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Material complementar sobre Dorgas Cliente: Editora Poliedro Ano: 2011
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3DROGAS:
química e
consequências
4DROGAS DEPRESSORAS DO SISTEMA NERVOSO
– Álcool
– Cola de sapateiro
– Lança-perfume - Loló
– Heroína - Opiáceo
6DROGAS PERTURBADORAS DO SISTEMA NERVOSO
– Ecstasy
– Crack
– Oxi
– LSD (Ácido Lisérgico)
7– Cogumelos alucinógenos
– Chás alucinógenos
– Maconha
8POR QUE AS PESSOAS USAM
DROGAS?
5DROGAS ESTIMULANTES DO SISTEMA NERVOSO
– Cigarro - Tabaco
– Anfetaminas
– Cocaína
Autoria: Tadeu Carlos da Silva – Coordenação geral: André Oliveira de Guadalupe – Supervisão editorial: Sandra Castro – Coordenação de arte: Kleber de Souza Portela – Projeto Gráfico e Diagramação: Julio César da Silva – Edição: Marília Lourenço dos Santos – Revisão: Adams Almeida Lopes – Capa: Rafael Coelho Vilarino.
Expediente
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O termo DROGA tem vários significados na língua portuguesa. Segundo a definição da Organização Mundial de Saúde (OMS), refere-se a qualquer substância não produzida pelo organismo que tenha a propriedade de atuar sobre um ou mais de seus sistemas, desencadeando alterações em seu funcionamento. Mas, normalmente, as “drogas” são associadas a substâncias entorpecentes. As drogas podem ser divididas em dois grupos, segundo o critério de legalidade: lícitas e ilícitas, mas é importante salientar que neste texto serão consideradas as leis brasileiras, já que em outros países a legalidade das dro-gas pode ser distinta.
As DROGAS LÍCITAS são aquelas produzidas e comercializa-das de acordo com a lei, o que não significa que elas não podem ser prejudiciais. Dois importantes exemplos são o cigarro e o ál-cool, que respondem por 8,1% dos problemas de saúde em todo o mundo, contra apenas 0,8% dos causados pelas drogas ilegais, segun-do a OMS. Existem também as usadas como medicamentos, que podem auxiliar no trata-mento e na cura de doenças, mas que são tam-bém procuradas para utilização como entorpe-centes. Algumas delas, portanto, deveriam ser vendidas somente com receita médica, como é prescrito para as anfetaminas (moderadoras de apetite) e as benzodiazepínicas (redutoras de ansiedade), mas isso nem sempre acontece.
As DROGAS ILÍCITAS são aquelas cuja comercialização é proibida pela legislação, e, assim, são menos aceitas socialmente. É o caso da maconha, da cocaína, do crack, entre outras.
Considerando apenas a legislação vigente de um país, a legalidade ou não de uma droga é historicamente variável e não está relacionada, necessariamente, à gravidade de seus efeitos. O álcool, por exemplo, é aceito há milhares de anos em muitas culturas e povos, mas pode ocasionar efeitos físicos e sociais muito negativos.
É fato que a humanidade sempre buscou produtos quími-cos para obter estados alterados de consciência, interferindo no funcionamento do sistema nervoso, lhe causando prazer, sejam
os químicos lícitos ou não. Por esse motivo, as drogas são cha-madas psicotrópicas (psyche = mente e tropos = “mudança de direção”), pois atuam no cérebro, alterando de alguma forma o psiquismo. Assim, são também conhecidas como substâncias psicoativas.
Segundo os critérios mais atuais, as drogas psicotrópi-cas dividem-se em três grupos: depressoras, estimulantes e perturbadoras do sistema nervoso.
• As drogas depressoras fazem o cérebro funcionar de for-ma mais lenta, reduzindo a atividade motora, a ansiedade, a atenção, a concentração, a capacidade de memorização e a capacidade intelectual. Como principais exemplos, podem ser citados o álcool, os barbitúricos, os benzodiazepínicos inalantes
e os opiáceos.
• As drogas estimulantes aceleram a ativi-dade de determinadas funções do sistema nervoso central, gerando um estado de alerta exagerado, insônia e aceleração dos processos psíquicos. Exemplos: anfetaminas, cocaína e tabaco (cigarro).
• As drogas perturbadoras produzem uma série de distorções qualitativas no funciona-mento do cérebro, como delírios, alucinações e alteração na percepção sensorial. Por essa ra-zão, são também chamadas de alucinógenos. Os principais exemplos são a maconha, o LSD,
o ecstasy, os anticolinérgicos, o crack e o oxi.
O vício causado pelas drogas tem uma razão fisiológica, pois o cérebro é estimulado pela química da droga e desen-cadeia a liberação de dopamina, neurotransmissor responsável pela sensação de prazer. A necessidade da droga, a compulsão, obedece a um ritmo biológico, em que o organismo, acostu-mado com os neurotransmissores, pede mais droga. Assim, to-dos os tipos citados podem levar o usuário ao vício ou à depen-dência química, não lhe permitindo a capacidade de moderar ou excluir seu uso.
A seguir, vamos tratar dos principais tipos de drogas con-sumidas no Brasil.
Considerando apenas a
legislação vigente de um
país, a legalidade ou não de
uma droga é historicamente
variável e não está relacio-
nada, necessariamente, à
gravidade de seus efeitos.
DROGAS
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ÁLCOOL
O álcool é consumido de forma oral e muitas vezes de maneira indiscriminada. Os principais efeitos físicos de seu uso são: tontura, náuseas, vômitos, ressaca, dificul-dade na fala, distúrbios do sono, problemas motores e dificuldade respiratória. Quando ingerido em doses elevadas pode ocasio-nar coma alcoólico e até óbito. A OMS já estabeleceu como doenças associadas ao alcoolismo a miocardiopatia alcoólica (in-chaço do coração), degeneração do siste-ma nervoso, gastrite alcoólica, pancreatite crônica, além de hepatite e cirrose, entre outras. Essas doenças são resultado do uso contínuo do álcool.
Como efeitos psicológicos resultantes
do consumo da droga, podem ser citados o comportamento agressivo e/ou depres-sivo e a dependência psíquica. As tonturas e os problemas motores, causados pela in-gestão de álcool, podem acarretar graves acidentes de trânsito, motivo pelo qual foi instaurada a Lei Seca em 2008 (Lei 11.705 do Código de Transito Brasileiro), que proíbeo consumo de bebida alcoólica em quan-tidade superior a 2 dg de álcool por litro de sangue por condutores de veículos (ou 0,1 mg de álcool por litro de ar expelido no exame do bafômetro). A fiscalização foi aumentada e as consequências também, como detenção e perda da carteira de ha-bilitação.
COLA DE SAPATEIRO
A cola de sapateiro é um produto inalante, composta por um solvente de-nominado tolueno e similares químicos. É a terceira droga mais consumida no Bra-sil, perdendo somente para o tabaco e o álcool, ou seja, a primeira entre as ilícitas.
Seus efeitos são similares aos do álcool, sendo marcantes os quadros de
alucinações e perda da coordenação mo-tora, seguindo-se de uma depressão.
O uso contínuo pode afetar o cére-bro do usuário de forma semelhante à cocaína, podendo levar a danos neuroló-gicos irreversíveis, causando ainda lesões nos rins, no fígado e na medula óssea.
LANÇA-PERFUME - LOLÓ
O lança-perfume é uma droga ina-lável, com solventes químicos a base de cloreto de etila. Geralmente, é embalado em tubos na forma líquida mediante alta pressão e bastante utilizado em festas de Carnaval. Seu consumo provoca efeitos que podem variar conforme a quantida-de inalada. Ele age no sistema nervoso central e causa desde um pequeno zum-bido nos ouvidos até fortes alucinações,
provocando a aceleração da frequência cardíaca, dor de cabeça e abdominal, fraqueza muscular, náuseas, hemorragias nasais, lesões no fígado, rins e pulmões, falta de coordenação e de apetite, dimi-nuição da capacidade de ouvir e de res-pirar. Como alterações psíquicas, podem ocorrer mudanças drásticas de humor e causar agressividade.
HEROÍNA - OPIÁCEO
O ópio e seus derivados são substân-cias que podem ser extraídas das flores da papoula (planta do gênero Papaver) ou produzidas sinteticamente em laboratório. Os principais alcaloides provenientes do ópio agem de maneira a deprimir ou exci-tar diferentes sistemas do organismo:- Morfina, que apresenta influência depri-
mente do sistema nervoso central; - Codeína, que atua no sistema respira-
tório; - Tebaína, papaverina, narcotina e a narceí-
na, que atuam paralisando fibras muscu-
lares de alguns órgãos, como o estômago;- Laudanosina e tebaína, que têm ação
excitante.Em função de tais ações no corpo,
a medicina o utiliza como medicamento analgésico (morfina e papaverina). Usado como droga (principalmente de forma in-jetável), ele provoca dificuldade de dicção, ritmo lento, pálpebra caída, problemas com visão noturna, sonolência, depressão respiratória ou respiração ofegante, pele seca, infecções de pele, e um alto risco de óbito por overdose.
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DROGAS ESTIMULANTES DO SISTEMA NERVOSO
CIGARRO - TABACO
O cigarro é uma droga lícita no país, feito de uma porção de tabaco (ou fumo) seco e picado enrolado em papel fino ou em palha de milho (no caso dos cigarros de palha). É, portanto, fumado. A nicotina (substância base presente no tabaco) é um estimulante poderoso e um dos prin-cipais fatores viciantes do cigarro.
Atualmente, o cigarro é vendido em maços de 20 unidades, de forma indus-trializada, mas a criação original do cigarro foi relacionada à cultura dos antigos povos ameríndios. Posteriormente à utilização de tabaco em pó para se cheirar com finali-dades terapêuticas, o cigarro passou a ser consumido apenas por prazer e, cada vez mais, o ato de fumar foi associado à uma forma de afirmação do indivíduo, de status e, até mesmo, de sensualidade. Hoje, pode--se considerar que fumar está muito mais ligado ao ritual que envolve o ato de fumar do que à própria nicotina. Apesar disso, está comprovado que quanto mais se aumenta o conhecimento a respeito dos malefícios do cigarro, aumenta o núme-ro de abandonos ao vício por parte dos fumantes, segundo o Departamento de Controle de Tabaco da OMS.
A fumaça do cigarro prejudica di-retamente o funcionamento do sistema
coração-pulmão, através do empedra-mento dos alvéolos pulmonares pelos componentes químicos da fumaça do cigarro. Assim, o organismo passa a ter menor oxigenação nos tecidos.
Como efeitos colaterais físicos do fumo, podem ser citadas as doenças cardio-vasculares, o amarelecimento dos dentes e o cancro da boca, da língua, do esôfago, da faringe e da laringe. A insuficiência respira-tória é um dos pricipais efeitos, o que força o coração a bater mais rápido para maior cap-tação de oxigênio, diminuindo, assim, sua vida útil. Além disso, o tabaco provoca infer-tilidade, problemas de erecção e aborto.
É importante destacar a ocorrência do fumante passivo, que é a pessoa que não fuma, mas está exposta à fumaça de cigarros de parentes, amigos, colegas de trabalho ou em ambiente público. O cigar-ro é o maior poluidor ambiental doméstico, segundo a Organização Mundial da Saúde. Como as pessoas passam grande parte do tempo em locais fechados, há grande risco de exposição excessiva a essa fumaça. Os efeitos nocivos em fumantes passivos são os mesmos que ocorrem nos fumantes ativos. Por isso, vários estados brasileiros têm aprovado leis que restringem o uso de cigarros em locais fechados.
ANFETAMINAS
As anfetaminas (anfetamina, metanfe-tamina) são substâncias sintéticas, produzi-das em laboratório, que atuam acelerando (estimulando) a atividade do sistema ner-voso central, usadas, portanto, como inibi-dores de apetite na medicina.
Como droga, são consumidas de diversas formas: via oral (comprimidos),injeção ou fumo; além disso, buscam a re-dução do sono (usadas como “rebites” por
caminhoneiros). As principais consequências físicas
de seu uso são: pressão arterial elevada, convulsões, pupilas dilatadas, tontura, in-sônia, falta de apetite, desnutrição e hepa-tite. Como efeitos psíquicos, podem cau-sar dependência química, irritabilidade, ansiedade, paranoia, psicoses, depressão e agressividade.
COCAÍNA
A cocaína (ou éster do ácido benzoi-co) é um alcaloide produzido pela planta da coca, a Erythroxylum coca.
A folha da planta é usada há mais de 1200 anos pelos nativos da América do Sul, sendo que eles a mastigavam para ajudar a suportar a fome, a sede e o cansaço. Os Incas e outros povos andinos certamente conseguiam trabalhar em elevadas altitu-des (com ar bastante rarefeito e frio) e com
muito pouca comida em função do efei-to da coca, com ação supressora da fome. Ainda hoje há o consumo legal da folha de coca sob a forma de chá em alguns paí-ses (como Peru e Bolívia), mas mesmo em grandes quantidades leva à absorção de uma dose de cocaína insignificante.
A droga cocaína (hidroclorido de co-caína, o pó branco) é produzida através da extração do componente químico da
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DROGAS
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planta, utilizando solventes como quero-sene, soda cáustica, gasolina, acido sulfú-rico e carbonato de amônio. A partir do primeiro composto extraído também são fabricadas outras drogas, como o crack.
O pó de cocaína é utilizado de duas maneiras: aspirada ou injetada dissolvida em água. Como efeitos físicos, o consumo eleva a temperatura do corpo e aumenta os batimentos cardíacos e a pressão arte-rial, além de dilatar as pupilas. Há elevado risco de convulsões e AVC. O organismo fica em um estado de excitação, fazendo com que o usuário tenha sensação de po-
der, euforia, onipotência. Os movimentos e o estado de alerta aumentam (efeitos psíquicos), os pensamentos ficam acelera-dos e a pessoa tende a ficar mais comu-nicativa. Mas, embora haja a sensação de “prazer”, é gerada uma inquietude, deixan-do a pessoa tremula e impaciente. A subs-tância também inibe a fome e o sono.
O uso contínuo pode levar ao de-senvolvimento de efeitos físicos crônicos (distúrbios cardíacos, respiratórios/nasais e gastrointestinais) e psíquicos crônicos (distúrbios psiquiátricos), além do risco constante de sofrer uma overdose.
DROGAS PERTURBADORAS DO SISTEMA NERVOSO
ECSTASY
O Ecstasy (3,4-metilenodioximetan-fetamina – MDMA) é um derivado da an-fetamina, sendo uma potente droga esti-mulante, com efeitos semelhantes aos da cocaína.
O ecstasy é consumido por via oral. Produz efeitos imediatos, como alucina-ções visuais e auditivas, mas pode causar efeitos físicos, como sensação de boca seca, sudorese intensa, bruxismo, visão turva, aumento da frequência cardíaca e pressão arterial, náuseas e vômitos. Pode
causar morte por elevação da temperatura corpórea, que chega a atingir valores aci-ma de 42°C. Como efeitos a longo prazo, podem ser gerados distúrbios psiquiátri-cos (incluindo pânico, depressão, ansieda-de e paranoia), tensão muscular, proble-mas de sono, falta de apetite, convulsões, insuficiência renal, manchas roxas na pele, movimentos descontrolados da cabeça e do pescoço, inapetência e dificuldades respiratórias.
CRACK O crack é uma pedra derivada da co-
caína e fumada em um cachimbo. Causa os mesmos efeitos físicos e psicológicos
observados no uso da cocaína, mas de forma altamente potencializada e extre-mamente viciante.
OXI É uma droga nova, ainda mais nociva
que o crack, e também fumada em ca-chimbo. Oxi é a abreviação de oxidado e consiste em uma mistura da base livre de cocaína, querosene — ou gasolina, diesel
e até solução de bateria —, cal e perman-ganato de potássio. É altamente viciante e nocivo à saúde, podendo levar ao óbito rapidamente.
LSD (ÁCIDO LISÉRGICO) O LSD (dietil-amida do ácido lisérgico)
pode ser considerado um dos alucinóge-nos mais potentes. Foi sintetizado a partir de um fungo (o “ergot” Claviceps purpurea). É consumido por via oral, embebido em pedaços de papel poroso, ou na forma de solução, em pílulas ou gelatina com
vários formatos. Como efeitos físicos, ocasiona au-
mento de temperatura e pressão, falta de apetite, insônia e tremores. Os efeitos psi-cotrópicos são as alucinações, que podem vir a se tornar crônicas. Em doses elevadas, pode causar a morte.
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DROGAS
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COGUMELOS ALUCINÓGENOS
Alguns cogumelos (corpo de frutifica-ção dos fungos) possuem substâncias como a psilocibina, que podem causar alucina-ções, mas também são razão de pesquisas médicas contra males como a enxaqueca. Sabe-se que no Brasil ocorrem duas espé-cies de cogumelos que causam alucinações, o Psilocybe cubensis (de onde é extraída a psilocibina) e o outro é espécie do gênero Paneoulus. O primeiro é encontrado em pas-tos, utilizando as fezes dos animais (gado)
como fonte de nutrientes. Outros cogume-los conhecidos são o Amanita muscaria, que podem causar alucinações.
Quando usados como droga, são con-sumidos mastigados ou cozidos e tomados como chá. Entre seus principais efeitos físi-cos estão: pressão alta, sudorese, náuseas. Como efeito psicológico causam alucina-ções, com a percepção real de um objeto, som, cheiro ou toque que não existem.
CHÁS ALUCINÓGENOS
Muitas plantas também são utiliza-das como drogas. A espécie Banisteriopsis caapi, uma trepadeira, é usada como rapé, infusão ou sorvida em forma de fumaça. Nela estão presentes o alcaloide dimetil-triptamina (DMT) e a harmalina (MAO), que combinados produzem ação alucinógena intensificada e prolongada. Outras plantas amazônicas também possuem DMT e são utilizadas em experiências religiosas.
Como sintomatologias, podem ser citadas palidez, tremor, transpiração e fú-ria (provocados após dois minutos de sua ingestão); após dez minutos, cessa a exci-tação, havendo extrema exaustão, altera-ções de temperatura, medo ou coragem, visão turva, alucinações, fantasias, ânsia e horror. Os riscos decorrem das reações de pânico, sendo que o consumo do chá pode desencadear quadros psicóticos
permanentes em pessoas predispostas a doenças ou desencadear novas crises em indivíduos portadores de doenças psiquiá-tricas (transtorno bipolar, esquizofrenia).
Outros exemplos de plantas aluci-nógenas são: Lophophora williansii (cacto peiote), que possui mescalina; a Myristica fragrans (conhecida como noz-moscada); a Nepeta cataria (erva-de-gato), que contém substâncias como a tanina; e drogas se-melhantes à atropina, a Atropa belladonna e a Datura sp. (conhecida como trombe-teira). Todas elas causam efeitos psíquicos alucinógenos, mas podem trazer efeitos colaterais físicos de diversos tipos, como náuseas e vômitos, sensação de peso nos braços e pernas, taquicardia, hipertermia e pele seca, sede e rubor, dor de cabeça, defecação e urinação involuntária ou re-tenção urinária, ou mesmo a morte.
MACONHA A maconha é uma droga provenien-
te da planta Cannabis sativa, que possui a substância tetraidrocanabinol como com-ponente. A droga é consumida na forma de cigarros preenchidos com as folhas ou as sementes maceradas. É também conhecida como haxixe, e seu uso causa, momentaneamente, excitação seguida de relaxamento, euforia e problemas com a definição de tempo e espaço. Como efei-tos físicos, são observados palidez, taqui-
cardia, olhos avermelhados, pupilas dilata-das, sede e fome intensas.
O uso contínuo de maconha pode gerar fortes ataques de ansiedade, percep-ção alterada, problemas de aprendizagem – com dificuldades de assimilar novas in-formações – e perda da memória imedia-ta; também pode causar dificuldades para falar, ouvir e raciocinar e para solucionar problemas – com uso limitado da razão, concentração e coordenação.
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Mesmo sabendo que as Drogas fazem mal a saúde e que,
quando ilícitas, podem causar problemas com a justiça, por que
muitas pessoas continuam a usá-las? Segundo a OMS, a faixa etá-
ria que inclui as pessoas que começam a usar drogas está di-
minuindo cada vez mais. Vemos na mídia, diariamente, crian-
ças com menos de 10 anos que já usam maconha, bebidas
alcoólicas, cola de sapateiro, cocaína e principalmente o crack.
Esses jovens acabam tendo uma estreita relação com o mundo da
criminalidade, já que o comércio é ilegal e constitui crime.
As causas são diversas: insegurança, conflitos familiares, desin-
formação, crise existencialista, desejo de contestação, exclusão social,
pobreza, relações de amizade grupais (“tribos”), entre outras. Assim,
perceba como é difícil responder o que leva uma pessoa a consumir
drogas.
É importante lembrar que o vício causado pela droga não esco-
lhe vítimas por suas características individuais, classe social ou poder
aquisitivo. Pode ocorrer com qualquer um. Talvez a solução esteja no
processo educacional, que começa em casa e continua nas escolas,
no trabalho, nas Igrejas, valorizando a ética e a cidadania, para que
sejam atingidos aqueles que escolhem a droga. Paralelamente, o go-
verno e a justiça devem fazer valer a lei, punindo e tirando do con-
vívio social dos traficantes e produtores de drogas. É um trabalho a
longo prazo, mas temos a esperança de não ser impossível.
Por que as pessoas
usam ?drogas