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Filosofia do Yoga: Textos Clássicos O Yoga de Patañjali Roberto de A. Martins Curitiba, PR 2012 Parte 2

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Filosofia do Yoga: Textos Clássicos

O Yoga de Patañjali

Roberto de A. Martins

Curitiba, PR

2012

Parte 2

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Os dois conceitos mais importantes do Sankhya são estes, Prakriti e Purusha.

Eles se opõem e se complementam.

Tudo o que existe no universo contém ambos.

Eterno

Masculino

Passivo

Consciente

Imutável

Eterna

Feminina

Ativa

Não consciente

Mutável

PURUSHAPRAKRITI

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A Natureza Primordial (mula-prakriti), também chamada de pradhana, é a origem de todo o universo, de tudo o que existe.

Ela é invisível, porque ainda não possui qualidades, e nela todas as forças naturais estão em equilíbrio.

A Natureza vai atuar e produzir tudo o que constitui o universo (exceto Purusha) através do dinamismo dos três poderes (gunas): sattva, rajas, tamas.

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Os poderes (Guna) de Prakriti

De acordo com o Sankhya existem três poderes básicos (guna) da Natureza

SATTVA RAJAS TAMAS(luz) (força) (inércia)

agradável desagradável sem sentimentoilumina age restringeleve móvel pesado

luminoso estimulante escuro

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A criação dos seres

De acordo com o Sankhya, todos os seres do universo são produzidos por Prakriti.

Primeiramente Prakriti, através dos três Gunas, produz o Grande Princípio (Mahat) e nele cria as individualidades ou egos (Ahamkara).

PRAKRITI

TRIGUNA

MAHAT

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Nesta fase da criação surge a multiplicidade de essências de todos os seres do universo, embora eles ainda não tenham corpo nem órgãos.

O eu individual de cada ser é permanente, ou seja, ele não se transforma ao longo do tempo.

Nos seres divinos [Devas] predomina SATTVA, nos animais predomina RAJAS, nos seres inanimados predomina TAMAS.

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Essas realidades dinâmicas e espirituais que estão por trás de todos os seres do universo podem ser conhecidas através de um órgão interno, chamado Buddhi, durante vivências obtidas em estado meditativo.

Através da Buddhi, podemos “ver” Mahat, e contemplar as essências de todos os seres que constituem a realidade material e não-material.

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MULA PRAKRITI

MAHAT

GUNAS

PURUSHA

BUDDHI

AHAMKARAS

Buddhi é o órgão mais interno, que estabelece o contato de Purusha com todas as outras “camadas”do ser humano.

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Em Mahat surgem as individualidades ou egos (Ahamkara), e em torno de cada um desses centros de atividade, Prakriti vai produzindo órgãos, um corpo sutil e finalmente um corpo material (naqueles que são materiais).

Há um progressivo aumento de tamas, e diminuição de sattva, em cada nível.

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Os órgãos de sensação e açãoOs órgãos produzidos em torno de cada individualidade e que permitem seu contato com o mundo exterior são onze: cinco órgãos sensoriais, cinco órgãos de ação, e a mente (Manas).

Mente = MANASÓrgãos de conhecimento =

Jñanaanaanaana-indriyaÓrgãos de ação =Karma-indriya

AudiçãoTatoVisãoPaladarOlfato

FalarSegurarAndarExcretar

Reproduzir-se

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Os órgãos externos

No corpo há partes materiais que correspondem a cada um desses órgãos, mas os órgãos NÃO SÃO materiais, propriamente, já que nos sonhos (e depois da morte) a pessoa pode ainda ter sensações e pensar que está agindo.

AudiçãoTatoVisãoPaladarOlfato

OuvidoPeleOlhosLínguaNariz

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Os elementos

O Sankhya descreve cinco “elementos sutis”(tanmatras) e cinco “elementos grosseiros”(mahabhutas), associados aos cinco sentidos.

SENTIDO TANMATRA MAHABUTHAAudição Som Éter (akasha)Tato Toque Ar (vayu)Visão Cor e forma Fogo (tejas)Paladar Sabor Água (apah)Olfato Odor Terra (prithivi)

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Dentro de cada uma dessas classes há uma gradação dos gunas (predomínio de sattva, de rajas ou de tamas).

De uma classe para outra também há uma gradação dos três gunas.

SENTIDO TANMATRA MAHABUTHAAudição Som Éter (akasha)Tato Toque Ar (vayu)Visão Cor e forma Fogo (tejas)Paladar Sabor Água (apah)Olfato Odor Terra (prithivi)

SATTVA RAJAS TAMAS

SATTVA

RAJAS

TAMAS

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Os órgãos internos

Os três órgãos internos são Buddhi, Ahamkara(individualidade) e Manas (mente).

A mente (Manas) coordena os 10 órgãos de conhecimento e de ação.

Buddhi é o órgão que permite o contato com as realidades imateriais (todas as individualidades cósmicas) e também é o órgão que serve de intermediário entre Purusha e a estrutura mental e física de cada indivíduo.

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MULA PRAKRITI

MAHAT

GUNAS

PURUSHA

BUDDHI

AHAMKARAS

JÑANENDRIYAS

TANMATRAS

KARMENDRIYAS

MAHABHUTAS

MANAS

SATTVA

RAJAS

TAMAS

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PURUSHA

BUDDHI

AHAMKARA

TANMATRAS

JÑANENDRIYAS

MANAS

KARMENDRIYAS

MAHABHUTAS

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BUDDHI

AHAMKARA

JÑANENDRIYAS

MANAS

SK 40. O corpo sutil característico (lingam), formado primordialmente, desligado, constante, composto pela sabedoria (buddhi) e pelos outros princípios até os elementos sutis, [...] este transmigra, investido com suas disposições.

Purusha não éindividual e não transmigra

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Quando está fora de um corpo material, a pessoa carrega sua individualidade, sua memória (incluindo o karma), e pode ter sensações (como em um sonho), pois transporta seus sentidos.

BUDDHI

AHAMKARA

JÑANENDRIYAS

MANAS

sabedoria

individualidade

memória

sentidos

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Controle da mente

Um aspecto central do Yoga tradicional de Patañjali é o controle da mente (manas) para permitir a ativação da Buddhi.

Uma técnica é a de deixar que os pensamentos fluam, mas sem lhes dar importância – assim eles vão cessando.

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Relembrando a prática...

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O caminho do Yoga

Embora o núcleo do Yoga tradicional de Patañjaliseja o controle da mente, esse ramo do Yoga éconstituído por oito tipos de atividades (os “membros” do Raja-Yoga):

1. Yama 2. Niyama

3. Asana 4. Pranayama

5. Pratyahara 6. Dharana

7. Dhyana 8. Samadhi

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Os oito membros do Raja-Yoga

Os dois primeiros membros são proibições(Yama) e obrigações (Niyama) que procuram diminuir as tendências violentas (Rajas) e estimular o surgimento de luz (Sattva) na pessoa.

1. Yama 2. Niyama

3. Asana 4. Pranayama

5. Pratyahara 6. Dharana

7. Dhyana 8. Samadhi

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Os oito membros do Raja-Yoga

Os dois membros seguintes são as posturas(Asana) e o controle da respiração (Pranayama), que no caso do Raja-Yoga são considerados como preparatórios para as práticas internas.

1. Yama 2. Niyama

3. Asana 4. Pranayama

5. Pratyahara 6. Dharana

7. Dhyana 8. Samadhi

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Os oito membros do Raja-Yoga

Os dois membros seguintes são a inversão dos sentidos (Pratyahara) e a concentração (Dharana), que são práticas internas nas quais se começa a controlar diretamente a mente.

1. Yama 2. Niyama

3. Asana 4. Pranayama

5. Pratyahara 6. Dharana

7. Dhyana 8. Samadhi

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Os oito membros do Raja-Yoga

Por fim, a meditação (Dhyana) e o estado de união (Samadhi), que envolvem o despertar e o uso da Buddhi, completam as práticas do Raja-Yoga.

1. Yama 2. Niyama

3. Asana 4. Pranayama

5. Pratyahara 6. Dharana

7. Dhyana 8. Samadhi

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Na tradição indiana, háoutras práticas espirituais úteis, mas que não fazem parte do método tradicional de Patañjali:• rituais = yajña• culto aos devas = puja•ascetismo = tapas• recitação de mantrase muitas outras...

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Asana = posturas

No Hatha-Yoga há muitas posturas diferentes, que têm diversas finalidades. No Raja-Yoga, não háuma preocupação com diferentes posturas:

YS II.46 A postura (Asana) deve ser firme e fácil.

47 Pela renúncia a todo esforço e a mente unida ao infinito.

48 Assim a dualidade não cria dificuldades.

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Pranayama = controle da respiração

Os Yoga-Sutra falam muito pouco sobre o controle da respiração (Pranayama).

YS II.49 Após isso [após haver adotado uma postura firme e confortável], deve-se cortar a inspiração e a expiração pelo Pranayama.

50 Sutil e lenta, a atividade [de respiração] écontrolada [ou cortada] dentro, fora e no meio, determinada em relação a lugar, tempo e número.

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Pratyahara = inversão dos sentidos

Há apenas duas frases nos Yoga-Sutra que se referem a Pratyahara (inversão dos sentidos):

YS II.54 Quando os órgãos são desligados de seus objetos e se tornam semelhantes à mente, isso éPratyahara (inversão dos sentidos).55 Disso resulta um controle total sobre os órgãos.

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Pratyahara = inversão dos sentidos

Isso envolve destacar-se das sensações, abolindo os desejos e não sendo controlado pelos sentidos. Há uma comparação clássica com a tartaruga (ou jabuti) que recolhe seus membros dentro da casca.

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Pratyahara = inversão dos sentidos

Vimos um tipo de Pratyahara: treinarmo-nos para não sermos controlados pelas sensações que vêm de fora, sem deixar de senti-las; mas há outros tipos.

Neles, procuramos observar alguma coisa e, ao mesmo tempo, deixamos que nossa mente projete sobre as sensações externas os conteúdos que surgem a partir da Buddhi.

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Sétima prática...

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Os três membros internos

Os membros mais internos do Raja-Yoga são estes:

YS IV.1 A concentração (Dharana) é a fixação da mente a um ponto.2 Quando ela se mantém de forma contínua, chega-se à meditação (Dhyana).3 Quando ele [aquele que medita] se esvazia e sóresta o puro brilho do objeto, isso é a união (Samadhi).4 A reunião dos três é o domínio (Samyama).5 De seu controle resulta a sabedoria (Prajña) transcendente.

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Os três membros internos

É possível entrar em estado meditativo (Dhyana) sem ter feito antes a concentração (Dharana).

Também é possível entrar em estado de união (Samadhi) sem antes ter realizado Dharana e Dhyana.

Ramakrishna

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Os três membros internos

No entanto, em um treinamento sistemático, esses três membros são praticados um depois do outro, para que a pessoa adquira o domínio e consiga entrar nesses estados quando quiser.

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Dharana = concentração

Na concentração, a pessoa consegue manter a mente presa a uma única coisa (imagem, idéia, sensação, som...), sem se desviar.

Quando surgem desvios ou distrações, a pessoa deve levar a mente de volta ao ponto inicial - e, para isso, pode-se utilizar a suspensão da respiração.

Não se deve ficar “pensando” ou refletindo sobre aquilo em que estamos nos concentrando.

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Dhyana = meditação

Na meditação (Dhyana) a mente deixa de controlar a pessoa, e a consciência se volta para Buddhi.

O estado meditativo pode ser acompanhado por visões e ser semelhante a um sonho desperto.

Entra-se em contato com uma realidade que não é apreendida pelos sentidos, nem pela mente.

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Dhyana = meditação

Para ser útil, a meditação deve ser guiada por um objetivo (fixado na concentração).

Na meditação surgem conhecimentos sob forma simbólica, não racional.

Durante a meditação, o significado de tudo o que surge para a pessoa émuito claro, evidente.

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Dhyana = meditação

A entrada no estado de meditação, que envolve o desligamento do controle pela mente e entrada em um estado alterado de consciência, é difícil e apresenta muitas resistências e barreiras.

É necessário aprender a lidar com essas barreiras e resistências da mente, que luta para se manter no controle.

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A meditação não é o estado mais profundo que se pode atingir, que é o samadhi, mas é um passo muito avançado para se chegar ao samadhi.

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Samadhi = união

Durante a meditação, ainda há uma diferença entre o praticante e aquilo que é visto, observado, sentido.

No Samadhi, ocorre uma fusão completa entre a pessoa e aquilo que estásendo “estudado”.

Ramakrishna

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Samadhi = união

O praticante se funde e penetra naquilo que estásendo conhecido.

A sabedoria que é obtida desse modo é diferente daquilo que pode ser obtido pelos sentidos, pelo estudo, pela leitura, pela reflexão.

Ramana Mararshi

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Estados alterados

As práticas mais avançadas do Raja-Yoga induzem estados alterados de consciência, que ultrapassam o funcionamento usual do ser humano.

Elas mostram que aquilo que conhecemos no dia-a-dia éapenas a ponta de um iceberg e que há um mundo desconhecido a ser explorado.

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As vivências obtidas durante o estado meditativo (dhyana) e durante o samadhi têm a natureza de um conhecimento sagrado. Elas mudam o modo pelo qual a pessoa percebe a si própria e ao mundo à sua volta.

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Nesse tipo de vivência, todo o universo se revela como uma realidade sagrada, àqual a pessoa se integra, sendo ela própria uma manifestação divina.

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Dharana = concentração

Vamos agora realizar uma prática de concentração (Dharana).

Na concentração, a pessoa consegue manter a mente presa a uma única coisa (imagem, idéia, sensação, som...), sem se desviar.

Quando surgem desvios ou distrações, a pessoa deve levar a mente de volta ao ponto inicial - e, para isso, pode-se utilizar a suspensão da respiração.

Não se deve ficar “pensando” ou refletindo sobre aquilo em que estamos nos concentrando.

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Oitava prática...

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Dhyana = meditação

Na meditação (Dhyana) a mente deixa de controlar a pessoa, e a consciência se volta para Buddhi.

Entra-se em contato com uma realidade que não éapreendida pelos sentidos, nem pela mente.

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Dhyana = meditação

O estado meditativo é um estado alterado de consciência e pode ser acompanhado por visões, sendo semelhante a um sonho desperto.

Na meditação surgem conhecimentos sob forma simbólica, não racional.

Pode-se meditar de olhos abertos ou fechados.

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Há enormes barreiras para atingir estados alterados de consciência do tipo que é buscado no Yoga tradicional* hábitos, automatismos, regras de pensamento e ação, associações entre pensamentos – o funcionamento mental “normal”* barreiras conceituais (crenças filosóficas, religiosas, “visão de mundo”)As práticas internas do Yoga, associadas ao estudo teórico, combatem esses dois tipos de barreiras.

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Dhyana = meditação

A meditação deve ser utilizada apenas para objetivos realmente importantes, espirituais.

Pode ser usada para descobrir como se orientar em sua busca espiritual e para ajudar a orientar outras pessoas, mas não deve ser usada para se perguntar sobre como será o futuro, ou para obter poderes.

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Dhyana = meditação

Inicialmente, a meditação precisa ser guiada por uma pessoa mais experiente.

A meditação deve ser praticada em um ambiente puro, protegido de influências espirituais negativas.

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Dhyana = meditação

Ao fazer perguntas, é necessário ficar indiferenteem relação à resposta (estar aberto, receptivo, ser humilde).

Uma vez obtida uma resposta, ela deve ser seguida incondicionalmente (se não estiver preparado para isso, não pergunte).

Quem não segue as respostas obtidas, enfraquece muito sua busca espiritual e pode não obter mais respostas.

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Dhyana - perguntas

Exemplos de perguntas válidas:

• O que eu devo fazer, na fase atual, para me desenvolver espiritualmente?

• O que é correto fazer agora, diante da situação X?

• O que eu preciso mudar na minha vida, para poder me desenvolver plenamente?

• Qual a minha missão espiritual, nesta vida?

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Dhyana - perguntas

Exemplos de perguntas válidas:

• Que barreiras estão me impedindo de avançar mais, espiritualmente?

• Como superar esta barreira que está me impedindo de progredir espiritualmente?

• Como devo me proteger dos ataques espirituais que estou sofrendo?

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Dhyana - perguntas

Exemplos de perguntas válidas:

• Estou tendo uma vida adequada, voltada para minha evolução espiritual?

• Como posso fazer para seguir de forma adequada os Yama e Niyama?

• Como posso superar a ignorância, o individualismo, a paixão, a aversão, o apego?

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Dhyana - investigação

A meditação pode ser guiada pela procura de compreensão espiritual:

• Conhecer seus níveis mais profundos, até Purusha / Atman / Brahman (não se atinge resultados completos sem Samadhi)

• Contato com Ishvara (através do OM).

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Dhyana - investigação

A meditação pode ser guiada pela procura de compreensão espiritual:

• Contato com sua divindade pessoal, através de imagens e mantras (não procure contato com outros seres espirituais, nem com mestres humanos).

• Investigar a natureza do amor, do egoísmo, dos Gunas (especialmente Sattva), dos elementos (especialmente fogo e éter), etc.

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Dhyana - barreiras

Quando se tenta entrar em meditação surgem várias dificuldades ou barreiras:

• Ansiedade em relação ao resultado que se procura atingir (deve-se ficar indiferente e aberto).

• Desânimo porque demora a surgir o estado meditativo (é preciso ter confiança).

• O medo diante do desconhecido (deve-se ter confiança e principalmente respeito religioso diante daquilo que se vai encontrar e pedir proteção à sua divindade pessoal).

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Dhyana - barreiras

Quando se tenta entrar em meditação surgem várias dificuldades ou barreiras:

• A mente tenta retomar controle, interferindo em tudo o que surge (deve-se perceber isso e rir de sua própria mente).

• Surgem idéias e sensações estranhas, que levam a pessoa a querer “entender” racionalmente, ou que produzem a impressão de que está acontecendo algo de errado (deve-se ter confiança, você deve se divertir com as coisas diferentes e inesperadas).

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Dhyana - barreiras

Quando se tenta entrar em meditação surgem várias dificuldades ou barreiras:

• A pessoa pode querer obter respostas preconcebidas (é preciso ficar aberto e indiferente).

• Pode-se entrar no inconsciente pessoal, em vez de atingir Mahat (quando isso acontecer, é preciso compreender que entrou no caminho errado, e calmamente sair do estado meditativo).

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Nona prática...

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Há (no mundo ocidental) uma falta de clareza a respeito dos estados alterados de consciência buscados pelo Yoga (não vamos nos referir a efeitos físicos).Algumas pessoas buscam simples efeitos emocionais:* Alegria, paz, felicidade, sentir-se bem ...Outras buscam vivências “estranhas”* Visões, sensações diferentes, “sair do corpo”, ouvir coisas diferentes, “ver a aura”, ...

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Esses não são OBJETIVOS do YOGA tradicional.* Alegria, paz, felicidade, sentir-se bem – são meros “efeitos colaterais”* Visões, sensações diferentes, etc. – são efeitos que ocorrem no meio do caminho, mas que só têm importância se fazem parte de um objetivo determinado* Visões, sensações diferentes, “sair do corpo”, ouvir coisas diferentes, “ver a aura” – podem distrair de coisas mais importantes* Geralmente são apenas “curiosidades”, a pessoa não sabe o que significam a não ser que alguém lhe dê uma interpretação

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Os estados alterados de consciência mais profundos obtidos no Yoga não têm esses objetivos e sim a União entre o Eu e o Absoluto.

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Samadhi = união

Durante a meditação, ainda há uma diferença entre o praticante e aquilo que é visto, observado, sentido.

No Samadhi, ocorre uma fusão completa entre a pessoa e aquilo que está sendo “estudado”.

O praticante se funde e penetra naquilo que estásendo conhecido.

A sabedoria que é obtida desse modo é diferente daquilo que pode ser obtido pelos sentidos, pelo estudo, pela leitura, pela reflexão.

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Samadhi = união

A entrada em Samadhi deve ser guiada por algum objetivo espiritual avançado, que não pode ser atingido apenas por Dhyana.

• Conhecer sua própria individualidade divina.

• Conhecer seus níveis mais profundos, até Purusha / Atman / Brahman.

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Samadhi = união

• Contato com Ishvara.

• Contato com sua divindade pessoal, através de imagens e mantras (não procure contato com outros seres espirituais, nem com mestres humanos).

• Investigar a natureza do amor, do egoísmo, dos Gunas(especialmente Sattva), dos elementos (especialmente fogo e éter), etc.

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Samadhi - obstáculos

As barreiras para entrar em Samadhi são as mesmas que existem para Dhyana, mas além disso há os problemas relacionados com a etapa de desenvolvimento espiritual da pessoa.

• As limitações éticas atrapalham a entrada em Samadhi.

• Orgulho excessivo (vaidade), auto-importância, falta de religiosidade, acreditar que já atingiu tudo o que precisa, objetivos equivocados, concepções teóricas errôneas.

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Samadhi - ajudas

Para entrar em Samadhi, éimportante contar com algumas ajudas:

• Pedir ajuda à sua divindade pessoal (ou a Ishvara).

• Contar com o auxílio de um mestre, que mostra um estado de Samadhi e com quem se pode “pegar carona”.

• Ambiente propício e protegido.

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Samadhi - ajudasPara entrar em Samadhi, é importante contar com algumas ajudas:

• No Raja-Yoga não são utilizados outros auxílios ou estímulos que facilitam ou tornam mais rápida a obtenção de Samadhi.

• Em outros ramos do Yoga há várias outras ajudas que facilitam a entrada em Samadhi.

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Samadhi

Através do Samadhi capta-se a realidade de um modo totalmente diferente do nosso estado mental comum, e todos os seres do universo (incluindo nós mesmos) são vistos sob uma nova forma, como manifestações divinas.

No entanto, o estado de Samadhi não é permanente, épassageiro.

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Samadhi

Pela prática repetida do Samadhi, nossas tendências de tipo Tamase Rajas vão se enfraquecendo, e Sattvapassa a predominar, atése estabelecer de forma permanente, mudando tanto a percepção do universo como o modo de agir da pessoa.

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Objetivo final

O objetivo final do Yoga de Patañjali, como na maioria das correntes espirituais indianas, é atingir a independência (Kaivalya ou Moksha), a libertação da roda dos renascimentos (Samsara), livrando-se de todo Karma e atingindo a união final com o Absoluto.

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Objetivo finalNão é necessário querer esse objetivo final, mas ele é o que está por trás do Raja-Yoga e de outros métodos espirituais indianos.

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Raja-Yoga

O Raja-Yoga tradicional de Patañali apresenta um conjunto de conhecimentos teóricos e de práticas graduais e seguras, que vai desenvolvendo a pessoa aos poucos, de forma metódica, em direção a uma perfeição espiritual.

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Treinamento

Embora o núcleo do Yoga tradicional de Patañjaliseja o controle da mente, todos os oito membros do Yoga são necessários:

1. Yama 2. Niyama

3. Asana 4. Pranayama

5. Pratyahara 6. Dharana

7. Dhyana 8. Samadhi

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O Raja-Yoga de Patañjali procura lidar com um controle da mente e dos sentidos, bem como desenvolvimento da Buddhi, utilizando principalmente exercícios internos e uma mudança de estilo de vida (com redução de rajas e aumento de sattva), para atingir uma transformação espiritual.

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O Raja-Yoga de Patañjali não se preocupa com a parte energética (chakras, nadis, Kundalini) e com a transformação dessa estrutura através de exercícios mais violentos de pranayama, bandhas e mudras.

Há pouquíssima preocupação com os aspectos físicos (saúde, longevidade, etc.).

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O Hatha-Yoga ocidental, ensinado na maior parte das academias, é principalmente um sistema de exercícios destinados a favorecer a saúde e o bem-estar físico e mental da pessoa através de posturas e exercícios de respiração bastante suaves.

Há, no entanto, alguns aspectos presentes que podem ser associados a uma influência do Raja-Yoga, como práticas simples de meditação e preocupação ética.

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Existem diversas outras linhas de yoga, tanto tradicionais indianas quanto desenvolvidas no ocidente.

Os yogas indianos normalmente são combinações de alguns tipos mais “puros”, como Hatha, Raja, Bhakti, Jñana, Tantra, etc.

Quem quer se desenvolver espiritualmente deve conhecer uma boa variedade de linhas de trabalho, para descobrir com qual possui uma maior sintonia.

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Raja-Yoga