17
Ano XII - Edição 139 - Abril / 2015 Rua Begônia , 98 - Vila da Penha - RJ / CEP : 21.210-220 Fone : (21) 3252-1437 www.irmaoclarencio.org.br Boletim Informativo do Centro Espírita Irmao Clarêncio r Biblioteca “ Antônio Vieira Mendes ” Associe-se à nossa biblioteca e tenha direito a empréstimos de livros gratuitamente. r Campanha Doe uma lata de leite em pó desnatado (não serve leite modificado) e colabore com o trabalho de assistência aos idosos da Obra Social Antônio de Aquino ( obra social do Centro Espírita Léon Denis ). r Artesanato Dia - toda segunda-feira. Hora - 14:00 Local - C.E.Irmão Clarêncio. r Visita aos idosos do “Abrigo Cristo Redentor”. r Visita aos enfermos nos hospitais. r Visita aos enfermos nos lares em vários dias e horários. r Confecção e distribuição de “quentinhas” aos irmãos em situação de rua . Observação: Para participar das Frentes de Trabalho acima citadas, o voluntário deverá dirigir-se à Secretaria Administrativa do Centro Espírita Irmão Clarêncio para obter orien- tação. (21) 3252.1437 pág.13 Notas Espirituais: Doenças e Caridade Cenas da Vida: Um Homem no Mundo pág7 Educação - Senda de Luz: Kardec e a Educação Integral pág.17 Suplemento Infantojuvenil: A Caixa de Bombons pág.15 Reforma Íntima: Ser Melhor pág.11 pág.8 Estudando a Gênese: Curas Homengem Especial: O Retorno do Apóstolo Chico Xavier pág3 pág4: A Família na Visão Espírita: O Lar pág.5 Mensagem Comemorativa: Henri pág.9 Mensagem Mediúnica: Fernando Nesta Edição : Editorial Dias 13 e 26 de Abril : Motivos de Comemoração R evendo a edição de abril de 2009 deste Jornal, poderemos recordar de como foi criado em “13 de abril de 1995” o “CEC – Centro Espírita Clarêncio”. Como a lei de Deus é de progresso, vimos a necessidade de oficializar o CEC e, pelos trâmites das leis humanas, viemos a fundar esta instituição em “26 de abril de 2009”, com a sigla “CEIC - Centro Espírita Irmão Clarêncio”. Desde 1995 esta Casa, tão querida aos nossos corações, vem divulgando a Doutrina Espírita e trazendo conforto aos nossos corações sofridos, mas sempre tomando por base o Evangelho de Jesus. A Casa cresceu muito em frentes de trabalhos, em estudos, sempre orienta- da pelo Benfeitores Espirituais. Como nos disse Kardec: “O que torna um estudo sério é a continuidade que se lhe dá”. É essa orientação que a nossa Casa segue. Agradeçamos a Deus, a Jesus e aos mentores espirituais Irmão Clarêncio e Irmão Plácido pela existência deste ponto de luz e pela sustentação que nos dão. Paz e progresso para todos nós!

Boletim Informativo do Centro Espírita Irmao Clarêncioirmaoclarencio.org.br/pdf/clareando/Abr_2015.pdf · Culto no Lar de Nazaré Calazans ... da semana ao Culto do Evangelho no

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Boletim Informativo do Centro Espírita Irmao Clarêncioirmaoclarencio.org.br/pdf/clareando/Abr_2015.pdf · Culto no Lar de Nazaré Calazans ... da semana ao Culto do Evangelho no

Ano XII - Edição 139 - Abril / 2015

Rua Begônia , 98 - Vila da Penha - RJ / CEP : 21.210-220Fone : (21) 3252-1437

www.irmaoclarencio.org.br

Boletim Informativo do Centro Espírita Irmao Clarêncio

r Biblioteca “ Antônio Vieira Mendes ” Associe-se à nossa biblioteca e tenha direito a empréstimos de livros gratuitamente.

r Campanha Doe uma lata de leite em pó desnatado (não serve leite modificado) e colabore com o trabalho de assistência aos idosos da Obra Social Antônio de Aquino ( obra social do Centro Espírita Léon Denis ).

r ArtesanatoDia - toda segunda-feira.Hora - 14:00Local - C.E.Irmão Clarêncio.

r Visita aos idosos do “Abrigo Cristo Redentor”.

r Visita aos enfermos nos hospitais.

r Visita aos enfermos nos lares em vários dias e horários.

r Confecção e distribuição de “quentinhas” aos irmãos em situação de rua .

Observação:

Para participar das Frentes de Trabalho acima citadas, o voluntário deverá dirigir-se à Secretaria Administrativa do Centro Espírita Irmão Clarêncio para obter orien-tação.

(21) 3252.1437 pág.13

Notas Espirituais:Doenças e Caridade

Cenas da Vida:Um Homem no Mundopág7

Educação - Senda de Luz:Kardec e a Educação Integral

pág.17Suplemento Infantojuvenil:A Caixa de Bombons

pág.15

Reforma Íntima:Ser Melhor

pág.11

pág.8Estudando a Gênese:Curas

Homengem Especial: O Retorno do Apóstolo Chico Xavierpág3

pág4:A Família na Visão Espírita:O Lar

pág.5Mensagem Comemorativa:Henri

pág.9Mensagem Mediúnica:Fernando

Nesta Edição :

Editorial

Dias 13 e 26 de Abril : Motivos de Comemoração

R evendo a edição de abril de 2009 deste Jornal, poderemos recordar de como foi criado em “13 de abril de 1995” o “CEC – Centro Espírita Clarêncio”.

Como a lei de Deus é de progresso, vimos a necessidade de oficializar o CEC e, pelos trâmites das leis humanas, viemos a fundar esta instituição em “26 de abril de 2009”, com a sigla “CEIC - Centro Espírita Irmão Clarêncio”.

Desde 1995 esta Casa, tão querida aos nossos corações, vem divulgando a Doutrina Espírita e trazendo conforto aos nossos corações sofridos, mas sempre tomando por base o Evangelho de Jesus.

A Casa cresceu muito em frentes de trabalhos, em estudos, sempre orienta-da pelo Benfeitores Espirituais.

Como nos disse Kardec: “O que torna um estudo sério é a continuidade que se lhe dá”. É essa orientação que a nossa Casa segue.

Agradeçamos a Deus, a Jesus e aos mentores espirituais Irmão Clarêncio e Irmão Plácido pela existência deste ponto de luz e pela sustentação que nos dão.

Paz e progresso para todos nós!

Page 2: Boletim Informativo do Centro Espírita Irmao Clarêncioirmaoclarencio.org.br/pdf/clareando/Abr_2015.pdf · Culto no Lar de Nazaré Calazans ... da semana ao Culto do Evangelho no

Clareando / Ano XII / Edição 139 / Abril . 2015 - Pág . 2

Espiritismo na

Web

“A emissora da Fraternidade”

Estrada do Dendê, nº 659Ilha do GovernadorRio de Janeiro - RJCEP: 21.920/000Fone: (21)3386.1400

Visite o site e ouça a programaçãowww.radioriodejaneiro.am.br

www.nossacasa-rs.com.br( Casa Espírita "Nossa Casa - RS")

www.oespiritismocom.br(Website "O Espiritismo")

www.rcespiritismo.com.br(Revista Cristã de Espiritismo)

www.sbee.org.br(Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas )

Rad i oRio de Janeiro1400 khz AM

Agora o

"Centro Espírita Irmão Clarêncio" também está na web !!!Acesse e confira

www.irmaoclarencio.org.br

Dia : 12 / 04 / 2015 - 16 horasCulto no Lar de Nazaré Calazans

Atividades Doutrinárias

Ter você como sócio será muito importante para nós.Aguardamos sua inscrição.Que Jesus nos ilumine e abençoe.p

O CLE oferece ao sócio um Kit contendo :01 Livro Espírita01 DVD de Palestras 01 Edição da Revista de Estudos Espíritas ( publicação mensal do CELD)

Custo do Kit : R$25,00"O livro é um amigo sincero, bem-vindo tanto nos dias felizes quanto nos dias ruins.

Referimo-nos ao livro sério, útil, que instrui, consola, anima ..."(Léon Denis - Depois da Morte, Cap. LIII)

Ler e bom...Ler o que e bom, e melhor ainda !

Clareando as ideias com Kardec

Estudar Kardec é libertar-se de dogmas, crendices e superstições. É aprender a viver como espírito imortal a caminho da perfeição. “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Jesus, (João, 8:32)

Laços de FamíliaPor que é que, entre os animais, os pais e os filhos deixam de reconhecer-se, desde que estes não mais precisam de cuidados?

“Os animais vivem vida material e não vida moral. A ternura da mãe pelos filhos tem por princípio o instinto de conservação dos seres que ela deu à luz. Logo que esses seres podem cuidar de si mesmos, está ela com a sua tarefa concluída; nada mais lhe exige a Natureza. Por isso é que os abandona, a fim de se ocupar com os recém-vindos.”

Há pessoas que, do fato de os animais ao cabo de certo tempo abandonarem suas crias, deduzem não serem os laços de família, entre os homens, mais do que resultado dos costumes sociais e não efeito de uma lei da Natureza. Que devemos pensar a esse respeito?

“Diverso do dos animais é o destino do homem. Por que, então, quererem identificá-lo com estes? Há no homem alguma coisa mais, além das necessidades físicas: há a necessidade de progredir. Os laços sociais são necessários ao progresso e os de família mais apertados tornam os primeiros. Eis por que os segundos constituem uma lei da Natureza. Quis Deus que, por essa forma, os homens aprendessem a amar-se como irmãos.”

A algumas pessoas a doutrina da reencarnação se afigura destruidora dos laços de família, com o fazê-los anteriores à existência atual.

“Ela os distende; não os destrói. Fundando-se o parentesco em afeições anteriores, menos precários são os laços existentes entre os membros de uma mesma família. Essa doutrina amplia os deveres da fraternidade, porquanto, no vosso vizinho, ou no vosso servo, pode achar-se um Espírito a quem tenhais estado presos pelos laços da consanguinidade.”.

Fonte: O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, questões 773, 774 e 205, Editora FEB.

Page 3: Boletim Informativo do Centro Espírita Irmao Clarêncioirmaoclarencio.org.br/pdf/clareando/Abr_2015.pdf · Culto no Lar de Nazaré Calazans ... da semana ao Culto do Evangelho no

Clareando / Ano XII / Edição 139 / Abril . 2015 - Pág . 3

Datas ComemorativasDia 02/04/1910: Nascimento de Francisco Cândido Xavier.

Dia 11/04/1900: Desencarnação de Adolfo Bezerra de Menezes.

Dia 12/04/1927: Desencarnação de Léon Denis.

Dia 13/04/1995: Criação do CEC (atual CEIC) - Centro Espírita Clarêncio.

Dia 18/04/1857: Lançamento de "O Livro dos Espíritos".

Dia 26/04/2009: Fundação do CEIC - Centro Espírita Irmão Clarêncio.

abril / 1864: Lançamento de "O Evangelho Segundo o Espiritismo".

Homenagem Especial

O Retorno do Apóstolo Chico Xavier

Chico Xavier - Apóstolo do AmorFrancisco Cândido Xavier

(02/04/1910 – 30/06/2002)

Q uando mergulhou no corpo físico, para o ministério que deveria desenvolver, tudo era

expectativas e promessas.Aquinhoado com incomum patrimônio

de bênçãos, especialmente na área da me-diunidade, mensageiros da Luz prometeram inspirá-lo e ampará-lo durante todo o tem-po em que se encontrasse na trajetória física, advertindo-o dos perigos da travessia no mar encapelado das paixões, bem como das lutas que deveria travar para alcançar o porto de segurança.

Orfandade, perseguições rudes na in-fância, solidão e amargura estabeleceram o cerco que lhe poderia ter dificultado o avanço, porém, as providências superiores auxiliaram-no a vencer esses desafios mais rudes e a crescer interiormente no rumo do objetivo de iluminação.

Adversários do ontem que se haviam reen-carnado também crivaram-no de aflições e de crueldade durante toda a existência orgânica, mas ele conseguiu amá-los, jamais devolven-do as mesmas farpas, os espículos e o mal que lhe dirigiam.

Experimentou abandono e descrédito, necessidades de toda ordem, tentações incontáveis que lhe rondaram os passos ameaçando-lhe a integridade moral, mas não cedeu ao dinheiro, ao sexo, às projeções enganosas da sociedade, nem aos sentimentos vis.

Sempre se manteve em clima de harmo-nia, sintonizado com as Fontes Geradoras

da Vida, de onde hauria coragem e for-ças para não desfalecer.

Trabalhando infatigavelmente, alargou o campo da solidariedade e, acendendo o archote da fé racional que distendia através dos incomuns testemunhos mediúnicos, iluminou vidas que se tornaram faróis e amparo para outras tantas exigências.

Nunca se exaltou e jamais se entregou ao desânimo, nem mesmo quando sob o metralhar de perversas acusações, per-manecendo fiel ao dever, sem apresentar defesas pessoais ou justificativas para os seus atos.

Lentamente, pelo exemplo, pela pro-bidade e pelo esforço de herói cristão, sensibilizou o povo e os seus líderes, que passaram a amá-lo, tornou-se parâmetro do comportamento, transformando-se em pessoa de referência para as informações seguras sobre o Mundo Espiritual e os fe-nômenos da mediunidade.

Sua palavra doce e ungida de bondade sempre soava ensinando, direcionando e encaminhando as pessoas que o bus-cavam para a senda do Bem.

Em contínuo contato com o seu Anjo tutelar, nunca o decepcionou, extraviando-se na estrada do dever, mantendo disciplina e fidelidade ao compromisso assumido.

Abandonado por uns e outros, afetos e amigos, conhecidos ou não, jamais deixou de realizar o seu compromisso para com a Vida, nunca desertando das suas tarefas.

As enfermidades minaram-lhe as energias, mas ele as renovava através da oração e do exercício intérmino da caridade.

A claridade dos olhos diminuiu até qua-se apagar-se, no entanto, a visão interior tornou-se mais poderosa para penetrar nos arcanos da Espiritualidade.

Nunca se escusou a ajudar, mas nunca deu trabalho a ninguém.

Seus silêncios homéricos falaram mais alto do que as discussões perturbadoras e os debates insensatos que aconteciam à sua volta e longe dele, sobre a Dou-trina que esposava e os seus sublimes ensinamentos.

Tornou-se a maior antena parapsíquica do seu tempo, conseguindo viajar fora do cor-po, quando parcialmente desdobrado pelo sono natural, assim como penetrar em men-tes e corações para melhor ajudá-los, tanto quanto tornando-se maleável aos Espíritos que o utilizaram por quase setenta e cinco anos de devotamento e de renúncia na me-diunidade luminosa.

Por isso mesmo, o seu foi mediumato incomparável.

...E ao desencarnar, suave e docemente, permitindo que o corpo se aquietasse, ascen-deu nos rumos do Infinito, sendo recebido por Jesus, que o acolheu com a Sua bondade, asseverando-lhe:

Descansa, por um pouco, meu filho, a fim de esqueceres as tristezas da Terra e desfrutares das inefáveis alegrias do reino dos Céus.

Joanna De Ângelis

(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, no dia 2 / 7 / 2002, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia).

Fonte: Reformador – Ano 120 / julho, 2002.

Page 4: Boletim Informativo do Centro Espírita Irmao Clarêncioirmaoclarencio.org.br/pdf/clareando/Abr_2015.pdf · Culto no Lar de Nazaré Calazans ... da semana ao Culto do Evangelho no

Clareando / Ano XII / Edição 139 / Abril . 2015 - Pág . 4

A Família na Visão Espírita

“ Dedica uma das sete noites da semana ao Culto do Evangelho no Lar, a fim de que Jesus possa pernoitar em tua casa.”Joanna de ÂngelisFonte : S.O.S. FamíliaMédium: Divaldo Pereira Franco

O L a r

Qual seria, para a sociedade, o resultado do relaxamento dos laços de família?“Uma recrudescência do egoísmo”. (O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, questão 775).

Curso : A Família na Visão EspíritaDia- todas as terças-feiras.Hora- 19:30.Local- Centro Espírita Irmão Clarêncio.

estuDo aberto a toDos os interessaDos.

Abril / 2015 :

Dia 07 - Planejamento familiar: gestação, reencarnação,experiências e dificuldades, anticoncepção e moralidade.

Dia 14 - O aborto na visão espírita: definição e consequências, medidas preventivas, aspectos jurídicos.

Dia 21 - Reencarnação: a constelação familiar, filhos consanguíneos, filhos adotivos e filhos excepcionais.

Dia 28- Constelação familiar: mãe virtual, filhos de pais separados, filhos abandonados, filhos de outros casamentos.

Prezados irmãos, irmãs, que Deus nos abençoe.

Deus nos oferece a reencarnação para o pro-gresso e educação dos nossos espíritos. O lar,

dentro desse propósito de aprendizado e educação, tem a sua grande parcela. Lares que devem e pre-cisam se transformar em um ninho de amor! Lares que precisam estar trabalhando em conjunto, be-neficiando um ao outro e todos aqueles que são seus descendentes. Lares que buscam o entendi-mento, a fraternidade e a paz. No entanto, não é o que normalmente vemos na face terrena. Lares desassossegados, atribulados. Lares que trazem in-fortúnios oriundos das suas próprias atitudes. Lares que trazem, dentro da sua própria natureza, muitas dificuldades de convivência, de perdão, de verdade, de companhia, de amor! Por que isto se processa desta forma, se temos Deus dando suas orientações, se temos Deus nos protegendo constantemente e

se em muitas ocasiões todos apregoam Deus como sendo o nosso criador?

Há falta de fé, de entendimento, há falta de acre-ditar numa mudança. Todo o ambiente terreno está inundado de espíritos que, ainda inferiores, ora encarnados, ora no mundo espiritual, se coabitam, convivem, participam, registram-se mutuamente e se unem uns com os outros, através de múltiplas ca-racterísticas de inferioridade. Não há, na sua grande maioria, um propósito elevado, um entendimento para superar as diferenças. E a grande maioria, ain-da, se aproxima devido às paixões humanas e diante das contrariedades e dificuldades que hão de apare-cer, deixam de lado as trocas de sentimentos para aparecerem as farpas da dor, do desentendimento, das energias que irão, pouco a pouco, causando desilusões, angústias, separações. Lares que, muitas vezes, desunidos, trazem para si próprios uma gran-de desarmonia para os filhos, para os que estão ao seu lado e para aqueles que projetaram, no mundo dos espíritos, um futuro de renovação.

Este panorama, caros filhos, é a vivência, entre tantas, dos lares que vemos no ambiente terreno. O amor, mui-tas vezes, deixa de existir e cada qual irá para o seu lado, buscando os seus outros interesses, as suas conquistas efêmeras, as oportunidades instantâneas e deixando para trás tudo aquilo que antes fora objeto de interesse. Assim, quando vemos tantos e tantos lares dentro desse aspecto de desarmonia, olhamos para Deus, olhamos para as lições de Jesus e pedimos que haja muita compreensão diante da ignorância, diante de tanta desarmonia e para que o entendimento, aci-ma de tudo, sob a ótica e a visão do mais elevado, possa fazer com que esses lares possam construir, novamente, os corações que sofrem, que possam su-perar a suas desavenças, que possam trazer alegrias aos filhos e que possam fazer parte de uma socieda-de onde a conquista dos valores morais, acima de tudo dita as regras.

Estamos, assim, caminhando nesta busca in-cessante de alegria, de paz, de entendimento que a lei de Deus nos oferta para que, um dia, esteja-mos conscientes da nossa natureza espiritual, que façamos as pazes com aqueles que, muitas vezes, se sentem ofendidos e nós mesmos, que nos sentimos ofendidos com as atitudes que no passado fora este grande palco de lutas e vivências e de que o amanhã possa, através do entendimento, renovar o entendi-mento, a paz e a serenidade.

O lar, caros filhos, é considerado, de certa maneira, o primeiro passo para a conquista da espiritualidade maior!

Enquanto os que ficam lutando para manterem-se dentro do ambiente terreno, visando as paixões e as luxúrias, eles deixam para trás toda aquela visão de espiritualidade maior, para viverem no mundo do hoje. Ao conquistar o equilíbrio e a serenidade no lar, ao se conquistar, do ponto de vista cristão, tudo

aquilo que é necessário para que se construa este lar pródigo, próspero, se consegue olhar para Deus, para Jesus, para a Espiritualidade e dizer que está preparado para novas etapas de sua vida espiritual. Muitos passam por dificuldades, dores das mais va-riadas, mas sabem que o valor de um lar cristão, cuja serenidade, tranquilidade, alegria, segurança oferecem ou proporcionam uma estabilidade para se desenvolver o caráter, para se desenvolver a perso-nalidade, para se promover o estudo da sua própria natureza e, assim, também dar ênfase no espírito bom, no trabalhador cristão, que ele precisa ser. To-das essas lutas da inferioridade humana poderiam ser evitadas se já conquistássemos, dentro da nossa própria natureza, a visão de Deus, a visão da Cris-tandade, do bem por excelência e trabalhássemos, incessantemente, para que isso fosse sedimentado em cada canto, em cada espaço, em cada lar, em cada coração. As almas generosas são aquelas que plantam, dentro dos seus próprios lares, amor e paz e, diante das dificuldades, aprendem a conviver, as-sumem que o perdão é o único caminho pelo qual a expressão do amor de Deus poderá ser o exemplo maior na vivência diária, na qual, através da dor, da incompreensão, poderá ele expressar o sentimento de gratidão que tem para Deus.

Caros filhos e filhas, não há sentimento maior de alegria nos corações de todos aqueles que amam vo-cês, quando vocês aprendem o valor do sentimento fraterno dentro do lar. Pais, mães, avós, todos aqueles que amam vocês vibram de alegria, de contentamento, quando vocês tomam as atitudes corretas.

Orem incessantemente para vencerem a dor e não permitam, em qualquer situação e circunstância, que a raiva possa perdurar dentro das suas próprias almas, porque, nas circunstâncias em que vivem, somente aquele que consegue superar, através do perdão, o sen-timento de raiva, de angústia, de desassossego é que irá passar para o plano espiritual atingindo as alegrias, as culminâncias, as bem-aventuranças, a pacificação do dever cumprido.

Um abraço do Hermann e que todos permane-çam, nos seus lares, confiantes no amparo de Deus, da união, proteção e amparo de todos nós, Espíritos, para que construam cada um, dentro de vocês e em seus lares, atitudes elevadas, compreensivas e que le-vem, acima de tudo, o progresso, a paz e a serenidade em suas vidas.

Muita paz!

Mensagem psicofônica através do médium Luiz Carlos Dallarosa, em 29/03/2014, no CELD.

Page 5: Boletim Informativo do Centro Espírita Irmao Clarêncioirmaoclarencio.org.br/pdf/clareando/Abr_2015.pdf · Culto no Lar de Nazaré Calazans ... da semana ao Culto do Evangelho no

Clareando / Ano XII / Edição 139 / Abril . 2015 - Pág . 5

Mensagem Comemorativa

Prece pelo 20 o Aniversário do Centro Espírita Irmão ClarêncioDia 10–19h

Em Abril

Q ue a paz de Jesus esteja em todos os corações aqui presentes!

Queridos Filhos e Filhas, hoje, estamos dando início à batalha para a existência des-ta abençoada Casa perante as leis humanas. Digo batalha, porque muitas situações sur-girão, mas todas perfeitamente solucionáveis pela paciência, pela boa vontade e perseveran-ça. Esta Casa foi fundada na Espiritualidade, no calendário gregoriano, no dia 13 de maio de 1908, num ato de abnegação, sentimento de piedade do nosso venerável Irmão Plácido, que em última encarnação foi franciscano na maior pureza de seu coração. Hoje, este ve-nerável irmão ocupa esferas superiores, nos orienta, nos dá instruções, as mais diversas. Uma Casa Espírita, para ser constituída na Espiritualidade, requer um grande esforço, muito trabalho. Todas as áreas da Ciência, desde a Genética até a Engenharia, são mi-nuciosamente estudadas, pesquisadas; e isto requer um longo tempo para a sua instituição física na Terra. Uma Casa Espírita pode ser comparada a um grande bolo de aniversário, que após estar pronto não reconhecemos os seus ingredientes.

Vou contar uma pequena história:

“Um reino muito antigamente foi visitado por um grande senhor e toda a população, fe-liz pela visita, se prontificou a fazer um grande bolo. A melhor farinha do melhor moinho foi trazida, os melhores ovos, o melhor açúcar dos melhores canaviais, a melhor manteiga e o me-lhor leite; todos colocados numa grande bacia. A farinha, por saber ser a melhor, se isolou em um canto. O açúcar, observando a farinha, viu-se envolvido pela manteiga que o monopo-lizou, e ficaram juntos. Os ovos, por se sentirem ricos, não se misturaram e o leite, por se achar o mais puro, ficou nadando isolado. De repente,

chegou o fermento que não tinha sido lembrado, mas sabia da sua missão diante daquele bolo. Sabia que apesar de ser utilizado em pequena quantidade faria diferença para aquela mas-sa. Todos foram colocados no forno. Sofreram a ação de altas temperaturas, mas como não conseguiram se unir, aquele bolo tornou-se uma grande pedra.”

Assim, meus irmãos, é uma Casa Espírita. Podemos ter grandes oradores, podemos ter grandes profissionais nas mais diversas áreas, podemos ter grandes colaboradores, grandes médiuns, mas se faltar a cota do amor, a cota da compreensão, aquela Casa poderá crescer diante dos olhos dos homens, mas não crescerá tanto diante dos olhos de Deus.

Filhos e Filhas aqui presentes, muitos aqui trazem os resquícios de encarnações passadas, onde tiveram posições de mando, comando, dentro de mosteiros, conventos e até da política, numa época trevosa para a nossa Humanidade.

A Doutrina Espírita veio trazer uma nova luz, um novo entendimento das criaturas. Veio trazer uma nova compreensão. Veio trazer novos conhecimentos: a revelação do Amor Divino e uma outra visão. A Doutrina Espírita baseia-se na Justiça, na Igualdade, na Fraternidade e, principalmente, na Liberdade. Sugerimos para todos vocês aqui presentes que criem o hábito da autoavaliação, e vejam se estão sendo justos com vocês mesmos e com o semelhante. Se estão colocando em prática a Lei de Igualdade, de Fraternidade. Se estão livrando-se das teias do passado e dando li-berdade para que aqueles que aqui adentram possam ser livres na maneira de se expressar, de pensar, dentro das Leis Divinas. O momento requer muita reflexão; é um momento grave. Não permitam que sentimentos contrários

às Leis Divinas toquem os corações de vocês. Não se precipitem! Tenham calma, paciência em tudo aquilo que fizerem! Estudem as mi-núcias, estudem os detalhes! Esta abençoada Casa, hoje constituída dentro da sociedade, é tutelada por Espíritos renomados e respeitados por todos nós. E que vocês possam dentro dos seus corações fazer jus a essa tutela, a esse auxí-lio. Citaremos apenas alguns nomes e vocês vão entender a grandeza: Dr. Bezerra de Menezes, Teresa D’Ávila, Antonio de Aquino, Bittencourt Sampaio e muitos outros. Maria de Madalena, Scheilla, todos tutelando vocês e muitos, e mui-tos outros que não citaremos os nomes.

Filhos e Filhas, estamos à disposição de vocês enxugando as lágrimas, socorrendo, amparando, mas pedimos a vocês que se-jam dóceis e brandos em seus corações e nas atitudes.

Que Deus, na sua infinita misericórdia, possa envolver a todos! Que as bênçãos do Mestre Jesus continuem descendo sobre esta Casa abençoada! E que a nossa que-rida mãe Maria de Nazaré possa envolver a todos no seu manto, nos socorrendo em todas as nossas dores e aflições!

E da nossa parte dizemos a vocês: estamos na luta com vocês, estamos presentes em tudo o que precisarem. Contem conosco.

O sempre amigo Henri.

(Mensagem psicofônica recebida na Reunião de Planejamento da Fundação do Centro Espírita Clarêncio, em 30/11/08, através da médium Marília Osternack).

Page 6: Boletim Informativo do Centro Espírita Irmao Clarêncioirmaoclarencio.org.br/pdf/clareando/Abr_2015.pdf · Culto no Lar de Nazaré Calazans ... da semana ao Culto do Evangelho no

Clareando / Ano XII / Edição 139 / Abril . 2015 - Pág . 6

Cursos no C.E.I.C.

Dia: Terça-feira / 19:30 às 21:00A Família na visão Espírita.Obras de André Luiz (Nosso Lar / Evolução em Dois Mundos).Obras de Yvonne Pereira (Devassando o Invisível / Ressurreição e vida).A vida de Yvonne A.Pereira COMP - Curso de Orientação Mediúnica e Passes.COTTE - Curso de Orientação para o Trabalho de Tratamento Espiritual.

Dia: Quarta-feira / 17:30 às 18:30Grupo de Estudos Antônio de Aquino(No Invisível)Dia: Quinta-feira / 15:00 às 16:30O que é o Espiritismo.História do Espiritismo ( 2° Semestre)O Livro dos Espíritos.O Evangelho Segundo o Espiritismo.O Livro dos Médiuns.O Céu e o Inferno.A Gênese.Obras Póstumas.Obras de Léon Denis (Livro: O Grande Enigma)

Dia: Quinta-feira / 18:20 às 19:10Estudos para o trabalho de Atendimen-to Espiritual (1ª, 2ª e 3ª Semanas) / Livro: Diálogo com as Sombras- Hermínio Corrêa de Miranda.Aprofundamento das Obras Básicas (4ª e 5ª Semanas): O Livro dos Espíritos.

Dia: Quinta-feira / 19:30 às 21:00O que é o Espiritismo.História do Espiritismo ( 2° Semestre)O Livro dos Espíritos.O Evangelho Segundo o Espiritismo.O Livro dos Médiuns.O Céu e o Inferno.A Gênese.Obras Póstumas.Obras de Léon Denis (Livro: O Grande Enígma)Revista Espírita.Dia : Sábado / 14:30 às 16:00Valorização da Vida (Aberto a Todos).

Dia : Sábado / 16:00 às 17:30O que é o Espiritismo.História do Espiritismo( 2° Semestre)O Livro dos Espíritos.O Evangelho Segundo o Espiritismo.O Livro dos Médiuns.O Céu e o Inferno.A Gênese.COMP- Curso de Orientação Mediúnica e Passes.O pensamento de Emmanuel ( 1º e 3° sábados do mês).Obras de Allan Kardec para Jovens de 18 a 25 anos.Curso Permanente para Médiuns do CEIC – CPMC (2º e 4º sábados do mês).atenção: não Haverá mais "Curso dE AtuAlIzAção PArA MédIuns".

Cursos no C.E.I.C.

Revista Espírita

Apreciação da Obra sobre a Gênese

Esta obra vem a propósito, nes-te sentido de que a Doutrina hoje está bem colocada sob o

aspecto moral e religioso. Qualquer que seja a direção que ela tome doravante, ela tem precedentes muito enraizados no coração de seus adeptos, para que ninguém possa temer que ela se desvie de seu caminho. O que importava antes de tudo satisfazer, eram as aspirações da alma; era suprir o vazio deixado pela dú-vida nas almas vacilantes em sua fé. Esta primeira missão está hoje cumprida. O Espiritismo entra atualmente numa nova fase; ao atributo de consolador, acrescenta o de instrutor e de diretor do espírito, em ciência e em filosofia, como em moralidade. A caridade, sua base inabalável, dele fez o laço das al-mas ternas; a ciência, a solidariedade, a progressão, o Espírito liberal dele farão o traço de união das almas fortes. Ele conquistou os corações ternos com as armas da doçura; viril hoje, é às inteli-gências viris que se dirige. Materialistas, positivistas, todos aqueles que, por um motivo qualquer, se afastaram de uma espiritualidade da qual sua inteligência lhes mostrava as imperfeições, vão nele encontrar novos alimentos para sua in-saciabilidade. A ciência é sua senhora, mas uma descoberta lhe chama outra, e o homem avança sem cessar com ela, sem encontrar completa satisfação. É que o espírito tem suas necessidades, ele também; é que a alma, a mais ateia, tem aspirações secretas, inconfessadas, e que essas aspirações reclamam seu alimento. A religião, antagonista da ciência, respon-dia, pelo mistério, a todas as perguntas da filosofia cética. Ela violava as leis da Na-tureza e as torturava à sua fantasia, para dela extrair uma explicação coxa de seus ensinos. Vós, ao contrário, vos sacrificais à ciência; aceitais todos os seus ensinos sem exceção, e lhe abris os horizontes que ela supunha intransponíveis. Tal será o efeito da nova obra; não poderá senão assegurar antes os fundamentos

“Allan Kardec, durante onze anos e quatro meses de trabalho intensivo (1858 – 1869), ofereceu-nos, ao vivo, toda a História do Espiritismo, no processo de seu desenvolvimento e sua propagação no século dezenove”. (Introdução, Revista Espírita de 1858, EDICEL).

Assim se expressa Allan Kardec sobre a Revista Espírita, em O Livro dos Médiuns, item 35 (4º): “Variada coletânea de fatos, de explicações teóricas e de trechos isolados, que complementam o que se encontra nas duas obras precedentes (O Livro dos Espíritos e O Livro dos Médiuns, conforme item 35-3º), formando-lhes, de certo modo, a aplicação”.

da crença espírita nos corações que já a possuíam, e dará um passo à frente para a unidade a todos os dissidentes, com exceção, no entanto, daqueles que o são por interesse ou por amor-próprio; estes a veem com despeito sobre bases cada vez mais inabaláveis, que apisoam atrás e as recusam na sombra. Não havia se-não um ponto de terreno comum onde pudesse se reencontrar; hoje, o mate-rialismo vos acotovela por toda parte, porque estando sobre seu terreno, não estareis menos no vosso, e ele não pode-rá fazer de outro modo senão aprender a conhecer os hóspedes que a filosofia espírita lhe conduz. É um instrumento de duplo efeito: é uma destruição progres-siva, uma mina que ainda derruba algu-mas das ruínas do passado, e uma colher de pedreiro que edifica para o futuro. A questão de origem que se prende à Gênese é uma questão efervescente para todos; um livro escrito sobre esta matéria deve, em consequência, interessar a todos os espíri-tas sérios. Por este livro, como eu disse, o Espiritismo entra numa nova fase, e esta preparará os caminhos da fase que se abrirá mais tarde, porque cada coisa deve vir a seu tempo. Antecipar o momento propício é tão nocivo quanto deixá-lo escapar.

são luís.

(Paris, 18 / 12 /1867; méDium, sr. Desliens)

Fonte: Revista Espírita / Allan Kardec / Fevereiro de 1868.

Page 7: Boletim Informativo do Centro Espírita Irmao Clarêncioirmaoclarencio.org.br/pdf/clareando/Abr_2015.pdf · Culto no Lar de Nazaré Calazans ... da semana ao Culto do Evangelho no

Clareando / Ano XII / Edição 139 / Abril . 2015 - Pág . 7

Cenas da Vida

Um HOmem nO mUndO

“Sim, em toda parte e em todos os dias, há desfile de almas. A vida garante a exibição. E cada pedaço do mundo é recanto de passarela por onde transitam as criaturas, dando mostras de si mesmas”. (Hilário Silva) / Fonte: Almas em Desfile - Introdução.

Q ue Sidônio Gonçalves era ho-mem inteligente não havia negar. Cuidava de todos os interesses

da vida terrena com invulgar mestria. Sua capacidade inventiva, na zona do ganho fi-nanceiro, era invejável. De longe, cercava negócios lucrativos. Identificava os fatores de ordem econômica, usando tão grande tirocínio que as suas contas eram sempre as de multiplicar.

E dava prazer vê-lo, nas conversações evangé-licas, junto aos colegas de trabalho espiritista. Revelava surpreendente espontaneidade nos conceitos felizes. Não chegava a comprome-ter-se na tribuna. Mas fazia profissão de fé na palestra brilhante e macia.

Os amigos espirituais, observando-lhe a acui-dade intelectual, tudo faziam por chamá-lo ao desbravamento de caminhos para a esfera mais alta, mobilizando recursos indiretos. Sidônio era homem admirável no jogo das aquisi-ções transitórias. Que não faria se aplicasse a mente às propriedades eternas do espírito?

Em razão disso, congregaram-se parentes próximos e remotos, no “outro mundo”, a fim de lhe soerguerem o padrão íntimo.

Crivaram-no de mensagens consoladoras e elevadas. Fizeram-lhe nas mãos, por in-termédio de valiosos amigos, centenas de livros notáveis e avisos santificantes. Devia ser bom e útil, valendo-se da vida terrena para iluminar-se.

Sidônio, porém, fosse nos salões ou nas ruas, esquivava-se, gentilmente, ao serviço, comentando:

— Quem sou, meus amigos? Sou um homem do mundo, atolado em negócios materiais. Não estou preparado em face da sementeira divina.

Os benfeitores do Além, contudo, não repousavam. Gonçalves era chamado ao Reino do Senhor, através de mil modos. Da linha de conhecimento a que chegara, entretanto, descia sempre, incapaz do im-pulso de elevação. Se era convidado a visitar doentes, sua resposta era clara:

— Quem sou eu? nada tenho para dar. Além disso, sinto-me inabilitado para socorrer enfer-mos. Tenho os nervos em pandarecos.

Quando algum companheiro, inspirado pelos Espíritos benevolentes, vinha rogar-lhe o concurso na direção de algum centro de caridade, replicava, de pronto:

— Eu? Que pensam de mim? Sou indigno de tal responsabilidade. Minha presença com-plicaria as questões, ao invés de resolvê-las.

De outras vezes, irmãos de luta, nas mesmas circunstâncias, solicitavam-lhe o empréstimo do nome para o serviço de

beneficência cristã, mas Sidônio respondia, implacável:

— Nada disto! quem sou eu? não tenho valor algum e a opinião pública jamais me perdoaria.

Substituam-me, porque, de fato, não sirvo...Continuava frequentando as reuniões

evangélicas e prosseguiam os apóstolos da espiritualidade acenando-lhe ao coração. Su-geriram-lhe, certo dia, o desenvolvimento mediúnico, em benefício dos infortunados. O escolhido, no entanto, repeliu com firmeza:

— Que péssima lembrança! — exclamou melindrado — tenho de viver muitos séculos, antes de tal cometimento. Sou um homem do mundo, inibido de partilhar de ministério como esse...

As entidades amigas tentaram, en-tão, situar-lhe o concurso num lactário. Quando algumas senhoras, orientadas por trabalhadores desencarnados, lhe trouxeram o plano, Gonçalves explodiu:

— Eu? Tratar de órfãos abandonados? Que ideia infeliz! Procurem outra pessoa...E esfregando as mãos, espantadiço, acentuava o estribilho:

— Sou um homem do mundo...Os círculos superiores buscaram, então, lo-

calizar-lhe o serviço num asilo de velhos, para que a sua mente, através da assistência fraternal, conseguisse algum acesso a regiões de pensa-mentos mais nobres. Sidônio necessitava acen-der a própria luz.

As possibilidades que detinha estavam prestes a extinguir. A existência curta na Terra já impu-nha-lhe o entardecer. O interessado na bênção, contudo, recusou-a. Registrando o apelo que se lhe dirigia à cooperação, anunciou sem tergi-versar:

— Absolutamente! Não aceito a incum-bência!

E redizia:— Quem sou eu?...Por fim, os Missionários de Cima recorda-

ram-lhe a oportunidade de amparar alguns loucos, relegados ao hospício. O colaborador retardatário poderia fazer muito ainda. Ajuda-ria companheiros devotados ao bem e salvaria vários doentes. Todavia, em face do novo con-vite, esperneou, negou e fugiu. Veio, porém, a hora da partida e Gonçalves, realmente, experimentou o coração vazio e angustiado. Nada mais fizera que algemar-se aos interes-ses efêmeros e, sem o veiculo de carne, não sabia como utilizar a enormidade do tempo, além-túmulo. Via-se aflito, sem equilíbrio e sem luz. Depois de longas e difíceis pe-regrinações pelas vias da incompreensão e do sofrimento, foi recebido por dedicado

mensageiro celeste, que lhe atendeu as roga-tivas, tocadas de pranto. Sidônio ajoelhou-se.

A frente do sublime missionário e en-volvido em seu magnetismo inundado de amor, os olhos se lhe abriam... Era o retor-no à claridade bendita. Mãos estendidas e trêmulas, interpelou o emissário, que não se mostrava disposto a ouvi-lo, por muito tempo, em virtude das obrigações que o re-clamavam a outros lugares:

— Mensageiro do Céu – implorou co-movedoramente –, valei-me por quem sois! Sempre guardei muita fé na Providência Divina, procurei as reuniões edificantes em que os Espíritos Bons nos ajudavam, fui um crente e deixei o corpo grosseiro, esperando a admissão nas Esferas Felizes.

Ante o embaixador silencioso, repetia, inquieto:

— Não me conheceis, porventura? Será possível seja eu agora desfavorecido pelos protetores aos quais recorri?

O preposto de Jesus, estampando indisfar-çável tristeza na fisionomia calma, falou:

— Conheço-o bem. Todas as vezes que lhe enviávamos um apelo de serviço, sua mente dava-se pressa em perguntar pela própria identidade.

— Sim, sim... – gaguejou Sidônio, extre-mamente desapontado – mas refere-se efeti-vamente a mim? Sabeis, acaso, meu nome?

— Como não? – esclareceu a entidade angé-lica – você é um homem do mundo... Quando modificar a sua direção, transferindo sua alma de residência, procure-nos... Estaremos prontos a atender...

Desviou-se o emissário seguindo outra rota e, tornando à sombra, Gonçalves, de coração apresso, passou a recordar...

irmão X

Fonte: Luz Acima, psicografia de Francisco Cândido Xavier, lição 10, Editora FEB.

Page 8: Boletim Informativo do Centro Espírita Irmao Clarêncioirmaoclarencio.org.br/pdf/clareando/Abr_2015.pdf · Culto no Lar de Nazaré Calazans ... da semana ao Culto do Evangelho no

Clareando / Ano XII / Edição 139 / Abril . 2015 - Pág . 8

Venha estudar conosco A Gên e s e Allan Kardec

Procure a Secretaria de Cursos para informações

Convite

Sugestão de Leitura

Se você deseja conhecer a Doutrina Espírita leia e estude primeiramente as Obras Básicas : O Livro dos Espíritos, O Evangelho Segundo o Espiritismo,O Livro dos Médiuns, O Céu e o Inferno e A Gênese.Com esse embasamento você saberá selecionar bons livros da Literatura Espírita.

Sugestão do mês:

DiversiDaDe Dos Carismas

autor: Hermínio Correa De miranDa

eDitora laCHÂtre

Estudando a Gênese

Esta obra “tem por objetivo o estudo dos três pontos até agora diversamente interpretados e comentados: a Gênese, os milagres e as predições, em suas relações com as novas leis que decorrem da observação dos fenômenos espíritas”. (A Gênese, Introdução).

Como se há visto, o fluido universal é o elemento primitivo do corpo carnal e do perispírito, os quais são

simples transformações dele. Pela identida-de da sua natureza, esse fluido, condensado no perispírito, pode fornecer princípios re-paradores ao corpo; o Espírito, encarnado ou desencarnado, é o agente propulsor que infiltra num corpo deteriorado uma parte da substância do seu envoltório fluídico. A cura se opera mediante a substituição de uma molécula malsã por uma molécula sã. O poder curativo estará, pois, na razão direta da pureza da substância inoculada; mas, depende também da energia da von-tade que, quanto maior for, tanto mais abundante emissão fluídica provocará e tanto maior força de penetração dará ao fluido. Depende ainda das intenções daquele que deseje realizar a cura, seja homem ou Espírito. Os fluidos que emanam de uma fonte impura são quais substâncias medicamentosas alteradas.

São extremamente variados os efeitos da ação fluídica sobre os doentes, de acordo com as circunstâncias. Algumas vezes é lenta e reclama tratamento prolongado, como no magnetismo ordinário; doutras vezes é rápida, como uma corrente elé-trica. Há pessoas dotadas de tal poder, que operam curas instantâneas nalguns doentes, por meio apenas da imposi-ção das mãos, ou, até, exclusivamente por ato da vontade Entre os dois polos extremos dessa faculdade, há infinitos matizes. Todas as curas desse gênero são variedades do magnetismo e só diferem pela intensidade e pela rapidez da ação. O princípio é sempre o mesmo: o fluido, a

CUrasdesempenhar o papel de agente terapêuti-co e cujo efeito se acha subordinado à sua qualidade e a circunstâncias especiais.

A ação magnética pode produzir-se de muitas maneiras:1º pelo próprio fluido do magne-

tizador; é o magnetismo propriamente dito, ou magnetismo humano, cuja ação se acha adstrita à força e, sobretudo, à qualidade do fluido;2º pelo fluido dos Espíritos, atuando

diretamente e sem intermediário sobre um encarnado, seja para o curar ou acalmar um sofrimento, seja para provocar o sono sonambúlico espontâneo, seja para exercer sobre o indivíduo uma influência física ou moral qualquer. É o magnetismo espiri-tual, cuja qualidade está na razão direta das qualidades do Espírito; (1)

3º pelos fluidos que os Espíritos der-ramam sobre o magnetizador, que serve de veículo para esse derramamento. É o magnetismo misto, semiespiritual, ou, se o preferirem, humano-espiritual. Com-binado com o fluido humano, o fluido espiritual lhe imprime qualidades de que ele carece. Em tais circunstâncias, o con-curso dos Espíritos é amiúde espontâneo, porém, as mais das vezes, provocado por um apelo do magnetizador.

É muito comum a faculdade de curar pela influência fluídica e pode desenvol-ver-se por meio do exercício; mas, a de curar instantaneamente, pela imposição das mãos, essa é mais rara e o seu grau má-ximo se deve considerar excepcional. No entanto, em épocas diversas e no seio de quase todos os povos, surgiram indivíduos

que a possuíam em grau eminente. Nes-tes últimos tempos, apareceram muitos exemplos notáveis, cuja autenticidade não sofre contestação. Uma vez que as curas desse gênero assentam num prin-cípio natural e que o poder de operá-las não constitui privilégio, o que se segue é que elas não se operam fora da Natureza e que só são miraculosas na aparência. (2)

(1) Exemplos: Revue Spirite, fevereiro de 1863, pág. 64; - abril de 1865, pág. 113 - setembro de 1865, pág. 264.

(2) Casos de curas instantâneas relatados na Re-vue Spirite: “O príncipe de Hohenlohe”, dezembro de 1866, pág. 368; “Jacob”, outubro e novembro de 1866, págs. 312 e 345; outubro e novembro de 1867, págs. 306 e 339; - “Simonet”, agosto de 1867, página 232; - “Caid Hassan”, outubro de 1867, pág. 303; - “O cura Gassner”, novembro de 1867, pág. 331.

Fonte: A Gênese, Allan Kardec / Capítulo XIV / Itens 31 a 34 /Editora FEB.

Page 9: Boletim Informativo do Centro Espírita Irmao Clarêncioirmaoclarencio.org.br/pdf/clareando/Abr_2015.pdf · Culto no Lar de Nazaré Calazans ... da semana ao Culto do Evangelho no

Clareando / Ano XII / Edição 139 / Abril . 2015 - Pág . 9

Mensagem Mediúnica

loCal: Centro esPírita irmão ClarênCio

Encontros EspíritasEm Abril

28º enContro esPírita sobre a viDa e obra De léon Denis

tema - os granDes Problemas

Data - 12 /04 /2015

Hora - 8:30 às 13:00

Em Maio

25° enContro esPírita sobre a viDa e obra De

euríPeDes barsanulfo tema - euríPeDes, o Homem e o méDium CuraDor

Data - 24 /05 /2015

Hora - 8:30 às 13:00

“Toda a planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada. Deixai-os, são cegos que conduzem cegos e, se um cego conduz outro cego, ambos cairão no fosso”. (Mateus, XV: 13 e 14.)

R elembrando os ensinamentos que Jesus nos deixou, procuremos nos lembrar de que deveríamos sempre recor-dar a lição em que Ele nos disse: que procurássemos fazer aos outros o que esperamos receber em nós.

Usando da palavra, quantas tragédias, quantas guerras, violências, comportamentos inadequados poderiam ter sido evitados se não se deixasse o homem conduzir pela impulsividade, proferindo palavras agressivas que repercutiram na alma do outro e, talvez este, por sua vez, ainda longe das faixas de sintonia com o bem, absorveu o foco e, reagindo, proferiu outras tantas palavras agressivas.

Daí a consumação de tantos fatos que a imprensa no dia a dia mostra. É uma questão de um minuto às vezes; talvez, outras frases gostaríamos de não ter dito. Quantas palavras poderíamos ter evitado para não magoar, para não ferir, para não insultar, para não criticar, para, enfim, não causar no coração do outro uma chaga que, muitas das vezes, pode levar um longo tempo para ser curada. Enquanto ele não nos perdoar, por nossa vez, também não consigamos ter a paz de consciência, enquanto não alcançarmos esse perdão.

A palavra, como nos disse a lição, é uma possibilidade de também construir algo de bom, de útil, de positivo em nossa vida, em torno de nossos passos; portanto, é uma noite rica de ensinamentos, de convite à renovação para o bem e de incentivo a que, apesar das limitações e imperfeições que possamos ter, já temos o mínimo de conhecimentos para nos sentirmos mais incentivados a fazer uso da palavra sempre de uma forma mais construtiva no mundo.

Que o Senhor nos abençoe, sustentando-nos a fé e a vontade de acertarmos o nosso passo com Suas leis.

Muita paz a todos os corações aqui presentes.

Do amigo fernanDo

Graças a Deus.

(Mensagem psicofônica recebida pelo médium Joaquim Couto, no CEIC, em 25 de fevereiro de 2015).

Page 10: Boletim Informativo do Centro Espírita Irmao Clarêncioirmaoclarencio.org.br/pdf/clareando/Abr_2015.pdf · Culto no Lar de Nazaré Calazans ... da semana ao Culto do Evangelho no

Clareando / Ano XII / Edição 139 / Abril . 2015 - Pág . 10

Semeando o Evangelho de Jesus

A Libertação de São Pedro

Espiritismo na Arte

Bem-aventUradOs Os BrandOs (*)

“Eis que o Semeador saiu a semear.”

M as, que queria Jesus dizer por estas palavras: “Bem-aventurados os que são brandos, porque possuirão a Terra”, tendo recomendado aos homens que renunciassem aos bens deste mundo e havendo-lhes prometido os do céu? Enquanto aguarda os bens do céu, tem o homem necessidade dos da

Terra para viver. Apenas, o que ele lhe recomenda é que não ligue a estes últimos mais importância do que aos primeiros. Por aquelas palavras quis dizer que até agora os bens da Terra são açambarcados pelos violentos, em prejuízo dos que são brandos e pacíficos; que a estes falta muitas vezes o necessário, ao passo que outros têm o supérfluo. Promete que justiça lhes será feita, assim na Terra como no céu, porque serão chamados filhos de Deus. Quando a Humanidade se submeter à lei de amor e de caridade, deixará de haver egoísmo; o fraco e o pacífico já não serão explorados, nem esmagados pelo forte e pelo violento. Tal a condição da Terra, quando, de acordo com a lei do progresso e a promessa de Jesus, se houver tornado mundo ditoso, por efeito do afastamento dos maus.(*) Subtítulo criado para este trecho do texto. Título do texto completo: Injúrias e Violências.

Fonte: O Evangelho Segundo o Espiritismo / Allan Kardec / Capítulo IX / item 5 / Editora FEB.

rafaeL sanziO ( C o n t i n u a ç ã o d o A r t i g o d e F e v e r e i r o / 2 0 1 5 )

“A beleza é um dos atributos divinos. Deus pôs nos seres e nas coisas esse encanto que nos atrai, nos seduz, nos cativa e enche a alma de admiração, às vezes de entusiasmo. (...) O Espiritismo vem abrir para a arte novas perspectivas, horizontes sem limites”.(Léon Denis - O Espiritismo na Arte, Parte I, Editora Léon Denis).“Em todos os domínios, a ideia espírita vai fecundar o pensamento em atividade”.(Léon Denis – O Problema do Ser e do Destino, Editora FEB).

J úlio II não tardou em achar também tra-balho para esse jovem e cordial artista. Pediu-lhe que decorasse as paredes de

várias salas do Vaticano que tinham passado a ser conhecidas como stanze (aposentos).Rafael demonstrou seu domínio do desenho perfeito e da composição equilibrada numa  série de afrescos nas paredes e tetos dessas salas.Assim como se considerou que Miguel Ângelo atin-giu o zênite no domínio do corpo humano, Rafael foi considerado o artista que realizou o que a geração mais antiga se esforçava em con-seguir: a perfeita e harmoniosa composição de figuras movimentando-se livremente.

rafael um artista eXCePCional.

Rafaello Sanzio ou Santi; aport. Rafael, célebre pintor, escultor e arquiteto italiano, nasceu em Urbino a 6 de abril de 1483 e deixou o mundo físico em Roma no dia do seu 37º aniversário a 6 de abril de 1520.

Ao lado de Leonardo da Vinci e Miguel Ângelo, ele personifica o grande gênio artístico do Renascimento. “Com sua arte nobre e elegante, de grande perfeição técnica, reunindo vivacidade dos movimentos, har-monia das linhas e delicadeza do colorido”, tornou o pintor da moda mais requisitado

pelo Vaticano.Deixou grande número de obras primas, dentre elas: A Escola de Atenas, A Santa Família, Madona Del Granduca, A Libertação de São Pedro. Nessa pintura, Rafael utilizou-se da chamada “representação contínua” para retratar simultaneamente dois momentos de um mesmo fato bíblico: no centro, o Anjo acorda S. Pedro, em profundo sono, e, à direita, solta-o da prisão.gloria maCHay

Fontes de Pesquisa:A História da Arte -E.H.Gombrich.Mediunidade na Bíblia - Hércio M.C. Arantes (Telas famosas na visão Espírita).O Nú a Óleo - J.M.Parrason.Espiritismo na Arte - Léon DenisDevassando o Invisível - Yvone A. Pereira.

Page 11: Boletim Informativo do Centro Espírita Irmao Clarêncioirmaoclarencio.org.br/pdf/clareando/Abr_2015.pdf · Culto no Lar de Nazaré Calazans ... da semana ao Culto do Evangelho no

Clareando / Ano XII / Edição 139 / Abril . 2015 - Pág . 11

Procure a Secretaria de Cursos para informações

ConviteVenha estudar conosco as obras de

André Luiz

Notas Espirituais - Obras de André Luiz

Continua na Pág.12

A reencarnação retificadora, isto é, a internação na carne em condi-ções penosas, surge por alternativa

inevitável. Será preciso renascer, suportando os obstáculos tremendos, oriundos da desar-monia perispirítica criada por nós mesmos. Ainda assim, quanto possível, antes do novo berço entre os homens, é imprescindível melhorar as contas... Daí o motivo por que instituições qual a nossa funcionam, em vários campos das regiões inferiores, que, na velha teologia, equivalem a regiões infernais... O que, porém, existe, de fato, é o imenso Umbral, situado entre a Terra e o Céu, dolorosa região de sombras, ergui-da e cultivada pela mente humana, em geral rebelde e ociosa, desvairada e enfermiça. Os companheiros desencarnados que desper-tam, devagarzinho, para a responsabilidade de viver, encarando face a face o imperativo do renascimento difícil no mundo, passam a trabalhar aqui laboriosamente, vencendo óbices terríveis e superando tempestades de toda a sorte, para a conquista dos méritos que descuraram durante a permanência no corpo, de modo a implantarem, no próprio espírito, os valores morais de que não prescindem para a sustentação de novas e abençoadas lutas no plano material.

O orientador, mostrando o olhar corus-cante de entendimento e carinho, à feição do professor emérito e bondoso que deseja o progresso dos aprendizes, fez longa pausa e perguntou-nos:

— Compreenderam?— Sim, sim... — respondemos a um só

tempo, interessados em maior amplitude da lição.

— É assim que todos nós — continuou ele —, para o recomeço das lides carnais, solicitamos o regime de sanções, ou alguém, quando não disponhamos do direito de fa-zê-lo, no-lo obtém, suplicando-o, em nosso benefício, às autoridades superiores.

— Regime de sanções? — indagou Hilário, surpreendido.

— Perfeitamente. Não nos reportamos aqui às medidas de natureza moral, pelas quais enfrentamos, compreensivelmente, na família consanguínea ou na intimidade da luta, a reaproximação com os Espíritos de que sejamos devedores de paciência e ter-nura, tolerância e sacrifício, na solução de certas dívidas que nos obscurecem a senda, mas sim a providências retificantes, depois de muitas quedas reiteradas nos mesmos deslizes e deserções, que imploramos em

“A vida não cessa. A vida é fonte eterna e a morte é o jogo escuro das ilusões. (...). Permutar a roupagem física não decide o problema funda-mental da iluminação (...). É preciso muito esforço do homem para ingressar na academia do Evangelho do Cristo ...”. André Luiz (Nosso Lar, Mensagem de André Luiz, Editora FEB).

dOenças e Caridade (*)

favor de nós e em nós mesmos, quais sejam as deficiências congeniais com que ressurgi-mos no berço físico. Aqueles que por vezes diversas perderam vastas oportunidades de trabalho na Terra, pela Ingestão sistemáti-ca de elementos corrosivos, como sejam o álcool e outros venenos das forças orgâni-cas, tanto quanto os inveterados cultores da gula, quase sempre atravessam as águas da morte como suicidas indiretos e, despertan-do para a obra de reajuste que lhes é indispensá-vel, imploram o regresso à carne em corpos des-de a infância inclinados à estenose do piloro, à ulceração gástrica, ao desequilíbrio do pâncreas, à colite e as múltiplas enfermidades do intes-tino que lhes impõem torturas sistemáticas, embora suportáveis, no decurso da exis-tência inteira. Inteligências notáveis, com sucessivas quedas morais, através da levian-dade com que se utilizaram do esporte e da dança, espalhando desespero e Infortúnio nos corações afetuosos e sensíveis, pedem formas orgânicas ameaçadas de paralisia e reumatismo, visitadas de achaques e neo-plasmas diversos, que lhes obstem os mo-vimentos demasiado livres. Companheiros que, em muitas circunstâncias, se deixaram envenenar pelos olhos e pelos ouvidos, com-prometendo-se em vasta rede de criminali-dade, através da calúnia e da maledicência, imploram veículos fisiológicos castigados por deficiências auditivas e visuais que lhes impeçam recidivas desastrosas. Intelectuais e artistas que despedem sagrados recursos do espírito na perversão dos sentimentos humanos, por intermédio da criação de imagens menos dignas, rogam aparelhos cerebrais com inibições graves e dolorosas para que, nas reflexões de temporário os-tracismo, possam desenvolver as esquecidas qualidades do coração. Homens e mulheres que abusaram de dotes físicos, manobran-do a beleza e a perfeição das formas para disseminar a loucura e o sofrimento naque-les que lhes admitiam as falsas promessas, solicitam corpos vulneráveis às dermato-ses aflitivas, quais o eczema e a tumoração cutânea, ou portadores de alterações da ti-reoide que os constranjam a reiteradas lutas educativas. Grandes faladores que escarne-ceram da divina missão do verbo, contur-bando multidões ou enlouquecendo almas desprevenidas, suplicam doenças das cordas vocais, para que, atravessando afonias perió-dicas, desistam de tumultuar os espíritos por intermédio da palavra brilhante. E milhares de pessoas que transformaram o santuário

do sexo numa forja de perturbações para a vida alheia, arruinando lares e infelicitando consciências, imploram equipamentos físi-cos atormentados por lesões importantes no campo genésico, experimentando, desde a puberdade, inquietantes desequilíbrios ova-rianos e testiculares. A cegueira, a mudez, a idiotia, a surdez, a paralisia, o câncer, a lepra, a epilepsia, o diabete, o pênfigo, a loucura e todo o conjunto das moléstias. dificilmente curáveis significam sanções instituídas pela Misericórdia Divina, portas adentro da Jus-tiça Universal, atendendo-nos aos próprios rogos, para que não venhamos a perder as bênçãos eternas do espírito a troco de lamen-táveis ilusões humanas.

— Mas, existem institutos especiais que providenciem, por exemplo, as irregularidades orgânicas pedidas para a reencarnação? — perguntou meu colega, intrigado.

O interlocutor generoso sorriu, significa-tivamente, e acentuou:

— Sim, Hilário, a Bondade do Senhor é infinita e permite-nos a graça de suplicar os impedimentos a que nos referimos, porque o reconhecimento de nossas fraquezas e transgressões nos faz imenso bem ao espí-rito endividado. A humildade, em qualquer situação, acende luz em nossas almas, geran-do, em torno de nós, abençoados recursos de simpatia fraterna. Entretanto, ainda mesmo que não pedíssemos a aplicação das penas de que necessitamos, nossa posição não se mo-dificaria, porquanto a prática do mal opera lesões imediatas em nossa consciência, que, entrando em condição desarmônica, desajus-ta, ela própria, os centros de força em que se mantém. Desse modo, os nossos institutos de trabalho para a reencarnação colaboram para que todos venhamos a receber na ribalta ter-restre a vestimenta carnal merecida.

Page 12: Boletim Informativo do Centro Espírita Irmao Clarêncioirmaoclarencio.org.br/pdf/clareando/Abr_2015.pdf · Culto no Lar de Nazaré Calazans ... da semana ao Culto do Evangelho no

Clareando / Ano XII / Edição 139 / Abril . 2015 - Pág . 12

Notas Espirituais - Obras de André Luiz

Deus - Causa Primeira

— Então, de que vale a súplica, rogando essa ou aquela medida, atinente à nossa reeducação?

— Oh! não formule semelhante problema! — falou Druso em voz grave. — A prece, no senti-do a que aludimos, é sempre um atestado de boa vontade e compreensão, no testemunho da nossa condição de Espíritos devedores... Sem dúvida, não poderá modificar o curso das leis, diante das quais nos fazemos réus sujeitos a penas múltiplas, mas renova-nos o modo de ser, valendo não só como abençoada plantação de solidariedade em nosso benefício, mas também como vacina con-tra reincidência no mal. Além disso, a prece faculta-nos a aproximação com os grandes benfeitores que nos presidem os passos, auxi-liando-nos a organização de novo roteiro para a caminhada segura.

Meu companheiro guardou, reverente, a anotação e considerou:

— Caro instrutor, depreendemos da eluci-dação que, ao nos reencarnarmos, conduzimos conosco os remanescentes de nossas faltas, que nos partilham o renascimento, na máquina

fisiológica, como raízes congeniais dos ma-les que nós mesmos plantamos...

— Perfeitamente — acentuou o mentor amigo —, nossas disposições, para com essa ou aquela enfermidade no corpo terrestre, representam zonas de atração magnética que dizem de nossas dívidas, diante das Leis Eternas, exteriorizando-nos as deficiências do espírito.

Druso meditou alguns instantes, como se estivesse ponderando no íntimo a gravidade do assunto, e apreciou:

— Nossas assertivas não excluem, decer-to, a necessidade da assepsia e da higiene, da medicação e do cuidado preciso, no tratamento dos enfermos de qualquer procedência. Desejamos simplesmente acentuar que a alma ressurge no equipa-mento físico transportando consigo as próprias falhas a se lhe refletirem na veste carnal, como zonas favoráveis à eclosão de determinadas moléstias, oferecendo cam-po propício ao desenvolvimento de vírus,

dOenças e Caridade (*) (continuação - Pág.11)

bacilos e bactérias inúmeros, capazes de conduzi-la aos mais graves padecimen-tos, de acordo com os débitos que haja contraído, mas também carreia consigo as faculdades de criar no próprio cosmo orgâ-nico todas as espécies de anticorpos, imunizando-se contra as exigências da carne, faculdades essas que pode am-pliar consideravelmente pela oração, pelas disciplinas retificadoras a que se afeiçoe, pela resistência mental ou pelo serviço ao próximo com que atrai preciosos recursos em seu favor. Não podemos esquecer que o bem é o ver-dadeiro antídoto do mal”. (...).Obs.: Esclarecimentos dados pelo instrutor Druso.

(*) Subtítulo criado para este trecho do texto.Título do texto completo: Sanções e Auxílios.

Fonte: Ação e Reação - Capítulo 19.Espírito:André Luiz.Psicografia:Francisco Cândido Xavier.Editora FEB.

S anto Agostinho, o excelente cristão de Hipona, informava com admirável propriedade: “Se ninguém me pergunta que é Deus, eu sei; se me pergunta, eu já não sei”, para depois esclarecer concludente: “Eu te procurava lá fora — e eis que tu estavas dentro

de mim!”.As oportunas lições do eminente filósofo nos convidam a examinar o Criador na criação e senti-lO no imo da própria vida que vige

em todas as coisas.Não poucas vezes, no entanto, a precipitação de teólogos e exegetas há procurado definir Deus, limitando-O na singeleza de

alguns verbetes, como se possível fora determinar o Ilimitado e limitar o Indefinível, que são atributos das suas perfeições.Desejando elucidar as causas, perde-se o inquiridor na incógnita das origens e no incompreensível dos fenômenos.Todavia, logicamente quanto à realidade dos efeitos que pode constatar, de imediato lhe ocorrem as causas que os produzem,

verificando que estas por sua vez são efeitos de outras mais remotas, a se perderem além da dimensão atual do entendimento humano.

Em a natureza encontramos a obra de Deus e a imanência d’Ele manifestada em todas as coisas.Imanência e transcendência do Criador próximo e remoto.Assim, portanto, com muita sabedoria informaram as “Vozes dos Céus” ao Codificador do Espiritismo: “Deus está em toda

parte na Natureza, como o espírito está em toda a parte no corpo”.Joanna De Ângelis

Fonte: Lampadário Espírita, psicografia de Divaldo Pereira Franco, Capítulo 2, Editora FEB.

Que é Deus?“Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas”. Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus?“Num axioma que aplicais às vossas ciências. Não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem e a vossa razão responderá.”O Livro dos Espíritos / Allan Kardec / Questões 1 e 4 / Editora FEB.

t e O fa n i a

Page 13: Boletim Informativo do Centro Espírita Irmao Clarêncioirmaoclarencio.org.br/pdf/clareando/Abr_2015.pdf · Culto no Lar de Nazaré Calazans ... da semana ao Culto do Evangelho no

Clareando / Ano XII / Edição 139 / Abril . 2015 - Pág . 13

Reforma Íntima

Almoço Fraterno Comemorativo - 20°Aniversário CEIC

Dia 12/04/2015, a partir das 13h

Haverá música, sorteios e brindes

S erá muito útil à comunidade espírita um maior empenho em seus grupamentos no en-

tendimento do tema reforma íntima. Apesar dos debates assíduos, observa-se ainda uma lacuna no apontamento de caminhos pelos quais se possa ence-tar um programa de melhoria pessoal. Mesmo sensibilizados para sua impor-tância, pergunta-se: como fazer reforma íntima?

O primeiro passo a mais amplos resul-tados nesse campo será possuir a noção bem clara do que seja essa proposta no terreno individual. Propomos então uma releitura de sua conceituação em favor da oxigenação de nossas ideias.

Associa-lhe, comumente, a ideia de anu-lação de sentimentos, negação de impulsos ou eliminação de tendências; ideias que, se não forem sensatamente exploradas, poderão tecer uma vinculação mental ao obsoleto bordão do “pecado original”, uma cultura diametralmente incoerente com a lógica espírita. Essa vinculação conduz-nos a priorizar a repressão como sistema de mudança, ou seja, a violentação do mundo íntimo, gerando um estado compulsivo de conflito e pressão psíquica, uma “tortura interior”. Esse sistema de inaceitação é ca-racterizado, quase sempre, pela ansiedade em aplacar sentimentos de culpa, uma fuga que declara a condição íntima de indigni-dade pelo fato de sentir, fazer ou pensar em desacordo com o que aprendemos nos lú-cidos conteúdos da Doutrina.

A culpa não renova, limita. Não educa, contém.

A culpa nasce no ato de avaliar o di-reito natural de errar como sendo um

se r me L H O r“Para nos melhorarmos, outorgou nos Deus, precisamente, o de que necessitamos e nos basta a voz da consciência e as tendências instintivas. Priva-nos do que nos seria prejudicial”. (O Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. V, Item 11).

Pedro que merece ser castigado, uma es-trutura mental condicionada que carece de reeducação a fim de atingir o pata-mar de uma relação pacífica conosco mesmo. Reforma íntima não é ser con-tra nós. Não é reprimir e sim educar. Não é exterminar o mal em nós, e sim fortalecer o bem que está adormecido na consciência.

A palavra educação, que vem do latim educere, significa tirar de dentro para fora, renovar é extrair da alma os valores divinos que recebemos quando formos criados.

Educação é disciplina com consen-timento íntimo, fruto de um acordo conosco celebrado em harmonia, bem distante dos quadros torturantes de neurose e severidade consigo.

Claro que, para se educar é preciso controle, tendo em vista os hábitos que arregimentamos nas vidas sucessivas. Entretanto, muitos discípulos perma-necem apenas nesse estágio, definindo seu crescimento espiritual pela quanti-dade de realizações a que se devota por fora, quando o crescimento pessoal só encontra medidas reais nos recessos do sentimento. Menos contenção e mais conscientização, eis a linha natural de aprender a “dar ouvido” aos alvitres do bem divino que retumbam qual eco de Deus na nossa intimidade.

O conjunto dos ensinos espíritas é um roteiro completo para todos os perfis de necessidades no aperfeiçoamento da humanidade. Tomar todo esse conjunto como regras para absorção instantânea é demonstrar uma visão dogmática de crescimento, gerando aflições e temores,

perfeccionismo e ansiedade, que são desnecessários no aproveitamento das oportunidades.

Reforma íntima é ser melhor hoje em relação ao ontem, e jamais deixar arrefecer o desejo de ser um tanto melhor amanhã em relação ao hoje. Basta-nos aprender a ouvir a consciência e a estudar nossos instintos. Reforma é um trabalho proces-sual. A esse respeito, assim se pronuncia a Equipe Verdade:

“Conhece bem pouco os homens quem imagine que uma causa qualquer os possa transformar como que por encanto. As ideias só pouco a pouco se modificam, conforme os indivíduos, e preciso é que algumas gerações passem, para que se apaguem totalmente os vestígios dos velhos hábitos. A transforma-ção, pois, somente com o tempo, gradual e progressivamente, se pode operar”. (¹)

Se conseguirmos assimilar essa definição na rotina dos dias, certamente estaremos nos beneficiando amplamente por en-tendermos que ninguém pode fazer mais que o suportável, sendo inútil acumular sofrimentos para manter metas não alcan-çáveis por agora. Exigir de si mais que o possível é dar espaço para tornarmo-nos ansiosos ou desanimados. Valorizemos com otimismo e aceitação o que temos condição de fazer para ser melhor, mas ja-mais deixemos de aferir sinceramente, em nosso próprio favor, se não estamos sob o fascínio do desculpismo e da fuga, e pro-curemos a cada dia fazer algo mais pelo bem de nós próprios e do próximo.ermanCe DufauX

(¹) O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, Questão 800.Fonte: Reforma Íntima Sem Martírio, Psicografia de Wanderley S. de Oliveira, Editora Dufaux.

Page 14: Boletim Informativo do Centro Espírita Irmao Clarêncioirmaoclarencio.org.br/pdf/clareando/Abr_2015.pdf · Culto no Lar de Nazaré Calazans ... da semana ao Culto do Evangelho no

Clareando / Ano XII / Edição 139 / Abril . 2015 - Pág . 14

Na Seara Mediúnica

Instruções dos Espíritos no Pentateuco Espírita

Mediunidade é instrumento vibrátil e cada criatura consciente pode sintonizá-lo com o objetivo que procura. Médium, por essa razão, não será somente aquele que se desgasta no intercâmbio entre os vivos da Terra e os vivos da Espiritualidade.

Cada pessoa é instrumento vivo dessa ou daquela realização, segundo o tipo de luta a que se subordina.

"Acharás o que buscas" — ensina o Evangelho, e podemos acrescentar — "farás o que desejas".

Assim sendo, se te relegas à maledicên-cia, em breve te constituirás em veículo dos gênios infelizes que se dedicam à injúria e à crueldade.

Se te deténs na caça ao prazer dos sen-tidos, cedo te converterás no intérprete das

Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. (O Livro dos Médiuns, Allan Kardec, Item 159, Editora FEB).

examina O teU desejOinteligências magnetizadas pelos vícios de variada expressão.

Se te confias à pretensa superioridade, sob a embriaguez dos valores intelectuais mal aplicados, em pouco tempo te farás canal de insensatez e loucura.

Todavia, se te empenhas na boa vontade para com os semelhantes, imperceptivel-mente terás o coração impelido pelos mensageiros do Eterno Bem ao serviço que possas desempenhar na construção da felicidade comum.

Observa o próprio rumo para que não te surjam problemas de companhia.

Desce à animalidade e encontra-rás a extensa multidão daqueles que te acompanham com propósitos escuros, na retaguarda.

Eleva-te no aperfeiçoamento pró-prio e caminharás de espírito bafejado pelo concurso daqueles pioneiros da evolução que te precederam na jornada de luz, guiando-te as aspirações para as vitórias da alma.

Examina os teus desejos e vigia os próprios pensamentos, porque onde si-tuares o coração aí a vida te aguardará com as asas do bem ou com as algemas do mal.

emmanuel

Fonte: Mediunidade e Sintonia - Capítulo 3.Psicografia: Francisco Cândido Xavier.Editora CEU.

Q ue vos direi dos mundos de expia-ções que já não saibais, pois basta observeis o em que habitais? A su-

perioridade da inteligência, em grande número dos seus habitantes, indica que a Terra não é um mundo primitivo, destinado à encarnação dos Espíritos que acabaram de sair das mãos do Criador. As qualidades inatas que eles trazem consigo constituem a prova de que já viveram e realizaram certo progresso. Mas, também, os numerosos vícios a que se mostram propensos constituem o índice de grande imperfeição moral. Por isso os colocou Deus num mundo ingrato, para expiarem aí suas faltas, median-te penoso trabalho e misérias da vida, até que hajam merecido ascender a um planeta mais ditoso.

Entretanto, nem todos os Espíritos que en-carnam na Terra vão para aí em expiação. As raças a que chamais selvagens são formadas de Espíritos que apenas saíram da infância e que na Terra se acham, por assim dizer, em curso de educação, para se desenvolverem pelo contacto com Espíritos mais adianta-dos. Vêm depois as raças semicivilizadas,

Mundos de expiações e de provasconstituídas desses mesmos os Espíritos em via de progresso. São elas, de certo modo, raças indígenas da Terra, que aí se elevaram pouco a pouco em longos períodos secula-res, algumas das quais hão podido chegar ao aperfeiçoamento intelectual dos povos mais esclarecidos.

Os Espíritos em expiação, se nos podemos exprimir dessa forma, são exóticos, na Terra; já tiveram noutros mundos, donde foram excluídos em consequência da sua obstina-ção no mal e por se haverem constituído, em tais mundos, causa de perturbação para os bons. Tiveram de ser degradados, por al-gum tempo, para o meio de Espíritos mais atrasados, com a missão de fazer que estes últimos avançassem, pois que levam consi-go inteligências desenvolvidas e o gérmen dos conhecimentos que adquiriram. Daí vem que os Espíritos em punição se encon-tram no seio das raças mais inteligentes. Por isso mesmo, para essas raças é que de mais amargor se revestem os infortúnios da vida. E que há nelas mais sensibilidade, sendo, portanto, mais provadas pelas contrariedades

e desgostos do que as raças primitivas, cujo senso moral se acha mais embotado.

A Terra, conseguintemente, oferece um dos tipos de mundos expiatórios, cuja varie-dade é infinita, mas revelando todos, como caráter comum, o servirem de lugar de exílio para Espíritos rebeldes à lei de Deus. Esses Espíritos têm aí de lutar, ao mesmo tempo, com a perversidade dos homens e com a in-clemência da Natureza, duplo e árduo tra-balho que simultaneamente desenvolve as qualidades do coração e as da inteligência. E assim que Deus, em sua bondade, faz que o próprio castigo redunde em proveito do progresso do Espírito.

santo agostinHo. (Paris, 1862.)

Fonte: O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, Capítulo III, Itens 13 a 15, Editora FEB.

Page 15: Boletim Informativo do Centro Espírita Irmao Clarêncioirmaoclarencio.org.br/pdf/clareando/Abr_2015.pdf · Culto no Lar de Nazaré Calazans ... da semana ao Culto do Evangelho no

Clareando / Ano XII / Edição 139 / Abril . 2015 - Pág . 15

Educação — Senda de Luz

Kardec e a educação integral

E ducação resume-se em transformar impulsos e desenvolver potenciali-dades. O ato de apenas conter sem

renovar, pode levar aos mais sofridos cami-nhos da radicalização, do fanatismo e de variadas expressões neuróticas em direção a mais intensas desarmonias da psique. O ato educativo é um ato de Amor nas relações que destinem ao crescimento para "ser".

O processo de evitar o mal é adquirido com o domínio ocasionado pela discipli-na dos sentidos e dos impulsos, enquanto a dinamização do bem exige da razão e do sentimento o desenvolvimento de con-dições interiores que edifiquem valores, treinem habilidades e façam surgir com maior plenitude as tendências inatas do bem que se encontram latentes e, quase sempre, "estáticas" na alma. Dessa forma, quando os Espíritos dizem: "Fazer maior soma de bem do que de mal constitui a melhor expiação", é porque quase tudo conspira contrariamente para aquele que deseja melhorar, as reações são-lhe fortes reflexos do mundo interior desconheci-do de si mesmo.Diríamos que educar é encontrar respostas para os enigmas do existir, razão pela qual somente amando o outro e a nós mesmos conseguimos en-contrar tais tesouros da vida.

Chamamos de integral o ato educativo com Amor, seja na prática pedagógica ou na vida de relação social. A ausência de valores ético-morais dignificadores em nossas vidas sucessivas permitiram as per-das, as paixões, as crises, os traumas, os bloqueios e as traições, ferindo as fibras sensíveis da estrutura afetiva do perispíri-to, tendo como reflexos a culpa, o medo,

“A Educação consiste na arte de formar os caracteres, incutir hábitos (...). Quando essa arte for conhecida, compreendida e prati-cada o homem terá no mundo hábitos de ordem e de previdência para consigo mesmo e para com os seus, de respeito a tudo o que é respeitável”. (O Livro dos Espíritos, Questão 685 - Nota de Kardec).

a ansiedade, a frustração, a tristeza, o conflito, a insegurança e a indiferença quais fossem "nódulos e abscessos emocio-nais" que se apresentam em múltipla conotação psicopatológica, conforme o caráter de seus portadores, determinan-do o temperamento e a conduta.

Agravados pela educação infantil da existência presente, tais "nódulos e abs-cessos" são inflamados e começam a purgar incontinentemente. Diagnosti-cando esse dinamismo patológico, pas-sa-se então à etapa do desenvolvimento das habilidades emocionais, capazes de promover novos e mais saudáveis sentimentos que libertem o ser dessa precariedade do afeto, quais sejam a coragem, a segurança, o autoamor, a serenidade, a alegria e a paz.

A conquista dessas habilidades surge na busca pela autoeducação, regida pelas diretrizes evangélico-doutrinárias como excelente terapia curativa dessas "pústu-las do sentimento". A educação do afeto inicia-se pelo estudo perseverante de si no conhecimento dessas manifestações sombrias do coração, suas raízes, suas ar-madilhas, suas máscaras. Posteriormente enseja uma nova forma de viver e "ser" pelo treino da empatia, da alteridade, da assertividade, da autenticidade. O objeti-vo maior da vinda do homem à Terra é a sua melhora espiritual. Tal mister só será plenificado na medida em que aprender a amar, porque o Amor é o decreto sublime do universo para o crescimento e a felici-dade de todos os seres.

Verificamos o centro espírita e sua importância como educandário do

Amor face à didática estimuladora de conhecimentos e da vivência através da ampliação do saber e de transformação do caráter. As organizações humanas, com poucas exceções, fazem uma lei-tura adulterada das manifestações afe-tivas, tornando-as desprezíveis e com conotações de interesses inferiores e fal-sidade. Outras vezes, algumas pessoas mais afetuosas, quando possuem uma visão egocêntrica, recuam e tolhem a espontaneidade do carinho face aos de-sapontamentos das relações ingratas e decepcionantes.

Assim, formam-se estigmas sociais aca-lentados pela maioria, sufocando as expres-sões de sensibilidade humana nas torres frias da indiferença e do desamor, para os quais a grande maioria dos homens foram "educados" no aprendizado de esconder o que se passa nos recônditos escaninhos do afeto.

Quanto nos valerá a reencarnação tendo os raciocínios iluminados pelos princípios estruturais da doutrina sem, contudo, jorrar essa luminosidade sobre o coração? A fraternidade, expressando a síntese das virtudes cristãs, é a meta éti-ca de todo o corpo filosófico e científico do Espiritismo.

Eis, portanto, que tarefa grave aguarda nossas vanguardas doutrinárias no cenário conturbado da sociedade materialista dos dias atuais, junto às almas que ingressam para suas fileiras em ambos os planos exis-tenciais.

ermanCe DufauX

Fonte: Laços de Afeto, Psicografia de Wanderley S. de Oliveira, 1ª parte, capítulo 4, editora Dufaux.

Page 16: Boletim Informativo do Centro Espírita Irmao Clarêncioirmaoclarencio.org.br/pdf/clareando/Abr_2015.pdf · Culto no Lar de Nazaré Calazans ... da semana ao Culto do Evangelho no

Clareando / Ano XII / Edição 139 / Abril . 2015 - Pág . 16

Campanha CEIC

Ag. 0544 - c / c : 10227-0

O CEIC está em campanha para a construção do seu 2° pavimento . Necessita de ajuda financeira.

Você gostaria de colaborar?

O CEIC agradece desde já a sua colaboração.

Conta para depósito:

Ag. 6020 - c /c : 16496-5

Diga não à eutanásia, ao aborto, ao suicídio e à pena de morte.

Valorize a Vida!

"Deus é o Senhor de nossas Vidas"

Agora o

"Centro Espírita Irmão Clarêncio" também está na web !!!Acesse e confira

www.irmaoclarencio.org.br

Artigo

Reflexão

a iMportância do respeito nas

asseMbleias espíritas

A s vibrações disseminadas pelos ambientes de um Centro Espírita, pelos cuidados dos seus tutelares

invisíveis; os fluidos úteis, necessários aos varia-dos quão delicados trabalhos que ali se devem processar, desde a cura de enfermos até a con-versão de entidades desencarnadas sofredoras e até mesmo a oratória inspirada pelos instruto-res espirituais, são elementos essenciais, mesmo indispensáveis a certa série de exposições movi-das pelos obreiros da Imortalidade a serviço da Terceira Revelação.

Essas vibrações, esses fluidos especializados, muito sutis e sensíveis, hão de conservar-se imaculados, portando, intactas, as virtudes que lhe são naturais e indispensáveis ao desenro-lar dos trabalhos, porque, assim não sendo, se mesclarão de impurezas prejudiciais aos mes-mos trabalhos, por anularem as suas profundas possibilidades. Daí porque a Espiritualidade esclarecida recomenda, aos adeptos da Grande Doutrina, o máximo respeito nas assembleias espíritas, onde jamais deverão penetrar a frivo-lidade e a inconsequência, a maledicência e a intriga, o mercantilismo e o mundanismo, o ruído e as atitudes menos graves, visto que estas são manifestações inferiores do caráter e da in-consequência humana, cujo magnetismo, para tais assembléias e, portanto, para a agremiação que tais coisas permite, atrairá bandos de en-tidades hostis e malfeitoras do invisível, que virão a influir nos trabalhos posteriores, a tal ponto que poderão adulterá-los ou impossibi-litá-los, uma vez que tais am bientes se tornarão incompatíveis com a Espiritualidade iluminada e benfazeja.

A legas, por vezes, a impossibilidade de colaborar nas tarefas espíritas, escusando-te à face das dificuldades

e senões que ainda carregas.Entretanto, convenhamos:se não tens imperfeições a vencer, entre

tantos milhões de criaturas humanas ainda imperfeitas;se não conheceste e nem conheces, intima-

mente, conflito algum;se não possuis problemas a resolver;se não experimentas tentações;se não atravessas, de quando a quando,

amarguras e desenganos;se não colhes decepções;se não faceias graves provas;

Um Centro Espírita onde as vibrações dos seus frequentadores, encarnados ou desen-carnados, irradiem de mentes respeitosas, de corações fervorosos, de aspirações elevadas; onde a palavra emitida jamais se desloque para futilidades e depreciações; onde, em vez do gargalhar divertido, se pratique a prece; em vez do estrépito de aclamações e louvores indébitos se emitam forças telepá-ticas à procura de inspirações felizes; e ainda onde, em vez de cerimônias ou passatempos mundanos, cogite o adepto da comunhão mental com os seus mortos amados ou os seus guias espirituais, um Centro assim, fiel observador dos dispositivos recomendados de início pelos organizadores da filosofia espírita, será detentor da confiança da Es-piritualidade esclarecida, a qual o elevará à dependência de organizações modelares do Espaço, realizando-se então, em seus recintos, sublimes empreendimentos, que honrarão os seus dirigentes dos dois planos da Vida. Somente esses, portanto, serão registrados no Além-Túmulo como casas beneficentes, ou templos do Amor e da Fra-ternidade, abalizados para as melindrosas experiências espíritas, porque os demais, ou seja, aqueles que se desviam para normas ou práticas extravagantes ou inapropriadas, se-rão, no Espaço, considerados meros clubes onde se aglomeram aprendizes do Espiritis-mo em horas de lazer.

beatriz martins teiXeira

Fonte: Dramas da Obsessão / Espírito: Bezerra de Menezes / Psicografia: Yvonne A. Pereira.

pergunta epíritase não trazes o sinal dessa ou daquela

fraqueza, da qual te encontras presentemente na Terra, em processo de cura;se não observas contigo possíveis tendências

menos felizes, – aquelas que nos assinalam as dívidas de existências passadas, – lutando e, às vezes, até chorando por melhorar a ti mesmo...

Que será de ti na construção do Bem?Referimo-nos a isso, porque o espírita é cha-

mado a fazer luz, em favor de si mesmo e a be-nefício dos outros, na seara da educação.

E, se nada sofres para aprender, como poderás esclarecer e compreender, ajudar ou ensinar?

albino teiXeira

Fonte: Coragem, psicografia de Francisco C. Xavier, Editora CEC.

Page 17: Boletim Informativo do Centro Espírita Irmao Clarêncioirmaoclarencio.org.br/pdf/clareando/Abr_2015.pdf · Culto no Lar de Nazaré Calazans ... da semana ao Culto do Evangelho no

Clareando / Ano XII / Edição 139 / Abril . 2015 - Pág . 17

Aviso Importante

Temos evangelização para crianças nos mesmos horários das Reuniões Públicas, e para jovens, nos horários das Reuniões Públicas Noturnas.

Querido leitorIndicaremos mensalmente um bom livro doutrinário infantojuvenil, escrito especialmente para você . Leia e nos envie sua opinião .Que tal formar uma roda de leitura com seus amigos?

Dica do mês :o Pote mágiCo

Autora: Bianca Ganuza / Ilustrações; Patrícia TavaresEditora AME

A CAixA de BomBons

Suplemento Infantojuvenil

D inho, menino de cinco anos, não conseguia parar quieto. Impaciente, andava de um lado para outro, com expres-são de sofrimento.

Percebendo a inquietação do menino, a mãe perguntou:— O que está acontecendo, meu filho?

Com as mãos apertando a barriga o garotinho reclamou, em lágrimas:— Minha barriga dói, mamãe! Ai! Ui! Ai! Não aguento mais!...Cheia de ternura, a mãezinha colocou o pequeno no colo e passou

a massagear- lhe a região da dor, enquanto ele se aconchegava ao seu seio.

— Por que, mamãe, estou sofrendo tanto? Será que o Papai do Céu não gosta mais de mim? — perguntou, com a voz entrecortada pelos soluços.

Acalentando-o ainda mais junto ao peito, a mãezinha explicou:— Não é nada disso, meu filho. Deus ama a todos nós da mesma

maneira: a você, a mim e às outras pessoas. Nós é que, muitas vezes, com nossas atitudes, causamos o próprio sofrimento.

Fez uma pausa, para ver se o garoto estava entendendo, e perguntou:— Vejamos: o que foi que você comeu hoje?Dinho, que prestava atenção no que a mãe dizia, franziu a testa

no esforço de se lembrar, e, parando de chorar, respondeu:— Quando levantei, tomei um copo de leite e comi bolachas.— Ótimo! E na hora do almoço?— Comi arroz, feijão, bife e batatinha frita, que gosto muito!— Muito bem! E foi só isso? Será que não esqueceu alguma coisa?O menino concentrou-se e depois acrescentou, satisfeito:— Tomei sorvete de morango!— Isso mesmo, Dinho. Mais alguma coisa?— Não. Só comi isso.— Pense bem, meu filho!Dinho não saberia dizer se foi o olhar da mãe que parecia saber

tudo, mas a verdade é que baixou a cabeça, com o rosto vermelho, sentindo-se descoberto. Lembrou-se de que, na parte da tarde, foi até o armário onde sua mãe guardava as guloseimas para repartir com a família, pegou uma caixa de bombons e comeu tudo, tudo, tudo, sozinho, escondido atrás da casa.

Esfregando as mãos, com medo da reação da mãe, ele contou o que tinha feito.

Sem reprovar o comportamento do menino, ela considerou:— Está vendo, Dinho? A dor não foi mandada por Deus, meu

filho. Ela é consequência da sua gulodice. Se você tivesse repartido com seus irmãos a caixa de chocolates, não estaria passando mal e sentindo dor.

Nesse momento, ouviram o barulho de um trem que chegava. De longe escutaram seu apito estridente: PIUIIIIII... PIUIIIII...

A mãezinha aproveitou a oportunidade e explicou:— Está escutando o apito do trem?— Estou.Nesse momento, ouviram o barulho de um trem que chegava. De

longe escutaram seu apito estridente: PIUIIIIII... PIUIIIII...A mãezinha aproveitou a oportunidade e explicou:— Está escutando o apito do trem?— Estou.— Pois bem! O maquinista está comunicando a todos que o trem

está se aproximando da cidade e que é preciso tomar cuidado. É um aviso! Da mesma forma, meu filho, a dor também é um alerta do nosso corpo avisando que algo não vai bem dentro dele e que é preciso tomar cuidado. Entendeu?

— Entendi, mamãe. A dor é nossa amiga! É por isso que a gente vai ao médico?

— Isso mesmo, meu filho! Normalmente, quando estamos com algum problema, procuramos o médico que saberá nos ajudar.

— Então, hoje nós iremos ao médico?A mãezinha sorriu, completando:Neste caso, não há necessidade. O doutor, que conhece você muito

bem e sabe da sua gulodice, já prescreveu um remédio natural para essas ocasiões. Agora, vou dar-lhe algumas gotinhas que ajudarão seu organismo a melhorar, amenizando a dor. Está bem?

Dinho sorriu, confiante e satisfeito. Sentia-se seguro, porque o Pai do Céu o amava e porque tinha uma mãezinha tão sabida e tão boa.

 tia Célia      

Fonte: Revista O Consolador, abril de 2008 (www.oconsolador.com.br)