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* Esta edição foi escrita ao abrigo do novo acordo ortográfico * Nº 1236 | Quinzenário | Assinatura Nac. 40€ | Ano 26 | Diretor: Jorge Sousa | | Edição:Tâmegapress | Redação: Marco de Canaveses | 910 536 928 repór ter do marão do Tâmega e Sousa ao Nordeste 21 abr a 11 mai’10 Vila Real Internacionalização do circuito continua adiada Abel Macedo | SPN Alunos têm sobrecarga de aulas Marco de Canaveses Parlamento Jovem promove a cidadania Lousada Teatro de grande nível assinala 10 anos do Folia Paula Teles ‘Mobilidade é a minha bandeira’

Repórter do Marão

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Jornal Regional com maior tiragem de Portugal. Norte do País, distritos do Porto, Vila Real e Bragança

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Lousada

Teatro de grande nívelassinala 10 anos do Folia

Paula Teles

‘Mobilidadeé a minhabandeira’

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Ana Leite | [email protected] | Fotos | Ambisousa, J.S.

Entrevista a Macedo Dias | Processo deverá arr ancar este ano e localização exclui Lousada e Penafiel

Construir dois novos aterros sanitários – um processo que deverá arrancar ainda este ano –, continuar a apostar na triagem do lixo e focar-se nos resíduos orgânicos são os

grandes objetivos da Ambisousa (Empresa Intermunicipal de Tratamento e Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos) para os pró-ximos anos.

A Ambisousa iniciou a exploração do aterro sanitário de Penafiel em 2003 e do aterro de Lustosa (Lousada) em 2004, os quais estão a atingir o limite de armazenamento de resíduos sólidos urbanos, de acordo com o presidente da administração, Macedo Dias.

“Foram já feitos estudos de macro localização pela Faculdade de Engenha-ria do Porto e à partida existirão dois novos aterros [os estudos excluiram os dois concelhos onde já existem estruturas – Penafiel e Lousada]. Neste mo-mento o nosso plano de negócios está subordinado ao plano de decisão político. Penso que era bom tomar-se essa decisão ainda este ano”, disse.

Criada em 2002 a empresa serve os municípios de Castelo de Paiva, Fel-gueiras, Lousada, Paços de Ferreira, Paredes e Penafiel. O Vale do Sousa pro-duziu em 2009 cerca de 126 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos, das quais aproximadamente 39% eram resíduos orgânicos. Segundo Macedo Dias “está também já encomendado um plano de ação que aponta para a possibili-dade de construção de uma unidade de compostagem”.

“O país está a ser obrigado a fazer o tratamento dos resíduos orgânicos e estamos a tentar dar resposta a esse problema. Trata-se de uma diretiva co-munitária que já passou para a nossa legislação em que o País se comprome-te a não depositar em aterro determinadas quantidades de resíduos orgâni-cos”, afirmou.

A obra representará um investimento na ordem dos 7,3 milhões de euros e terá capacidade para dez mil toneladas de resíduos orgânicos.

Neste momento está ainda a ser implementado um programa de compos-tagem doméstica em colaboração com as câmaras municipais do Vale do Sou-sa e algumas juntas de freguesia.

“Este é um processo lento que tem que ser realizado faseadamente. Tem de existir um acompanhamento de proximidade às famílias que se volunta-riam a fazer a compostagem nos seus domicílios. O nosso objetivo é chegar às oito mil famílias”, referiu.

A Ambisousa explora desde 2003 a Estação de Triagem de Lustosa e a de Cristelo (Paredes), desde 2006. Em termos de reciclagem a quantidade de resíduos reciclados quase triplicou entre 2004 e 2009. “Começou-se a melho-rar os rácios em termos de ecopontos por habitante e tudo o que é reciclável é encaminhado para a Sociedade Ponto Verde. Temos feito um bom trabalho nesta área”, salientou.

| Aterro de inertes |Está praticamente pronto a utilizar o aterro de inertes construído pela

Ambisousa em Penafiel e que se destina à deposição de resíduos provenientes de obras de construção civil e demolição.

De acordo com Macedo Dias “a obra custou cerca de 600 mil euros e tem uma capacidade para 150 mil metros cúbicos de inertes”. “Esta construção permitiu a requalificação da antiga louseira da Serra da Boneca. Os inertes po-dem ser-nos entregues em bruto que nós fazemos a separação. Hoje em dia não se justifica depositar detritos de obras nas florestas”, mencionou.

| Duas centrais de biogás | Atualmente a empresa de tratamento de resíduos explora duas centrais

de valorização energética de biogás, uma em Rio Mau (Penafiel) e outra em Lustosa, que produziram em 2009 seis milhões de quilowatts/hora de energia. A energia produzida foi vendida na totalidade à EDP, o que representa fatura-ção anual de cerca de 600 mil euros.

Para o dirigente da empresa a cons trução das centrais permitiu “a dimi-nuição de emissão de dióxido de carbono e metano, a produção de energia re-novável e contribuiu para a melhoria ambiental”.

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Ana Leite | [email protected] | Fotos | Ambisousa, J.S.

Entrevista a Macedo Dias | Processo deverá arr ancar este ano e localização exclui Lousada e Penafiel

Sensibilização ambientalassociada a mais-valias sociais

A empresa intermunicipal Ambisousa tem pro-movido diversas campanhas de sensibilização am-biental, destinadas à população dos seis municípios do Vale do Sousa que representa.

Em 2006 lançou o “Projeto Tampinhas” que já permitiu recolher 135 toneladas de tampas. Esta campanha de beneficência tem-se revelado um “su-cesso” e possibilitou, de acordo com Macedo Dias, presidente da Administração da Ambisousa, “asso-ciar as mais-valias sociais às ambientais”.

“Os 60 mil euros resultantes da recolha deste ma-terial já permitiram à Ambisousa oferecer várias ca-deiras de rodas, camas articuladas e outros equipa-mentos ortopédicos a associações do Vale do Sousa e do norte do país”, referiu.

A Ambisousa iniciou ainda em 2007 uma ação de comunicação e sensibilização no Vale do Sousa sobre o destino correto para os Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos (REEE).

A empresa instalou em locais de grande afluên-cia populacional uma “banca” de divulgação onde se distribuíam brochuras informativas, com o objeti-vo de “elucidar para a importância de encaminhar os REEE para os centros de receção e ecocentros”.

“Temos um centro de receção de REEE no ater-ro sanitário de Penafiel. Os materiais são depois reen-caminhados para a Sociedade Ponto Verde. Esta ação permite que estes resíduos deixem de ter como desti-no final as florestas”, explicou.

Com o intuito de sensibilizar a população do Vale do Sousa para a separação de embalagens metálicas de refrigerantes e de cerveja, a empresa intermunici-pal lançou, em 2008, a campanha “Tens lata?”.

Esta iniciativa pretende incentivar a entrega de embalagens metálicas nos Aterros Sanitários de Lus-tosa e Penafiel, na Estação de Triagem de Cristelo e na sede da Ambisousa, entidade que oferece prémios de acordo com o número de latas entregues.

Na opinião de Macedo Dias “as pessoas estão atu-almente mais conscientes dos problemas ambientais e colaboram cada vez mais neste tipo de iniciativas”.

“Esta continua a ser uma atividade com muito im-pacto. De agosto de 2007 a março de 2008 foram reco-lhidas cerca de 17 toneladas de latas e de outubro de 2009 a março (vai até maio) de 2010 já foram recolhi-das 13. Os números dizem tudo”, mencionou.

Todas estas campanhas encontram-se a decor-rer atualmente “de uma forma bem sucedida e con-tribuindo para uma melhoria ambiental”.

A Ambisousa vai também organizar pela quar-ta vez consecutiva as “Jornadas do Ambiente”, uma atividade que tem como objetivo sensibilizar os mais novos para que juntamente com os seus professores, educadores e auxiliares de ação educativa adotem comportamentos ambientalmente sustentáveis.

Nos últimos três anos e durante três dias, o ater-ro de Lustosa abriu as portas às crianças do 1º Ciclo do Ensino Básico dos diversos municípios do Vale do Sousa (Castelo de Paiva, Felgueiras, Lousada, Paços de Ferreira, Paredes e Penafiel).

No aterro de Lustosa têm sido promovidos vários jogos e atividades lúdico-pedagógicas que abordam diversas temáticas como resíduos, centro de triagem, ecoponto, reciclar e reutilizar, desenvolvimento sus-tentável e pegada ecológica. A ação inclui ainda uma visita guiada ao Centro de Triagem de Lustosa.

Macedo Dias é presidente da Ad-ministração da Ambisousa desde a sua fundação, em 2002. Tem 60 anos e possui uma licenciatura em Engenha-ria Química.

Efetuou os trabalhos de preparação de doutoramento em Química nos Es-tados Unidos da América, sendo atual-mente professor associado na Univer-sidade Fernando Pessoa.

Foi também auditor do curso de de-fesa nacional.

Entre 1993 e 1996 foi diretor de ser-viços na Direção Regional de Ambien-te norte, ascendendo a diretor regional entre 1996 e 2001.

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Bombeiros do Marco renovam frota automóvel

O s Bombeiros Voluntários do Marco de Canaveses apresentam, no final de maio, a primeira fase da renovação da

frota automóvel – cinco novas viaturas, quatro ambulâncias para transporte de doentes e um veículo de combate a incêndios. Segundo a dire-ção, trata-se de uma medida de gestão oportuna para diminuir as elevadas despesas de manuten-ção das viaturas mais velhas. O investimento é de 170 mil euros.

A Direção dos bombeiros decidiu adquirir os novos veículos às empresas MCoutinho e Pereira & Irmão, adiantou ao Repórter do Marão Cláudio Ferreira, presidente da Direção da Associação Hu-manitária dos Bombeiros Voluntários do Marco de Canaveses. Foi decidido “contratar as cinco viatu-ras a duas empresas da região. São empresas co-merciais, mas fizeram-nos umas condições excecio-nais”, afirmou Cláudio Ferreira.

As viaturas “estão encomendadas e têm que ser transformadas” devendo ser apresentadas dentro de um mês.

As medidas de renovação das viaturas dos bom-beiros incluem a venda em leilão de quatro lotes de veículos (14), a realizar em breve.

“A manutenção das viaturas tornava-se dispen-diosa. Havia aqui viaturas com mais de 500 mil quiló-metros. Era preciso renovar: pelo lado financeiro e no conforto e qualidade porque não estamos a transpor-tar sapatos...”, diz o presidente da Direção dos bom-beiros numa alusão ao transporte de doentes que “é a principal fonte de receita e de despesa da corporação”.

Mensalmente, em média, os bombeiros recebem pelo transporte de doentes 30 mil euros. Por dia são transportados cerca de 150 doentes de todo o con-celho para hospitais e clínicas de concelhos vizinhos e do Porto. As delegações de Constance e Vila Boa do Bispo também fazem esse trabalho.

O atraso nos pagamentos dos transportes de do-entes pelo Ministério da Saúde reduziu significativa-mente. “Agora as coisas estão um bocadinho melho-res. Já houve atrasos de seis meses, depois de quatro meses e agora estamos a falar de um atraso de 60 dias. A situação está bastante melhor”, considera Cláudio Ferreira. Essa melhoria, salienta, deve-se aos respon-sáveis da Administração Regional de Saúde do norte. “Tive reuniões no Porto e aqui, com o dr. Carlos Gui-marães, que foi excecional, sensível à questão. Depois dessa reunião as coisas melhoraram bastante”.

Depois das novas ambulâncias para transpor-te de doentes, há a intenção de “renovar também

as ambulâncias de socorro”, projeto que ficará para “uma segunda fase”, se Cláudio Ferreira continu-ar na Direção dos bombeiros. Também a autoesca-da está a fazer a manutenção anual e estará opera-cional em breve. As eleições são em 2011 e a decisão vai depender do que disser a família, o núcleo duro que o acompanha e os bombeiros. “Sinceramente, ainda não sei”, respondeu, sobre a possibilidade de um novo mandato.

O presidente da Direção dos bombeiros reco-nhece que “os apoios da Câmara são importantes [na ordem dos 100 mil euros anuais] e a instituição precisa deles. A verba é importante e bem-vinda”, afirma, mas lembra que o responsável máximo da Proteção Civil no concelho é o presidente da Câma-ra, daí o apoio da autarquia fazer todo o sentido. “As relações com a Câmara são boas porque eu não mis-turo as coisas. Na qualidade de presidente dos bom-beiros nunca fui oposição a ninguém. Sobretudo nos meios pequenos, as pessoas têm tendência a mistu-rar tudo. Respondo a essas pessoas com trabalho”.

Sobre o novo comandante dos bombeiros, Albi-no Loureiro, diz que foi “uma aposta minha e da Di-reção. Está a trabalhar desde outubro de 2009 e eu estou contente. Dá-nos a garantia de um bom tra-balho”. Paula Costa

repórterdomarão04 21 abr a 11 mai’10

Uma corporação que “hoje é uma empresa”, é como o presi-dente da Direção vê os bombeiros do Marco. Aos 33 anos, Cláu-dio Ferreira é, de acordo com a Liga de Bombeiros, o presiden-te da Direção mais jovem do país, e diz ter a noção exata do que pretende fazer.

“Vim para gerir isto como uma empresa” que “tem 39 fun-cionários, fatura quase um milhão de euros por ano, tem 40 e tais viaturas e uma despesa mensal a rondar os 50 mil euros. Quer di-zer, não se pode dormir… isto não se pode levar a rir. É preciso estar todos os dias em contacto com as pessoas. Não se pode vir aqui uma vez por mês”.

Sobre a situação atual da corporação, Cláudio Ferreira é ta-xativo: “esta casa está no bom caminho, mesmo em termos finan-

ceiros. A dívida era de 230 mil euros em fevereiro de 2008, a for-necedores e à banca. Fiz uma auditoria interna e vi a situação”. Foi reduzida em 70 por cento em dois anos.

Enquanto enumera o que foi feito, anuncia a expectativa de os bombeiros do Marco serem “a segunda corporação do país a ter a certificação de qualidade”.

“Já foi feita a primeira fase da certificação da qualidade. Mu-dámos processos, informatizámos serviços, ligámos esta casa em rede. Processos como a logística, o aprovisionamento, o farda-mento, o secretariado, tudo em rede, a falar uma única voz. E co-meçámos a fazer contabilidade organizada”, salientou.

Com 5 400 associados, a corporação tem cerca de 170 bom-beiros. Dos 39 profissionais, as mulheres já somam uma dezena.

Cláudio Ferreira | Gerir a corporação como uma empresa

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Paula Costa | [email protected] | Fotos P.C. | J.S. | CMMC

Marco de Canaveses | Iniciativa diferente para comemorar o 25 de Abril

Parlamento Jovem p romove a cidadania Q uase meia centena de estudantes de escolas do conce-

lho do Marco de Canaveses vão exercer por um dia o papel de políticos eleitos e ser os protagonistas da se-

gunda Assembleia Municipal de Jovens, agendada para 23 de abril. Iniciativa da Assembleia Municipal do Marco de Canave-ses, que arrancou em 2009, a Assembleia de Jovens é uma for-ma de mostrar aos jovens o que é e como funciona uma assem-bleia municipal. Os temas foram escolhidos pelas escolas e são de âmbito diverso. Vão da biodiversidade à defesa do patrimó-nio ou à educação sexual nas escolas (ver caixa). Na presença dos vereadores e do presidente da Câmara Municipal, o regi-mento é cumprido como numa assembleia municipal convencio-nal. Aos alunos compete apresentar o tema e sugerir propostas de recomendação. Tal como acontece nas assembleias munici-pais, há um líder em cada um dos nove grupos participantes.

Atualmente a frequentar o 12.º ano na área de Humanida-des na Escola Secundária de Alpendorada, Vítor Silva tem me-mórias positivas da sua participação e da dos companheiros de turma na primeira Assembleia Municipal de Jovens. “Foi uma muito boa experiência”, disse ao Repórter do Marão. Vítor e os colegas, todos da mesma turma, foram escolhidos pelos profes-sores que tiveram em conta a capacidade de expor e argumen-tar de cada um. Concluído o projeto, que propunha a criação de uma casa da juventude para dar respostas à ocupação dos tem-pos livres dos jovens do concelho, foi preciso expô-lo e defendê-lo na assembleia. O resultado foi “muito positivo e gratificante” porque permitiu “tomar conhecimento” do que é e como funcio-na uma assembleia, destaca o jovem que deixa algumas suges-tões aos participantes deste ano. “Que tentem defender bem o tema”, através de “bons argumentos para que possa ser feita alguma coisa”.

Vítor ainda não definiu se vai continuar a estudar, mas sabe que não vai tirar um curso superior. Nos tempos livres trabalha num café-restaurante em Vila Boa do Bispo.

Na Escola Secundária do Marco de Canaveses a participa-ção na assembleia começou a ser preparada antes da pausa le-tiva para as férias da Páscoa. A professora Maria Elisa Perei-ra voltou a ser escolhida para acompanhar o grupo de alunos. “Comecei por fazer a seleção entre alunos da área de Humani-dades e Economia. Fundamentalmente são alunos de turmas do 12º ano com quem eu trabalho e há ainda uma aluna do 11.º ano”. A escolha dos jovens que vão participar fez-se a partir de um grupo prévio de voluntários.

Para a escolha do tema foi feito um pequeno inquérito e daí surgiu o tema mais votado: o ordenamento do território. “O tra-balho é basicamente dos alunos. A minha tarefa é coordenar as atividades e orientá-los na medida do possível. [Os alunos] di-

vidiram tarefas para pesquisar, fazer contactos e informarem-se sobre o tema”, através da análise do Plano Diretor Munici-pal, da internet, de contactos com pessoas da Câmara e com outras pessoas que os informassem. Foi “traçado o perfil dos problemas e das propostas” que vão ser apresentadas pela alu-na líder do grupo. Sara Pereira, 17 anos, frequenta o 12.º ano e pretende continuar a estudar para tirar um curso universitário na área da economia. Conta que tem um familiar afastado que pertence ao executivo da Junta de Freguesia de Tuías, fregue-sia onde mora.

Diz que gosta “de política, de estar a par do que se passa” e não rejeita a possibilidade de vir a ter atividade política. Mas essa não é uma prioridade, apesar de um amigo lhe ter propos-to a entrada na JSD. “Primeiro quero acabar o meu curso e ter o meu emprego. Mais para a frente, porque não?”.

| Jovens valorizam o 25 de Abril |Sobre o 25 de abril de 1974, Sara Pereira deixou, na breve

conversa com o Repórter do Marão duas ideias: “Agora temos a liberdade de expressão que é fundamental e temos a nossa própria liberdade. Antes do 25 de abril as pessoas viviam mui-to pressionadas”.

Noutra zona do concelho, na Escola EB 2,3 de Sande, o gru-po de alunos do 9.º ano trabalhou sobretudo na disciplina de Àrea de Projeto, no horário em que também desenvolvem as atividades do clube ambientalista Os Reciclas.

Começou-se por fazer a escolha do tema. “Dentro das ques-tões ambientais, e sendo 2010 o Ano Internacional da Biodi-versidade, que é um tema do programa Eco-Escolas, achamos que fazia todo o sentido”, explicou a professora Zélia Noguei-ra. “Este ano, primeiro escolheu-se o tema e depois os alunos que se encaixariam melhor no perfil até porque não tínhamos muito tempo. Utilizaram as aulas de estudo acompanhado para apressar um bocadinho mais”, uma vez que trata-se de alunos finalistas do 3.º Ciclo e que vão ter exames no final do ano leti-vo, lembra Paulo Costa, professor de Português. “A escolha foi um bocado à ditadura porque tínhamos pouco tempo a partir do momento em que soubemos”. Tentou-se “otimizar ao máxi-mo” e “aproveitar a apetência de cada um”. Quanto à líder, foi “voluntária à força”.

A poucos dias da assembleia faltava “aperfeiçoar” alguns aspetos.

Para os alunos, a experiência de estar pela primeira vez no salão nobre da Câmara do Marco vai permitir “aprender um pouco”. E é uma oportunidade de “poderem mostrar algum trabalho que estão a fazer e trazerem algum conhecimento para a escola”, diz Paulo Costa.

Escola Secundária C/3 do Marco

EB 2, 3 de Sande

Vereadorapelouro da Educação

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Paula Costa | [email protected] | Fotos P.C. | J.S. | CMMC

Quanto às opiniões sobre o que é possível fazer na política, há diver-gências: “Portugal está mal e não há nada a fazer. Pode vir o presidente que vier”, comenta um aluno, ideia logo contestada por uma colega para quem há “muita coisa a fazer”, sobretudo na área do ambiente como ficou demonstrado na campanha “Limpar Portugal”que a escola divulgou e em que participaram vários alunos nas freguesias onde moram.

A política não é totalmente indiferente aos alunos, nota o professor, recordando as últimas eleições autárquicas que “mexeram, mesmo com estes miúdos mais novos”.

O grupo que representa a Escola Profissional de Agricultura e De-senvolvimento Rural de Marco de Canaveses vai levar à assembleia um trabalho de levantamento dos edifícios com traça agrícola que estão aban-donados na zona da escola, e apresentar um conjunto de sugestões de aproveitamento e requalificação desses espaços. O tema faz parte da Pro-va de Aptidão Profissional do líder do grupo, Diogo Reis, aluno finalista do curso de Técnico de Turismo Ambiental e Rural. O trabalho, feito em conjunto com a Escola Profissional de Arqueologia, “já está pronto” e in-clui a projeção de um pequeno filme, adiantou ao RM Mónica Dias, a pro-fessora que orienta pelo segundo ano o grupo da Escola Profissional de Agricultura.

Marco de Canaveses | Iniciativa diferente para comemorar o 25 de Abril

Parlamento Jovem p romove a cidadania António Coutinho, presidente da Assembleia Municipal

Para o presidente da Assembleia Municipal do Marco de Canaveses, António Coutinho, a Assem-bleia Municipal de Jovens é um “exercício de cidada-nia” que ambiciona contrariar o “desconhecimento e distanciamento” dos jovens em relação à política. Os 45 jovens “deputados” representantes das escolas pro-fissionais, do 2.º e 3.º ciclos e do ensino secundário do concelho vão estar num palco que é “o órgão por exce-lência em termos do debate político”, lembra o presi-dente da Assembleia Municipal.

Aos estudantes é dado “um dia para debater” as-suntos do seu interesse com o executivo da Câmara.

Após a primeira Assembleia Municipal de Jovens houve “assuntos que a Câmara trabalhou” e há dados que indicam resultados “bastante positivos”, conside-ra António Coutinho, que mantém a expectativa de que o assunto cative o interesse dos jovens e os faça “despertar para o debate político”.

Gorete Monteiro, Vereadora com pelouro da Educação

A Assembleia Municipal de Jovens proporciona “intervenções interessantes” em parte porque os alu-nos “trazem assuntos do seu próprio interesse”, con-sidera a vereadora do pelouro da Educação da Câma-ra do Marco, Gorete Monteiro. A vereadora vai voltar a participar na assembleia a que atribui um “papel importantíssimo” ao permitir “dar a conhecer o tra-balho da Assembleia Municipal à população e até desmistificar um bocadinho” ideias erradas que per-sistem e são motivadas pela falta de conhecimento.

Assuntos como os impactos negativos das pedrei-ras da freguesia de Rosém, a ocupação dos tempos li-vres dos jovens do concelho ou os transportes esco-lares, debatidos na sessão do ano passado, reflectem preocupações dos jovens e “mostram o seu interes-se pelo que se passa na própria escola, no concelho e mesmo no país”. Gorete Monteiro garante que “hou-ve continuidade” no tratamento dado a alguns pro-blemas relatados pelos jovens na sessão.

Educação sexual - EB 2,3 do Marco de CanavesesLevantamento do património local - Escola Profissional de Arqueologia Ordenamento do território - Escola Secundária C/3 do Marco de Canaveses O Turismo rural e a reabilitação do património rural - Escola Profissional e de Desenvolvimento Rural de Marco de CanavesesBarreiras arquitetónicas - Escola EB 2,3 de Alpendorada Mens sana in corpore sano - Escola Secundária C/3 de AlpendoradaFalta de espaço - Espaços Escolares (desadequados /insuficientes) - Escola EB 2,3 de Toutosa Biodiversidade – será que a tua escola aposta o suficiente na bio-diversidade? - Escola EB 2,3 de Sande Mini–Jogos Olímpicos do concelho - Escola Profissional Centro de Estudo e Trabalho da Pedra

Ordem do Dia da sessão

Presidente daAssembleia Municipal

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Carlos Alexandre | [email protected] | Fotos Carlos Gonçalves

Paula Teles sem b arreirasE xtrovertida, inteligente, dinâmica, feminina e sensual são adje-

tivos que casam bem com Paula Teles, engenheira civil de Alva-renga, Arouca, avessa a rotinas, que trabalha mais e pensa mais

à frente do que a maioria. Desenha cidades para todos, no país e no es-trangeiro.

O que esta engenheira que queria ser arquiteta está a fazer em Penafiel vai marcar o futuro da cidade e dos seus habitantes. Na qualidade de vereadora, uma experiência nova em 41 anos de vida muito preenchida, está a projetar a marca “Penafiel: uma cidade acessível, uma cidade com mobilidade”, mas essa é apenas uma pequena parte do que esta técnica, que quis conhecer por dentro a política, realiza no seu dia-a-dia.

“Tirando as aulas que dou na Universidade de Trás-os-Montes, sempre às se-gundas feiras, a minha vida não tem nada de rotina”, disse, sorridente, ao Repór-ter do Marão (RM).

Paula Teles fala em agenda de “geometria variável” e explica o conceito: “É um privilégio poder ter essa geometria, que vai variando ao longo da semana e do mês e me permite estar sempre em sítios diferentes e com pessoas diferen-tes, divertindo-me muito mais”.

| Na política por convite |A entrada na política foi espontânea e contraria a ideia de planeamento que

rege quase tudo na sua vida. O convite surgiu quando colaborava com o municí-pio penafidelense, um dos 80 com quem cooperava no âmbito do projeto da Rede de Cidades e Vilas com Mobilidade para Todos, criado e desenvolvido por si des-de 2003, em colaboração com a Universidade de Aveiro.

“[O doutor Alberto Santos] Era o único presidente que podia ter feito um con-vite desses e o único a quem poderia ter dito que sim, apesar de ter recebido con-vites semelhantes de outros municípios”, contou.

A autarca é clara nos elogios ao líder penafidelense: “Reconheço-lhe um ta-lento muito grande. É alguém com quem posso partilhar o futuro, alguém que aceita muito bem estas ideias modernas e que, com risco, diz: ‘avance’”.

E a engenheira civil, com mestrado em Planeamento e Projeto do Ambiente Urbano, acabou por aceitar, aproveitando as verbas resultantes da candidatura apresentada ao QREN no mandato anterior, para a qual trabalhou.

“Estive na equipa que lutou pelo QREN, que pensou as ideias, e, agora que tive o dinheiro, era uma pena não estar aqui para apanhar os foguetes”, justificou,

considerando uma “honra” assumir, por exemplo, o pelouro da Regeneração Ur-bana, que “vai marcar o futuro de Penafiel nas próximas décadas”.

| Público e privado |A vereadora a meio tempo quer chegar ao final dos quatro anos e mostrar que

se consegue fazer no terreno aquilo que se projeta no gabinete, mesmo saben-do que “os mecanismos de uma câmara não são iguais aos da vida empresarial”.

“Aqui tem de se gastar muita energia, porque as coisas fazem parte de uma máquina, e, se há funcionários fantásticos, há outros que funcionam menos bem. Esses são os momentos de maior fragilidade, mas, depois, quando vou para as ou-tras câmaras, já não como vereadora, vejo que é tudo igual ou pior”, confessou.

Na sua empresa, a m.pt, onde lidera uma equipa de 22 funcionários a tempo inteiro e outros tantos em part-time (entre arquitetos, planeadores e geógrafos), garante que problemas de empenhamento são resolvidos na hora com o despedi-mento dos infratores.

Paula Teles disse-o com a mesma naturalidade com que explicou as razões de não querer ter sócios: “O meu escritório é a minha casa e tenho exatamente a mesma decoração num e noutro. Agora, imagine o que era ter um sócio a implicar por ter gasto determinado dinheiro num candeeiro ou num quadro”.

| m.pt é líder na mobilidade |Com cinco anos, a m.pt surgiu associada ao trânsito, e por ser uma via “mais

fácil” para se chegar às pessoas, explicou Paula Teles, conhecida ainda hoje em muitos municípios como a “engenheira do trânsito”, apelido que lhe ficou dos 10 anos de ligação à Câmara de Matosinhos, onde coordenava a Divisão de Trânsito.

A empresa começou por fazer placas, posturas e sinais de trânsito, num tra-balho que ganhava cada vez mais clientes – 80 municípios no primeiro ano –, e os contactos dispararam no momento em que foi convidada pela Universidade de Aveiro para coordenar o tal projeto nacional da Rede de Cidades e Vilas com Mo-bilidade para Todos.

Hoje, a m.pt, com escritório no Porto, trabalha com 130 municípios e entre 10 e 15 instituições nacionais, inclusive o próprio Governo. “Pela primeira vez, es-tamos a lançar-nos no mundo privado e, a convite de alguns grandes grupos na-cionais, como o Lena ou o BPI, estamos a trabalhar na eliminação de barreiras”, acrescentou.

Há cerca de dois anos, a empresa começou também a trabalhar no desenho urbano, como já aconteceu com o centro de S. João da Madeira, em Peniche ou Viseu, e irá acontecer, no fim do verão, com o centro de Vilamoura, no Algarve.

“Neste momento, estamos a arrancar com a arquitetura, pela simples razão de as pessoas saberem que desenhamos para todos. Um edifício desenhado pela m.pt é um edifício para todas as idades, para todas as doenças e para todos”, re-velou Paula Teles.

Esses cuidados com a mobilidade valeram entretanto o convite do Governo para desenhar o Centro de Alto Rendimento do Pocinho (o projeto tem uma do-tação de 10 milhões de euros e vai dar apoio aos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012), visando a criação de condições para acolher atletas de remo adapta-do. Existem também “grandes possibilidades” de a empresa arrancar com vários projetos em Espanha, onde já trabalha com um parceiro.

Paula Teles tem uma visão curiosa sobre esta temática: “Se os engenheiros e os arquitetos fossem responsáveis, este assunto de desenhar sem barreiras não era assunto. O mais curioso é que vim a descobrir que toda a gente em Portugal fazia de conta em relação a uma lei que existe”.

Paula Teles sabe bem do que fala, pois foi ela que, a pedido do Governo, dese-nhou essa lei para Portugal.

Vereadora na Câmara Municipal de PENAFIELcarrega a bandeira da Mobilidade

A m.pt está a desenhar o Centro de Alto Rendimento do Pocinho (o projeto tem uma dotação de 10 milhões de euros e vai dar apoio aos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012), visando a criação de condições para acolher atletas de remo adaptado.

“Se os engenheiros e os arquitetos fossem responsáveis, este assunto de desenhar sem barreiras não era assunto. O mais curioso é que vim a descobrir que toda a gente em Portugal fazia de conta em relação a uma lei que existe”.

Page 9: Repórter do Marão

Paula Teles sem b arreiras

Vereadora na Câmara Municipal de PENAFIELcarrega a bandeira da Mobilidade

| A primeira a saber das novidades |A vida desta mulher, que também escreve li-

vros e é mãe de duas crianças menores, passa ain-da por Bruxelas, onde, de três em três meses, al-ternadamente com Lisboa, preside à Comissão Técnica de Acessibilidades da União Europeia.

Foi precisamente na capital portuguesa que Paula Teles ganhou essa presidência há dois anos e meio. “Fui convidada a participar numa reunião que iria definir a comissão técnica que represen-tasse Portugal em Bruxelas e só quando cheguei a Lisboa percebi que estava no meio de uma elei-ção”, recordou, sem esconder o “gozo” por ter ga-nho a batalha regional (era o Porto contra Lis-boa), num “exercício quase académico”.

“Tive de fazer um programa a correr. De-ram-nos meia hora a cada um e ganhei por sete votos”, acrescentou.

Na comissão, que tem por finalidade definir um manual com as práticas de mobilidade na Eu-ropa, Paula Teles tem a vantagem de ser a pri-meira a saber das novidades.

| Pequenas coisas, grandes prazeres |Não recebe qualquer comparticipação pe-

las deslocações e outras despesas, mas, em con-trapartida, tem a possibilidade de viajar, um dos prazeres da vida que mais aprecia e procura des-frutar.

Paula Teles tem a vantagem de conseguir descansar nesses momentos, mesmo quando isso significa “saltar” de um trabalho para o ou-tro, em especial quando conduz, o que a faz “re-laxar muito”.

“Não gosto de estar isolada, não preciso de silêncio, eu gosto de confusão”, observou, lem-brando que se habituou a estudar no autocarro quando ia para Arouca, Aveiro, ou no regresso à aldeia (Alvarenga). “Tinha tantos ensaios… era a música, o grupo de jovens ou o jornal”, recor-dou, sorridente.

No meio de tantos afazeres, guarda para si e os seus o domingo, conseguindo ainda retirar prazer de pequenas coisas, como ir ao super-mercado, cozinhar, andar de bicicleta, tocar vio-la, clarinete, órgão ou piano, ou desenhar as suas próprias roupas. “Nesta vida, há duas coisas im-portantes: temos de ser trabalhadores e fazer por sermos felizes”, concluiu.

Page 10: Repórter do Marão

A Escola Profissional de Ar-queologia é uma Escola Pública, de âmbito nacional, promovida pelos Ministérios da Educação e da Cultura.

Sediada na Área Arque-ológica de Freixo, Marco de Canaveses, uma vasta estação arqueológica onde se situam as ruínas da cidade romana de Tongobriga.

Esta Escola proporciona cur-sos profissionais de nível 3, com duração de 3 anos. Destinam-se a jovens com o 9º ano de esco-laridade, que pretendam uma formação predominantemente orientada para a inserção no mundo do trabalho.

Conferem dupla certificação: qualificação profissional que permite o ingresso no merca-do de trabalho como técnico intermédio, e equivalência ao 12º ano de escolaridade que possibilita o acesso ao ensino superior.

Da sua oferta formativa fazem também parte cursos de Educa-ção e Formação de Adultos.

UMA MARCANO PATRIMÓNIO

Assistente de Arqueólogo

Profissional qualificado que, em trabalho de campo e de laboratório, está apto, sob orienta-ção directa do arqueólogo, a executar tarefas no domínio da investigação, registo, análise e conservação de sítios e materiais arqueológi-cos, sendo capaz de utilizar os equipamentos e aplicar as técnicas necessárias à execução de trabalhos de escavação, prospecção, topogra-fia, cartografia, desenho, fotografia, conserva-ção e restauro de bens arqueológicos.Exerce a sua actividade em empresas privadas e nas carreiras da Função Pública, ligados a Instituições Públicas, Câmaras Municipais e Parques Arqueológicos.

Técnico de Recuperação doPatrimónio Edificado

Profissional qualificado que, sob orientação directa de um técnico superior da área, está apto a executar trabalhos de inventariação, levantamento, diagnóstico, conservação pre-ventiva e recuperação de património edificado, utilizando as tecnologias, técnicas e materiais adequados ao edifício em causa, assegurando a sua reabilitação cultural e funcional.Exerce a sua actividade em empresas privadas e nas carreiras da Função Pública.

NOVO CURSO

ESCOLA PROFISS IONAL DE ARQUEOLOGIAÁrea Arqueológica do Freixo - 4630-092 MARCO DE CANAVESES | [email protected] | www.epa.pt | Telefone 255 531 293 | Fax 255 531 533

Subsídio de alojamento Subsídio de transporte

Subsídio de alimentação Regime de empréstimo de manuais escolares

Apoios

à Formação

OFERTA FORMATIVA

Page 11: Repórter do Marão

Considero esta formação como tendo sido bastante completa, tendo desenvolvi-do quer competências específicas do traba-lho em arqueologia quer competências de relacionamento e coordenação em equipa.

Aquele mês de estágio fez-me olhar com outros olhos para a arqueologia, o que antes não era perceptível tornou-se mais fácil de ser compreendido, e algumas questões foram respondidas na altura, os horizontes alargam-se e o pensamento torna-se diferente.

Foi longo o percurso aqui vivenciado, três anos de trabalho árduo para poder sair daqui com bases suficientes que nos permitam ter sucesso no mercado de traba-lho a nível profissional como também a nível social. Na nossa formação, além de podermos contar com matérias teóricas dadas no curso podemo-nos envolver em trabalhos mais práticos, ou seja, a Formação em Contexto de Trabalho que nos permitiu entrar em contacto com a realidade de um assistente de arqueólogo e também poder executar tarefas como tal.

Nestes últimos três anos eu e os meus colegas temos vindo a apreender novos conhecimentos na área da arqueologia, podendo aplica-los nos nossos contextos de trabalho, que podem ser realizados em vários pontos do País onde existam escavações, e onde também podemos aprender novos conhecimentos.

FORMAÇÃOEM CONTEXTODE TRABALHO

Testemunhos

de AlunosINTERCÂMBIOSINTERNACIONAIS

ESCOLA PROFISS IONAL DE ARQUEOLOGIAÁrea Arqueológica do Freixo - 4630-092 MARCO DE CANAVESES | [email protected] | www.epa.pt | Telefone 255 531 293 | Fax 255 531 533

O projecto “Life is a meal” está a ser desenvolvido em colaboração com escolas da Polónia, Turquia, Bélgica, Itália e Bulgária.

As suas principais áreas temáticas são a culinária e as tradições gastronómicas dos países participantes que dão o “sabor” tão particular que faz com que cada país seja único.

O objectivo é, assim, tentar descobrir, através das vá-rias actividades agendadas e intercâmbios, os elementos que nos tornam a todos cidadãos de uma “casa” bem mais ampla, apesar de todas as diferenças.

O projecto “Castles: a precious historical heritage” resulta da parceria com escolas de Itália, Turquia e Polónia.

Este tem como principal intuito revisitar a era histórica que viu o castelo como um centro cultural e social e recorda-lo como um lugar fabuloso povoado de damas e cavaleiros.

No âmbito destes projectos já se realizaram reuniões, entre os professores e alunos envolvidos nos mesmos, em Itália, e na Polónia e Bulgária. Estão calendarizadas outras mobilidades, estando já a ser programada a visita à Turquia entre os dias 19 e 24 de Abril.

Este intercâmbio realizou-se entre os dias 19 a 24 de Ou-tubro, a Itália, Sicília mais concretamente a Catania.

Esta foi uma viagem, cujo tema eram os castelos, em que as escolas parceiras apresentavam os trabalhos realizados pre-viamente, em sala de aula, sobre cada um dos países partici-pantes. Fomos á descoberta de novas culturas, diferentes cas-telos, da gastronomia do país, e principalmente a convivência com os demais alunos! O que se tornou muito agradável!

Foi sem dúvida uma experiência gratificante. Pesso-almente posso revelar que aprendi muito nesta semana,

foram dias muito intensos, visitamos os pontos turísticos de Catania, como as ilhas, Taormina, os castelos, apreciamos a gastronomia, as pizzas e as pastas, convivemos muito com os alunos e professores italianos, assim como os da Turquia e Polónia, que se revelaram muito entusiasmados em visitar o nosso país.

Devo agradecer à escola por esta oportunidade. Foi uma viagem inesquecível.

Obrigada a todos!

Projectos internacionais – Comenius

Viagem a Itália no âmbito do Projecto “Life is a meal”

Page 12: Repórter do Marão

O despertar da alma flaviensePela primeira vez, um clube transmontano chega à final da Taça de Por-

tugal, um feito olhado na terra como histórico e memorável. Entre euforia, expectativa e esperança numa vitória difícil, os flavienses estão apostados no apoio incondicional ao Grupo Desportivo de Chaves (GDC).

Para surpresa de muitos, o GDC carimbou o passaporte para o Jamor na última semana, depois de ter vencido a Naval 1º de Maio. Agora, o desafio é ainda maior: defrontar o Futebol Clube do Porto, atual campeão nacional. Os resultados alcança-dos na Taça de Portugal contribuíram para um sentimento generalizado de exalta-ção e de pertença clubista e social. “O GDC é um símbolo da identidade e da cultura flaviense (e até transmontana). Como tal, é seguido por todos, de uma forma direta ou indireta, com atenção e orgulho”, explica a socióloga flaviense Carla Nascimento.

É nas ruas e nos cafés que se vive “um elevado momento de interação social”, se-melhante à época passada, aquando da subida de divisão. “As pessoas não falam de outra coisa. Comentam a ida ao Jamor para apoiar a equipa, contam como foi a rece-ção após a chegada da Figueira da Foz, falam dos golos marcados pelo Edu e do bom desempenho da defesa da equipa.” Contudo, a socióloga frisa o sentimento “comedi-do e consciente” face aos obstáculos para conquistar a Taça.

Nataly Rodrigues, 30 anos, foi sócia do GDC desde os seus 15, mas face aos maus resultados e por motivos profissionais, deixou de acompanhar. Agora, não poupa es-forços para conseguir um bilhete, ou não se tratasse de “uma situação histórica que dificilmente se repetirá”. “Acreditamos num bom resultado, mas trata-se sobretudo do convívio, do apoio ao clube e de fazer representar Trás-os-Montes no Sul.”

A ligação afetiva ao GDC poderá trazer mais faturação para Almiro Morais, 46 anos. No centro de Chaves, a sua loja vende cachecóis, bandeiras, entre outros ar-tigos, mas, para já, a procura só aumentou “um bocadinho”. “Perto do dia pode ser que se note mais. O problema é que o GDC não fornece muitos cachecóis. A gente vai lá e pede mais, mas eles não têm.” Nataly acredita que a maioria dos flavienses vai usar um cachecol, um chapéu, uma bandeira ou outro acessório com o emblema do GDC que “já teriam algum mofo ou estariam bem dobradinhos nalgum canto em casa e que foram repescados”. “É agradável ver camisolas de épocas anteriores cru-zarem-se com o material novo, como o cachecol «eu sou mulher e sou de Chaves»”.

Fundado em 1949, o GDC já jogou na 1ª Divisão, chegando mesmo ao 5º lugar

do Campeonato Nacional e, consequentemente, a marcar presença na Taça UEFA. Atualmente, enfrenta sérias dificuldades financeiras e está na iminência de abando-nar a Liga Vitalis. “As várias presenças na 1ª Divisão mobilizaram toda a comuni-dade local e emigrante na partilha de um sentimento de coesão social ‘jogo a jogo’”, refere a socióloga. A passagem inédita à fase final da Taça de Portugal veio “reavi-var estes sentimentos, de uma forma mais focalizada”. “Trouxe um renovado alen-to de orgulho e identificação deste povo raiano em torno do clube mais emblemáti-co da região.”

| Vitórias-âncora |As boas exibições do GDC na Taça fizeram com que as pessoas se reaproximas-

sem do clube da terra, mas, para Carla Nascimento, há uma “motivação superior” assente no convívio e na identidade clubista comum. “Os adeptos, com maior ou me-nor afluência, continuam a ir aos estádios para apoiar o seu clube e a gente que de-fende a mesma «bandeira»”. O aumento do número de carros à volta do estádio é um sinal de que “as pessoas querem acompanhar o dia-a-dia do clube, não só nos jogos, mas em tudo o que diga respeito à preparação para o jogo da Taça”, afirma Nataly.

Desiludido pelo futebol “estar muito manipulado”, Almiro Morais só segue o GDC pela rádio, mas garante que a ida ao Jamor “dá sempre outro ânimo às pesso-as”, até porque “a vitória é certa”. O comerciante tem ouvido falar “muito” de excur-sões e merendas. Assim, na festa da Taça não faltará o chouriço, o presunto e os pas-téis de Chaves, a par do pulsar flaviense. “Vamos levar aquilo que de melhor temos e festejar as alegrias do nosso clube”, diz Nataly.

| 3 M’s: Mediatismo, mobilização e motivação |A par da “mobilização massiva” da comunidade no apoio ao GDC, seja presencial

ou através das redes sociais na internet, regista-se ainda um crescendo do interesse dos media. Tudo isso pode funcionar como “um forte contributo motivacional para o clube e para os próprios jogadores, que acabam por sentir também o ‘peso’ de uma responsabilidade acrescida”, conclui Carla Nascimento. Para já, o único prognóstico é que, este ano, a Taça de Portugal viajará para o Norte. Patrícia Posse

Equipatransmontana

disputa a Final da Taça de Portugal

a 16 de maio

Foto Paulo Novais/Lusa

Page 13: Repórter do Marão

PS e PSD mudam de líderes no TâmegaO último sábado foi pródigo em mudanças parti-

dárias na zona do Tâmega, algumas com importância que extravasa a simples alternância de poder entre militantes do mesmo partido. São os casos das vitórias de Ercília Costa (PS Amarante) e de Rui Cunha (PSD Marco).

Em ambas as situações, as fações dominantes no respetivo partido foram derrotadas e este resultado vai ter certamente implicações políticas quando se dis-cutir os nomes dos candidatos para 2013. Sobretudo em Amarante.

Professora do ensino secundário e diretora da Es-cola Básica do Marão, Ercília Costa conquistou a li-derança da concelhia do PS de Amarante, derrotando por seis votos Artur Correia, o candidato mais próxi-mo do presidente da Câmara, Armindo Abreu.

A lista de Ercília Costa, apoiada pelo líder parla-mentar do PS na Assembleia da República, Francis-co Assis, conseguiu 92 votos, enquanto Artur Correia, atual presidente da maior junta do concelho (S. Gon-çalo) e que era apoiado por três vereadores do executi-vo municipal, obteve 86 votos.

Nas sete eleições para as comissões políticas socia-listas do interior do distrito do Porto realizadas recen-temente, houve mais duas concelhias com mais do que um candidato, como Penafiel e Marco de Canaveses.

Em Penafiel, André Ferreira, que era apoiado pelo anterior presidente da Câmara, Agostinho Gonçal-

ves, foi o mais votado, conseguindo 426 votos, enquan-to o seu adversário, o deputado Nuno Araújo, que era apoiado por Rui Silva, outro antigo presidente da câ-mara, obteve 262 votos.

No Marco de Canaveses, o atual presidente da concelhia, Artur Melo, voltou a ganhar, com 65 votos, apenas mais três do que Rolando Pimenta.

Nas demais concelhias, foram eleitas as únicas lis-tas que se apresentaram a sufrágio.

Em Paços de Ferreira foi eleito Paulo Sérgio Bar-bosa, em Lousada José Santalha, que já liderava o partido, em Felgueiras Eduardo Bragança e em Baião Manuel Durão, que é vereador na atual equipa cama-rária de José Luís Carneiro.

Em Paredes as eleições foram adiadas para dia 24 estando, para já, confirmada a candidatura de José Al-berto Sousa.

Já na parte litoral da distrital do PS/Porto, as maiores vitórias foram para Joana Lima, na Trofa, com 85 por cento, e para Manuel Pizarro, no Porto, com 84 por cento, enquanto que em Matosinhos, o au-tarca Guilherme Pinto, recandidatou-se com uma úni-ca lista, iniciando o seu terceiro mandato naquele con-celho.

Na Trofa, a presidente da Câmara, Joana Lima, apoiante de José Luís Carneiro nas eleições à federa-ção do PS/Porto, voltou a vencer a concelhia com 704 votos (85 por cento) contra os 126 de Luis Cameirão,

candidato apoiado por Renato Sampaio, o líder da dis-trital. Na concelhia do Porto, a vitória do secretário de Estado Adjunto e Saúde, o médico Manuel Pizarro, foi

conseguida com 1 176 votos (84 por cento) contra Eduar-do Saraiva, que se ficou pelos 16 por cento.

Rui Cunhaesmagadorno Marco

Rui Cunha é o novo pre-sidente da Comissão Política

Concelhia do PSD/Marco. O atual líder social-demo-crata na AM marcuense obteve 350 votos, contra os 210 votos do seu opositor, José Cruz.

Em ato eleitoral anterior Rui Cunha tinha sido derrotado por menos de uma dezena de votos, mas agora obteve uma vitória esmagadora frente ao seu adversário de há dois anos.

Fontes partidárias assinalam que os militantes do PSD/Marco de Canaveses, que foram votar em gran-de número, decidiram “virar a página” e alinhar a es-trutura partidária com o setor mais identificado com o executivo autárquico chefiado por Manuel Moreira.

repórterdomarãopolítica

13I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

21 abr a 11 mai’10

Convenção Anual da HEMAUTO

Page 14: Repórter do Marão

Folia há uma década em LousadaSola do Sapato, A Barraca e José Pedro Gomes no programa

As comemorações dos dez anos de actividade da Jangada tea-tro assinalam-se durante este ano. Junta-se a celebração dos

dez anos de realização do Folia – Festival de Artes do Espectáculo que, a partir de dia 24 de Abril e até dia 8 de Maio, traz até Lou-sada companhias e artistas de renome na-cional.

São 16 dias de Folia em que o teatro, mú-sica, dança, artes plásticas e cinema estão em destaque no Auditório Municipal. Vai ainda estar patente uma exposição intitula-da “Retrospectiva 10 anos Jangada teatro”, com os cartazes de todas as produções da companhia, bem como dos figurinos, adere-ços, marionetas e fotografias.

Luiz Oliveira, da direcção da Jangada teatro, destaca que “o programa escolhi-do para esta edição comemorativa do Fo-lia tem um significado especial e, por isso, a organização fez um esforço no sentido de apresentar um cartaz mais apelativo”.

Para este responsável da Jangada teatro “cativar novos públicos tem sido um dos ob-jectivos conseguidos”. Exemplo disso mes-mo é o facto de, neste momento, os bilhetes para os diversos espectáculos terem uma procura bastante grande, principalmente no que concerne aos espectáculos em que os bilhetes têm um valor mais elevado.

A ideia é corroborada pelo Vereador do pelouro da Cultura, destacando que a im-portância do Folia é comprovada pelos dez

anos que se assinalam de actividade ininter-rupta.

“No Auditório Municipal já estiveram companhias e artistas mais e menos conhe-cidos do público, mas sempre com grande qualidade artística”, refere ainda o Verea-dor da Cultura.

Page 15: Repórter do Marão

Programaçãoespecial

A abertura do Folia, no dia 24, vai ser feita pelo grupo Sola do Sapato com a peça “Rapariga(s)!”.

O concerto de Pedro Barroso, no dia 25, do-mingo, está integrado também no Festival de Ar-tes do Espectáculo de Lousada. Este espectáculo tem entrada gratuita.

O Teatro de Marionetas do Porto, dia 26, A Barraca, dia 27, Al-Mashrah Teatro, no dia 28, Anaidcram, 29, Companhia do Chapitô, dia 30, presenças confirmadas até final do mês. As pre-senças no Folia passam também pela Óqtrup, no dia 1, Tasca da Música, dia 2, Cultideias, dia 3, Tramadix, dia 4, Peripécia Teatro, dia 5, e Teatro das Beiras, dia 6, são presenças confirmadas. Os últimos espectáculos do Folia vão ter como pro-tagonista José Pedro Gomes com o espectáculo “Vai-se andando”. No dia 7, sexta-feira.

No encerramento vai estar a companhia anfi-

triã com uma estreia nacional. A “A morte dos to-los”, uma encenação de Joaquim Nicolau. É um texto original de Valter Hugo Mãe, escrito propo-sitadamente para a Jangada teatro.

O Vereador do pelouro da Cultura enaltece que o programa que este ano a Jangada teatro e a Câ-mara de Lousada promovem “é de elevado nível”.

“As companhias presentes conferem um ele-vado grau de qualidade a esta edição do Folia”, sublinha.

Os bilhetes, que têm um preço entre os três e os 10 euros, podem ser adquiridos na Jangada te-atro, no Auditório Municipal.

Para mais informações pode ser consultado o sítio da internet www.jangadateatro.com ou o te-lefone 255815697.

Os espectáculos têm início marcado para as 21h30.

Jangada encerraA encerrar o Folia, no dia 8 de Maio, a Jan-

gada teatro estreia a peça “A morte dos tolos” encenado por Joaquim Nicolau. A obra é um original exclusivo de Valter Hugo Mãe e retra-ta cinco velhas, Maria Guinalda, Teresa, Man-dinha, Minda, Estrela e um Padre e as suas confusões diárias. Trata-se de uma comédia in-dicada para maiores de 12 anos.

A Jangada teatro, companhia de teatro profissional, reside no Auditório Municipal de Lousada desde Setembro de 1999. A compa-nhia profissional tem um corpo de actores fixo, sendo que ao longo destes anos passaram cerca de 10 profissionais, para além dos actores con-vidados para alguns dos espectáculos. Os tex-tos dos espectáculos são de autores portugue-ses consagrados, mas também estrangeiros.

Com mais de 30 produções em registos tão diversos como a comédia ou o drama, destina-das a vários públicos. Os mais pequenos são, igualmente, um público a que a Jangada teatro tem dado atenção especial com a encenação de espectáculos infantis.

Page 16: Repórter do Marão

repórterdomarão16 21 abr a 11 mai’10

25 de AbrilComemorar o 25 de Abril de 1974 é recor-

dar uma data determinante do Portugal contemporâneo – o dia em que um pu-

nhado de jovens militares teve a ousadia e a coragem de conduzir uma revolução que mudou o regime político e abriu as

portas à construção de um estado de direito, livre e democrático.

Não é possível lembrar esse dia sem enaltecer a acção desses homens a quem tanto devemos e à frente dos quais me permito destacar, pela coragem, pela humil-

dade, pelos valores, pelo desapego ao poder, o malogrado Salgueiro Maia.

O processo revolucionário que se viveu nos anos imediatamente a seguir à re-volução não foi isento de percalços, mas foram esses jovens capitães de Abril que

permitiram que a minha geração e as que se lhe seguiram crescessem numa so-ciedade renovada, aberta, plural, receptiva a todas as formas de manifesta-

ção artística e cultural. Sem censuras, sem medos, sem ameaças. Sem polí-cia política e sem guerra. Com total liberdade.

O país renascido em Abril percorreu o seu caminho, por vezes com dificul-dades, mas soube ganhar o respeito da comunidade internacional, acabando por constituir um exemplo pela forma como decorreu o processo de transição

para o regime democrático e a integração na União Europeia.

Contudo, trinta e seis anos depois da revolução de Abril, há ain-da muito por fazer. Quando olho para a nossa região, vejo indicado-res de desenvolvimento dos mais atrasados do país. Seja na educa-ção, na cultura, na economia ou no ambiente. É urgente, por isso, encontrar um rumo novo.

Não nos podemos conformar com as elevadas taxas de abandono e insucesso escolar, com o baixo investimento na cultura e no património, com as crescentes taxas de desemprego, com o definhar do comércio tra-dicional e da agricultura, com a escassez de empresas de capital tecnológi-co, com a insuficiente cobertura das redes de água e saneamento, com o de-sinvestimento na defesa e valorização da floresta e dos recursos naturais.

É necessário ajudar a construir um país novo. Com esperança, determi-nação, ousadia e ambição. Ainda e sempre, em nome de Abril!

José Carlos Pereira

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TESTEMUNHOSChamo-me André Brás, estudo na Escola Profissional António do Lago Cerqueira - EPALC, e frequento o 3º ano (12º) do Curso Profissio-nal de Técnico de Viticultura e Enologia e só tenho a agradecer a esta escola, por todas as oportunidades que me foram proporcionadas. A Escola Profissional António do Lago Cerqueira deu-me a oportunidade para conhecer empresas e pessoas. Foram portas que se abriram e irão abrir na minha vida, pois o lema de ensino aqui, não termina nas aprendizagens teóri-cas, têm práticas no ensino que me irão ser úteis para a integração no mundo do trabalho, devido principalmente aos estágios que fazemos du-rante a frequência neste curso. André Brás, Turma VE16

 Os alunos das turmas VE15 e VE16 do Curso Profissional de Téc-nico de Viticultura e Enologia, no âmbito das disciplinas de Viti-cultura e Enologia, realizaram nos dias 5, 6 e 7 de Novembro de 2008, uma visita à ENOVIT Portugal - Salão Profissional de Técni-cas e Equipamentos para Viticultura e Enologia, que decorreu na FIL – Feira Internacional de Lisboa. Aproveitando a viagem deu-se a conhecer e m p r e s a s deste sector inseridas em outras regiões vitivinícolas e assim visita-ram-se as Ca-ves D. Teodósio – ENOPOR em Rio Maior, as Caves Campolargo e o Museu do Vinho da Bairrada, estas últimas em Anadia.A ENOVIT concentrou os principais agentes do sector desde os produtores e enólogos aos importadores e exportadores e uma ampla mostra da última maquinaria e tecnologias aplicadas à indústria do vinho.Tornou possível aos alunos contextualizar a investigação de no-vas técnicas de fabrico, o estudo das mais recentes fórmulas de mercado e de produção. Para além disso assistiram a uma confe-rência sobre a vinha: ”O novo contexto da viticultura portuguesa - Nova OCM: O novo pacote de ajudas, o arranque da vinha e suas repercussões, novas regras”. Esta viagem foi extremamente enriquecedora dado que este jovens contactaram com uma ampla variedade de soluções téc-nicas, diferentes e especificas de cada região e adega que visita-ram e encontraram muitos dos produtos, materiais e acessórios relacionados com o ciclo produtivo da vinha.

A história da EPALC confunde-se com o Curso Profissional de Técnico de Viticultura e Enologia, dado que foi com o deno-minado Curso Técnico de Enologia, que se iniciou, em 1991, a construção daquela que como era conhecida, não só em Amarante, coma “escola de vinhos”, a então Escola Profissional de Vitivinicultura António do Lago Cerqueira - EPVALC.

A EPALC faz parte das poucas escolas profissionais que em Portugal apostam na formação num sector de actividade tão im-portante para o país e para a sua balança comercial, possuindo como oferta formativa o Curso Profissional Técnico de Viticultu-ra e Enologia. São vários os factores que apontam para que Portugal aposte neste sector que tanta riqueza cria, quer através da comercialização e exportação dos seus vinhos, derivados e subprodutos, quer através da criação de emprego, principalmente nas regiões menos favorecidas do interior, onde a oferta de emprego será escassa.

A cultura da vinha, compreendendo uma parte significativa do pessoal ao serviço da agricultura, constitui um dos pilares mais importantes na estruturação da vida rural no território nacional, gerando actividades/trabalhos e servindo de elo de liga-ção da população à terra. Dada a crescente desertificação do interior do país, a viticultura tem uma importante função, não só pela componente económica, mas também social, cultural, paisagística e ecológica.

É grande a experiência desta escola no ensino profissional e em particular na formação de jovens com qualificação intermé-dia no sector da vinha e do vinho, o que vai de encontro às necessidades das empresas e aos grandes objectivos de crescimen-to do país, do incremento do emprego, da qualidade de vida, da competitividade e da inovação tecnológica.

Nas modalidades de ensino/aprendizagem ministradas na EPALC, e em especial no que toca ao Curso Profissional de Téc-nico de Viticultura e Enologia, recorre-se com frequência à Formação em Contexto de Trabalho, não só aquela entendida e formatada nos estágios curriculares, mas também através do desenvolvimento de actividades nas várias disciplinas que pro-movam o contacto com os técnicos e com o mundo empresarial. Tudo isto só é possível graças à colaboração de inúmeras empresas, que através do estabelecimento de protocolos permitem manter uma relação próxima entre o mundo empresa-rial (entidades empregadoras) e a escola (entidade promotora do ensino) durante vários anos. As oportunidades para estes alunos passam inclusive por estágios em França principalmente na Região de Bordéus. Continuamos a ser recompensados pelo nosso esforço de maneira a cumprir com os objectivos desta escola e por isso é que as ofertas para possíveis empregos continuam a surgir para os nossos jovens diplomados como Técnicos de Viticultura e Enologia, assim como para a realização de FCT/Estágios, quer na RD dos Vinhos Verdes quer mesmo na RD do Douro e Bairrada, alguns mesmo com ligeiros projectos de investigação. Desde 1991 já formamos mais de 250 jovens neste curso em apenas 15 turmas, estando em formação mais duas turmas com quase 40 jovens no 2º e 3º ano de formação.

Este curso proporciona aos alunos a oportunidade, em vários momentos ao longo da sua formação, de ver, sentir e avaliar por si próprios o que é de facto a realidade laboral. As diferentes situações de trabalho conduzem também a uma melhor maturação pessoal, social e profissional através da comunicação e o respeito pelos outros.

Devemos, socialmente para todos, criar riqueza seja ela humana, porque é qualificada e criar riqueza para o desenvolvimento deste país, no sentido de nos tornarmos cidadãos mais participativos, para o desenvolvimento do mundo do qual fazemos parte.

Vitorino Malheiro - Director do Curso

Visita de estudo à ENOVIT eRegião Demarcada da Bairrada

Visita a página da EPALC em www.epalc.net e conhece a passagem do Nuno pela EPALC e pelo Curso Profis-sional de Técnico de Viticultura e Enologia através de uma reportagem do programa INICIATIVA da RTP2.

Curso Profissional de Técnico de Viticultura e Enologia

A C T I V I D A D E S

Page 19: Repórter do Marão

C U R S O S D E E D U C A Ç Ã O E F O R M A Ç Ã O(Nível II, equivalência ao 9º ano)

APOIOS ESCOLARES

EPALCESCOLA PROFISSIONAL ANTÓNIO DO LAGO CERQUEIRA | AMARANTE

[email protected] www.epalc.net

C U R S O S P R O F I S S I O N A I S(Nível III, equivalência ao 12º ano)

Escola Profissional António do Lago Cerqueira Rua da Escola Profissional, 54 - S.Gonçalo 4600-113 Amarante

255 410 950

255 410 959

[email protected]

www.epalc.net

Técnico de Viticultura e Enologia Técnico de Comércio Técnico de Gestão do Ambiente Técnico de Processamento e Controlo de Qualidade Alimentar

Técnico de Higiene e Segurança do Trabalho e Ambiente Técnico de Gestão Técnico de Turismo

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Page 20: Repórter do Marão

Liliana Leandro | [email protected] | Fotos L.L. e Lusa

‘É necessário hu manizar escolas’Entrevista a Abel Macedo (SPN) | Sindicalista considera que alunos têm sobrecarga de aulas

‘Sempre achei natural ser sindicalizado”, começa por dizer, em entrevista ao Repórter do Marão, Abel Macedo, co-coordenador do Sindicato dos Pro-fessores do Norte (SPN) e membro do Secretariado Nacional da FEN-

PROF. Professor de eletrotecnia, sindicalizou-se mal entrou na profissão em 1972 e mesmo antes do 25 de abril de 74 já subscrevia abaixo-assinados, defendendo que há direitos associados a uma profissão. Em 1982 integrou a comissão instaladora do SPN porque o sindicato que até então englobava todos os professores tinha come-çado a cair “num marasmo”, tendo “muito pouco de reivindicativo”. Depois de qua-se 30 anos de sindicalismo conta que as conquistas que lhe dão mais gozo são as da própria classe de professores. Abel Macedo, 59 anos, nunca foi ambicioso mas ad-mite ter sido um bom professor.

“A forma como se trabalhava na escola (antes do 25 de abril) era muito diferen-te do que se trabalha hoje”, recorda o sindicalista. A própria classe de professores era reduzida em número e os docentes estavam pouco preparados. Nos corredo-res, como nas aulas, não se falava abertamente. “Era tudo à boca calada, de orelha a orelha”. Ao contrário do que se possa pensar, também havia indisciplina por parte dos alunos. E mais que respeito, os professores impunham medo pela palmatória e tinham um poder autoritário. “Isso acabou, e ainda bem”, garante.

Atualmente os alunos não sabem mais. “Sabem outras coisas e às vezes até o que não devem”, graceja. Por força da evolução tecnológica, a informação disse-mina-se de muitas formas. “É mais rápida, mais agressiva e os jovens têm sabe-res de outro tipo”. Ainda assim, as taxas de insucesso e abandono escolar são muito grandes em Portugal. Qual a causa? Por um lado, os alunos estão “demasiado tem-po na escola”, com uma “enorme sobrecarga de aulas” no terceiro ciclo. Por outro, os professores “estão com muito menos tempo e disponibilidade mental para se de-dicarem aos seus alunos”, sendo impossível fomentar uma relação de proximidade. Abel Macedo afirma que os próprios alunos “estão um pouco irritados com os pro-fessores” e a sua falta de tempo para serem mais próximos. A estes fatores, o sindi-

calista acrescenta a falta de tempo que os próprios pais hoje têm para acompanhar os seus filhos, por vezes desresponsabilizando-se da missão de educar.

Mesmo a evolução na sociedade, “que hoje está mais violenta, mais desigual e com mais discriminação”, também se reflete nas escolas. “Admitindo que a socie-dade está desta maneira, era necessário que as escolas fossem mais humanizadas, no sentido de acompanhamento e não do despejo de matéria em cima de matéria, hora em cima de hora e de trabalhos de casa que não deixam os alunos respirar”, defende Abel Macedo. Considera ainda que é fundamental redimensionar as pró-prias escolas e, consequentemente, a própria relação dos alunos com os professo-res, para que a autoridade que antes detinham (e que passou a ser questionada) possa ser recuperada.

Contudo, do lado dos docentes têm de existir não só saberes específicos no que toca à sua área de ensino como também o saber pedagógico. “Este é o traço comum que une a profissão desde o primeiro ciclo ao 12.º ano: é o saber pedagógico ajus-tado e trabalhado”, sublinha Abel Macedo que considera ter sido “um bom profes-sor” ao longo dos 27 anos de serviço. Gostava de trabalhar com os meus alunos, te-nho pena de já não o fazer mas são opções que se tomam”. Optou pelo sindicato.

Fez parte da comissão instaladora do SPN porque sentia que era necessário um sindicato “envolvido com os professores e em permanente contacto com as escolas, os seus anseios e problemas; um sindicato entranhado na classe e que não existia”. O SPN, explica, assume um “sindicalismo de espectro amplo” que não se dirige só à questão dos direitos sócio-profissionais ou defesa dos direitos dos professores como classe. “Queremos intervir de uma forma organizada em todas as áreas do siste-ma educativo, desde as reformas curriculares à organização das escolas e à educa-ção especial”, sublinha.

O sindicato deu ainda a Abel Macedo aquilo que considera “uma das experiên-cias mais marcantes da vida”. Há cerca de um ano visitou o Saara Ocidental e vi-veu com as famílias sarauís “nas mesmas condições em que viviam”. Reparou que “mesmo faltando quase tudo, as preocupações com a escola estavam lá”.

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‘É necessário hu manizar escolas’Entrevista a Abel Macedo (SPN) | Sindicalista considera que alunos têm sobrecarga de aulas

Professores e ministério estiveram de costas voltadas até há bem pouco tempo. Com Maria de Lurdes Rodrigues na tutela, o país assistiu a várias manifestações dos docentes contra as medidas que a ministra pretendia impor, e impôs, na edu-cação. O novo governo trouxe Isabel Alçada e, segundo o sindicalista Abel Mace-do, “hoje os professores já não têm aquela postura de rejeição em que nem podiam ouvir falar da ministra que ficavam logo enervados”. “Há uma pré-disponibilida-de para entender melhor o próprio discurso” de Isabel Alçada, garante. Em muito contribuiu o acordo “muito duro” a que ambas as partes chegaram no início do ano.

“Os professores nunca disseram, e os sindicatos que os representam muito me-nos, que não queriam ser avaliados”, destacou. Os docentes querem sim uma avalia-ção mas que esta seja feita “de forma transparente e justa”. É que no modelo pro-posto pela ex-ministra “a escola quase desviava o seu foco de atuação mais para o trabalho de avaliar os professores que o de desenvolver trabalho com os alunos”, su-blinha Abel Macedo. Essa situação acabava por distorcer o próprio sentido de ava-liação de desempenho que deve ser “uma coisa que não seja pesada e não sobrecar-regue os professores”, defende.

Para Abel Macedo o efeito mais negativo de todo o processo foi ter dividido os professores porque apelou ao individualismo dos mesmos e “isso é imperdoável”. “Esta divisão foi a coisa mais nefasta que ela introduziu. Já terminou mas há moças nas escolas e é preciso recuperar o espírito de trabalho coletivo”, afiançou.

De entre as várias medidas que o governo de Sócrates introduziu no ensino este-ve a disponibilização de um computador ‘Magalhães’ aos alunos. Ainda que conside-re “necessário dotar as escolas de equipamentos informáticos”, Abel Macedo afirma que “o Magalhães é um fetiche do Primeiro-Ministro”. “Ele pensa que revoluciona as escolas desta maneira mas é mentira. Nalguns casos, o uso que se faz individu-almente do computador até pode perturbar o processo de aprendizagem”, conclui.

Há poucos meses era impensávelqualquer acordo entre Sindicato e Ministério

O 10.º Congresso da FENPROF está marcado para 23 e 24 de abril em

Montemor-o-Novo sob o lema “DAR VALOR AOS PROFESSORES - Melhor Profissão; Melhor Escola

Pública; Melhor Futuro”.

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O 43.º Circuito Automóvel de Vila Real, que de-corre a 19 a 20 de junho, vai contar com a realização de cinco competições abertas a concorrentes nacio-nais e estrangeiros, mas a internacionalização do cir-cuito continua adiada.

Com uma história de “mais de 80 anos”, as corri-das de automóvel de Vila Real são organizadas pelo Clube Automóvel de Vila Real (CAVR), a Câmara Municipal e a Global Sport.

Paulo Costa, da Global Sport, explicou que o cir-cuito vai receber as provas: PTCC/Campeonato de Portugal de Circuitos, campeonato de Portugal de GT & Sport Protótipos, Campeonato de Portugal de Clássicos e Clássicos 1300, Corrida Internacional para viaturas de Turismo, GT & Sport Protótipos e Corrida Internacional “Gentleman’s Driver’s GT & Sports Endurance”.

Durante os dois dias vão ser disputadas 11 pro-vas no total, três de resistência (duas com duração de 60 minutos e uma com 50 minutos) e oito de sprint.

O responsável referiu que o calendário desporti-vo desta edição é muito semelhante ao proposto no ano passado.

Por concretizar este ano ficou a construção das novas “boxes” e meta, na zona da reta de Mateus, para cumprir as regras de segurança impostas pela Federação Internacional do Automóvel (FIA), adian-do mais uma vez a internacionalização do circuito de

Vila Real.Paulo Costa diz que foram feitos todos os esfor-

ços para que as obras avançassem este ano, mas sa-lientou que os “processos logísticos não decorreram com a celeridade que se pretendia”.

O responsável preferiu destacar a realização do circuito mesmo num “ano de crise” e em que os “pa-trocinadores diminuíram” os apoios atribuídos ao evento.

No âmbito do programa operacional regional ON 2 - o Novo Norte, foi aprovada a candidatura “Douro de Emoções”, com 750 mil euros para serem gastos na promoção e realização de um programa de anima-ção, que vai decorrer no fim de semana das corridas em Vila Real, Peso da Régua e Lamego.

O programa inclui concertos, mostras de gastro-nomia, degustação de vinhos do Douro ou roteiros museológicos e um circuito de transportes que vai li-gar as três cidades.

As primeiras corridas no circuito criado por Au-reliano Barrigas realizaram-se em 15 de junho de 1931, incluídas no programa das festas da cidade.

Durante várias décadas, milhares de pessoas vi-sitavam anualmente a cidade de Vila Real para assis-tir às corridas de automóveis, que se tornaram um dos “maiores eventos de Trás-os-Montes e Alto Dou-ro” até terminarem em 1991, depois da sucessão de vários acidentes graves.

Corridas de Vila Real em junho mas internacionalização continua adiada

Declaração ambiental das barragens do Alto Tâmega em junho

O secretário de Estado do Ambiente deverá emitir a De-claração de Impacte Ambiental (DIA) das quatro barragens do Alto Tâmega até ao final de junho, um empreendimento concessionado à Iberdrola e muito contestado a nível local.

Este aproveitamento hidroelétrico visa a construção de quatro barragens: a do Alto Tâmega, em Vidago, e Daivões (ambas no rio Tâmega), e Gouvães e Padroselos (afluentes).

A consulta pública do Estudo de Impacte Ambiental (EIA) da “cascata” do Tâmega terminou, tendo a Agência Por-tuguesa do Ambiente (APA) recebido “menos de uma dezena” de contributos no âmbito deste processo.

O secretário de Estado do Ambiente tem agora até ao fi-nal de junho para emitir a DIA, que pode ser favorável, desfa-vorável ou condicionada.

Durante o período de consulta pública, o EIA foi alvo de inúmeras críticas e até pedidos de substituição do documento por parte de autarcas e ambientalistas.

Vários medicamentos da farmácia da unidade hospitalar de Mirandela tiveram de ser destruídos devido a uma ava-ria no frigorífico principal, di-vulgou o gabinete de comuni-cação do Centro Hospitalar do Nordeste (CHNE).

De acordo com a fonte, ain-da está a ser feito o relatório do incidente pelo que não é possí-vel concretizar a quantidade de medicamentos que foram para o lixo por ausência de frio.

A entidade explicou que “a avaria no frigorífico principal ocorreu sábado e que os medi-camentos foram imediatamen-te transferidos para outros dois frigoríficos alternativos”.

“Porém, por suspeitas de terem danos, alguns foram re-

tirados por uma questão de precaução e segurança e para salvaguarda dos doentes”, re-feriu a mesma fonte.

O relatório das averigua-ções em curso ao sucedido é que quantificará os prejuízos, acrescentou.

Segundo ainda o gabine-te de comunicação do CHNE, que tutela a unidade hospitalar de Mirandela, Bragança e Ma-cedo de Cavaleiros, a avaria no frigorifico principal foi repara-da segunda feira.

A fonte considerou tratar-se de uma “situação pontual” e rejeitou que tenha “qualquer relação com a falta de técnicos de manutenção”, devido a alte-rações nas remunerações la-borais.

Medicamentos destruídos noHospital de Mirandela devido a avaria

outras terras/diversosI I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I Irepórterdomarão22 21 abr a 11 mai’10

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Vale do Sousa em tribunal contra portagensA Associação de Municípios do Vale do Sousa admitiu recorrer

aos tribunais, incluindo o Constitucional, para impedir a introdução de portagens nas duas autoestradas que servem a região (A41 e A42).

“Para defender as nossas posições, que consideramos justas, so-correr-nos-emos de todas as instâncias políticas e judiciais que um Es-tado de direito permite”, afirmou o autarca de Penafiel e presidente da associação, Alberto Santos (PSD), apoiado pelos colegas das outras cinco autarquias da sub-região. Os autarcas contestam o estudo reali-zado a mando do Governo, que alegadamente contém erros grosseiros.

Page 23: Repórter do Marão

José Luís Catarino preside ao C.H. do Tâmega e Sousa

Ministra substituiu administração do Centro Hospitalar

A Câmara de Penafiel vai colocar até junho ba-lizas flexíveis nos “pontos negros” da variante do Cavalum para tentar reduzir a sinistralidade numa estrada onde nos últimos meses morreram 11 pes-soas, anunciou o presidente da autarquia.

Alberto Santos (PSD) acrescentou que também vão ser desniveladas algumas curvas mais aperta-das e reforçada a sinalização vertical e horizontal, incluindo bandas cromáticas.

Alberto Santos frisou que os trabalhos agora anunciados constam de um estudo mandado reali-zar pela autarquia que foi concluído em novembro passado, mas que houve necessidade de abrir o res-petivo concurso público.

O autarca anunciou também a construção de uma rotunda no ponto da variante com maior nú-mero de acidentes graves, que deverá estar conclu-ída até 10 de maio. Essa rotunda fará a ligação da variante do Cavalum a uma nova variante, já em construção, que vai ligar à zona nascente do conce-lho e ao parque temático da cidade.

O autarca, que estava acompanhado de três ve-readores, incluindo a responsável pela mobilida-de, Paula Teles, criticou o que considerou ter sido o “exagerado alarme social e a demagogia” que se

gerou em torno da segurança da variante.Para Alberto Santos, aquela infraestrutura mu-

nicipal – construída para a velocidade de 50 km/h – tem já nesta fase a sinalização suficiente para garantir a sua segurança, desde que os automo-bilistas cumpram as regras de trânsito nomeada-mente o limite legal de velocidade que é de 50 qui-lómetros por hora.

“Esta é uma variante com características urba-nas, não é uma estrada de passagem. É importan-te que os condutores não esqueçam isto”, observou.

A variante do Cavalum foi construída em 1997 e ao seu traçado demasiado sinuoso tem sido imputa-da a causa da elevada sinistralidade.

A autarquia anunciou que tem pronto um estu-do prévio para a construção junto à variante de um corredor destinado a bicicletas e peões.

Alberto Santos confirmou igualmente que a Es-tradas de Portugal (EP), no âmbito da requalifica-ção da EN15, vai construir três rotundas em igual número de pontos críticos na cidade – saída da por-tagem da A4, em Guilhufe, e nos entroncamentos da zona industrial de Guilhufe e do hospital de Pe-nafiel do Centro Hospital do Tâmega e Sousa.

As obras deverão realizar-se ainda este ano.

Os três maiores pilotos que lutam pelos lugares de topo no Campeonato do Mundo de Trial vão prestar provas a 24 e 25 de abril, em Paços de Ferreira. Adeptos da modalidade poderão assistir no Monte Pilar às prestações de Adam Raga, Takahi-sa Fujinami e Albert Cabestany para a grande vitória no GP de Portugal.

O presidente do Munícipio, Pedro Pinto, em comunicado, afirma que este Campeonato do Mundo do Trial projeta o con-celho “ainda mais além fronteiras”, não esquecendo o mérito do “profissionalismo e rigor do Moto Clube de Paços de Ferreira”.

A Federação Internacional de Motociclismo (FIM) e o presidente da Comissão de Trial, Jean Marc Crumière, apro-varam e elogiaram os locais no Monte Pilar e infraestruturas do Grande Prémio de Portugal, onde já se realizaram várias provas internacionais, como também concordaram com a cria-ção de uma zona-espectáculo junto ao paddock, próximo da fá-brica do Ikea.

A Câmara Municipal de Paços de Ferreira, a Associação Empresarial e o Moto Clube de Paços de Ferreira desloca-ram-se a Santiago de Compostela, com o intuito de promo-ver o concelho. O Grande Prémio de Portugal foi ali apresen-tado, enaltecendo assim o mérito que tem sido reconhecido ao Moto Clube.

Joaquim Gomes, representante do Moto Clube, elogiou as qualidades técnicas do Monte de Pilar, único local em Portugal onde todos os obstáculos para a prática do Trial são «naturais».

O antigo presidente do Conselho de Adminis-tração do Centro Hospitalar do Tâmega e Sou-sa (CHTS), José Alberto Marques, foi terça feira substituído no cargo pelo médico José Luís Cata-rino, até agora presidente do conselho de adminis-tração do Hospital de Valongo.

A substituição, já prevista desde o início do ano, foi concretizada numa altura em que se ge-raram algumas dúvidas sobre quando terminou o mandato da anterior administração.

Segundo a assessoria de comunicação do CHTS, foi entendimento da ARS-N que o manda-to terminou no final de 2009.

Na despedida aos funcionários, José Alberto Marques (ao centro, na foto) afirmou-se orgulhoso de ter liderado “um projeto ganhador” e em que se incluiu o lançamento do novo hospital de Amaran-te, obra que será inaugurada em 2011.

“Terminado o compromisso, na superior de-cisão do gabinete ministerial, de cabeça bem er-guida, e olhos nos olhos, damos por globalmente cumpridos os objetivos e os valores assumidos na política institucional”, afirmou.

A administração de José Luís Catarino (foto) mantém apenas três dos atuais elementos, incluindo o diretor clínico João Lobo e o enfermeiro diretor An-tónio Jorge Carvalho. O terceiro quadro que transi-ta é o vogal Vítor Macedo.

Os novos elementos são António Miguel de Bri-to Pinheiro, José Eugénio Pinto Pais e Sérgio Leitão Barbosa.

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Page 24: Repórter do Marão

A diferenciação espacial na Àrea Metropolitana do Porto é infelizmente uma realidade progressiva e avassaladora, que juntamente com os seus pólos assi-métricos e opostos, tem contribuído para um aumen-to de territorialização da futura da cidade metropolita-na, provocando situações de tensão e de conflito entre aqueles que vivem e habitam nas cidades emergentes da sua AMP. As políticas urbanas contribuem também para este aumento de territorialização social da cida-

de metropolitana, a partir de um urba-nismo que assenta na programação e valorização da pri-vatização do espaço urbano, o qual ad-quire formas osten-sivas de exclusão urbana e social.

De um lado, te-mos o aparecimento de guetos, de encla-ves, sem qualquer infra-estrutura-ção e sem qualquer mais valia social,

são redutos sociais sem alma nem cor, são uma espécie de terra de ninguém, lugares que se configuram em torno de limites e fronteiras sociais agressivas e estig-matizadoras. Aqui, não existem políticas municipais, nem regionais, nem nacionais que valorizem a cidade relacional em função de uma convivialidade estrutu-rante e integradora. O espaço urbano é programado

e desenhado em função de uma agressiva especulação urbana, que tem como base e conceito de programação urbanos a tipologia e a zonificação dos respectivos es-paços urbanos ou a urbanizar.

Do outro lado, na outra cidade, temos estratégias de promoção que assentam nos mecanismos da publicidade sedutora e agressiva e como tal, construtora de identida-des positivas e integradoras. Aqui, a privatização da ci-dade obedece a programas de planeamento, a partir de esquemas de políticas municipais, regionais e nacionais.

Este fenómeno provoca uma fractura na cidade metropolitana, ou pelo menos, acentua ainda mais esta realidade urbana, conduzindo a cidade e a vida urba-na para um plano de securitização excessiva que pode levar ao fim do homem público, onde a cidade se pode transformar num deserto social e politico, uma espécie de extensão urbana acantonada.

A cidade transforma-se tragicamente numa má-quina ao serviço da exclusão urbana e social, isto é, a cidade enquanto espaço que devia favorecer a emer-gência de identidades sociais inclusivas, transforma-se num espaço de identidades negativas territorializan-tes. Neste contexto de topologias urbanas desinte-gradas, temos um conjunto de realidades urbanas exemplificativas deste mau estar urbano. Os núcle-os urbanos de Alfena, Ermesinde, São Pedro da Cova (Valongo), Oliveira do Douro (Gaia), Cepelos (Amaran-te), entre muitos outros não-lugares.

Estamos perante um urbanismo introvertido que facilita as interacções à distância, que promove de for-ma exponencial a comunitarização e a privatização da vida urbana (a proliferação de condomínios fechados), associado ao desenvolvimento das tecnologias de co-

municação, à evolução das lógicas residenciais, à mul-tiplicação de complexos que concentram um quadro vertical de funções urbanas sendo exemplo, a prolife-ração de centros comerciais, parques temáticos, as ci-dades temáticas, os McDonalds, os Shoppings, a patri-monialização dos centros históricos, ver por exemplo o caso de São Gonçalo na Cidade de Amarante.

A cidade vazia, no fundo dá-nos a conhecer a cri-se da cidade, que também é a crise do cinema, do tea-tro nos centros das cidades da Área metropolitana do Porto. Encontramos, portanto, o abandono da cidade, o despovoamento da cidade e de toda a vida social e cultural, mas também assistimos a uma recuperação de uma certa cenografia urbana tradicional, à imagem dos seus cafés, dos seus restaurantes, dos seus espa-ços emblemáticos.

A cidade é cada vez menos um espaço público, que valorize as comunidades heterogéneas, as polí-ticas sociais integradoras próprias de um espaço plu-ralista onde se podem confrontar opiniões e grupos heterogéneos.

Temos assim, um urbanismo especulativo, desorga-nizado e fragmentado, que renuncia à grande ambição globalizante dos urbanistas clássicos e modernistas, que entendiam o urbanismo como um direito à cidade e uma máquina de felicidade e progresso humano.

Paradoxalmente, a cidade metropolitana do Por-to define a sua configuração urbana a partir de uma nova evolução do espaço da cidade, assente em pro-jectos urbanos totalmente matriciados, segundo os imperativos funcionais relacionados com a gestão das imagens e subordinados às exigências da rentabilida-de das leis do mercado.

repórterdomarão24 21 abr a 11 mai’10

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I opinião

As relações entre o turismo e o ordenamento do ter-ritório nunca foram pacíficas. Por razões várias mas que resultam, no essencial, do confronto de duas perspecti-vas (territorial/sectorial) e duas lógicas (público/privado) supostamente divergentes, relativamente aos modelos de ocupação e aos regimes de uso do solo estabelecidos pelos instrumentos de planeamento e de gestão do ter-ritório. Regra geral este confronto é apresentado como opondo uma visão integrada do território, alicerçada em objectivos e estratégias de desenvolvimento equilibrado, a uma visão parcelar do sector e do “negócio”, fundada em objectivos e estratégias de desenvolvimento econó-mico e de maximização dos benefícios privados. Mas não será esta uma representação caricatural, e forçosamen-te simplista e redutora, que ignora ou desvaloriza a com-plexidade do problema e as contradições e insuficiências do nosso sistema actual de ordenamento do território?

Creio bem que sim. É verdade que não podemos ig-norar quer a pesada herança que o País tem neste domí-nio, quer as dificuldades de compatibilização, por vezes insuperáveis, de interesses tão díspares e mesmo anta-gónicos. Mas também não é menos verdade que a ausên-cia de um sistema global e verdadeiramente integrado de gestão do território e a fraca ou inexistente articula-ção entre instrumentos de política sectorial e de planea-mento territorial condicionam ou penalizam fortemente o desenvolvimento de sectores como o turismo. Ora, acei-tando como bom o princípio de que ambas as visões, e os interesses que as movem, são legítimas e defensáveis, a questão que se coloca é a de saber se não é possível ir

muito mais longe no esforço de integra-ção e articulação dos objectivos e estraté-gias de ordenamen-to dos territórios e de desenvolvimento turístico.

O Douro Vinha-teiro é, a este res-peito, um caso exem-plar. Sujeito a uma complexa e desar-ticulada camada de instrumentos de pla-neamento que im-pede, na opinião dos autarcas, dos investi-

dores e de muitos responsáveis públicos, não só a con-cretização do Plano de Desenvolvimento Turístico para a Região (PDTVD). Graças à valia do seu património natu-ral e cultural, à sua crescente notoriedade internacional e aos, não menos importantes, prometidos apoios públi-cos, o Douro tem vindo a despertar um interesse cres-cente por parte dos agentes económicos ligados ao sector turístico, tendo-se sucedido, ao longo dos últimos anos, os anúncios de intenções e de projectos de investimen-to. Ora, a quase totalidade destes projectos enfrenta difi-culdades sérias na sua concretização, a maioria das vezes por razões que têm a ver com a total desadequação dos

modelos de ordenamento preconizados pelos planos em vigor (o Plano de Ordenamento das Albufeiras da Régua e Carrapatelo; o Plano Intermunicipal de Ordenamento do Território do Alto Douro Vinhateiro; e os vários Pla-nos Directores Municipais) à estratégia de desenvolvi-mento turístico formulada pelo PDTVD.

Este exemplo revela o estado caótico e anacrónico em que se encontra o nosso sistema actual de ordenamento do território, marcado pela sobreposição de planos com âmbitos e objectivos diferenciados, insuficientemente ar-ticulados entre si e, a maioria das vezes, pouco consen-tâneos com as estratégias e as prioridades de desenvol-vimento veiculadas pelas entidades locais, regionais e sectoriais e com as intenções e as apostas dos potenciais investidores privados. E permite perceber até que ponto, em situações como estas, os conflitos são inevitáveis e as consequências desastrosas para os territórios onde o tu-rismo é visto como uma das principais alavancas do pro-cesso de desenvolvimento. O que fazer então?

Não há receitas milagrosas. Mas um bom começo seria convencer o Estado a sentar à mesma mesa os vá-rios organismos da administração pública que tutelam ou assumem funções de planeamento e gestão do ter-ritório, obrigando-os a produzir um único, conciso, co-erente e eficaz instrumento de ordenamento do terri-tório para cada município do território nacional. Parece pouco mas não é. Trata-se de um passo gigantesco que permitiria libertar o nosso sistema de planeamento e ordenamento do território do vertiginoso labirinto em que está aprisionado.

Turismo e Ordenamento do Território: um casamento impossível?

Privatização da cidade e urbanismo diferenciador

Luís Ramos Professor da UTAD

F. Matos RodriguesProfessor

Page 25: Repórter do Marão

Na estreia do filme “O Padrinho”, que teve contributo mafioso na roda-gem, Marlon Brando disse, a propósito do remoque de D. Vito Corleone por não ter sido convidado, que a Máfia e a América sempre foram pragmáti-cos e lidaram bem com o dinheiro, acrescentando que, não sendo nem negro nem socialista, o capo não era preso.

Que tem isto a ver connosco? Em Portugal, para além dos pro-blemas que lhe apontam da Justiça à Educação, e da corrupção à Polí-tica, subjaz um ancestral problema cultural. Não vem da fundação da guerra (falsa?) entre mãe e filho, an-tes do ferrete que marcou o primei-ro acto de favor pago com onças de oiro pelo reconhecimento papal. A Rei assim reconhecido e “ungido” ti-nha, e legava a quem tivesse bênção celeste ou terrena, branca carta de-cisória que nos regeria por séculos.

Aqui e agora chegados, num processo democratizante que alar-gou quem tem poder e tença, não se deram conta os debutantes que

só poderiam usufrui-los sem pisar o risco ou passar as baias. Os ungidos herdeiros, que os olhavam desconfiados embora com alguma complacência, não permitem que lhes copiem obra, postura ou gesto. Acham-nos interdi-tos, mesmo que só iguais na forma e não na dimensão ou no alcance pois só os deles prevalecem.

E não precisam de velar pessoalmente pelo reino pois não lhe faltam la-caios, aprendizes e arautos, fiéis intérpretes dos cânones dos senhores. Con-denam em público o atrevimento de quererem ser e fazer o que, neles sendo pecado, é nos que servem grã virtude. Julgam e zurzem mais do que os seus senhores se atreveriam, pensando que, vivendo na sua sombra e tolerância,

terão a porta do céu escancarada e o leite e o mel a jorrar na terra.Até a Comunicação Social, último arrimo na falha justiceira ou injusto

opróbio, nem sempre cultiva nem procura os factos para «fabricar» notícias. Ao distinguir e não tratar por igual com dúbios critérios os seus objectivos, raivas ou ódios de estimação, reforça a diferença entre o «maltrapilho rou-bo» e o «engravatado desvio».

Vejam-se os «relatos e os casos». Os de milhões dos ungidos envoltos em mantos diáfanos depressa desaparecem e esquecem. E se por qualquer motivo voltam fugindo ao controlo, depressa se obliteram ou branqueiam.Os dos não ungidos, de tostões e quase sempre só de intenções ou omissões sem beneficiário ou benefício esplícito ou objectivo, matraqueiam-se à exaustão.

Não se trata do sapateiro a tocar rabecão. Hoje, a formação, escapou ao controlo dos ungidos e democratizou-se. O problema está nos que, não ten-do sido ungidos, não perceberam que não podem transigir, desculpar, ou ser magnânimos, contrapondo-os e enfrentando-os com exigência, transparên-cia, rigor e escrutínio de competência.

Quando o homem apareceuevoluído ou criadonada afirmava de seudo que havia encontrado.

Nada era de ninguém, tudo de todosanimal ou planta, céu ou terra, rio ou mar.

Foi-se ao mundo que era lindo,bebeu, comeu, amou e foi morrendo. Enquanto isso foi-se divertindo,até descobrir que só era, tendo ou sendo.

Porque nada tinha, tinha tudo pois nada precisava.Rumo ao infinito que a razão não viamas a imaginação intuía e descortinavapregou, odiou e matou para ser o que possuía...

O que mais me tem custado nestes últimos tempos em que me envolvi na problemática ecológica, social e política, criada pela Barragem de Amarante/Fridão, não são as dúvidas intrínsecas, mas sim a abulia, por parte de uns, e o anti-discurso, por parte de outros. Vejamos:

- Não é novidade para ninguém que existem implicações ao nível da se-gurança, para a cidade, consubstanciada por exemplo no inúmero número de vidas que se perderão caso haja uma rotura na barragem.

- Também não constitui facto novo que a qualidade da água, já de si de-gradada, se vai agravar devido à incapacidade que o rio passará a ter em depurar poluentes.

- É insofismável que a degradação da água, numa perspectiva ecológica, manifestar-se-á directamente, de forma negativa, na sua utilização quer no regadio quer no abastecimento público.

- Esta verdade, relativa à qualidade da água, convo-ca uma outra que é a dificuldade, com que futuramen-te nos confrontaremos em “proteger e melhorar o estado dos ecossistemas aquáticos”, “promover uma utiliza-ção sustentável de água” ou reduzir “gradual e signifi-cativamente a poluição das águas subterrâneas”, enfim cumprir a “lei quadro da água”.

Estes quatro argumentos foram, até hoje, incapazes de mobilizar os Amarantinos, em suma a sociedade civil. Não me proponho discutir o problema, limito-me a cons-tatar a abulia.

Porém, proponho-me sim a analisar o anti-discurso, em razão do problema!

É minha forte convicção que qualquer Amarantino terá como posição de princípio a rejeição da construção da barragem de Amarante/Fridão. Não apenas por ser um argumento bair-rista mas porque é próprio à natureza humana afastar da sua porta, quantas vezes de forma irracional, qualquer potencial dano.

Por isso fez bem o Sr. Presidente da Câmara quando votou favora-velmente uma moção do executivo em que defendia a não construção da barragem.

Ninguém o levou a mal, nem mesmo a EDP.No entanto já não estou tão certo, quanto à boa vontade dos Amaranti-

nos, quando ouvem o primeiro responsável autárquico (Dr. Armindo Abreu) dizer que a sua preocupação central, relacionada com a segurança, ficou afas-tada desde o momento em que o responsável do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) disse estar “mais seguro ao pé da barragem do que dentro de casa”.

O Sr. Presidente ficou-se pela blague, pelo exagero da resposta, esque-ceu-se do resguardo sempre necessário quando estão em causa pessoas.

Por acaso a pergunta foi feita ao Presidente do LNEC; caso fosse efectu-ada a um eminente psicólogo ele explicaria que o stress provocado pela ideia de qualquer um de nós passar a viver ao lado de uma parede de 30 metros de altura, que faz a contenção de uma cheia de proporções bíblicas para a cida-de, não será despicienda numa conversa sobre a barragem. O que acabo de escrever não é um argumento contra a barragem, é a lógica.

Seria pois lógico o Sr. Presidente – com recato e inteligência, mantendo sempre uma posição de princípio – exigir que os estudos necessários a uma

decisão honesta, fossem efectuados de uma forma douta. Até porque muitas instituições e particulares alertaram para as debilidades dos estudos de impacto ambiental.

Desde logo, o Sr. Presidente da Câmara deveria ter exigido explicações do Governo, por um lado sobre as ra-zões que presidiram aos adiantamentos efectuados pela EDP, por conta do projecto, no montante de milhões de eu-ros; e por outro porque é que esses montantes foram ape-nas canalizados para o Programa Polis, sem beneficiar num tostão as zonas afectadas pelas diversas barragens.

Deveria o Sr. Presidente procurar saber quais os efei-tos cumulativos decorrentes da cascata de barragens, a construir no Tâmega, até que ponto a sua construção con-tribuirá para deterioração da produção agrícola.

Sendo uma preocupação do Presidente da Câmara a água, seria fundamental dissipar dúvidas sobre a qualida-de da água, na sua vertente ecológica.

Por fim parece fundamental saber qual o contributo da barragem para o desenvolvimento de Amarante.

Só após bater-se galhardamente por estas respostas o Sr. Presidente po-deria passar à fase seguinte. Fase essa tão ou mais importante que a ante-rior pois, caso a barragem seja construída, os amarantinos não poderão as-sistir impávidos e serenos a mais um desgraçado esbulho dos seus recursos, sem serem ressarcidos.

Infelizmente o movimento é pífio! Por isso digo que os Amarantinos não merecem ser enredados no “ób-

vio”, nas meias tintas ou nos argumentos “franciscanos” de que só se actua-rá, “se for violada á lei, se a legislação não for cumprida em termos de pro-cessos de estudo de impacto ambiental”. O Sr. Presidente da Câmara diz isto apesar de saber, porque é jurista, que estes processos são incapazes de reve-larem violações de lei.

[‘Eppur Si Muove’ significa “Mas ela se move” (Galileu]

repórterdomarãoopinião

25I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

21 abr a 11 mai’10

Adriano SantosPresidente CDS-PP Amarante

“Eppur si muove”

Eles não foram ungidos

Armando MiroJornalista

Exmo Sr Director do Jornal Repórter do Marão

Nos termos do nº1 do artº 24º da Lei nº 2/99, de 13 de Janeiro (Lei de Imprensa), solicito a V. Excia a publicação da seguinte resposta ao texto da responsabilidade desse jornal, publicado no seu número 1 235, pág. 08, sob o título “… Eleições para a Conce-lhia do PS Amarante com a mira em 2013”.

No artigo em referência o Sr Director, ou quem o Senhor superiormente autorizou, entre outras considerações desprimoro-sas, afirma que o signatário desta resposta “quer ser Presidente da Câmara”, que “tem tentado obter protagonismo”, para o efei-to, e que “Artur Correia, que parecia par-tir em vantagem, pode ter perdido apoios com a integração na sua lista de Fernando Sampaio.”

Independentemente de lamentar que o Repórter do Marão se tenha prestado à re-alização de uma campanha a favor de uma das listas concorrentes à comissão política do PS, facto que me surpreendeu porque me habituei a ver esse jornal num patamar de rigor e seriedade que, afinal, parece nem sempre ter, senti-me na necessidade de evo-car o direito de resposta, legalmente consa-grado, para repor a reputação e boa imagem pública que sempre tive e que o artigo pu-blicado por V. Excia procura pôr em causa.

Com efeito, o Repórter do Marão trans-forma uma história de muitos anos de parti-cipação cívica e de dedicação à causa pública em mera e insustentada ambição política e a relação de confiança e respeito recíprocos estabelecida com toda a comunidade local, e tantas vezes reconfirmada ao longo dos anos, numa falsidade, que até pode levar à perda de apoios a todos aqueles que não te-nham uma visão tão clarividente como a do respectivo articulista do Jornal.

Senhor Director, o ataque pessoal e des-propositado de que fui alvo não tem qual-quer justificação. O candidato a Presidente da Comissão Política não era eu e não esta-va em causa qualquer candidatura à Câma-ra Municipal. Por outro lado, a ligeireza com que o Jornal que V. Excia dirige se refere à não existência de nomes candidatos numa das listas concorrentes contrasta, em de-masia, com a facilidade que revela para en-contrar dois para a outra: eu próprio e ou-tro concorrente melhor posicionado que eu, segundo a opinião expressa no Jornal. Será que o articulista em causa teme que eu pos-sa vir mesmo a ser candidato à Câmara Mu-nicipal?

Para esclarecimento do Repórter do Ma-rão e dos seus leitores gostaria de terminar dizendo o seguinte:

• Entrei numa das listas concorrentes à comissão política concelhia do PS porque sou socialista e quero ser um elemento ac-tivo na construção de uma sociedade mais justa, mais fraterna, mais democrática…; porque acredito que a minha terra tem con-dições para ser uma referência social, econó-mica e cultural em toda a região; e porque, para o bem e para o mal, é nos partidos po-líticos que a nossa voz se pode fazer ouvir;

• Se tiver essa oportunidade, o que acon-tecerá se vier a pertencer à comissão política que ainda há-de ser eleita daqui a sensivel-mente dois anos, colaborarei na construção da proposta do partido socialista a apresen-tar aos amarantinos para a gestão munici-pal, sendo certo que defenderei a candida-tura de independentes, inclusivamente à presidência da Câmara, desde que os even-tuais candidatos se identifiquem com a ma-triz ideológica do PS e demonstrem ser os mais capazes e competentes para defender os interesses de Amarante;

• A minha intervenção cívica e política em defesa de Amarante e dos valores em que pessoalmente acredito não será sensível a qualquer iniciativa ou estratégia de tercei-ros para a condicionar.

Aceite, Sr Director, os meus mais respei-tosos cumprimentos. Amarante 18 de Abril de 2010. Fernando F. Sampaio.

DIREITODE RESPOSTA

Page 26: Repórter do Marão

repórterdomarão26 21 abr a 11 mai’10

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I crónica|eventos

Clementina e CamafeuAfinal não fez nada do que lhe

pedi. É escritor, mas não tem ca-pacidade para escrever a minha história, só escreve para crian-ças. Ora, para crianças qualquer coisa serve, que elas coitadinhas são muito inocentes, e qualquer coisa as distrai.

Não é para o ofender, mas já ando há tantos anos a pedir-lhe para escrever um livro que con-te a minha vida. Porque a minha vida, dá para fazer um romance, mas daqueles que fazem chorar as pedras da calçada. Para mim um romance tem de ter mui-tas lágrimas e sangue a correr, como é o meu caso.

Eu bem lhe contei que era tão bonita na inocência dos meus quinze anos. E ter quinze anos em mil novecentos e setenta e cinco era bem diferente dos nos-sos dias. Mas o senhor, só sabe escrever para crianças, e não liga nenhuma ao que eu lhe digo. Olhe que hoje em dia é muito pe-rigoso um homem velho dizer que gosta de crianças; pode ser muito mal interpretado. Não se ria. O senhor acha que não tem interesse a minha história, ou não é capaz de a escrever?

Eu contei-lhe que nesse ano de mil novecentos e setenta e cinco, em menos de um mês, co-nheci-o, namorei-o e fiquei noi-va. Quem acredita nisto? Parece romance, não é? Mas eu sabia lá o que andava a fazer neste mun-do. O que eu queria era dan-çar, vestir roupa nova, pintar as unhas. Os lábios não podia, por-que a minha mãe não deixava. Uma vez apareci à beira dela, muito contente, com os lábios mais vermelhos que um bife em sangue, e ela disse-me, aos gri-tos, possessa: que vergonha caiu em minha casa, vai-te despintar, rapariga, antes que alguém te veja nessa figura de macaca. És alguma sem-vergonha para an-dares assim? Despinta-te, rapa-riga, olha que o diabo é tendeiro.

A minha mãe dizia que o dia-bo era tendeiro e eu, uma ino-cente criada no meio das ervas e das cabras, com malgas de azei-tonas e cebolas com sal, muito caldo, sol, amoras e muito vento, não atinava com aquela conver-sa do diabo ser tendeiro.

Eu só conhecia os tendeiros das feiras. E desses gostava por-que traziam sapatos da moda e roupinhas em conta. Quando ti-nha quinze anos, um dia de feira era um dia de festa. Começava

logo de manhãzinha e só acaba-va pouco antes de anoitecer. Era tão bom andar na feira a fazer de conta que era uma sonsinha que nada via nem ouvia, e a sonhar que era uma princesa.

Como vê, se eu me ponho a contar a minha vida nunca mais me calo. Porque não é fácil enca-dear as coisas. A gente fala de um assunto, e esse assunto puxa outro, e outro, e depois outro, e quando damos fé, em vez de fa-larmos em alhos, estamos a falar de bugalhos.

Mas estava eu a lembrar-lhe que podia começar o romance contando a minha vida a partir do momento em que aquele ca-mafeu me apareceu em casa. Era barrigudo, atarracado, fa-lava pouco, tinha um dente que parecia ser de ouro, mas deu-se muito bem com meu pai, porque sabia jogar cartas e bebia deva-garinho, como uma esponja. A minha mãe também se encantou com ele. Dizia-me que ele era de-cente, tinha boa figura e, o mais importante, era brasileiro. Mas não era. Era português, filho de portugueses e nascido em Por-tugal. Mas em mil novecentos e setenta e cinco, brasileiro queria dizer muito dinheiro e muito res-peito. E a minha mãe achou que aquele estafermo era um bom partido para mim. Que gente ig-norante. Ela não fazia aquilo por mal, queria o meu bem.

Espere, não se vá já embo-ra. E não se esqueça de dizer que ele foi para o Brasil e eu, de-pois de ter feito dezasseis anos, fui ter com ele, casada por pro-curação. Purinha. Uma semana depois eu tinha um sonho: fugir e nunca mais voltar.

Escreva a minha história, mas não ponha o meu nome. Chame-lhe Clementina.

[email protected]

António Mota

Não atinava com aquela conversa do diabo ser

tendeiro. Eu só conhecia os tendeiros das feiras.

E desses gostava porque traziam sapatos da moda

e roupinhas em conta. Quando tinha quinze anos, um dia de feiraera um dia de festa.

A Filandorra - Teatro do Nordeste estreia sexta feira, em Vila Real, a peça “Animais com manhas de gente” dirigido às crianças do 1º ci-clo do ensino básico e inspirado em histórias do escritor Alexandre Parafita.

A estreia da 54ª produção da companhia as-sinala o Dia Mundial do Livro e decorre no âmbito do Vinte e Sete - Festival Internacio-nal de Teatro.

Fonte da Filandorra explicou que o espe-táculo foi concebido “em moldes inovadores, construído através de um percurso que da plateia passa pela caixa de palco, sai para o ar livre e regressa à sala, apelando à interação com os participantes”.

“Animais com manhas de gente” põe em cena histórias como “O lobo, a velha e a caba-ça”, “A raposa e o sardinheiro”, “Os cinco ami-gos e os ladrões”, “A raposa, o galo e o Solidó” e “O homem e as vozes dos pássaros”, publica-das nos livros de Alexandre Parafita “Contos de animais com manhas de gente” e “Lobos, raposas, leões e outros figurões”.

Tratam-se de narrativas da tradição oral

que, segundo a fonte, transmitem ao mesmo tempo “as verdades do povo, a brincar e a rir”.

Nestas histórias os animais são “persona-gens carregadas de simbolismo, onde se cru-zam os traços temperamentais dos seres hu-manos, os seus vícios, as suas virtudes, a sua moral”.

Esta produção da companhia conta com ver-são cénica e encenação de David Carvalho, e interpretações de Anita Pizarro, Helena Vital, Sara Costa, Bruno Teixeira e Hugo Moreira.

Os espetáculos de estreia estão agendados para as 10:30 e 15:00 de sexta feira e, poste-riormente, a Filandorra vai percorrer escolas e bibliotecas de todo o país com o objetivo de “estimular e sensibilizar” as crianças para im-portância do livro e da leitura reunindo a lite-ratura e o teatro num só “palco”.

O dia 23 de abril foi instituído pela UNES-CO em 1995 para comemoração do Dia Mun-dial do Livro e dos Direitos de Autor por ser uma data simbólica para a literatura mun-dial, já que neste dia e no mesmo ano (1616) morreram Cervantes e Shakespeare.

Filandorra assinala Dia Mundial do Livro

Santiagu obtém mais dois prémios, com caricaturas de Siza Vieira e dos Metallica

O cartoonista moldavo Valeriu Kurtu conquistou o primeiro prémio do III Con-curso Europeu de Cartoon, organizado pelo Museu Nacional da Imprensa (MNI), Porto, sob o tema “Criatividade e Inova-ção”, concurso em que o nosso colaborador António Santos (Santiagu) ganhou uma menção honrosa.

O segundo prémio foi atribuído a Plan-tu, do jornal francês “Le Monde”, e o ter-ceiro ao italiano Alessandro Gatto.

O júri, presidido por Peter Nieuwen-dijk, presidente geral da Federação Eu-ropeia do Cartoon, atribuiu ainda sete menções honrosas a artistas da Bélgica, Espanha, França, Itália, Roménia, Ucrâ-nia e Portugal.

O português Santiagu (António dos Santos) ganhou uma menção honrosa com uma caricatura do arquiteto Álvaro Siza Vieira (na rubrica Cartoon, à direita).

Mais de 100 humoristas de 30 países participaram na edição deste ano do con-curso, com cerca de 350 desenhos, desta-cando-se a Turquia como país com mais participantes, seguida da Roménia, Espa-nha, Rússia, Eslováquia e Polónia.

12.º Porto Cartoon para o polaco Jerzy Gluszek

Entretanto, o polaco Jerzy Gluszek venceu o Grande Prémio do 12.º PortoCar-toon - World Festival, este ano dedicado a aviões e máquinas voadoras. O cartoon vencedor representa uma senhora a pas-sar a ferro numa asa de um avião que en-tra pela janela de sua casa e serve, assim, de tábua de engomar.

O presidente do júri, o francês Geor-ges Wolinski, considerou o desenho ven-cedor “muito bom”, um trabalho de “ver-dadeiro humor”, que “retrata a verdade”.

Para o presidente do Museu Nacional da Imprensa (MNI), organizador do Por-toCartoon, Luís Humberto Marcos, o car-toon vencedor “é um desenho fantástico, que pode ter várias leituras, mas que, so-bretudo, dá a entender que um avião é tão banal como uma tábua de engomar”.

Jerzy Gluszek participou nesta 12.ª edição do PortoCartoon pela primeira vez e apenas com este trabalho, acrescentou Luís Humberto Marcos.

O 2.º prémio foi atribuído ao iraniano Mahmood Azadina e o 3.º prémio ao belga Stefaan Provijn

O júri atribuiu ainda 18 menções hon-rosas, três das quais a trabalhos realizados por portugueses, designadamente Agos-tinho Santos, António Santos ‘Santiagu’ e Augusto Cid.

A quinta Bienal Internacional de Gravu-ra do Douro decorre entre 10 de agosto e 10 de setembro, com sede em Alijó, e vai expor obras de 600 artistas oriundos de 70 países.

A próxima edição vai estender-se até ao Museu do Douro, ao Teatro Municipal de Vila Real e às cidades do Porto e Gaia.

A pré programação da Bienal Interna-

cional de Gravura do Douro prevê uma ex-posição de homenagem ao artista espanhol Antoine Tàpies e aos escultores portugueses Teixeira Lopes (pai e filho).

Da programação fazem parte vá-rias outras mostras individuais e coletivas, workshops sobre gravura rupestre e gravura contemporânea e conferências.

Bienal de Gravura em Alijó

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artes | nós repórterdomarãoI I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

2721 abr a 11 mai’10

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Impressão: Multiponto - Baltar, Paredes

Tiragem desta edição: 30.000 exemplaresInscrição na APCT - Ass. Portuguesa de Controlo de Tiragem e Circu-lação | Em fase de auditoria

A opinião expressa nos artigos assinados pode não corresponder necessariamente à da Direção deste jornal.

O OLHAR DE...Eduardo Pinto 1933-2009

* Esta edição foi escrita ao abrigo do novo acordo ortográfico *Alguns textos, sobretudo de colaboradores, poderão,

a seu pedido, utilizar ainda a grafia anterior.

“Últimos”

- Largo de S. Gonçalo– Finais Anos 50

CartoonsdeSantiagu[Pseudónimo de

António Santos]

Arquiteto Álvaro Siza Vieira 2010

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