Analise Estrutural de Navios

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  • 7/25/2019 Analise Estrutural de Navios

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    ESCOLA POLITCNICA DA

    UNIVERSIDADE DE SO PAULODepartamento de Engenharia Naval e

    Ocenica

    Especializao emEngenharia Naval

    Mdulo 4: Anlise Estrutural de Navios

    Prof. Dr. Oscar Brito Augusto

    Material de apoio ao curso oferecido naUniversidade de Pernambuco UPE

    2007

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    1 24/03/2007 Texto completo

    Verso Data Observaes

    Apostila:

    ESPECIALIZAO EM ENGENHARIA NAVALMdulo 4: Anlise Estrutural de Navios

    Dept./Unidade Data Autor

    PNV/EPUSP 2007 Prof. Dr. Oscar Brito Augusto

    Curso oferecido pela Escola Politcnica da Universidade de So Paulona Escola Politcnica da Universidade de Pernambuco

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    Programaodasaulas:

    Data Perodo Horrios Assunto

    18:30h19:20h Apres.:Professor,alunosemdulo4

    19:20h20:10h Asaesdascargasedoambiente

    20:10h21:00h29/03/2007

    Quinta-feira

    Noite

    21:00h21:50hArranjoestrutural

    18:30h19:20h

    19:20h20:10hBreverevisodeMec.Slidos

    20:10h21:00h30/03/2007

    Sexta-feira

    Noite

    21:00h21:50hOnaviocomovigaflutuante.EstruturaPrimria

    08:00h08:50h08:50h09:40h

    Tensesnormaisprimrias

    09:40h10:10hManh

    10:10h11:00hTensesdecisalhamentoprimrias

    13:00h13:50h EstruturaSecundria

    13:50h14:40h Distribuiodecargas

    31/03/2007

    Sbado

    Tarde

    14:40h15:30h ChapaColaborante

    Data Perodo Horrios Assunto

    18:30h19:20h EstruturaSecundria19:20h20:10h Perfisleves

    20:10h21:00h Perfispesados14/12/2006

    Quinta-feira

    Noite

    21:00h21:50h Grelhas

    18:30h19:20h AEstruturaTerciria

    19:20h20:10h PequenasDeflexes

    20:10h21:00h ChapasLongas15/12/2006

    Sexta-feira

    Noite

    21:00h21:50h Solues

    08:00h08:50h Flambagem08:50h09:40h Chapeamento

    09:40h10:10h PerfislevesManh

    10:10h11:00h Painis

    13:00h13:50h

    13:50h14:40hComposiodetenses:Primria+Secundria+Terciria

    16/12/2006

    Sbado

    Tarde

    14:40h15:30h SociedadesClassificadoras

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    ndice

    1. INTRODUO.............................................................................................................................1

    1.1. Carregamentos estruturais em navios ............................................................ ..................11.2. Cargas estticas ...............................................................................................................21.3. Cargas dinmicas.............................................................................................................31.4. Cargas ocasionais ............................................................... ............................................. 61.5. Arranjo Estrutural......................................................... ................................................... 81.6. Chapeamento reforado ...................................................................................................91.7. Tipos de cavernamento...................................................................................................11

    2. ESTRUTURA PRIMRIA........................................................................................................22

    2.1. O Navio como uma viga flutuante ......................................................................... .........222.2. Relaes bsicas entre esforos solicitantes e cargas.................................................... 262.3. Aplicao da teoria de vigas ..........................................................................................272.4. Tenses de flexo............................................................................................................29

    2.5. Mdulo de Seo .................................................................................................... ........322.6. Tenses cisalhantes ........................................................................................................35

    3. ESTRUTURA SECUNDRIA ........................................................... ....................................... 43

    3.1. Introduo ................................................................................................................ ......433.2. Distribuio de Cargas .................................................................................................. 513.3. Os efeitos do cisalhamento na flexo de vigas. Chapa Colaborante..............................533.4. Grelhas ............................................................... ............................................................ 643.5. Grelha Simples ...............................................................................................................653.6. Grelha Mltipla..............................................................................................................673.7. Flambagem de painis reforados..................................................................................68

    4. ESTRUTURA TERCIRIA......................................................................................................77

    4.1. Introduo ................................................................................................................ ......774.2. Nomenclatura ............................................................. .................................................... 784.3. Hipteses simplificadoras e suas limitaes................................................................... 794.4. Teoria das pequenas deflexes ............................................................... ........................824.5. Relaes entre momentos fletores e curvaturas.............................................................. 834.6. Relaes entre momentos torores e curvaturas ............................................................ 864.7. Equao de equilbrio, desprezando o efeito de cargas paralelas ao plano mdio........904.8. Soluo do problema de flexo de placas.......................................................................914.9. Placas simplesmente apoiadas ........................................................................ ...............924.10. Solues em forma de Grficos .................................................................. ....................964.11. Placa longa...................................................................................................................1004.12. Comportamento elasto-plstico....................................................................................1034.13. Equao das placas para pequenas deflexes, incluindo-se o efeito de cargas paralelas

    ao plano mdio............................................................................................................................1134.14. Flambagem de placas...................................................................................................1194.15. Flambagem de placas no regime elstico.....................................................................1204.16. Efeito de uma curvatura ...............................................................................................1294.17. Flambagem por cisalhamento ......................................................................................1314.18. Momento fletor no plano da placa........................................................................... .....1334.19. Carregamentos combinados ........................................................ ................................. 1344.20. Comportamento de placas aps a flambagem..............................................................137

    BIBLIOGRAFIA CONSULTADA E REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS. .............................142

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    1. Introduo

    Para as estruturas flutuante, to importante quanto a segurana

    estabilidade e sobrevivncia, devidoaperdadeflutuabilidadeoriundade

    umalagamento,aseguranafalhasestruturais.Esteassuntoemtodosos

    seus detalhes extenso e complexo o suficiente para completar diversos

    volumes e muitas horas de curso, mais do que teremos disponveis, pois

    envolveaprevisodascargasimpostasaestruturaemservio,aanlisedas

    tensescausadasporaquelescarregamentosemmilharesdecomponentes

    estruturais, a especificao dosmateriais a seremutilizados com baseem

    suas propriedades de resistncia, custo, soldabilidade, facilidade demanutenoeaescolhadoarranjoestrutural.

    Apesar de todas estas consideraes, tratando-se de um curso

    introdutrio de anlise de estruturas de embarcaes, vai-se focar os

    fundamentos do comportamento destas em suas componentes primria,

    secundria e terciria. Espera-se, com isso, que o estudante tenha uma

    compreenso destes fenmenos e possa aprofund-los em etapas

    posterioresdesuavidaprofissionalouacadmica.

    1.1. Carregamentos estruturais em navios

    Uma embarcao deve possuir resistncia estrutural suficiente para

    suportarascargassemsofrerfalhasoudeformaespermanentes.Omesmo

    poderia ser dito para qualquer estrutura, mquina ou dispositivo projetado

    pela engenharia. Como qualquer outro objeto de engenharia, o projetoestruturaldeembarcaesdependedaavaliaoprecisadascargas,oudas

    foras,impostasestruturadurantesuavidatil.Paraembarcaes,nomar,

    ascargasresultamdeumaamplavariedadedefontesinerentesanatureza,

    comamplitudesquenosodeterminadasdemaneiradeterminstica.

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    1.2. Cargas estticas

    Soaquelasrelacionadascomaflutuao,estabilidadeetrim.Existem

    ospesosdoprprionavio(estrutura,mquinaseequipamentos)eodevido

    carga embarcada (carga, leo combustvel, leos lubrificantes, gua

    potvel....) que geram as foras gravitacionais (mg), verticais e apontando

    parabaixo,ecujasomaintegralizaodeslocamentodonavio.Equilibrandoo

    total das foras de peso do navio flutuando esto as foras de flutuao

    (g),comsentidoopostosdepeso,quesoascomponentesverticaisda

    pressodaguaqueatuamnaparteimersadocasco.Ototaldasforasde

    flutuao tambm igual ao deslocamento da embarcao. Presses

    externaseinternasnasparedesdetanquesquecarregamlquidostambmgeramforasestticasquesolicitamaestrutura.

    Figura1.1Cargasemumaseotpicadeembarcao.Tupper,E,1996.

    Efeitos trmicospodemgerartensesnaestruturadonaviodevidoacontraoeexpansodemembrosestruturaisqueestoacopladosaoutros

    membrosestruturaisequenoestosujeitosaextremosdetemperatura.

    Para fins de anlise e projeto estrutural, os carregamentos

    anteriormente descritos so considerados estticos, embora de fato, eles

    mudemdeviagemparaviagem,umavezqueadistribuiodecargasede

    leocombustvelnemsempresejaamesma.

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    1.3. Cargas dinmicas

    Somando-sescargasestticashumagrandequantidadedecargas

    dinmicasquevariamconstantementeenquantoonavioestemoperao.A

    mais obvia destas o carregamento varivel imposto estrutura causado

    pela combinao deondas irregularese dos movimentos doprprio navio

    resultanteaonavegarnestascondies.Asforasdeondageramvariaes

    contnuas da flexo do navio nos planos vertical e horizontal e tambm a

    toro.

    Figura1.2Carregamentodevidoaondas.Alquebramentoe

    Tosamento.

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    Figura1.3Carregamentosdevidoaondas

    As ondas e o movimento do navio ao longo destas tambm so

    responsveispelacargadaguaqueembarcanosconveses, figura1.3ou

    queimpactanocostado.Outrasmaisseverasocorremquandoaembarcaosofreslamming,situaoemqueaproaemergetotalmentedaguapara,na

    seqncia,reentrar,gerandoumabreve,masintensapressonaestruturado

    fundo da embarcao e que provoca um movimento vibratrio de alta

    freqnciaquesepropagaaolongodaestrutura.

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    Figura1.4RegistrodeSlamming.

    Os movimentos do navio tambm provocam foras em tanques que

    contmlquidosequeestoparcialmentecheiosdevidoaoimpacto,sloshing,

    queasuperfciegerasobresuasparedes.

    Figura1.5-Registrodepressesdinmicasdevidoaomovimentodelquidos

    emtanques.ABS,2000.

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    Aoperaodosistemadepropulsotambmgeraforasperidicase

    dealtafreqncianasestruturasdesuportedasmquinasepropulsoresque

    se transmitem para a estrutura da embarcao provocando as vibraes

    foradas.

    Figura1.6Fontesdevibraesemnavios.Veritec,1985.

    1.4. Cargas ocasionais

    Somando-se s cargas mencionadas comum acontecer de uma

    embarcao estar sujeita a cargas em operaes especiais. Navios que

    navegamnogelo esto sujeitosa cargasdiferenciadas aoquebrar o gelo.

    Estas cargas induzem um acrscimo da flexo do navio enquanto navega

    ondas e causam foras localizadas de grande magnitude nos pontos de

    contatodocascocomogelo.

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    Figura1.7Naviooperandoemregiesgeladas.

    Naviosdeguerraestosujeitosacargasdeimpactoseverasgeradas

    por pouso de aeronaves, disparo de msseis e exploses, sob ou acima

    dgua.Cargasseverastambmsoimpostasaonavioduranteolanamento

    eadocagememesmoduranteaatracao.Finalmente,cargasacidentaise

    nointencionaissocausadasporalbaroamentoseencalheseassituaes

    dealagamentoprovenientesdetaisacidentes.

    Figura1.8Lanamentolateral

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    Figura1.9Encalhe.Benford,2006.

    Umcenriocompletodassituaesdecargasimpostasestruturade

    umaembarcaoparaumdadomomentoextremamentecomplexo,comoa

    lista de fontes mencionada pode indicar. Por isso, comum entre osengenheirosnavaisarbitraremumcenriohipotticodecargasequivalentes

    queconcebidodesortequeseaestruturasemostraadequadaaestes,ela

    terumbomdesempenhodurantesuavidatil.

    1.5. Arranjo Estru tural

    Paraserviraoseupropsito,umnaviodeveser:umobjetoflutuantee

    impermevel,capazdetransportarcargasederesistiraaesdoambientee

    desua prpria operaosem sofrer falhas por fratura oupor deformaes

    permanentes. A estrutura pode ser imaginada como uma viga, isto ,

    apresentaumadimensomuitomaiorqueasoutras,suportadapelasforas

    deflutuaoesendosolicitadapelasforasprovenientesdacarga,doprprio

    pesoeoutrositensquetransporta,enquantosofreflexoetoroaolongode

    suarota.Aviga navio,comopassaremosadesignartalestrutura,deveser

    projeta para resistir ao momento fletor longitudinal, o esforo solicitante

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    primrio da embarcao. Logo esta estrutura deve consistir de material

    contnuo no sentido longitudinal, de proa a popa. Enquanto amaioria das

    estruturasconstitudadevigassujeitasflexo,aestruturadonavionica

    nesteuniverso,poisseuchapeamentodeveserestanque.Acombinaodos

    requisitosderesistncialongitudinaledeestanqueidadeemumanicaviga,

    enquanto se tenta conseguir o mnimo peso da estrutural, tem sido, h

    dcadas,aprincipaltarefadosengenheirosdeestruturas.

    1.6. Chapeamento reforado

    A configurao da unidade estrutural tpica a que se chegou no

    desenvolvimentodoprojetodaestrutura deembarcaesochapeamentoreforado. Umexemplodechapeamento reforadomostradonafiguraxx.

    Osreforadorespodemserperfis laminados(cantoneiras,perfilT,bulbo,etc.)

    soldadosnochapeamento,ouperfis fabricados,soldadosapartirdechapase

    posteriormente soldado ao chapeamento. Por razes de eficincia (menor

    pesopararesistircarga),osreforadoresdevemserdispostosemdirees

    ortogonais,conformeomostradonafigura.Perfis leves,separadospormenor

    espaamento,agemcomosuporteparaochapeamentoeosperfis pesados,

    separadospormaioresespaamentos,suportamochapeamentoeosperfis

    levesquenelesseapiam.

    Figura1.10-Painelestrutural

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    Figura1.11-Tiposdereforos.Eyres,D.J.,2001

    O Projetista estrutural deve escolher a orientao (longitudinal ou

    transversal,verticalouhorizontal)decadatipodereforoemcadaregioda

    estrutura, como fundo, costados, conveses e anteparas. A escolha

    baseada,namaioriadasvezes,combasenasseguintesconsideraes:

    1. Eficincia estrutural.Estadeterminadacomparando-seospesos

    dealternativasdearranjocomamesmaresistnciaestrutural.Em

    geral, o arranjo que resulta em mnimo peso para uma dada

    resistnciaomelhor.Hexceesquandoasoluodemenor

    peso for a de custo elevado quando comparadas s demaisalternativas.

    2. Custos de material e de fabricao. Alternativas de arranjo

    estruturaldevemsercomparadastantonocustoquantonopesoe

    umarelaodecompromissodeveseranalisada,considerando-se

    quantoocustoadicionalsejustificaemfunodareduodopeso

    daestruturae,portanto,noaumentodareceitacomoaumentoda

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    capacidade de carga da embarcao, mantendo-se o mesmo

    deslocamento.

    3. Continuidade estrutural. Os membros estruturais como os

    reforadores devem suportar as cargas na estrutura e as

    transmitirem aos membros adjacentes sem lhes gerarmudanas

    abruptas nos nveis de tenses. Para garantir que tais

    concentraes de tenses sejam evitadas, os membros

    estruturais concebidoscontnuos,perfeitamentealinhados, seso

    cortadose soldados,aoencontraremospainis principais, como

    anteparas,costadoseconveses.

    4. Utilizao do espao. Em painis reforados em duas direes,

    geralmente tem-se perfis leves, em espaamento estreito entre

    eles,emumadelaseperfispesados,emespaamentolargo,na

    outra,umavezqueospesadossuportamosleves.Aescolhada

    orientaodosreforadorespode,emmuitasvezes,serditadapela

    necessidade de evitar que membros estruturais avancem no

    compartimentodecargaeinterfiramcomautilizaodoespao.

    1.7. Tipos de cavernamento

    Embora todo navio possua reforos nas direes longitudinais e

    transversais, o tipo de cavernamento em cada um caracterizado pelo

    nmero, tamanho e espaamento, dos reforadores transversais

    relativamente ao nmero, tamanho e espaamento, dos reforadores

    longitudinais.Aevoluodoprojetoestruturaldeembarcaesresultouem

    dois sistemas de cavernamento: o cavernamento transversal e o

    cavernamentolongitudinal.Ecomonopoderiadeixardeser,aproveitando-

    seos benefcios de cada um deles, h embarcaes que apresentam um

    sistemamisto.

    Cavernamento transversal.Na figura1.12,mostra-seaseomestradeum

    navio com cavernamento transversal. Tal sistema apresenta muitosreforadores leves, dispostos na direo transversal, sendo suportado por

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    poucosreforadorespesadosnadireolongitudinal.Osreforadoresleves

    estodispostos,emespaamentoscurtos,de600mma1000mm,emforma

    deanis,aolongodetodoocomprimentodonavio.Nomapeamentodoanel

    aolongodocontornodabalizadonaviomostradonafigura,nota-sequeele

    compostodovaudoconvs,quesuportaochapeamentodoconvs,caverna,

    que suporta o chapeamento do costado, e a hastilha, que suporta o

    chapeamentodofundoedotetododuplofundo.Acadatransioao longo

    doanel,hasborboletasconectandoosmembrosestruturais.Estesanisde

    cavernas garantem a resistncia transversal da estrutura, mantendo o

    desenhodaformadocasco,maselesem nada contribuemparaaresistncia

    longitudinaldonavio.

    Aresistncialongitudinalemnavioscomcavernamentotransversal

    garantida pelo chapeamentodocasco, teto doduplo fundo, dos conveses,

    fora das regies de aberturas e de escotilhas, e pelos reforadores

    longitudinais pesados, como quilhas e longarinas, no fundo, sicordas nos

    conveseseescoasnoscostados.

    Cavernamento longitudinal.Nosistemadecavernamentolongitudinal,

    osreforadoreslevesestodispostosnadireolongitudinaldaembarcao.Nafigura1.13mostra-seaseomestradeumnaviotanqueondetalsistema

    freqentementeempregado.Taisreforadores,espaadosentre600mme

    900mm,almdedaremsuporteaochapeamentotambmcontribuemparaa

    resistncialongitudinaldaviganavio,conferindoatalarranjomaiseficincia

    doqueoanterior.Anisdecavernasgigantes,dispostosacada3a5metros,

    fornecemresistnciatransversalesuporteparaoslongitudinaisleves.

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    Figura1.12.Cavernamentotransversal.Zubaly,R.B.,2000.

    Figura1.13-Cavernamentolongitudinal.Zubaly,R.B.,2000.

    Cavernamentomisto.Comoresultadodasliesaprendidasnaaplicao

    dos dois arranjos tpicos apresentados, alguns tipos denavios apresentam

    uma combinao de cavernamento longitudinal e de carregamento

    transversal.Nafigura1.14mostra-seumexemplo.

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    Figura1.15Cavernamentomisto.Zubaly,R.B.,2000.

    Figura1.16Cavernamentomisto.Naviograneleirodecascosimples.

    Porodecarga.IACS,1982.

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    PROBLEMAS

    Propriedades de rea

    Osmomentos de rea so grandezas dependentes da geometria de uma

    figuraplanaetemgrandeinfluncianosclculosreferentesapropriedades

    hidrostticasederesistnciaestruturaldeembarcaes.

    Momento de primeira ordem: momento esttico de rea)

    x

    y

    G

    =A

    y xdAm (P1)

    =A

    x ydAm (P2)

    Momentodesegundaordem:(momentodeinrciaderea)

    =A

    y dAxI2 (P3)

    =A

    x dAyI2 (P4)

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    Define-setambmoprodutodeinrcia

    =A

    xy xydAI (P5)

    Oprodutodeinrciadaidiadaassimetriadafiguraemrelaoaoparde

    eixos.

    (*)1

    1) Havendoumatranslaodeeixos,comosemostranafigura,como

    semodificamasrelaes(P1)a(P5)

    B

    1Nvel: (B)sico; (I)ntermedirio; (A)vanado

    x

    y

    G

    b

    a

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    2) Havendoumarotaodeeixos,comosemostranafigura,comose

    modificamasrelaes(P1)a(P5)

    I

    3) Naseomostradanafigura,qualongulo doeixodeforma

    queomomentodeinrciarelativoaoCentrodereasejamnimosejamnimo?

    I

    4) Retomandoaquestoanterior,quantovaleprodutodeinrciapara

    estengulo?

    I

    x

    y

    G

    0.5

    32

    0.5

    0.3

    5x

    y

    G

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    5) Aindaemrelaoasduasquestesanteriores,qualonguloqueo

    tornamximo?Oquepodeseconcluirdisto?

    I

    6) QualareaAquetornaasduasfigurascomomomentosdeinrcia

    iguais?Emoutraspalavras,seumachapa hfossereduzidaaduas

    reasAnosseusextremos,commesmovalordoseumomentode

    inrcia,qualovalordeA?AcheAemporcentagemdareatotalh*t.

    I

    7) Utilizandoamesmatcnicadoexerccioanterior,deduzaexpressesanalticasparaoclculodaposiodocentrodereaedomomento

    deinrciaparaafiguracompostapelostrsretngulos.

    I

    G

    A

    A

    t

    a

    a

    h

    Ah + Ac

    Ah + Ab

    tw

    linha neutra

    h

    tbb

    ctc

    hc

    hb

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    19

    8) Deduzir as expresses das propriedades de rea para os perfis

    laminados T eHP, ou Bulbo, mostrados em detalhes nas figuras.

    Deduzirasexpressesparaosmomentosdeinrciaemrelaoao

    centroderea.

    A

    30 graus

    d

    R2

    tw

    R1

    x x

    y

    y

    R3

    b

    8 graus

    d

    R2

    b

    tw

    R1

    = =

    tb

    x x

    y

    y

  • 7/25/2019 Analise Estrutural de Navios

    24/146

    20

    9) Alguns aplicativos computacionais para o clculo de estrutura s

    trabalham com perfis do tipo T fabricado, isto composto por dois

    retngulos. Para superar este obstculo podemos simular os perfis

    laminados do tipo T, e HP, como T fabricado, adequando-se as

    dimensesdoflange,larguraeespessura,preservando-seaalturatotal

    do perfil eaespessura da alma, de sorteamanterem-searea eo

    momento de inrcia relativo ao centro de rea da seo. Como isto

    poderiaserfeito?

    b

    tw

    X

    tb

    Perfil H P Per fil T equivalente

    HT

    tw

    YLN

    Procura-seb e tb de sorte quea Inrciaerea do perfil T fabricado

    sejamidnticassdoperfilLaminado.Aalturatotaldoperfilmantidaconstante.

    readoflange:

    bf tbA =

    readaalma:

    wbTw ttHA = )(

    reatotal:

    A

  • 7/25/2019 Analise Estrutural de Navios

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    21

    fw AAA +=

    AlturadaLinhaNeutra:

    A

    ttHtHAY

    wbTbTf

    LN

    2)(5.0)5.0( +=

    Inrciaderearelativaalinhaneutra:

    [ ]

    +

    +

    += 2

    22

    2

    )(5.012

    )()5.0(

    12 LNbTbT

    wLNbTb

    fLN YtHtH

    AYtHt

    AI

  • 7/25/2019 Analise Estrutural de Navios

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    22

    2. Estrutura Primria

    Nadescriodosarranjosestruturais,aestruturadonaviofoicomparadacom a de uma viga, suportada por baixo, pela flutuao, carregando seu

    prpriopesomaisospesosdemquinaseoutrosequipamentos,pesodas

    cargasedositensdeconsumo.

    Na disciplina de arquitetura naval, nos clculos de flutuao so

    consideradasapenasasmagnitudesdopesoedaflutuao.Nosclculosde

    estabilidade,bandaetrim,sonecessrios,almdamagnitude,asposies

    doscentrosdepesoedeflutuao.

    Nos clculos da resistncia longitudinal da estrutura, ou resistncia da

    viga navio, sero necessrios o conhecimento destes itens e tambm de

    como peso e flutuao se distribuem ao longo do comprimento do navio.

    Diferentementedosestudosdearquiteturanaval,nestecaso,onaviono

    mais tratado como um corpo rgido, e sim um corpo que se deforma na

    presenadosesforosdevidoapesoseflutuao.Adeformaocausada

    pelas tenses impostas aos componentes estruturaisdocasco,damesma

    formaqueumcorpodeprovasedeformanoensaiouniaxialdetrao.

    Embora as previses mais realistas das foras, tenses e deformaes

    associadas flexo longitudinal do navio em servio requeiram um

    tratamento estatstico por conta da imprevisibilidade dos carregamentos

    impostospelanaturezadomar no seremconhecidosdemaneiraprecisa,muitosepodeinferirapartirdoestudodateoriasimplesdeviga.

    2.1. O Navio como uma viga flutuante

    Amaioriadasestruturasemservioemterraestsujeitaacargasque

    podemvariardetemposemtempos,masraramenteinvertemacurvaturada

    estruturadeformada.Opisodeumarmazmnoporto,porexemplo,irfletir

    poraodeseuprpriopesoeopesovariveldosprodutosqueneleso

  • 7/25/2019 Analise Estrutural de Navios

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    23

    empilhados. Embora esse carregamento possa variar no tempo, no se

    esperaqueelegereaflexodopisoparacima.

    Nocasodonaviosuportadopelasforasdeflutuaoecarregadopelo

    prpriopeso,opesodacargaeodeoutrositensquetransporta,noentanto,

    deve-seesperarque,emalgunsinstantes,aviganavioapresenteatendncia

    defletirparabaixo,asemelhanadopisodoarmazm,masemoutras,ele

    foradoafletirparacima,quandoasforasdeflutuaoserearranjam.

    Essa reverso no sentido da flexo no de ocorrncia rara. Na

    verdade,ela acontececontinuamenteao longodeuma rotadenavegao.

    Estima-sequeduranteumperododevidade20anos,umnaviotpicosofre

    100milhesdestasreverses.

    Osdoissentidosdeflexodaviganavio, ilustradosnas figuras2.1e

    2.2, so denominados de alquebramento, quando a viga se arqueia para

    cima,edetosamento,quandooarcosednosentidooposto.

    Figura2.1-Alquebramentoaquilhasecurvaparacima

    Figura2.2-Tosamento:aquilhasecurvaparabaixo

    Nvel mdio dasuperfcie do mar(guas tranqilas)

  • 7/25/2019 Analise Estrutural de Navios

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    24

    Estas curvaturas atingem seus valores extremos quando o navio se

    move de encontro ou no mesmo sentido das ondas, e estas possuem

    comprimento, de crista a crista, da mesma ordem do comprimento da

    embarcao,conformesemostranafigura.Quandoascristassuportamos

    extremos da embarcao, o casco tende a tosar, devido diminuio da

    flutuao a meio navio. O alquebramento ocorre na seqncia, quando a

    cristaselocalizaameionavioeosvalesseencontramnaproaenapopa.

    As reverses de sentido na flexo tambm invertem as tenses e

    deformaesdelaresultantesnofundoenoconvsdaviganavio.Tosamento

    geratensesdecompressonoconvse tensesdetraono fundo.Jo

    alquebramentogeratensesdetraonoconvsedecompressonofundo.

    Nem sempre as embarcaes navegam na direo das ondas com

    comprimentos da ordem de grandeza do prprio. Portanto, os ciclos de

    tosamento e de alquebramento nem sempre sero extremos. No entanto,

    essasreversesdecargaocorrerocontinuamenteemoutrascondiesde

    mar,gerandonveisdetensesmenores.

    Figura2.3Adiferenaentreasdistribuiesdepesoeflutuaogerandoa

    flexodaviganavio.Eyres,D.J.,2001.

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    25

    Importa destacar que inevitavelmente a distribuio de pesos e a

    distribuiodaflutuaoaolongodocomprimentodonavioraramentesero

    iguaisumaoutra.Assim,aviganavioestarsujeitaaforascortantese

    momentos fletores e as tenses e deformaes oriundas destes esforos,

    comoserovistasnasoluodoproblemaaseguir.

    Figura2.4Tensesprimriasnaviganavio.Hughes,1983.

    Problema.

    Umabarcaaretangularde80mdecomprimento,10mdebocae6m

    depontalflutuaemguasalgadaapresentandoumcaladode0.5mquando

    vazia. O peso da embarcao leve pode ser considerado como

    uniformementedistribudoaolongodocomprimentodabarcaa.Elapossui5

    pores de carga, cada um 16m de comprimento. As condies de

    carregamento da barcaa esto mostradas na figura. Pode-se adotar a

    hiptese de que as cargas esto distribudas uniformemente ao longo do

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    26

    comprimentodeseus pores. Vai-secalculare desenharosdiagramas de

    pesos,deflutuao,decarregamento,deforacortanteedemomentofletor.

    400 t700 t

    80 m

    700 t400 t

    16 m 16 m 16 m 16 m 16 m

    800 t

    2.2. Relaes bsicas entre esforos solicitantes e cargas

    Comosemostranafigura2.4,oequilbrioverticalestticodonavio, requer

    queototaldasforasdeflutuaoequilibreototaldasforasdevidoaopeso.

    Utilizandoanotaodafigura2.4,talrequisitopodeserescritocomo:

    == l

    olo

    dxxmgdxxag )()( (2.1)

    onde

    a(x) reaimersadaseotransversal

    m(x) intensidadedamassadistribuda

    densidadedaguadomar

    g aceleraodagravidade

    deslocamentodaembarcao.

    Ofatorg foimantidoemambososmembrosdaequao2.1paraenfatizar

    quesetratadeforasostermosenvolvidos.

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    27

    Figura2.4Resumodaflexodaviganavio.Hughes,1983.

    Demodoanlogo,oequilbriodemomentosrequerque:

    g

    l

    o

    l

    olxdxxmgxdxxag == )()( (2.2)

    ondelgadistncialongitudinaldocentrodegravidadedopesodonavio.

    2.3. Apl icao da teoria de vigas

    Na teoria simples de vigas, pode-se caracterizar a distribuio do

    carregamentoverticalatuantecomosendof(x),sendoxadireodoeixoda

  • 7/25/2019 Analise Estrutural de Navios

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    28

    viga. Para uma embarcao, tal distribuio deve ser a fora lquida

    resultante da superposio do empuxob(x) e do pesow(x), conforme se

    mostra nafigura 2.4c.Naconveno desinaisadotada,as forasverticais

    positivasapontamparacima.Portanto,aforaliquidaresultantef(x) =b(x)-

    w(x).

    )()()( xgmxgaxf = (2.3)

    O equilbrio de foras resulta em relaes interessantes entre os esforos

    solicitantes e o carregamento atuante nas vigas em flexo. Impondo-se o

    equilbrioaumelementodiferencial,conformemostradonafigura2.4decom

    asconvenesdesinaisalimostradas,obtm-se:

    0=+ dQQfdxQ

    ou

    dx

    dQf= (2.4)

    daqual,porintegrao,obtm-se

    CdxxfxQ x

    += 0 )()( (2.5)

    Paranavios,aconstantedeintegraosemprenulaporqueaviganavio

    umavigacomcondiesdecontorno,livre-livre,ouseja,nohapresena

    deforascortantesoudemomentosfletoresemsuasextremidades,deproa

    edepopa.

    0)()0( == LQQ

    Impondo-seoequilbriodemomentosemtornodeumplonaextremidade

    direita do elemento e considerando-se momentos positivos aqueles que

    tendemagiraroelementonosentidohorrio,obtm-se:

    =0

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    29

    02

    =++ dMMdx

    fdxQdxM

    observandoqueotermodx2desegundaordemaequaosesimplifica

    para:

    dx

    dMQ= (2.4)

    daqualseobtm:

    CdxxQxM x += 0 )()( (2.5)

    As convenes de sinais esto mostradas na figura 2.4e, para as foras

    cortantes, e2.4f,paraosmomentos fletores.A foracortanteemqualquer

    pontopositivaseaintegral,ouasomaacumuladadocarregamento,at

    aqueleponto,forpositiva.Demodosimilar,omomentofletorpositivosea

    integral,ouasomaacumulada,dasforascortantesatopontoforpositiva.

    2.4. Tenses de flexo

    A anlise estrutural daviganavioutilizaaTeoria SimplesdeViga,que se

    pautanasseguinteshipteses:

    1. Seesplanaspermanecemplanas.

    2. Avigaprismticasemaberturasedescontinuidades.

    3. Outras formas de resposta estrutural aos carregamentos no

    afetam a flexo no plano vertical e podem ser tratadas

    separadamente.

    4. Omaterialhomogneoepermanecenoregimeelstico.

    =0

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    30

    Figura2.5Elementodiferencialemflexo

    A primeira hiptese est ilustrada na figura 2.5. Sob a ao do momento

    fletor,avigasofreumacurvatura,comraiolocalRe,seasseesplanas

    permanecem planas, a deformao longitudinalx varia linearmente na

    direoverticaleestrelacionadacomoraiodecurvatura,R,como:

    R

    y

    Rd

    RddyRx =

    +=

    )( (2.1)

    Asuperfciehorizontalondeye,portanto,adeformaozero,chamadade

    superfcie neutra oude eixo neutro. Omaterial, por hiptese,homogneo,

    elstico,commdulodeelasticidadeE,apresentaatensonormalnadireolongitudinal:

    R

    yEE xx == (2.2)

    Aausnciadeforaexternaaxialrequer,porequilbrio:

    y

    d

  • 7/25/2019 Analise Estrutural de Navios

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    31

    0== A

    xx dAF (2.3)

    Quesereduza

    0=A

    ydA (2.4)

    e indica que a superfcie neutra coincide com o centride da seo

    transversaldaviga.

    OequilbriodemomentosrequerqueomomentoexternoMzsejaequilibrado

    pelomomentoresultantedasforasinternas

    =A

    xz dAyM (2.5)

    que,apsautilizaodaequao2.2,sereduza:

    R

    EIMz = (2.6)

    ondeIomomentodeinrciadaseotransversal,definidopor:

    02 == A

    dAyI (2.7)

    A equao 2.6 relaciona a curvatura com o momento fletor e se ela for

    utilizadaparaeliminarRdaequao2.2,oresultadoafamiliarexpresso

    paraocalculodastensesemfunodadistnciayrelativaaoeixoneutro:

    I

    yMzx = (2.8)

  • 7/25/2019 Analise Estrutural de Navios

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    32

    2.5. Mdulo de Seo

    A equao 2.8 indica que x mximo quandoy mximo, isto nos

    extremos,superioreinferior,daseotransversal.Quandoycorrespondea

    umdestes extremos a quantidadeI/y chamadademdulo de seoe

    usualmentedenotadoporZ.Comooeixoneutronoselocaliza,geralmente,

    ameiaalturadaseo,existe,ento,doisvaloresextremosde y: yDparao

    convsresistentemaisdistantedalinhaneutraeyKparaaquilha,resultando

    doisvaloresparaomduloZ:ZDeZK.Namaioriadasembarcaes,estrutura

    dofundomaisrobustaqueadoconvs,resultandoumalocalizaoabaixo

    domeio pontal para o eixo neutro.Umaaltura de 0.4D acimada quilha

    tpica,mastallocalizaovariaentreosdiferentestiposdenavios.Assim,as

    mximastensesdeflexoocorremtantonoconvsquantonofundo.

    Oclculodosmdulosreduz-seaoclculodaspropriedadesdereae

    deinrciadaseotransversalemquesto.Comoaestruturalongitudinalda

    viganavioumacomposiodediversoselementos,amarchadeclculo

    destas propriedades simples, porm dependendo da quantidade de

    elementospodesertrabalhosa.Nestescasos,ousodeplanilhaseletrnicasauxiliasobremaneiraotrabalho.

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    33

    1.2

    5m

    1.25m

    20 mm

    10 mm

    7 mm

    22 mm

    20 mm

    18 mm

    20 mm

    17 mm

    Bojo 22 mm

    30 mm

    S1

    S2

    S3

    20 mm

    25 mm

    25 mm

    1.2

    5m

    45o

    800x450x25 mm

    Espaamento de cavernas 700 mmDistncia entre anteparas 14 m

    4.0

    0m

    3.2

    5m

    3.2

    5m

    3.00m3.00m

    9.75m

    6.50m

    Figura2.9Seotransversaldeumaembarcaocomcavernamento

    transversal

  • 7/25/2019 Analise Estrutural de Navios

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    Tabela2.1Clculodaspropriedadesdereadaseomostradanafigura2.9

    REA TRANSVERSAL DIST MOMENTO MOELEMENTO CHAPEAMENTO PERFIS PAINEL LINHA ESTTICO

    ESP. COMPR. REA N REA REA TOTAL BASE DEREA PRPR(unidades) m m m2 m2 m m3 m4

    convs 1 0.020 6.50 0.1300 0.1300 11.750 1.5275 0.costado 1-2 0.022 3.25 0.0715 0.0715 10.125 0.7239 0.convs 2 0.010 6.50 0.0650 0.0650 8.500 0.5525 0.costado 2-3 0.020 3.25 0.0650 0.0650 6.875 0.4469 0.convs 3 0.007 6.50 0.0455 0.0455 5.250 0.2389 0.costado 3-f 0.018 2.75 0.0495 0.0495 3.875 0.1918 0.bojo 0.022 3.93 0.0865 0.0865 0.907 0.0785 0.teto do DF 0.017 8.50 0.1445 0.1445 1.250 0.1806 0.

    fundo 0.020 7.25 0.1450 0.1450 0.000 0.0000 0.

    quilha 0.015 1.25 0.0188 0.0188 0.625 0.0118 0.longarina 1 0.025 1.25 0.0313 0.0313 0.625 0.0196 0.longarina 2 0.025 1.25 0.0313 0.0313 0.625 0.0196 0.

    p. marginal 0.020 0.73 0.0146 0.0146 0.732 0.0107 0.

    0.8985 4.0023 0.

    Altura da Linha Neutra yLN =me/a = 4.0023/0.8985

    Inrcia em relao a Linha de Base Iz =Iprprio+Itransf = 0.215 + 35.379

    Mudana para Linha Neutra = - (a) yLN2 = -17.825 m4

    Meia Inrcia em relao a LN I/2 = Iz- (a) yLN2 = 35.594 - 17.825

    Mdulo de resistncia no fundo Zfundo =I/yLN = (2*17.769)/4.454

    Mdulo de resistncia no convs Zconvs = I/(D-yLN) = (2*17.769)/(11.750-4.454)

  • 7/25/2019 Analise Estrutural de Navios

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    35

    2.6. Tenses cisalhantes

    Devidoavariaodomomentofletoraolongodocomprimentodonavio,

    astensesAeBemduasfaces,deumelementodiferencialaolongodocomprimento,noseroidnticas.Portanto,aoisolarmosumaporodeste

    elementopormeiodedoiscortes,umnalinhadecentroeoutronadistncia

    s, ao longo do permetro medido a partir da linha de centro, as foras

    resultantes da diferena de tenses devem ser equilibradas por uma

    distribuio de tenses cisalhantes no sentido longitudinal, ao longo das

    superfciesdecorte.Porquestesdesimetria,astensesdecisalhamentoao

    longodocortena linhadecentronodevemexistireoequilbrio,portanto,devesertotalmenteobtidopelapresenadetensescisalhantes naoutra

    seodecorte.

    Figura2.10Tensesdecisalhamentonaflexo.Hughes,1983.

    = s

    As

    B tdstdstdx 00 (2.9)

  • 7/25/2019 Analise Estrutural de Navios

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    36

    SubstituindoI

    yMzx = emambasasfaces:

    =

    = ss

    AB ytdsI

    dMytds

    I

    MMtdx

    00 (2.10)

    SubstituindodM=Qdx:

    = s

    ytdsI

    Qdxtdx

    0 (2.11)

    Aintegralnaequao2.10funodageometriadaseoedaposiosao

    longodesta.Porconvenincia,associa-seosmbolomparaessagrandeza:

    = s

    ytdsm0

    (2.12)

    e,pode-senotarquemomomentoesttico,emrelaoalinhaneutra,da

    rea da rea acumulada, iniciando-se em um corte livre de tenses

    cisalhantes.(oulivreounoplanodesimetria).

    Substituindomem2.11eisolando,obtm-se:

    It

    Qm= (2.13)

    O produtot possui significado especial tanto no cisalhamento quanto na

    toro de vigas de paredes finas. Ele denominado como fluxo de

    cisalhamento,comoanalogiaaoescoamentodeumfluido idealcontidoem

    umarededetubulaes.Guardaasmesmascaractersticas,ouseja,emum

    entroncamento,sepreservaaconservaodamassa,asomadosfluxosque

    chegam deve ser igual a soma dos fluxos de saem. O produto t,

    denominadodefluxodecisalhamento,representadopelosmboloq

  • 7/25/2019 Analise Estrutural de Navios

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    37

    I

    Qmq= (2.14)

    Como, tantoQ quantoI, so constantes ao longo da seo, o fluxo de

    cisalhamento diretamente proporcional a distribuio dem. De fato a

    relaoQ/I pode ser interpretada como um fator de escala e uma vez

    calculada a distribuio dem, a distribuio do fluxo de cisalhamento

    idntica, amenosdas unidades.Outra vantagemdoclculo deqano

    existnciademudanasabruptascomasvariaesdeespessuras,oquej

    ocorrecomadistribuiode.

  • 7/25/2019 Analise Estrutural de Navios

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    38

    PROBLEMAS

    1. Uma embarcao com 10.000t de deslocamento e 100m de

    comprimentoapresentamximomomentofletordealquebramentoda

    ordemdeL/100(t.m).OpontalnaSeoMestrade12meoeixo

    neutro se localiza a 4m acima da quilha.Omomento de inrcia da

    SeoMestra48m4.Calculeosvaloresmximosdetensodetrao

    edecompressoeolocalondeocorrem.

    2. Considere uma embarcaoprismtica com 130mdecomprimento,

    cujospesosdocasco,demquinasedecargasejam:3200t,800te

    6400t,respectivamente.Opesodocascouniformementedistribudoaolongodocomprimento.Odasmquinasseestendeuniformemente

    aolongode1/5docomprimentoameionavio,eodacargaseestende

    uniformemente sobre 2/5 do comprimento a partir da popa e 2/5 a

    partir da proa. Desenhe as curvas de peso, de flutuao, de

    carregamento,deforacortanteedemomentofletor,edetermineseus

    valoresnasdescontinuidadesenosmximos.

    3. Umnaviohipotticopossuiacurvadepesosquevarialinearmentede

    zero,naproaenapopa,aummximonaseomestra(meionavio),e

    acurvadeflutuaoquevarialinearmentedezero,naseomestra,a

    um mximo nas extremidades, proa e popa. Desenhe as curvas de

    peso,deflutuao,decarregamento,deforacortanteedemomento

    fletoredetermineosvaloresextremosemfunododeslocamentoe

    docomprimentoL.

    4. Osvaloresmdiosdepesoporunidadedecomprimentoedeflutuao

    por unidade de comprimento de uma embarcao de 180m,

    representadasemseissegmentosiguaisaolongodocomprimentoda

    embarcao,so:

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    39

    Segmento w(t/m) b(t/m)

    1 78 33

    2 150 126

    3 88 145

    4 75 141

    5 63 78

    6 93 18

    Desenheascurvasdepeso,deflutuao,decarregamento,defora

    cortante e de momento fletor e determine os valores em cada

    segmentoeosvaloresmximos.

    5. Umabarcaatipocaixa,com43mdecomprimento,10mdebocae6m

    depontal,pesa544tquandovazia.Opesolevedabarcaapodeser

    consideradouniformementedistribudoaolongodeseucomprimento.

    Ela compartimentada em 4 pores de carga, todos de igual

    comprimento. Em uma de suas operaes, ela foi carregada com

    gros,demaneirauniforme,conformeatabelaseguinte:

    Poro Carga(t)

    1 192

    2 224

    3 272

    4 176

    Construiracurvadepesos,deflutuao,decarregamento,defora

    cortanteedemomentofletorparaabarcaacarregadaecalculeos

    valoresemcadaanteparaeosvaloresmximos.

    6. Calcule o mnimo mdulo requerido para a barcaa do problema

    anterior de sorte que a mxima tenso para aquela condio de

    carregamentonoexceda100MPa.

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    40

    7. Umabarcaapossuiavistaemplantaconformemostradonafigura.

    Todos os planos de flutuao so idnticos. As cargas esto

    carregadas uniformemente nos pores, conforme indicado.

    Desprezandoopesoprpriodabarcaa,desenheascurvasdepeso,

    deflutuao,decarregamento,deforacortanteedemomentofletor

    paraabarcaaflutuandoemguastranqilas.Indiqueosvaloresem

    cadaanteparaeidentifiqueosvaloresmximosdaforacortanteedo

    momentofletor.

    vazio 400 t

    80 m

    950 t 400 t

    14 m 14 m 14 m 14 m 14 m

    950 t vazio

    14 m

    10m

    8. Umaembarcaode200mpossuiobrasvivasprismticaaolongodocomprimento. O peso do casco, de 2400t, pode ser adotado como

    uniforme ao longo do comprimento. Ela possui 6 pores de carga,

    idnticos,queestocarregados(emtoneladas),comeandopelaproa,

    conformeatabelaaseguir:

    Poro Carga Combustvel Mquinas

    1 400 100

    2 700 200

    3 800 300

    4 800 300

    5 100 800

    6 500

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    41

    Os pesos esto uniformemente distribudos em seus respectivos

    pores.Desenharascurvasdepeso,deflutuao,decarregamento,

    deforacortanteedemomentofletor, indicandoosvaloresemcada

    pontodemudanaoudeinflexoeosvaloresdemximo.

    9. Umabarcaa,dotipocaixa,com100mdecomprimento,15mdeboca

    e15mdepontal,possui opesode1920tdistribudosuniformemente

    ao longo do comprimento. Ela carregada com 1200t ao longo de

    30m,emcadaumadesuasextremidades,proaepopa(cargatotalde

    2400t). Determine omximo momento fletor para essa condio de

    cargaecalculeasmximastensesprimrias,noconvsenofundo,

    admitindoqueaseomestrapossuainrciade4,61m4.ealturada

    linhaneutrade2.25macimadaquilha.

    10.Calculeosmdulosderesistncianoconvsenofundoparaseo

    mostradanafigura.Todasaschapaspossuem6.34mmdeespessura.

    Quaisseroastensesnochapeamentodoconvsseaembarcao

    estsujeitaaummomentofletorde1980tm?

    4.5 m

    1.5m

    1.5m

    1.5m

    1.5 m

    0.35 m

    0.35 m

    0.35 m

    0. 7

    0m

    Todas as espessuras6.35 mm

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    42

    11.Calcule os mdulos de resistncia no convs e no fundo da seo

    mostrada na figura. Se o ao possui tenso de escoamento de

    240MPa, qual o fator de segurana ao escoamento para esta

    estruturaquandosubmetidaaummomentofletorde3960tm?

    4.5 m

    3.5m

    3.0 m

    Placa de 3/4"

    Placa de 1/4"

    Placa de 1/2"

    300mm x 3/4"

    12.Umnaviode184mdecomprimentoepontalde14mestsubmetidoa

    um mximo momento fletor de 50.000tm. O eixo neutro, na seo

    mestra, se localiza a 6m acima da quilha. Para a mxima tenso

    primriade80MPa, determine omomento de inrcia requerido para

    essaseo.Atensomximaocorrenoconvsounofundo?Qualo

    valordatensoparaaoutraextremidade?

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    43

    3. Estrutura secundria

    3.1. Introduo

    A estrutura secundria de uma embarcao consiste de um chapeamento

    reforadopor:

    1. perfis leves, que limitando as dimenses das unidades de

    chapeamento o enrijecem, tais como cavernas, vaus de conveses,

    longitudinais,etc.

    2. perfis pesados, que sempre servem de apoio aos perfis leves,

    recebendodestesacargaquelhesfoitransmitidapelasunidadesde

    chapeamento.Soperfis pesadososanisgigantes,as sicordas, as

    hastilhas,asquilhas,aslongarinaseasescoas.

    Esse conjunto de chapeamento, perfis leves e perfis pesados,

    consideradoentreduasanteparasestruturais,quesecostumadesignarporestrutura secundria. V-se que, como a estrutura secundria contm

    unidades de chapeamento, nela tambm est contida a prpria estrutura

    terciria,aqualnadamaisdoqueoconjuntodeunidadesdechapeamento,

    sem que nele se considerem os perfis. Entretanto as tenses secundrias

    estoassociadas com asdeformaessecundriase as tenses tercirias

    comasdeformaestercirias.

    Convmlembrarasseguintesdefinies:

    3. unidade de chapeamento:aporodechapalimitadapordoisperfis

    adjacentesnadireolongitudinaleoutrosdoisnadireotransversal.

    4. painel: uma poro da estrutura secundria, formada de

    chapeamento,perfis leveseperfispesados,nocasomaisgeral,que

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    setomaparaestudo.Contm,portanto,pelomenosduasunidadesde

    chapeamento.

    5. grelha:umconjuntodevigasqueseinterceptam.Casoelassejam

    ortogonaisdiz-sequeagrelhaortogonal.

    6. grelha chapeada: quando se tem um conjunto de perfis que se

    interceptam,soldadosachapeamentoemumlado(casodoconvs)

    ouemdoislados(casododuplofundo),diz-sequetem-seumagrelha

    chapeada.Nessecasosupe-sequeochapeamento,emlugardeser

    contnuo, como realmente , constitui-se de tiras de chapa que se

    soldamaosperfis,servindo-lhesdeflanges.Destaforma,emlugarde

    um chapeamento reforado, supe-se que se tem uma verdadeira

    grelha,naqualcadavigaformadaporumperfilcomatiradechapa

    queselhesupesoldada.Essatirachamadachapa colaborantee

    essagrelhafictciadesigna-seporgrelhachapeada.

    Observando-se as figuras 3.1 a 3.3, nota-se que todos os

    enrijecedores leves ou pesados esto sujeitos flexo devida s cargaslaterais no chapeamento e, como possuem ligaes entre si, formam um

    conjuntopararesistiraestascargas,tornandoassimaanlisedestetipode

    estrutura bastante difcil em face ao grande nmero de elementos que a

    envolve.

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    Figura 3.1 - Estrutura do fundo de um navio tanquede casco singelo

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    Figura 3.2 - Detalhe de um painel do fundo

    1-Quilha. 2-Chapeamento. 3-Hastilha.4-Longitudinal leve. 5-Antepara transversal.6-Antepara longitudinal

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    Figura 3.3 - Deflexes secundrias leves e pesadas

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    Pode ser utilizado o seguinte esquema para anlise preliminar das tenses

    secundriasesuasuperposiocomastercirias:

    1. clculodastensestercirias 3 nasunidadesdechapeamento(abcd

    na Figura 3.4a), devido a presso lateral, considerando esta unidade

    limitadaporperfislevese/oupesados,desprezandoqualquerdeflexo

    dosperfis.Estaunidadedeveserverificadaquantoestabilidadesoba

    aodatensoprimria.

    2. clculo das tenses secundrias2'' , nos perfis leves, supondo que

    estesseapoiamsemrecalquenosperfispesados.Associa-seaosperfis

    leves uma certa largura de chapa, para funcionar como um de seus

    flanges. Essa poro de chapa, como se viu, denomina-se chapa

    colaborante e ser discutida adiante. Emprega-se a teoria simples de

    viga e adotam-se hipteses adequadas sobre as rotaes nas

    extremidadesdecadatramodavigaconstitudadoperfilmaissuachapa

    colaborante.Assimoproblemasereduzaodaanlisedeumavigacom

    umstramo.Atribui-seaessavigaumacertafraodacargalateral

    queagesobreochapeamento,dasetransmitindoaoperfil.Aestimadessafraodecargaserdiscutidaposteriormente.

    f

    h

    c

    t

    t

    f

    th

    c

    c h a p a

    co labo ran te

    a lma

    f lange

    Figura 3.4 - Perfil + Chapa Colaborante

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    1

    2

    4

    65

    chapa colaborante

    3 (LN)

    Figura 3.5 - Clculo dos perfis Leves

    3. clculodastenses 2',atuantesnagrelhaformadapelochapeamento

    comosperfismaispesados.Existemdiversosmtodosparaoclculode

    2'comdiferentesgrausdecomplexidadeepreciso.Nomaissimples,

    mtododateoriasimplesdevigacomumstramo,procura-seestimar

    2' ignorando-se o comportamento degrelha e imaginando-se que ela

    pode ser suficientemente bem representada analisando-se cada um

    daqueles perfis separadamente, como se desligado estivesse dos

    demais,ecomchapascolaborantes,cargasecondiesdeextremidade

    arbitradas. Embora esse mtodo simplifique muito o clculo, por

    demais subjetivo e impreciso, sendo invivel estimar bem aquelas

    condiesqueneledevemserarbitradas,anoserparacertoscasos

    convencionais.Apesardisto omais adequadopara fases iniciaisde

    anlise.

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    A ttulo de exemplo suponha-seque sedeseja aplicartalmtodopara

    calcularovalormximode 2'nalongarinas2QL,Figura3.6,comonavioem

    guas tranqilas e sem carga no poro e duplo fundo. De acordo com o

    mtodo,imagina-sequeQLestejadesligadadashastilhasB,CeD.Arbitram-se, ento, condies de extremidades para QL, nos pontos em que ela

    interceptaasanteparas.Estas,pelarigidezqueapresentamadeslocamentos

    noseuprprioplano,podemser consideradas,com razovelpreciso, como

    apoiosirrecalcveisparaQL.difcil,porm,estimararigidezrotaodeQL

    nassuasinterseescomasanteparas,poiseladependermuitodageometria

    antepara

    longarina

    quilha

    costado

    costado

    longarina

    antepara

    L1L2L3QLL4L5L6QL6'L5'L4'QL'L3'L2'L1'

    B C D

    hastilha

    A

    A

    c d

    ba

    Figura 3.6a - Esquema do fundo de um navio, entre anteparas

    teto do duplo fundo

    L5 fundo bojo

    Figura 3-6b - Corte A-A

    2As longarinas tambm so chamadas de quilhas laterais.

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    e do carregamento nos pores adjacentes. Como se visa a simplificar os

    clculosnestemtodo,deve-searbitrarumadascondiesextremas:restrio

    total rotao(engastamento)ourestrionula rotao(apoio simples).A

    seguir estima-se a largura da chapa colaborante, tema que ser estudado

    adiante.Resta,porarbitrar,acargasobreQL.NarealidadeQLrecebecargas

    deduasformas:

    1. cargasdistribudas,provindasdochapeamentoquesobreelaseapia,

    aolongodetodooseuvo;

    2. cargasconcentradas,provenientesdasaesdecisalhamentocomas

    hastilhas,nospontosemquecomelasseintercepta.

    Emboraoprimeirotipodecargasepossaestimarcomrazovelpreciso,o

    segundodificilmenteseestimarbem,poisdependebasicamentedarigidez

    flexodecadaelementodagrelha,bemcomodadistribuiodascargassobre

    oporo,casoashaja.Sensveisalteraesnessesparmetrosfarocomque

    umacargana interseopossamudarnoapenasdevalor,mas tambmde

    sentido.Opropsitodomtodo,porm,odepropiciarestimativasde2' com

    clculos deveras simples, para arranjose carregamentosconvencionais.Por

    isso, costuma-se arbitrar um carregamento distribudo que, espera-se,

    produzirumvalormximode 2' prximodaquelequeocarregamentorealde

    QLacarreta.Nocasoqueoratratamospoder-se-iaadotar,comocarregamento,

    apressosobreofundo,aolongodetodoovodeQL,entreL2eL5.Isto

    significariaadmitirquesupomosserarigidezflexodeQLbemmaiorqueas

    dashastilhas,desortequeessasltimastendamaterflechasmaioresqueas

    deQLe,porconseqncia,emQLapoiarem-se.

    3.2. Distribuio de Cargas

    Aoisolarmosumelementoreforadordeumpainelrequerquesefaam

    hipteses sobre a distribuio de cargas entre as vrias vigas em que se

    consideraochapeamentoreforado.Cadaumadessasvigasconstitudade

    um perfil e de uma parte de chapeamento a ele associada, a chapa

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    colaborante.Adistribuiodecargaspodeserefetuadadediversasmaneiras,

    umasmaissimpleseoutrasmaiselaboradas:

    1. Cada reforo recebe toda a carga aplicada sobre a largura s e a

    transmiteaosreforosmaisrgidosquelheservemdeapoio.Asituao

    est esquematizada na regio AEBDFC da Figura 3.7, onde se

    representaumpainelestruturaldeumcostadodeumnavio.Aacaverna

    C1, no trecho entre a escoa e o fundo, estaria recebendo a carga

    hidrosttica da regio hachurada e transmitindo-a escoae ao fundo

    nospontosEeF,respectivamente.Essadistribuiosuperestimada

    paraacavernaanoserqueadistncia ssejamuitopequenaquando

    comparadaadistnciab.

    2. Cadarefororecebeacargadolosangodeterminadopelasdiagonaisde

    cadaunidadedechapeamento.AregioGHIJKL,daFigura3.7,ilustra

    essadistribuio.AcavernaC2,entreoconvseaescoa,receberiaa

    carga distribuda sobre o losango KMHN, e a escoa entre L e K

    receberiaacargadistribudasobreolosangoLMKO.

    3. Osreforosrecebemacargadistribudanaregiocujocentroficame

    que limitadapor linhas emngulos de45graus.A distribuio est

    ilustradanaregioPQRSdaFigura3.7.AcavernaC3,notrechoentreo

    fundoeaescoa,receberiaacargadistribudasobrearea1,2,3,4,5,6e

    aescoaentre2eQreceberiaacargaquesedistribuisobre2,7,Qe3.

    Estadistribuioaquemaisseaproximadarealidade.Apesardeesta

    distribuio gerar um carregamento trapezoidal sobre o elementodesconsidera-seadiminuionosextremos,adotando-secarregamento

    constante,uniformementedistribudo.

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    45ocaverna C2

    caverna C2

    convs

    fundo

    antepara

    antepara

    A B

    C D

    escoa

    E

    F

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    G H I

    M N

    L K J

    O

    caverna C3

    b

    s

    P Q

    RS

    7

    H K

    E F 2 5

    Figura 3.7 - Esquemas de distribuio de cargas sobre os perfis

    3.3. Os efeitos do cisalhamento na flexo de vigas. ChapaColaborante

    Uma das hipteses bsicasna teoria simplesde vigas que seces

    planas permanecemplanas apsa flexo e,por conseguinte, as tenses de

    flexo so diretamenteproporcionaisdistncia doeixoneutro.Portantoem

    qualquervigaformadaporalmaeflanges,astensesdevemserconstantesao

    longodosflanges.Noentanto,amaioriadosproblemasaflexonocausada

    porumbinriodeforasnasextremidadesdavigaesimcausadaporcargas

    transversaisquesoabsorvidaspelaalmadavigaenopelosflanges.Sobo

    efeitodascargas,aalmadavigacurvadainduzindodeformaesmximas

    nosflanges.Comoelessuportamamximadeformaoe,conseqentemente,

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    asmximas tenses,os flanges so oselementos daseco transversal da

    vigaquemaiscontribuemparaarigidezflexo.Masimportantenotarque

    estasmximasdeformaesseoriginamnaalmaesomenteatingemoflange

    porcausadocisalhamento.Este fenmeno ilustradonaFigura3.8ondese

    mostra uma seo de uma viga tipo caixa, engastada em uma das

    extremidadesecomumacargaconcentradanaoutra.

    F/2

    F/2

    eixo neutro

    F

    a alma arrastao flange por ci-salhamento

    no plano de sime-

    tria a tenso cisa-lhante nula.

    mximadistoro

    mnimadistoro

    Figura 3.8 - Efeito shear lag em vigas tipo caixa

    Aforaresistidapelasalmas,quesecurvamdeformaaalongarea

    encurtarosextremossuperioreinferiordaviga.Porsimplicidade,acurvatura

    no est ali representada. O contorno alongado daalma traciona consigo o

    chapeamentodoflangeatravsdeforasdecisalhamento,oqueresultaem

    tensesdecisalhamento.Estastensesdecisalhamentodistorcemoflangee

    estadistorotalqueoladomaisafastadodaalmadoelementoretangular

    nodevese"esticar"tantoquantooladomaisprximo;isto,adeformaono

    sentidolongitudinalmenornoladointernoe,portanto,tambmoatenso

    normal longitudinal. Este mesmo fenmeno ocorrer em cada elemento, do

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    canto,juntoalma,atalinhadecentro,emboraele,paulatinamente,diminua

    at desaparecer na linhadecentro, porque a tenso decisalhamento neste

    pontocaiparazero.Oresultadodistoqueoflangesofreumadistorono

    plano longitudinal e, portanto, as seces planas no permanecem planas

    quandoastensescisalhantesestopresentes.Estadistorocomumente

    chamada de empenamento ouwarping. O aspecto significativo da distoro

    pelo cisalhamento que as regies mais afastadas do flange apresentam

    menorestensesdeflexoeso,portanto,menosefetivasdoqueasregies

    maisprximas.Isto,devidoaosefeitosdocisalhamento,astensesdeflexo

    longedaalma"atrasam"( lagsbehind)emrelaostensesprximasaalma.

    Ofenmenofoientobatizadodeefeitode shear lag.Esteefeitoocorreem

    qualquervigacomflangeslargossobcargaslaterais.

    max

    CL

    distribuio de tenses normais

    no flange do perfil

    Figura 3.9 - Efeito shear lag em vigas com flanges

    Adistribuioexatadastensesemvigascomflangeslargospodeser

    encontradausandoateoriadaelasticidadeouomtododoselementosfinitos,

    masousodestasferramentas,emfasesiniciaisdeprojeto,paracomputareste

    tipo de fenmeno de pouco senso prtico. Um estudo pela teoria da

    elasticidademostraque amagnitude doefeito shear lag(isto,oquantoadistribuiode tenses difere daquela originada pela teoria simples deviga)

    depende:

    1. darelaolarguradoflangepelocomprimentodaviga.

    2. dotipodecarregamentolateral.

    3. dasproporesrelativasentrealmaeflange.

  • 7/25/2019 Analise Estrutural de Navios

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    56

    4. dotipodeseotransversaldaviga.

    5. daposioaolongodaviga.Oefeitoshearlagemgeralvariadeponto

    apontoaolongodocomprimentodavigaemximoondeexistemaltos

    gradientesdeforasdecisalhamento.

    Amelhormaneira deconsiderar oefeito shear lag empainis reforados

    fazendo uso do conceito de largura efetiva do chapeamento, b1, definida

    como:

    a largura de chapa que, quando utilizada no clculo do

    momentodeinrciadaseotransversaldoperfil,resultar

    no valor correto de tenso normal de flexo na juno

    alma-flange,quando sefaz uso dateoria simplesdeviga

    paraoclculodessatenso.

    Alarguraefetivadevesertalqueaforalongitudinalnoflangesejaigualtanto

    nomodelosimplesquantonomodelocomplexo.Igualandoasforas

    b dzmax xb

    1 0 =

    ou

    bdzx

    b

    max1

    0=

    Omodeloqueapresentaremosaseguir,sugeridoporW.Muckle,1967,sebaseianateoriadeShearLagdesenvolvidaporTaylor,1964.

    Considere a viga fabricada mostrada na Figura 3.3. A tenso de

    cisalhamento longitudinal em um plano vertical utilizando a relao da

    resistnciadosmateriaispodeserescritacomo:

  • 7/25/2019 Analise Estrutural de Navios

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    57

    B B

    z

    y eixo ne utro

    Figura 3.10 - Tenses cisalhantes em vigas com flanges largos

    = = QmIt

    Q b z yI

    ( ) (3.1)

    comacorrespondentedeformaoangular,oudecisalhamento

    = =

    G

    Q b z y

    GI

    ( )(3.2)

    Conforme se v na Figura 3.11, as deformaes angulares provocam um

    movimentolongitudinaldasfibras

    d x

    d z

    d e

    Figura3.11-Deformaodecisalhamentonoflangedaviga

    de dz= (3.3)

    Somandotodososelementos,daorigemumaposiogenricaz,obtm-se:

  • 7/25/2019 Analise Estrutural de Navios

    62/146

    58

    e de Q b z y

    GI dz

    Q bz z y

    GI

    z z= =

    =

    0 0

    2

    2( ) ( ) (3.4)

    A variao no sentido longitudinal destemovimento leva a uma deformaolineareumaconseqentetensonormallongitudinal,quederelaxamento:

    = =

    =

    E

    e

    x E

    x

    Q bz z y

    GI E

    q bz z y

    GI

    ( ) ( )2 2

    2 2 (3.5)

    onde se fezusoda hiptese da viga ser prismtica, homogneaeo fato da

    variaodaforacortanteaolongodoeixodavigaserigualaocarregamento

    distribudo,q.

    Se o momento fletor, em uma particular seco for designado porM,

    entoatensodeflexonocentrodoflangecalculadacomo:

    fM

    I

    y= (3.6)

    eatensomodificada,peloefeitodecisalhamento,para

    xM

    I y

    Eq bz z y

    GI=

    ( )2

    2 (3.7)

    Como conseqncia desta composio, a equao de equilbrio entre

    momentos externo e interno nomais fica satisfeita, ou seja, a integral dos

    momentosdevidoasforasinternasdevetercomoresultadoomomentofletor

    M.Osegundotermodaequaoacimaresultanoquechamamosde perdade

    resistnciafletoraqueobtidacomo:

    M Eq bz z y tdz

    GI

    E

    G

    qb y t

    I

    b=

    =2 2

    2

    3

    2 2

    0

    3 2( )(3.8)

  • 7/25/2019 Analise Estrutural de Navios

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    59

    Oequilbriopodeserentorestabelecidoseimaginarmosque-aquise

    encontraahiptesefundamentaldessateoria-astensesdeflexonaviga

    sogeradasporummomentofletor:

    M M+ (3.9)

    o que corresponde ao momento real adicionado da parcela devido ao

    relaxamentodastensesdeflexodevidoaocisalhamento.Adistribuiode

    tensesresultantenoflangedavigaser:

    x M

    E

    G

    qb y t

    II

    y EG

    q bz z yI

    = +

    2

    3 2

    3 22

    ( ) (3.10)

    max

    CLmax

    CL

    2b

    2b1

    2b1

    Figura3.12-Larguraefetivadeflanges

    Najunoalma-flange,quandoz=0ovalordatenso

    max

    M E

    G

    qb y t

    II

    y=+

    2

    3

    3 2

    (3.11)

  • 7/25/2019 Analise Estrutural de Navios

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    60

    Tomandoestevalorcomoconstanteaolongodeumalargurab1,largura

    dachapacolaborante,entoaforalongitudinalsuportadapeloflange:

    F b t b t M EG qb y tI

    I yflange max= =

    +

    2 223

    1 1

    3 2

    (3.12)

    Noentanto,esta foradeveserigualquelaobtidapelaintegraoda

    equao3.10,ouseja:

    F tdz bt M E

    Gqb y t

    II

    y E

    G

    qb yt

    I

    b tM

    E

    G

    qb y t

    II

    y

    flange x

    b= =

    +

    =+

    2 223 2

    3

    2

    2

    3

    0

    3 2

    3

    1

    3 2

    (3.13)

    o que resulta na relao entre a largura efetiva e a largura do flange como

    sendo

    b

    b

    E

    Gqb

    M E

    G

    qb y t

    I

    1

    2

    3 21

    1

    32

    3

    = +

    (3.14)

    Fica evidente que a largura da chapa colaborante funo da

    distribuiodacargaedascondiesdecontornodaviga.Nocasodeuma

    vigasimplesmenteapoiadaecomcargauniformementedistribuda,omomento

    fletordadopor:

    M qlx qx=

    2 2

    2

    (3.15)

    eachapacolaborante

  • 7/25/2019 Analise Estrutural de Navios

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    61

    b

    b

    E

    Gb

    lx x E G

    b y tI

    1

    2

    2 3 2

    1

    1

    3

    2 223

    =

    +

    (3.16)

    Paraumavigabi-engastadasobamesmacondiodecarga

    M qlx qx q=

    2 2 12

    2 2l(3.17)

    eachapacolaborante

    b

    b

    E

    Gb

    lx x E

    G

    b y t

    I

    1

    2

    2 2 3 21

    1

    3

    2 2 12

    2

    3

    =

    +l

    (3.18)

    Observandoemmaisdetalheasequaes3.16e3.18,nota-sequeas

    quantidades:

    7. momentodeinrciaI,e

    8. y ,distnciadoflangeaocentridedasecodaviga;

    sofunesdalargurab1,queestasendocalculadanoprimeiromembrode

    ambasasequaes,deondeseconcluiqueoprocessodeveseriterativo.

    Poroutrolado,emregiesondeomomentofletorpossuivaloresmuito

    maioresqueosegundotermonodenominadordasequaes3.16e3.18,este

    podeserdesprezado,resultandopara:

  • 7/25/2019 Analise Estrutural de Navios

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    62

    vigasengastadas:

    b

    b

    b12

    21 8 1= +( )

    l noengastamento(3.19)

    b

    b

    b12

    21 16 1= +( )

    l nocentrodaviga(3.20)

    vigasapoiadas:

    b

    b

    b12

    21

    16

    3 1= +( ) l nocentro(3.21)

    ondeocarregamentouniformementedistribudo.

    deinteresseumacomparaoentreestesresultadoseosobtidospelo

    trabalhodeSchade, apudHugues,1983.Schade forneceos resultados para

    chapascolaborantesemfunodoparmetrocL/B,ondecLadistnciaentre

    pontos,aolongodocomprimentodaviga,ondesonulososmomentoseBoespaamentoentrereforadoresdopainel,oualarguratotaldoflangedaviga.

    PortantochamandocL=l1 ,B=2beadotando (1+)=5/4aequao3.21para

    vigasapoiadas,naregiodemximomomentofletorsetransformapara3

    b

    b

    B12

    12

    15

    3=

    l

    Parafinalizardeve-seressaltarqueparasecestransversaiscujoeixo

    neutro esto muito prximos do chapeamento, como o caso de painis

    reforados usualmente aplicados na construo naval, as propriedades da

    3 Segundo Muckle, 1987, utilizando teoria da elasticidade Schade, chega a seguinte relao para

    chapeamentos reforados,b

    b

    B12

    12

    1

    11 1 2= +

    .l

    , vlido para valores del1 2B

    e mostra que para

    certas circunstncias possvel ter-se uma relao de chapa colaborante espaamento de perfis maior doque a unidade.

  • 7/25/2019 Analise Estrutural de Navios

    67/146

    63

    seconososignificativamenteafetadaspelalarguradechapacolaborante

    utilizada, de modo quea largura efetiva nopossui a importncia quepode

    pareceraumaprimeiravista,vejaexerccio1.

    Asprincipaisconclusesdestasinvestigaesso:

    1. alarguraefetivavariadepontoparapontoaolongodocomprimentoda

    viga.Emcontrapartida,no hefeito shear lag na flexopura (fora

    cortantenula).

    2. shear lag ocorre tanto em trao quanto em compresso de forma

    idntica,desdequenoocorraaflambagemdoflange.

    Na figura 3.13, extrada de Hughes, 1983, apresentam-se as curvas para o

    clculodelarguradechapacolaboranteemfunodoarranjodosperfisedo

    tipodecarregamento.

    Figura3.13Larguradechapacolaborante.Hughes,1983.

  • 7/25/2019 Analise Estrutural de Navios

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    64

    perfil +cha a colaborante

    unidades de chapeamentodistribuio de tenses de flexono cha eamento

    distribuio de momentos fletores

    ao longo do comprimento do perfilpara carga uniforme

    vo L

    distncia entre momentosfletores nulos = 0.578 L

    l1

    1

    2

    1 /2

    2 /2

    B B

    BB

    1/2

    2 /2

    c

    c

    Largura da chapa colaborante

    c = c + c /21 2

    q L /122 L /242

    l1

    Sentido do comprimento

    Figura3.14Larguradechapacolaboranteempainisreforados

    3.4. Grelhas

    Muitasestruturasseconstituemdeumarededevigasqueseestendem

    emduasdirees,geralmenteortogonais.Nasestruturasnavaiseocenicaso

    uso deste arranjo comum, podendo-se citar os conveses de navios,

    reforados na direo transversais pelos vaus e, na longitudinal, pelos

    longitudinaislevesesicordas.Conformesemencionouanteriormente,umadas

    formasdeseanalisarestetipodeestruturaconsiderarqueocarregamento

    absorvido por um grupo de reforos, enquanto que o outro, agindo como

    suporte para o primeiro, no se deforma. De acordo com esse principio e

    retomandooexemplodoconvs,admite-sequeosvausseapiamnocostado

    e emuma sicorda,ambososapoios considerados irrecalcveis.Ummodelomelhor reconheceria que o segundo conjunto de reforos atua como apoio

  • 7/25/2019 Analise Estrutural de Navios

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    65

    elsticoparaprimeiro.Oestudodasgrelhascontemplaestetipodeproblema,e

    define-seagrelhacomumaestruturaondeexistemvigasoureforosemduas

    direes.

    Nasestruturasnavaiseocenicasoproblemadegrelhascomplicado

    pelo fato de os reforos estarem ligados a um chapeamento, ou em outras

    palavras, a grelha chapeada. A dificuldade aqui se refere a qual valor de

    chapa colaborante que dever ser associado seco reta dos perfis para

    formarasvigasoureforosnasduasdirees.

    3.5. Grelha Simples

    Uma introduo ao problema de grelhas pode ser feito considerando

    apenasduasvigasqueseinterceptamemngulosretos,sendosolidriasno

    ponto de interseo. Na Figura 3.15 mostra-se uma estrutura, na qual uma

    viga,simplesmenteapoiada,comcomprimento l 1emomentodeinrciaI1,

    ligada, em seu ponto central, a uma segunda viga, tambm simplesmente

    apoiada,comprimento l 2emomentodeinrciaI2.Ascargasatuantesemcada

    umadelasseriamq1eq2respectivamenteeparaopropsitodesteproblemaseroconsideradasuniformesaolongodocomprimentodasvigas.

    O efeito da ligao entre as duas vigas ser a gerao de uma fora

    concentrada F no ponto de interseo e essa agir para cima em uma das

    vigaseparabaixonaoutra,demodoqueareaodeapoionaprimeiraviga

    ser:

    Q q F1 1 12 2= l (3.22)

    enasegundaviga

    Q q F

    22 2

    2 2= +

    l(3.23)

    Seguequeosmomentosfletoresparaestasduasvigassero:

  • 7/25/2019 Analise Estrutural de Navios

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    66

    M Q x q x

    1 11

    2

    2= (3.24)

    M Q y q y

    2 22

    2

    2= (3.25)

    q

    q

    viga 1

    viga 2

    1

    2

    centro das vigas

    2

    1

    2

    I

    I1

    y

    x

    Figura3.15-Grelhasimplesapoiada

    Uma vez conhecida a foraF os distribuies de momentosM1(x) eM2(y)

    podemser calculadas para cadauma das vigas. O procedimento simples.

    Comoasvigasestoligadasemseuspontoscentrais,asdeflexesdelasneste

    ponto devem ser a mesma. Considerando apenas a influncia do momento

    fletornoclculodosdeslocamentos,tem-se:

    1 1 14

    1

    1

    3

    15384 48= qEI FEI

    l l (3.26)

    e

    22 2

    4

    2

    23

    2

    5

    384 48= +

    q

    EI

    F

    EI

    l l(3.27)

    Igualandoasduasexpressesobtm-se:

  • 7/25/2019 Analise Estrutural de Navios

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    67

    F

    q

    I

    q

    I

    I I

    =

    +

    5

    81 1

    4

    1

    2 24

    2

    13

    1

    23

    2

    l l

    l l(3.28)

    educativoexaminar-seosvaloreslimitesnaequao3.28.Seaviga2

    formuitorgida(comprimentopequenoe/ouinrciagrande),osegundotermo

    emambos,numeradoredenominador,tendemazero,resultandoparaafora

    F=5/8q1 l 1,queseriaoresultadoparaumavigacontnuasobretrsapoios.A

    Figura3.16ilustraasolicitaodemomentosparaaviga1.Se,poroutrolado,

    aviga2formuitoflexveleadmitir-sequenelaatueumacargadesprezvel,a

    foraFsernulaeaviga1secomportariacomoumavigasobredoisapoios.

    3 /4

    29 q

    128

    equivalente a umaviga engastada-apoiada

    2q8

    Figura3.16-MomentosFletoresparaaviga1supondoqueaviga2sejamuito

    rgida

    3.6. Grelha Mltipla

    Quandoexistemmaisdeumreforadoremcadadireo,asoluodo

    problemadagrelhamaiscomplicada,poisaoinvsdeter-sesomenteuma

    incgnita hiperesttica (fora concentradanoponto de interseo das vigas)

    surgir uma srie delas. Em outras palavras, haver tantas reaes

    hiperestticas quantas forem as interseces entre reforos. O problema se

  • 7/25/2019 Analise Estrutural de Navios

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    68

    transformadeumaequaoaumaincgnitapara nequaesan incgnitas

    se for utilizado o mesmo mtodo do item anterior. Obviamente, em termos

    prticos,issolimitaaumaspoucasvigasoproblemaquepodeserresolvido

    semoauxiliodeumcomputador.

    Existem alguns mtodos aproximadospara a soluo do problema de

    grelhas.Umdeles,muitodifundidonadcadade70, antesdapopularizao

    dosMtodosMatriciais,eraoMtododaChapaOrtotrpica,ondea grelha

    substitudaporumaplacacomcaractersticasortotrpicasfictciasderigidez.

    Os resultados dessa teoria, teis nas fases iniciais dequalquer projeto, so

    apresentadosemformadegrficos,quepodemserencontradosemFreitas,E.

    S.,1977.

    Porm o problema de grelha pode serfacilmente resolvido atravsde

    MtodosMatriciais deClculodeEstruturas, objeto deestudono abordado

    nestecurso.

    3.7. Flambagem de painis reforados

    Embora a flambagem de painis reforados seja objeto de estudo do

    captulodeestruturasecundria,elemaisbemcompreendidoapsoestudo

    da estrutura terciria. Assim, sugere-se que o leitor prossiga seus estudos

    focalizando a estrutura terciria e, posteriormente, retorne a este item para

    compreenderoclculodainstabilidadedepainisreforados.

    Aoseestudaraflambagemdeumaunidadedechapeamento,estrutura

    terciria,sesupequeseuscontornospermanecemestveis.Narealidadeissopode no acontecer. Os reforos longitudinais e transversais podem flambar

    antesmesmodeumaunidadedechapeamentochegarsuatensocrtica.

    Os painis reforados podem flambar de duas formas diferentes. Na

    flambagem global, os reforos flambam junto com o chapeamento; na

    flambagemlocalouoreforoflambaprematuramente,porinsuficienterigidez

    ou estabilidade, ou as unidades de chapeamento flambam entre reforos,

  • 7/25/2019 Analise Estrutural de Navios

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    69

    sobrecarregandodestamaneiraosreforosdetalformaqueestesflambamde

    modosemelhantescolunas.

    Para a maioria dos painis, de aplicao em engenharia naval e

    ocenica,asdimensessotaisqueaflambagem-sejadequaltipofor-

    inelstica,eassimsendootermofalhamaisadequadodeserusadoaoinvs

    deflambagem.Noentanto,aflambagemelsticanosdumaboaindicaode

    comoseroosmodosdefalhaeservem,tambm,comoumbalizamentoinicial

    paraestudosmaiscomplexosenvolvendoaflambageminelstica.

    Comojforafeitoanteriormentenaflambagemdeplacas,oclculodas

    tenses criticas de flambagem so, em geral, feitas adotando-se contornos

    simplesmente apoiados, no obstantea presenade foras laterais, pois na

    maioriadoscasosestescarregamentospodemestarausentesoupodemno

    sergrandesosuficienteparaproverumatotalrestrioarotao.Almdisso,

    as cargas laterais tm pouca influncia na flambagem elstica. Portanto, a

    menos que se diga o contrrio, ser adotado que os lados do painel esto

    simplesmenteapoiados.

    Umamaneira prtica decalculara tensocrtica de flambagemdeum

    painel reforado consiste em considerar cada reforador, associado a uma

    larguradechapeamento,comoumavigasendocomprimida.Atensocrticade

    flambagem ento obtida pelas frmulas de Euler, ou qualquer outra

    envolvendo a flambagemde colunas, e esta tenso, assim obtida, deve ser

    inferiortensocrticadeflambagemdaunidadedechapeamento.

    Oqueaconteceentoquandoaunidadedechapeamentoflambaantes

    deseatingirovalorda tensoacimamencionada?Obviamenteovalordeb,

    videfigura3.18,tomadocomolarguradeflangeparaasecodoperfil,dever

    sermenor,umavezqueaunidadedechapeamentosofreraflambagemeuma

    conseqenteredistribuiodetenses.

    Umavezquenobomprojetoestruturaldeumpainelesbeltotalcondio

    devaserverificada,ouseja,a flambagem dochapeamentodeveprecedera

  • 7/25/2019 Analise Estrutural de Navios

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    70

    flambagemdosreforos,ocorrequeachapacolaboranteparaoreforadorno

    sertotalmenteefetivasobretodalargurab

    .Aoinvs,necessriotomaruma

    largura efetiva reduzida,digamos,be.Notequeestalarguranoamesma

    deduzidacomochapacolaborante flexo demodoacorrigir oefeito shear

    lag.Naquelecasoaperdadeefetividadeeradevidoadeformaesnoplanodo

    chapeamento em funo do cisalhamento. No presente caso ela devido a

    deformaesparaforadoplano,causadaspelaflambagem.

    be

    be

    b

    a

    unidade de chapeamento

    a

    e

    tenso uniforme no painel

    antes da flambagem

    da unidade de chapeamento

    tenso mxima no perfilaps a flambagem

    da unidade de chapeamento

    atenso mdia no painel

    aps a flambagem

    da unidade de chapeamento

    redistribuio de tenses

    aps a flambagem

    da unidade de chapeamento

    Figura3.18-Flambagemdeumaunidadedechapeamento

    A largura efetiva devido a flambagem uma questo difcil de ser

    resolvida, principalmente porque, na maioria dos casos, ela discutida e

    aplicada em um difcil contexto onde os painis no flambam de forma

    puramente elstica. Para a flambagem elstica uma teoria satisfatria foi

    apresentada por von Karman, 1932. A proposta de von Karman , alm de

    elegante, simples e prtica, e fornece uma ferramenta til na previso da

    flambagemelsticadepainisreforados.

  • 7/25/2019 Analise Estrutural de Navios

    75/146

    71

    Eleidealizouoestadodetensesnaplacaapsaflambagemadotando

    que, devido a flambagem a regio central da placa no sofre tenses de

    compresso,enquantoqueasregiesdosextremospermanecemtotalmente

    efetivaseapresentandotensesuniformes e,comosemostranafigura,3.18.

    Emoutraspalavras,aregioflambadadaplacadescontadacompletamente

    daplacaoriginaldelargurabesubstitudaporumaplacademenorlargura,no

    flambadaecomlarguraefetivabe.

    Doequilbrioestticoficaclaroqueeeaestorelacionadaspor:

    eA

    a

    Ae

    dA dA = (3.29)

    Para simular a progresso da flambagem tambm adotado que a

    (ainda no flambada) largura efetiva est sempre na eminncia de sofrer a

    flambagem, isto , a largura efetiva aquela largura na qual a placa

    equivalentesofreriaflambagemquandosubmetidaatensoe.Istoimplicaem

    ee

    k D

    b t=

    2

    2(3.30)

    e,paraaplacaoriginal

    ( )

    a cr k D

    b t

    =2

    2(3.31)

    Pressupondo-sequeovalordeksejaomesmoparaambososcasos,

    tem-seque:

    ( )bbe a cr

    e

    =

    (3.32)

  • 7/25/2019 Analise Estrutural de Navios

    76/146

    72

    Esta ltima hiptese no estritamente correta porque, embora as

    condiesdecontornopossamserconsideradascomosimilaresemambosos

    casos,asrazesdeaspectosodiferentes.Noentanto,foimostrado,quando

    doestudodaflambagemdeplacas,quepararazesdeaspectomaioresdo

    queaunidade,kpodesertomadocomosendo4.Asubstituiodessevalor,

    juntamente com o coeficiente de Poisson = 0.3, na expresso para (a)cr,

    transformaaequao(3.31)para

    b

    b

    t

    b

    Ee

    e

    = 19.

    (3.33)

    Depossedeumaexpressoparaoclculodebepodemosprosseguire

    obterumaexpressoparaacargadecolapsodeumpainel reforado, isto,

    paraocolapsodopainelemmodoelstico.Alarguraefetiva beassociadaao

    perfildereaAeinrciaI,atuandocomoumachapacolaborantenoclculoda

    inrciaIedareatransversalAedonovoperfil.Atensonormalaxial,e,que

    atuanoreforomaischapacolaborante,temseuvalorcrticodadopor:

    ee

    e

    EI

    A L=

    2

    2(3.34)

    Notequenestaequaoserefereaeaoinvsdea.Atensoaxialno

    reforadormaiordoqueatensoexternaaplicadaaporcausadalargura

    reduzidadachapa.Aquantidadedeinteresseovalorde acorrespondentea

    e . pois este o valor da carga de flambagem do painel reforado. Do

    equilbrioesttico,ambosserelacionam:

    a e ebt A b t A( ) ( )+ = + (3.35)

    e,porconseqncia

    a

    e

    e

    b t A

    bt A=

    +

    +(3.36)

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    Por causa da presena dee na equao (3.33) o clculo deve ser

    iterativo.Umprocedimentoadequadoseria:

    1. Adota-seumvalorinicialparabe(suponha-sebe=0.8b).

    2. Calcula-se o momento de inrcia do perfil associado sua chapa

    colaborante.

    3. Calcula-seeatravsdaequao(3.34).

    4. Depossedestevalor,recalcula-sebeatravsdaequao(3.33).

    5. Repete-seospassosde2a4atequebetenhaconvergido.

    6. Calcula-seaatravsdaequao(3.36).

    7. Pode-seobservar,atravsdoexerccio6,quecomesteprocedimento,

    obtm-seacargacrticadeflambagemdopainelempoucasiteraes.

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    PROBLEMAS

    1. Para o perfil mostrado na figura, calcular o momento de inrcia, os

    mdulos de resistncia, no flange e na chapa, utilizando larguras de

    chapacolaborante,conformeasrelaesb1/b=(1.0;0.8;0.6;0.4);

    Parab1/b=1calcularadistribuiodastensesdecisalhamentonoperfil.

    (Faa os clculos para o perfil analiticamente, pois estes resultados

    sero teis para todo o seu futuro dentro do clculo das estruturas

    navaiseocenicas).

    b=500;tb=6.3;h=105;th=5;f=45;tf=9.5(emmm)

    f

    h

    b

    t

    t

    f

    th

    b

    2. Admitindo que a viga com o perfil acima possua 1030 mm de

    comprimentoeb=500mmestsubmetidaaumacargacomdistribuio

    triangular(q=500N/m)eladossimplesmenteapoiados,calcularachapa

    colaborantenaposiodemomentomximo.

    q=N /m

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    3. Para o painel mostrado na figura, calcular as tenses secundarias,

    admitindoespaamentodecavernasde1030mmevolivredasicorda

    de4espaamentosdecavernas.Qualamximatensonoperfileem

    queposiodopainelelaocorre.

    p=1.0 mc a

    P=280x6.3x200x12.5

    L=105x5x45x9.5

    2000

    espe s. = 7

    me

    didasemm

    m

    4. Na figura mostra-se um painel do fundo de um petroleiro que est

    submetido a uma presso hidrosttica de 25 mca. O chapeamento

    possui20mmdeespessura,oespaamentoentrehastilhasde3700

    mm, e o de longitudinais, 880 mm. Os longitudinais leves possuem

    dimenses,400x12x150x18(almaxflange),ashastilhas800x20x400x30eaquilha1000x20x300x30.Calcularasmximastensessecundrias.

    Levantarodiagramademomentosfletoresnaestruturapesada.

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    5. Calcular, para asduas direes,as tenses crticasde flambagem do

    painelreforadomostradonafigura.

    3000 3000

    600

    7

    ~

    L90x60x6

    T300x8x100x12

    Ao Naval

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    4. Estrutura Terciria

    4.1. Introduo

    Em navios e em algumas estruturas ocenicas encontramos como

    componenteestruturalbsicoopainelestruturalouchapeamentoreforado.O

    painel estrutural composto pelo chapeamento, que assegura a

    estanqueidade, ao qual so soldados reforadores - perfis - em uma nica

    direoouemdireesortogonais.Chamamosdeunidadedechapeamentode

    um painel a poro de placa limitada por quatro reforadores, ou outras

    descontinuidadesgeomtricas,adjacentes.Emnavios,quandooladomaiordaunidadedechapeamentoparalelaaoeixoproa-popa,diz-sequeosistemade

    cavernamentolongitudinal.Quandooladomaiorestemdireoortogonal

    ao eixo proa-popa, diz-se que o cavernamento transversal. Na figura 4.1

    mostramos,deformaesquemtica,a regiodofundodeduasembarcaes,

    umacomcavernamentolongitudinaleoutracomocavernamentotransversal.

    fcillocalizarali,numpaineldoduplofundo,umaunidadedechapeamento4.

    Figura 4.1 - Tipos de duplo fundo

    4Para os engenheiros navais a unidade de chapeamento tambm denominada de estrutura terciria.

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    Ao contrrio das vigasnas quaisa flexo ocorre apenasao longo do

    comprimento,aflexodeplacasgeralmenteocorreaolongodeduasdirees.

    Paraequacionarmosoproblemadaflexodeplacas,partimosdateoriageral

    da elasticidade, introduzindo hipteses simplificadoras, baseadas na

    observao pura e simples, a fim de facilitar o manuseio matemtico do

    problema.

    4.2. Nomenclatura

    No decorrer do presente captulo, ao tratarmos de placas planas,usaremosossistemaderefernciadafigura4.2,noqualoplanoOxycoincide

    comoplanomdio,nodeformado,daplaca.

    xy

    z

    ab

    t

    O

    Figura 4.2 - Placa e sistema de referncia

    Os deslocamentos nas direes dos eixos x,y e z sero u,v e w,

    respectivamente.

    Os esforos solicitantes: foras normais, foras cortantesemomentos

    fletores, serosempre dados por unidade decomprimentoou largura e no

    sero necessariamente constantes ao longo do comprimento ou largura

    (diferentedasvigasondeosesforossolicitantessoconstantesaolongoda

    seo).

  • 7/25/2019 Analise Estrutural de Navios

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    4.3. Hipteses simplificadoras e suas limitaes

    Dassimplificaesaqueserecorrem,asquatroseguintessoparcialou

    totalmenteusadasnasteoriasmaisusuaisdeplacasplanas.

    1. Omaterialpermaneceelstico.

    2. Oplanodemeiaespessuranosedeformapelaflexo.Note-se

    queaflexoque,supostamente,nodeformaoplanomdio.Estepoder

    deformar-se,emrealidade,pelaprpriaflexoe,ainda,pelascausasaseguir:

    a)forasexternasaplicadasaoplanomdiodaplaca,emseucontorno,

    comoexemplificaafigura4.3a5.

    b)reaodeapoiosqueseopemamutuaaproximaodoscontornos(figura3b).

    (a) foras normais externas

    R R

    (b) reaes de apoio

    n

    n

    Figura 4.3 - Foras no plano mdio da placa

    5Poderia haver tambm foras de cisalhamento, apesar de no aparecerem na figura 4.3.

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    3. Na expresso dos raios de curvatura, pode-se desprezar a

    contribuiodaderivadaprimeira,isto

    2

    2

    23

    2

    2

    2

    1

    1

    n

    w

    n

    w

    n

    w

    rn