93
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃOEM ENGENHARIA MECÂNICA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO MECÂNICO E TÉRMICO DE BIOCOMPÓSITOS À BASE DE POLIPROPILENO E FIBRAS DE CURAUÁ E A INFLUÊNCIA DO SEU REPROCESSAMENTO NAS PROPRIEDADES MECÂNICAS E FÍSICAS CAMILA CRUZ DA SILVA NATAL- RN, 2018

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO MECÂNICO E TÉRMICO DE BIOCOMPÓSITOS À BASE DE ... · 2019-05-26 · ANÁLISE DO COMPORTAMENTO MECÂNICO E TÉRMICO DE BIOCOMPÓSITOS À BASE DE POLIPROPILENO

  • Upload
    others

  • View
    2

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃOEM ENGENHARIA MECÂNICA

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO MECÂNICO E

TÉRMICO DE BIOCOMPÓSITOS À BASE DE

POLIPROPILENO E FIBRAS DE CURAUÁ E A

INFLUÊNCIA DO SEU REPROCESSAMENTO NAS

PROPRIEDADES MECÂNICAS E FÍSICAS

CAMILA CRUZ DA SILVA

NATAL- RN, 2018

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede

Silva, Camila Cruz da.

Análise do comportamento mecânico e térmico de biocompósitos à

base de polipropileno e fibras de curauá e a influência do seu

reprocessamento nas propriedades mecânicas e físicas / Camila Cruz da Silva. - 2018.

82 f.: il.

Tese (doutorado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

Centro de Tecnologia, Programa de Pós-Graduação em Engenharia

Mecânica. Natal, RN, 2018.

Orientador: Prof. Dr. Raimundo Carlos Silvério Freire Júnior.

1. Biocompósitos - Tese. 2. Reciclabilidade - Tese. 3.

Polipropileno - Tese. 4. Curauá - Tese. I. Freire Júnior,

Raimundo Carlos Silvério. II. Título.

RN/UF/BCZM CDU 620.1

Elaborado por Ana Cristina Cavalcanti Tinôco - CRB-15/262

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO MECÂNICO E

TÉRMICO DE BIOCOMPÓSITOS À BASE DE

POLIPROPILENO E FIBRAS DE CURAUÁ E A

INFLUÊNCIA DO SEU REPROCESSAMENTO NAS

PROPRIEDADES MECÂNICAS E FÍSICAS

CAMILA CRUZ DA SILVA

Tese apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Engenharia Mecânica

(PPGEM) da Universidade Federal do

Rio Grande do Norte como parte dos

requisitos para a obtenção do título de

DOUTOR EM ENGENHARIA

MECÂNICA, orientado pelo Prof. Dr.

Raimundo Carlos Silvério Freire Júnior.

NATAL - RN

2018

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO MECÂNICO E TÉRMICO

DE BIOCOMPÓSITOS À BASE DE POLIPROPILENO E

FIBRAS DE CURAUÁ E A INFLUÊNCIA DO SEU

REPROCESSAMENTO NAS PROPRIEDADES MECÂNICAS

E FÍSICAS

CAMILA CRUZ DA SILVA

Tese APROVADA pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia

Mecânica (PPGEM) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Banca Examinadora da Tese

Prof. Dr. Raimundo Carlos Silvério Freire Júnior

___________________________________________________________ Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Orientador

Prof. Dr. Elmo Thiago Lins Couras Ford

___________________________________________________________ Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Avaliador Interno

Prof. Dr. Wanderley Ferreira Amorim Júnior

___________________________________________________________ Universidade Federal de Campina Grande - Avaliador Externo

Prof. Dr. Renata Carla Tavares dos Santos Felipe

___________________________________________________________ Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte - Avaliado

Externo

Prof. Dr. Lucemaide Batista Miranda Ferreira ___________________________________________________________

Avaliado Externo

NATAL, 04 de maio de 2018.

Dedicatória

A minha avó, Cleonice de Araújo Cruz, que há 29 anos acredita em mim e nunca desistiu de me ver doutora, por mais difícil que tenha sido a caminhada, essa tese é dela e a Nossa Senhora Mãe dos homens.

Agradecimentos

Este trabalho não poderia ser concluído sem a ajuda de diversas

pessoas as quais presto minha homenagem:

A Deus, primeiramente, pela vida e saúde, e força para chegar até aqui.

A minha família,em especial a meus pais, irmãos e avó.

As minhas irmãs Tázia e Taíze, não sei o que seria da minha vida sem

vocês.

Ao meu irmão Rafael, o seu apoio é fundamental todos os dias da minha

vida.

Ao Prof. Dr. Raimundo Carlos S Freire Júnior,pela grande amizade,

carinho, apoio, incentivo e disponibilidade incondicional para a

orientação, fundamental na realização deste trabalho.

Ao meu namorado Gilberto Mendonça Silva, seu apoio foi fundamental

nessa reta final.

Ao “anjo” Antonio Marcos de Medeiros, que cansado e cheios de coisas

para fazer veio me ajudar com um sorriso no rosto e toda a paciência

desse mundo.

A Profª. Drª. Renata Carla Tavares dos Santos Felipe, por todo apoio e

amizade ao longo desses anos.

A Drª Lucemaide Batista Ferreira por toda sua ajuda e amizade ao longo

desses anos.

A instituição patrocinadora UFRN-PPGEM pela oportunidade para

realizar este trabalho.

A instituição IFBA campus Vitória da Conquista por todo apoio e

paciência durante esses anos.

A minha grande amiga e colega de trabalho Silvana Viana Garcia, pela

ajuda e acolhimento na minha vida profissional.

Aos meus amigos Patrícia Medeiros, Keite Avelino, Regina Maria,

Ricardo Alex Cunha, Jayna Dioniosio, Renata Ferreira, Elione Moura,

Raimison de Assis, Bruno Castro, Camilla Medeiros , Ilana Patricia e

Luanda Rodrigues, sem vocês não teria conseguido dar o primeiro

passo.

A minha segunda família em Vitória da Conquista, Marcos

Messias, Mark Rener dos Santos, Orleane Brito, Renata Lacerda e

Rosineide Xavier.

Ao laboratório de metrologia da UFRN.

"Por mais longa que seja a caminhada o mais importante é dar o primeiro passo.”

Vinicius de Morais

Silva, C.C. Título da Tese.2018. 102 p. Tese de Doutorado (Programa de Pós-Graduação

em Engenharia Mecânica) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal-RN,

2018.

Resumo

Esta tese apresenta uma abordagem sobre o processo de reciclagem de um

biocompósito de matriz de polipropileno reforçado com fibras de curauá ( 0%, 10% e

30%), onde os mesmos passaram por cinco ciclos de reciclagem ( reprocessamentos) em

uma máquina do tipo extrusora. Foram realizados análises de índice de fluidez, análises

térmicas ( Temperatura de amolecimento e análise termogravimétrica) e ensaio mecânico

de flexão em três pontos. Ambas as análises foram realizadas em amostras em

temperatura ambiente e em amostras que passaram por um período de 14 dias em uma

estufa há temperatura de 120°C, peã analisar a interferência do calor no biocompósito e

na reciclabilidade do mesmo. Após uma análise comparativa entre os estados estudados,

observou-se que os biocompósitos com 30% de reforço possuem um maior módulo de

elasticidade e apresentam maior resistência à flexão. Para os materiais que passaram

pelo período em estufa, estes conseguiram valores superiores de rigidez e resistência em

comparação ao material que não teve esse condicionamento. Quando e realizada a

análise comparativa entre as propriedades e características térmicas dos materiais,

observa-se um melhoramento no que se refere a temperatura de amolecimento e um

deslocamento positivo da curva tg, para todas as composições aqui estudadas. De uma

análise geral essa tese comprova a viabilidade da reciclagem do biocompósito, uma vez

que este seja condicionado à estufa à 120°C pelo período de 14 dias.

Palavras-chave: (Biocompósitos, Reciclabilidade, Polipropileno, Curauá)

Surname, Initials of the name. Thesis title.2018. 102 p. Doctoral Thesis in Mechanical

Engineering - Federal University of Rio Grande do Norte, Natal-RN, 2018.

Abstract

.

This thesis presents an approach on the recycling process of a curauá (0%, 10%

and 30%) reinforced polypropylene matrix biocomposite, where they have undergone five

recycling cycles (reprocessing) in a machine of the type extruder. Analyzes of fluidity

index, thermal analysis (softening temperature and thermogravimetric analysis) and

mechanical test of flexion in three points were performed. Both analyzes were carried out

in samples at room temperature and in samples that were passed for a period of 14 days

in a greenhouse at a temperature of 120 ° C, to analyze the heat interference in the

biocomposite and the recyclability of the same. After a comparative analysis between the

studied states, it was observed that the biocomposites with 30% of reinforcement have a

greater modulus of elasticity and present greater resistance to flexion. For materials that

passed through the greenhouse period, they achieved higher values of stiffness and

strength compared to material that did not have this conditioning. When the comparative

analysis of the properties and thermal characteristics of the materials is carried out, an

improvement in the softening temperature and a positive displacement of the tg curve is

observed for all the compositions studied here. From a general analysis, this thesis proves

the viability of the recycling of the biocomposite, once it is conditioned to the greenhouse at

120 ° C for the period of 14 days.

Keywords: (Biocomposite, Recycling, polypropylene)

Lista de símbolos

ASTM – American Society for Testing and Materials.

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.

CP – Corpo de prova.

ET – Ensaio de tração uniaxial.

T – Tratato termicamente

BC - Biocompósitos

IF – Índice de fluidez.

ISO – International Organization for Standardization.

ME – Módulo de elasticidade.

PP – Polipropileno.

PR – Plástico Reforçado

PM – Peso molecular.

RPS – Reprocessamentos.

Sumário

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .................................................................................. i

LISTA DE FIGURA ................................................................................................................. ii

LISTA DE TABELA .............................................................................................................. viii

RESUMO ............................................................................................................................... x

ABSTRACT............................................................................................................................ xi

Capítulo I

1 Introdução ........................................................................................................................... 3

1.1 Objetivos Gerais ................................................................................................................3

1.2 Objetivos Específicos..........................................................................................................3

1.3 Contribuições .....................................................................................................................5

Capítulo II

2 Revisão Bibliográfica .........................................................................................................6

2.1 Introdução...........................................................................................................................6

2.2 Materiais Compósitos ........................................................................................................6

2.3 Matrizes ...........................................................................................................................11

2.3.1 Matrizes Poliméricas Utilizadas na Fabricação de Compósitos……..........................11

2.3.2 Matrizes Termoplásticas ............................................................................................12

2.3.2.1 Polipropileno ..............................................................................................................14

2.4 Processo de Transformação do Polipropileno..................................................................14

2.4.1.1 Extrusão .....................................................................................................................14

2.4.1.2 Moldagem por Injeção ................................................................................................14

2.5 Tipos de Reforços ............................................................................................................16

2.5.1 Reforço Fibroso ..........................................................................................................16

2.5.2 Formas e Uso das Fibras ...........................................................................................17

2.5.3 Fibras Naturais ...........................................................................................................17

2.5.4 Compósitos á Base de Fibras Naturais ......................................................................20

2.5.5 Fibras de Curauá.......................................................................................................20

2.6 Características e propriedades da Interface ...................................................................20

2.7 2.7 Estado da Arte ...........................................................................................................22

Capítulo III

3 Materiais e Métodos ........................................................................................................27

3.1 Matriz Polimérica .............................................................................................................27

3.2 Reforço.............................................................................................................................28

3.3 Processo de Fabricação dos Biocompósitos....................................................................28

3.3.1 Preparação das Fibras ...............................................................................................30

3.3.2 Preparação do PP ......................................................................................................30

3.3.3 Obtenção dos Biocompósitos Granulados .................................................................31

3.4 Ensaios Realizados .........................................................................................................36

3.4.1 Índice de Fluidez (IF)..................................................................................................36

3.4.2 Envelhecimento em Estufa ........................................................................................36

3.4.3 Temperatura de Amolecimento Vicat..........................................................................39

3.4.4 Análise de TGA...........................................................................................................39

3.4.5 Ensaio de Flexão em três pontos................................................................................40

3.4.6 Microscopia Eletrônica de Varredura ( MEV)..............................................................41

Capítulo IV

4 Resultados e Discussões .................................................................................................42

4.1 Análises de Indice de Fluidez ..........................................................................................43

4.2 Análises do Polipropileno..................................................................................................43

4.2.1 Ensaios de Flexão, Vicat, TG......................................................................................44

4.2.2 Ensaios de Flexão, Vicat e TG para o Polipropileno Tratado termicamente

....................................................................................................................................44

4.2.3 Estudo Comparativo do PP e PPE para todos os reprocessamentos........................53

4.3 Análises dos Biocompósitos e seus Reprocessamentos.................................................53

4.3.1 Biocompósitos Sem Tratamento Térmico...................................................................59

4.3.2 Biocompósitos Tratado Termicamente.......................................................................67

4.4 Estudo Comparativo entre o PP e os biocompósitos aqui estudados..............................68

Capítulo V

5 Conclusões.......................................................................................................................68

6 Sugestões para trabalhos Futuros...................................................................................71

7 Referência Bibliográfica ...................................................................................................71

LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 – Classificação dos Materiais Compósitos – Adaptação Levy, 2006

..................................................................................................................................................8

Figura 2.2 – Exemplos da Utilização dos Materiais Compósitos .............................................9

Figura 2.3 – Utilização de Plásticos Reforçados na Indústria – Adaptação Abmaco

2011..........................................................................................................................................9

Figura 2.4 – Comparativo da Resistência Especifica entre Materiais Compósitos ( lâminas

unidirecionais) Analisados no Sentido Paralelo á Fibra e os Metais – Askeland e Phulé

2008........................................................................................................................................10

Figura 2.5 – Comparativo do Módulo Eslático Especifico entre Materiais Compósitos

Compósitos ( lâminas unidirecionais) Analisados no Sentido Paralelo á Fibra e os Metais –

Askeland e Phulé 2008 ..........................................................................................................11

Figura 2.6 – Fluxograma do processo de injeção...................................................................18

Figura 2.7 – Imagem da Fibra de curauá (MEV) ..................................................................19

Figura 2.8 – Fibras Lignocelulosicas . ...................................................................................21

Figura 2.9 – Planta de curauá ...............................................................................................27

Figura 3.1 – Metodologia Utilizada no Trabalho ....................................................................27

Figura 3.2 – Matriz Polimérica Utilizada ................................................................................28

Figura 3.3 – Fibras de Curauá Picotadas ..............................................................................30

Figura 3.4 – Estufa da PALLEY..............................................................................................31

Figura 3.5 – Misturador .........................................................................................................33

Figura 3.6 – Extrusora utilizada na obtenção dos biocompósitos..........................................34

Figura 3.7 - Abertura superior onde foram adicionados os materiais....................................34

Figura 3.8 – Saída da Mistura pelos dois furos da matriz da extrusora ................................35

Figura 3.9 – Biocompósitos granulados utilizados para a preparação dos corpos de prova na

injetora ROMI..........................................................................................................................35

Figura 3.10 – Injetora ROMI utilizada na preparação dos corpos de prova...........................36

Figura 3.11- Molde..................................................................................................................36

Figura 3.12 – Corpos de provas.............................................................................................36

Figura 3.13 – peso impulsonando os grãos fundidos no orifício padrão…….........................37

Figura 3.14 – Amostras sendo Envelhecidas ........................................................................38

Figura 3.15 – Equipamento utilizado pelo vicat......................................................................39

Figura 3.16 – Aparelho para análise de TGA ........................................................................41

Figura 3.22 – Máquina de microscópica eletrônica de varredura (MEV)................................41

Figura 4.1 – Índice de fluidez ara os materiais estudados nessa

tese.........................................................................................................................................44

Figura 4.2 – Gráfico Tensão versus deformação para os PP puro com todos os

reprocessamentos..................................................................................................................45

Figura 4.3 – Gráfico da tensão média para o PPreprocessado.............................................46

Figura 4.4- Gráfico do módulo de Elasticidade para o PP reprocessado..............................47

Figura 4.5 – Temperatura de amolecimento para o PP e seus reprocessamentos...............48

Figura 4.6 – Termograma do PP e seus reprocessamentos..................................................48

Figura 4.7 – Gráfico Tensão X deflexão para o PP Envelhecido termicamente.....................49

Figura 4.8 – Limite de Resistência á Flexão para o PP Envelhecido Térmicamente.............50

Figura 4.9 – Módulo de Elasticidade do PP envelhecido Termicamente...............................51

Figura 4.10 – Temperatura de Amolecimento para o PP Envelhecido termicamente...........52

Figura 4.11 – Termograma ara o Polipropileno envelhecido .................................................52

Figura 4.12- Gráfico Tensão X Deformação para o compósito com 10 % de reforço em seus

cinco reprocessamentos.........................................................................................................53

Figura 4.13 – Gráfico Tensão X deformação para o compósito com 30 % de reforço em seus

reprocessamentos..................................................................................................................54

Figura 4.14- Gráfico comparativo de limites de resistência a Flexão.....................................55

Figura 4.15 – PPI com 10 % de fibras de curauá; (b) – PP V com 10 % de fibras de

curauá.....................................................................................................................................56

Figura 4.16 - PPI com 30 % de fibras de curauá; (b) – PP V com 30 % de fibras de curauá.....................................................................................................................................57 Figura 4.17 Gráfico Comparativo entre os módulos de elasticidades....................................58

Figura 4.18 - Gráfico Comparativo entre as Temperaturas de Amolecimento.......................59

Figura 4.19 – Gráfico Tensão x Deformação para o Biocompósito 10% Tratado

Termicamente.........................................................................................................................60

Figura 4.20 – Gráfico Tensão x Deformação para o Biocompósito 30% Tratado

Termicamente ........................................................................................................................60

Figura 4.21 – Gráfico Comparativo entre as tensões dos Biocompósitos tratados

termicamente..........................................................................................................................61

Figura 4.22 – Gráfico Comparativo entre os módulos dos biocompósitos tratados

termicamente..........................................................................................................................62

Figura 4.23 - Gráfico Comparativo entre as temperaturas de amolecimento dos

biocompósitos tratados termicamente....................................................................................62

Figura 4.24 - Gráfico comparativo para tensão de todos os biocompóstos estudado............64

Figura 4.25 - Gráfico comparativo para módulo de todos os biocompósitos estudados…….65

Figura 4.26 - Gráfico comparativo para temperatura de amolecimeto de todos os

biocompósitos estudados.......................................................................................................65

LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 – Propriedades do polipropileno.........................................................................14

Tabela 2.2 – Diferença e propriedades dos três tipos de polipropileno

encontrados............................................................................................................................15

Tabela 2.3 – Composição química de algumas fibras naturais ...........................................19

Tabela 2.4 – Composição química da Fibra de Curaúa.......................................................21

Tabela 3.1 – Composição das amostras..............................................................................29

Tabela 3.2 – Especificação do HP 550 K (Braskem S/A).....................................................31

Tabela 3.3 – Opções de Condicionamento .........................................................................38

Tabela 4.1 – Média dos valores encontrados dos grãos submetidos à análise de IF..........43

Tabela 4.2 – Valores médios para o PP retirados a partir de ensaio de flexão em três

pontos.....................................................................................................................................46

Tabela 4.3 – Valores médios para o PP retirados a partir de ensaio de flexão em três

pontos.....................................................................................................................................49

Tabela 4.4 - Valores médios para o os biocompósitos retirados a partir de ensaio de flexão

em três pontos........................................................................................................................54

Tabela 4.5 - Valores médios para o os biocompósitos envelhecidos retirados a partir de

ensaio de flexão em três pontos.............................................................................................62

1

Capítulo I

Introdução, Objetivos Gerais e Específicos.

2

1 Introdução

Os materiais compósitos podem ser definidos como uma classe de materiais

heterogêneos, multifásicos, podendo ser ou não polimérico, em que um dos

componentes descontínuos, dá a principal resistência ao esforço (componente

estrutural) e o outro, continuo é o meio de transferência desse esforço (componente

matricial) (Mano, 2003). Utilizando nesses matérias matrizes poliméricas do tipo

termoplástica, pode-se reutilizá-los através do processo de reciclagem.

Um dos problemas de se reciclar essas matérias é que as fibras que são

utilizados como reforço, são fibras de natureza sintética (vidro, kevlar, carbono),

dificultando esse processo e impactando de forma negativa o meio ambiente.

Alguns desses materiais estão passando pelo processo de reciclagem, mais de

uma vez que as fibras utilizadas são sintéticas, algumas vezes chegando a serem

atóxicas, esse processo vem passando por evoluções. (Yang 2011)

Uma procura no século XXI é por materiais ecologicamente corretos, auto

sustentáveis e recicláveis que não venham a causar impactos ambientais e ao

mesmo tempo venha a desenvolver as áreas em que estes são produzidos.

Nesse contexto tem-se o desenvolvimento de pesquisas utilizando os

biocompósitos, que são matérias compósitos que possuem como um de seus

componentes material prima de origem natural, dentre esses componentes temos

destaque para as fibras naturais de origem vegetal (Dicker et al, 2014; Le Moigne et

al, 2014; Azwa et al, 2013; Yan et al, 2013; Merotte et al, 2016; Raina et al, 2016).

A utilização das fibras vegetais como reforço em compósitos de matriz

polimérica é algo que vem sendo estudado com ênfase nas ultimas décadas,

visando tanto o fator econômico já que as fibras naturais quando comparadas as

fibras sintéticas possuem um baixo custo de obtenção, além de serem materiais

provenientes de fontes renováveis, são atóxicas, possuem baixa massa específica,

utilizam baixo custo de energia durante a sua produção, além de estimular empregos

nas áreas rurais. (Levy, 2006).

3

1.1 Objetivos Gerais

O objetivo desta tese é analisar a viabilidade da reciclagem em um

biocompósito (Polipropileno/Curauá) a partir de análises térmicas (Tg e Temperatura

de amolecimento) e mecânica (Ensaio de flexão em três pontos). Os biocompósitos

possuindo um percentual de reforço variando entre) 0% , 10% e 30 % de reforço em

peso. Foi analisado também a influência do aquecimento acelerado em estufa

(tratamento térmico) desses materiais para as análises citadas acima.

1.2 Objetivos Específicos

Desenvolvimento de um biocompósito polimérico (polipropileno) granulado,

envolvendo 0 %, 10 % e 30 % de fibras de curauá co o reforço;

Reciclagem de um biocompósitos poliméricos granulados envolvendo maior

percentual de fibras de curauá;

Determinação da resistência e rigidez dos biocompósitos desenvolvidos por

meio dos ensaios de flexão em três pontos e temperatura de amolecimento;

Estudos dos reprocessamentos possibilitando uma reciclagem dos

biocompósitos através de análise do índice de fluidez (IF);

Envelhecimento acelerado térmico dos materiais em estufa;

Determinação da resistência e rigidez dos biocompósitos

desenvolvidos por meio dos ensaios de flexão em três pontos e temperatura de

amolecimento, após o aquecimento acelerado em estufa.

1.3 Contribuições

As principais contribuições do trabalho proposto podem ser listradas a seguir:

Utilização de fibras naturais em um biocompósito, onde o mesmo sofreu

reprocessamento de um termoplástico consequentemente facilitando sua

reciclagem;

As propriedades térmicas e mecânicas dos biocompósitos não são diminuídas

significativamente com o seu reprocessamento;

O uso de fibras naturais no reprocessamento com termoplásticos diminui o

índice de fluidez dos biocompósitos em relação ao termoplástico puro;

4

O aquecimento acelerado em estufa (tratamento térmico) melhora as

propriedades de tensão de ruptura e módulo de elasticidade à flexão para o

polipropileno;

O aquecimento acelerado em estufa aumenta a temperatura de amolecimento

para o polipropileno

Confirmação que as fibras naturais se desgastam rapidamente com a

influência do tempo e do calor

O envelhecimento em estufa (tratamento térmico) foi utilizado de maneira a

melhorar as propriedades dos materiais após a sua reciclagem, aumentando

e facilitando a reciclagem do mesmo.

5

Capítulo II Revisão Bibliográfica

2. Revisão Bibliográfica

6

2.1Introdução

Neste capítulo será realizada uma revisão sobre a definição, a classificação,

processos de fabricação dos materiais compósitos e biocompósitos, com o propósito

de demonstrar os conceitos básicos ligados a esses materiais.

2.2 Materiais Compósitos

Devido à existência cada vez maior de materiais com características

especificas, onde se deseja que o material possua melhores propriedades

mecânicas, térmicas, baixo custo e um apelo à conservação do meio ambiente

ocorreram um aumento significativo no uso de materiais compósitos que começaram

a ser introduzidos na indústria por volta de 1945 (Levy, 2006), uma vez que estes

materiais conseguem aliar características em um único material que dificilmente se

conseguiria usando materiais classificados como tradicionais.

Um material composto pode ser definido como um material formado por dois

ou mais materiais, com características e aspectos diferentes, no entanto quando

analisados macroscopicamente pode-se considerar o mesmo é homogêneo

podendo possuir fibras longas ou curtas (Gay 1991).

Mendonça (2005) define um material compósito como sendo um conjunto de

dois ou mais materiais diferentes combinados em uma escala macroscópica, para

funcionarem como uma única unidade, visando obter um conjunto de propriedades

que nenhum dos componentes individualmente apresenta. Estes materiais são

caracterizados por apresentarem duas fases, sendo uma a fase matriz, ou elemento

matricial, responsável pela proteção do material ao meio e transferência dos

esforços mecânicos que o material venha a sofrer. A outra fase é o reforço, que tem

como finalidade suportar as solicitações mecânicas ao qual o material venha a sofrer

(Levy, 2006).

Os compósitos podem também serem definidos como uma classe de

materiais heterogêneos, multifásicos, podendo ser ou não polimérico, em que um

dos componentes descontínuos, dá a principal resistência ao esforço (componente

estrutural) e o outro, continuo é o meio de transferência desse esforço (componente

matricial) (Mano,2003).

7

De acordo com Hull (1996), não existe uma definição precisa do que seja um

material compósito. Todavia, ao menos três requisitos devem ser incluídos na

definição dessa classe de materiais, tornando-os aptos a aplicações estruturais e

tecnológicas:

I. Consistem em dois ou mais materiais fisicamente distintos e

mecanicamente separados;

II. Podem ser produzidos misturando-se os materiais separados, de maneira

que a dispersão de um material no outro seja realizada de maneira controlada,

otimizando-se as suas propriedades;

III. As propriedades devem ser superiores e preferencialmente únicas em

alguns aspectos específicos, se comparadas às propriedades dos componentes

individuais.

Em compósitos pode-se encontrar basicamente quatro tipos de matrizes:

carbonosas, cerâmicas, metálicas e poliméricas.

O material de reforço pode apresentar-se de duas formas, tanto na forma de

partículas ou material fibroso (Levy, 2006) (Figura 2.1). Podendo também estes

materiais apresentar–se na forma de materiais compósitos híbridos, ou seja,

matérias que apresentam diferentes tipos de reforços, podendo esta ocorrer tanto

com reforços sintéticos como naturais (Silva 2010, Idicula et al 2005, Carvalho 2006,

Akil 2014, Bhagat 2013).

Quando se tem a utilização de um reforço natural no material, temos a

formação de um biocompósito. Por terem características naturais, os biocompósitos

são utilizados em diversos setores da indústria (aeroespacial, química, biomedicina e

engenharia biomédica, por exemplo.) (Raina D et al 2016; Chen Yang et al 2017;

Ahmadi.S et al 2016)

8

Figura 2.1 – Classificação dos Materiais Compósitos (Adaptado Levy, 2006)

Dentre os compósitos existentes, os de matriz polimérica se destacam no

setor industrial, esses compósitos são denominados de plásticos reforçados (PR), e

podem ser utilizados em vários seguimentos da indústria (Figuras 2.2 e 2.3).

Segundo Mula et al.(2006) os compósitos poliméricos são bem utilizados na indústria

aeroespacial, eletrônica bem como na esportiva, devido a sua alta resistência

específica, resistência à corrosão e capacidade de absorção de vibração.

Compósitos Poliméricos

Fibroso Particulado

Multiaxiais Uni

Camadas Multicamadas

Fibras

Continuas

Fibras

Curtas

Uni

Direcional1D Bidirecional

2D Aleatória Orientada

Híbridos Laminares

Aleatória Orientada

9

Figura 2.2 – Exemplos da Utilização dos Materiais Compósitos e Biocompósitos

Figura 2.3 – Utilização de Plásticos Reforçados na Indústria (Abmaco, 2011).

Dentre as aplicações dos compósitos, principalmente os plásticos reforçados

(PR), por exemplo, podemos destacar o setor aeroespacial neste os materiais

compósitos estão ganhando cada vez mais espaços como, por exemplo, na

construção dos Boeing 787 e o Airbus A380, cujos projetos estruturais incluem

muitos componentes críticos feitos a partir de tais materiais (Aviação) e a aeronave

0

5

10

15

20

25

30

10

supersônica F-22, que atinge velocidades de 1,5 Mach, utiliza em sua estrutura 24%

de material compósito polimérico, 39% de titânio, 16% de alumínio, 6% de aço e

15% de outros materiais (Rezende 2000). A grande utilização desses materiais pode

ser explicada devido as suas propriedades especificas, ou seja, a relação das

propriedades mecânicas com a densidade volumétrica, dos mesmos, que quando

comparados com as dos materiais ditos convencionas (aço e cobre, por exemplo) se

tornam superiores (Figura 2.4 e 2.5). Como exemplo, a substituição do alumínio por

compósitos poliméricos, estes por serem mais leves do que o alumínio o que resulta

em uma redução de peso de 20 a 30%, além na redução de 25% na aquisição de

peças estruturais (Librantz et al, 2006)

Figura 2.4 – Comparativo da resistência á tração específica entre materiais compósitos

(lâminas unidirecionais) analisadas no sentido paralelo à fibra e os metais (Askeland e

Phulé, 2008)

390

1000

179

220

0 200 400 600 800 1000 1200

Vidro-E/poliéster

Kevlar/Epóxi

Alumínio

Aço

Resitência à Tração Especifica (MPa/(g/cm³))

11

Figura 2.5 – Comparativo do módulo elástico específico entre materiais compósitos (lâminas

unidirecionais) analisadas no sentido paralelo à fibra e os metais (Askeland e Phulé, 2008)

2.3 Matrizes Poliméricas Utilizadas na Fabricação de Compósitos

Os materiais poliméricos são materiais orgânicos formados por cadeias de

carbono, nos quais estão ligados átomos que podem ser de hidrogênio, nitrogênio,

oxigênio, cloro, flúor e enxofre os quais formam a quase totalidade dos materiais

poliméricos (Marinucci, 2011).

Os compósitos de matrizes poliméricas são as mais utilizadas atualmente

pela indústria em todas as áreas de aplicação, em vista de suas propriedades à

temperatura ambiente, sua facilidade de fabricação e seu custo (Callister, 2005). Em

compósitos a matriz, tem como principal função transferir as solicitações mecânicas

para o reforço e proteger o mesmo do meio em que se encontra.

Do ponto de vista estrutural e de acordo com o comportamento quanto à

refusibilidade. As matrizes poliméricas são classificadas em dois grandes grupos, as

termoplásticas e as termofixas (Mendonça 2005).

Como este trabalho tem como principal estudo a matriz de polipropileno, a

qual é um termoplástico, essa revisão bibliográfica dará ênfase aos materiais

termoplásticos.

20

56

25

26

0 10 20 30 40 50 60

Vidro-E/poliéster

Kevlar/Epóxi

Alumínio

Aço

Módulo de Elasticidade Específico (GPa/(g/cm³))

12

2.3.1 Matrizes Termoplásticas

Os termoplásticos são os polímeros que amolecem ou fundem quando

aquecidos. Consistem em moléculas lineares com ou sem ramificações. Eles

possuem fortes ligações intramoleculares, mas fracas ligações intermoleculares. A

sua resistência e rigidez se dá devido às propriedades inerente das unidades de

monômero e ao elevado peso molecular (Mendonça, 2005; Marinucci 2011).Quando

essas resinas são aquecidas ocorre a quebra das ligações intermoleculares,

passando o material de sólido para viscoso; e ao ser resfriado, endurece. Essas

resinas têm como principal vantagem à capacidade de poderem ser recicladas.

Normalmente o processo de reciclagem diminui as suas propriedades mecânicas

(Albuquerque 1999). Entre as desvantagens, estas matrizes possuem uma baixa

resistência mecânica e baixo módulo de elasticidade, pela sua forma de

processamento, ser na maioria das vezes por extrusão, uma limitação desta matriz é

sua utilização com reforço particulado, diminuindo assim o seu desempenho

estrutural (Silva 2012).

As resinas termoplásticas mais utilizadas no setor industrial são as

poliamidas, polietilieno terraftalico, polipropileno, polietileno (alta e baixa densidade),

policloretro de vinila, acrílicos, policarbonatos, poliestirenos, fluorcarbonos, fenóxis,

celuloses, estirenos, acrílicos (Albuquerque, 2000; Mendonça 2005).

2.3.1.1 Polipropileno

O polipropileno é um polímero obtido a partir da polimerização do gás

propeno, gás esse derivado do processo de refino do petróleo (Carvalho, 2008).

Utilizando catalisadores do tipo Ziegler-Natta (Montenegro 2015).

As resinas de polipropileno (PP), assim como a maioria das poliolefinas, são

resistentes a muitos solventes e produtos químicos. São fortemente atacadas pelos

ácidos inorgânicos fortes, como o ácido nítrico fumegante a temperatura ambiente e

o ácido sulfúrico 98% a 60°C (Brasken 2017).

Apresenta custo relativamente menor quando comparado a outros polímeros,

além de alta resistência química, resistência a fadiga, excelentes propriedades

elétricas e resistência a solventes, sendo que este possui uma resistência baixa à

13

luz ultravioleta (UV) (Callister, 2008; Mano, 2003). Suas propriedades mecânicas se

encontram na tabela 2.1.

Devido as suas propriedades mecânicas de tração e flexão em três pontos do

polipropileno (Tabela 2.1) este material e utilizado na indústria como por exemplo,

para-choques de automóveis, proteção do ventilador de radiadores, embalagens.

Tabela 2.1 – Propriedades Físicas do polipropileno

Propriedades Unidades Valores

Densidade g/cm³ 0,905

Limite de escoamento MPa 32

Dureza Rockewll ( escala R) - 100

Resistência ao impacto Izod a 23°C J/m 24

Fonte : Araújo 2010

Ele compete continuamente com outros plásticos de engenharia. Processos

modernos de polimerização garantem o controle do peso molecular e de estruturas

supermoleculares (cristalina esferulítica, orientação) durante a transformação.

(processamento de termoplástico).

O PP possui em sua estrutura composta por esferulitos, cujos tamanhos

dependem da cinética de cristalização (tempo, temperatura) à qual este foi

submetido. Eles são constituídos de agregados de cristalitos (lamelares) que

crescem a partir de um ponto ou núcleo. Cada um deles cresce até encostar-se a

outros, formando uma interface plana.

O grupo meti1 (CH,) do PP pode formar diferentes configurações

estereoespecíficas: isotáctica, sindiotática ou atáctica, onde suas características de

densidade, ponto de fusão e solubilidade em hidrocarbonetos são demonstradas na

Tabela 2.2 (processamento de termoplástico).

Tabela 2.2 – Diferenças e propriedades dos três tipos de polipropileno

Propriedades Isotático Sindiotático Atático

Densidade (g/cm³) 0,92-0,94 0,089- 0,91 0,85 – 0,90

Ponto de Fusão (°C) 165 135 ________

Solubilidade em hidrocarbonetos (20°C)

Sem Médio Alto

Fonte: Polymers for advanced thecnologies 1998

14

2.4. Processo de transformação do Polipropileno

O processo de transformação do polipropileno pode ser dado por:

Extrusão;

Modalgem por injeção;

Moldagem por sopro;

Filmes

Nesta tese se comentará somente sobre os dois primeiros itens, uma vez que

foram os processos utilizados na confecção dos corpos de prova.

2.4.1 Extrusão

O processo de extrusão ocorre em uma máquina denominada de extrusora,

ela é formada por: Funil, redutor, resistências elétricas, termopar, matriz, cilindro,

motor elétrico, rosca sem fim, onde a mesma pode apresentar-se mono ou dupla

rosca. Consiste na moldagem de um termoplástico fundido, que é alimentado por um

funil onde o material moído ou granulado é adicionado por gravidade , sobre uma

rosca sem fim que transporta o material peletizado através de uma câmara, onde ele

é sucessivamente compactado, fundido (através de resistências elétricas) e

conformado como uma carga contínua de um fluido viscoso. A extrusão ocorre

quando a massa fundida é forçada através de um orifício na matriz. A solidificação

do segmento extrutado é acelerada por sopradores de ar, por borrifo de água ou por

um banho. Esta técnica está especialmente adaptada para a produção de

segmentos contínuos com seção transversal de geometria constante – por exemplo,

barras, tubos, mangueiras, lâminas e filamentos (Callister 2005; Jones 2017).

2.4.2 Moldagem por Injeção

O processo de moldagem por injeção é considerado um dos principais

processos de conformação de termoplásticos utilizados pela indústria, cerca de 60%

das máquinas utilizadas no processamento de polímeros são injetoras, onde essas

podem produzir peças de pequenos e grandes dimensões como de pequenos e

grandes pesos (Michaeli et. al 1992).

15

Esse processo ocorre pela movimentação de um embolo e a ação da pressão

e calor, em aonde o material particulado se funde chegando a um molde com

formato desejado (Andrade et al. 2001).

Nesse processo, o molde é fechado para formar a cavidade na qual o material

será injetado. Uma rosca avança na injetora junto com um pistão, forçando o

material fundido para o interior da cavidade (preenchimento). Quando o

preenchimento da está completo, a pressão é mantida sobre a massa fundida de

modo a compensar a contração que ocorre no material ao se resfriar (recalque).

Nela o canal de entrada do plástico na cavidade se solidifica isolando-a da pressão

aplicada sobre a massa fundida que está no cilindro. Inicia-se a fase de

resfriamento, na qual o material é resfriado até que a peça moldada tenha rigidez

suficiente para ser extraída do molde. Durante o resfriamento, a rosca da injetora

começa a girar e retorna (plastificarão). Quando a parte da que fica na ponta da

rosca encontra-se sólida, o molde abre e a peça é extraída do molde. Iniciando-se

um novo ciclo (Musa, Avraam e Shih-jung, 2009), esse processo encontra-se

resumido no fluxograma da figura 2.6.

Figura 2.6 – Fluxograma do processo de Injeção

Fonte :MUSA, AVRAAM e SHIH-JUNG, 2009

Fechamento do Molde

Injeção

Recalque

Resfriamento

Plastificação e

Retorno da rosca

Extração

16

2.5 Tipos de Reforços

Como citado anteriormente um material compósito é constituído por duas

fases distintas, uma matriz e outra reforço (responsável por responder as

solicitações mecânicas). A onde o reforço pode-se apresentar-se na forma de

material particulado e ou fibroso.

2.5.1 Reforço Fibroso

Os reforços fibrosos, como o próprio nome já denomina, apresentam-se na

forma de fibras, estas podem ser de origem sintética ou natural.

Entre as fibras manufaturadas temos a fibra de vidro, que é uma das fibras

mais utilizadas para reforços em compósitos poliméricos, carbono (bastante utilizada

no setor automobilístico para a fabricação de capacetes para motos e carros de

corrida), a fibra de aramida (fibra que possui bom desempenho mecânico, quando

submetida a esforços de impacto, devido essa sua característica, a fibra é bastante

utilizada na fabricação de coletes à prova de bala). Já como reforços naturais podem

citar as fibras de abacaxi, bananeira, coco, curaurá, juta, licuri, piaçava, rami e sisal,

que são consideradas fibras duras por serem retiradas das folhas e dos caules

(Becker et al, 2014; Sanjayetal et al 2018; Le Moigne et al 2017; Soltan et al 2017;

Mittal et al 2016; Campos et al 2013; Sreekumar et al 2012; Haque et al 2015;

Putinum et al 2015; Sing et al 2011; Pietro et al 2015).

Existem fatores que influenciam as propriedades mecânicas dos compósitos

poliméricos reforçados com fibras, a onde os principais são: módulo e resistência da

fibra, estabilidade química da resina, resistência interfacial, diâmetro e comprimento

das fibras, fração volumétrica e forma de distribuição das fibras na matriz. Nos

compósitos com fibras descontínuas com distribuição aleatória o comprimento e a

fração volumétrica são parâmetros importantes no seu desempenho (Joseph, 1996).

17

2.5.2 Formas e uso das Fibras

As fibras podem ser encontradas na forma de tecidos (unidirecionais,

bidirecionais ou triaxiais), mantas, roving, fibras moídas e véu de superfície.

2.5.3 Fibras Naturais

As fibras naturais de uma maneira geral podem ser de origem vegetal,

animal ou mineral, nos materiais compósitos é mais utilizadas as fibras de

origem vegetal, essas por sua vez, possuem propriedades mecânicas inferiores

às fibras sintéticas como vidro, aramida entre outras. As fibras vegetais,

possuem uma baixa massa específica, são recicláveis, não tóxicas, possuem

baixo custo entre outras características (e possuem como desvantagens suas

propriedades serem influenciadas pelas características dos solos, época de

colheita, forma de processamento e não uniformidade da seção transversal da

fibra (Levy, 2006).

Os principais componentes das fibras vegetais são a celulose, a

hemicelulose e a lignina, com menores percentuais de outros componentes

como, cera e substâncias solúveis pectina em água; lembrando-se que esta

composição poder variar ligeiramente de acordo com a região de cultivo, tipo de

solo e condições climáticas (Silva, 2003) (Tabela 2.3).

De acordo com Rodrigues (2007) as fibras vegetais são compostas de

várias fibrilas (Figura 2.7), microfibrilas em matrizes de lamelas e lamelas

médias. O mecanismo de ligação das fibras é, portanto, mecânico e químico,

unido pelo material ligante da planta. As fibras são constituídas por um número

de células que apresentam um tubo de polígonos irregulares com cavidades

centrais ocas, cujo espaço é ocupado por um protoplasma celular denominado

lúmen, conforme Figura 2.8.

18

Figura 2.7 – Imagem de MEV da fibra de curauá

Fonte: Dionísio 2012

Figura 2.8 – Fibras Lignocelulosicas

Fonte:Silva 2009

19

2.5.4 Biocompósitos á Base de Fibras Naturais

Atualmente existe uma necessidade cada vez maior no uso de fibras

naturais na fabricação de materiais compósitos, com o intuito de diminuir custos

e permitir seu descarte ou reciclabilidade com menor prejuízo e mais facilidade.

Diversos autores (Aquino 2009 e 2006, Dantas 2009, Santos 2006,

Amico 2009, Kilinç 2008, Rahmanet 2017, Borges 2017) têm cada vez mais

estudados materiais compósitos na qual se utiliza os mais diversos tipos de

fibras e matriz.

2.5.5Fibras de Curauá

Dentre as fibras vegetais mais estudadas na literatura a fibra de curauá

vem ganhando espaço em pesquisas por todo o mundo. (Ornaghi Jr et al, 2011;

Almeida Júnior et al, 2013; Corrêa et al 2010; Harnnecker et al 2012; Beltrami et

al, 2014)

A fibra de curauá é extraída da planta Ananás Erectifolius (Figura 2.9) que

é uma monocotiledône pertecente à familia das bromélias, ela pode ser

encontrada na região norte do Brasil, próximos aos rios Xingu, Tocantins,

Tapajós, Marcuru, trombetas, Paru, Acara e Guama, em áreas onde o índice

pluviomértrico é elevados. Suas folhas, que chegam a 1,5 m e comprimento e 4

cm de largura, são duras, eretas e planas sendo encontradas em quatro

variedades de plantas (Caraschi 1999; Felipe (a) 2012):

20

Figura 2.9 – planta de curaua –

Fonte: Correiodaamazonia

A fibra de curauá vem ganhando especo na indústria devido suas

características mecânicas, sua utilização por exemplo na indústria

automobilística, onde esta vem sendo utilizada no reforço de carros da

Wolkswagen Brasil e em reforço para carpetes da Mercedes Benz. (Monteiro,

2006).

Em alguns casos a fibra tem q passar por um tratamento químico devido

aos seus componentes químicos (Tabela 2.4)

Tabela 2.4 – Composição química da Fibra de Curauá

Componente Valor Médio (%)

Α Celulose 70,7-73,6

Hemicelulose 9,9

Lignina 7,5-11,1

(OLIVEIRA, 2005).

A fibra está sendo estudada como reforço em compósitos poliméricos,

nas matrizes termoplásticas e termofixas (Monteiro et al, 2015; Borsoi et al,

2012, Borsoi et al 2013; Silva et al, 2013; Angrizani et al, 2014; Spinacé et al,

2015)

21

2.6 Caracteristicas e propriedades da interface

Para matrizes termoplásticos a inserção de fibras pode resultar em mudanças

na morfologia e na cristalinidade da matriz, onde uma concentração relativamente

alta de núcleos cristalinos na superfície da fibra induz à nucleação e ao crescimento

de cristais laterais ao eixo da fibra.dessa forma, ocorre a formação de esferulitos na

matriz, estes crescem da superfície da fibra somente na direção radial, para

produzir uma camada cilíndrica de cristalinidade colunar ao redor da fibra, chamada

de transcristalinidade. (H. Harel and G. Marom. 1998).

2.7 Estado da Arte

Envelhecimento Acelerado dos Materiais Compósitos

Devido a sua gama de utilização em vários setores industriais (

petroquímica, automobilística, aeroespacial, naval, lazer, por exemplo), os

materiais compósitos vem ganhando mais e mais espaço no mercado.Sendo

que alguns fatores podem sofrer influencia do meio em que este vem sendo

operado, podendo modificar suas características dependendo do meio em que

este material venha a ser exposto, podendo vim a modificar suas propriedades

mecânicas. Uma das interferências do meio no material vem com a degradação

do material polimérico, modificando assim sua estrutura. A degradação do

material pode ocorrer na matriz e no reforço do mesmo.

De acordo com Guy (1980) os polímeros são suscetíveis a sofrerem

deterioração devido á desintegração estrutural da cadeia principal, porém

normalmente o processo de deterioração só é detectado a partir da variação das

propriedades mecânicas e dielétricas em um meio especifico.

Callister 2002, determina que esse processo envolve fenômenos físicos e

químicos e a partir desses, ocorre a perda da integridade estrutural do material.

22

Em materiais compósitos vários fatores externos (umidade, temperatura,

radiação dentre outros) modificam as propriedades mecânicas dos mesmos

(Cunha 2006, Barjasteh 2009 e Shakerin, 2010).

Para avaliar a taxa de degradação e a perda de suas propriedades para o

meio, são realizados ensaios de envelhecimento acelerado, no polímero ou no

compósito a ser estudados, uma vez que alguns materiais tem o processo de

degradação lento, com é o caso do polipropileno (Fonseca, 2014 et al), dessa

forma vários pesquisadores vem realizando este estudo ao longo da década (

Felipe et al 2012; Felipe et al 2012; Dong et al 2014; Sfarra et al 2016, Nicholas

et al 2016; Tinô et al 2016; Jawaid et al 2016; Rodrigues et al 2012) , seja o

aceleramento feito com condições de umidade excessiva, fluxo de calor,

radiação UV, ou uma combinação de ambos, para tanto essa degradação é

monitorada utilizando ensaios mecânicos e análises térmicas.

Dantas, 2008 estudou a influência da umidade nas propriedades

mecânicas de flexão em três pontos em compósitos poliméricos de fibras de

vidro em diferentes fluidos (água destilada, petróleo e água do mar), o autor

observou após a realização dos ensaios que para um período de 90 dias não

houve variação nas propriedades mecânicas dos materiais compósitos

estudados.

Cunha, 2010 estudou as propriedades mecânicas de compósitos

poliméricos de fibras vidro, possuindo estes como agentes externos a influência

do petróleo e da temperatura. O autor verificou que com a ação dos agentes

externos ocorreu um aumento na rigidez do material em 38 %.

Esses estudos também foram realizados em compósitos poliméricos

reforçados com fibras naturais (Silva 2008, Barros 2007 e Chow 2006), tanto

para a absorção de umidade como para influência da temperatura para estes

materiais utilizando tanto compósitos híbridos como compósitos reforçados com

fibras naturais.

Em relação a alta taxa de umidade, estudos determinaram (Dantas, 2011;

Silva 2012; Cunha 2013) a perda de resistência mecânica do material quando

este absorve umidade em exerço do meio, fazendo com que a fibra dobre de

23

volume, danificando assim a matriz. Quando nos referimos a radiação

ultravioleta, a fibra começa a se degradar pela lignina, que é responsável pela

mudança na coloração da mesma e outros componentes das fibras, como a

hemicelulose e a celulose se deteriorou com mais facilidade na presença de

calor (Mohanty,2000).

Cunha et al 2006, analisou os efeitos higrotérmicos na resistência à

tração de compósitos poliméricos compostos por fibras de carbono e resina

epóxi modificada. Foi investigado os efeitos tanto da umidade como da

temperatura sobre as resistências à tração transversais e longidutinais. Os

autores notaram que quando os compósitos são submetidos a 80°C e 90% de

umidade apresentam redução nos valores de resistência à tração, isso ocorreu

devido a degradação da matriz do compósito.

Tinô et al 2016, analisou os efeitos causados por um furo circular e

envelhecimento ambiental acelerado nas propriedades mecânicas e residuais,

comportamento isotrópico e anisotrópico de plásticos reforçados com fibra de vidro

sob as cargas de tensão uniaxial, esse estudo utilizou-se de dois laminados

compósitos reforçados com fibras de vidros do tipo E, mudando a configuração dos

laminados, sendo um formado com mantas de fibras de vidro e o segundo por um

tecido bidirecional, após foram realizados análises de densidade especifica e

ensaios de tração unidirecional.

Joseph et al 2002, desenvolveu o trabalho “Environmental Effects on the

degradation behavior of sisal fibre reinforced polypropylene composites”, onde os

autores realizaram diversos tratamentos superficiais nas fibras de sisal, para as

mesmas serem adicionadas a matriz, utilizando como processo de fabricação a

moldagem por compressão a 170°C. Foram fabricado as 3 placas sem

modificação superficial das fibras e com 10, 20 e 30% de teor de reforço em

peso. As amostras foram submetidas a envelhecimento com radiação UV e em

água em ebulição, pelo período e 7h.em seguida foram realizados ensaios de

tração onde observou-se uma redução no módulo de elasticidade para todos os

percentuais de reforço, uma vez que a molécula de água quando absorvida

reduz a ligação do hidrogênio intermolecular entre a celulose da fibra, e

estabelece uma ligação entre as moléculas de celulose da fibra reduzindo a

adesão fibra/matriz. Outro fator que contribui foi o inchaço da fibra devido a

24

facilidade de penetração de água com o aumento da temperatura, causando

fissuras na matriz e a quebra da aderência fibra/matriz, tendo como

consequências a redução nas propriedades mecânicas.

Noda et (2008) em parte de seu trabalho, analisou a resistência a tração

de um compósito unidirecional formado por fibras de carbono e resina Epóxi,

tendo como este uma fração volumétrica de 63% de reforço. O autor expõe o

material a temperatura de 25°C e 120°C, determinando o limite de resistência à

tração e deformação até a falha. Após os ensaios foi verificado e analisado o

material a 90% de deformação e que o aumento da temperatura esta

diretamente ligado com o acumulo de fibras rompidas e que devido ao

comportamento viscoelastico da matriz, ocorre uma diminuição da concentração

de tensão próxima a região de ruptura da fibra, ocasionando então o aumento da

resistência e deformação para a condição de ensaio há temperatura menor.

Como parte de seu estudo Komatsu (2016), estudou nanocompositos de

polipropileno reforçado com a argila montmorilonita, estudando tanto o

envelhecimento ambiental e acelerado em estufa, como parte deste trabalho é o

envelhecimento acelerado em estufa, daremos uma maior ênfase a ele. O autor

estudou amostras com 0, 1, 3 , 5 e 10% de argila. Foram utilizadas as técnicas

de caracterização, após análise o autor constatou que a amostra com

porcentagem de 5% de argila demonstrou uma melhor estabilidade para o

ensaio de envelhecimento ambiental e acelerado em estufa, já a amostra com

10% ocorreu uma maior degradação para ambos ensaios.

25

Capítulo III Materiais e Métodos

26

3. Materiais e Métodos

Neste capitulo serão descritos os materiais e métodos utilizados no

processo de fabricação dos compósitos bem como os ensaios e análises

realizados nos mesmo (flexão, envelhecimento e análises térmicas).Um

fluxograma demonstrando todos os passos realizados é apresentado na figura

3.1.

Figura 3.1: Metodologia utilizada no trabalho

3.1 Matriz polimérica

A matriz polimérica utilizada neste trabalho foi o polipropileno HP 550 K

(Figura 3.2), fornecido na forma granular pela empresa, Braskem S/A tendo este

densidade de 0,9 g/cm³ e índice de fluidez (IF) de 3,2 g/10 min.

27

Figura 3.2: Matriz Polimérica Utilizada

3.2 Reforço

As fibras de curauá utilizadas nessa tese foram fornecidas (in natura) pela

Pematec, localizada na cidade de Santarém, no estado do Pará.

3.3 Processo de fabricação dos Biocompósitos

Os grãos de biocompósitos foram fabricados no laboratório de

polímeros do SENAI-BA e tiveram as mesmas condições de preparo. Foram

feitos cinco reprocessamentos para cada composição de carga de fibras de

curauá utilizado na formação dos referidos grãos. Para verificar o

comportamento dos novos produtos após reprocessos, também houve o

reprocessamento dos grãos de polipropileno puro nas mesmas condições,

comparando-os.

Para a obtenção dos grãos de biocompósitos foram utilizados 12 (doze) kg de

polipropileno puro e 3,0 (três) kg de fibras de curauá. Os grãos foram formados a

partir das misturas de “PP” com adição de fibras de curauá, e distribuídas em duas

composições na razão de PP/fibras de curauá. Os biocompósitos foram obtidos na

forma de grãos com adição das fibras picotadas em percentuais de massa

mostrados na tabela 3.1. A escolha desses percentuais em peso foi em função da

28

limitação do processo de fabricação, ou seja, que foram possíveis de serem

processadas na extrusora.

Tabela 3.1 – Composição das amostras

Material Percentual de fibras

PP puro 0 %

PP/ curauá 10 %

PP/ curauá 30 %

Com intuito de verificar a reciclagem dos grãos dos biocompósitos formados,

foi necessário verificar como se comportam os grãos após cinco passagens pelo

processo de extrusão (neste trabalho foram analisados o primeiro, terceiro e quinto

ciclo de reciclagem). Os biocompósitos de PP formados com 10% de fibras de

curauá foram obtidos na proporção de 4,5 (quatro e meio) kg de PP para 0,5 (meio)

kg de fibras, totalizando 5 (cinco) kg em massa do produto. Após primeira passagem

de todo este produto, formou-se os grãos de biocompósitos, no qual se considerou

como o primeiro processamento. Dos 5 (cinco) kg de grãos do novo produto foi

retirado 1 (um) kg e encaminhado para a injetora com intuito de preparar as

amostras para análises. Dos 4 (quatro) kg de grãos restantes foram novamente

reprocessados pela extrusora (segundo processamento), e após conclusão foi

retirado mais 1 (um) kg deste e encaminhado para injetora, com o objetivo de

preparar amostras para análises. Dos 3 (três) kg de grãos restantes foram

novamente reprocessados pela extrusora (terceiro processamento), e após

conclusão foi retirado mais 1 (um) kg deste e encaminhado para injetora, com o

objetivo de preparar amostras para análises. Dos 2 (dois) kg de grãos restantes

foram novamente reprocessados pela extrusora (quarto processamento), e após

conclusão foi retirado mais 1 (um) kg deste e encaminhado para injetora, com o

objetivo de preparar amostras para análises. E por fim, o último quilograma foi

processado e encaminhado a injetora, no qual considerou-se com o quinto

reprocessamento. Os mesmos passos também foram utilizados para fabricação dos

biocompósitos de PP formados com 30% de fibras de curauá, respectivamente.Em

fim, realizou-se 5 (cinco) passagens dos grãos dos biocompósitos pela extrusora

para cada formulação.

29

Também foram utilizados 5 (cinco) kg de polipropileno puro nas mesmas

condições de reprocessamento com intuito de verificação das propriedades com os

biocompósitos fabricados.

Seguindo a mesma linha do primeiro processamento descrito anteriormente, a

primeira formulação do PP puro também passou-se 5 (cinco) kg de polipropileno

pela extrusora de uma única vez. Destes 5 (cinco) kg reprocessados separou-se 1

(um) kg, no qual foi encaminhado para a injetora com objetivo de preparar as

amostras para análise. Dos 4 (quatro) kg restantes os grãos foram novamente

reprocessados pela extrusora, e retirando mais 1 (um) kg do PP puro após

reprocesso para preparo de amostras na injetora. Dos 3 (três) kg restantes os grãos

foram novamente reprocessados pela extrusora, e retirando mais 1 (um) kg do PP

puro após reprocesso para preparo de amostras na injetora. Dos 2 (dois) kg

restantes os grãos foram novamente reprocessados pela extrusora, e retirando

mais 1 (um) kg do PP puro após reprocesso para preparo de amostras na injetora. E

por fim o último quilograma de PP puro foi processado e encaminhado à injetora.

3.3.1Preparação das fibras

As fibras de curauá foram lavadas com água para remover impurezas,

penteadas, secadas e picotadas na faixa de 7 (sete) a 10 (dez) mm de comprimento,

conforme Figuras 3.3. Em seguida foram condicionadas em bandejas de alumínio e

encaminhadas para estufa a fim de evitar absorção de umidade.

Figuras 3.3 – Fibras de curauá picotadas.

30

3.3.2 Preparação do PP

O polipropileno granulado utilizado na fabricação dos biocompósitos foi

o PP HP 550 K, contratipo do PP KM6100, fornecido em saco plástico de 25 (vinte e

cinco) kg. A especificação deste produto é demonstrada na tabela 3.2.

Tabela 3.2 – Especificação do HP 550 K (Braskem S/A)

Propriedades HP 550 K

IF - 2,16 kg / 230°C, g/10min 3,5

Tensão de Escoamento à tração (50

mm/min.), MPa 36,0

Alongamento no Escoamento à tração (50

mm/min.), % 9,0

Resistência ao Impacto IZOD ( 23º C), J/m 45,0

Dureza Shore D, 1s 73,0

Módulo de Flexão (1,3 mm/min.), MPa 1550,0

HDT 455 KPa, ºC 91,0

Vicat 1 Kg, ºC 155,0

3.3.3 Obtenção dos biocompósitos granulados

Tanto as fibras picotadas, quanto o PP granulado foram condicionadas em

bandejas de alumínio, no qual seguiram para estufa a uma temperatura de 80°C, e

por um período de 24 horas para retirada da umidade. Os biocompósitos gerados

por esta mistura também passaram pelo mesmo processo de secagem, conforme

Figura 3.4.

31

Figura 3.4 – Estufa da PALLEY

As primeiras bandejas que foram retiradas da estufa de PP e das fibras foram

pesadas e encaminhada para o misturador seco com ar quente, figura 3.5.Durante

um período de 15 minutos o misturador operou intermitentemente por 3 minutos em

3 minutos e com paradas intercaladas.

Figura 3.5 – Misturador

Em seguida foram adicionadas a extrusora do tipo “IMACON” – dupla rosca,

sistema de alimentação volumétrica com capacidade máxima de 2 (dois) kg/h,

conforme Figura 3.6. A carga de alimentação da mistura na extrusora limitou-se em1

kg/h para proteção do equipamento. Os biocompósitos de PP a 10 % de fibras de

curauá, no qual 100 gramas foram de fibras picotadas e 900 gramas de polipropileno

granulados, medidos em balança analítica. Efetuou-se de novo a cada passagem da

32

mistura pela extrusora, com o objetivo de evitar contaminação para os demais

materiais.A temperatura média de aquecimento por resistência elétrica da extrusora

em todo sua extensão de 180°C e rotação de 210 RPM.

Figura 3.6 – Extrusora utilizada na obtenção dos biocompósitos

Os valores de temperatura e rotação da extrusora foram estabelecidos em

função de alguns parâmetros, como amolecimento do polímero, queima das fibras,

formação de bolhas nos materiais através de controle de rotação do eixo. Foi

necessário instalar um fusível no acoplamento entre o motor e o eixo da extrusora

com a finalidade de evitar quebra do eixo e possível queima do motor. Também

evitou-se baixar demais a rotação do eixo, pois poderia provocar a alta fusão do

polímero e a queima das fibras, e alta rotação que poderia provocar baixa fusão do

polímero e não adesão das fibras.

Os grãos de polipropileno e as fibras picotadas foram adicionados por meio

da abertura superior, na extremidade da extrusora, conforme Figura 3.7, onde foi

promovida a fundição e adesão dos materiais. A mistura saiu por dois pequenos

furos (matriz) em formato de “cordões” (Figuras 3.8). Após passar por um processo

de resfriamento e solidificação, os cordões foram direcionados ao granulador,

equipamento de corte, que formou os grãos de biocompósitos. Acondicionados em

recipiente denominado “Blender Manual”, promoveu a homogeneização dos grãos

33

para as próximas etapas dos reprocessos e processos de fabricação corpos de

prova.

Figura 3.7 – Abertura superior onde foram adicionados os materiais

Figura 3.8 – Saída da mistura pelos dois furos da matriz da extrusora

Os granulados obtidos na extrusão foram redirecionados para a estufa por um

período de 24 horas. Ao termino do período de secagem parte dos grãos dos

biocompósitos seguiu para a injetora do tipo “ROMI”, no qual alimentou-se por um

funil, seguindo a norma ISO527- 93, e a outra parte foram novamente

reprocessadas.

Aber

tura Superior

Furos

da matriz

34

Figura 3.9– Biocompósitos granulados utilizados para preparação dos corpos de prova na

Injetora ROMI

Figura 3.10 – Injetora da ROMI utilizada na preparação dos corpos de prova

Durante o processo de injeção a massa fundida de biocompósitos foram

direcionados para um molde por meio de um bico alimentador (Figura 3.12),

acionado por um pistão com pressão de 500 bar e velocidade de 120 cm³/s para

formação dos corpos de prova, figura 3.13. O processo ocorreu com uma

temperatura média de 180 ºC em todas as zonas de aquecimento. O ciclo total da

injeção até o resfriamento dos corpos de prova foi de 30 segundos. A norma

utilizada para fabricação dos corpos de prova foi a ISO527 – (1993), (molde /

dimensionamento) referente aos ensaios de tração, impacto e flexão de três pontos.

Polipropi

leno puro

Biocomp

ósitos com 10%

de fibras de

curauá

Biocomp

ósitos com 30%

de fibras de

curauá

35

Figura 3.12 – Molde

Figura 3.13 – Corpos de prova

3.4 ENSAIOS REALIZADOS

3.4.1 Índice de fluidez (IF)

Todos os grãos obtidos no processamento dos materiais foram identificados e

separados para verificação da degradação térmica provocada pela elevação da

temperatura e cisalhamento ocorridos entre aos eixos da extrusora. Este ensaio é

importante para obter dados necessários para as indústrias de transformação

adaptar suas máquinas, promovendo um melhor desempenho dos maquinários

durante os processos e reprocessos de transformação e reciclagem dos materiais.

Logo, utilizou-se da análise de índice de fluidez (IF), para comparar a degradação

térmica entre os corpos de prova. Nos termoplásticos, baixa viscosidade representa

baixa massa molar, ou seja, pequenas cadeias poliméricas, nos quais necessitam de

menor temperatura e uma menor dificuldade para que atravesse o orifício padrão do

plastômetro. As máquinas de reciclagem limita-se a carga de alimentação, que

depende do tamanho da cadeia, ou seja, com alta massa molar a carga é reduzida

Ponto recebedor no

molde do bico injetor

36

para que haja uma fusão adequada, entretanto gastará mais tempo para processar

todo o material. Realizou-se análises, com base da norma ASTM D1238-1995. O

aparelho utilizado para encontrar os valores referentes ao índice de fluidez foi da

KAYENESS INC., com temperatura de trabalho de 230 ºC. Nas Figuras 3.14, 3.15 e

3.16, mostram os equipamentos que foram utilizados nos procedimentos do índice

de fluidez.

Figuras 3.14 – Peso impulsionando os grãos fundidos no orifício padrão.

3. 4.2 – Envelhecimento térmico em Estufa

Para o ensaio de envelhecimento em estufa foram utilizadas as normas

ASTM D 5427 (2014) e ASTM 3045-15. De acordo coma norma ASTM D 5427

existem quatro possíveis descrições para as condições envelhecimento

acelerado que são: Ciclo de envelhecimento (Opção "A" ou "B");

Envelhecimento com calor (opção "A" ou "B"); Envelhecimento com umidade

(Opção "A" ou "B"); e envelhecimento com ozônio tabela 3.2.

Peso padrão

37

Tabela 3.2 – Opções de Condicionamento

Tipo de Condicionamento Opções

Condicionamento com Calor A: 120 °C ± 2°C por 336 h ( 14 dias)

B: 105° C± 2°C por 408 (17 dias)

Condicionamento com umidade

A: 80 °C ± 2°C por 336 h com 95% ± 2 °C de UR

B; 70 °C±2 °C por 408 h com 95%± 2 °C de UR

Fonte: ASTM 5427

Após estudos e verificação das características térmicas do material

virgem através de analises termogravimétricas, optou-se pelo envelhecimento

com calor do tipo A (com temperatura de 120°C).

Para o mesmo foi utilizado uma estufa Nova Ética, modelo 400/2ND, com

uma potência de 700W (Figura 3.15), tendo o cuidado de modificar o lado de

exposição a cada 7 dias para garantir o envelhecimento uniforme nas amostras.

Figura 3.15 – Amostras sendo envelhecidas termicamente

3.4.3 - Temperatura de Amolecimento Vicat

O ensaio de temperatura de amolecimento Vicat foi realizado segundo a norma

ASTM D1525, em um equipamento Ceast, modelo HV6 (Figura 3.16), empregando-

se uma taxa de aquecimento de 120°C/h. A temperatura foi determinada após a

agulha penetrar 1 mm nos corpos de prova.

38

Para a realização dos ensaios foram utilizados corpos de provas para as

composições aqui estudadas, para as condições antes e pós envelhecimento

acelerado em estufa.

Figura 3.16 – Equipamento utilizado para o Vicat

3.4.4 – Análise de Tg

As análises termogravimétricas foram feitas em um Analisador

Termogravimétrico (Figura 3.17), com taxa de aquecimento 10 °C/min e temperatura

de 25 a 700 °C, sob atmosfera de N2.

Figura 3.17 - Equipamento de TGA

39

3.4.5 - Ensaio de Flexão em três pontos.

Os ensaios foram realizados na máquina de ensaio universal da UFRN de

marca Shimadzu AG-X com capacidade máxima de 300KN. A velocidade utilizada

no ensaio foi de 5,0 mm/min, célula de carga de 2 KN e temperatura controlada de

23°C +/- 1°C, conforme determina a referida norma.

Os corpos de prova (CP) do ensaio de flexão são do tipo retangular e tem as

seguintes dimensões: espessura (h) com 4,0 mm; comprimento total (L) do “CP”,

78,0 mm; distância entre dois apoios fixos (l), 64,0 mm; largura (b), 10,0 mm; e (F) a

força aplicada.

As Equações 3.1, 3.2 e 3.3 foram utilizadas, segundo a norma, para

determinação do limite de resistência à flexão, do módulo de elasticidade e da

deformação de flexão respectivamente.

(3.1)

(3.2)

(3.3)

Onde é a tensão à flexão (MPa), Pmáx corresponde a carga máxima de

ensaio (N), L é a distância entre os apoios (mm), b é a largura do CP (mm), d é a

espessura do CP(mm), E é o Módulo de elasticidade (GPa), m é a inclinação

formada pela curva carga (N) e deflexão (%). Por último têm-se que é a

deformação de flexão e D corresponde à deflexão máxima no centro do corpo de

prova (mm).

3.4.6 – Análise de microscopia eletrônica de varredura MEV

Para as analises de microscopia eletrônica de varredura, foi utilizado um

microscópio JEOL – JSM 6510LV.

O processo iniciou-se com a proteção da superfície do grão. Em seguida o CP

protegido foi metalizado com ouro em um Íon Coater, IC 50.Ao final, foram efetuados

40

varreduras nos grãos reprocessados por meio da microscópica eletrônica (Figura

3.18).

Figura 2.18 – Máquina de microscópica eletrônica de varredura (MEV).

41

Capítulo IV Resultados e Discussões

42

4. Resultados e Discussões

Nesse capitulo são apresentados os resultados obtidos nos ensaios de

Índice de fluidez, Tg do PP puro, temperatura de amolecimento Vicat, Flexão em

três pontos e MEV (aderência fibra/matriz) para todas as condições estudadas

nesse trabalho.

4.1 – Análises de Índice de Fluidez

A tabela 4.1 apresenta os resultados das análises dos índices de fluidez, os

valores indicam as medidas da viscosidade do polímero e dos biocompósitos.

Tabela 4.1 – Média dos valores encontrados dos grãos submetidos à análise de IF

(g/10min).

Reprocessamentos PP puro 10% 30%

I 4,86 2,49 1,54

III 6,71 3,21 2,37

V 7,64 4,72 3,23

A partir dos resultados apresentados na tabela 4.1, desenvolveu-se o gráfico

da figura 4.1, e por este gráfico, percebe-se, que ao comparar o valor de IF do

polipropileno puro (3,5 g/10min) com o resultado do 1° reprocessamento do

polipropileno verificou-se que o IF subiu para 4,86 g/10min, um aumento de 38,9 %,

e se comparar com o 5° reprocessamento de PP o aumento do IF foi de 7,64

g/10min, um crescimento percentual de 118,3 %. Tal aumento foi em função de

oxidação e degradação térmica do polipropileno, provocada nos ciclos de

reprocessamentos na extrusora.

Dessa forma os valores obtidos nas misturas PP/10 % de fibras de curauá (3°

reprocessamento) e PP/30 % de fibras de curauá (5° reprocessamento) possuíram

valores próximos da do IF do PP puro. Este resultado é importante, pois demonstra

que o uso da fibra de curauá diminui o IF e que são necessários vários

reprocessamentos para este valor se aproximar ao verificado do PP sem

reprocessamento.

43

Verificou-se que o índice de fluidez diminuiu de 4,86 g/10min (PP I) para 1,54

g/min (biocompósito 30% I), diminuição de 68,3 % e de 7,64 g/10min (PP V) para

3,23 g/10min (biocompósito 30% V), variação de 57,7 %, nos 1°’s e 5°’s

reprocessamento, com o aumento da adição de fibras naturais na matriz de

polipropileno, devido redução da degradação térmica do biocompósito. Também, à

medida que se aumenta a carga de fibras há uma redução de massa de polímeros

na mistura, diminuindo os esforços de cisalhamento provocado pelas roscas da

extrusora.

Para os valores obtidos com a composição de 30% de reforço, estes

apresentam-se com menores valores após todos os ciclos de reprocessamentos (

cinco) na extrusão, entre as outras composições, possuindo a menor diminuição na

fluidez da mistura, entre o 1° reprocessamentos uma variação de 68,3% e uma

variação de 57,7 % no 5° reprocessamento.

Figura 4.1 – Índice de Fluidez para os materias estudados nessa tese

Com o aumento do índice de fluidez a partir da adição de fibra tem-se uma

diminuição na viscosidade do fluido, facilitando o escoamento do mesmo.

4.8

6

2.4

9 1.5

4

6.7

1

3.2

1 2.3

7

7.6

4

4.7

2

3.2

3

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

0% 10% 30%

Índ

ice d

e F

lid

ez (

g/1

0m

in)

PP I

PP III

PP V

44

4.2. Análise do Polipropileno

4.2.1 – Ensaios de Flexão, Vicat e Tg

Apresenta-se na Figura 4.2 as curvas médias de ensaio de flexão em três

pontos (5 corpos de prova) (tensão versus deformação) para a matriz de

polipropileno, juntamente com os seus ciclos de reciclagem. Observa-se que o

material mantém o módulo e a (visto também na Tabela 4.2) resistência constante

até o terceiro ciclo de reprocessamento, decaindo este no quinto reprocessamento

em relação ao primeiro reprocessamento, sendo esse mesmo fenômeno encontrado

na literatura (Sistaley 2017 e Lopez et al 2012). Esse fenômeno ocorre devido a

própria oxidação térmica do polímero na injetora (Torres et al 2000).

0 5 10 15 20 25 30 35

0

10

20

30

40

Te

nsiمo

(M

Pa

)

Deformaçمo(%)

PP I

PP III

PP V

Figura 4.2 - Curvas médias Tensão versus deformação para o PP puro com seus

reprocessamentos.

Tabela 4.2 – Propriedades Mecânicas do PP após o ensaio de flexão.

Material Tensão Última (MPa) Módulo de

Elasticidade (MPa)

PPI 39,41±3,41 1,6±0,06

PPIII 41,08±2,79 1,6±0,067

PP V 37,75±3,46 1,3±0,083

45

A partir das curvas tensão versus deformação, obteve-se valores médios para

a tensão última à flexão, módulo de elasticidade e para a deflexão máxima, que são

mostrados na Tabela 4.2, bem como os seus percentuais de dispersão.

Como observado na Figura 4.2, o material permanece com resistência e

módulos praticamente constantes no primeiro e terceiro reprocessamento, ocorrendo

uma diferença percentual de 17,66% de resistência no quinto reprocessamento e de

15,37 % para o módulo de elasticidade para o PP, essa diminuição de resistência e

módulo podem ser melhores observados nas Figuras 4.3 e 4.4 respectivamente.

Figura 4.3 – Gráfico da tensão média para o PP e seus ciclos de reprocessamento

Figura 4.4 – Gráfico de módulo de Elasticidade média para o PP e seus reprocessamentos

39,41 41,08 37,75

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

PP I PP III PP V

Lim

ite d

e R

esi

stên

cia

à F

lexão

(MP

a)

1,6

1,6

1,3

8

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

1.2

1.4

1.6

1.8

PP I PP III PP V

Mód

ulo

de E

last

icid

ad

e à

Fle

o

(GP

a)

46

Analisando agora a temperatura de amolecimento pela técnica de Vicat,

percebe-se que o aumento do número de reprocessamentos aumenta esta

temperatura (3,7%comparando o primeiro com o quinto reprocessamento) de modo

pouco expressivo.

A análise do Vicat é importante, pois serve até certo ponto, em uma análise

superficial em substituição ao ensaio HDT (que avalia a estabilidade mecânica do

material com o aumento da temperatura), neste caso, por exemplo, os resultados

apresentados aqui demonstra que o reprocessamento não modificou a estabilidade

térmica, sendo possível sua utilização em ambiente externo mesmo em locais com

maior incidência calorífica.

Este resultado também é atestado pelo ensaio de TG (que avalia a perda de

massa com o aumento da temperatura) (figura4.6). Neste ensaio se verifica que o

aumento do número de reprocessamentos aumenta a temperatura para o inicio da

degradação do material (perda de massa inicial).

Figura 4.5 –Temperatura de amolecimento para o PP e seus reprocessamentos

Além disso a TG também demonstra que o final da degradação ocorreu a

uma temperatura maior no PP V (polipropileno com cinco reprocessamentos). Para

observar melhor o fenômeno de degradação e oxidação térmica sofrida pela matriz

de polipropileno, foi realizada a análise de termogravimétrica (Figura 4.5). Observa-

se que o reprocessamento contribuiu para aumentar a temperatura máxima de

94

.6

95

.7

97

.3

0

20

40

60

80

100

120

PP I PP III PP V

Tem

pera

tura

de A

mole

cim

en

to

(C

/mm

)

47

degradação do PP, bem como a temperatura de inicio de perda de massa e a

temperatura final de degradação do mesmo, dessa forma consegue observar melhor

a oxidação ocorrida no material a medida que ele passa por ciclos de reciclagem.

0 100 200 300 400 500 600 700

0

20

40

60

80

100

120

Ma

ssa

( %

)

Temperatura ( °C)

PP I

PP III

PP V

Figura 4.6 – Gráfico de Tg do PP e seus reprocessamentos

4.2.2 -Ensaios de Flexão, Vicat e TG do PP com Envelhecimento

Acelerado Termicamente

Apresenta-se na Figura 4.7 os gráficos Tensão x Deformação para o PP

aquecido em estufa..

Os resultados apresentados das amostras envelhecidas termicamente serão

apresentados com um T, por exemplo, o PP T III é a amostra de polipropileno

reprocessado três vezes e que passou por um processo térmico em estufa.

48

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24

0

20

40

60

80

100

Tensã

o (

MPa)

Deformação (%)

PP T I

PP T III

PP T V

Figura 4.7 – Gráfico Tensão x Deformação para o PP e seus reprocessamentos

Envelhecidos Termicamente

Como podemos observar na Figura 4.7,existe uma queda da resistência e

rigidez com o aumento do número de reprocessamentos. Este resultado pode ser

melhor observado na tabela 4.3, onde se verifica uma diferença percentual de

resistência de 35% entre o PP T I e o PP T V e no módulo de 15% para os mesmos

materiais.

É interessante comentar que apesar desta diminuição da resistência e do

módulo com o aumento do número de reprocessamentos vista na tabela 4.3. Estes

valores são superiores aos encontrados na tabela 4.2 (pag. 58). Estes valores são

não era esperado, pois as normas (ASTM 3045-15 e ASTM D 5427 (2014))

utilizadas para este caso tem o intuito de envelhecer o material diminuindo suas

propriedades. No entanto, por encontrada na literatura (Komatsu 2016, Li jie 2012,

F.Z Arrokiz 2011) que alguns matérias como o polipropileno, argila Montmorilonita e

blendas ocorreu o mesmo fenômeno.

49

Tabela 4.3 - Propriedades mecânicas do PP após o ensaio de flexão em três pontos

Material Tensão Última (MPa)

Módulo de Elasticidade (GPa)

PP T I 73,52±2,311 2,32±0,0378

PP T III 67,85±4,97 1,87±0,02,67

PP T V 47,51±1,08 1,98±0,01,54

Figura 4.8 – Gráfico de tensão média para o PP e seus reprocessamentos envelhecidos

termicamente.

Quando observamos os módulos encontrados na Figura 4.7, concluímos que,

após o período em estufa o material tem uma queda significativa (14,75%) entre o

módulo do primeiro e do quinto reprocessamento (Figura 4.7).

73,52

67,85

47,41

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

PP T I PP T III PP T V

Lim

ite d

e R

esi

stên

cia

à F

lexão (

MP

a)

50

Figura 4.9 – Gráfico de módulo de elastiidade média para o PP e seus reprocessamentos

envelhecidos termicamente.

Em relação à temperatura de amolecimento (vicat) (Figura 4.10), observa-se

que a medida que o material é reprocessado, essa temperatura vai aumentando, até

chegar em 109,3 °C aumento de 3°C na temperatura de amolecimento desse

material, vale ressaltar que esse aumento é bastante significativo uma vez que muda

a estabilidade térmica dos mesmos, esse mesmo fenômeno é observado na Figura

4.11, onde apresenta as curvas TG para o material tratado termicamente em estufa

onde ocorre mudança de inicio de perda de massa entre o primeiro e o terceiro

reprocessamento seguido de uma recuperação da mesma no terceiro e quinto

reprocessamento, onde neste ponto o inicio de fim das curvas de primeiro e quinto

reprocessamento são consideradas equivalentes.

É interessante comentar novamente que os valores obtidos no vicat do PP

tratado termicamente (Figura 4.10) foram superiores aos obtidos no PP sem

tratamento térmico em estufa (Figura 4.5), novamente demonstrando que a

utilização deste procedimento melhora as propriedades do material.

2,32 1,87

1,98

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

PP T I PP T III PP T V

Mód

ulo

de E

last

icid

ad

e à

Fle

xão (

GP

a)

51

Figura 4.10 – Temperatura de Amolecimento para o PP e seus reprocessamentos

envelhecidos termicamente

0 100 200 300 400 500 600 700

0

20

40

60

80

100

120

Ma

ssa %

Temperatura °C

PP TI

PP TIII

PP TV

Figura 4.11 – Gráfico Tg para o PP e seus ciclos de reprocessamentos envelhecidos

termicamente.

106.3

107.4

109.3

0

20

40

60

80

100

120

PP T I PP T III PP T V

Tem

pe

ratu

ra d

e A

mo

leci

men

to (

C/m

m)

52

4.3- Análise dos biocompósitos e seus reprocessamentos.

4.3.1 – Biocompósitos sem Envelhecimento Térmico

Apresentam-se nas Figuras 4.12 e 4.13 os gráficos tensão versus deformação

para os biocompósitos sem envelhecimento

0 5 10 15 20 25

0

10

20

30

40

50

Te

nsoم

(M

Pa

)

Deformaçمo (%)

PP 10 % I

PP 10 % III

PP 10 % V

Figura 4.12 – Gráfico Tensão versus Deformação para o biocompósito com 10% de

reforço

0 5 10 15 20 25 30

0

10

20

30

40

50

Ten

são

(M

Pa)

Deformação (%)

BC 30 % I

BC 30% III

BC 30% V

Figura 4.13 - Gráfico Tensão versus deformação para o biocompósito com 30% de reforço.

53

Observa-se que a adição da fibra modifica as características do material,

ocorrendo uma dispersão entre as amostras, no que se diz respeito aos

reprocessamentos não é apresentado um padrão entre os mesmo, isso para o

biocompósito com 10 % de reforço (Figura 4.12).

Tabela 4.4 – Valores médios para os biocompósitos e seus reprocessamentos

Material Tensão Última

(MPa) Módulo de

Elasticidade (MPa)

BC 10% I 45,38±0,84 1,7±0,129

BC 10% III 40,79±2,10 1,91±0,767

BC 10% V 45,97±2,37 1,86±0,717

BC 30%I 47,95±4,57 2,21±0,163

BC 30% III 42,81±1,65 2,11±0,519

BC 30% V 41,46±2,39 1,96±0,112

A partir dos resultados obtidos nas figuras, organizou-se os seus resultados,

que são mostrados na tabela 4.4, como esperado o biocompósito que apresentou

melhores propriedades mecânicas (somente em resistência a rigidez pode-se

considerar a mesma) foi o material com 30% de reforço em sua composição, com

diferenças percentuais para o BC I de 5,66 %, BC III de 4,95%, de 10% e 30%

percebe-se que o material de 10%possui maior resistência do que o de 30%,

somente para o quinto reprocessamento é que o material BC V 30% possui perda de

resistência em relação ao de 10%, demonstrando que com o aumento do número de

ciclos de reprocessamentos o uso de fibra na fabricação do biocompósito não é

interessante de ser aplicado quando se deseja maior resistência do material.

Essa perda de resistência do material devido ao reprocessamento é

ocasionado devido ao desgaste sofrido pela fibra, através de esforços cisalhantes

transmitido pelo movimento da rosca, ao mesmo tempo em que a fibra é triturada

(Figura MEV 4.15 a), esse fato também ocorre no reprocessamento do material, ou

seja quanto mais os biocompósitos são reciclados, maior é o desgaste da fibra,

conforme Figuras 4.15 e 4.16. Sendo que nas Figuras 4.15 “a” e 4.16 “a”,

apresentaram-se mais fibras com tamanho perceptível, por ser os primeiros

reprocessamentos, quando se observa as Figuras 4.15 “b” e 4.16 “b” verificaram-se

a presença de menos fibras de tamanho considerável, como pode ser verificado nas

figuras, vale lembrar que os constituintes das fibras naturais, começam a se

54

degradar a temperaturas acima de 35° C , e que tanto no processo de extrusão e

injeção a massa fundida chega a variar de 180°C a 240 °C.

Figura 4.14 – Gráfico comparativo para tensão entre os biocompósitos

(a) (b)

Figuras 4.15 (a) – BC I com 10 % de fibras de curauá; (b) – BC V com 10 % de fibras de

curauá.

45.38

40.79

45.97

47.95

42.81

41.46

0

10

20

30

40

50

60

BC I BC III BC V

Lim

ite d

e R

esi

stên

cia

à F

lexã

o (

MP

a)

10%

30%

Fibra de

curauá

55

(a)

(b)

Figuras 4.16 (a) – PP I com 30 % de fibras de curauá; (b) – PP V com 30 % de fibras de

curauá.

Analisando o módulo dos biocompósitos (Figura 4.17) percebeu-se um

aumento na rigidez dos biocompósitos com o aumento percentual das fibras, dessa

forma, o material que apresentou melhores propriedades foi o biocompósito com

30% de reforço (Tabela 4.4), apresentando diferenças percentuais entre os materiais

Fibra de

curauá

Fibra de

curauá

56

de 30,19% para o PP I, 10,60 % para o PP III e 5,54% para o PP V, é interessante

observar que o módulo é bastante afetado a medida em que se avança com os

ciclos de reprocessamentos.

Figura 4.17 – Gráfico comparativo para os módulos entre os biocompositos

Analisando a temperatura de amolecimento para os biocompósitos (Figura

4.18), pode-se considerar uma estabilidade térmica nas amostras, não havendo

mudanças significativas nas mesma. Vale ressaltar que para os biocompósitos não

foram realizadas análises de TG, devido a fibra começar a perda de massa a partir

de 35°C e essa são apresentar estabilidade na perda de seus constituintes.

Figura 4.18 – Gráfico comparativo para temperatura de amolecimento dos biocompósitos

1,70 1,91 1,86

2,21

2,11

1,96

0

0.5

1

1.5

2

2.5

BC I BC III BC V

Mód

ulo

de E

last

icid

ad

e à

Fle

xão

(GP

a) 10%

30%

101

.6

96

.9

96.9

98.7

97

.8

98

.7

0

20

40

60

80

100

120

BC I BC III BC V

Tem

peratu

ra d

e A

mole

cim

en

to (

C/m

m)

10%

30%

57

4.3.2 Análise dos Biocompósitos Tratados Termicamente.

Apresentam-se nos gráficos 4.19 e 4.20 os diagramas tensão X deformação

para os biocompósitos com 10% e 30 % de reforço onde passaram por

envelhecimento acelerado em estufa (tratados termicamente). Lembrando que para

esses materiais assim como os não tratados não ocorreu fratura fina das amostras.

Encontra-se na Tabela 4.5 os valores médios para Tensão última, módulo de

elasticidade e deflexão.

0 5 10 15 20 25

0

20

40

60

80

100

Ten

são

( M

Pa)

Deformação (%)

BC 10 % TI

BC10 % T III

BC 10 % T V

Figura 4.19 - Gráfico Tensão versus Deformação para o Biocompósito 10% Envelhecidos

Termicamente

58

0 5 10 15 20 25

0

20

40

60

80

100

Ten

são

(M

Pa)

Deformação (%)

BC T 30% I

BC T 30% III

BC T 30 % V

Figura 4.20 – Gráfico Tensão versus Deformação para o Biocompósito 30% Envelhecidos

Termicamente.

Observa-se na Figura 4.19, uma diminuição significativa, na resistência e no

módulo em relação aos reprocessamentos, esses valores são melhores observados

na Tabela 4.5 e na Figura 4.21 e 4.22

Figura 4.21 – Grafico comparativo para a tensão dos biocompósitos

55.5

2

50.3

3

49.1

5

57

54

.53

51.2

0

10

20

30

40

50

60

70

BC T I BC T III BC T V

Lim

ite

de

Re

sist

êci

a à

Fle

xão

( M

Pa

)

10%

30%

59

Era de se esperar que o mesmo fenomeno que ocorreu no item 4.3.1, se

repetisse para a tensão no material, olhando o gráfico da Figura 4.21, observa-se

que esses valores estão bem próximos, tendo o material com 30% variando entre 2

e 3% a mais de resistência, sendo que este valor pode ser desconsiderado a partir

do momento que se obsrva o desvio padrão dos mesmos. Isso ocorreu devido ao

tempo em qual o material ficou em estufa, uma vez que a temperatura era 120°C a

fibra foi se degradando, deixando sóa matriz.

Do mesmo modo ocorreu com o módulo de elasticidade (Figura 4.22) e com a

temperatura de amolecimento (Figura 4.23), sendo nesta última, ocorrendo um

aumento perentual entre o PP I.

Tabela 4.5 – tabelas com os valores médios do ensaio de flexão para os biocompósitos

Material Tensão Última

(MPa) Módulo de

Elasticidade (GPa)

BC T 10% I 55,52±2,78 2,30±1,7

BC T 10% III 50,33±1,10 1,88±2,00

BC T 10% V 49,15±3,27 1,98±0,98

BC T 30%I 57,00 ±2,30 2,06±3,70

BC T 30% III 54,33±2,70 1,90±3,76

BC T 30% V 51,2±2,46 1,88±2,84

Figura 4.23 - Gráfico comparativo para as temperaturas de amolecimento

97

.3

108.6

107

.4

110.2

109.9

108

.9

0

20

40

60

80

100

120

BC T I BC T III BC T V

Tem

pera

tura

de A

mole

cim

en

to (

C/m

m)

10%

30%

60

4.4 – Estudo Comparativo entre o PP e os biocompósitos aqui estudados

A partir das análises realizadas nos itens anteriores, foi realizado um estudo

comparativo entre a matriz de polipropileno e os biocompósitos estudados nessa

tese.

Na Figura 4.24, encontra-se os valores médios para tensão máxima à flexão

em três pontos., como era esperado a adição de fibras naturais a matriz

(biocompósito), aumenta a resistência da mesma em 13,15 % ( diferença percentual)

para o primeiro reprocessamento comparando o PP com o PP 10%, quando

compara-se o PP e o PP 30% ainda no primeiro ciclo, essa diferença passa a ser de

17,81%. No terceiro ciclo começa-se a observar a instabilidade do biocompósito, a

medida em que as fibras começam a se degradar com os ciclos na extrussora, onde

o biocompósito com 10% de reforço fica com valor de resistência igual a matriz

quando observado o desvio padrão dos mesmos, continuando esta instabilidade

para o biocompósito com 30 % de reforço.

Continuando na Figura 4.24, agora observando os materiais que passaram

por um envelhecimento acelerado em estufa (Tratamento térmico), observa-se que

para todos os casos estudados, as amostras obtiveram maior resistência após esse

período, para a matriz de polipropileno no primeiro ciclo de reprocessamento tem um

aumento de 46,39%, para o terceiro ciclo esse aumento de resistência fica em torno

de 39,57% e para o quinto ciclo um aumento de 25%, observa-se também que os

biocompósitos apresentam estabilidade após o período de envelhecimento em

relação aos seus ciclos de reprocessamentos, mas fica bem evidente que nenhum

dos biocompósitos conseguem chegar a resistência da matriz após envelhecimento

acelerado e que o processo de envelhecimento nos biocompósitos aumenta sua

resistência, em porcentagem menores do que a matriz, para o biocompósito com

105 de reforço, esse valor é de 18,26 %, para o terceiro ciclo de 18,95 e para o

quinto 46%. Para o biocompósito com 30 % de reforço esses valores percentuais

são de 16 % para o primeiro ciclo, 21,49% para o terceiro ciclo e para o quinto ciclo

de reprocessamento 19,02.

Nota-se que a diferença percentual entre os ciclos e o envelhecimento, pode-

se ser considerada constante, uma vez que são valores muito próximos, nesse caso

61

deve-se esse aumento de resistência só a matriz, uma vez que pela degradação da

fibra natural, está não ira interferir após o período em estufa.

Figura 4.24 – Gráfico comparativo para todos os materiais estudados nessa tese

No que se refere ao módulo dos materiais (Figura 4.25) apresentados nessa

tese, a primeira observação a ser feita é que, a adição da fibra natural na matriz

aumenta o módulo da mesma na médida em se aumenta o teor de fibra na mesma,

para o primeiro ciclo de reprocessamento, o biocompósito com 10% de reforço,

apresentou um módulo 4 % maior do que o módulo da matriz e para o biocompósto

com 30 % de reforço esse valor foi de 26,27 % superior do que a matriz, esse

fenomeno já era esperado uma vez que se adiciona fibra na matriz aumenta a

rigidez e peso do material.

Da mesma forma que acontenceu com a resistencia a rigidez do material vai

diminuindo com os ciclos de reprocessamentos.

Quando observado o antes e pós envelhecimento em estufa o que conclui-se

que ocorre um aumento signnificativo e contante para as amostras aqui estudadas.

39.41

45.38

47.95

73.52

55.52

5741.08

40.79

42.81

67.85

50.33

54.5335.75

45.97

41.46

47.41

49.15

51.2

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

PP BC 10% BC 30 % PP T BC T 10% BC T 30%

Lim

ite d

e R

esi

stên

cia

à F

lexã

o (

MP

a)

PP I

PP III

PP V

62

Figura 4.25- Gráfico comparativo para todos os materiais estudados nessa tese

Figura 4.26 – Gráfico comparativo para todos os materiais estudados nessa tese

Analisando a Figura 4.26, observa-se que para a matriz o reprocessamento

aumenta em aproximadamente 3,7% quando relacionado o primeiro e o último

reprocessamento para a temperatura de amolecimento, para a matriz antes e pós

envelhecimento, ocorre um aumento de 12° C para todos os ciclos de

reprocessamentos.

1,633

1,70

2,21

2,32

2,30 2,06

1,68

1,91

2,11

1.879

1,88 1,901,82

1,86

1,96

1,98

1,98

1,88

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

PP BC 10% BC 30 % PP T BC T 10% BC T 30%

Mód

ulo

de E

last

icid

ad

e à

Fle

xão (

GP

a)

PP I

PP II

PP V

94.6

101.6

98.7

106.3

97.3

110.295.7

96.9

97.8

107.4

108.6

109.9

97.3

96.9

98.7

109.3

107.4

108.9

0

20

40

60

80

100

120

PP BC 10% BC 30 % PP T BC T 10% BC T 30%

Tem

pera

tura

de A

mole

cim

en

to (

C/m

m)

PP I

PP III

PP V

63

Quando observa-se os biocompósitos observa-se uma temperatura de

amolecimento para o biocompósito com 10% de reforço e a matriz, tem-se que a

temperatura aumenta 7°C no primeiro reprocessamento e que para os outros

reprocessamentos ela fica constante. Um fato a se destacar é que para o

biocompósito com 30%, essa temperatura pode ser considera constante, uma vez

que a mesma varia 1°C do primeiro para o terceiro reprocessamento e não ocorre

variação entre o primeiro e o quinto ciclo.

Da mesma forma que ocorreu para a matriz, a temperatura de amolecimento

aumentou em aproximadamente 12°C para todos os biocompósitos juntamente com

os seus ciclos após o período em estufa.

64

Capítulo V

Conclusões

65

5 Conclusões

A partir dos resultados apresentados anteriormente pode-se concluir

que:

Os reprocessamentos alcançados nos materiais de biocompósitos com

percentuais de 10 % e 30 % de fibras de curauá respectivamente, por meio

das etapas de extrusão e injeção, foram superiores ao polipropileno puro

reprocessado.

Observou-se que no PP puro após o 5° reprocessamento, houve um aumento de

118,3 % do IF em relação ao PP puro sem reprocesso. Sendo assim, necessário

uso de aditivo antioxidante para evitar a degradação térmica do PP provocada

nos ciclos de reprocessamentos na extrusora. Entretanto, com a adição das

fibras de curauá reduziu a degradação térmica no PP, onde verificou-se que foi

necessário reprocessar os grãos dos biocompósitos com percentuais de 10 % e

30 % de curauá, por 3, 4 e 5 vezes respectivamente para se aproximar do IF do

PP sem reprocesso. Na medida em que se aumenta a carga de fibras há uma

redução de massa de polímeros na mistura, diminuindo os esforços de

cisalhamento provocado pelas roscas da extrusora.

Nas análises dos índices de fluidez apresentada, observou-se que os valores

obtidos para os biocompósitos com 30 % fibras de curauá foram os que

apresentaram os menores valores após todos os ciclos de reprocessamentos

(cinco) na extrusão, entre as outras composições, tendo a menor diminuição na

fluidez da mistura, entre os 1° reprocessamentos uma variação de 68,3 % e uma

variação de 57,7 % no 5° reprocessamento.

Se os maquinários preparados para processar o PP, estiveram especificados

para trabalhar com faixa de IF do HP 550 K, estes biocompósitos não afetaram o

desempenho de transformação da resina, durante o processo e reprocesso,

viabilizando a utilização dos mesmos, com possibilidade de reciclagem.

Os resultados apresentados das propriedades mecânicas dos biocompósitos

relacionado ao ensaio de flexão em três pontos tiveram o mesmo

comportamento, valores aproximados de resistência ultima, modificando-se

só no quarto e quinto reprocessamento, observa-se também que a dispersão

obtida entre as amostras foi pouco significativa.

66

Em relação à rigidez obteve ganho de 40,6 %, quando comparado com o melhor

resultado do PP puro reprocessado com o 3° reprocessamento do biocompósito

com percentual de 30 % de fibras de curauá. E quando comparado com o menor

valor entre os todos os biocompósitos, o 5° reprocessamento do biocompósito

com percentual de 30 % de fibras de curauá, os valores apresentados são

considerados aproximados.

Quando submetidos aos ensaios de flexão em três pontos, os biocompósitos

demonstraram valores maiores em relação ao PP reprocessado. Percebeu-se

que com o aumento no percentual de fibras de curauá aumentou a tensão

máxima, um aumento percentual de 22 % no biocompósito com 30 % de fibras

de curauá no 1° reprocessamento. E que a redução desta propriedade quando

comparadas entre elas com mesmo percentual foi mínima, um percentual de

13,5 %, no qual considerou-se uma pequena oscilação devido aos diversos

reprocessamentos sofridos pelos grãos de biocompósitos. Observou-se também

um aumento na rigidez à flexão, mais evidente, para o biocompósito a 30 % de

fibras de curauá, um aumento no módulo de 35,64 %.

Em todos os materiais que passaram pelo tratamento térmico em estufa,

observou-se uma recuperação nas propriedades mecânicas dos mesmos,

mesmo, para os materiais que passaram até o quinto reprocessamento.

Para o biocompósito com 10 % de reforço em seu primeiro reprocessamento,

temos que com o tratamento térmico ocorre um aumento aproximadamente

22,34 %, na tensão ultima do material.

Para os biocompósitos com 30% de reforço, observa-se um aumento de

18,87% entre o material com e sem tratamento térmico.

Após o período em estufa, os biocompósitos apresentam amentos em seus

limites de resistência, mas da mesma forma que ocorreu no primeiro

reprocessamento, ocorre um aumento nas resistências dos materiais após o

período em estufa, sendo que para o biocompósito com 10 % de reforço este

aumento fica em torno de 19,54% e para o biocompósito com 30 % de reforço

este valor é de 11,87%. O mesmo fenômeno é observado para os próximos

reprocessamentos, III, e V.

O mesmo fenômeno, sendo que com valores menores apresenta-se

para os biocompósitos com 10 % e 30 % de reforço, esses valores são menores

67

uma vez que a fibra natural, perde massa e resistência com o aumento de

temperatura e com a temperatura de processamento da extrussora.

Em relação a deflexão do material, que estes aumentam significativamente com

o tratamento térmico do material. Uma média de 20% em relação aos

reprocessamentos.

A temperatura de Amolecimento para o PP antes e pós tratamento térmico varia

em torno de 12° °C, o mesmo fenômeno ocorre entre os biocompósitos.

6 Sugestões para Trabalhos Futuros

1- Criar novas composições de biocompósitos, utilizando outras resinas

termoplásticas, com intuito de verificar o comportamento mecânico e físico.

2 - Obter biocompósitos com percentagens de fibras naturais mais

elevados, com o objetivo de determinar limites máximos de desempenho mecânico.

3 - Realizar ensaios mecânicos com produtos recicláveis de

biocompósitos, a fim de estudar a viabilidade econômica.

4 - Realizar estudos sobre a influência da umidade nesses materiais

juntamente com a temperatura elevada

5- Realizar ensaios de Impacto nos biocompósitos para observar a influência

do tratamento térmico na energia de absorção do material.

68

REFERENCIAS

ALBUQUERQUE ,J. A. C. Planeta Plástico, Sagra Luzzato, 2000

ABPOL: Associação Brasileira de Polímeros. Polímeros: Ciência e Tecnologia.

Vol. 16, nº 4, 2006.

AQUINO, E.M.F.; SILVA, R.V. Curaua Fiber: A New Alternative to Polymeric

Composites. Journal of Reinforced Plastics and Composites, 2008.

ASTM D 5427 - Standard Practice for Accelerated Aging of Inflatable

Restraint Fabrics - American Society for Testing and Materials, 2014. ASI

ASTM D 3045-15 Standard Practice for Heat Aging of Plastics Without Load

- American Society for Testing and Materials, 2013. ASI

Azwa, Z. N. et al (2013). A review on the degradability of polymeric

composites based on natural fibres. Materials & Design, 47, 424-442.

Almeida Júnior, HLO Júnior, SC Amico, FDR Amado - Study of hybrid

intralaminate curaua/glass composites - Materials & Design, 2012.

Almeida Júnior, HLO Júnior, SC Amico, FDR Amado - Hybridization effect on the

mechanical properties of curaua/glass fiber composites - Composites Part

B: Engineering 55, 492-497-,2013.

Bhagat, V, Ket al- Physical, mechanical, and water absorption behavior of

coir/glass fiber reinforced epoxy based hybrid composites- Polymer

CompositesVolume 35, 2016.

Beltrami, L. V. R et al - Effect of the alkaline treatments of Curauá fiber on the

properties of biodegradable matrix composites -Polímeros vol.24 no.3 São

Carlos May/June 2014 Epub May 20, 2014

Borsoi C, Scienza LC, Zattera AJ. Obtenção e caracterização de compósitos

utilizando poliestireno como matriz e resíduos de fibra de algodão da

indústria têxtil como reforço. Polímeros. 2011;21(4):271-279.

Hazizan Md Akil et al- Water absorption study on pultruded jute fibre reinforced

unsaturated polyester composites - Composites Science and Technology - 2014

69

A. Ahmadi-Sénichault et al 2016 -Thermographic and tomographic methods for

tridimensional characterization of thermal transfer in silica/phenolic

composites- Composites Part B: Engineering, 2016, Pages 71-79

AQUINO, E. M. F. et al. Desenvolvimento de um Compósito Laminado Híbrido

com Fibras Natural e Sintética.62° Congresso Anual da ABM , Vitória/ES

2007.

BALAJI, A. et al. Bagasse Fiber - The Future Biocomposite Material: A

Review.International Journal of ChemTech. Vol. 7, Res. 2015, 07, pp 223-

233.

BARROS, A.R.F. Compósitos Híbridos: Desenvolvimento de Configurações e

Efeito de Umidificação, Dissertação de Mestrado, Universidade Federal

do Rio Grande do Norte, 2006.

BECKER D et al . Compósitos de PVC rígido e fibras de bananeira: Efeito do

tratamento da fibra 2014, vol.19, n.3, pp.257-265

BNDES - O banco nacional do desenvolvimento( www.bnds.gov.br< acesso em

31/07/2015)

CALLISTERJr.W.D. Ciências E Engenharia De Materiais: Uma Introdução Rio

De Janeiro: Ltc, 2005.

CARVALHO, R. F.Compósitos de Fibras de Sisal para o Uso em Reforços de

Estrutura de Madeira, Tese De Doutorado, Universidade De São Paulo,

(2005).

CARVALHO, L.H .Propriedades Mecânicas de Tração de Compósitos

Poliéster/Tecidos Híbridos Sisal/Vidro - Polímeros: Ciência E

Tecnologia, Vol. 16, N° 1, P. 33-37, 2006.

CAMPOS, A.et al - TPS/PCL Composite Reinforced with Treated Sisal Fibers:

Property, Biodegradation and Water-AbsorptionJournal of Polymers and

the Environment, 2013, Vol.21(1), pp.1-7

70

CHOW, C.P.L. et al.Moisture Absorption Studies Of Sisal Fibre Reinforced

Polypropylene Composites - Composites Science And Technology 67

(2007) 306–313

CUNHA et al . Influência de Diferentes Condições Higrotérmicas na

Resistência à Tração de Compósitos de Fibra de Carbono/Epóxi

Modificada. Polímeros: Ciência e Tecnologia, vol. 16, n° 3, pp 193-201,

2006.

CUNHA. R. A. D et al. VI CONGRESSO NACIONAL DE ENGENHARIA

MECÂNICA , Campina Grande, 18-21 Agosto 2010.

DANTAS, C. M.; FELIPE, R. C. T. S.; FELIPE, R. N. B. Compósito de Matriz

PoliésterReforçado com Fibra de Vidro -E, Até onde Pode ter Contato

com o Petróleo. 18º CBCiMat - Congresso brasileiro de Ciências e

Engenharia de Materiais, Porto de Galinhas, novembro 2008.

DANTAS,C .M et al. Avaliação da Influência do Petróleo e Água do Mar nas

Propriedades Mecânicas de Flexão do Compósito (PRFV) e na

Caracteristica da Fratura- IV Congresso de Pesquisa e Inovação da

Rede Norte Nordeste de Educação Tenologica, Belém PA, Brasil 2009

DANTAS, C.M.Influência da quantidade de absorção de água nas

propriedades mecânicas de compósitos poliméricos de manta de

fibra de vidro e tecido juta – Dissertação de Mestrado UFRN, 2011.

DASH, B.N.; Sarkar M.; Rana, A.K.; Mishra, M.; Mohanty, A.K.; Tripathy, S.S. Study

on Biodegradable Composite Prepared from Jute Felt and Polyesteramide

(BAK). Journal of Reinforced Plastics and Composites, Vol. 21, No. 16, pp 1493-

1511. 2002.

Dicker, M. P. M., Duckworth, P. F., Baker, A. B., Francois, G., Hazzard, M. K., &

Weaver, P. M. (2014). Green composites: A review of material attributes

and complementary applications. Composites Part A: Applied Science and

Manufacturing, 56, 280-289

71

DAVIES. Sea water aging of glass reinforced composites: Shear behavior and

damage modeling. Journal of Composite Materials, 35, 2001. 1343-

1371.

Dionisio, J.K.S - Influência da configuração do tecido e do tratamento

superficial Das fibras nas propriedades mecânicas de compósitos reforçados

Com fibras naturais - Dissertação de mestrado – Iniversidade Federal do Rio

Grande do Norte – 2014.

Empresa Brasileira De Pesquisa Agropecuária (Embrapa)

FELIPE, R. C. T. D. S. Comportamento Mecânico e Fratura de Moldados em

PRFV. UFRN. Natal, p. 100. 1997.

FELIPE, R.C.T.S.; et al.- Desenvolvimento de Tecido Natural de Sisal como

Reforço Estrutural em Compósito Polimérico In: 65º Congresso Anual da

Abm – Congresso Internacional da Associação Brasileira de

Materiais, Metalurgia e Mineração – 2010 – Rio De Janeiro, Rj, Brasil.

FELIPE, RNB et al - Laminar composite structures: Study

of environmental aging effects on structural integrity. Journal of

Reinforced Plastics and Composites, Nov 2012, Vol.31(21), pp.1455-1466

FUNG, X.S. et al.An Investigation on the Processing of Sisal Fibre

Reinforced Polypropylene Composites. Composites Science And

Technology 63 (2003) 1255–1258

GAY, D. Matèriaux Composites.Paris: Editions Hermès, 1991.

HULL, D.An Introduction to Composite Materials - Ed. Cambridge University

Press, 1988.

IDICULA MARIES, et al. Dynamic Mechanical Analysis Of Randomly Oriented

Intimately Mixed Short Banana/Sisal Hybrid Fibre Reinforced Polyester

Composites- Composites Science And Technology 65 (2005) 1077–

1087

72

JOSEPH, P. V. Efect of processing variables on the mechanical properties of

sisal-fiber-reinforced polypropylene composites. Composites Science

and Technology 59 (1999) 1625-1640.

JOSEPH, P. V.et al Eviromental Effects on the Degradation Behavior of Sisal

Fibre Reinforced Polypropylene Composites. Composites Science and

Tecnology, 2002. 1357-1372.

LEVY NETO, F E PARDINI, L. C .Compósitos Estruturais: Ciência e

Tecnologia . São Paulo: Edgard Blücher, 2006.

LI, QIAN et al - Nanoscale evaluation of multi-layer interfacial mechanical

properties of sisal fiber reinforced composites by nanoindentation

technique. Science and Technology, 10 November 2017, Vol.152, pp.211-

221

Le Moigne, N., Longerey, M., Taulemesse, J. M., Bénézet, J. C., & Bergeret, A.

(2014).Study of the interface in natural fibres reinforced poly(lactic

acid) biocomposites modified by optimized organosilane treatments.

Industrial Crops and Products, 52, 481-494

LOPEZ, J. P. et al. Recycling Ability of Biodegradable Matrices and Their

Cellulose Reinforced Composites in a Plastic Recycling Stream.Journal

of Polymers and theEnvironment, v. 20, n. 1, p. 96-103, 2012.

KOMATSU - Estudo comparativo de nanocompósitos de polipropileno

modificado sob condições de envelhecimento ambiental e acelerado

– Dissertação de mestrado - Universidade de São Paulo, 2016

MANUAL DE POLIPROPILENO. Laboratório: Análises do Produto. Empresa

Termoplástica, 2007.

MARINUCCI.G. Materiais Compósitos Poliméricos Fundamentos e

Tecnologia São Paulo. Artliber Editora, 2011.

MANO, Eloisa Biasotto.Introdução a Polímeros. 5ª Reimpressão. Ed. Edgard

Blücher Ltda. Rio de Janeiro, 1994.

73

MAGALHÃES, W. L. E et al - Preparation and characterization of

polypropylene/heart-of-peach palm sheath composite. Journal of applied

polymer science 127: 1285-1299 (2013)

MEROTTE .J .Mechanical and acoustic behaviour of porosity controlled

randomly disperded flax/PP biocomposite. Polymer testing 51 (2016) 174-

180.

MISHRA . S; et al.Potentiality Of Pineapple Leaf Fibre As Reinforcement In

Palf-Polyester Composite: Surface Modification and Mechanical

Performance- Journal of Reinforced Plastics and Composites, Mar 2001;

Vol. 20: Pp. 321 - 334.

MONTEIRO, S. N.et al. Efeito A Incorporação de Fibras de Coco no

Comportamento Dinâmico Mecânico de Compósitos com Matriz

Poliéster (Www.Abmbrasil.Com.Br/Materias/Download/1118285.Pdf)

MONTEIRO, S. N. et Al Comportamento Mecânico E Características

Estruturais De Compósitos Poliméricos Reforçados Com Fibras

Contínuas E Alinhadas De Curauá- Revista Matéria, V. 11, N. 3, Pp.

197 – 203, 2006.

MEROTTE J et al - Influence du taux de porosité sur les propriétés d’un

composite non tissé lin/PP - Matériaux & Techniques 104, 405 (2016).

MONTEIRO, S. N. et al- Propriedades de Compósitos de Tecido de Juta

Descartado Reforçando Matriz de Polietileno Reciclado- Revista

Matéria, V. 11, N. 4, Pp. 403 – 411, 2006.

NICHOLAS, J. et al - Effects of accelerated environmental aging on glass fiber

reinforced thermoset polyurethane composites. Composites Part B, 1 June

2016, Vol.94, pp.370-378

PARDINE, L.C.; GONÇALVES, A. – Processamento de Compósitos

Termoestruturais de Carbono Reforçado com Fibras de Carbono -

Journal of Arospce and Management, Vol. 1 Nº2, Jul – Dec. 2009.

74

PIMENTA, M.T.B.et al .Soda-treated Sisal/Polypropylene Composites, J Polym

Environ (2008) 16:35–39

RAHMAN, M. D et al - Vibration damping of flax fibre-reinforced polypropylene

composites. Fibers and Polymers, Nov 2017, Vol.18(11), pp.2187-2195

RAINAL D. B et al – Biocomposite macroporus cryogels as pontential Carrier

scaffolds for boné active agents argmenting boné regeneration. Jounal of

controlled release 235 (2016) 365-378.

RODRIGUES, L. P. S - Efeitos do Envelhecimento Ambiental Acelerado em

Compósitos Poliméricos- Dissertação de Mestrado, UFRN , Natal 2007.

RODRIGUES, L. P. S et al - Effect of accelerated environmental aging on

mechanical behavior of curaua/glass hybrid composite. Journal

of Composite Materials, 2012, Vol.46 (17), p.2055-2065

SANTOS, A.M. Estudo de compósito híbrido Polipropileno/ Fibras de Vidro e

Coco para Aplicações em Engenharia - Dissertação de Mestrado.

Curitiba UFPR, 2006

Sindfibras, Natural Fibres Industries Association

(<http://www.brazilianfibres.com.br/> acesso em 19 de dezembro de

2009).

. Www.fazfacil.com.br (acesso em 12 de março de 2010).

SEO D. W.; KIM H. J. Effect of Water absorption fatigue on Mechanical

Properties of Sisal Textile-reinforced Composite. International

Journal of Fatigue, v. 28, p. 1307-1314, 2006.

SILVA, R.V. (2003).Compósito de Resina Poliuretano Derivada de Óleo de

Mamona e Fibras Vegetais. Tese de doutorado – UFSCar São Carlos,

2003. Brasil

SILVA R.V et al.Desenvolvimento de um compósito laminado híbridocom fibras

natural e sintética- Revista Matéria, v. 13, n. 1, pp. 154 – 161, 2008

75

SILVA, C.Cet al. 53º abceram- Congresso Brasileiro de Cerâmica, 2009,

Guarujá, SP, Brasil.

SYDENSTRICKER T.H.D et al.Pull-out and Oher Evaluations in Sisal-

reinforced polyester biocomposites”, polymer testing, volume

22, number 4, pp. 375-380(6) , June 2003.

SINGH, B et al - Hybrid polymer networks of unsaturated polyester-urethane

as composite matrices for jute reinforcement. Journal of Applied Polymer

Science, Oct 15, 2011, Vol.122(2), pp.1206-1218

SREEKUMAR, P.A et al - Transport properties of

polyester composite reinforced with treatedsisal fibers . Journal of

Reinforced Plastics and Composites, 2012, Vol.31(2), pp.117-127

SRINIVASAN P et al – A feasibily study of agricultural and sewage biomass as

biochar, bioenergy and biocomposite feedstock: Production,

characterization and potencial applications. Science of the total

environment 512 -513 ( 2015)

TINÔ, S. R et al - Polymer composites: Effects of environmental aging and

geometric discontinuity in the isotropic and anisotropic behaviors.

Journal of Composite Materials, 2016, Vol.50(13), pp.1771-1786

UAWONGSUWAN, P et al - Long jute fiber‐reinforced polypropylene composite:

Effects of jutefiber bundle and glass fiber hybridization. Journal of Applied

Polymer Science, 15 April 2015, Vol.132(15)

YANG, et al “Bending, compression and Shear Behavior of Woven Glass Fiber-

Epoxy Composites”, Composites – Part B: Engineering, v.31, p.715-

721, 2000.

YAN LI, et al.Sisal Fibre and its Composites: A Review of Recent

Developments. Composites Science And Technology 60 (2000)

2037±2055

Yan, Z. L., et al - Reinforcement of polypropylene with hemp fibres.

Composites Part B: Engineering, 46, 221-226 (2013).

76

WONGKON. L et al – Novel biocomposite of carboxymenthyl chitosan and

pineapple peel carboxymethycellulose assunscreen Carrier. International

Journal of biological mracromolecules 95 (2017) 873-880