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SUMÁRIOINTRODUÇÃO 61 PSICOLOGIA: CONCEITO E HISTÓRIA 81.1 Histórico 81.2 Primeiras Escolas em Psicologia Científica 101.3 Principais Escolas na Psicologia do Século XX 121.4 Psicologia Científica x Senso Comum 171.5 Resumo do Capítulo 201.6 Atividades Propostas 202 ATRIBUIÇÕES E ÁREAS DE ATUAÇÃO DOS PSICÓLOGOS 212.1 Resumo do Capítulo 252.2 Atividades Propostas 253 TEORIAS DA PERSONALIDADE 273.1 Teoria Psicanalítica 273.2 Teoria Analítica 303.3 Teoria Humanista da Personalidade de Carl Rogers 333.4 Teoria da Personalidade 333.5 Resumo do Capítulo 353.6 Atividades Propostas 354 INTELIGÊNCIA 374.1 Resumo do Capítulo 404.2 Atividades Propostas 405 LINGUAGEM 415.1 Resumo do Capítulo 425.2 Atividades Propostas 436 EMOÇÕES 446.1 Resumo do Capítulo 466.2 Atividades Propostas 467 COMUNICAÇÃO 477.1 Comunicação Intercultural 497.2 Comunicação Eficaz 497.3 Capacidade de dar e receber Feedback ..........................................................................507.4 Resumo do Capítulo 527.5 Atividades Propostas 538 O INDIVÍDUO E A ORGANIZAÇÃO 548.1 Fundamentos do Comportamento Individual 558.2 Atividades, Valores, Percepção e Aprendizagem 568.3 Resumo do Capítulo 598.4 Atividades Propostas 599 TEORIA DA MOTIVAÇÃO 609.1 Teoria das Hierarquias das Necessidades de Maslow 619.2 Teoria dos Dois Fatores (Herzberg) 629.3Teoria ERG (Clayton Alderfer) 629.4 Teoria da Equidade 639.5 Resumo do Capítulo 639.6 Atividade Proposta 6410 COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL 6610.1 Diferenças entre Grupos e Equipes 6610.2 O Grupo e sua Estrutura 6710.3 Resumo do Capítulo 7110.4 Atividades Propostas 7111 MUDANÇA ORGANIZACIONAL 7210.1 Resumo do Capítulo 7411.2 Atividades Propostas 7412 LIDERANÇA 7612.1 Características e Estilo do Líder 7612.2 Líderes no Século XX 7812.3 Confiança 8012.4 Resumo do Capítulo 8312.5 Atividades Propostas 8313 CULTURA ORGANIZACIONAL.........................................................................................8413.1 CLIMA ORGANIZACIONAL..................................................................................................8613.2 Resumo do Capítulo 8813.3 Atividades Propostas 8914 CONSIDERAÇÕES FINAIS 90RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS 91REFERÊNCIAS 99
Citation preview
Apostila de pscicologia organizacional
By mareoliver | Studymode.com
Regina Mara Malpighi Santos
Psicologia e Comportamento Organizacional
Reviso e Adaptao: Mrcia Regina jul/12
SUMRIO
INTRODUO 6
1 PSICOLOGIA: CONCEITO E HISTRIA 8
1.1 Histrico 8
1.2 Primeiras Escolas em Psicologia Cientfica 10
1.3 Principais Escolas na Psicologia do Sculo XX 12
1.4 Psicologia Cientfica x Senso Comum 17
1.5 Resumo do Captulo 20
1.6 Atividades Propostas 20
2 ATRIBUIES E REAS DE ATUAO DOS PSICLOGOS 21
2.1 Resumo do Captulo 25
2.2 Atividades Propostas 25
3 TEORIAS DA PERSONALIDADE 27
3.1 Teoria Psicanaltica 27
3.2 Teoria Analtica 30
3.3 Teoria Humanista da Personalidade de Carl Rogers 33
3.4 Teoria da Personalidade 33
3.5 Resumo do Captulo 35
3.6 Atividades Propostas 35
4 INTELIGNCIA 37
4.1 Resumo do Captulo 40
4.2 Atividades Propostas 40
5 LINGUAGEM 41
5.1 Resumo do Captulo 42
5.2 Atividades Propostas 43
6 EMOES 44
6.1 Resumo do Captulo 46
6.2 Atividades Propostas 46
7 COMUNICAO 47
7.1 Comunicao Intercultural 49
7.2 Comunicao Eficaz 49
7.3 Capacidade de dar e receber Feedback
..........................................................................50
7.4 Resumo do Captulo 52
7.5 Atividades Propostas 53
8 O INDIVDUO E A ORGANIZAO 54
8.1 Fundamentos do Comportamento Individual 55
8.2 Atividades, Valores, Percepo e Aprendizagem 56
8.3 Resumo do Captulo 59
8.4 Atividades Propostas 59
9 TEORIA DA MOTIVAO 60
9.1 Teoria das Hierarquias das Necessidades de Maslow 61
9.2 Teoria dos Dois Fatores (Herzberg) 62
9.3Teoria ERG (Clayton Alderfer) 62
9.4 Teoria da Equidade 63
9.5 Resumo do Captulo 63
9.6 Atividade Proposta 64
10 COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL 66
10.1 Diferenas entre Grupos e Equipes 66
10.2 O Grupo e sua Estrutura 67
10.3 Resumo do Captulo 71
10.4 Atividades Propostas 71
11 MUDANA ORGANIZACIONAL 72
10.1 Resumo do Captulo 74
11.2 Atividades Propostas 74
12 LIDERANA 76
12.1 Caractersticas e Estilo do Lder 76
12.2 Lderes no Sculo XX 78
12.3 Confiana 80
12.4 Resumo do Captulo 83
12.5 Atividades Propostas 83
13 CULTURA
ORGANIZACIONAL.........................................................................................84
13.1 CLIMA
ORGANIZACIONAL..................................................................................................86
13.2 Resumo do Captulo 88
13.3 Atividades Propostas 89
14 CONSIDERAES FINAIS 90
RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS 91
REFERNCIAS 99
APRESENTAO
com satisfao que a Unisa Digital oferece a voc, aluno(a), esta apostila de
Psicologia e Comportamento Organizacional, parte integrante de um conjunto de
materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinmico e autnomo que a educao a
distncia exige. O principal objetivo desta apostila propiciar aos(s) alunos(as) uma
apresentao do contedo bsico da disciplina.
A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de
recursos multidisciplinares, como chats, fruns, aulas web, material de apoio e e-mail.
Para enriquecer o seu aprendizado, voc ainda pode contar com a BibliotecaVirtual:
www.unisa.br, a Biblioteca Central da Unisa, juntamente s bibliotecas setoriais, que
fornecem acervo digital e impresso, bem como acesso a redes de informao e
documentao.
Nesse contexto, os recursos disponveis e necessrios para apoi-lo(a) no seu estudo
so o suplemento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e
prazeroso, concorrendo para uma formao completa, na qual o contedo aprendido
influencia sua vida profissional e pessoal.
A Unisa Digital assim para voc: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!
Unisa Digital
INTRODUO
Caro(a) aluno(a),
O objetivo geral do curso oferecer subsdios para levar o(a) aluno(a) a ter uma noo
sinttica da histria da Psicologia e suas correntes, procurando relacion-la a
atuaes profissionais, a fim de despertar interesse por seu autoconhecimento e
percepo dos outros. Estimular a crtica do ser humano dentro das organizaes e
aplicao da teoria, desenvolvendo a dinmica do ser humano e sua inter-relao em
seu ambiente de trabalho.
Esta apostila e a disciplina, como um todo, busca levar o(a) aluno(a) a refletir sobre
habilidades e atitudes para compreender a importncia do fator humano nas
organizaes. Conhecer conceitos, como personalidade, inteligncia, linguagem,
processos de influncias, estados emocionais, diferenas individuais, relacionamentos
e comunicao interpessoal. Conhecer as abordagens psicolgicas e como essas
podem atuar nas organizaes.
Dentro dessa perspectiva, o contedo est organizado a apresentar o histrico da
Psicologia, suas principais influncias e as escolas quecontriburam para que essa se
tornasse uma cincia.
Apresentaremos as atribuies e reas de atuao dos psiclogos. Assim como as
teorias da personalidade sobre diferentes vises: a psicanaltica, a analtica e a
humanista.
Abordaremos, tambm, conceitos e desenvolvimentos da inteligncia, da linguagem e
das emoes. Veremos como a comunicao pode ser maximizada tanto na forma
intercultural quanto torn-la eficaz, minimizando os conflitos.
Analisaremos o indivduo e a organizao atravs dos fundamentos de
comportamento individual, atitudes, valores, percepo e aprendizagem. Veremos as
teorias motivacionais de Maslow, Herzberg, Alderfer e da equidade.
No comportamento organizacional estudaremos as diferenas entre grupos, equipes e
suas estruturas. Apresentaremos, tambm, como as mudanas organizacionais devem
ser planejadas e organizadas, de modo a minimizar os impactos sobre os indivduos.
Por fim, apresentaremos as caractersticas e estilos de lder, liderana no sculo XX,
como desenvolver a confiana, uso do poder e quais so os tipos utilizados nas
organizaes e nas diferentes culturas organizacionais.
Assim, procuramos trazer uma melhor compreenso da Psicologia, dos seus
conceitos, das teorias e das diferentes vises de como o ser humano pode contribuir
na sociedade, no trabalho, quando procura entender a si mesmo e ao outro e
tentamos desmistificar conceitos errneos dessa cincia.
Hoje, o ser humano visto como o grande potencial das organizaes, com
qualidades intelectuais e como a ferramenta indispensvel para o crescimento como
um todo, porm isso s poder ser alcanado quando o prprio indivduoreconhecer,
respeitar e ouvir como um ser que contribui com as suas habilidades, competncias de
forma a atender s suas necessidades e satisfaes quando procura se adequar aos
valores pessoais e organizacionais.
Ser um prazer estarmos juntos nesse mdulo, espero contribuir com o
desenvolvimento dos seus conhecimentos, colocando-me sua disposio para
eventuais dvidas.
Grande abrao,
Profa. Regina
1 PSICOLOGIA: CONCEITO E HISTRIA
Querido(a) aluno(a),
Voc sabe o que Psicologia? Etimologicamente falando, formada por duas
palavras gregas: Psich, que significa alma, esprito; e Logos, que estudo, discurso.
Assim, pode-se dizer que Psicologia o estudo da alma.
Atualmente, a Psicologia conhecida como a cincia que estuda o comportamento e
os processos mentais. Pode-se entender por comportamento tudo aquilo que um
organismo faz e que pode ser observado, e processos mentais so as experincias, as
sensaes, percepes, pensamentos, sentimentos que vivenciamos e expressamos
atravs do comportamento.
Vrias cincias estudam o homem, como a Antropologia, Economia, Sociologia, dando
diferentes vises. Para Bock (2005), o objeto de estudo da Psicologia vai depender da
rea de cada um, se perguntarmos a um psiclogo comportamental qual o seu objeto
de estudo, ele dir que o estudo do comportamento. Se perguntarmos a um
Psiclogo psicanalista, ele dir que o estudo do inconsciente.
Portanto, a diversidade de objetos de estudo devido ao pouco tempo de existncia
da Psicologia como cincia e porque os fenmenos psicolgicos so diversos,
acarretando a construo de vrias teoriaspara explic-los.
1.1 Histrico
Voc j deve ter ouvido falar que a histria da Psicologia tem por volta de dois
milnios e se inicia com os filsofos gregos.
Filsofos, como Plato e Aristteles, comearam a estudar o homem e sua
interioridade. A alma ou esprito era concebido como parte imaterial do ser humano e
envolvia: pensamento, sentimentos de amor e dio, irracionalidade, desejo, sensao
e percepo. Os filsofos pr-socrticos definiam a relao do homem com o mundo
atravs da percepo.
Desde essa poca j existia uma oposio entre os idealistas: o mundo existe porque
o homem o v. A ideia forma o mundo. J os materialistas consideram que o homem
v um mundo que j existe. A matria que forma o mundo depende da percepo de
cada um.
Veja os principais pontos da Filosofia que contriburam com a Psicologia:
Scrates (469-399 a.C.) preocupava- se com os limites que separam o homem dos
animais. A principal caracterstica humana era a razo, que era definida como
peculiaridade do homem ou como essncia do ser humano. A razo permite ao
homem sobrepor-se aos instintos, que so a base da irracionalidade.
Plato (427-347 a.C.), discpulo de Scrates, procurou definir um lugar para a razo no
corpo. Definiu esse lugar como sendo a cabea, onde se encontrava a alma do
homem. A medula seria a ligao da alma e do corpo. Ele entendia a alma como
separada do corpo, com a morte, o corpo a matria desaparecia e a alma ficava
livre para ocupar outro corpo.
Aristteles (384-322 a.C.), importante pensador da histria da filosofia, inovou quando
postulou que o corpo e a alma no poderiam ser dissociados. A psych seria
oprincpio ativo da vida. Tudo que cresce, reproduz e se alimenta possui a sua psych.
Segundo ele, a diviso dos vegetais, animais e homens quanto alma seria:
Vegetais: teriam uma alma vegetativa e a funo de alimentao e reproduo;
Animais: possuem uma alma vegetativa e sensitiva e teriam a funo de percepo e
movimento;
Homem: teria a alma vegetativa, sensitiva e a racional e, diferente dos demais, teria a
funo pensante.
Voc se lembra de que a Idade Mdia e o Imprio Romano foram importantes, pois
uma das principais caractersticas desse perodo foi o aparecimento e
desenvolvimento do cristianismo, que possua uma fora religiosa que passava a ser a
fora poltica dominante.
Nesse sentido, dois grandes filsofos representaram esse perodo: Santo Agostinho
(354-430) e So Toms de Aquino (1225-1274).
Santo Agostinho, inspirado em Plato, tambm fazia a separao entre alma e corpo.
A alma era a sede da razo e comprovava uma manifestao divina no homem. A
alma era imortal porque ligava o homem a Deus e tambm era a sede do pensamento.
So Toms de Aquino viveu na poca em que nascia o protestantismo, transio para
o capitalismo, da revoluo francesa e revoluo industrial na Inglaterra. A crise
econmica leva a sociedade ao questionamento dos conhecimentos produzidos pela
igreja.
Assim como Aristteles, ele tambm fez a distino entre essncia e existncia. O
homem na sua essncia busca a perfeio atravs de sua existncia. S Deus seria
capaz de reunir a essncia e a existncia igualmente.
Portanto, a busca da perfeio pelo homem seria a busca de Deus e, atravs de
argumentos racionais, procuravajustificar os dogmas da igreja, garantindo o monoplio
dela no estudo do psiquismo.
Como voc deve estar lembrado, foi na poca do Renascimento que vrios eventos
importantes ocorreram, tais como: descoberta de novas terras (Amrica), do caminho
para as ndias, rota do Pacfico, acmulo de riqueza de naes em formao (Frana,
Itlia, Espanha, Inglaterra); com isso, comea uma nova organizao econmica e
social, trazendo a valorizao do homem.
A histria nos conta que vrios avanos ocorrem, fortalecendo a construo de
conhecimentos cientficos. O filsofo Ren Descartes (1596-1659) contribui postulando
a separao entre mente e corpo, observando que o homem possui uma substncia
material e uma substncia pensante.
Gostaria que voc pensasse em uma mquina, como ela funciona? O corpo sem
esprito mquina sem motor, morto. Esse dualismo permitiu o estudo do homem,
possibilitando o avano da anatomia e da fisiologia, que contriburam em muito com a
Psicologia.
No sculo XIX, o capitalismo trouxe o processo de industrializao, no qual a cincia
deveria dar respostas e solues prticas.
1.2 Primeiras Escolas em Psicologia Cientfica
Em meados do sculo XIX, a cincia passa a ter um papel fundamental, pois leva o
homem ver a construo de novos conhecimentos que antes eram regidos por
dogmas religiosos.
Temas que antes eram estudados pelos filsofos, passam a ser estudados tambm
pela Fisiologia e Neurofisiologia, descobrindo, por exemplo, que a doena mental
poderia ter ao de diversos fatores sobre as clulas cerebrais. Na Neuroanatomia, a
atividade motora nem sempre estaria ligada conscincia. Na Psicofsica, o estudo
dafisiologia do olho e a percepo das cores acabam contribuindo com a Psicologia
Cientfica.
Vrios outros estudiosos e pesquisadores comeam a definir o objeto de estudo da
Psicologia: comportamento, vida psquica e conscincia, passando a formular mtodos
de estudos e teorias, estabelecer critrios bsicos importantes, como conhecimento
cientfico, dados que possam ser comprovados e servir de experimento para novas
pesquisas.
Voc j deve ter ouvido falar que foi na Alemanha, fim do sculo XIX, incio do sculo
XX, que Wundt, Weber e Fechner juntos, na Universidade de Leipzig, ajudaram a
Psicologia a ganhar status de cincia e se libertar da Filosofia, surgindo novas
abordagens ou influncias que vo dar origem a teorias que permanecem at hoje.
Funcionalismo William James (1842-1910): considerada a primeira escola a se
preocupar com o que fazem os homens? e por que fazem? (BOCK, 2005).
Segundo o autor, a conscincia o centro de suas preocupaes e busca a
compreenso de seu funcionamento na medida em que a usa para adaptar-se ao
meio. James buscou entender os processos mentais como atividades necessrias
para os seres vivos, dotados de emoo, ao, conhecimento e razo, procurando
explicar que a mente funciona de forma contnua, seletiva, e capacita o homem a fazer
escolhas.
Estruturalismo Edward Titchner (1867-1927) preocupou-se em conhecer a
conscincia nos aspectos estruturais sistema nervoso central , para determinar a
estrutura da mente, na tentativa de compreender os fenmenos mentais produzidos
pelos estmulos ambientais. O conhecimento era desenvolvido em laboratrio, ficando
conhecido como Pai da Psicologia Experimental.Defendeu como mtodo de estudo a
introspeco (olhar para dentro), onde sujeitos procuravam descrever as suas
sensaes atravs das caractersticas dos estmulos a que eram submetidos, sem
contar o que j conheciam anteriormente.
A escola tomou como caracterstica os termos que formam a estrutura da conscincia
ou mente: imagem, pensamento e sentimento, atravs de uma experimentao ou
observao.
O objeto de estudo era a experincia em si que acontece antes da reflexo, a
experincia imediata, livre de qualquer interpretao que possa incluir as sensaes,
sentimentos e emoes.
Segundo Titchner, a mente a juno de todos os fenmenos mentais, que podem ser
divididos em sensao, imagens e sentimentos, podendo ter qualidade, intensidade,
durao e vivacidade.
Portanto, nomear a sensao, identificar a intensidade com que ela se apresenta e
registrar sua durao so trabalhos do sujeito experimental na Psicologia.
Associacionismo Edward L. Thorndike (1874-1949) formulou a primeira teoria da
aprendizagem na Psicologia. Para qualquer indivduo, aprender precisa passar pelo
processo de associar as ideias ao contedo, isto , todo comportamento tende a ser
repetido se no for castigado, o que denominou Lei do Efeito, que seria o organismo
associar situaes a outras semelhantes.
1.3 Principais Escolas na Psicologia do Sculo XX
Behaviorismo John B. Watson (1913): behavior, palavra de origem inglesa que, em
portugus, significa comportamento. Afirma que o objeto de estudo o
comportamento observvel, seja nos homens como nos animais, pensamentos ou
linguagem, no passam de respostas fisiolgicas complexas a estmulosexternos.
Nesse sentido, procurou determinar as leis que regiam a relao entre a ocorrncia de
certos eventos ambientais (estmulos) e o comportamento observvel (respostas).
Todo o comportamento aprendido, o homem um produto das experincias.
Para Watson, o objeto de estudo da psicologia era todo tipo de comportamento (o agir,
o ser e suas explicaes) e no s como sentimos ou expressamos os pensamentos,
at ento os nicos objetos da psicologia.
Precisava tambm encontrar um novo objeto de estudo da psicologia que explicassem
o comportamento, mas que no fossem conceitos mentais, como sentimento,
percepo, cognio.
Caro(a) aluno(a), na Rssia, um fisiologista chamado Ivan P. Pavlov realizava
experimentos com ces, o que ajudou a descrever o condicionamento. Ele percebeu
que o co salivava na presena de cheiros, visualizao da carne. Concluiu que o
reflexo da saliva estava ligado a outros estmulos, como o visual, olfativo e auditivo, e
que poderiam estar ligados ou no comida.
Chamou de reflexo condicionado ou resposta condicionada o estmulo apresentado
para determinado comportamento (co salivar).
Ento, Watson passou a utilizar os conceitos estudados sobre o reflexo, para explicar
tudo aquilo que ele chamava de comportamento, interessante isso, no?
B. F. Skinner, behaviorista metodolgico, considerava que a base do comportamento
visvel tem ligao com o desempenho resultante da ao e, para estudar esse
processo de aprendizagem, desenvolveu uma caixa em formato de cubo, que ficou
conhecida como Caixa de Skinner.
A caixa, geralmente, construda com dimenses especficas, com fundo removvel,
portatransparente, jogo de luzes no teto, barra na parede lateral e um aparelho que
quantifica a frequncia com que barra acionada.
Com a caixa, Skinner fez experimento com uma cobaia (rato privado de alimento e
gua por um determinado perodo; ao pressionar a barra, o mecanismo era acionado,
liberando uma gota de gua).
Pode-se dizer que o pressionar ou no a barra foi aleatrio, ao acaso, uma explorao
do ambiente onde estava. Ento, a anlise experimental do comportamento a
relao de dependncia estabelecida entre a resposta do sujeito (pressionar a barra)
e a consequncia vinda de seu ambiente.
Saiba mais
Reforo, seja qualquer um, pode ser definido como um evento que ocorre aps a
resposta do organismo. Toda consequncia de uma ao, que aumenta a frequncia
de uma resposta (comportamento). A aprendizagem dos comportamentos a ao do
organismo sobre o meio e o efeito resultante a satisfao de alguma necessidade.
(BOCK, 2005).
O processo de aprendizado de um novo comportamento feito por reforos
diferenciais, chamado modelagem, onde algumas respostas so reforadas e outras
no, possibilitando que o organismo se aproxime cada vez mais da resposta final.
Veja que as respostas intermedirias no constituem erros e sim variaes prprias
aos organismos vivos e complementares ao processo de seleo.
Querido(a) aluno(a), os reforos podem ocorrer de duas formas: positiva ou negativa.
A positiva quando todo ou qualquer evento aumenta a possibilidade de uma
resposta, por exemplo, tudo aquilo que fortalece um comportamento (elogio, dinheiro,
reconhecimento); e o negativo, todo o evento que aumenta a probabilidade daresposta
que o remove, isto , quando voc coloca o seu despertador ou celular para tocar pela
manh, ao escutar seu som voc o desliga, porque aquele som representa que voc
ter que levantar, portanto a ao do organismo tem como consequncia da remoo
de algo j presente.
Para Skinner, existem os reforadores primrios, secundrios e generalizados. Os
primrios podem ser o alimento e o afeto. Ambos podem ser usados para aumentar a
frequncia de uma resposta.
Vamos exemplificar atravs da rotina diria: o filho precisa ir para a escola e no
terminou a lio, a me s deixa o filho almoar quando ele terminar o dever de casa.
J os demais reforadores dependem dos primrios para se tornarem efetivos, isto ,
eles precisam acompanhar os primrios por certo tempo para que possam agir por si.
No dia a dia, a ateno que recebemos de outra pessoa um grande exemplo de
reforador secundrio. Esses reforadores podem ser apresentados de forma contnua
ou intermitente.
Extino: o conjunto de relao de um indivduo com o ambiente para eliminar uma
resposta e o reforo interrompido abruptamente.
Punio: retirar um estmulo reforador positivo a uma dada resposta, acarretando a
diminuio temporria da frequncia dessa mesma resposta. Pode-se exemplificar
com o trnsito, todas as multas aplicadas no motivam os motoristas a mudarem o
comportamento no trnsito.
Gestalt Ernest Mach (1838-1916), Max Wertheimer (1880-1943) e Kurt Kofka (1886-
1941).
A palavra gestalt, de origem alem, no possui uma traduo para o portugus, mas
pode significar forma, configurao, padro ou estrutura.
A teoria da gestaltconsidera a percepo como um todo e parte desse todo para
explicar as partes; enquanto que os associacionistas partiam das partes para explicar
o todo.
O todo percebido antes das partes que o constituem. A forma corresponde
maneira como as partes esto dispostas no todo. O todo no a soma das partes, na
realidade, elas organizam-se segundo determinadas leis.
Observe que, para os gestaltistas, a nossa experincia depende dos modelos, das
estruturas que os estmulos despertam, na organizao da nossa experincia. O
nosso comportamento aqui e agora considerado como a figura, o foco da
alterao e os outros eventos so o fundo fome, msica, rudos etc.
Segundo a Gestalt, tudo o que vemos ou percebemos est relacionado com a
totalidade do campo de observao. A percepo que voc tem depende da
configurao do processo mental de cada um.
O comportamento de um indivduo poderia ser analisado em funo do campo
psicolgico onde ele est atuando em determinado momento, em funo das relaes
com o meio e com outras pessoas.
O processo de percepo ocorre como uma iluso e o resultado de uma ao e
reao.
Todos os fatos mentais, estado emocional, forte desejo ou atitude, podem ser vistos
como influncia em uma resposta perceptiva.
Estudos realizados sobre a percepo vm colaborando para entender melhor o
comportamento humano e explicar os porqus e como percebemos os eventos,
pessoas e objetos no meio ambiente.
A Gestalt estava preocupada em compreender quais eram os processos psicolgicos
envolvidos na iluso de tica, quando o estmulo fsico percebido pelo sujeito com
uma forma diferente do que ele na realidade.O caso clssico o cinema, como
citado por Bock (2005). A fita cinematogrfica composta de fotogramas com imagens
estticas. O movimento que vemos na tela uma iluso de tica causada pelo
fenmeno da ps-imagem da retina, porque qualquer imagem que vemos demora um
pouco para se apagar da nossa retina. As imagens vo se sobrepondo em nossa
retina e o que percebemos um movimento. Mas o que de fato projetado na tela
uma fotografia esttica, tal como uma sequncia de slides.
A Gestalt estuda a organizao da nossa percepo atravs de um conjunto de leis
que foram denominadas de:
leis da proximidade: perante elementos diversos, tm tendncia a agrupar aqueles
que se encontram mais prximos;
leis da semelhana: perante elementos diversos, tm tendncia a agrupar por
semelhanas;
leis da continuidade: perante algo inacabado, tm tendncia a acabar;
lei da forma e fundo: quando observamos algo, separamos espontaneamente a
figura do fundo.
Psicanlise Sigmund Freud (1856-1939) nasceu em Freiberg, Moravia, hoje
Eslovquia, filho mais velho de pais judeus. Estudou Medicina em Viena, onde teve
maior interesse na neurologia.
Pacientes com distrbios nervosos apresentavam ideias que poderiam estar
reprimidas e eram expressas atravs dos sintomas como: dificuldades de expresso
do pensamento, rigidez muscular.
Freud, atravs da prtica mdica, usou a hipnose para descobrir a origem dos
sintomas. Desenvolveu um novo mtodo, a associao livre, onde os pacientes
repousavam sobre um div e eram encorajados a dizer tudo que lhes vinha mente,
todos e quaisquer pensamentos, inclusive os seus sonhos.Desenvolveu, em 1900, a
primeira concepo sobre a estrutura e funcionamento da personalidade (como
veremos nas teorias da personalidade psicanaltica).
Humanista Maslow e Rogers
Os humanistas surgem em meados do sculo XX com o argumento de que o ser
humano implica mais satisfazer ou controlar seus desejos animais do que procurar
prazer ou evitar a dor. Comeam a trabalhar questes relacionadas a todos os seres
humanos, como ajudarem uns aos outros, pertencer a uma famlia e sociedade.
Uma das premissas fundamentais da teoria de Carl Rogers o pressuposto de que as
pessoas usam sua experincia para se definir. Assim, as pessoas plenamente
funcionais ou psicologicamente saudveis apresentam as seguintes caractersticas:
mente aberta para aceitar qualquer tipo de experincia e de novidades;
tendncia a viver plenamente cada momento;
capacidade para se orientar pelos prprios instintos e no pelas opinies ou razes
de outras pessoas;
senso de liberdade de pensamento e ao;
alto grau de criatividade;
a necessidade contnua de maximizar o seu potencial.
Rogers passa a ser o nico a questionar a validade do conhecimento objetivo, na
tentativa de compreender a experincia de outra pessoa. Usa o conhecimento como
interpessoal, tornando a essncia da terapia centrada no cliente. a prtica da
compreenso emptica. Penetrar no mundo subjetivo do outro para ver se a
compreenso da opinio dele correta ou se concorda com o prprio ponto de vista,
no sentido de compreender a experincia do outro como correta ou no, fazendo um
autoquestionamento.
1.4Psicologia Cientfica x Senso Comum
O tipo de conhecimento que vamos acumulando no nosso cotidiano chamado de
senso comum. passado de gerao para gerao, como um hbito ou um costume
tradicional. Quando a dona de casa usa a garrafa trmica para manter o caf quente,
sabe por quanto tempo ele permanecer razoavelmente quente, sem fazer nenhum
clculo complicado e, muitas vezes, desconhecendo completamente as leis da
termodinmica.
O conhecimento do senso comum intuitivo, espontneo, de tentativas e erros. um
conhecimento importante, porque sem ele a nossa vida no dia a dia seria muito
complicada. O senso comum percorre um caminho que vai do hbito tradio, que
passa de gerao para gerao. Integra de um modo o conhecimento humano.
A utilizao de termos como rapaz complexado, mulher louca, menino hiperativo
expressa a comunicao do senso comum acerca do comportamento humano, que
muitas vezes no ocorre de maneira cientfica. Os termos podem at ser da psicologia
cientfica, mas so usados sem a preocupao de definir as palavras.
Quando buscamos definir, descrever e prever comportamentos, estamos fazendo
cincia. O cientista do comportamento (da psicologia) no fica satisfeito com conceitos
generalizados e rotulados (complexado, louco, nasceu assim) sem compromisso e
apenas baseados em achismos e observaes superficiais. Ele quer observaes
sistematizadas, conhecimento metodolgico, experimentado, testado, comprovado.
Ex: mulher louca, o que loucura? Quais os sintomas? Que tipo de loucura?
DICIONRIO
Cincia um conjunto de conhecimentos sobre fatos ou aspectos da realidade obtidos
por meio de metodologiacientfica.
Quando fazemos cincia, baseamo-nos na realidade cotidiana e pensamos sobre ela.
Quando bem utilizada, a cincia permite que o saber seja transmitido, verificado,
utilizado e desenvolvido.
SAIBA MAIS
Psicologia cincia
1. Porque tem um objeto especfico de estudo: o homem ser humano em seu sentido
amplo.
2. Utiliza uma linguagem precisa e rigorosa: no utiliza termos do senso comum, sem
preocupao conceitual.
3. Utiliza mtodos e tcnicas especficas: entrevistas estruturais, testes, tcnicas de
terapia, entre outras, obtidas de maneiras programadas, sistemticas e controladas,
para que se permita a verificao da validade da cincia, permitindo a reproduo da
experincia.
No se pode entender comportamento sem um contexto, sem a descrio de eventos
antecedentes e consequentes do evento descrito. Por isso, os conceitos de
comportamento e ambiente so interdependentes, um no pode ser definido sem
referncia ao outro.
O agir, o sentir e o pensar esto em funo de variveis ambientais (meio ambiente),
que so os eventos antecedentes e consequentes. Note bem que no o homem e
sim o comportamento do homem que est interagindo constantemente com os
estmulos que antecedem o seu comportamento, e o seu comportamento est
constantemente tendo consequncias no ambiente e sendo interagido por elas.
Meio ambiente (estmulos): as influncias sobre o organismo que determinam o
comportamento; tudo aquilo que afeta o comportamento. Um estmulo um pedao
do ambiente que pode ser interno ou externo ao organismo.
Os homens agem sobre o mundo, modificam-no e, por sua vez, so modificados pelas
consequnciasde sua ao (SKINNER, 1978). Assim, alm conhecer o organismo e as
suas interaes, necessrio conhecer os diversos ambientes com os quais um
organismo pode interagir.
O ambiente que o indivduo interage pode ser analisado sob dois prismas:
ambiente externo: o fsico e social, que alterado pelo comportamento por meio das
aes mecnicas sobre ele e pelas interaes do indivduo com o social;
ambiente interno: o biolgico e histrico, formado pelos processos biolgicos e as
experincias passadas de cada indivduo, pois o organismo transporta consigo os
resultados de suas interaes passadas.
O homem moderno deve ser entendido sob um aspecto biopsicossocial. Toda histria
de vida deve ser analisada sob influncias biolgicas, psicolgicas e sociais, aspectos
esses que so interligados. Ele recebe influncias do seu organismo internamente
(gentica, vrus, bactrias, doenas congnitas, defeitos estruturais), da sua
percepo prpria, experincias e vivncias de mundo (aes, pensamentos e
sentimentos) e da sua interao com os diversos grupos (famlia, amigos), a
sociedade e sua cultura.
Tambm, o homem biopsicossocial recebe diferentes influncias do meio ao longo de
sua vida. Muitas reas so importantes para a anlise do comportamento humano, tais
como: afetiva, familiar, conjugal, sexual, interpessoal (amizades), lazer, social, escolar,
religiosa, trabalho, biolgica (doenas), ambiente, cultural, questes morais, regras
sociais, costumes.
Voc deve estar se perguntando: se o homem o objeto de estudo, por que estudar
animais na psicologia?
Porque, apesar de existir vrios experimentos psicolgicos que utilizamanimais, o
enfoque est nos processos psicolgicos bsicos que acontecem tanto em animais
quanto nos humanos (ex.: medo), levando-se em conta que o animal passa a ser mais
fcil de ser manuseado e de se impor limite quanto:
1 tica: muitas pesquisas no podem ser realizadas com seres humanos;
2 praticidade: os animais so bem cooperativos, por ser mais cmodo e podem
ser estudados com facilidade durante longos perodos;
3 facilidade: em detectar processos bsicos comportamentais e mentais em
animais e transpor os achados para seres humanos, tais como: movimentos, fome,
sono ou sede.
1.5 Resumo do Captulo
Querido(a) aluno(a),
Neste captulo, estudamos o nascimento da Psicologia e o quanto a Filosofia
contribuiu com os seus pensadores para o desenvolvimento e questionamento do ser
humano.
Vimos como as evolues ao longo do tempo e os avanos tecnolgicos e cientficos
ajudaram o homem a refletir e questionar sobre qual papel deve exercer ou influenciar
no meio onde est inserido.
Observamos os avanos e as influncias no desenvolvimento para uma melhor
compreenso do ser humano atravs das diferentes escolas em seu comportamento,
notando que o homem precisa manter uma relao com esse meio onde ele
estimulado a dar diferentes respostas, a entender e diferenciar o todo em sua
essncia.
Para isso, a Psicologia foi se fortalecendo como cincia, pois saiu dos
questionamentos e passou a ser experimentada em laboratrios, com tcnicas e
teorias diferenciadas, com uma linguagem rigorosa, comprovada e cientfica, atravs
de dados recolhidos anteriormente.
1.6 Atividades PropostasAgora que terminamos este captulo, vamos verificar se voc
fixou bem o contedo. Assim, responda s perguntas abaixo:
1. Qual a importncia de conhecer o desenvolvimento histrico da Psicologia?
2. A quais critrios a Psicologia deveria satisfazer para ser considerada uma cincia?
3. Quais so as principais teorias em Psicologia no sculo XX?
2 ATRIBUIES E REAS DE ATUAO DOS PSICLOGOS
Prezado(a) aluno(a),
Neste captulo, veremos que psiclogos e psiquiatras muitas vezes ocupam empregos
semelhantes. Ambos os profissionais podem trabalhar em campos ligados sade
mental, diagnosticando e tratando pessoas com problemas psicolgicos leves e
graves. A grande diferena entre esses especialistas est na sua formao.
Pode-se definir como Psiclogo aquela pessoa que passa cerca de cinco anos na
faculdade, aprendendo sobre comportamento normal e anormal, sobre diagnstico e
tratamento para vrios comportamentos humanos. Aps se formarem devem, por
questo tica, se especializar e aprofundar sua formao em uma ou mais reas.
Psiquiatra aquela pessoa que estuda medicina, se qualifica ou especializa em uma
instituio de sade mental, hospital ou clnica, para tratar de distrbios emocionais,
utilizando da farmacoterapia (remdios), cirurgia e eletroconvulsoterapia, dentre outros
processos mdicos.
Como a formao do psiquiatra em medicina, seu foco voltado para a cura de
problemas do corpo, isto , a causa de distrbios comportamentais est nas
alteraes bioqumicas e neurolgicas.
O Psiclogo trabalha em diferentes reas como profissional, atua no mbito da
educao, sade, lazer,trabalho, segurana, justia, comunidades e comunicao com
o objetivo de promover, em seu trabalho, o respeito dignidade e integridade do ser
humano.
Veja, a seguir, quais so as atribuies profissionais do psiclogo:
estuda e analisa os processos intrapessoais e relaes interpessoais, possibilitando
a compreenso do comportamento humano individual e de grupo, no mbito das
instituies de vrias naturezas, onde quer que se deem essas relaes;
aplica conhecimento terico e tcnico da psicologia, com o objetivo de identificar e
intervir nos fatores determinantes das aes e dos sujeitos, em suas histrias
pessoais, familiares e sociais, vinculando-as tambm a condies polticas, histricas
e culturais;
analisa a influncia de fatores hereditrios, ambientais e psicossociais sobre os
sujeitos na sua dinmica intrapsquica e nas suas relaes sociais, para orientar-se no
psicodiagnstico e atendimento psicolgico;
promove a sade mental na preveno e no tratamento dos distrbios psquicos,
atuando para favorecer um amplo desenvolvimento psicossocial;
elabora e aplica tcnicas de exame psicolgico, utilizando seu conhecimento e
prticas metodolgicas especficas, para conhecimento das condies do
desenvolvimento da personalidade, dos processos intrapsquicos e das relaes
interpessoais, efetuando ou encaminhando para atendimento apropriado, conforme a
necessidade;
formula hipteses e a sua comprovao experimental, observando a realidade e
efetivando experincias de laboratrios e de outra natureza, para obter elementos
relevantes ao estudo dos processos de desenvolvimento, inteligncia,aprendizagem,
personalidade e outros aspectos do comportamento humano e animal.
Observe que cada dia mais a atuao do profissional psiclogo tem se expandido para
outras reas, como organizaes, hospitais, escolas, tribunais de justia, marketing,
esportes, aviao, engenharia, entre outros. Devido a essa ampliao e s formas
diferentes de atuao exigidas, torna-se necessrio cada vez mais uma ateno
focalizada para os valores e princpios fundamentais ao exerccio tico da profisso.
Esse exerccio tico tem como base filosfica conduzir o indivduo ao bem-estar,
evitando ao mximo o sofrimento psquico.
Como voc vem notando, o psiclogo desempenha suas funes ou tarefas
profissionais tanto individualmente quanto em equipes multiprofissionais e, para tanto,
pode exercer a atividade como:
Psiclogo do Trabalho e/ou Organizacional: atua em empresas pblicas ou privadas,
fazendo a implantao da poltica de recursos humanos das organizaes, descrio e
anlises de trabalho, recrutamento e seleo de pessoal, utilizando mtodos e
tcnicas de avaliao, programas de treinamento e formao de mo de obra,
avaliao pessoal, capacitao e desenvolvimento de recursos humanos, segurana,
organizao do trabalho e definio de papis ocupacionais: produtividade,
remunerao, incentivo, rotatividade, absentesmo e evaso, identificao das
necessidades humanas em face da construo de projetos e equipamentos de
trabalho (ergonomia), programas educacionais, culturais, recreativos e de higiene
mental, com vistas a assegurar a preservao da sade e da qualidade de vida do
trabalhador, processo de desligamento de funcionrios, no que se refere demisso e
ao preparopara aposentadoria, visando elaborao de novos projetos de vida;
Psiclogo da Sade e Hospitalar: atua em hospitais, ambulatrios, centros e postos
de sade, a fim de identificar e compreender os fatores emocionais que intervm na
sade geral do indivduo;
Psiclogo Clnico: trabalha em consultrios ou clnicas especializadas, realizando
terapia individual, de grupo, casal, familiar, infantil, sexual e, dependendo da demanda
psicolgica, faz acompanhamento psicolgico, interveno psicoterpica individual ou
em grupo, por meio de diferentes abordagens tericas, entrevistas, observao, testes
e dinmica de grupo, com vistas preveno e tratamento de problemas psquicos;
Psiclogo Educacional: atua em creches e escolas, desenvolvendo com os pais,
alunos, diretores, professores, tcnicos e pessoal administrativo diferentes atividades,
visando a prevenir, identificar e resolver problemas psicossociais que possam
bloquear, na escola, o desenvolvimento de potencialidades, a autorrealizao e o
exerccio da cidadania consciente, compreenso e mudana do comportamento de
educadores e educandos, no processo de ensino e aprendizagem, interveno
psicopedaggica individual ou em grupo, programas de orientao profissional,
programas de orientao profissional, elaborao de planos e polticas referentes ao
Sistema Educacional, visando promover a qualidade, a valorizao e a
democratizao do ensino;
Psiclogo Jurdico, Forense e Penitencirio: pode atuar em varas da criana e do
adolescente, de famlia, cvel, criminal, penitencirias, nas instituies governamentais
e no governamentais, planejando e executando polticas de cidadania,direitos
humanos e preveno da violncia, dando orientao de dados psicolgicos,
repassado no s para os juristas como tambm aos sujeitos que carecem de tal
interveno, formulao, revises e interpretao das leis; avaliam as condies
intelectuais e emocionais de crianas, adolescentes e adultos em conexo com
processos jurdicos, seja por deficincia mental e insanidade, testamentos
contestados, aceitao em lares adotivos, posse e guarda de crianas ou
determinao da responsabilidade legal por atos criminosos, perito judicial nas varas
cveis, criminais, justia do trabalho, da famlia, da criana e do adolescente,
elaborando laudos, pareceres e percias a serem anexados aos processos;
atendimento e orientao a detentos e seus familiares, programas socioeducativos
destinados criana de rua, abandonadas ou infratoras, tarefas educativas e
profissionais que os internos possam exercer nos estabelecimentos penais;
Psiclogo do Trnsito: atua em clnicas de trnsito, realizando exames psicolgicos
(psicotcnicos). Pode elaborar e implantar questes referentes transmisso,
recepo e reteno de informaes, campanhas de preveno de acidentes,
educao no trnsito, comportamento individual e coletivo na situao de trnsito,
especialmente nos complexos urbanos, implicaes psicolgicas do alcoolismo e de
outros distrbios nas situaes de trnsito;
Psiclogo do Esporte: atua em associaes esportivas e clubes esportivos,
realizando exame das caractersticas psicolgicas dos esportistas, visando ao
diagnstico individual ou do grupo, realizao pessoal, melhoria do desempenho do
esportista e do grupo, favorecendo a otimizao das relaes entre
esportistas,pessoal tcnico e dirigentes. Elabora estudos das variveis psicolgicas
que interferem no desempenho de suas atividades especficas (treinos, torneios e
competies), oportunizando a formao atravs da prtica das atividades esportivas
e seus aspectos psicolgicos.
Segundo Bock (2005), alguns dos desconhecimentos da Psicologia tm levado os
psiclogos a buscarem respostas em outros campos do saber humano. Com isso,
algumas prticas no psicolgicas tm sido associadas s prticas psicolgicas,
como, por exemplo, o tar, a astrologia, a quiromancia, a numerologia, entre outras
prticas adivinhatrias/msticas.
Essas no so prticas psicolgicas! So outras formas de saber que no podem ser
confundidas com a Psicologia, pois no so construdas no campo da cincia, a partir
de mtodos e princpios cientficos, e esto em oposio aos princpios da Psicologia,
que v o homem no como um ser com destino pronto, mas sim como um ser que
constri seu futuro ao agir sobre o mundo e receber as influncias deste mundo.
preciso ponderar que esse campo fronteirio entre a psicologia cientfica e a
especulao mstica deve ser tratado com o devido cuidado. Portanto, no se deve
misturar a psicologia com prticas adivinhatrias ou msticas que esto baseadas em
pressupostos diversos e opostos aos da Psicologia.
Por outro lado, preciso estar aberto para o novo, atento a novos conhecimentos que,
tendo sido estudados no mbito da cincia, podem trazer novos saberes, ou seja,
novas respostas para perguntas ainda no respondidas.
SAIBA MAIS
A Psicologia no consegue explicar muitas coisas sobre o homem, pois uma cincia
relativamente nova, compouco mais de cem anos. Alm disso, novas perguntas
sempre surgiro, no esgotar o que h para ser conhecido, pois a humanidade est
em permanente mudana, quebrando paradigmas, criando novas expectativas, novos
alvos e procurando novas motivaes.
2.1 Resumo do Captulo
Caro(a) aluno(a),
Neste captulo, traamos os diferentes segmentos da Psicologia e suas atuaes
como uma cincia multiprofissional, pois, ao estudar o comportamento do ser humano,
vemos como este pode moldar e ser moldado no meio onde vive.
Por se tratar de uma cincia nova, temos que tomar cuidado com certos segmentos
que se dizem da psicologia, mas so tratados com certa obscuridade ou misticismo.
2.2 Atividades Propostas
Para finalizar o captulo, vamos realizar alguns exerccios para verificar o seu
aprendizado. Responda s questes abaixo:
1. Como se distingue o psiclogo do psiquiatra e do psicanalista?
2. O que faz o psiclogo nas organizaes?
3 TEORIAS DA PERSONALIDADE
Caro(a) aluno(a),
A personalidade pode ser conceituada como um agrupamento de caractersticas
internas e externas peculiares e permanentes do carter de uma pessoa que
influenciaram o comportamento em situaes diferentes. Para Schultz (2002), a
avaliao da personalidade pode se dar atravs de tcnicas e testes apropriados.
Observe, a seguir, os fatores que influenciam a personalidade:
influncias hereditrias: na determinao do temperamento, esto as variaes
individuais do organismo, concretamente a constituio fsica e o funcionamento dos
sistemas nervoso e endcrino, que so, em grande, parte hereditrios; meio social:
famlia, grupos e cultura a que se pertence desempenham um papel determinante na
construo da personalidade. A personalidade forma-se num processo interativo com
os sistemas de vida que a envolvem: a famlia, o grupo de pares etc. O tipo de
ambiente e de clima vivenciado influencia a personalidade;
experincias pessoais: so todas as vivncias que ocorrem na nossa vida. A
qualidade das relaes precoces e o processo de vinculao na relao da dade
me/filho parecem ser fundamentais na estruturao e organizao da personalidade.
A complexidade das relaes familiares vai influenciar as capacidades cognitivas,
lingusticas e afetivas, processos de autonomia, de socializao, de construo de
valores das crianas e jovens.
3.1 Teoria Psicanaltica
Freud nasceu em 6 de maio de 1856, na, hoje, Repblica Checa, Pribor. Estudou
Medicina e, em 1896, convenceu-se de que os conflitos sexuais eram a causa bsica
de todas as neuroses.
No sistema de Freud, representaes mentais de estmulos internos, como fome,
levam o indivduo a tomar determinada atitude. O impulso de assegurar a
sobrevivncia do indivduo e da espcie, satisfazendo a necessidade de gua, comida
e sexo, denominou como sendo o instinto de vida. Para ele, a forma de energia
psquica manifestada pelos instintos de vida que empurram a pessoa para
comportamentos e pensamentos prazerosos foi denominada libido. O investimento de
energia psquica em um objeto ou pessoa denominou como catexia.
H, ainda, o instinto de morte, que o impulso inconsciente na direo de
degenerao, destruio e agresso. O impulso agressivo a compulso de destruir,
subjugar ematar.
O conceito original de Freud dividia a personalidade em trs nveis: consciente, pr-
consciente e inconsciente. O consciente seria o significado normal do cotidiano,
incluindo as sensaes e experincias das quais estamos cientes a todo o momento.
O pr-consciente o depsito de lembranas, percepes e ideias das quais no
estamos cientes, mas que podemos trazer para o consciente. O inconsciente o
depsito de foras que no podemos controlar ou ver, a morada dos instintos.
Mais tarde, revisou esse conceito e introduziu trs estruturas bsicas da
personalidade. Denominou como ID o aspecto da personalidade aliado aos instintos,
fonte de energia psquica, que opera de acordo com o principio do prazer; portanto, o
ID opera para evitar a dor e maximizar o prazer. A segunda estrutura bsica
denominou de EGO, o aspecto racional da personalidade, responsvel pela orientao
e controle dos instintos de acordo com o princpio da realidade. A terceira estrutura
denominou como SUPEREGO, o aspecto da moral da personalidade, a introjeo de
valores e padres dos pais e da sociedade.
O Ego fica no meio, pressionado por essas foras e, como resultado, surge a
ansiedade: temor do aparente, temor sem razo. A ansiedade um sinal de que h
um perigo, uma ameaa ao EGO que precisa ser neutralizada ou evitada.
Freud postulou mecanismos de defesa para ajudar a aliviar a ansiedade, observou que
raramente utilizamos um e sim vrios deles ao mesmo tempo.
Como mecanismos de defesa, temos:
represso: negao inconsciente da existncia de algo que causa a ansiedade;
negao: existncia de uma ameaa externa a um evento traumtico; projeo:
atribuio de um impulso perturbador a outra pessoa;
racionalizao: a reinterpretao de um comportamento para torn-lo mais aceitvel
e menos ameaador;
deslocamento: deslocamento do impulso do ID de um objeto ameaador e
indisponvel para outro disponvel;
sublimao: deslocamento do impulso do ID, transformando a energia instintiva em
comportamento socialmente aceitvel.
Duane (2002) diz que, para Freud, todas as crianas passam pelos estgios: oral,
anal, flico e genital, nos quais a gratificao dos instintos do ID depende da
estimulao das reas correspondentes ao corpo.
Quando h uma fixao, uma permanncia em uma das fases psicossexuais do
desenvolvimento da criana, isso pode ser devido frustrao ou satisfao
excessiva.
Fases de Desenvolvimento
A fase oral vai de 0-1 ano de idade e tem como caracterstica a boca como a principal
zona ergena, o prazer obtido pela suco, morder e engolir. Quando as pessoas
ficam fixadas nessa fase, tendem a ser pessimistas, hostis, agressivas e
contestadoras.
A fase anal vai de 1-3 anos e tem como caracterstica o treinamento dos hbitos de
higiene treino ao toilette. A fixao nessa fase leva a pessoa a ser um indivduo
teimoso, mesquinho, rgido e compulsivamente limpo.
A fase flica vai de 4-5 anos e sua caracterstica a fantasia incestuosa, desejo
inconsciente do menino pela me acompanhado do anseio de substituir o pai, o
chamado Complexo de dipo. Complexo de Electra o desejo inconsciente da menina
pelo pai acompanhado do desejo de substituir a me. Fixao nessa fase a
importncia da resoluo com o sexo oposto na idadeadulta.
A fase da latncia vai dos 5 anos at a puberdade, o perodo da sublimao do
instinto sexual, que trocado pelas atividades escolares, hobbies, esportes e no
desenvolvimento de amizades com pessoas do mesmo sexo.
A fase genital vai da adolescncia at a idade adulta e sua caracterstica o
desenvolvimento da identidade do papel sexual e de relaes sociais adultas.
Saiba mais
Personalidade vem de persona, que se refere mscara, como utilizadas em
carnavais ou por atores de uma pea. Portanto, quando enfrentamos o mundo exterior,
mostramos a personalidade atravs das mscaras, aquilo que pode ser visvel aos
outros.
3.2 Teoria Analtica
Fundada no incio do sculo XX pelo psiclogo e psiquiatra suo Carl Gustav Jung
(1875-1961), um dos mais proeminentes discpulos de Freud. Exerceu a Psicanlise
de 1909 a 1913, ano em que rompeu com Freud e fundou a Psicologia Analtica.
O eixo central da Psicologia Analtica o Processo de Individuao: tendncia
instintiva e teleolgica do ser humano, atravs de processos de autorregulao,
desenvolvimento de suas potencialidades inatas em direo realizao da totalidade
psquica (autodesenvolvimento, autorrealizao e autoconhecimento).
Para Jung, a libido compreende no s a energia sexual, mas, tambm, energias
associadas ao instinto de sobrevivncia, motivao, s relaes afetivas, desejos de
autorrealizao, autoconhecimento e vivncias espirituais.
A psique, segundo a teoria analtica, est estruturada em trs elementos: consciente,
inconsciente pessoal e inconsciente coletivo.
Consciente: sistema do aparelho psquico que mantm contato com omundo interior
(processos psquicos, internos) e exterior (meio ambiente e social) do sujeito. Na
conscincia, destacam-se os fenmenos de percepo intrnseca e extrnseca, senso
de identidade, ateno, raciocnio e memria, entre outras funes cognitivas e
emocionais. As pessoas so conscientes apenas de uma pequena parte de sua vida
psquica. O consciente tem como centro organizador o Eu.
Inconsciente pessoal: a camada mais superficial do inconsciente, cuja fronteira com
o consciente bastante imprecisa. Nele, permanecem os contedos inconscientes
derivados da vida do indivduo sua formao , portanto, a posteriori ao nascimento.
Esses contedos so formados por percepes subliminares e combinaes de ideias
com energia psquica insuficiente para irromperem na conscincia, experincias de
vida esquecidas pela memria consciente, recordaes dolorosas de serem
relembradas, represses sexuais, desejos reprimidos, qualidades da personalidade
positivas e negativas desconhecidas pelo Eu e, principalmente, grupos de
representaes carregados de forte carga emocional e incompatveis com a atitude
consciente (complexos, cujas bases so os arqutipos localizados no Inconsciente
coletivo).
Geralmente esses contedos no possuem energia psquica suficiente para
permanecerem no campo da conscincia, entretanto, podem adquirir a energia
necessria para emergir na conscincia na forma de lembranas, sonhos, fantasias,
devaneios e comportamentos.
Quando irrompem na conscincia, podem possuir um significativo grau de autonomia,
chegando at a tomar sua posse temporria.
Inconsciente coletivo: a camada mais profunda do inconsciente, a base da psique.
constitudo por arqutipos (ncleos instintivos passados de forma psicobiolgica de
gerao a gerao, trazendo padres de comportamento herdados desde o
surgimento da humanidade e mesmo antes dela, no perodo em que o homem ainda
era animal a gnese do Inconsciente coletivo , portanto, a priori ao nascimento).
Os arqutipos constituem a base dos complexos situados no inconsciente pessoal,
so inmeros, incontveis; entretanto, Jung identificou alguns que esto em
permanente contato com o Eu. So eles: a persona, a sombra, a anima, o animus e o
self.
O self tambm denominado si mesmo o centro organizador no s do
inconsciente (pessoal e coletivo), mas, tambm, de toda a psique. do self que surge
a conscincia e o Eu.
O termo persona origina-se do teatro grego antigo e significa mscara. Arqutipo
associado ao comportamento de contato com o mundo exterior, necessrio
adaptao do indivduo s exigncias do meio social onde vive. A persona
corresponde a uma significativa parcela do comportamento do sujeito enquanto
personagem coletiva.
A alma, em oposio persona, corresponde ao comportamento do sujeito enquanto
personagem individual, sua real personalidade. Uma pessoa pode ter um determinado
comportamento em sociedade (persona) e outro, completamente oposto, em casa
(alma).
Convm esclarecer que nem todo comportamento social manifestao da persona,
tambm pode ser uma expresso da alma. A persona possui dois aspectos: positivo e
negativo.
O aspecto positivo est associado adaptao do sujeito ao seu meio social. O
aspecto negativo surge quando o Eu se identifica com a persona, fazendo com que a
pessoa se distancie edesconhea sua real personalidade, a alma. Muitas vezes
difcil para um observador externo identificar numa pessoa o que sua persona e o
que sua alma.
Ao se manifestar, geralmente de modo inconsciente sem que o Eu no tenha
conscincia de sua existncia , a persona revela seu significativo grau de autonomia
na psique. Quando tornada consciente assimilada pelo Eu , a persona traz
benefcios ao autoconhecimento e melhoria das relaes interpessoais.
A persona possui dois aspectos: positivo e negativo. O aspecto positivo est
associado s virtudes que o indivduo desconhece existir em si mesmo. O aspecto
negativo est associado aos defeitos de carter que o indivduo desconhece existir em
si mesmo.
A anima corresponde ao princpio feminino presente na psique do homem. Arqutipo
associado personificao da natureza feminina no inconsciente masculino.
Manifesta-se no comportamento masculino atravs de expresses emocionais.
Projeta-se em figuras femininas: me, irm, namorada, esposa, amante, mulher
desejada, mulheres admiradas (nos sentidos erticos, heroicos, intelectuais e
espirituais).
A anima condensa todas as experincias que o homem vivenciou no seu encontro
com a mulher durante milnios e a partir desse imenso material inconsciente que
modelada a imagem de mulher que o homem procura.
O animus condensa todas as experincias que a mulher vivenciou no seu encontro
com o homem durante milnios e a partir desse imenso material inconsciente que
modelada a imagem de homem que a mulher procura.
Quando tornado consciente assimilada pelo Eu , o animus traz benefcios ao
autoconhecimento e melhoria das relaesinterpessoais.
3.3 Teoria Humanista da Personalidade de Carl Rogers
Carl Rogers nasceu em 1902, subrbio de Chicago. Estudou psicologia e lecionou
durante alguns anos, especializando-se na terapia centrada no cliente na parte clnica.
Acreditava que as pessoas so motivadas por uma tendncia inata de realizar-se,
manter e aprimorar o self. medida que os bebs desenvolvem uma parte de suas
experincias, tornam-se diferenciadas das demais. O eu, mim, me o self. a
imagem do que somos, do que deveramos ser e do gostaramos de ser.
Na terapia centrada na pessoa, o terapeuta oferece considerao incondicional ao
cliente, que seria a aprovao concedida independente do comportamento da pessoa.
As pessoas de pleno funcionamento experimentam um senso de liberdade e possuem
a capacidade de viver rica e criativamente a todo o momento. O cliente na terapia
rogeriana o responsvel pela mudana de sua personalidade. O nico modo de
avaliar em termos das experincias subjetivas, os eventos na vida da pessoa
conforme ela os percebe e aceita como reais.
3.4 Teoria da Personalidade
Erik Erikson ampliou e aprimorou a teoria de Freud, dando personalidade uma viso
continua, onde o EGO parte independente da personalidade, no sendo dependente
nem submissa ao ID. Segundo ele, as foras culturais e histricas tm um impacto
muito grande, o desenvolvimento humano regido por sequncia de etapas que
dependem de fatores genticos e/ou hereditrios.
Na sua teoria, os estgios psicossexuais do desenvolvimento esto divididos em oito,
sendo:
Confiana x Desconfiana (at um ano de idade): durante o primeiro ano de vida
dacriana, esta dependente das pessoas, para cuidar dela quanto alimentao,
higiene, locomoo, aprendizado de palavras e seus significados, bem como dar
estmulos para perceber que existe um mundo ao seu redor. Assim, o amadurecimento
ocorrer de forma equilibrada, transmitindo criana segurana, afeto, confiana nas
pessoas e no mundo que a cerca;
Autonomia x Vergonha e Dvida (segundo e terceiro ano): nesse perodo, a criana
passa a ter controle de suas necessidades fisiolgicas, responder por sua higiene
pessoal, o que lhe d autonomia, confiana e liberdade para tentar outras coisas sem
medo de errar. Porm, se essa criticada, ridicularizada, pode desenvolver vergonha,
dvida quanto sua capacidade de ser autnoma; o que pode provocar dependncia,
que seria voltar ao estgio anterior;
Iniciativa x Culpa (quarto e quinto ano): nesse perodo, a criana passa a perceber as
diferenas sexuais, os papis que so desempenhados por mulheres e homens na
sua cultura o que Freud chama de conflito edipiano. Se a sua curiosidade sexual e
intelectual, natural, for reprimida e castigada, poder desenvolver sentimento de culpa
e diminuir sua iniciativa de explorar novas situaes ou de buscar novos
conhecimentos;
Construtividade x Inferioridade (dos 6 aos 11 anos): o perodo onde a criana
alfabetizada, aumentando o convvio com outras pessoas, que no so seus
familiares, possibilitando uma maior sociabilizao, trabalho em conjunto,
cooperatividade e o desenvolvimento de outras habilidades. Se surgirem dificuldades,
o prprio grupo ir criticar, podendo vivenciar a inferioridade em vez da
construtividade;
Identidade x Confuso de Papis(dos 12 aos 18 anos): aqui, o indivduo experimenta
diferentes desafios, com suas prprias atitudes, com seus amigos, com pessoas do
sexo oposto e, at mesmo, a busca de uma carreira, da profisso. Quando encontra
apoio nas pessoas sua volta, pode desenvolver o sentimento de identidade pessoal,
caso contrrio, pode se tornar uma pessoa desorganizada, sem respostas para suas
questes ou perdendo a referncia;
Intimidade x Isolamento (jovem adulto): nessa fase, alm de profissional, o indivduo
tambm algo em torno da construo de relaes profundas e duradouras, podendo
vivenciar momentos de grande intimidade e entrega afetiva. Quando ocorre uma
decepo, a tendncia o isolamento temporrio ou duradouro;
Produtividade x Estagnao (meia-idade): as pessoas nessa fase podem se dedicar
sociedade e realizar valiosas contribuies, sem grande preocupao com o conforto
fsico e material;
Integridade x Desesperana (velhice): quando o indivduo aceita o envelhecimento,
ocorre um sentimento de produtividade e valorizao do que foi vivido, sem
arrependimentos e lamentaes sobre oportunidades perdidas ou erros cometidos,
haver integridade e ganhos para passar por essa fase; mas, se isso no ocorre, pode
desenvolver um sentimento de tempo perdido, impossibilidade de comear de novo,
trazendo tristeza e desesperana.
3.5 Resumo do Captulo
A personalidade o atributo de uma pessoa, que engloba qualidades sociais e
emocionais, influenciando o comportamento em diferentes situaes.
Vimos aqui a viso de Freud e seus pressupostos bsicos: id, ego, superego; e outro
postulado, que fala do consciente, inconsciente esubconsciente. Demonstrou tambm
que a personalidade se desenvolve atravs de fases do desenvolvimento da criana.
Jung, discpulo de Freud, difere em sua teoria no inconsciente coletivo como sendo
depsito de experincias passadas os arqutipos, persona, anima, animus. Os
arqutipos representam a unidade, harmonia da personalidade total.
Para Erikson, a personalidade dividida em oito fases e o desenvolvimento regido
por foras genticas, mas o ambiente ajuda a determinar se sero ou no realizadas.
As foras bsicas so a esperana, o amor e a vontade.
Rogers defende a teoria de que a personalidade depende do ponto de vista do prprio
indivduo e as suas experincias, que promovem a realizao, sero buscadas e, as
que impedem, evitadas.
3.6 Atividades Propostas
Agora, vamos recapitular os pontos trabalhados fazendo alguns exerccios:
Compare a personalidade na viso de Freud, Jung e Erick Erickson, citando as
principais diferenas entre elas.
Quais as influncias importantes na formao da personalidade?
4 INTELIGNCIA
Inteligncia a funo psicolgica responsvel pela capacidade que temos de
compreender o significado das coisas, de conceituar. No processo de conhecimento,
temos, de um lado, o objeto a ser conhecido, externo inteligncia, e, do outro, a
inteligncia, o instrumento mental que alcana o conceito desse mesmo objeto.
Conceituar a inteligncia faz-la objeto e instrumento simultaneamente, ter
conscincia do instrumento mental que nos permite conhecer o mundo e que est
integrado prpria conscincia.
A inteligncia tem por funo o estabelecimento de relaes entre meios efins para a
soluo de um problema ou de uma dificuldade. Essa definio concebe, portanto, a
inteligncia como uma atividade eminentemente prtica e a distingue de duas outras
que tambm possuem finalidade adaptativa e relacionam meios e fins: o instinto e o
hbito.
Caro(a) aluno(a), quando voc contrai a pupila quando os olhos so expostos luz e a
dilata quando entra na escurido, ou quando levado a afastar rapidamente a mo de
uma superfcie muito quente que possa te queimar, o que isso?
o instinto, inato. Ao contrrio do hbito, que adquirido. Observe quem adquire o
hbito de dirigir um veculo, muda as marchas, pisa na embreagem, no acelerador ou
no freio sem precisar pensar nessas operaes, faz automaticamente, criou hbito.
Instinto e hbito so formas de comportamento onde a principal caracterstica ser
especializado ou especfico. Tome como exemplo o aprender a nadar, mas esse
hbito no o faz saber andar de bicicleta.
A inteligncia difere do instinto e do hbito por sua flexibilidade, pela capacidade de
encontrar novos meios para um novo fim. Ela ajuda a adaptar os meios existentes
para uma finalidade nova, dando a possibilidade de enfrentar situaes novas,
inventando outras solues, outras escolhas com vrios meios possveis.
Inteligncia seria a habilidade de aprender, a partir de uma experincia, conhecimento
para se adaptar a novas situaes.
Binet e Simon, em 1904, criaram os primeiros testes de inteligncia, tendo como
objetivo a verificao do progresso de crianas deficientes do ponto de vista
intelectual. Realizaram-se, assim, programas especiais para o progresso dessas
crianas, tornando os testesnecessrios para a avaliao quanto eficincia desses
programas, avaliando, assim, o progresso obtido.
Pesquisaram o quociente de inteligncia mediante uma escala que media a
capacidade do conhecimento de crianas comparando as idades cronolgicas. Assim
sendo, consideram o QI saudvel dentro dos parmetros 90-120, sendo que variaes
para baixo ou para cima estariam relacionadas com defasagens/incapacidades e, por
outro lado, genialidades/alta capacitao de expanso pessoal.
Assim, outros psiclogos comearam a desenvolver testes para medir a inteligncia
dos indivduos, que so chamados de testes de inteligncia.
Vrias pesquisas tm sido elaboradas na tentativa de relacionar a inteligncia com
variveis fsicas, sexo, cultura e caractersticas da personalidade. O que se tem
verificado que, em geral, as meninas so superiores nos testes que requerem
aptides lingusticas e memria verbal, isso explica a razo delas comearem a falar
mais cedo em relao aos meninos, sendo esses superiores nos testes que medem
aritmtica e matemtica em geral.
Acredita-se que isso uma influncia cultural, pela estimulao dada aos meninos
para lidarem melhor com o dinheiro e medidas em geral. Crianas que veem de lares
com estatutos socioeconmicos mais elevados conseguem melhores resultados nos
testes de inteligncia.
Assim, a inteligncia capaz de criar instrumentos, dar funo nova, sentido novo a
coisas j existentes, para que sirvam de meios a novos fins.
Vrias experincias foram realizadas para estudar a inteligncia com alguns animais,
especialmente os chimpanzs, demonstrando que esses eram capazes de
comportamentos inteligentes. A experinciarealizada pelo psiclogo Klher
considerada clssica, foi colocar um chimpanz numa pequena sala, pondo a seu lado
certo nmero de caixotes e prendeu-se uma banana no teto. Aps saltos instintivos
para agarrar a banana, o chimpanz consegue empilhar os caixotes, subir neles e
agarrar o alimento.
Colocado um chimpanz numa pequena sala, nas mesmas circunstncias anteriores,
mas oferecendo bambus em vez de caixotes, o chimpanz termina por encaixar os
bambus uns nos outros, formando um instrumento para apanhar a banana.
O fato de que o chimpanz percebe um campo perceptivo, e no objetos isolados,
demonstrado quando, no lugar dos bambus, so colocados arames, que o animal
enganchar uns nos outros para colher a fruta; ou quando, no lugar dos caixotes, so
colocadas mesinhas de tamanhos diferentes, que podem ser empilhadas pelo animal
para agarrar a banana.
O que voc acha que aconteceu? Depois de comer a banana, o chimpanz nada faz
com os caixotes, os bambus, os arames ou as mesas. Ficam sua volta como objetos
sem sentido.
Pense em uma criana nas mesmas circunstncias, ao contrrio dos chimpanzs
depois de conseguir o que deseja, por exemplo, pegar os pirulitos pendurados,
examinar os objetos. Dever explorar aquilo que a cerca, se descobrir que so
desmontveis, o que ela far? Tentar fazer com os caixotes, uma mesa, uma escada,
com os bambus e os arames uma rede.
Observe que essa diferena nos comportamentos do chimpanz e da criana revela
que a ltima ultrapassa a situao imediata de fome e de uso direto dos objetos, que
prev uma situao futura para a qual encontra uma soluo, transformando os
objetos em instrumentos.
A crianaantecipa uma situao, transforma os dados de uma situao presente,
fabricando meios para certos fins que ainda esto ausentes. Pode se lembrar da
situao passada, organizar outra a partir dos dados lembrados, esperados e
percebidos e com grande habilidade pode imaginar uma situao nova e responde a
ela, mesmo que ainda esteja ausente.
Como voc vem notando, a criana se relaciona com o tempo, transforma seu espao,
representa seu mundo e atua praticamente sobre ele. No somos dotados apenas de
inteligncia prtica ou instrumental, mas tambm de inteligncia terica e abstrata.
O exerccio da inteligncia como pensamento inseparvel da linguagem, pois a
linguagem nos permite estabelecer relaes, conceb-las e compreend-las.
A linguagem articula percepes e memrias, percepes e imaginaes, oferecendo
ao pensamento um fluxo temporal que conserva e interliga as ideias.
O psiclogo Piaget mostrou como a aquisio da linguagem e do pensamento
caminham juntas quando estuda a gnese da inteligncia nas crianas. Imagine uma
criana de quatro anos, ela ainda no capaz de pensar relaes reversveis ou
recprocas porque no domina a linguagem desse tipo de relaes.
Dicionrio
A inteligncia humana pode ser definida como a capacidade para enfrentar ou colocar
diante de si problemas prticos e tericos, para os quais encontra, elabora ou concebe
solues, seja pela criao de instrumentos prticos, seja pela criao de ideias e
conceitos.
O conhecimento inteligente apreende o sentido das palavras, interpreta-o, inventa
novos sentidos para palavras antigas, cria novas palavras para novos sentidos. O
movimento de conhecer , pois, um movimentocujo corpo a linguagem. Graas a
ela, compartilhamos com outros os nossos conhecimentos e recebemos de outros os
conhecimentos.
4.1 Resumo do Captulo
Neste captulo, vimos que a inteligncia ajuda o indivduo a alterar o seu
comportamento em funo das exigncias de cada situao, na maneira de conhecer
e enfrentar novos desafios. Pode ser a capacidade de aprender coisas novas.
Que esta pode ser mensurada atravs de testes e, quando h estimulao, o indivduo
tende a desenvolver mais a sua inteligncia.
Observa-se uma relao entre hereditariedade e meio social, e que esses tambm
influenciam na inteligncia. Variveis, como sexo, classe econmica e social, tambm
podem contribuir com o desenvolvimento.
4.2 Atividades Propostas
Agora que terminamos este captulo, vamos verificar se voc fixou bem o contedo.
Responda s perguntas a seguir:
1. O que inteligncia e qual a sua funo?
2. Como podemos avaliar a inteligncia?
5 LINGUAGEM
A linguagem constituda por sons bsicos, chamados de fonemas, unidades
elementares, semntica (significado) e sintaxe (regras para ordenar as palavras), que
formam a gramtica.
Os primeiros estudos sobre a aquisio da linguagem estavam baseados em uma
viso terica behaviorista (Skinner), que assumia que a aprendizagem de uma lngua
se dava pela exposio ao meio e em decorrncia da imitao e do reforo. O ponto
de vista terico behaviorista defendia que o ser humano aprende por condicionamento,
assim como qualquer outro animal.
A partir do final da dcada de 1950, os estudos de Noam Chomsky impulsionam os
trabalhos em aquisio dalinguagem, com base na posio assumida de que a
linguagem inata.
Para o pesquisador Skinner, a linguagem uma dotao gentica do ser humano que
se d pelos princpios familiares da imitao e reforo.
Ateno
Os elementos constitutivos da linguagem so: gestos, sinais, sons, smbolos ou
palavras, usados para representar conceitos, ideias, significados e pensamentos.
Embora os animais tambm se comuniquem, a linguagem verbal pertence apenas ao
homem.
H um dispositivo inato de aquisio que permite que a criana, exposta ao meio,
construa hipteses sobre a lngua, escolhendo os parmetros que devero ser
marcados ou fixados, gerando a gramtica de sua lngua nativa.
A criana nasce pr-programada para adquirir a linguagem e capaz de, a partir da
exposio fala, construir suas hipteses sobre a lngua em que est imersa.
A viso cognitivista construtivista (Piaget) entende a aquisio da linguagem como
dependente do desenvolvimento da inteligncia da criana. Sob esse ponto de vista, a
linguagem surge quando a criana desenvolve a funo simblica. necessria a
mediao de outro elemento, pessoa, para que a criana faa a interao com o
mundo.
A viso interacionista social (Vygotsky) considera os fatores sociais, comunicativos e
culturais para a aquisio da linguagem, estudando as caractersticas da fala dos
adultos. Segundo esse ponto de vista terico, a interao social e a troca comunicativa
so pr-requisitos bsicos para a aquisio da linguagem.
Nessa perspectiva, a linguagem a atividade constitutiva do conhecimento de mundo
e a criana se constri como sujeito.
A trajetria do desenvolvimento dalinguagem parece ser universal e contnua,
passando pelos seguintes estgios:
balbucio produo de sons: vogais (3-4 meses); consoantes e vogais (em torno dos
6 meses);
primeiras palavras entre os 10 e 12 meses;
enunciados de uma palavra em torno dos 12 meses;
crescimento vocabular grande entre os 16 e 20 meses;
fase telegrfica primeiras combinaes de palavras, entre os 18 e 20 meses;
exploso vocabular entre os 24 e 30 meses;
domnio das estruturas sintticas e morfolgicas entre os 3 anos e 3 anos e meio.
Embora estudos (hiptese da relatividade lingustica) sugiram que a linguagem
determina o pensamento, mais prudente dizer que a linguagem influencia o
pensamento e que um depende do outro.
As palavras e o modo como so combinadas servem para facilitar e expressar os
pensamentos do indivduo.
5.1 Resumo do Captulo
A linguagem nada mais do que as palavras escritas, gesticuladas e a maneira como
pensado e comunicado.
Essa vista em duas vises, cognitivista construtivista e a viso interacionista social.
A primeira entende a aquisio da linguagem como dependente do desenvolvimento
da inteligncia da criana e a segunda defende que a interao social e a troca
comunicativa so pr-requisitos bsicos para a aquisio da linguagem.
5.2 Atividades Propostas
Agora, finalizando este captulo, responda s questes abaixo para verificar o seu
aprendizado.
1. Como formada a linguagem?
2. Fale sobre as diferentes vises sobre a linguagem.
6 EMOES
Pode ser conceituada como qualquer agitao e transtorno damente, do sentimento,
da paixo. Robbins conceitua emoo como sendo um sentimento intenso direcionado
a algum ou a alguma coisa.
difcil de conceituar emoo, sentimento e humor, pois eles se fundem entre si.
Sentimento seria a grande variedade de sensaes que as pessoas experimentam; e
humor so sentimentos que costumam ser intensos, mas no possuem um estmulo
contextual.
Veja s, demonstramos nossas emoes quando estamos felizes com alguma coisa,
com raiva de alguma situao ou de algum, com medo de algo ou de algum.
Por vezes, temos de demonstrar emoes as quais no sentimos, que chamamos
esforo emocional, quando temos que ser corteses, gentis e atenciosos com os
clientes, fingindo uma emoo que no estamos sentindo naquele momento.
Voc sabia que as emoes podem ser classificadas? Isso mesmo, pode-se classificar
as emoes em genuna e demonstrada, positiva e negativa. As genunas podem ser
definidas como aquelas quando no conseguimos controlar nossos sentimentos,
aquilo que mexe com a gente como um todo, algo que brota do nosso interior; como,
por exemplo, quando sentimos a dor na perda de um ente querido, quando sentimos
alegria com o nascimento de uma criana, como indescritvel ver o dom da vida, nos
emocionamos. A emoo demonstrada aquela que no inata e sim aprendida,
desenvolvida por algum motivo, por exemplo, quando seu time de futebol ganha,
quando um amigo promovido no trabalho, mostramos um sentimento de felicidade,
de realizao que aprendemos a demonstrar.
Ateno
Apesar das emoes serem universais, elas dependem da cultura de cada pas, assim
temos que ficar atentos cultura local, mesmo dentro do mesmopas. Empresas e
organizaes multinacionais costumam fazer um perodo de adaptao antes da
transferncia de um funcionrio, para que no haja choque cultural.
Por exemplo, em algumas culturas, no existe traduo para saudade, ansiedade,
depresso ou culpa. Os taitianos no tm uma palavra para tristeza e atribuem esse
estado a uma doena fsica. Em outros pases, demonstrar simpatia pode ser
interpretado como vulgar, sem educao.
Caro(a) aluno(a), quantas emoes existem? Como so expressas? Isso mesmo,
vrias so as emoes humanas e mostramos na maneira como experimentamos a
raiva, o medo e a felicidade. O medo uma emoo adaptativa, mas pode ser
traumtica. Embora pareamos biologicamente predispostos a adquirir medos.
Saiba mais
A raiva despertada com mais frequncia por eventos que no apenas so frustrantes
ou insultuosos, mas interpretados como intencionais, injustificados e evitveis.
A felicidade melhora a percepo do mundo e das pessoas e sua disposio ajuda a
compreender outras pessoas. Algumas pessoas so mais felizes que outras, pela
maneira diferenciada de ver o mundo, por serem pessoas otimistas, extrovertidas.
Pode-se dizer que as emoes so reveladas pelo corpo, tom de voz, afeies faciais
e pelo comportamento, sendo que muitas das emoes so as interpretaes
cognitivas de cada indivduo, conforme a cultura e sociedade.
Portanto, existe uma variedade muito grande de emoes (raiva, medo, alegria,
tristeza, esperana, amor, dio etc.), cada pessoa responde diferentemente a
estmulos emocionais iguais, isto , cada pessoa interpreta e vivencia as emoes
conforme a sua personalidade.
A frequncia ea durao das emoes tambm dependem das interpretaes das
pessoas, por exemplo, para falar em pblico, ser gentil tm que ser mais trabalhados,
desenvolvidos por pessoas que so mais introvertidas do que as extrovertidas, as
mulheres expressam mais as suas emoes do que os homens, com sorrisos, gestos,
tendo mais facilidade nas aprovaes sociais.
Pense como as emoes podem ser expressas no ambiente de trabalho? O quadro a
seguir nos d essa posio.
Quadro 1 Teoria dos eventos afetivos.
[pic]
Fonte: Robbins (2005).
6.1 Resumo do Captulo
Resumindo este captulo, podemos dizer que as emoes so sentimentos intensos
que expressamos a algum ou a alguma coisa. As emoes podem ser variadas em
intensidade, durao e frequncia, podendo ser positivas e negativas, genunas ou
demonstradas.
As emoes no podem ser separadas no ambiente de trabalho, porque essas fazem
parte das pessoas, da natureza humana. Elas so expressas de maneiras diferentes
no ambiente organizacional, ajudando a melhorar o desempenho das pessoas, isto ,
quanto mais a pessoa tem um trabalho complexo, uma tarefa difcil a ser
desempenhada, menor ser o nvel emocional permitido para que no atrapalhe seu
desempenho final.
6.2 Atividades Propostas
Caro(a) aluno(a), agora que finalizamos este captulo, faa os exerccios propostos a
fim de verificar o seu aprendizado.
1. Defina e classifique as emoes.
2. Cite exemplos de situaes onde as emoes podem trazer uma melhoria de
desempenho no trabalho.
7 COMUNICAO
Querido(a) aluno(a),
Neste captulo, veremos a importncia dacomunicao e como suas falhas geram
conflitos, e como esses podem ser resolvidos ou amenizados.
Para que o significado seja transferido, preciso que um emissor transmita uma
mensagem e um receptor compreenda a mensagem.
A comunicao no se limita meramente fala e pode assumir diversas formas, como,
por exemplo, memorandos, e-mails, boletins, apresentaes visuais ou smbolos e
mensagens no verbais.
Ela pode ser de dois tipos: interpessoal e organizacional.
A comunicao interpessoal ocorre entre duas pessoas, seja face a face ou em
contextos de grupos nos quais as partes so tratadas como indivduos e no como
objetos. Esse tipo de comunicao diferente da comunicao organizacional, que
abrange a comunicao entre vrios indivduos ou grupos.
Veja, a seguir, como acontece o processo de comunicao:
a fonte de comunicao o emissor, quem fala;
a codificao um pensamento ou mensagem em uma forma simblica;
a mensagem o produto fsico concreto da codificao da fonte;
o canal o meio pelo qual a mensagem viaja;
a decodificao a traduo em uma forma que o receptor possa entender;
o receptor a quem a mensagem dirigida;
o feedback a indicao que a mensagem foi recebida.
Ao contrrio do que certas pessoas pensam, nem todos os problemas nas
organizaes so causados por comunicao deficiente; s vezes, as distores na
comunicao so propositadas e at funcionais.
As comunicaes no verbais podem ser mais influentes do que a variedade verbal;
homens e mulheres geralmente conversam por razes diferentes e criam dificuldades
decomunicao entre os sexos e a comunicao intercultural um dos maiores
desafios no ambiente atual de globalizao.
A comunicao uma fonte conveniente de culpa em relacionamentos e
organizaes. Muitas pessoas atribuem tudo o que acontece a um problema de
comunicao, porque muito doloroso enfrentar o problema real a incompetncia.
Saiba mais
Problemas de comunicao so, na verdade, diferenas de valor. claro que a m
comunicao pode trazer o desastre para os negcios. Mas, o que atribudo a
problemas de comunicao pode, na verdade, ser provocado por alguma outra coisa:
as aes do indivduo.
Por vezes, interessa a uma ou a ambas as partes envolvidas em uma comunicao
evitar a clareza. Esse procedimento pode ajudar uma pessoa nos seguintes sentidos:
minimizar os questionamentos;
agilizar a tomada de decises;
reduzir as objees;
negar aquilo que se declarou anteriormente;
mudar de opinies;
preservar a atmosfera;
ocultar inseguranas;
dizer vrias coisas ao mesmo tempo;
dizer no diplomaticamente;
evitar o confronto e a ansiedade.
Embora o telefone, o voice mail, o e-mail, as conferncias eletrnicas, fax e
comunicadores pessoais tenham reduzido a importncia da comunicao no verbal, a
maioria das comunicaes interpessoais nas organizaes ainda acontece face a face.
As aes falam mais alto do que as palavras.
Quando as insinuaes no verbais de um gerente so condizentes com a mensagem
verbal, elas reforam a mensagem. Mas, quando so incompatveis, podem gerar
confuso para o receptor.
Oque voc acha, homens e mulheres possuem estilos de conversao diferentes?
Essas diferenas podem gerar barreiras de comunicao? Isso vai depender do
contexto, da abordagem utilizada.
Para alguns homens, as conversas so basicamente um meio para preservar a
independncia e manter status hierrquico. Enquanto, para muitas mulheres, as
conversas so negociaes de proximidade nas quais tentam obter e dar confirmao
e apoio.
7.1 Comunicao Intercultural
Quatro fatores interculturais podem bloquear a comunicao:
existem barreiras provocadas pela semntica. As palavras significam coisas
diferentes para pessoas diferentes, particularmente para pessoas de culturas
nacionais diferentes;
as conotaes das palavras podem gerar barreiras. Simplesmente as palavras
insinuam coisas diferentes em lnguas diferentes;
as barreiras podem ser criadas por diferenas de tom. Em certas culturas, a
linguagem formal; em outras, informal;
as diferenas entre percepes podem erigir barreiras porque as pessoas que falam
lnguas diferentes veem, de fato, o mundo de maneiras diferentes.
Ateno
Devemos ter cuidado com a comunicao.
No utilizar letras maisculas em toda a mensagem.
Podemos expressar nosso estado de esprito atravs de emoticons:
:) = sorriso; :-e = desapontado; :( = choro.
7.2 Comunicao Eficaz
Desconsiderando as habilidades de audio, muitas pessoas confundem escutar com
ouvir. Escutar apenas captar vibraes sonoras. Ouvir compreender aquilo que
escutamos. A audio ativa exige que se entenda a comunicao a partir do ponto de
vista do emissor.