8
OS CENTROS DE GESTÃO DO TERRITÓRIO: UMA NOTA ROBERTO LOBATO CORRÊA * A presente nota objetiva contribuir para clarificar a noção de centro de gestão do território, uma noção em voga que, como tantas outras, tem sido submetida a uma visão distorcida da realidade, podendo, em breve, tornar-se uma ideologia, encobrindo aspectos cruciais da realidade. Visando ao propósito acima especificado consideramos, em primeiro lugar, a noção de gestão do território para, a seguir, abordar a noção em questão. Um breve exemplo finalizará esta nota. Gestão do Território A gestão do território é a dimensão espacial do processo de gestão, vinculando-se ao território sobre controle de um Estado, grupo social, institui- ção ou empresa. Trata-se do conjunto de ações que tem como objetivo, no plano imedi- ato, a criação e o controle da organização do espaço, ou seja, "a criação e controle das formas espaciais, suas funções e distribuição espacial, assim como de determinados processos, como concentração e dispersão espaci- ais, que conformam a organização do espaço em suas origens e dinâmica" (CORRÊA, 1992, p.115). A gestão do território constitui um poderoso meio para, através da or- ganização do espaço, viabilizar a existência e a reprodução do conjunto da sociedade (CORRÊA, 1992). A gestão do território, por outro lado, possui "uma historicidade que se traduz em agentes sociais e práticas espaciais distintas, historicamente vari- áveis" (CORRÊA, 1992, p. 115). Neste sentido, afirma-se que nas socieda- des de classes a gestão do território é um meio através do qual é viabilizada a criação e a manutenção de diferenças econômicas e sociais. "Trata-se da gestão das diferenças espaciais" (CORRÊA, 1992, p. 115) . • Professor do Departamento de Geografia da UFRJ.

CORREA_OS CENTROS DE GESTAO DO TERRITORIO.pdf

Embed Size (px)

Citation preview

  • OS CENTROS DE GESTO DO TERRITRIO:UMA NOTA

    ROBERTO LOBATO CORRA *

    A presente nota objetiva contribuir para clarificar a noo de centro degesto do territrio, uma noo em voga que, como tantas outras, tem sidosubmetida a uma viso distorcida da realidade, podendo, em breve, tornar-seuma ideologia, encobrindo aspectos cruciais da realidade.

    Visando ao propsito acima especificado consideramos, em primeirolugar, a noo de gesto do territrio para, a seguir, abordar a noo emquesto. Um breve exemplo finalizar esta nota.

    Gesto do Territrio

    A gesto do territrio a dimenso espacial do processo de gesto,vinculando-se ao territrio sobre controle de um Estado, grupo social, institui-o ou empresa.

    Trata-se do conjunto de aes que tem como objetivo, no plano imedi-ato, a criao e o controle da organizao do espao, ou seja, "a criao econtrole das formas espaciais, suas funes e distribuio espacial, assimcomo de determinados processos, como concentrao e disperso espaci-ais, que conformam a organizao do espao em suas origens e dinmica"(CORRA, 1992, p.115).

    A gesto do territrio constitui um poderoso meio para, atravs da or-ganizao do espao, viabilizar a existncia e a reproduo do conjunto dasociedade (CORRA, 1992).

    A gesto do territrio, por outro lado, possui "uma historicidade que setraduz em agentes sociais e prticas espaciais distintas, historicamente vari-veis" (CORRA, 1992, p. 115). Neste sentido, afirma-se que nas socieda-des de classes a gesto do territrio um meio atravs do qual viabilizadaa criao e a manuteno de diferenas econmicas e sociais. "Trata-se dagesto das diferenas espaciais" (CORRA, 1992, p. 115) .

    Professor do Departamento de Geografia da UFRJ.

    EspndolaRealceEspndolaRealce
  • 24 Revista TERRITRIO, 1 (1), 1996

    So as corporaes multifacetadas e com mltiplas localizaes que.na fase atual do capitalismo, desempenham o mais importante papel na orga-nizao do espao, atuando em amplos e diferenciados territrios por elacontrolados, deste modo garantindo eficientemente a acumulao capitalistae a reproduo de suas condies de produo (CORRA, 1992 ).

    A gesto do territrio est focalizada em centros urbanos, falando-seento em centros de gesto do territrio.

    Os Centros de Gesto do Territrio

    A metrpole exerce um papel de controle de atividades que, estandolocalizadas externamente a ela, so, contudo, concebidas, planejadas edirigidas a partir de empresas nela sediadas. Em outras palavras, na metr-pole esto as sedes sociais de empresas que tm suas unidades filiais -fbricas, agncias bancrias, escritrios, depsitos, lojas, fazendas, minas- localizadas em outras unidades poltico-administrativas.

    Esta funo de controle , sem dvida, essencialmente metropolitana,conforme indicam os estudos realizados por GOODWIN (1965), PRED (1974)e BORCHERT (1978) para os Estados Unidos; STRICKLAND e AIKEN (1984)para a Alemanha; TAYLOR e THRIFT (1980) para a Austrlia; e CORRA(1968), MAGNANINI e LIMA (1971) e CORDEIRO (1987) para o Brasil. Estafuno, por outro lado, constitui a base principal que confere a um centro seucarter de centro de gesto do territrio.

    Por concentrar as sedes sociais da maior parte das grandes empresas,a metrpole agrega outras atividades,em parte diretamente vnculadas scaracteristcas das empresas, particularmente das grandes corporaes. Es-tas empregam milhares de pessoas e movimentam quantias vultosas de di-nheiro e inmeras matrias-primas, bens intermedirios e produtos finais. Sodiversificadas em termos de atividades, segmentadas em termos de papisque suas subsidirias desempenham, tm unidades-filiais dispersas em am-plo espao e dispem de poderoso poder econmico e poltico (CORRA,1991).

    As principais instituies do Estado, fortemente impregnadas por inte-resses das grandes corporaes atravs do controle dos principais cargospblicos por seus diretores - a exemplo dos bancos estatais e principaisministrios, secretarias e empresas estatais - a se localizam. o casotambm das melhores universidades, centros de pesquisa e desenvolvimen-to, empresas de consultoria econmica, juridica e tcnica, empresas de pu-blicidade e marketing e poderosos conglomerados financeiros com suas pr-prias redes de agncias e participao acionria em diversas empresas.

    Restaurantes e hotis de luxo, centros de convenes, clubs e servi-os sofisticados para os "executivos do capital" tambm esto presentes nametrpole (CORDEIRO, 1992). Aeroportos com amplas ligaes nacionais e

    EspndolaRealceEspndolaRealceEspndolaRealce
  • Os centros de gesto do territrio: uma nota 25

    internacionais garantem rpida e fcil acessibilidade. A metrpole constitui-se tambm em importante n na vasta rede de circulao de informaesvnculadas tanto ao consumo de massa como aquelas entre empresas e nombito das corporaes, isto , entre a sede e suas unidades-filiais. Nestesentido, as informaes so atividades-meio e por isso que denominar osgrandes centros urbanos de cidades informacionais no adequado: afinal,uma atividade-meio no pode qualificar funcionalmente uma cidade. A me-trpole tambm importante n na rede de circulao de mercadorias.

    As atividades acima indicadas esto integradas entre si e conferem metrpole a denominao de "centro de atividades quaternrias", conformeSEMPLE (1985) se refere a partir de uma formulao de GOTTMANN (1961).Integradas entre si e dependentes da concentrao de sedes sociais das gran-des corporaes. por isso que a transferncia de sedes sociais de umapara outra metrpole constitui-se em uma grave questo para o nvel de ativi-dades que elas engendram.

    O centro de gesto do territrio est assim qualificado. , em sua for-ma mais acabada, uma metrpole com numerosas sedes de grandescorporaes com mltiplas localizaes e o complexo conjunto de atividadesassociadas. Neste sentido, h centros incompletos de gesto do territrio,seja porque no concentram seno a sede de uma ou duas empresas, nosuscitando todo o conjunto de atividades associadas, seja porque concen-tram apenas a funo de capital poltico-administrativa: Washington e Braslia,diferentemente de Nova York e So Paulo, so exemplos desta ltima situa-o.

    O centro de gesto do territrio caracteriza-se, em realidade, por serum centro onde tomam-se decises e fazem-se investimentos de capital queafetam direta e indiretamente amplo espao. Controlam assim a organizaoespacial de um dado espao, influenciando a gnese e a dinmica produtiva,o nvel de empregos diretos e indiretos, os impostos, a mobilidade demogrfica,as transformaes no uso do solo e na paisagem, assim como a poltica locale o modo de insero das cidades na rede urbana sob seu controle.

    Esclarea-se que o controle das atividades externamente localizadasse faz atravs da prtica de controle direto e indireto. No primeiro caso. estoa criao e a absoro de empresas ou unidades filiais externas metrpole.Ambas originam corporaes concentradas horizontalmente, verticalmentee, geralmente em estgio mais avanado, corporaes diversificadas, nasquais as empresas controladas ou coligadas apresentam atividades que noso vinculadas tecnicamente entre si, a exemplo de uma corporao que pro-duz ao, tecidos e bebidas, dedicando-se tambm s atividades financeiras eimobilirias.

    No segundo caso, de controle indireto, esto a franquia e o contrato. Aprimeira envolve relaes entre uma empresa possuidora de uma patente deum dado produto e outras empresas, jurdica, administrativa e financeiramen-te autonmas, que so autorizadas a produzirem e distriburem aquele produ-

  • 26 Revista TERRITRIO, 1(1l, 1996

    to. O segundo estabelece uma relao contratual entre uma empresa e ou-tras, tambm jurdica, administrativa e financeiramente autonomas, que sosuas fornecedoras de componentes e bens intermedirios (WATTS, 1981).

    Atravs da criao, absoro, franquias e contratos, a metrpole,onde esto as sedes sociais das grandes corporaes, cria as condiesefetivas para exercer de modo explcito o papel de centro de gesto doterritrio. Para tanto, organiza diversas redes de unidades econmicasque direta ou indiretamente controla. Estas redes tm como ns as cida-des-chaves, como a elas se refere HYMER (1978). Em realidade, a nfa-se recente com a temtica das redes geogrficas deve-se expanso dasgrandes corporaes multifuncionais e multilocalizadas. elas prpriasestruturadas em redes que esto focalizadas em numerosas cidades comoaponta COHEN (1981).

    O controle se faz tambm atravs de diversas prticas espaciais,entre elas aquelas identificadas por CORRA (1995): seletividade espaci-al, fragmentao-remembramento espacial, antecipao espacial,marginalizao espacial e prtica visando reproduo da regio produ-tora.

    O papel das metrpoles como centros de gesto do territrio no omesmo, quer quanto intensidade de atuao, natureza das atividadeseconmicas controladas, quer ainda quanto ao espao de atuao. Asdiferenas derivam "do modo como a acumulao capitalista originou eevoluiu" (COfiRA. 1989, p. 12). As diferenas entre os centros de ges-to do territrio indicam que a atuao deles vai se traduzir em uma ratifi-cao das diferenas espaciais e no na homogeneizao espacial, aindaque em relao a alguns aspectos, como as relaes de produo, verifi-que-se a tendncia homogeneizao. Sobre a temtica dahomogeneizao-diferenciao consulte-se BROWETT (1984).

    Mas necessrio ressaltar entaticarnente que, em essncia, um cen-tro de gesto do territrio um centro de acumulao capitalista. Emoutras palavras, a gesto do territrio, no mbito da sociedade capitalista,constitui-se em um poderoso conjunto de aes engendradas para conce-ber, planejar e dirigir o complexo ciclo de reproduo do capital dascorporaes multifacetadas e multilocalizadas sediadas predominantemen-te nas metrpoles.

    O ciclo de reproduo do capital tem uma ntida dimenso espacial,envolvendo numerosos centros urbanos e diversas reas agropastoris. Eisto potencializado no caso das grandes corporaes com unidades emdezenas ou centenas de pontos onde vrios complexos processos produ-tivos so realizados, culminando na criao de valor. produo, circulaoe apropriao da mais-valia e, finalmente, na acumulao nas sedes dascorporaes localizadas na metrpole.

    O ciclo de reproduo do capital inicia-se na sede social dacorporao, sediada na metrpole. Atravs de decises e investimentos

    EspndolaRealce
  • Os centros de gesto do territrio: uma nota 27

    multi localizados, o capital D metamorfoseia-se em diversas mercadoriasM" M2 .. MN, que envolvem, de um lado, diversas unidades fabris e dosetor primrio e tercirio localizadas em vrios lugares e regies e, deoutro, suscita fluxos de matrias-primas, equipamentos, bens intermedi-rios e operrios, tcnicos e pessoal de nvel superior.

    Simultaneamente, nos diversos lugares e regies, inicia-se a produ-o P" P2 ... PN ,que envolve tambm fluxos de mercadorias semivalorizadasentre unidades de estgios distintos no mbito do processo de produo.Produzem-se mercadorias M'" M'2 .... M'N ,agora plenamente valorizadas.A partir da circulao dessas mercadorias das unidades fabris para oscentros de distribuio atacadista, e destes para os centros de distribui-o varejista e para os consumidores finais, realiza-se a mais-valia queflui, atravs da rede bancria, para a sede social da corporao na metr-pole. O capital-dinhei ro D est agora valorizado D', real izando-se a acu-mulao e, ao mesmo tempo, iniciando-se novo ciclo de reproduo docapital. Atravs deste reincio, o centro de gesto do territrio constitui-seem condio para o desenvolvimento capitalista.

    A gesto do territrio , assim, atravs do controle dos diversos mo-mentos e espaos do ciclo de reproduo de capital, gesto do processode acumulao capitalista.

    A vasta rede de localizaes articuladas entre si pelo centro de ges-to do territrio o resultado de um processo de expanso capitalista,sobretudo atravs das criaes e absores, que deriva das necessida-des intrsecas s empresas e ao sistema capitalista, suscitando novas lo-calizaes acessveis s matrias-primas, mercado consumidor, a umafora de trabalho mais barata e politicamente menos ativa, ou a uma com-binao deste e outros fatores locacionais. Os argumentos de PALLOIX(1978) so, a este respeito, extremamente esclarecedores. Subjacentequelas necessidades locacionais est a tentativa de superao datendencia declinante da taxa de lucro em razo dos conflitos capital-traba-lho e da competio intercapitalista. O centro de gesto do territrio ,assim, um produto da dinmica capitalista pois concentra aquelas empre-sas vitoriosas, em um primeiro momento, empresas que participam damesma competio, agora num nvel superior, em escala global.

    Mas o centro de gesto do territrio no apenas a expresso gloriosadas corporaes vitoriosas, dos prdios modernos e servios sofisticados. Ocentro de acumulao capitalista tambm um centro de acumulao depobreza, seno de misria, de contrastes e de conflitos que devero tambm,agora no plano interno da metrpole, ser equacionados pelo capital.

    O centro de gesto do territrio um produto e uma condio para odesenvolvimento capitalista. Esta caracteristica no pode ser perdida devista, com o que passaremos a contribuir com mais uma ideologia geogr-fica para o obscurecimento da natureza da organizao espacial, isto .da sociedade em uma de suas dimenses.

  • 213 Revista TERRITRIO, 1(1), 1996

    Um Breve Exemplo

    Um caso exemplar o da Nestl. Trata-se de poderoso conqlorneradosuo que no Brasil, a partir de sua sede paulistana, produz derivados doleite, chocolate, caf, biscoitos, sorvetes etc.

    A partir de So Paulo, a Nestl organizou o seu espao de atuao queenvolve, de um lado, uma ampla bacia leiteira com reas agropastoris produ-toras de matrias-primas, centros de processamento inicial e centros de pro-duo final. De outro, envolvendo inmeros centros cuja funo a de reali-zar a distribuio final de seus produtos.

    No conjunto, a Nestl tem unidades em cerca de 100 municpios brasi-leiros, cada um deles participando pelo menos em um dos diferentes momen-tos do ciclo de reproduo de seu capital. Ao todo so mais de 6.000 empre-gados localizados fora da regio metropolitana de So Paulo.

    Na metrpole paulista so tomadas as decises de investimentos quemetamorfoseiam o capital dinheiro em mercadoria, isto , em fixos, as diver-sas unidades fabris, escritrios de vendas e depsitos. Estes fixos suscitamfluxos de fora de trabalho, matrias-primas e bens intermedirios. Tais deci-ses e investimentos afetam diretamente as zonas agropastoris onde se d aproduo de leite e de outras matrias-primas. envolvendo amplo espao emilhares de proprietrios rurais, veterinrios, capatazes e pees.

    No interior paulista, tanto na regio urbana industrial, abrangendo oVale do Paraba e o eixo Campinas-Ribeiro Preto, como no Planalto Ociden-tal e em regies limtrofes ao territrio paulista, como o Sul e o TringuloMineiro, o leste malogrossense do sul e mesmo o Sul goiano, a Nestl orga-niza o processo produtivo do leite, o qual das fazendas flui para inmerospequenos e mdios centros urbanos onde a referida empresa, atravs deusinas de pasteurizao de leite, realiza um primeiro processamento. Birigui,Cardoso, Fernandpolis, Ibitinga, Jos Bonifacio, Morro Agudo, Tanab eVotuporanga, todos em So Paulo, so exemplos de centros que fazem par-te, ainda que no exclusivamente, da rede de centros da Nestl. Neles, oprocesso de produo de mercadorias, iniciado nas zonas agropastoris, pros-segue, criando valor e extraindo mais-valia.

    Na regio urbano-industrial, em Barra Mansa (RJ), Caapava, Araras,So Carlos, Arararaquara e So Bernardo do Campo, em territrio paulista,mas tambm em So Jos do Rio Pardo e Araatuba, fora da regio urbano-industrial, e em Trs Coraes, Ibi e Ituiutaba, em territrio mineiro, o pro-cesso final de produo de mercadorias se concretiza.

    A rede de unidades fabris e os espaos agropastoris da Nestl configu-ram uma bacia leiteira no Sudeste e reas limtrofes visando ao conjunto domercado nacional. Neste sentido, a rede de centros complementada comunidades de distribuio em importantes centros de consumo e distribuiopara centros menores: Manaus, Belm, Fortaleza, Recife, Salvador, BeloHorizonte, Rio de Janeiro, Braslia, Curitiba e Porto Alegre. Dessas metrpo-

  • Os centros de gesto do territrio: uma nota 29

    les, assim como dos centros menores, flui, atravs da rede bancria, a mais-valia produzida em um complexo processo - que inclui o desdobramentoespacial da produo do valor - nas zonas agropastoris, nos centros deprocessamento inicial e nos centros industriais, enfim, em vasto espao ca-racterizado, no mbito da Nestl e do pas, por uma ntida diviso territorial dotrabalho que ela prpria criou e controla. O fluxo em questo destina-se aSo Paulo onde est a sede da Nestl. Da capital paulista o ciclo de reprodu-o de seu capital reiniciado.

    Simultaneamente, este mesmo ciclo inicia-se e reinicia-se a partir deSo Paulo, envolvendo um nmero grande de corporaes multilocalizadascomo, entre outras, a Bunge y Born, Rhodia, Gessy Lever,Volkswagen,Antarctica, Klabin e Votorantim. So Paulo , de fato, o principal centro degesto do territrio no Brasil, isto , o principal centro de acumulao capita-lista. E por concentrar sedes regionais de corporaes multinacionais, comoa mencionada Nestl, tambm, para aquelas corporaes sediadas em cen-tros como Nova York, Londres, Tquio, Paris, Frankfurt e Milo, um centro de2 ordem, um n, importante verdade, na vasta rede mundial de acumula-o capitalista centrada em grandes metrpoles de atuao global.

    Bibliografia

    BORCHERT, J. R. (1978). "Major Control Points in American EconomicGeography." Annals of the Association of American Geographers, Wa-shington, 62 (2): 214-232.

    BROWETT, J. (1984). "On the Necessity and Inevitability 01 Uneven SpatialDevelopment under Capitalism." Internatonal Journal of Urban and RegionalResearch, London, 8 (2): 155-175.

    COHEN, R. B. (1981). "The New International Division of Labor, MultinationalCorporations and Urban Hierarchy." In: Urbanzation and Urban Plannng inCapitalist Society. Organizado por M. Dear e A.J. Scotl. London: Methuen.

    CORDEIRO, H. K. (1987). "Os Principais Pontos de Controle da EconomiaTransacional no Espao Brasileiro." Boletim de Geografia Teortica, Rio Cla-ro, 16-17 (31-34): 153-196.

    ---- (1992). "A 'Cidade Mundial'de So Paulo e a Recente Expanso de seuCentro Metropolitano." Revista Brasilera de Geografia. Rio de Janeiro, 54 (3): 5-26.

    CORRA, R. L. (1968). "Contribuio ao Estudo do Papel Dirigente das MetrpolesBrasileiras." Revista Brasileira de Geografia, Rio de Janeiro, 30 (2): 56-86.

    ---- (1989). "Os Centros de Gesto e seu Estudo." Revista Brasileira deGeografia, Rio de Janeiro, 51 (4): 109-119.

  • 30 Revista TERRITRIO, 1 (1), 1996

    ---- (1991). "Corporao e Espao. Uma Nota." Revista Brasileira de Geo-grafia, Rio de Janeiro, 53 (1): 137-145.

    ---- (1992). "Corporao, Prticas Espaciais e Gesto do Territrio." RevistaBrasileira de Geografia, Rio de Janeiro, 54 (3) : 115-121.

    ---- (1995). "Espao: Um Conceito-Chave da Geografia." In: Geografia: con-ceitos e temas. Organizado por. I. E. Castro, P.C. C. Gomes e R. L. Corra.Rio de Janeiro: Bertrand.

    GOODWIN, W. (1965). "The Management Center in the United States." GeographicalReview, New York, 55 (1) : 1-16.

    GOTTMANN, J. (1961). Megalopolis. The Urbanized Northeastern Seabord ot theUnited States. New York: The MIT Press.

    HYMER, S. (1978). Empresas multinacionais: a internacionalizao do capital. Riode Janeiro: Graal.

    MAGNANINI, R. L. e LIMA, O. B. (1971). "Uma Medida da Funo de Direlo dasCidades Brasileiras." Boletim Carioca de Geografia. Rio de Janeiro, 22 : 129-147.

    PALLOIX, C. (1978). La Internacionalizacin dei Capital. Madrid: H. Blume.

    PRED, A. R. (1974). Major Job-Providing Organizations and Systems of Cities.Commission on College Geography, Association of American Geographers,Resource Paper, Washington, 27.

    SEMPLE, R. K. (1985). "Toward a Quaternary Place Theory." Urban Geography,Silver Springs 6 (4): 285-296.

    STRICKLAND. D. e AIKEN, M. (1984). "Corporate Influence and the German Indus-trial Corporations, 1950-1982." Economic Geography, Worcester, 60 (1) : 38-54.

    TAYLOR, M. J. e THRIFT, N. (1980). "Large Corporations and Concentration of Ca-pital in Austrlia: A Geographical Analysis." Economic Geography, Worcester.56 (4): 261-280.

    WATTS. H. D. (1981). The 8ranch Plant Economy - A Study of ExternaI Contrai.New York: Longman.

    Page 1TitlesOS CENTROS DE GESTO DO TERRITRIO: UMA NOTA Page 2Page 3Page 4Page 5Page 6TitlesUm Breve Exemplo Page 7Page 8