limitação de mandatos proíbe que os autarcas com mais de três exercí-cios autárquicos consecutivos se voltem a candidatar no seu município no manda-to seguinte.

Estes limites não agradam a todos os políticos e os que criticam a lei vão esgri-mindo argumentos contra o seu “espíri-to”, apelidando-a de absurda e condicio-nadora da vontade dos eleitores, porque nem estes últimos lhe poderão valer.

Apesar das vozes discordantes, prin-cipalmente por parte dos designados “históricos”, este diploma tem subjacen-te a renovação da classe política, visando evitar a excessiva personalização de car-gos executivos. Assim, muitos dos actu-ais presidentes de Câmara e presidentes de Junta, candidatam-se pela última vez em Outubro. É um novo panorama que se vislumbra e, embora difícil de imagi-nar, os próximos quatro anos prometem ser a maior renovação de sempre no po-der local.

No painel dos municípios do Vale do Sousa as mudanças deverão ocorrer em quatro dos seis concelhos o que levará a que o mosaico político desta região nunca mais volte a ser o mesmo...

Porém, as perspectivas para 2013 não podem ser dissociadas dos dois momen-tos políticos que o país vai viver com as eleições legislativas [realizadas no pas-sado domingo], e as presidenciais, em 2011, sendo ainda de considerar, a acredi-tar nas sondagens não haverá nenhuma maioria, a possibilidade de se realizarem novas eleições legislativas antecipadas.

Perante este cenário, os aparelhos po-líticos têm um novo desafio pela frente no

que refere à sucessão dos candidatos que vão a votos pela última vez em Outubro.

A questão que se agora se coloca é: - Como enfrentarão os aparelhos parti-dários o desafio de procurar substitutos para os referidos autarcas?

Apesar de o poder a nível autárquico apontar muitas vezes para mecanismos de sucessão dos presidentes, e as for-ças políticas procurarem encontrar novos candidatos próximos daqueles que irão sair do poder, os aparelhos políticos, não restem dúvidas, já começaram a “anteci-par” a saída de cena de diversos candida-tos autárquicos nas eleições de 2013, as primeiras com a lei da limitação dos man-datos locais em vigor.

As listas dos candidatos às autar-quias que agora vão a sufrágio reflectem já esse horizonte, estas, não restem dú-vidas, não foram feitas ao acaso e, depois do dia 11 de Outubro, novos candidatos se vão perfilar, tentando conquistar, nes-tes próximos quatro anos, o lugar de su-cessor legítimo dos que ficarão excluídos da próxima corrida…

Paula AlvesEx-jornalista

Prenúncio

Page 41: Jornal REPÓRTER DO MARÃO

opinião repórterdomarãoI I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

4128 Set a 12 Out‘09

No actual contexto, em que se apresenta como imperiosa a participa-ção de todos na contenção da propa-gação de uma doença, a nova Gripe A, que assumiu já uma dimensão pandé-mica mas que pode, ainda assim, ser li-mitada na sua dimensão com a prática generalizada das medidas de protec-ção recomendadas, faz todo o senti-do reflectir na forma como são concre-tizadas estas medidas e nas soluções que são apresentadas à população, em particular no que diz respeito aos pro-dutos para limpeza e desinfecção das mãos e das superfícies.

As mãos são um dos mais impor-tantes veículos de transmissão de mi-cróbios causadores de doenças, sejam eles bactérias, vírus como o da actual Gripe A, ou outros. De facto, a via mais frequente de transmissão do vírus da gripe, é através das mãos sujas, por contacto com superfícies contamina-das ou através dos cumprimentos so-ciais. Tocar com as mãos contaminadas no nariz, na boca ou nos olhos, permi-te que o vírus entre no organismo indo causar a doença. É assim justificada a

necessidade de manter mãos e super-fícies limpas e desinfectadas a todo o momento.

Neste sentido, os produtos desin-fectantes têm cada vez mais procura por parte dos utentes das farmácias.

Importa também destacar que a par da desinfecção faz todo o sentido manter a saúde e o bem-estar da pele, procurando na farmácia produtos me-nos agressivos e mais seguros.

Limpar não é o mesmo que desin-fectar. De há muito que os higienistas enfatizam a importância de uma cor-recta lavagem das mãos como o pri-meiro marco no controlo das infecções. Lavar as mãos é uma garantia para melhorar os padrões da saúde públi-ca, tem a ver com os cuidados de saúde hospitalares como com as escolas, jar-dins-de-infância ou as nossas casas, é um dos mais eficientes métodos para a prevenção das doenças, desde a diar-reia e outras perturbações gastrointes-tinais até à gripe e à pneumonia.

Lavar é remover a sujidade e a hi-gienização das mãos é a medida mais importante para diminuir o risco de

transmissão de uma infecção de uma pessoa para outra. Deve lavar-se as mãos após tossir, depois de contac-tar com pessoas doentes, depois de ir à casa de banho, antes e depois de comer, ao chegar da rua e sempre que sinta-mos as nossas mãos menos limpas, pra-ticando uma técnica correcta de lava-gem - aplicando sabão sobre as mãos molhadas e esfregando uma mão contra a outra, após a aplicação de sabão, não esquecendo o dorso das mãos e os espa-ços entre os dedos, durante pelo menos 20 segundos), e secando bem as mãos, sempre que possível com toalhete de uso único. A lavagem deve ser frequen-te sendo que, para evitar que pele fique seca é recomendado o uso de um creme hidratante, para compensar. Só assim se previnem as fissuras da pele e se re-duz a contaminação das mãos.

Em alternativa ao sabão normal podem ser utilizados sabões ou outros preparados antisépticos.

Beja SantosAssessor do

Instituto do Consumidor

Mãos lavadas, mais saúde

A crise económica tem feito dispa-rar a pobreza, o desemprego e a desin-tegração social que são problemas cen-trais na sociedade actual sendo, hoje, motivo de grande preocupação.

Proponho assim uma breve refle-xão!

Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (2007), Portugal conta com dois mi-lhões de pobres o que equivale a um terço da população em idade activa.

Se formos observando o mundo que nos rodeia percebemos que o país está cada vez mais pobre e que esta pobre-za se mostra cada vez mais dramática à medida que vai passando o tempo.

A crise económica resulta em cri-se social que, por sua vez, resulta mui-tas vezes numa desorganização fami-liar conduzindo a graves situações de pobreza.

Esta é a realidade com a qual cada vez mais convivemos, se a observar-mos cuidadosamente percebemos que existem na nossa sociedade proble-mas extremamente sérios que carecem

de resposta social urgente. Necessida-des tão básicas como a alimentação e o acesso aos serviços de saúde, conside-rados bens essenciais à vida estão ac-tualmente gravemente comprometi-dos.

O banco alimentar contra a fome, constitui uma resposta provisória a si-tuações de carência alimentar com-provada. Esta procura de ajuda tem aumentado exponencialmente por fa-mílias carenciadas e parece perspec-tivar-se o risco de uma maior inci-dência, sobretudo pelo aumento do desemprego.

No campo das respostas sociais, as Instituições Particulares de Solidarie-dade Social, principais responsáveis actualmente por iniciativas de solida-riedade, vivem momentos muito di-fíceis, tendo necessidade também de recorrer frequentemente ao banco ali-mentar por incapacidade financeira para assegurar apoios aos seus uten-tes.

Os subsídios disponibilizados pelo governo podem ajudar, mas não resol-

vem o problema de fundo da nossa so-ciedade. O combate da pobreza deveria passar sobretudo por políticas educa-tivas no sentido de desenvolver estra-tégias pessoais, sociais e profissionais que permitam às pessoas ultrapassa-rem as mais variadas situações de cri-se com que se deparam.

Desta forma, parece urgente re-pensar as políticas sociais de carácter meramente assistencialista em Portu-gal de forma a responder a um proble-ma multidimensional grave, como é o caso da pobreza, apostando em polí-ticas estruturais tendo como linha de orientação a inclusão e o desenvolvi-mento sustentado da sociedade actual.

Alice BarbosaPsicóloga

Da crise social à pobreza

Page 42: Jornal REPÓRTER DO MARÃO

42repórterdomarão42 28 Set a 12 Out‘09

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I tecnologia/gadgets

Novo Creative Zen X-Fi 2já está à venda

O mais recente leitor multimédia ZEN incor-pora para além do X-Fi (Extreme Fidelity) um

ecrã táctil para uma fácil navegação nos conteú-dos do equipamento.

Este novo aparelho da Creative acede rapida-mente a toda a música, imagens e vídeos em vá-

rios formatos como é o caso de ficheiros MP3, WMA, AAC, Audible 4 e FLAC.

Aliado a toda a tecnologia de ponta, o novo Creative Zen X-Fi 2 apresenta um design subli-me, bastante apelativo para o público feminino.

HTC Touch2 chega às lojas em Outubro

A empresa HTC junta o lançamento do novo PDA com a saí-da do Windows Mobile 6.5, o novo software da Microsoft para os equipamentos móveis. O HTC Touch2 possui GPS e já traz ins-talado o Google Maps no navegador Internet Explorer e interfa-ce TouchFLO 3D. Com câmara de 3.2 megapixels, ecrã de 2.8 po-legadas, o novo HTC Touch2 oferece, também, suporte à maioria dos formatos de áudio e vídeo.

PC bonito e barato!

A Lenovo lança o novo computador de se-cretária - Lenovo C100 com ecrã LCD de 18.5 polegadas que integra o corpo do computador e que confere ao conjunto uma espessura de apenas 2 polegadas.Este PC inclui um processador Inter Core 230, 1 GB de RAM, gravador de DVD, disco rígido de 160 GB e 4 portas USB e traz o Windows XP.

iPhone 3G S– acessibilidade e rapidez

O novo iPhone 3Gs da Apple reúne novas aplicações e maior ra-pidez no seu funcionamento o que proporcio-na ao utilizador um aproveitamento eficaz do equipamento. O novo iPhone conta com uma câmara de ví-deo com 3 megapixels e um novo processador de texto que permite editar e enviar de seguida por sms ou e-mail. A partilha de ficheiros pela internet é agora mais fácil e rápi-da uma vez que a versão iPhone 3Gs tem um acesso mais rápido à internet.Aplicações como Bussola, Spotlight e Dictafone fazem parte do menu do 3Gs.

Nokia N900 no mercado em Outubro

O novo equipamento da Nokia traz um teclado QWERTY desli-zante e é compatível com redes móveis 3G/3G+. Com ecrã LCD

de 3.5 polegadas, o N900 tem uma memó-ria interna de 32 GB, sendo expandida

por cartões microSDHC. Com câma-ra de 5 megapixels e flash LED, o apa-relho tem conectividade Wi-fi, Bluetoo-th 2.1 e receptor GPS. Relativamente

ao software é de salientar que o N900 é compatível com a norma OpenGL ES 2.0

e suporta o Adobe Flash 9.4. No que toca a ficheiros multimédia, os formatos H.264,

MPEG-4, Xvid, WMV, MP3, AAC, AAC+, eAAC+, M4A, WAV e WMA são igualmente suportados. Tudo isto num equipamento que mede 110.9×59.8×18 mm e pesa 181 gramas.

Nokia lança o seu 1º netbook– BOOKLET 3G

Um aparelho que alia o design à mobilidade no trabalho, sempre com vista à navegação na in-ternet. O Nokia Booklet 3G vem equipado com Wi-fi e Blue-tooth e com conectividade 3G e HSDPA. O equipamento contém um processador Intel Atom, ecrã de 10 polegadas e resolução HD Ready e leitor de cartões SD. O primeiro netbook da Nokia com uma espessura ape-nas de 20mm vai estar à venda por cerca de 560 Euros. Um preço já habitual dos produtos Nokia.

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Page 43: Jornal REPÓRTER DO MARÃO

div|pub|editais repórterdomarãoI I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

4328 Set a 12 Out‘09

PRECISA-SEELECTRICISTAS

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‘UNIDOSPOR

OLIVEIRA’

Eleição para asAutarquias Locais

2009

A Lista de Grupo de Cidadãos “Uni-dos por Oliveira”, candidatos à As-sembleia de Freguesia de Oliveira, Concelho de Amarante, vem nos termos estatutários e para os efei-tos do Artº 21º da Lei nº 19/2003 de 20 de Junho, comunicar que consti-tui Mandatário Financeiro o senhor Carlos Fernando Teixeira Coelho.

CERCIMARANTEPAGAMENTO DE QuOTAS

A Cercimarante informa que os seus Associados podem pagar as suas quotas do ano de 2009 no estabelecimento LIVRARIA TULIPA, na Rua Cândido dos Reis, Amarante.

Depois de regressar às provas no Rali de Murça, a equipa MCoutinho Shell venceu a prova extra do Rali de Vila Real. A dupla de pilotos Manuel Coutinho e Manuel Babo foi a mais rápida, ficando sempre no primeiro lugar em todos os troços da prova.

O objectivo principal da equipa MCoutinho Shell era fazer quilómetros para testar o novo Mitsubishi Lancer Evo VI e acabaram a competição com o melhor tempo em todos os troços, alcançando assim o pó-dio na Prova Extra, que tinha 15 quilómetros de extensão.

Na prova para o campeonato nacional de ralis, a dupla Paulo Barata e António Santos assegurou o o primeiro lugar.

Rota dos Móveisrepete presença

na Intercasa

Três anos após a primeira participação na Feira Internacional de Decoração, a Rota dos Móveis de Paredes integra a lista de expositores da Intercasa, que

vai decorrer entre os dias 3 e 11de Outubro na FIL, Lisboa.

Da Rota dos Móveis de Paredes par-te para Lisboa uma equipa que integra 20 empresas de mobiliário e decoração, preenchendo assim cerca de 3 mil me-

tros do pavilhão 1 da FIL, no Parque das Nações.

Os empresários prometem surpreender os visitantes da feira, aliando o requinte

à sobriedade da decoração.

THE ENGLISH SCHOOLOF AMARANTECursos de inglês

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Equipa MCoutinho Shell vence Rali de Vila Real

Page 44: Jornal REPÓRTER DO MARÃO

repórterdomarão44 28 Set a 12 Out‘09

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I crónica|eventos

Américo e AldinaQuer o senhor fazer um bri-

lharete nessa coisa que vai es-crever para o jornal, e pede-me que lhe conte uma história das antigas. O senhor vai desculpar estas palavras, mas eu estou far-to. Estamos no sossego do lar, e aparece aqui gente estranha e sempre apressada. Aparecem e tiram-nos retratos, e estendem microfones, e filmam, e querem que lhes conte uma história, mas não querem saber se estamos bem, só querem que fiquemos bem no retrato.

De modo que não tenho dis-posição para lhe contar uma his-tória.

E quem é que vai ler? Eu até era capaz de ler, mas, infeliz-mente, tenho as vistas um boca-do cansadas. E como tenho o cé-rebro muito roto, deixo os óculos em qualquer parte, e depois es-queço-me deles, nunca sei onde os pousei. Quando a minha Aldi-na estava aqui comigo tratava-me dos óculos e tratava de mim.

A minha Aldina andava sem-pre a dizer-me “mete os óculos no bolso, Américo, ou põe-nos pendurados ao pescoço, toma o comprimido para isto, toma o comprimido para aquilo”.

Muitos comprimidos engo-lem os velhos.

A minha Aldina faz-me muita falta. Eu e a minha Aldina sem-pre fomos carne e unha. Agora, tanto se me dá como se me deu com os remédios, se tomei, to-mei, se não tomei é como se to-masse.

Veio muita gente ao funeral da minha Aldina, até fiquei ad-mirado, e as floristas fizeram bom negócio. Calhou num sá-bado à tarde, que é um dia bom para funerais. Se fosse a meio da semana não vinha tanta gen-te. Foi enterrada na nossa cam-pa. Foi cara, mas é nossa.

Desde que viemos para aqui, a minha Aldina gostava de ir to-dos os dias ao jardim, era como se fosse ao quintal e à capoeira lá de casa. Tinha aquela ideia de se levantar cedo, coitadinha, só para ir até ao jardim e voltar cá para dentro. Às vezes sentava-se num banco de pedra e punha-se a olhar para longe. A minha Aldina tinha olhos muito azuis e era bonita. Eu bem lhe dizia “ ó mulher, deixa-te estar mais um bocadinho na cama, o almoço e o jantar estão feitos, as batatas já foram semeadas e recolhidas, o porco está cevado, e salgado, e curado e comido, as galinhas já

puseram os ovos. E os nossos fi-lhos ligam quando podem, apa-recem quando lhes dá jeito, não há nada a fazer, é assim o mun-do. Agora estamos sempre em férias. Aldina, mete-te outra vez na cama e deixa-te estar comigo, vem aqui, ou queres que te li-gue a televisão?” . E ela fazia de conta que eu era um soco. A mi-nha Aldina estava muito surda e mais surda ficava para não me ouvir. Podia enganar os outros, mas a mim, não. Ela ouvia bem, mas fazia-lhe jeito fazer-se mou-ca, coitada da minha Aldina.

Em Setembro as folhas co-meçam a cair que é um sinal para os velhos. Folha caída, Ou-tono à porta.

Naquela manhã nem dei por nada, deixei-me estar na cama com os olhos fechados. Eu sem-pre gostei de sonhar com os olhos fechados. Com os olhos fechados vê-se melhor. E nes-ta idade, tome nota e nunca se esqueça, o melhor é fechar os olhos e fazer de conta que não ouvimos nada.

Mas como eu estava a contar-lhe, no dia onze de Setembro, numa sexta-feira, a minha Aldi-na deixou-me a sonhar, e foi dar a volta dela.

Chegou lá fora, andou o que lhe apeteceu, e depois sentou-se no banco de pedra a ver cair as primeiras folhas. E aproveitou para ir com as folhas.

E agora aqui estou à espera que eles me telefonem, o telemó-vel foi uma grande invenção, po-demos falar a qualquer momen-to. Tivemos três filhos, estão todos casados, mas vivem longe e têm a vida deles.

E acha o senhor, da maneira que tenho a minha vida, que ain-da tenho cabeça para lhe contar histórias?

Passe bem. E até um dia des-tes, se ainda cá estivermos.

[email protected]

António Mota

Andou o que lhe apeteceu, e depois sentou-se nobanco de pedraa ver cair asprimeiras folhas.

E aproveitou parair com as folhas.

Alta velocidade na Exponor Nos dias 3, 4 e 5 de Outubro decorre o MotorShow 2009 na Exponor. Esta

edição presta homenagem ao piloto Armindo Araújo, novo Campeão do Mundo de Produção. O piloto estará presente para satisfazer as delícias dos amantes do automobilismo.

O evento, para além da exposição dos automóveis de competição, integra a prova Troféu Piloto Motorshow numa pista indoor que vai proporcionar a parti-cipação do público.

A Organização confirmou a presença de carros das várias modalidades do desporto automóvel, nomeadamente o Peugeot 207 S2000 que Vítor Pascoal con-duz no Campeonato de Portugal de Ralis e o Opel Astra OPC de Ralicross, de Jo-aquim Santos. Armindo Aráujo vai também participar no Motorshow ao volante de um Mitsubishi Lancer Evolution.

Clássicos dos anos 50 e 60 no Douro Jazz

O Douro Jazz continua a dar músi-ca em tempo de Vindimas e Bragança é a próxima cidade. Drugstore Cowboy Quartet actua já no dia 1 de Outubro no Teatro Municipal às 21h30. Vila Real re-cebe o quarteto a 3 de Outubro.

Drugstore Cowboy é um novo e ex-citante quarteto que está a entrar ra-pidamente na cena jazz internacional. É co-liderado por músicos experientes de Londres, caso de Quentin Collins e Brandon Allen.

Samba no Coliseu do Porto e Campo Pequeno

O poeta do samba brasileiro, Seu Jorge, toca nas grandes salas nacionais a 9 e 10 de Outubro. Os bilhetes para os

espectáculos já estão à venda e prevê-se lotação cheia para Porto e Lisboa. Os preços variam entre os 22 e 29 euros.

Seu Jorge traz na bagagem Améri-ca Brasil, disco com o qual arrecadou o Grammy Latino na categoria MPB.

O músico conhecido pelos temas «Ana Carolina», «Burguesinha» regres-sa a Portugal para dois concertos memo-ráveis.

Bernando Sassetti conta histórias em Paredes

O pianista Bernando Sasseti parti-cipa no programa cultural “Conta-me Histórias” da Casa da Cultura de Pa-redes no dia 9 de Outubro, pelas 21h30. O músico português vai contar algumas histórias sobre as suas composições en-quanto toca cinco a seis temas da sua au-toria.

O programa “Conta-me Histórias” tem vários nomes agendados para par-ticipar na tertúlia musical, e Bernan-do Sassetti é o próximo músico que vai dar estória ao tema dos Xutos e Ponta-pés “Conta-me Histórias daquilo que eu não vi…”.Garrett ganha vida para con-tar a história trágica de D. Madalena, D. Manuel Coutinho e D. João de Portugal.

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pub repórterdomarão4529 Set a 12 Out‘09

O SEAT Exeo, a berlina desportiva da Marca, aumenta a sua oferta com a chegada ao mercado português da sua versão familiar, denominada ST, um veículo extremamente funcional em que o luxo, o conforto e o espaço estão associados à tradicional filosofia desportiva que caracteriza todos os mode-los da SEAT.

O novo SEAT Exeo ST vai mais além no que toca à versatilidade e funcionalidade interior, já que graças à sua carroçaria familiar e ao seu novo por-tão traseiro, a capacidade de carga aumenta con-sideravelmente. Adicionalmente, com o lançamen-to do ST, a gama do Exeo amplia a sua oferta de equipamento ao incorporar novos sistemas que me-lhoram a segurança e a habitabilidade a bordo, re-forçando assim a posição do novo modelo da SEAT dentro do segmento D das berlinas médias.

Uma das principais novidades, que fazem par-te do novo Exeo é o sistema de som BOSE, com 10 colunas de alta qualidade que garantem uma acús-tica perfeita dentro do habitáculo juntamente com um vasto leque de sistemas de navegação e infoen-tretenimento.

Outro dos elementos que se destacam no Exeo ST é o sistema WIV de manutenção variável, que permite prolongar de uma forma notável os inter-valos de serviço e informa o condutor do número de quilómetros que faltam até ao serviço seguinte.

Ressalva-se o serviço do nível de óleo bem como o desgaste das pastilhas do travão que também serão alvo destes avisos.

O novo Exeo ST distingue-se da versão qua-tro portas na carroçaria, uma vez que esta é ligei-ramente maior. Outros dos pormenores que per-mitem identificar o novo Exeo ST são as barras do tejadilho.

A oferta do novo SEAT Exeo ST é composta por três propulsores a gasolina -1.6 de 102 CV; 1.8 T de 150 CV e 2.0 TSI de 200 CV- e dois Diesel -2.0 de 143 e 170 CV (a versão de 120 CV irá ser disponi-bilizada até ao final do ano) - com filtro de partícu-las DPF e com tecnologia “common rail”. Todas as motorizações estão associadas a transmissões ma-nuais de 6 velocidades, cumprindo as especificações da normativa EU5 sobre as emissões poluentes e que será obrigatória em 2011.

Três versões do SEAT Exeo ST

O SEAT Exeo St está disponível em três ver-sões: Reference, Style e Sport. Na versão base, o Reference, estão incluídos 7 airbags de série, (a que se podem somar os traseiros de tórax, opcionais em toda a gama), Climatronic com duas zonas, ABS + TCS, ESP com assistência de travagem de emer-gência (EBA), desconexão do airbag do passagei-

ro, avisador de cinto de segurança para condutor, sistema WIV, encostos de cabeça optimizados, indi-cador de mudança de velocidade (excepto no motor 1.6 102 CV), jantes de aço de 16” com pneus 205/55, computador de bordo, vidros eléctricos dianteiros e traseiros, retrovisores eléctricos e aquecidos, bar-ras no tejadilho, suspensão confort, faróis de nevo-eiro, fecho centralizado das portas com comando à distância, compartimentos porta-objectos debaixo dos bancos dianteiros, porta-luvas iluminado, luzes de leitura dianteiras e traseiras, rádio CD com MP3 com entrada auxiliar para fontes de som (Aux-in) e quatro colunas, tomada de 12 V na bagageira, en-tre outros.

Na versão Style somam ao equipamento do Re-ference outros elementos práticos à condução como são o caso do banco do passageiro regulável em altu-ra, cruise control, kit fumador, retrovisores exterio-res com posição parking, sensor de estacionamento traseiro, sensor de chuva, acendimento automático dos faróis, espelho interior anti-encandeamento en-tre muitos outros de tecnologia de ponta.

A versão Sport tem o mesmo nível de equipa-mento da Style, diferenciando-se em pormenores como as jantes se liga leve de 17” com pneus 225/45, aplicação em alumínio nos vidros laterais, moldura do pilar B/C no acabamento “Glossy Black” e inser-ções em alumínio na protecção das embaladeiras.

Exeo ST é o familiardesportivo da Seat

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repórterdomarão46 10 a 23 de Set‘09

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I património

O Museu Municipal Amadeo de Sousa-Car-doso é um dos ex-libris da cidade amaran-tina. O edifício foi, outrora, uma bibliote-

ca e aquilo que conhecemos hoje foi fundado, em 1947, pelo dr. Albano Sardoeira que quis reunir num único espaço materiais respeitantes à histó-ria local e lembrar artistas e escritores nascidos em Amarante, como António Carneiro, Acácio Lino, Manuel Monterroso, Abade de Jazente, An-tónio Cândido, Teixeira de Pascoaes, Augusto Ca-simiro, Alfredo Brochado, Ilídio Sardoeira, Agus-tina Bessa Luís, Alexandre Pinheiro Torres, entre outros.

Instalado no Convento Dominicano de S. Gon-çalo de Amarante, uma construção executada ao longo dos sécs. XVI-XVIII, o Museu foi progressi-vamente ocupando alguns espaços do antigo con-vento, sucessivamente qualificados até ao projecto revalorizador de arquitectura, de 1980, de sentido moderno, do arquitecto Alcino Soutinho.

Este arquitecto projectou a reconstituição dos claustros, desvirtuados pela demolição do corpo que os separava, realizada em meados do século XIX.

Em nome de Amadeo e da historicidade da sua obra, o Museu procura uma senda de modernida-de. “Encadeiam-se as gerações de artistas, com as

obras e os autores possíveis, certamente com mui-tas lacunas que sempre desejamos ultrapassar, mas com uma coerência conciliadora das corren-tes artísticas com o acervo museológico. Às vezes, forçada a cronologia, proporciona-se, antes, o diá-logo das obras, das temáticas ou valoriza-se o es-paço e as releituras”, explica fonte do Museu.

Ainda segundo a fonte, Amadeo constitui a principal referência do Museu de que é patrono, e a aproximação à sua obra torna-o em “instru-mento de uma pedagogia da modernidade, com os percursos visíveis do cubismo à abstracção, com as notícias do futurismo, as marcas do expressio-nismo e as premonições do dadaísmo e seus ab-surdos”.

Valores de radicação e modernidade, que Al-mada Negreiros reconhecia como “descoberta de Portugal no século XX”, dão a esta obra um sen-tido de intemporalidade, só possível nos grandes criadores.

Redescoberto Amadeo nos anos 50-60, é em seu nome que no museu se reunirão obras de artis-tas vencedores do Prémio Amadeo de Souza-Car-doso, entre os equívocos de figurativos e abstrac-tos, alimentando a querela até ao questionamento da Escola de Paris, à dita morte das vanguardas americanas e anglo-saxónicas.

Museu de Amadeo“Obra com um sentido de intemporalidade, só possível nos grandes criadores” – Almada Negreiros Alexandre Panda | [email protected] | António Pinto | Fotos

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A mais recente Fotobiografia de Amadeo de Souza-Cardoso, que foi publicada na colecção Fotobiografias do Século XX, dirigida por Joaquim Vieira e editada pelo Círculo de Leitores, vai ser

posta à venda no início de Outubro pela Temas & Debates.

A Fotobiografia é da autoria da historiadora de arte Margarida Magalhães Ramalho e da artista plástica Margarida Cunha Belém.

Amadeo de Souza-Cardoso nasceu em Manhufe, Amarante, em 1887 e morreu pouco antes de completar 31 anos, vítima da “gripe espanhola”.

Amadeo tinha “a cabeça em Paris e o coração em Manhufe”, como afirmou António Cardoso, director do Museu Amadeo de Souza-Cardozo, em

Amarante. A “forte ligação” que o pintor manteve com a

terra onde nasceu é abordada na fotobiografia.Artista de referência na pintura portuguesa do

século XX, Amadeo fez o seu percurso rejeitando o academismo e a ortodoxia. “Eu não sigo escola alguma. As escolas morreram. Nós, os novos, só procuramos agora a originalidade. Sou impressionista, cubista, futurista, abstraccionista? De tudo um pouco…”, confessou Amadeo, em entrevista ao jornal O Dia.

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4728 Set a 12 Out‘09

Cartoons de Santiago

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Fotobiografiade Amadeo deSouza-Cardoso

SARKOZY2009

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