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  Apostila de pscicologia organizacional By mareoliver | Studymode.com Regina Mara Malpighi Santos Psicologia e Comportam ento Organizacional

Apostila de Pscicologia Organizacional - para concursos

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SUMÁRIOINTRODUÇÃO 61 PSICOLOGIA: CONCEITO E HISTÓRIA 81.1 Histórico 81.2 Primeiras Escolas em Psicologia Científica 101.3 Principais Escolas na Psicologia do Século XX 121.4 Psicologia Científica x Senso Comum 171.5 Resumo do Capítulo 201.6 Atividades Propostas 202 ATRIBUIÇÕES E ÁREAS DE ATUAÇÃO DOS PSICÓLOGOS 212.1 Resumo do Capítulo 252.2 Atividades Propostas 253 TEORIAS DA PERSONALIDADE 273.1 Teoria Psicanalítica 273.2 Teoria Analítica 303.3 Teoria Humanista da Personalidade de Carl Rogers 333.4 Teoria da Personalidade 333.5 Resumo do Capítulo 353.6 Atividades Propostas 354 INTELIGÊNCIA 374.1 Resumo do Capítulo 404.2 Atividades Propostas 405 LINGUAGEM 415.1 Resumo do Capítulo 425.2 Atividades Propostas 436 EMOÇÕES 446.1 Resumo do Capítulo 466.2 Atividades Propostas 467 COMUNICAÇÃO 477.1 Comunicação Intercultural 497.2 Comunicação Eficaz 497.3 Capacidade de dar e receber Feedback ..........................................................................507.4 Resumo do Capítulo 527.5 Atividades Propostas 538 O INDIVÍDUO E A ORGANIZAÇÃO 548.1 Fundamentos do Comportamento Individual 558.2 Atividades, Valores, Percepção e Aprendizagem 568.3 Resumo do Capítulo 598.4 Atividades Propostas 599 TEORIA DA MOTIVAÇÃO 609.1 Teoria das Hierarquias das Necessidades de Maslow 619.2 Teoria dos Dois Fatores (Herzberg) 629.3Teoria ERG (Clayton Alderfer) 629.4 Teoria da Equidade 639.5 Resumo do Capítulo 639.6 Atividade Proposta 6410 COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL 6610.1 Diferenças entre Grupos e Equipes 6610.2 O Grupo e sua Estrutura 6710.3 Resumo do Capítulo 7110.4 Atividades Propostas 7111 MUDANÇA ORGANIZACIONAL 7210.1 Resumo do Capítulo 7411.2 Atividades Propostas 7412 LIDERANÇA 7612.1 Características e Estilo do Líder 7612.2 Líderes no Século XX 7812.3 Confiança 8012.4 Resumo do Capítulo 8312.5 Atividades Propostas 8313 CULTURA ORGANIZACIONAL.........................................................................................8413.1 CLIMA ORGANIZACIONAL..................................................................................................8613.2 Resumo do Capítulo 8813.3 Atividades Propostas 8914 CONSIDERAÇÕES FINAIS 90RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS 91REFERÊNCIAS 99

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  • Apostila de pscicologia organizacional

    By mareoliver | Studymode.com

    Regina Mara Malpighi Santos

    Psicologia e Comportamento Organizacional

  • Reviso e Adaptao: Mrcia Regina jul/12

  • SUMRIO

    INTRODUO 6

    1 PSICOLOGIA: CONCEITO E HISTRIA 8

    1.1 Histrico 8

    1.2 Primeiras Escolas em Psicologia Cientfica 10

    1.3 Principais Escolas na Psicologia do Sculo XX 12

    1.4 Psicologia Cientfica x Senso Comum 17

    1.5 Resumo do Captulo 20

    1.6 Atividades Propostas 20

    2 ATRIBUIES E REAS DE ATUAO DOS PSICLOGOS 21

    2.1 Resumo do Captulo 25

    2.2 Atividades Propostas 25

    3 TEORIAS DA PERSONALIDADE 27

    3.1 Teoria Psicanaltica 27

    3.2 Teoria Analtica 30

    3.3 Teoria Humanista da Personalidade de Carl Rogers 33

    3.4 Teoria da Personalidade 33

    3.5 Resumo do Captulo 35

    3.6 Atividades Propostas 35

    4 INTELIGNCIA 37

    4.1 Resumo do Captulo 40

    4.2 Atividades Propostas 40

    5 LINGUAGEM 41

    5.1 Resumo do Captulo 42

    5.2 Atividades Propostas 43

    6 EMOES 44

  • 6.1 Resumo do Captulo 46

    6.2 Atividades Propostas 46

    7 COMUNICAO 47

    7.1 Comunicao Intercultural 49

    7.2 Comunicao Eficaz 49

    7.3 Capacidade de dar e receber Feedback

    ..........................................................................50

    7.4 Resumo do Captulo 52

    7.5 Atividades Propostas 53

    8 O INDIVDUO E A ORGANIZAO 54

    8.1 Fundamentos do Comportamento Individual 55

    8.2 Atividades, Valores, Percepo e Aprendizagem 56

    8.3 Resumo do Captulo 59

    8.4 Atividades Propostas 59

    9 TEORIA DA MOTIVAO 60

    9.1 Teoria das Hierarquias das Necessidades de Maslow 61

    9.2 Teoria dos Dois Fatores (Herzberg) 62

    9.3Teoria ERG (Clayton Alderfer) 62

    9.4 Teoria da Equidade 63

    9.5 Resumo do Captulo 63

    9.6 Atividade Proposta 64

    10 COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL 66

    10.1 Diferenas entre Grupos e Equipes 66

    10.2 O Grupo e sua Estrutura 67

    10.3 Resumo do Captulo 71

    10.4 Atividades Propostas 71

    11 MUDANA ORGANIZACIONAL 72

    10.1 Resumo do Captulo 74

    11.2 Atividades Propostas 74

    12 LIDERANA 76

  • 12.1 Caractersticas e Estilo do Lder 76

    12.2 Lderes no Sculo XX 78

    12.3 Confiana 80

    12.4 Resumo do Captulo 83

    12.5 Atividades Propostas 83

    13 CULTURA

    ORGANIZACIONAL.........................................................................................84

    13.1 CLIMA

    ORGANIZACIONAL..................................................................................................86

    13.2 Resumo do Captulo 88

    13.3 Atividades Propostas 89

    14 CONSIDERAES FINAIS 90

    RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS 91

    REFERNCIAS 99

  • APRESENTAO

    com satisfao que a Unisa Digital oferece a voc, aluno(a), esta apostila de

    Psicologia e Comportamento Organizacional, parte integrante de um conjunto de

    materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinmico e autnomo que a educao a

    distncia exige. O principal objetivo desta apostila propiciar aos(s) alunos(as) uma

    apresentao do contedo bsico da disciplina.

    A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de

    recursos multidisciplinares, como chats, fruns, aulas web, material de apoio e e-mail.

    Para enriquecer o seu aprendizado, voc ainda pode contar com a BibliotecaVirtual:

    www.unisa.br, a Biblioteca Central da Unisa, juntamente s bibliotecas setoriais, que

    fornecem acervo digital e impresso, bem como acesso a redes de informao e

    documentao.

    Nesse contexto, os recursos disponveis e necessrios para apoi-lo(a) no seu estudo

    so o suplemento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e

  • prazeroso, concorrendo para uma formao completa, na qual o contedo aprendido

    influencia sua vida profissional e pessoal.

    A Unisa Digital assim para voc: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!

    Unisa Digital

    INTRODUO

    Caro(a) aluno(a),

    O objetivo geral do curso oferecer subsdios para levar o(a) aluno(a) a ter uma noo

    sinttica da histria da Psicologia e suas correntes, procurando relacion-la a

    atuaes profissionais, a fim de despertar interesse por seu autoconhecimento e

    percepo dos outros. Estimular a crtica do ser humano dentro das organizaes e

    aplicao da teoria, desenvolvendo a dinmica do ser humano e sua inter-relao em

    seu ambiente de trabalho.

    Esta apostila e a disciplina, como um todo, busca levar o(a) aluno(a) a refletir sobre

    habilidades e atitudes para compreender a importncia do fator humano nas

    organizaes. Conhecer conceitos, como personalidade, inteligncia, linguagem,

    processos de influncias, estados emocionais, diferenas individuais, relacionamentos

    e comunicao interpessoal. Conhecer as abordagens psicolgicas e como essas

    podem atuar nas organizaes.

    Dentro dessa perspectiva, o contedo est organizado a apresentar o histrico da

  • Psicologia, suas principais influncias e as escolas quecontriburam para que essa se

    tornasse uma cincia.

    Apresentaremos as atribuies e reas de atuao dos psiclogos. Assim como as

    teorias da personalidade sobre diferentes vises: a psicanaltica, a analtica e a

    humanista.

    Abordaremos, tambm, conceitos e desenvolvimentos da inteligncia, da linguagem e

    das emoes. Veremos como a comunicao pode ser maximizada tanto na forma

    intercultural quanto torn-la eficaz, minimizando os conflitos.

    Analisaremos o indivduo e a organizao atravs dos fundamentos de

    comportamento individual, atitudes, valores, percepo e aprendizagem. Veremos as

    teorias motivacionais de Maslow, Herzberg, Alderfer e da equidade.

    No comportamento organizacional estudaremos as diferenas entre grupos, equipes e

    suas estruturas. Apresentaremos, tambm, como as mudanas organizacionais devem

    ser planejadas e organizadas, de modo a minimizar os impactos sobre os indivduos.

    Por fim, apresentaremos as caractersticas e estilos de lder, liderana no sculo XX,

    como desenvolver a confiana, uso do poder e quais so os tipos utilizados nas

    organizaes e nas diferentes culturas organizacionais.

    Assim, procuramos trazer uma melhor compreenso da Psicologia, dos seus

    conceitos, das teorias e das diferentes vises de como o ser humano pode contribuir

    na sociedade, no trabalho, quando procura entender a si mesmo e ao outro e

    tentamos desmistificar conceitos errneos dessa cincia.

    Hoje, o ser humano visto como o grande potencial das organizaes, com

    qualidades intelectuais e como a ferramenta indispensvel para o crescimento como

    um todo, porm isso s poder ser alcanado quando o prprio indivduoreconhecer,

    respeitar e ouvir como um ser que contribui com as suas habilidades, competncias de

    forma a atender s suas necessidades e satisfaes quando procura se adequar aos

    valores pessoais e organizacionais.

    Ser um prazer estarmos juntos nesse mdulo, espero contribuir com o

    desenvolvimento dos seus conhecimentos, colocando-me sua disposio para

    eventuais dvidas.

    Grande abrao,

    Profa. Regina

    1 PSICOLOGIA: CONCEITO E HISTRIA

  • Querido(a) aluno(a),

    Voc sabe o que Psicologia? Etimologicamente falando, formada por duas

    palavras gregas: Psich, que significa alma, esprito; e Logos, que estudo, discurso.

    Assim, pode-se dizer que Psicologia o estudo da alma.

    Atualmente, a Psicologia conhecida como a cincia que estuda o comportamento e

    os processos mentais. Pode-se entender por comportamento tudo aquilo que um

    organismo faz e que pode ser observado, e processos mentais so as experincias, as

    sensaes, percepes, pensamentos, sentimentos que vivenciamos e expressamos

    atravs do comportamento.

    Vrias cincias estudam o homem, como a Antropologia, Economia, Sociologia, dando

    diferentes vises. Para Bock (2005), o objeto de estudo da Psicologia vai depender da

    rea de cada um, se perguntarmos a um psiclogo comportamental qual o seu objeto

    de estudo, ele dir que o estudo do comportamento. Se perguntarmos a um

    Psiclogo psicanalista, ele dir que o estudo do inconsciente.

    Portanto, a diversidade de objetos de estudo devido ao pouco tempo de existncia

    da Psicologia como cincia e porque os fenmenos psicolgicos so diversos,

    acarretando a construo de vrias teoriaspara explic-los.

    1.1 Histrico

    Voc j deve ter ouvido falar que a histria da Psicologia tem por volta de dois

    milnios e se inicia com os filsofos gregos.

    Filsofos, como Plato e Aristteles, comearam a estudar o homem e sua

    interioridade. A alma ou esprito era concebido como parte imaterial do ser humano e

    envolvia: pensamento, sentimentos de amor e dio, irracionalidade, desejo, sensao

    e percepo. Os filsofos pr-socrticos definiam a relao do homem com o mundo

    atravs da percepo.

    Desde essa poca j existia uma oposio entre os idealistas: o mundo existe porque

    o homem o v. A ideia forma o mundo. J os materialistas consideram que o homem

    v um mundo que j existe. A matria que forma o mundo depende da percepo de

    cada um.

    Veja os principais pontos da Filosofia que contriburam com a Psicologia:

    Scrates (469-399 a.C.) preocupava- se com os limites que separam o homem dos

    animais. A principal caracterstica humana era a razo, que era definida como

  • peculiaridade do homem ou como essncia do ser humano. A razo permite ao

    homem sobrepor-se aos instintos, que so a base da irracionalidade.

    Plato (427-347 a.C.), discpulo de Scrates, procurou definir um lugar para a razo no

    corpo. Definiu esse lugar como sendo a cabea, onde se encontrava a alma do

    homem. A medula seria a ligao da alma e do corpo. Ele entendia a alma como

    separada do corpo, com a morte, o corpo a matria desaparecia e a alma ficava

    livre para ocupar outro corpo.

    Aristteles (384-322 a.C.), importante pensador da histria da filosofia, inovou quando

    postulou que o corpo e a alma no poderiam ser dissociados. A psych seria

    oprincpio ativo da vida. Tudo que cresce, reproduz e se alimenta possui a sua psych.

    Segundo ele, a diviso dos vegetais, animais e homens quanto alma seria:

    Vegetais: teriam uma alma vegetativa e a funo de alimentao e reproduo;

    Animais: possuem uma alma vegetativa e sensitiva e teriam a funo de percepo e

    movimento;

    Homem: teria a alma vegetativa, sensitiva e a racional e, diferente dos demais, teria a

    funo pensante.

    Voc se lembra de que a Idade Mdia e o Imprio Romano foram importantes, pois

    uma das principais caractersticas desse perodo foi o aparecimento e

    desenvolvimento do cristianismo, que possua uma fora religiosa que passava a ser a

    fora poltica dominante.

    Nesse sentido, dois grandes filsofos representaram esse perodo: Santo Agostinho

    (354-430) e So Toms de Aquino (1225-1274).

    Santo Agostinho, inspirado em Plato, tambm fazia a separao entre alma e corpo.

    A alma era a sede da razo e comprovava uma manifestao divina no homem. A

    alma era imortal porque ligava o homem a Deus e tambm era a sede do pensamento.

    So Toms de Aquino viveu na poca em que nascia o protestantismo, transio para

    o capitalismo, da revoluo francesa e revoluo industrial na Inglaterra. A crise

    econmica leva a sociedade ao questionamento dos conhecimentos produzidos pela

    igreja.

    Assim como Aristteles, ele tambm fez a distino entre essncia e existncia. O

    homem na sua essncia busca a perfeio atravs de sua existncia. S Deus seria

    capaz de reunir a essncia e a existncia igualmente.

    Portanto, a busca da perfeio pelo homem seria a busca de Deus e, atravs de

    argumentos racionais, procuravajustificar os dogmas da igreja, garantindo o monoplio

    dela no estudo do psiquismo.

    Como voc deve estar lembrado, foi na poca do Renascimento que vrios eventos

    importantes ocorreram, tais como: descoberta de novas terras (Amrica), do caminho

    para as ndias, rota do Pacfico, acmulo de riqueza de naes em formao (Frana,

    Itlia, Espanha, Inglaterra); com isso, comea uma nova organizao econmica e

  • social, trazendo a valorizao do homem.

    A histria nos conta que vrios avanos ocorrem, fortalecendo a construo de

    conhecimentos cientficos. O filsofo Ren Descartes (1596-1659) contribui postulando

    a separao entre mente e corpo, observando que o homem possui uma substncia

    material e uma substncia pensante.

    Gostaria que voc pensasse em uma mquina, como ela funciona? O corpo sem

    esprito mquina sem motor, morto. Esse dualismo permitiu o estudo do homem,

    possibilitando o avano da anatomia e da fisiologia, que contriburam em muito com a

    Psicologia.

    No sculo XIX, o capitalismo trouxe o processo de industrializao, no qual a cincia

    deveria dar respostas e solues prticas.

    1.2 Primeiras Escolas em Psicologia Cientfica

    Em meados do sculo XIX, a cincia passa a ter um papel fundamental, pois leva o

    homem ver a construo de novos conhecimentos que antes eram regidos por

    dogmas religiosos.

    Temas que antes eram estudados pelos filsofos, passam a ser estudados tambm

    pela Fisiologia e Neurofisiologia, descobrindo, por exemplo, que a doena mental

    poderia ter ao de diversos fatores sobre as clulas cerebrais. Na Neuroanatomia, a

    atividade motora nem sempre estaria ligada conscincia. Na Psicofsica, o estudo

    dafisiologia do olho e a percepo das cores acabam contribuindo com a Psicologia

    Cientfica.

    Vrios outros estudiosos e pesquisadores comeam a definir o objeto de estudo da

    Psicologia: comportamento, vida psquica e conscincia, passando a formular mtodos

    de estudos e teorias, estabelecer critrios bsicos importantes, como conhecimento

    cientfico, dados que possam ser comprovados e servir de experimento para novas

    pesquisas.

    Voc j deve ter ouvido falar que foi na Alemanha, fim do sculo XIX, incio do sculo

    XX, que Wundt, Weber e Fechner juntos, na Universidade de Leipzig, ajudaram a

    Psicologia a ganhar status de cincia e se libertar da Filosofia, surgindo novas

    abordagens ou influncias que vo dar origem a teorias que permanecem at hoje.

    Funcionalismo William James (1842-1910): considerada a primeira escola a se

    preocupar com o que fazem os homens? e por que fazem? (BOCK, 2005).

    Segundo o autor, a conscincia o centro de suas preocupaes e busca a

    compreenso de seu funcionamento na medida em que a usa para adaptar-se ao

    meio. James buscou entender os processos mentais como atividades necessrias

    para os seres vivos, dotados de emoo, ao, conhecimento e razo, procurando

    explicar que a mente funciona de forma contnua, seletiva, e capacita o homem a fazer

  • escolhas.

    Estruturalismo Edward Titchner (1867-1927) preocupou-se em conhecer a

    conscincia nos aspectos estruturais sistema nervoso central , para determinar a

    estrutura da mente, na tentativa de compreender os fenmenos mentais produzidos

    pelos estmulos ambientais. O conhecimento era desenvolvido em laboratrio, ficando

    conhecido como Pai da Psicologia Experimental.Defendeu como mtodo de estudo a

    introspeco (olhar para dentro), onde sujeitos procuravam descrever as suas

    sensaes atravs das caractersticas dos estmulos a que eram submetidos, sem

    contar o que j conheciam anteriormente.

    A escola tomou como caracterstica os termos que formam a estrutura da conscincia

    ou mente: imagem, pensamento e sentimento, atravs de uma experimentao ou

    observao.

    O objeto de estudo era a experincia em si que acontece antes da reflexo, a

    experincia imediata, livre de qualquer interpretao que possa incluir as sensaes,

    sentimentos e emoes.

    Segundo Titchner, a mente a juno de todos os fenmenos mentais, que podem ser

    divididos em sensao, imagens e sentimentos, podendo ter qualidade, intensidade,

    durao e vivacidade.

    Portanto, nomear a sensao, identificar a intensidade com que ela se apresenta e

    registrar sua durao so trabalhos do sujeito experimental na Psicologia.

    Associacionismo Edward L. Thorndike (1874-1949) formulou a primeira teoria da

    aprendizagem na Psicologia. Para qualquer indivduo, aprender precisa passar pelo

    processo de associar as ideias ao contedo, isto , todo comportamento tende a ser

    repetido se no for castigado, o que denominou Lei do Efeito, que seria o organismo

    associar situaes a outras semelhantes.

    1.3 Principais Escolas na Psicologia do Sculo XX

    Behaviorismo John B. Watson (1913): behavior, palavra de origem inglesa que, em

    portugus, significa comportamento. Afirma que o objeto de estudo o

    comportamento observvel, seja nos homens como nos animais, pensamentos ou

    linguagem, no passam de respostas fisiolgicas complexas a estmulosexternos.

    Nesse sentido, procurou determinar as leis que regiam a relao entre a ocorrncia de

    certos eventos ambientais (estmulos) e o comportamento observvel (respostas).

    Todo o comportamento aprendido, o homem um produto das experincias.

    Para Watson, o objeto de estudo da psicologia era todo tipo de comportamento (o agir,

    o ser e suas explicaes) e no s como sentimos ou expressamos os pensamentos,

    at ento os nicos objetos da psicologia.

    Precisava tambm encontrar um novo objeto de estudo da psicologia que explicassem

  • o comportamento, mas que no fossem conceitos mentais, como sentimento,

    percepo, cognio.

    Caro(a) aluno(a), na Rssia, um fisiologista chamado Ivan P. Pavlov realizava

    experimentos com ces, o que ajudou a descrever o condicionamento. Ele percebeu

    que o co salivava na presena de cheiros, visualizao da carne. Concluiu que o

    reflexo da saliva estava ligado a outros estmulos, como o visual, olfativo e auditivo, e

    que poderiam estar ligados ou no comida.

    Chamou de reflexo condicionado ou resposta condicionada o estmulo apresentado

    para determinado comportamento (co salivar).

    Ento, Watson passou a utilizar os conceitos estudados sobre o reflexo, para explicar

    tudo aquilo que ele chamava de comportamento, interessante isso, no?

    B. F. Skinner, behaviorista metodolgico, considerava que a base do comportamento

    visvel tem ligao com o desempenho resultante da ao e, para estudar esse

    processo de aprendizagem, desenvolveu uma caixa em formato de cubo, que ficou

    conhecida como Caixa de Skinner.

    A caixa, geralmente, construda com dimenses especficas, com fundo removvel,

    portatransparente, jogo de luzes no teto, barra na parede lateral e um aparelho que

    quantifica a frequncia com que barra acionada.

    Com a caixa, Skinner fez experimento com uma cobaia (rato privado de alimento e

    gua por um determinado perodo; ao pressionar a barra, o mecanismo era acionado,

    liberando uma gota de gua).

    Pode-se dizer que o pressionar ou no a barra foi aleatrio, ao acaso, uma explorao

    do ambiente onde estava. Ento, a anlise experimental do comportamento a

    relao de dependncia estabelecida entre a resposta do sujeito (pressionar a barra)

    e a consequncia vinda de seu ambiente.

    Saiba mais

    Reforo, seja qualquer um, pode ser definido como um evento que ocorre aps a

    resposta do organismo. Toda consequncia de uma ao, que aumenta a frequncia

    de uma resposta (comportamento). A aprendizagem dos comportamentos a ao do

    organismo sobre o meio e o efeito resultante a satisfao de alguma necessidade.

    (BOCK, 2005).

    O processo de aprendizado de um novo comportamento feito por reforos

    diferenciais, chamado modelagem, onde algumas respostas so reforadas e outras

    no, possibilitando que o organismo se aproxime cada vez mais da resposta final.

    Veja que as respostas intermedirias no constituem erros e sim variaes prprias

    aos organismos vivos e complementares ao processo de seleo.

    Querido(a) aluno(a), os reforos podem ocorrer de duas formas: positiva ou negativa.

    A positiva quando todo ou qualquer evento aumenta a possibilidade de uma

    resposta, por exemplo, tudo aquilo que fortalece um comportamento (elogio, dinheiro,

  • reconhecimento); e o negativo, todo o evento que aumenta a probabilidade daresposta

    que o remove, isto , quando voc coloca o seu despertador ou celular para tocar pela

    manh, ao escutar seu som voc o desliga, porque aquele som representa que voc

    ter que levantar, portanto a ao do organismo tem como consequncia da remoo

    de algo j presente.

    Para Skinner, existem os reforadores primrios, secundrios e generalizados. Os

    primrios podem ser o alimento e o afeto. Ambos podem ser usados para aumentar a

    frequncia de uma resposta.

    Vamos exemplificar atravs da rotina diria: o filho precisa ir para a escola e no

    terminou a lio, a me s deixa o filho almoar quando ele terminar o dever de casa.

    J os demais reforadores dependem dos primrios para se tornarem efetivos, isto ,

    eles precisam acompanhar os primrios por certo tempo para que possam agir por si.

    No dia a dia, a ateno que recebemos de outra pessoa um grande exemplo de

    reforador secundrio. Esses reforadores podem ser apresentados de forma contnua

    ou intermitente.

    Extino: o conjunto de relao de um indivduo com o ambiente para eliminar uma

    resposta e o reforo interrompido abruptamente.

    Punio: retirar um estmulo reforador positivo a uma dada resposta, acarretando a

    diminuio temporria da frequncia dessa mesma resposta. Pode-se exemplificar

    com o trnsito, todas as multas aplicadas no motivam os motoristas a mudarem o

    comportamento no trnsito.

    Gestalt Ernest Mach (1838-1916), Max Wertheimer (1880-1943) e Kurt Kofka (1886-

    1941).

    A palavra gestalt, de origem alem, no possui uma traduo para o portugus, mas

    pode significar forma, configurao, padro ou estrutura.

    A teoria da gestaltconsidera a percepo como um todo e parte desse todo para

    explicar as partes; enquanto que os associacionistas partiam das partes para explicar

    o todo.

    O todo percebido antes das partes que o constituem. A forma corresponde

    maneira como as partes esto dispostas no todo. O todo no a soma das partes, na

    realidade, elas organizam-se segundo determinadas leis.

    Observe que, para os gestaltistas, a nossa experincia depende dos modelos, das

    estruturas que os estmulos despertam, na organizao da nossa experincia. O

    nosso comportamento aqui e agora considerado como a figura, o foco da

    alterao e os outros eventos so o fundo fome, msica, rudos etc.

    Segundo a Gestalt, tudo o que vemos ou percebemos est relacionado com a

    totalidade do campo de observao. A percepo que voc tem depende da

    configurao do processo mental de cada um.

    O comportamento de um indivduo poderia ser analisado em funo do campo

  • psicolgico onde ele est atuando em determinado momento, em funo das relaes

    com o meio e com outras pessoas.

    O processo de percepo ocorre como uma iluso e o resultado de uma ao e

    reao.

    Todos os fatos mentais, estado emocional, forte desejo ou atitude, podem ser vistos

    como influncia em uma resposta perceptiva.

    Estudos realizados sobre a percepo vm colaborando para entender melhor o

    comportamento humano e explicar os porqus e como percebemos os eventos,

    pessoas e objetos no meio ambiente.

    A Gestalt estava preocupada em compreender quais eram os processos psicolgicos

    envolvidos na iluso de tica, quando o estmulo fsico percebido pelo sujeito com

    uma forma diferente do que ele na realidade.O caso clssico o cinema, como

    citado por Bock (2005). A fita cinematogrfica composta de fotogramas com imagens

    estticas. O movimento que vemos na tela uma iluso de tica causada pelo

    fenmeno da ps-imagem da retina, porque qualquer imagem que vemos demora um

    pouco para se apagar da nossa retina. As imagens vo se sobrepondo em nossa

    retina e o que percebemos um movimento. Mas o que de fato projetado na tela

    uma fotografia esttica, tal como uma sequncia de slides.

    A Gestalt estuda a organizao da nossa percepo atravs de um conjunto de leis

    que foram denominadas de:

    leis da proximidade: perante elementos diversos, tm tendncia a agrupar aqueles

    que se encontram mais prximos;

    leis da semelhana: perante elementos diversos, tm tendncia a agrupar por

    semelhanas;

    leis da continuidade: perante algo inacabado, tm tendncia a acabar;

    lei da forma e fundo: quando observamos algo, separamos espontaneamente a

    figura do fundo.

    Psicanlise Sigmund Freud (1856-1939) nasceu em Freiberg, Moravia, hoje

    Eslovquia, filho mais velho de pais judeus. Estudou Medicina em Viena, onde teve

    maior interesse na neurologia.

    Pacientes com distrbios nervosos apresentavam ideias que poderiam estar

    reprimidas e eram expressas atravs dos sintomas como: dificuldades de expresso

    do pensamento, rigidez muscular.

    Freud, atravs da prtica mdica, usou a hipnose para descobrir a origem dos

    sintomas. Desenvolveu um novo mtodo, a associao livre, onde os pacientes

    repousavam sobre um div e eram encorajados a dizer tudo que lhes vinha mente,

    todos e quaisquer pensamentos, inclusive os seus sonhos.Desenvolveu, em 1900, a

    primeira concepo sobre a estrutura e funcionamento da personalidade (como

    veremos nas teorias da personalidade psicanaltica).

  • Humanista Maslow e Rogers

    Os humanistas surgem em meados do sculo XX com o argumento de que o ser

    humano implica mais satisfazer ou controlar seus desejos animais do que procurar

    prazer ou evitar a dor. Comeam a trabalhar questes relacionadas a todos os seres

    humanos, como ajudarem uns aos outros, pertencer a uma famlia e sociedade.

    Uma das premissas fundamentais da teoria de Carl Rogers o pressuposto de que as

    pessoas usam sua experincia para se definir. Assim, as pessoas plenamente

    funcionais ou psicologicamente saudveis apresentam as seguintes caractersticas:

    mente aberta para aceitar qualquer tipo de experincia e de novidades;

    tendncia a viver plenamente cada momento;

    capacidade para se orientar pelos prprios instintos e no pelas opinies ou razes

    de outras pessoas;

    senso de liberdade de pensamento e ao;

    alto grau de criatividade;

    a necessidade contnua de maximizar o seu potencial.

    Rogers passa a ser o nico a questionar a validade do conhecimento objetivo, na

    tentativa de compreender a experincia de outra pessoa. Usa o conhecimento como

    interpessoal, tornando a essncia da terapia centrada no cliente. a prtica da

    compreenso emptica. Penetrar no mundo subjetivo do outro para ver se a

    compreenso da opinio dele correta ou se concorda com o prprio ponto de vista,

    no sentido de compreender a experincia do outro como correta ou no, fazendo um

    autoquestionamento.

    1.4Psicologia Cientfica x Senso Comum

    O tipo de conhecimento que vamos acumulando no nosso cotidiano chamado de

    senso comum. passado de gerao para gerao, como um hbito ou um costume

    tradicional. Quando a dona de casa usa a garrafa trmica para manter o caf quente,

    sabe por quanto tempo ele permanecer razoavelmente quente, sem fazer nenhum

    clculo complicado e, muitas vezes, desconhecendo completamente as leis da

    termodinmica.

  • O conhecimento do senso comum intuitivo, espontneo, de tentativas e erros. um

    conhecimento importante, porque sem ele a nossa vida no dia a dia seria muito

    complicada. O senso comum percorre um caminho que vai do hbito tradio, que

    passa de gerao para gerao. Integra de um modo o conhecimento humano.

    A utilizao de termos como rapaz complexado, mulher louca, menino hiperativo

    expressa a comunicao do senso comum acerca do comportamento humano, que

    muitas vezes no ocorre de maneira cientfica. Os termos podem at ser da psicologia

    cientfica, mas so usados sem a preocupao de definir as palavras.

    Quando buscamos definir, descrever e prever comportamentos, estamos fazendo

    cincia. O cientista do comportamento (da psicologia) no fica satisfeito com conceitos

    generalizados e rotulados (complexado, louco, nasceu assim) sem compromisso e

    apenas baseados em achismos e observaes superficiais. Ele quer observaes

    sistematizadas, conhecimento metodolgico, experimentado, testado, comprovado.

    Ex: mulher louca, o que loucura? Quais os sintomas? Que tipo de loucura?

    DICIONRIO

    Cincia um conjunto de conhecimentos sobre fatos ou aspectos da realidade obtidos

    por meio de metodologiacientfica.

    Quando fazemos cincia, baseamo-nos na realidade cotidiana e pensamos sobre ela.

    Quando bem utilizada, a cincia permite que o saber seja transmitido, verificado,

    utilizado e desenvolvido.

    SAIBA MAIS

    Psicologia cincia

    1. Porque tem um objeto especfico de estudo: o homem ser humano em seu sentido

    amplo.

    2. Utiliza uma linguagem precisa e rigorosa: no utiliza termos do senso comum, sem

    preocupao conceitual.

    3. Utiliza mtodos e tcnicas especficas: entrevistas estruturais, testes, tcnicas de

    terapia, entre outras, obtidas de maneiras programadas, sistemticas e controladas,

    para que se permita a verificao da validade da cincia, permitindo a reproduo da

    experincia.

    No se pode entender comportamento sem um contexto, sem a descrio de eventos

  • antecedentes e consequentes do evento descrito. Por isso, os conceitos de

    comportamento e ambiente so interdependentes, um no pode ser definido sem

    referncia ao outro.

    O agir, o sentir e o pensar esto em funo de variveis ambientais (meio ambiente),

    que so os eventos antecedentes e consequentes. Note bem que no o homem e

    sim o comportamento do homem que est interagindo constantemente com os

    estmulos que antecedem o seu comportamento, e o seu comportamento est

    constantemente tendo consequncias no ambiente e sendo interagido por elas.

    Meio ambiente (estmulos): as influncias sobre o organismo que determinam o

    comportamento; tudo aquilo que afeta o comportamento. Um estmulo um pedao

    do ambiente que pode ser interno ou externo ao organismo.

    Os homens agem sobre o mundo, modificam-no e, por sua vez, so modificados pelas

    consequnciasde sua ao (SKINNER, 1978). Assim, alm conhecer o organismo e as

    suas interaes, necessrio conhecer os diversos ambientes com os quais um

    organismo pode interagir.

    O ambiente que o indivduo interage pode ser analisado sob dois prismas:

    ambiente externo: o fsico e social, que alterado pelo comportamento por meio das

    aes mecnicas sobre ele e pelas interaes do indivduo com o social;

    ambiente interno: o biolgico e histrico, formado pelos processos biolgicos e as

    experincias passadas de cada indivduo, pois o organismo transporta consigo os

    resultados de suas interaes passadas.

    O homem moderno deve ser entendido sob um aspecto biopsicossocial. Toda histria

    de vida deve ser analisada sob influncias biolgicas, psicolgicas e sociais, aspectos

    esses que so interligados. Ele recebe influncias do seu organismo internamente

    (gentica, vrus, bactrias, doenas congnitas, defeitos estruturais), da sua

    percepo prpria, experincias e vivncias de mundo (aes, pensamentos e

    sentimentos) e da sua interao com os diversos grupos (famlia, amigos), a

    sociedade e sua cultura.

    Tambm, o homem biopsicossocial recebe diferentes influncias do meio ao longo de

    sua vida. Muitas reas so importantes para a anlise do comportamento humano, tais

    como: afetiva, familiar, conjugal, sexual, interpessoal (amizades), lazer, social, escolar,

    religiosa, trabalho, biolgica (doenas), ambiente, cultural, questes morais, regras

    sociais, costumes.

    Voc deve estar se perguntando: se o homem o objeto de estudo, por que estudar

    animais na psicologia?

    Porque, apesar de existir vrios experimentos psicolgicos que utilizamanimais, o

    enfoque est nos processos psicolgicos bsicos que acontecem tanto em animais

    quanto nos humanos (ex.: medo), levando-se em conta que o animal passa a ser mais

    fcil de ser manuseado e de se impor limite quanto:

  • 1 tica: muitas pesquisas no podem ser realizadas com seres humanos;

    2 praticidade: os animais so bem cooperativos, por ser mais cmodo e podem

    ser estudados com facilidade durante longos perodos;

    3 facilidade: em detectar processos bsicos comportamentais e mentais em

    animais e transpor os achados para seres humanos, tais como: movimentos, fome,

    sono ou sede.

    1.5 Resumo do Captulo

    Querido(a) aluno(a),

    Neste captulo, estudamos o nascimento da Psicologia e o quanto a Filosofia

    contribuiu com os seus pensadores para o desenvolvimento e questionamento do ser

    humano.

    Vimos como as evolues ao longo do tempo e os avanos tecnolgicos e cientficos

    ajudaram o homem a refletir e questionar sobre qual papel deve exercer ou influenciar

    no meio onde est inserido.

    Observamos os avanos e as influncias no desenvolvimento para uma melhor

    compreenso do ser humano atravs das diferentes escolas em seu comportamento,

    notando que o homem precisa manter uma relao com esse meio onde ele

    estimulado a dar diferentes respostas, a entender e diferenciar o todo em sua

    essncia.

    Para isso, a Psicologia foi se fortalecendo como cincia, pois saiu dos

    questionamentos e passou a ser experimentada em laboratrios, com tcnicas e

    teorias diferenciadas, com uma linguagem rigorosa, comprovada e cientfica, atravs

    de dados recolhidos anteriormente.

    1.6 Atividades PropostasAgora que terminamos este captulo, vamos verificar se voc

    fixou bem o contedo. Assim, responda s perguntas abaixo:

    1. Qual a importncia de conhecer o desenvolvimento histrico da Psicologia?

    2. A quais critrios a Psicologia deveria satisfazer para ser considerada uma cincia?

    3. Quais so as principais teorias em Psicologia no sculo XX?

  • 2 ATRIBUIES E REAS DE ATUAO DOS PSICLOGOS

    Prezado(a) aluno(a),

    Neste captulo, veremos que psiclogos e psiquiatras muitas vezes ocupam empregos

    semelhantes. Ambos os profissionais podem trabalhar em campos ligados sade

    mental, diagnosticando e tratando pessoas com problemas psicolgicos leves e

    graves. A grande diferena entre esses especialistas est na sua formao.

    Pode-se definir como Psiclogo aquela pessoa que passa cerca de cinco anos na

    faculdade, aprendendo sobre comportamento normal e anormal, sobre diagnstico e

    tratamento para vrios comportamentos humanos. Aps se formarem devem, por

    questo tica, se especializar e aprofundar sua formao em uma ou mais reas.

    Psiquiatra aquela pessoa que estuda medicina, se qualifica ou especializa em uma

    instituio de sade mental, hospital ou clnica, para tratar de distrbios emocionais,

    utilizando da farmacoterapia (remdios), cirurgia e eletroconvulsoterapia, dentre outros

    processos mdicos.

    Como a formao do psiquiatra em medicina, seu foco voltado para a cura de

    problemas do corpo, isto , a causa de distrbios comportamentais est nas

    alteraes bioqumicas e neurolgicas.

    O Psiclogo trabalha em diferentes reas como profissional, atua no mbito da

    educao, sade, lazer,trabalho, segurana, justia, comunidades e comunicao com

    o objetivo de promover, em seu trabalho, o respeito dignidade e integridade do ser

    humano.

    Veja, a seguir, quais so as atribuies profissionais do psiclogo:

    estuda e analisa os processos intrapessoais e relaes interpessoais, possibilitando

    a compreenso do comportamento humano individual e de grupo, no mbito das

    instituies de vrias naturezas, onde quer que se deem essas relaes;

    aplica conhecimento terico e tcnico da psicologia, com o objetivo de identificar e

    intervir nos fatores determinantes das aes e dos sujeitos, em suas histrias

    pessoais, familiares e sociais, vinculando-as tambm a condies polticas, histricas

    e culturais;

    analisa a influncia de fatores hereditrios, ambientais e psicossociais sobre os

    sujeitos na sua dinmica intrapsquica e nas suas relaes sociais, para orientar-se no

    psicodiagnstico e atendimento psicolgico;

  • promove a sade mental na preveno e no tratamento dos distrbios psquicos,

    atuando para favorecer um amplo desenvolvimento psicossocial;

    elabora e aplica tcnicas de exame psicolgico, utilizando seu conhecimento e

    prticas metodolgicas especficas, para conhecimento das condies do

    desenvolvimento da personalidade, dos processos intrapsquicos e das relaes

    interpessoais, efetuando ou encaminhando para atendimento apropriado, conforme a

    necessidade;

    formula hipteses e a sua comprovao experimental, observando a realidade e

    efetivando experincias de laboratrios e de outra natureza, para obter elementos

    relevantes ao estudo dos processos de desenvolvimento, inteligncia,aprendizagem,

    personalidade e outros aspectos do comportamento humano e animal.

    Observe que cada dia mais a atuao do profissional psiclogo tem se expandido para

    outras reas, como organizaes, hospitais, escolas, tribunais de justia, marketing,

    esportes, aviao, engenharia, entre outros. Devido a essa ampliao e s formas

    diferentes de atuao exigidas, torna-se necessrio cada vez mais uma ateno

    focalizada para os valores e princpios fundamentais ao exerccio tico da profisso.

    Esse exerccio tico tem como base filosfica conduzir o indivduo ao bem-estar,

    evitando ao mximo o sofrimento psquico.

    Como voc vem notando, o psiclogo desempenha suas funes ou tarefas

    profissionais tanto individualmente quanto em equipes multiprofissionais e, para tanto,

    pode exercer a atividade como:

    Psiclogo do Trabalho e/ou Organizacional: atua em empresas pblicas ou privadas,

    fazendo a implantao da poltica de recursos humanos das organizaes, descrio e

    anlises de trabalho, recrutamento e seleo de pessoal, utilizando mtodos e

    tcnicas de avaliao, programas de treinamento e formao de mo de obra,

    avaliao pessoal, capacitao e desenvolvimento de recursos humanos, segurana,

    organizao do trabalho e definio de papis ocupacionais: produtividade,

    remunerao, incentivo, rotatividade, absentesmo e evaso, identificao das

    necessidades humanas em face da construo de projetos e equipamentos de

    trabalho (ergonomia), programas educacionais, culturais, recreativos e de higiene

    mental, com vistas a assegurar a preservao da sade e da qualidade de vida do

    trabalhador, processo de desligamento de funcionrios, no que se refere demisso e

    ao preparopara aposentadoria, visando elaborao de novos projetos de vida;

    Psiclogo da Sade e Hospitalar: atua em hospitais, ambulatrios, centros e postos

    de sade, a fim de identificar e compreender os fatores emocionais que intervm na

    sade geral do indivduo;

    Psiclogo Clnico: trabalha em consultrios ou clnicas especializadas, realizando

    terapia individual, de grupo, casal, familiar, infantil, sexual e, dependendo da demanda

    psicolgica, faz acompanhamento psicolgico, interveno psicoterpica individual ou

  • em grupo, por meio de diferentes abordagens tericas, entrevistas, observao, testes

    e dinmica de grupo, com vistas preveno e tratamento de problemas psquicos;

    Psiclogo Educacional: atua em creches e escolas, desenvolvendo com os pais,

    alunos, diretores, professores, tcnicos e pessoal administrativo diferentes atividades,

    visando a prevenir, identificar e resolver problemas psicossociais que possam

    bloquear, na escola, o desenvolvimento de potencialidades, a autorrealizao e o

    exerccio da cidadania consciente, compreenso e mudana do comportamento de

    educadores e educandos, no processo de ensino e aprendizagem, interveno

    psicopedaggica individual ou em grupo, programas de orientao profissional,

    programas de orientao profissional, elaborao de planos e polticas referentes ao

    Sistema Educacional, visando promover a qualidade, a valorizao e a

    democratizao do ensino;

    Psiclogo Jurdico, Forense e Penitencirio: pode atuar em varas da criana e do

    adolescente, de famlia, cvel, criminal, penitencirias, nas instituies governamentais

    e no governamentais, planejando e executando polticas de cidadania,direitos

    humanos e preveno da violncia, dando orientao de dados psicolgicos,

    repassado no s para os juristas como tambm aos sujeitos que carecem de tal

    interveno, formulao, revises e interpretao das leis; avaliam as condies

    intelectuais e emocionais de crianas, adolescentes e adultos em conexo com

    processos jurdicos, seja por deficincia mental e insanidade, testamentos

    contestados, aceitao em lares adotivos, posse e guarda de crianas ou

    determinao da responsabilidade legal por atos criminosos, perito judicial nas varas

    cveis, criminais, justia do trabalho, da famlia, da criana e do adolescente,

    elaborando laudos, pareceres e percias a serem anexados aos processos;

    atendimento e orientao a detentos e seus familiares, programas socioeducativos

    destinados criana de rua, abandonadas ou infratoras, tarefas educativas e

    profissionais que os internos possam exercer nos estabelecimentos penais;

    Psiclogo do Trnsito: atua em clnicas de trnsito, realizando exames psicolgicos

    (psicotcnicos). Pode elaborar e implantar questes referentes transmisso,

    recepo e reteno de informaes, campanhas de preveno de acidentes,

    educao no trnsito, comportamento individual e coletivo na situao de trnsito,

    especialmente nos complexos urbanos, implicaes psicolgicas do alcoolismo e de

    outros distrbios nas situaes de trnsito;

    Psiclogo do Esporte: atua em associaes esportivas e clubes esportivos,

    realizando exame das caractersticas psicolgicas dos esportistas, visando ao

    diagnstico individual ou do grupo, realizao pessoal, melhoria do desempenho do

    esportista e do grupo, favorecendo a otimizao das relaes entre

    esportistas,pessoal tcnico e dirigentes. Elabora estudos das variveis psicolgicas

    que interferem no desempenho de suas atividades especficas (treinos, torneios e

    competies), oportunizando a formao atravs da prtica das atividades esportivas

    e seus aspectos psicolgicos.

  • Segundo Bock (2005), alguns dos desconhecimentos da Psicologia tm levado os

    psiclogos a buscarem respostas em outros campos do saber humano. Com isso,

    algumas prticas no psicolgicas tm sido associadas s prticas psicolgicas,

    como, por exemplo, o tar, a astrologia, a quiromancia, a numerologia, entre outras

    prticas adivinhatrias/msticas.

    Essas no so prticas psicolgicas! So outras formas de saber que no podem ser

    confundidas com a Psicologia, pois no so construdas no campo da cincia, a partir

    de mtodos e princpios cientficos, e esto em oposio aos princpios da Psicologia,

    que v o homem no como um ser com destino pronto, mas sim como um ser que

    constri seu futuro ao agir sobre o mundo e receber as influncias deste mundo.

    preciso ponderar que esse campo fronteirio entre a psicologia cientfica e a

    especulao mstica deve ser tratado com o devido cuidado. Portanto, no se deve

    misturar a psicologia com prticas adivinhatrias ou msticas que esto baseadas em

    pressupostos diversos e opostos aos da Psicologia.

    Por outro lado, preciso estar aberto para o novo, atento a novos conhecimentos que,

    tendo sido estudados no mbito da cincia, podem trazer novos saberes, ou seja,

    novas respostas para perguntas ainda no respondidas.

    SAIBA MAIS

    A Psicologia no consegue explicar muitas coisas sobre o homem, pois uma cincia

    relativamente nova, compouco mais de cem anos. Alm disso, novas perguntas

    sempre surgiro, no esgotar o que h para ser conhecido, pois a humanidade est

    em permanente mudana, quebrando paradigmas, criando novas expectativas, novos

    alvos e procurando novas motivaes.

    2.1 Resumo do Captulo

    Caro(a) aluno(a),

    Neste captulo, traamos os diferentes segmentos da Psicologia e suas atuaes

    como uma cincia multiprofissional, pois, ao estudar o comportamento do ser humano,

    vemos como este pode moldar e ser moldado no meio onde vive.

    Por se tratar de uma cincia nova, temos que tomar cuidado com certos segmentos

    que se dizem da psicologia, mas so tratados com certa obscuridade ou misticismo.

  • 2.2 Atividades Propostas

    Para finalizar o captulo, vamos realizar alguns exerccios para verificar o seu

    aprendizado. Responda s questes abaixo:

    1. Como se distingue o psiclogo do psiquiatra e do psicanalista?

    2. O que faz o psiclogo nas organizaes?

    3 TEORIAS DA PERSONALIDADE

    Caro(a) aluno(a),

    A personalidade pode ser conceituada como um agrupamento de caractersticas

    internas e externas peculiares e permanentes do carter de uma pessoa que

    influenciaram o comportamento em situaes diferentes. Para Schultz (2002), a

    avaliao da personalidade pode se dar atravs de tcnicas e testes apropriados.

    Observe, a seguir, os fatores que influenciam a personalidade:

    influncias hereditrias: na determinao do temperamento, esto as variaes

    individuais do organismo, concretamente a constituio fsica e o funcionamento dos

    sistemas nervoso e endcrino, que so, em grande, parte hereditrios; meio social:

    famlia, grupos e cultura a que se pertence desempenham um papel determinante na

    construo da personalidade. A personalidade forma-se num processo interativo com

    os sistemas de vida que a envolvem: a famlia, o grupo de pares etc. O tipo de

    ambiente e de clima vivenciado influencia a personalidade;

    experincias pessoais: so todas as vivncias que ocorrem na nossa vida. A

    qualidade das relaes precoces e o processo de vinculao na relao da dade

    me/filho parecem ser fundamentais na estruturao e organizao da personalidade.

    A complexidade das relaes familiares vai influenciar as capacidades cognitivas,

    lingusticas e afetivas, processos de autonomia, de socializao, de construo de

    valores das crianas e jovens.

    3.1 Teoria Psicanaltica

  • Freud nasceu em 6 de maio de 1856, na, hoje, Repblica Checa, Pribor. Estudou

    Medicina e, em 1896, convenceu-se de que os conflitos sexuais eram a causa bsica

    de todas as neuroses.

    No sistema de Freud, representaes mentais de estmulos internos, como fome,

    levam o indivduo a tomar determinada atitude. O impulso de assegurar a

    sobrevivncia do indivduo e da espcie, satisfazendo a necessidade de gua, comida

    e sexo, denominou como sendo o instinto de vida. Para ele, a forma de energia

    psquica manifestada pelos instintos de vida que empurram a pessoa para

    comportamentos e pensamentos prazerosos foi denominada libido. O investimento de

    energia psquica em um objeto ou pessoa denominou como catexia.

    H, ainda, o instinto de morte, que o impulso inconsciente na direo de

    degenerao, destruio e agresso. O impulso agressivo a compulso de destruir,

    subjugar ematar.

    O conceito original de Freud dividia a personalidade em trs nveis: consciente, pr-

    consciente e inconsciente. O consciente seria o significado normal do cotidiano,

    incluindo as sensaes e experincias das quais estamos cientes a todo o momento.

    O pr-consciente o depsito de lembranas, percepes e ideias das quais no

    estamos cientes, mas que podemos trazer para o consciente. O inconsciente o

    depsito de foras que no podemos controlar ou ver, a morada dos instintos.

    Mais tarde, revisou esse conceito e introduziu trs estruturas bsicas da

    personalidade. Denominou como ID o aspecto da personalidade aliado aos instintos,

    fonte de energia psquica, que opera de acordo com o principio do prazer; portanto, o

    ID opera para evitar a dor e maximizar o prazer. A segunda estrutura bsica

    denominou de EGO, o aspecto racional da personalidade, responsvel pela orientao

    e controle dos instintos de acordo com o princpio da realidade. A terceira estrutura

    denominou como SUPEREGO, o aspecto da moral da personalidade, a introjeo de

    valores e padres dos pais e da sociedade.

    O Ego fica no meio, pressionado por essas foras e, como resultado, surge a

    ansiedade: temor do aparente, temor sem razo. A ansiedade um sinal de que h

    um perigo, uma ameaa ao EGO que precisa ser neutralizada ou evitada.

    Freud postulou mecanismos de defesa para ajudar a aliviar a ansiedade, observou que

    raramente utilizamos um e sim vrios deles ao mesmo tempo.

    Como mecanismos de defesa, temos:

    represso: negao inconsciente da existncia de algo que causa a ansiedade;

    negao: existncia de uma ameaa externa a um evento traumtico; projeo:

    atribuio de um impulso perturbador a outra pessoa;

    racionalizao: a reinterpretao de um comportamento para torn-lo mais aceitvel

    e menos ameaador;

    deslocamento: deslocamento do impulso do ID de um objeto ameaador e

  • indisponvel para outro disponvel;

    sublimao: deslocamento do impulso do ID, transformando a energia instintiva em

    comportamento socialmente aceitvel.

    Duane (2002) diz que, para Freud, todas as crianas passam pelos estgios: oral,

    anal, flico e genital, nos quais a gratificao dos instintos do ID depende da

    estimulao das reas correspondentes ao corpo.

    Quando h uma fixao, uma permanncia em uma das fases psicossexuais do

    desenvolvimento da criana, isso pode ser devido frustrao ou satisfao

    excessiva.

    Fases de Desenvolvimento

    A fase oral vai de 0-1 ano de idade e tem como caracterstica a boca como a principal

    zona ergena, o prazer obtido pela suco, morder e engolir. Quando as pessoas

    ficam fixadas nessa fase, tendem a ser pessimistas, hostis, agressivas e

    contestadoras.

    A fase anal vai de 1-3 anos e tem como caracterstica o treinamento dos hbitos de

    higiene treino ao toilette. A fixao nessa fase leva a pessoa a ser um indivduo

    teimoso, mesquinho, rgido e compulsivamente limpo.

    A fase flica vai de 4-5 anos e sua caracterstica a fantasia incestuosa, desejo

    inconsciente do menino pela me acompanhado do anseio de substituir o pai, o

    chamado Complexo de dipo. Complexo de Electra o desejo inconsciente da menina

    pelo pai acompanhado do desejo de substituir a me. Fixao nessa fase a

    importncia da resoluo com o sexo oposto na idadeadulta.

    A fase da latncia vai dos 5 anos at a puberdade, o perodo da sublimao do

    instinto sexual, que trocado pelas atividades escolares, hobbies, esportes e no

    desenvolvimento de amizades com pessoas do mesmo sexo.

    A fase genital vai da adolescncia at a idade adulta e sua caracterstica o

    desenvolvimento da identidade do papel sexual e de relaes sociais adultas.

    Saiba mais

    Personalidade vem de persona, que se refere mscara, como utilizadas em

    carnavais ou por atores de uma pea. Portanto, quando enfrentamos o mundo exterior,

    mostramos a personalidade atravs das mscaras, aquilo que pode ser visvel aos

    outros.

  • 3.2 Teoria Analtica

    Fundada no incio do sculo XX pelo psiclogo e psiquiatra suo Carl Gustav Jung

    (1875-1961), um dos mais proeminentes discpulos de Freud. Exerceu a Psicanlise

    de 1909 a 1913, ano em que rompeu com Freud e fundou a Psicologia Analtica.

    O eixo central da Psicologia Analtica o Processo de Individuao: tendncia

    instintiva e teleolgica do ser humano, atravs de processos de autorregulao,

    desenvolvimento de suas potencialidades inatas em direo realizao da totalidade

    psquica (autodesenvolvimento, autorrealizao e autoconhecimento).

    Para Jung, a libido compreende no s a energia sexual, mas, tambm, energias

    associadas ao instinto de sobrevivncia, motivao, s relaes afetivas, desejos de

    autorrealizao, autoconhecimento e vivncias espirituais.

    A psique, segundo a teoria analtica, est estruturada em trs elementos: consciente,

    inconsciente pessoal e inconsciente coletivo.

    Consciente: sistema do aparelho psquico que mantm contato com omundo interior

    (processos psquicos, internos) e exterior (meio ambiente e social) do sujeito. Na

    conscincia, destacam-se os fenmenos de percepo intrnseca e extrnseca, senso

    de identidade, ateno, raciocnio e memria, entre outras funes cognitivas e

    emocionais. As pessoas so conscientes apenas de uma pequena parte de sua vida

    psquica. O consciente tem como centro organizador o Eu.

    Inconsciente pessoal: a camada mais superficial do inconsciente, cuja fronteira com

    o consciente bastante imprecisa. Nele, permanecem os contedos inconscientes

    derivados da vida do indivduo sua formao , portanto, a posteriori ao nascimento.

    Esses contedos so formados por percepes subliminares e combinaes de ideias

    com energia psquica insuficiente para irromperem na conscincia, experincias de

    vida esquecidas pela memria consciente, recordaes dolorosas de serem

    relembradas, represses sexuais, desejos reprimidos, qualidades da personalidade

    positivas e negativas desconhecidas pelo Eu e, principalmente, grupos de

    representaes carregados de forte carga emocional e incompatveis com a atitude

    consciente (complexos, cujas bases so os arqutipos localizados no Inconsciente

    coletivo).

    Geralmente esses contedos no possuem energia psquica suficiente para

    permanecerem no campo da conscincia, entretanto, podem adquirir a energia

    necessria para emergir na conscincia na forma de lembranas, sonhos, fantasias,

    devaneios e comportamentos.

    Quando irrompem na conscincia, podem possuir um significativo grau de autonomia,

    chegando at a tomar sua posse temporria.

    Inconsciente coletivo: a camada mais profunda do inconsciente, a base da psique.

    constitudo por arqutipos (ncleos instintivos passados de forma psicobiolgica de

  • gerao a gerao, trazendo padres de comportamento herdados desde o

    surgimento da humanidade e mesmo antes dela, no perodo em que o homem ainda

    era animal a gnese do Inconsciente coletivo , portanto, a priori ao nascimento).

    Os arqutipos constituem a base dos complexos situados no inconsciente pessoal,

    so inmeros, incontveis; entretanto, Jung identificou alguns que esto em

    permanente contato com o Eu. So eles: a persona, a sombra, a anima, o animus e o

    self.

    O self tambm denominado si mesmo o centro organizador no s do

    inconsciente (pessoal e coletivo), mas, tambm, de toda a psique. do self que surge

    a conscincia e o Eu.

    O termo persona origina-se do teatro grego antigo e significa mscara. Arqutipo

    associado ao comportamento de contato com o mundo exterior, necessrio

    adaptao do indivduo s exigncias do meio social onde vive. A persona

    corresponde a uma significativa parcela do comportamento do sujeito enquanto

    personagem coletiva.

    A alma, em oposio persona, corresponde ao comportamento do sujeito enquanto

    personagem individual, sua real personalidade. Uma pessoa pode ter um determinado

    comportamento em sociedade (persona) e outro, completamente oposto, em casa

    (alma).

    Convm esclarecer que nem todo comportamento social manifestao da persona,

    tambm pode ser uma expresso da alma. A persona possui dois aspectos: positivo e

    negativo.

    O aspecto positivo est associado adaptao do sujeito ao seu meio social. O

    aspecto negativo surge quando o Eu se identifica com a persona, fazendo com que a

    pessoa se distancie edesconhea sua real personalidade, a alma. Muitas vezes

    difcil para um observador externo identificar numa pessoa o que sua persona e o

    que sua alma.

    Ao se manifestar, geralmente de modo inconsciente sem que o Eu no tenha

    conscincia de sua existncia , a persona revela seu significativo grau de autonomia

    na psique. Quando tornada consciente assimilada pelo Eu , a persona traz

    benefcios ao autoconhecimento e melhoria das relaes interpessoais.

    A persona possui dois aspectos: positivo e negativo. O aspecto positivo est

    associado s virtudes que o indivduo desconhece existir em si mesmo. O aspecto

    negativo est associado aos defeitos de carter que o indivduo desconhece existir em

    si mesmo.

    A anima corresponde ao princpio feminino presente na psique do homem. Arqutipo

    associado personificao da natureza feminina no inconsciente masculino.

    Manifesta-se no comportamento masculino atravs de expresses emocionais.

    Projeta-se em figuras femininas: me, irm, namorada, esposa, amante, mulher

    desejada, mulheres admiradas (nos sentidos erticos, heroicos, intelectuais e

    espirituais).

  • A anima condensa todas as experincias que o homem vivenciou no seu encontro

    com a mulher durante milnios e a partir desse imenso material inconsciente que

    modelada a imagem de mulher que o homem procura.

    O animus condensa todas as experincias que a mulher vivenciou no seu encontro

    com o homem durante milnios e a partir desse imenso material inconsciente que

    modelada a imagem de homem que a mulher procura.

    Quando tornado consciente assimilada pelo Eu , o animus traz benefcios ao

    autoconhecimento e melhoria das relaesinterpessoais.

    3.3 Teoria Humanista da Personalidade de Carl Rogers

    Carl Rogers nasceu em 1902, subrbio de Chicago. Estudou psicologia e lecionou

    durante alguns anos, especializando-se na terapia centrada no cliente na parte clnica.

    Acreditava que as pessoas so motivadas por uma tendncia inata de realizar-se,

    manter e aprimorar o self. medida que os bebs desenvolvem uma parte de suas

    experincias, tornam-se diferenciadas das demais. O eu, mim, me o self. a

    imagem do que somos, do que deveramos ser e do gostaramos de ser.

    Na terapia centrada na pessoa, o terapeuta oferece considerao incondicional ao

    cliente, que seria a aprovao concedida independente do comportamento da pessoa.

    As pessoas de pleno funcionamento experimentam um senso de liberdade e possuem

    a capacidade de viver rica e criativamente a todo o momento. O cliente na terapia

    rogeriana o responsvel pela mudana de sua personalidade. O nico modo de

    avaliar em termos das experincias subjetivas, os eventos na vida da pessoa

    conforme ela os percebe e aceita como reais.

    3.4 Teoria da Personalidade

    Erik Erikson ampliou e aprimorou a teoria de Freud, dando personalidade uma viso

    continua, onde o EGO parte independente da personalidade, no sendo dependente

    nem submissa ao ID. Segundo ele, as foras culturais e histricas tm um impacto

    muito grande, o desenvolvimento humano regido por sequncia de etapas que

    dependem de fatores genticos e/ou hereditrios.

    Na sua teoria, os estgios psicossexuais do desenvolvimento esto divididos em oito,

    sendo:

  • Confiana x Desconfiana (at um ano de idade): durante o primeiro ano de vida

    dacriana, esta dependente das pessoas, para cuidar dela quanto alimentao,

    higiene, locomoo, aprendizado de palavras e seus significados, bem como dar

    estmulos para perceber que existe um mundo ao seu redor. Assim, o amadurecimento

    ocorrer de forma equilibrada, transmitindo criana segurana, afeto, confiana nas

    pessoas e no mundo que a cerca;

    Autonomia x Vergonha e Dvida (segundo e terceiro ano): nesse perodo, a criana

    passa a ter controle de suas necessidades fisiolgicas, responder por sua higiene

    pessoal, o que lhe d autonomia, confiana e liberdade para tentar outras coisas sem

    medo de errar. Porm, se essa criticada, ridicularizada, pode desenvolver vergonha,

    dvida quanto sua capacidade de ser autnoma; o que pode provocar dependncia,

    que seria voltar ao estgio anterior;

    Iniciativa x Culpa (quarto e quinto ano): nesse perodo, a criana passa a perceber as

    diferenas sexuais, os papis que so desempenhados por mulheres e homens na

    sua cultura o que Freud chama de conflito edipiano. Se a sua curiosidade sexual e

    intelectual, natural, for reprimida e castigada, poder desenvolver sentimento de culpa

    e diminuir sua iniciativa de explorar novas situaes ou de buscar novos

    conhecimentos;

    Construtividade x Inferioridade (dos 6 aos 11 anos): o perodo onde a criana

    alfabetizada, aumentando o convvio com outras pessoas, que no so seus

    familiares, possibilitando uma maior sociabilizao, trabalho em conjunto,

    cooperatividade e o desenvolvimento de outras habilidades. Se surgirem dificuldades,

    o prprio grupo ir criticar, podendo vivenciar a inferioridade em vez da

    construtividade;

    Identidade x Confuso de Papis(dos 12 aos 18 anos): aqui, o indivduo experimenta

    diferentes desafios, com suas prprias atitudes, com seus amigos, com pessoas do

    sexo oposto e, at mesmo, a busca de uma carreira, da profisso. Quando encontra

    apoio nas pessoas sua volta, pode desenvolver o sentimento de identidade pessoal,

    caso contrrio, pode se tornar uma pessoa desorganizada, sem respostas para suas

    questes ou perdendo a referncia;

    Intimidade x Isolamento (jovem adulto): nessa fase, alm de profissional, o indivduo

    tambm algo em torno da construo de relaes profundas e duradouras, podendo

    vivenciar momentos de grande intimidade e entrega afetiva. Quando ocorre uma

    decepo, a tendncia o isolamento temporrio ou duradouro;

    Produtividade x Estagnao (meia-idade): as pessoas nessa fase podem se dedicar

    sociedade e realizar valiosas contribuies, sem grande preocupao com o conforto

    fsico e material;

    Integridade x Desesperana (velhice): quando o indivduo aceita o envelhecimento,

    ocorre um sentimento de produtividade e valorizao do que foi vivido, sem

    arrependimentos e lamentaes sobre oportunidades perdidas ou erros cometidos,

    haver integridade e ganhos para passar por essa fase; mas, se isso no ocorre, pode

    desenvolver um sentimento de tempo perdido, impossibilidade de comear de novo,

  • trazendo tristeza e desesperana.

    3.5 Resumo do Captulo

    A personalidade o atributo de uma pessoa, que engloba qualidades sociais e

    emocionais, influenciando o comportamento em diferentes situaes.

    Vimos aqui a viso de Freud e seus pressupostos bsicos: id, ego, superego; e outro

    postulado, que fala do consciente, inconsciente esubconsciente. Demonstrou tambm

    que a personalidade se desenvolve atravs de fases do desenvolvimento da criana.

    Jung, discpulo de Freud, difere em sua teoria no inconsciente coletivo como sendo

    depsito de experincias passadas os arqutipos, persona, anima, animus. Os

    arqutipos representam a unidade, harmonia da personalidade total.

    Para Erikson, a personalidade dividida em oito fases e o desenvolvimento regido

    por foras genticas, mas o ambiente ajuda a determinar se sero ou no realizadas.

    As foras bsicas so a esperana, o amor e a vontade.

    Rogers defende a teoria de que a personalidade depende do ponto de vista do prprio

    indivduo e as suas experincias, que promovem a realizao, sero buscadas e, as

    que impedem, evitadas.

    3.6 Atividades Propostas

    Agora, vamos recapitular os pontos trabalhados fazendo alguns exerccios:

    Compare a personalidade na viso de Freud, Jung e Erick Erickson, citando as

    principais diferenas entre elas.

    Quais as influncias importantes na formao da personalidade?

    4 INTELIGNCIA

    Inteligncia a funo psicolgica responsvel pela capacidade que temos de

    compreender o significado das coisas, de conceituar. No processo de conhecimento,

    temos, de um lado, o objeto a ser conhecido, externo inteligncia, e, do outro, a

  • inteligncia, o instrumento mental que alcana o conceito desse mesmo objeto.

    Conceituar a inteligncia faz-la objeto e instrumento simultaneamente, ter

    conscincia do instrumento mental que nos permite conhecer o mundo e que est

    integrado prpria conscincia.

    A inteligncia tem por funo o estabelecimento de relaes entre meios efins para a

    soluo de um problema ou de uma dificuldade. Essa definio concebe, portanto, a

    inteligncia como uma atividade eminentemente prtica e a distingue de duas outras

    que tambm possuem finalidade adaptativa e relacionam meios e fins: o instinto e o

    hbito.

    Caro(a) aluno(a), quando voc contrai a pupila quando os olhos so expostos luz e a

    dilata quando entra na escurido, ou quando levado a afastar rapidamente a mo de

    uma superfcie muito quente que possa te queimar, o que isso?

    o instinto, inato. Ao contrrio do hbito, que adquirido. Observe quem adquire o

    hbito de dirigir um veculo, muda as marchas, pisa na embreagem, no acelerador ou

    no freio sem precisar pensar nessas operaes, faz automaticamente, criou hbito.

    Instinto e hbito so formas de comportamento onde a principal caracterstica ser

    especializado ou especfico. Tome como exemplo o aprender a nadar, mas esse

    hbito no o faz saber andar de bicicleta.

    A inteligncia difere do instinto e do hbito por sua flexibilidade, pela capacidade de

    encontrar novos meios para um novo fim. Ela ajuda a adaptar os meios existentes

    para uma finalidade nova, dando a possibilidade de enfrentar situaes novas,

    inventando outras solues, outras escolhas com vrios meios possveis.

    Inteligncia seria a habilidade de aprender, a partir de uma experincia, conhecimento

    para se adaptar a novas situaes.

    Binet e Simon, em 1904, criaram os primeiros testes de inteligncia, tendo como

    objetivo a verificao do progresso de crianas deficientes do ponto de vista

    intelectual. Realizaram-se, assim, programas especiais para o progresso dessas

    crianas, tornando os testesnecessrios para a avaliao quanto eficincia desses

    programas, avaliando, assim, o progresso obtido.

    Pesquisaram o quociente de inteligncia mediante uma escala que media a

    capacidade do conhecimento de crianas comparando as idades cronolgicas. Assim

    sendo, consideram o QI saudvel dentro dos parmetros 90-120, sendo que variaes

    para baixo ou para cima estariam relacionadas com defasagens/incapacidades e, por

    outro lado, genialidades/alta capacitao de expanso pessoal.

    Assim, outros psiclogos comearam a desenvolver testes para medir a inteligncia

    dos indivduos, que so chamados de testes de inteligncia.

    Vrias pesquisas tm sido elaboradas na tentativa de relacionar a inteligncia com

    variveis fsicas, sexo, cultura e caractersticas da personalidade. O que se tem

    verificado que, em geral, as meninas so superiores nos testes que requerem

    aptides lingusticas e memria verbal, isso explica a razo delas comearem a falar

    mais cedo em relao aos meninos, sendo esses superiores nos testes que medem

    aritmtica e matemtica em geral.

    Acredita-se que isso uma influncia cultural, pela estimulao dada aos meninos

  • para lidarem melhor com o dinheiro e medidas em geral. Crianas que veem de lares

    com estatutos socioeconmicos mais elevados conseguem melhores resultados nos

    testes de inteligncia.

    Assim, a inteligncia capaz de criar instrumentos, dar funo nova, sentido novo a

    coisas j existentes, para que sirvam de meios a novos fins.

    Vrias experincias foram realizadas para estudar a inteligncia com alguns animais,

    especialmente os chimpanzs, demonstrando que esses eram capazes de

    comportamentos inteligentes. A experinciarealizada pelo psiclogo Klher

    considerada clssica, foi colocar um chimpanz numa pequena sala, pondo a seu lado

    certo nmero de caixotes e prendeu-se uma banana no teto. Aps saltos instintivos

    para agarrar a banana, o chimpanz consegue empilhar os caixotes, subir neles e

    agarrar o alimento.

    Colocado um chimpanz numa pequena sala, nas mesmas circunstncias anteriores,

    mas oferecendo bambus em vez de caixotes, o chimpanz termina por encaixar os

    bambus uns nos outros, formando um instrumento para apanhar a banana.

    O fato de que o chimpanz percebe um campo perceptivo, e no objetos isolados,

    demonstrado quando, no lugar dos bambus, so colocados arames, que o animal

    enganchar uns nos outros para colher a fruta; ou quando, no lugar dos caixotes, so

    colocadas mesinhas de tamanhos diferentes, que podem ser empilhadas pelo animal

    para agarrar a banana.

    O que voc acha que aconteceu? Depois de comer a banana, o chimpanz nada faz

    com os caixotes, os bambus, os arames ou as mesas. Ficam sua volta como objetos

    sem sentido.

    Pense em uma criana nas mesmas circunstncias, ao contrrio dos chimpanzs

    depois de conseguir o que deseja, por exemplo, pegar os pirulitos pendurados,

    examinar os objetos. Dever explorar aquilo que a cerca, se descobrir que so

    desmontveis, o que ela far? Tentar fazer com os caixotes, uma mesa, uma escada,

    com os bambus e os arames uma rede.

    Observe que essa diferena nos comportamentos do chimpanz e da criana revela

    que a ltima ultrapassa a situao imediata de fome e de uso direto dos objetos, que

    prev uma situao futura para a qual encontra uma soluo, transformando os

    objetos em instrumentos.

    A crianaantecipa uma situao, transforma os dados de uma situao presente,

    fabricando meios para certos fins que ainda esto ausentes. Pode se lembrar da

    situao passada, organizar outra a partir dos dados lembrados, esperados e

    percebidos e com grande habilidade pode imaginar uma situao nova e responde a

    ela, mesmo que ainda esteja ausente.

    Como voc vem notando, a criana se relaciona com o tempo, transforma seu espao,

    representa seu mundo e atua praticamente sobre ele. No somos dotados apenas de

    inteligncia prtica ou instrumental, mas tambm de inteligncia terica e abstrata.

    O exerccio da inteligncia como pensamento inseparvel da linguagem, pois a

    linguagem nos permite estabelecer relaes, conceb-las e compreend-las.

    A linguagem articula percepes e memrias, percepes e imaginaes, oferecendo

  • ao pensamento um fluxo temporal que conserva e interliga as ideias.

    O psiclogo Piaget mostrou como a aquisio da linguagem e do pensamento

    caminham juntas quando estuda a gnese da inteligncia nas crianas. Imagine uma

    criana de quatro anos, ela ainda no capaz de pensar relaes reversveis ou

    recprocas porque no domina a linguagem desse tipo de relaes.

    Dicionrio

    A inteligncia humana pode ser definida como a capacidade para enfrentar ou colocar

    diante de si problemas prticos e tericos, para os quais encontra, elabora ou concebe

    solues, seja pela criao de instrumentos prticos, seja pela criao de ideias e

    conceitos.

    O conhecimento inteligente apreende o sentido das palavras, interpreta-o, inventa

    novos sentidos para palavras antigas, cria novas palavras para novos sentidos. O

    movimento de conhecer , pois, um movimentocujo corpo a linguagem. Graas a

    ela, compartilhamos com outros os nossos conhecimentos e recebemos de outros os

    conhecimentos.

    4.1 Resumo do Captulo

    Neste captulo, vimos que a inteligncia ajuda o indivduo a alterar o seu

    comportamento em funo das exigncias de cada situao, na maneira de conhecer

    e enfrentar novos desafios. Pode ser a capacidade de aprender coisas novas.

    Que esta pode ser mensurada atravs de testes e, quando h estimulao, o indivduo

    tende a desenvolver mais a sua inteligncia.

    Observa-se uma relao entre hereditariedade e meio social, e que esses tambm

    influenciam na inteligncia. Variveis, como sexo, classe econmica e social, tambm

    podem contribuir com o desenvolvimento.

    4.2 Atividades Propostas

    Agora que terminamos este captulo, vamos verificar se voc fixou bem o contedo.

    Responda s perguntas a seguir:

  • 1. O que inteligncia e qual a sua funo?

    2. Como podemos avaliar a inteligncia?

    5 LINGUAGEM

    A linguagem constituda por sons bsicos, chamados de fonemas, unidades

    elementares, semntica (significado) e sintaxe (regras para ordenar as palavras), que

    formam a gramtica.

    Os primeiros estudos sobre a aquisio da linguagem estavam baseados em uma

    viso terica behaviorista (Skinner), que assumia que a aprendizagem de uma lngua

    se dava pela exposio ao meio e em decorrncia da imitao e do reforo. O ponto

    de vista terico behaviorista defendia que o ser humano aprende por condicionamento,

    assim como qualquer outro animal.

    A partir do final da dcada de 1950, os estudos de Noam Chomsky impulsionam os

    trabalhos em aquisio dalinguagem, com base na posio assumida de que a

    linguagem inata.

    Para o pesquisador Skinner, a linguagem uma dotao gentica do ser humano que

    se d pelos princpios familiares da imitao e reforo.

    Ateno

    Os elementos constitutivos da linguagem so: gestos, sinais, sons, smbolos ou

    palavras, usados para representar conceitos, ideias, significados e pensamentos.

    Embora os animais tambm se comuniquem, a linguagem verbal pertence apenas ao

    homem.

    H um dispositivo inato de aquisio que permite que a criana, exposta ao meio,

    construa hipteses sobre a lngua, escolhendo os parmetros que devero ser

    marcados ou fixados, gerando a gramtica de sua lngua nativa.

    A criana nasce pr-programada para adquirir a linguagem e capaz de, a partir da

    exposio fala, construir suas hipteses sobre a lngua em que est imersa.

    A viso cognitivista construtivista (Piaget) entende a aquisio da linguagem como

    dependente do desenvolvimento da inteligncia da criana. Sob esse ponto de vista, a

    linguagem surge quando a criana desenvolve a funo simblica. necessria a

    mediao de outro elemento, pessoa, para que a criana faa a interao com o

    mundo.

    A viso interacionista social (Vygotsky) considera os fatores sociais, comunicativos e

  • culturais para a aquisio da linguagem, estudando as caractersticas da fala dos

    adultos. Segundo esse ponto de vista terico, a interao social e a troca comunicativa

    so pr-requisitos bsicos para a aquisio da linguagem.

    Nessa perspectiva, a linguagem a atividade constitutiva do conhecimento de mundo

    e a criana se constri como sujeito.

    A trajetria do desenvolvimento dalinguagem parece ser universal e contnua,

    passando pelos seguintes estgios:

    balbucio produo de sons: vogais (3-4 meses); consoantes e vogais (em torno dos

    6 meses);

    primeiras palavras entre os 10 e 12 meses;

    enunciados de uma palavra em torno dos 12 meses;

    crescimento vocabular grande entre os 16 e 20 meses;

    fase telegrfica primeiras combinaes de palavras, entre os 18 e 20 meses;

    exploso vocabular entre os 24 e 30 meses;

    domnio das estruturas sintticas e morfolgicas entre os 3 anos e 3 anos e meio.

    Embora estudos (hiptese da relatividade lingustica) sugiram que a linguagem

    determina o pensamento, mais prudente dizer que a linguagem influencia o

    pensamento e que um depende do outro.

    As palavras e o modo como so combinadas servem para facilitar e expressar os

    pensamentos do indivduo.

    5.1 Resumo do Captulo

    A linguagem nada mais do que as palavras escritas, gesticuladas e a maneira como

    pensado e comunicado.

    Essa vista em duas vises, cognitivista construtivista e a viso interacionista social.

    A primeira entende a aquisio da linguagem como dependente do desenvolvimento

    da inteligncia da criana e a segunda defende que a interao social e a troca

    comunicativa so pr-requisitos bsicos para a aquisio da linguagem.

    5.2 Atividades Propostas

  • Agora, finalizando este captulo, responda s questes abaixo para verificar o seu

    aprendizado.

    1. Como formada a linguagem?

    2. Fale sobre as diferentes vises sobre a linguagem.

    6 EMOES

    Pode ser conceituada como qualquer agitao e transtorno damente, do sentimento,

    da paixo. Robbins conceitua emoo como sendo um sentimento intenso direcionado

    a algum ou a alguma coisa.

    difcil de conceituar emoo, sentimento e humor, pois eles se fundem entre si.

    Sentimento seria a grande variedade de sensaes que as pessoas experimentam; e

    humor so sentimentos que costumam ser intensos, mas no possuem um estmulo

    contextual.

    Veja s, demonstramos nossas emoes quando estamos felizes com alguma coisa,

    com raiva de alguma situao ou de algum, com medo de algo ou de algum.

    Por vezes, temos de demonstrar emoes as quais no sentimos, que chamamos

    esforo emocional, quando temos que ser corteses, gentis e atenciosos com os

    clientes, fingindo uma emoo que no estamos sentindo naquele momento.

    Voc sabia que as emoes podem ser classificadas? Isso mesmo, pode-se classificar

    as emoes em genuna e demonstrada, positiva e negativa. As genunas podem ser

    definidas como aquelas quando no conseguimos controlar nossos sentimentos,

    aquilo que mexe com a gente como um todo, algo que brota do nosso interior; como,

    por exemplo, quando sentimos a dor na perda de um ente querido, quando sentimos

    alegria com o nascimento de uma criana, como indescritvel ver o dom da vida, nos

    emocionamos. A emoo demonstrada aquela que no inata e sim aprendida,

    desenvolvida por algum motivo, por exemplo, quando seu time de futebol ganha,

    quando um amigo promovido no trabalho, mostramos um sentimento de felicidade,

    de realizao que aprendemos a demonstrar.

    Ateno

    Apesar das emoes serem universais, elas dependem da cultura de cada pas, assim

    temos que ficar atentos cultura local, mesmo dentro do mesmopas. Empresas e

    organizaes multinacionais costumam fazer um perodo de adaptao antes da

  • transferncia de um funcionrio, para que no haja choque cultural.

    Por exemplo, em algumas culturas, no existe traduo para saudade, ansiedade,

    depresso ou culpa. Os taitianos no tm uma palavra para tristeza e atribuem esse

    estado a uma doena fsica. Em outros pases, demonstrar simpatia pode ser

    interpretado como vulgar, sem educao.

    Caro(a) aluno(a), quantas emoes existem? Como so expressas? Isso mesmo,

    vrias so as emoes humanas e mostramos na maneira como experimentamos a

    raiva, o medo e a felicidade. O medo uma emoo adaptativa, mas pode ser

    traumtica. Embora pareamos biologicamente predispostos a adquirir medos.

    Saiba mais

    A raiva despertada com mais frequncia por eventos que no apenas so frustrantes

    ou insultuosos, mas interpretados como intencionais, injustificados e evitveis.

    A felicidade melhora a percepo do mundo e das pessoas e sua disposio ajuda a

    compreender outras pessoas. Algumas pessoas so mais felizes que outras, pela

    maneira diferenciada de ver o mundo, por serem pessoas otimistas, extrovertidas.

    Pode-se dizer que as emoes so reveladas pelo corpo, tom de voz, afeies faciais

    e pelo comportamento, sendo que muitas das emoes so as interpretaes

    cognitivas de cada indivduo, conforme a cultura e sociedade.

    Portanto, existe uma variedade muito grande de emoes (raiva, medo, alegria,

    tristeza, esperana, amor, dio etc.), cada pessoa responde diferentemente a

    estmulos emocionais iguais, isto , cada pessoa interpreta e vivencia as emoes

    conforme a sua personalidade.

    A frequncia ea durao das emoes tambm dependem das interpretaes das

    pessoas, por exemplo, para falar em pblico, ser gentil tm que ser mais trabalhados,

    desenvolvidos por pessoas que so mais introvertidas do que as extrovertidas, as

    mulheres expressam mais as suas emoes do que os homens, com sorrisos, gestos,

    tendo mais facilidade nas aprovaes sociais.

    Pense como as emoes podem ser expressas no ambiente de trabalho? O quadro a

    seguir nos d essa posio.

  • Quadro 1 Teoria dos eventos afetivos.

    [pic]

    Fonte: Robbins (2005).

    6.1 Resumo do Captulo

    Resumindo este captulo, podemos dizer que as emoes so sentimentos intensos

    que expressamos a algum ou a alguma coisa. As emoes podem ser variadas em

    intensidade, durao e frequncia, podendo ser positivas e negativas, genunas ou

    demonstradas.

    As emoes no podem ser separadas no ambiente de trabalho, porque essas fazem

    parte das pessoas, da natureza humana. Elas so expressas de maneiras diferentes

    no ambiente organizacional, ajudando a melhorar o desempenho das pessoas, isto ,

    quanto mais a pessoa tem um trabalho complexo, uma tarefa difcil a ser

    desempenhada, menor ser o nvel emocional permitido para que no atrapalhe seu

    desempenho final.

    6.2 Atividades Propostas

    Caro(a) aluno(a), agora que finalizamos este captulo, faa os exerccios propostos a

    fim de verificar o seu aprendizado.

    1. Defina e classifique as emoes.

    2. Cite exemplos de situaes onde as emoes podem trazer uma melhoria de

    desempenho no trabalho.

    7 COMUNICAO

    Querido(a) aluno(a),

  • Neste captulo, veremos a importncia dacomunicao e como suas falhas geram

    conflitos, e como esses podem ser resolvidos ou amenizados.

    Para que o significado seja transferido, preciso que um emissor transmita uma

    mensagem e um receptor compreenda a mensagem.

    A comunicao no se limita meramente fala e pode assumir diversas formas, como,

    por exemplo, memorandos, e-mails, boletins, apresentaes visuais ou smbolos e

    mensagens no verbais.

    Ela pode ser de dois tipos: interpessoal e organizacional.

    A comunicao interpessoal ocorre entre duas pessoas, seja face a face ou em

    contextos de grupos nos quais as partes so tratadas como indivduos e no como

    objetos. Esse tipo de comunicao diferente da comunicao organizacional, que

    abrange a comunicao entre vrios indivduos ou grupos.

    Veja, a seguir, como acontece o processo de comunicao:

    a fonte de comunicao o emissor, quem fala;

    a codificao um pensamento ou mensagem em uma forma simblica;

    a mensagem o produto fsico concreto da codificao da fonte;

    o canal o meio pelo qual a mensagem viaja;

    a decodificao a traduo em uma forma que o receptor possa entender;

    o receptor a quem a mensagem dirigida;

    o feedback a indicao que a mensagem foi recebida.

    Ao contrrio do que certas pessoas pensam, nem todos os problemas nas

    organizaes so causados por comunicao deficiente; s vezes, as distores na

    comunicao so propositadas e at funcionais.

    As comunicaes no verbais podem ser mais influentes do que a variedade verbal;

    homens e mulheres geralmente conversam por razes diferentes e criam dificuldades

    decomunicao entre os sexos e a comunicao intercultural um dos maiores

    desafios no ambiente atual de globalizao.

    A comunicao uma fonte conveniente de culpa em relacionamentos e

    organizaes. Muitas pessoas atribuem tudo o que acontece a um problema de

    comunicao, porque muito doloroso enfrentar o problema real a incompetncia.

    Saiba mais

    Problemas de comunicao so, na verdade, diferenas de valor. claro que a m

    comunicao pode trazer o desastre para os negcios. Mas, o que atribudo a

    problemas de comunicao pode, na verdade, ser provocado por alguma outra coisa:

    as aes do indivduo.

  • Por vezes, interessa a uma ou a ambas as partes envolvidas em uma comunicao

    evitar a clareza. Esse procedimento pode ajudar uma pessoa nos seguintes sentidos:

    minimizar os questionamentos;

    agilizar a tomada de decises;

    reduzir as objees;

    negar aquilo que se declarou anteriormente;

    mudar de opinies;

    preservar a atmosfera;

    ocultar inseguranas;

    dizer vrias coisas ao mesmo tempo;

    dizer no diplomaticamente;

    evitar o confronto e a ansiedade.

    Embora o telefone, o voice mail, o e-mail, as conferncias eletrnicas, fax e

    comunicadores pessoais tenham reduzido a importncia da comunicao no verbal, a

    maioria das comunicaes interpessoais nas organizaes ainda acontece face a face.

    As aes falam mais alto do que as palavras.

    Quando as insinuaes no verbais de um gerente so condizentes com a mensagem

    verbal, elas reforam a mensagem. Mas, quando so incompatveis, podem gerar

    confuso para o receptor.

    Oque voc acha, homens e mulheres possuem estilos de conversao diferentes?

    Essas diferenas podem gerar barreiras de comunicao? Isso vai depender do

    contexto, da abordagem utilizada.

    Para alguns homens, as conversas so basicamente um meio para preservar a

    independncia e manter status hierrquico. Enquanto, para muitas mulheres, as

    conversas so negociaes de proximidade nas quais tentam obter e dar confirmao

    e apoio.

    7.1 Comunicao Intercultural

    Quatro fatores interculturais podem bloquear a comunicao:

    existem barreiras provocadas pela semntica. As palavras significam coisas

    diferentes para pessoas diferentes, particularmente para pessoas de culturas

  • nacionais diferentes;

    as conotaes das palavras podem gerar barreiras. Simplesmente as palavras

    insinuam coisas diferentes em lnguas diferentes;

    as barreiras podem ser criadas por diferenas de tom. Em certas culturas, a

    linguagem formal; em outras, informal;

    as diferenas entre percepes podem erigir barreiras porque as pessoas que falam

    lnguas diferentes veem, de fato, o mundo de maneiras diferentes.

    Ateno

    Devemos ter cuidado com a comunicao.

    No utilizar letras maisculas em toda a mensagem.

    Podemos expressar nosso estado de esprito atravs de emoticons:

    :) = sorriso; :-e = desapontado; :( = choro.

    7.2 Comunicao Eficaz

    Desconsiderando as habilidades de audio, muitas pessoas confundem escutar com

    ouvir. Escutar apenas captar vibraes sonoras. Ouvir compreender aquilo que

    escutamos. A audio ativa exige que se entenda a comunicao a partir do ponto de

    vista do emissor.