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GRANDE ORIENTE DO BRASIL – GOB
A R L S GENERAL MAC ARTHUR 2724
I ANGELO OLIVEIRA SALIGNAC
APRENDIZ MAÇOM
CURITIBA, SETEMBRO DE 2016.
1
JUSTIFICATIVA
O Respeitável Irmão Michel Karpe, 2º
Vigilante da Augusta e Respeitável
Loja Simbólica General Mac Arthur,
nº 2724, no exercício de suas
atribuições maçônicas, determinou
ao I Autor do presente a elaboração
de um trabalho com o tema
“Landmarks”.
Como resultado foi produzida uma
versão impressa, que vem a seguir,
acompanhada de uma mídia digital
(CD ROM), contendo versões
eletrônicas deste texto, da
apresentação em MS Power Point que
a ilustra e de material obtido em
pesquisas.
2
Sumário JUSTIFICATIVA ............................................................................................................................... 1
I. ETIMOLOGIA .......................................................................................................................... 3
II. SIGNIFICADO MAÇONICO ...................................................................................................... 4
III. DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO ....................................................................................... 6
IV. VISÕES PARTICULARES DE DIVERSOS AUTORES .............................................................. 10
PALAVRAS FINAIS ........................................................................................................................ 15
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................... 17
3
I. ETIMOLOGIA
O termo “landmark” tem sua origem nas palavras “land” e “mearc”,
do inglês antigo1. Originariamente, significava qualquer objeto
designado para demarcar os limites de um reino, uma propriedade, um
terreno – normalmente pedras trabalhadas e inscritas ou pequenas
construções.
Por volta de 1560, o significado da palavra assumiu um sentido
mais generalizado – evoluindo, desde então, para o de um objeto
marcante na paisagem, uma ideia, um evento ou decisão importante.
Numa tradução literal, um landmark seria um recurso geográfico
usado por exploradores ou por alguém em busca de orientação num
terreno especialmente vasto, mas também um monumento, edifícios ou
construções especialmente marcantes, um símbolo de um local, de um
pais – a Estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, a London Bridge,
a Pedreira Paulo Leminski.
1 The Merriam-Webster, 2011. Nesse trabalho usaremos o termo “Landmark” ou seu plural
“Landmarks”.
4
II. SIGNIFICADO MAÇONICO
Em termos maçônicos, os Landmarks são os princípios aos quais a
Maçonaria2 se vincula indissoluvelmente, diferentemente de todas as
demais sociedades e associações, e sem os quais perde sua identidade.
A compreensão dessa ideia torna-se mais efetiva se
considerarmos outra acepção do termo, também advinda do inglês e
mais afeita à arquitetura: um elemento ou toda uma porção de um
edifício, uma escultura ou a decoração em sua entrada, que é de grande
importância para todo o plano arquitetônico; algumas vezes o edifício
funciona como marco para toda uma área geográfica. O Landmark é
uma estrutura que tem significado e simbolismo distintos, que faz com
que o edifício ou a área em que se encontra se tornem totalmente
distinguíveis de qualquer outro lugar ou construção.
O uso alegórico do termo na filosofia maçônica marca um ponto
categórico no intimo da Ordem e de seu modo de pensar, fora do qual
seria impossível a uma Loja se caracterizar como tal.
Os Landmarks englobam as regras invioláveis e inalteráveis da
organização, da teoria e da tradição esotérica da Maçonaria como um
conjunto de princípios sagrados que não podem ser contestados – e, na
compilação de Mackey, essa perspectiva ilustra o vigésimo quinto
2 Stafyla, 2014.
5
Landmark, segundo o qual “os Landmarks não podem jamais ser
modificados” 3.
Existem três elementos que devem necessariamente ser contidos
num Landmark, conforme definido por John S. Simons4:
Deve existir desde tempos imemoriais;
Deve expressar a forma e a essência do Oficio e
Concordância de que não pode ser jamais alterado.
É comum que seja mencionada apenas a existência desde tempos
imemoriais e a concordância em que não sejam alterados, esquecendo-
se os comentaristas da fundamental relevância da firme expressão da
forma e da essência da Ordem Maçônica.
3 Stafyla, 2014, Mackey, 1877.
4 Apud Doron, 2002.
6
III. DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO
Os primeiros escritos maçônicos sobre os Landmarks receberam
forte influencia dos textos bíblicos, que mencionam explicitamente o
termo (em suas versões em língua inglesa5).
Em Provérbios (22, 28), o Livro da Lei determina:
“não removas os antigos limites que teus pais fizeram” (no
inglês: “Remove not the ancient landmark which thy fathers have
set”);
No Deuteronômio (19, 14):
“não mudes o limite do teu próximo, que estabeleceram os
antigos na tua herança, que receberás na terra que te dá o
Senhor teu Deus para a possuíres” (na versão em inglês:
“you shall not move your neighbor's landmark, which the
ancestors have set, in your inheritance which you will inherit
in the land that the Lord your God gives you to possess”).
Ainda em Deuteronômio (27,17):
“maldito aquele que remover os limites do seu próximo. E
todo o povo dirá: Amém” (no inglês: “cursed is he who
moves his neighbor's landmark. And all the people shall say,
Amen”).
No Livro de Jó (24, 2):
5 Neville, 2012. Para a versão em português dos excertos: Biblia Online. Os textos em inglês foram
obtidos em Knowing Jesus.
7
“até os limites removem; roubam os rebanhos, e os
apascentam” (em inglês: “some remove the Landmarks; They
seize and devour flocks”).
Em 1720 o Grão Mestre da Grand Lodge of England, George
Payne, compilou os Regulamentos Gerais que foram aprovados em 1721
e publicados por James Anderson em 17236. O Regulamento XXXIX
estabelece que7: “em todo encontro anual, a Grande Loja tem poderes
inerentes e autoridade para produzir novos Regulamentos, ou alterar os
existentes, para real beneficio da Antiga Fraternidade, desde que os
antigos Landmarks sejam cuidadosamente preservados”. Não havia
definição ou conceito de “Landmark”.
É relevante diferenciar os Landmarks das Antigas Obrigações (Old
Charges)8, que são constituídas por textos medievais da fase pre-
especulativa da historia maçônica, de conteúdo mais ou menos
semelhante, e que descrevem e particularizam as regras da organização
das Guildas, suas crenças e atitudes. Tradicionalmente, são cento e
trinta e um esses manuscritos, o mais antigo deles o Manuscrito
Regius9.
Algumas dessas Antigas Obrigações podem ser consideradas e
qualificadas simultaneamente como Landmarks, devido ao seu uso
inconteste e validade desde tempos imemoriais (conceitos que serão
posteriormente examinados): a crença num Ser Supremo é uma Antiga
Obrigação e um Landmark.
Posteriormente, e referenciando as divergências entre Antigos e
Modernos, Laurence Dermott elaborou o Livro das Constituições para a
Antiga Grande Loja da Inglaterra, estabelecida em 1751. Conhecida
6 Esse documento ficou conhecido como as Constituições de Anderson.
7 History Of The Landmarks, 1986. No original: “Every Annual Grand Lodge has an inherent power and
Authority to make new Regulations, or to alter these, for the real benefit of this Ancient Fraternity; provided always that the old Land-Marks be carefully preserved”. 8 Stafyla, 2014, Doron, 2002.
9 Doron, 2002.
8
como Ahiman Rezon (titulo atribuído à língua hebraica, significando
“ajuda a um irmão”, “vontade da seleta fraternidade”, “segredos da
pronta fraternidade”, “construtores reais” e “irmão secretario” – a razão
para a escolha desse titulo e seu significado permanecem um mistério),
a obra foi publicada em 1756 e listava Landmarks, muitos dos quais não
eram conformes às especificações de Simons, acima mencionadas.
A primeira tentativa de compilar os Landmarks foi feita pelo
médico e escritor Albert Gallatin Mackey, em um artigo na edição de
outubro de 1858 da publicação americana American Quarterly Review of
Freemasonry, intitulado “The Foundations Of The Masonic Law”. Esse
texto foi, posteriormente, incluído no livro Text Book Of Masonic
Jurisprudence. Desde então, grande numero de potencias maçônicas
(especialmente as latino-americanas) adotaram os vinte e cinco
Landmarks compilados por Mackey10 e exibidos abaixo.
LANDMARKS DE MACKEY
1) Os processos de reconhecimento. 2) A divisão da maçonaria simbólica em três graus. 3) A lenda do terceiro grau. 4) O governo da fraternidade por um oficial denominado Grão Mestre. 5) A prerrogativa do Grão Mestre de presidir todas as assembleias do Ofício. 6) A prerrogativa do Grão Mestre de conceder licença para conferir graus em tempos de exceção. 7) A prerrogativa do Grão Mestre de autorizar a criação e manutenção das Lojas. 8) A prerrogativa do Grão Mestre de criar maçons por deliberação própria. 9) A necessidade dos maçons se congregarem em Lojas. 10) O governo da fraternidade, quando congregada em Loja, por um Venerável e dois Vigilantes. 11) A necessidade da Loja, quando em oficio, estar devidamente coberta. 12) O direito de todo maçom de estar representado em todos os encontros da Fraternidade e de instruir seus representados. 13) O direito de todo maçom de apelar das decisões de sua Loja, à Grande Loja ou à Assembleia Geral dos Maçons. 14) O direito de todo maçom de visitar e ter assento em toda Loja regular. 15) Um visitante que não seja conhecido como maçom não poderá entrar em Loja sem primeiro ser examinado de acordo com os costumes antigos. 16) Nenhuma Loja pode intrometer-se nos assuntos de outra Loja, nem conceder Graus a irmãos de outras Lojas. 17) Todo maçom se submete as Leis e Regulamentos da jurisdição Maçônica em que residir. 18) Qualificações dos candidatos: deve ser homem, livre de mutilações, livre de nascimento e de idade madura. 19) A crença na existência de Deus.
10
GLOBCAY, 2006, Mackey, 2015.
9
20) Subsidiariamente à crença em Deus, crer na ressurreição para uma vida futura. 21) Um Livro da Sagrada Escritura deve ser parte integrante do mobiliário de toda Loja. 22) A igualdade de todo maçom. 23) O segredo na instituição. 24) A fundação de uma ciência especulativa, para fins de ensino religioso ou moral. 25) Esses Landmarks jamais poderão ser alterados.
10
IV. VISÕES PARTICULARES DE DIVERSOS AUTORES
Não existe unanimidade no entendimento sobre quantos e quais
sejam efetivamente os Landmarks – na verdade, muitas Lojas norte-
americanas sequer adotam Landmarks em suas Constituições11.
Os Landmarks de Mackey não são universalmente aceitos. Para
Jantz12, alguns sequer são, na realidade, Landmarks em conformidade
com os preceitos de Simons. O autor aponta:
O Landmark 2, pois o terceiro grau não existia na
época de fundação da primeira Grande Loja da
Inglaterra;
O Landmark 3, pois as antigas lendas fazem
referencias divergentes em relação às atuais, além
de haver diferenças nos rituais de 1717 e 1721;
O Landmark 4, por não existir, em 1717, a figura
do Grão Mestre;
Os Landmarks 5, 6, 7 e 8, pois são privilégios
concedidos ao Grão Mestre pela Grande Loja;
O Landmark 10, que não contempla o fato de que
as Lojas eram governadas, em tempos antigos,
por um Mestre e um Vigilante;
O Landmark 20, em relação à ressurreição, pois
provoca a necessidade de discussões teológicas
que algumas Jurisdições julgam ser superiores às
suas qualificações para discutí-las.
11
Jantz, 2004. 12
Jantz, 2004.
11
Existem diversas listas e compilações de Landmarks, variando de
sete (de Pound), passando por cinquenta e quatro (de H. B. Grant13) e
chegando até a cem Landmarks.
Curiosamente, e usando de visível ironia, Aslan14 cita Virgilio A.
Lasca, que fornece a seguinte relação de compilações de Landmarks:
3, para Alexander S. Bacon e Chetwode Crawley;
6, para a Grande Loja de Nova York, que toma por base os
capítulos em que se dividem as Constituições de Anderson;
7, para Roscoe Pound, a Grande Loja da Virgínia e o cubano
Carlos F. Betancourt;
9, para J. G. Findel;
10, para a Grande Loja de Nova Jersey;
12, para A. S. Mac Bride;
15, para John W. Simons e para a Grande Loja de Tennessee;
17, para Robert Morris;
19, para Luke A. Lockwood e a Grande Loja de Connecticut;
20, para a Grande Loja Ocidental de Colômbia, com sede em
Cali;
25, para Albert Gallatin Mackey e Chalmers I. Paton;
8, para a Grande Loja de Massachussets, cujos Landmarks
são iguais àqueles enunciados por Mackey;
26, para a Grande Loja de Minnesota;
29, para Henrique Lecerff;
31, para o Dr. Oliver;
54, para H. G. Grant e para a Grande Loja de Kentucky.
Roscoe Pound listou apenas sete Landmarks15:
13
GLOBCAY, 2006. 14
Aslan, 1971. 15
Doron, 2002. Note-se que Roscoe Pound era eminente Jurista e tinha uma aguda consciência da semelhança entre a estrutura logica e formal dos Landmarks com certos aspectos do Direito Ingles – onde o costume, e não a lei escrita, tem papel preponderante.
12
LANDMARKS DE POUND
1) Crença no Grande Arquiteto do Universo. 2) Crença na ressurreição para uma vida futura. 3) Obrigação de dispor de um Livro da Sagrada Escritura, em Loja, quando em Oficio. 4) A lenda do terceiro grau. 5) Segredo obrigatório nos modos de reconhecimento. 6) A fundação da nossa arte especulativa e seu uso simbólico para propósito de ensino religioso e moral. 7) O candidato deve ser homem, livre de nascimento e de idade madura.
Para Albert Pike não existe concordância sobre o que pode ou não
ser considerado um Landmark – isso jamais teria sido definido16. Mas
Pike não hesitou em fornecer sua própria lista17.
LANDMARKS DE PIKE
1) A necessidade dos maçons se distribuírem em Lojas. 2) O governo de cada Loja por um Venerável e dois Vigilantes. 3) Todos devem crer no Grande Arquiteto do Universo e numa vida futura. 4) O trabalho secreto das Lojas. 5) Que os segredos da Maçonaria não devem ser divulgados.
Parece haver concordância entre os melhores escritores sobre dois
pontos essenciais18: o primeiro deles é sobre a existência do Landmark
desde tempos imemoriais e o segundo é de que seja um elemento na
forma e na essência da Fraternidade de tal sorte que a Maçonaria não
seria mais passível de ser assim entendida se o marco fosse removido.
Em outras palavras, são perpétuos e imutáveis.
Com efeito, poucos tópicos passam por esse teste. Os Landmarks,
em sua maioria, poderiam ser classificados como itens regulatórios
específicos, costumes, ou princípios gerais.
É possível condensar os Landmarks de Mackey e de Pound em
cinco Landmarks que atendem ao requisito dos pontos essenciais acima
elencados:
16
Pike, 2014. 17
Senna, 1981. 18
Jantz, 2004.
13
LANDMARKS DE JANTZ
1) O Maçom crê em Deus. 2) O Volume da Sagrada Escritura é parte essencial e indispensável do mobiliário da Loja, devendo ser aberto ao acesso de todos quando em Trabalho. 3) O Maçom deve ser do sexo masculino, nascido livre e de idade madura. 4) O Maçom deve obediência a Potencia de sua jurisdição. 5) O Maçom acredita na imortalidade da Alma.
Os quatro primeiros estão contidos nas Antigas Obrigações de
1390. O quinto está implícito nas crenças religiosas daquela época.
Existem ainda criticas de forte e coerente embasamento. Boucher
menciona que “a Maçonaria anglo-saxã fixou regras fora das quais
qualquer Maçom ou Obediencia são declarados “irregulares”. Essas
regras receberam o nome de “Landmarks” (limites ou marcos). Wirth diz
o seguinte: os Landmarks são de invenção moderna e seus partidários
jamais conseguiram por-se de acordo para fixa-los. Isso não impede
que os anglo-saxões proclamem sagrados esses limites essencialmente
flutuantes, que ajustam de acordo com seus particularismos. Cada
Grande Loja os fixa de acordo com seu modo de compreender a
Maçonaria; a Maçonaria é compreendida de modos muito diferentes,
razão das definições contraditórias, destrutivas da unidade dentro de
uma instituição que visa à concordia universal”19.
Em 1964, a Grand Lodge Of British Columbia and Yukon propôs a
adoção do seguinte texto:
"Um maçom é obrigado a obedecer à lei moral; e se ele entende a
razão da Arte, nunca será um ateu nem um libertino agnóstico. Ele, de
todos os homens, deve melhor compreender que Deus não vê como vê o
homem: o homem vê o exterior, mas Deus olha para o coração. Um
maçom é, portanto, destinado a nunca agir contra os ditames de sua
consciência. Seja a religião ou qualquer outra a forma de expressão
espiritual de um homem, ele não será excluído da Ordem, desde que
19
Boucher, 1985.
14
acredite no Glorioso Arquiteto do céu e da terra, e pratique os sagrados
deveres da moralidade. Os maçons unem-se aos virtuosos de qualquer
congregação em firme e sereno amor fraterno: são ensinados a ver os
erros da humanidade com compaixão e a esforçar-se, pela pureza de
sua própria conduta, a demonstrar a excelência superior da fé que
professem"20.
20
Jantz, 2004, GLOBCAY, 2006.
15
PALAVRAS FINAIS
Os Landmarks têm sido os fios com os quais o tecido da
Fraternidade é elaborado, garantindo a coesão interna dos aspectos
relevantes da Maçonaria e assegurando que suas características mais
permanentes e distintas tenham sido mantidas através dos séculos.
Entretanto, é certo que os debates sobre o assunto permanecerão
no futuro próximo. A linha que separa os regulamentos e normas dos
Landmarks será muitas vezes tênua e a definição dos verdadeiros
marcos será continuamente debatida enquanto as potencias maçonicas
adotarem políticas diversas em relação aos seus limites filosóficos,
éticos e normativos.
A UGLE manteve uma visão pouco clara dos Landmarks. A mais
recente revisão das Constituições da Grande Loja Unida inclui, entre os
seus requisitos fundamentais: "Que os princípios dos Antigos
Landmarks, os costumes e usos da Ordem devem ser rigorosamente
observados". Assim como as Constituições de Anderson, de 1723, o
documento não definiu quais são esses Landmarks. Em quase trezentos
anos, permanece a indefinição21.
Muitos questionamentos existem, mesmo internamente, sobre a
necessidade de “atualizar” alguns dos Landmarks. A ascenção do
politicamente correto, movimento e tendência fundamentalmente
21
Satchell, 2010.
16
baseado no mais baixo proselitismo, tem sido a mola propulsora de
inúmeras propostas que afrontam o próprio cerne da Maçonaria.
Inevitavelmente, a Ordem evoluirá, ajustando-se aos novos
tempos, novos usos e novos costumes; isso aconteceu no passado e
pode ser notado no presente. A própria existência de princípios
norteadores de sua conduta, de seus feitos e da abrangência de seu
escopo indica a preponderância da cautela e da prudência na Ordem.
Os Landmarks são, em ultima analise, as leis não escritas da
Ordem22. Derivam de costumes antigos e universais, cuja data é tão
remota que não se tem ideia de sua origem – o próprio passar do tempo
tornou inviável, a seus críticos, abolir sua influencia, e a eficácia de seus
efeitos consolidou seu uso.
Meu entendimento particular, e necessariamente raso, é o de que
a busca pelos Landmarks perfeitos representa o anseio de identificar, e
perpetuar, os usos e costumes que permitiram à Maçonaria uma lenta e
permanente evolução dos tempos antigos até o presente, mas
assegurando à Ordem o fortalecimento de sua base filosófica e
conceitual e a integridade de seus propósitos.
Sabedoria e prudência serão as ferramentas que permitirão
clarificar essa questão que, como dito acima, permanece envolta em
polemica desde tempos imemoriais.
22
Senna, 1981
17
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