42
#10 Junho | June 2013 Mestiçagens e identidades intercontinentais nas sociedades lusófonas SPECIAL ISSUE

03 Adriana Dantas Reis Pardos Na Bahia Perspectivas 10 1

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Pardos: alforria, família, ascensão social, escravidão.

Citation preview

1#10Junho | June 2013Mestiagens e identidades intercontinentais nassociedades lusfonasSPECIAL ISSUEPerspectivas Portuguese Journal of Political Science and International Relations (ISSN (print) 1646-2157) is published twice a year by NICPRI Centre of Research in Political Science and International Relations (University of Minho, Braga and University of vora, vora, Portugal) Copyright 2013 NICPRIThe Perspectivas Portuguese Journal of Political Science and International Relationsis a peer reviewed journal with an external blind referee system. It accepts original articles not under consideration elsewhere at the time of submission. See the Editorial Policy and Guidelines for Authors at the end of this Journal and in NICPRIs website http://www.nicpri.uminho.pt/?co=109&tp=4&cop=0&LG=1&mop=187&it=pagina For subscriptions, acquisition of previous numbers and exchange policy contact [email protected] deposit: 226989/05Indexation: LATINDEXPrice: 12,5Copy edition: 1000 itemsGraphic design, Paging and Printing by Candeias Artes Grficas Braga, Portugal; www.candeiasag.comPaulo Eduardo Guimares University of vora, PortugalManuel Couret Branco University of vora, PortugalMaria de Deus Manso University of vora, PortugalMiguel Rocha e Sousa University of vora, PortugalNuno Salter Cid University of vora, PortugalPilar Damio University of Azores, PortugalRogrio Leito University of Coimbra, PortugalSilvrio Rocha-Cunha University of vora, PortugalEditorial details #10Perspectivas Portuguese Journal of Political Science and International RelationsA Journal of the NICPRI Centre of Research in Political Science and International RelationsDirector:Jos Antnio Palmeira, University of Minho, PortugalEditors:Isabel Camiso, University of Coimbra, PortugalIsabel Estrada Carvalhais, University of Minho, Portugal Silvrio Rocha-Cunha, University of vora, PortugalEditorial BoardAna Paula Brando University of Minho, PortugalFtima Jorge Oliveira University of vora, PortugalHlder Adegar Fonseca University of vora, PortugalIsabel Estrada Carvalhais University of Minho, PortugalJoo Tiago Lima University of vora, PortugalJos Antnio Palmeira University of Minho, PortugalLaura C. Ferreira-Pereira ISCSP-UTL, PortugalLus Filipe Lobo-Fernandes University of Minho, PortugalInternational Scientific Advisory BoardAndr FreireISCTE-IUL, PortugalCatherine Wihtol de WendenSciences-PO, FranceJan KlmaUniversity of Hradec Kralov, Czech RepublicJohn A. GroomUniversity of Kent, United KingdomJos Eduardo FariaUniversity of So Paulo, BrazilJos Esteves PereiraUniversidade Nova de Lisboa, PortugalJos MagoneBerlin School of Economics and Law, GermanyMichael BaumUniversity of Harvard, USARichard GuntherOhio State University, USARobin CohenUniversity of Oxford, United KingdomContents/ndiceNotaintrodutriaEscravido,dinmicasdemestiagenseolxicoibero-americanoEduardoFranaPaivaIdentidadesemestiagensentrenegrosendioseocontrole daCompanhiadeJesusnoRiodeJaneirocolonialMarciaAmantinoPardosnaBahia:casamento,coremobilidadesocial,1760-1830AdrianaDantasReisPorquemossinosdobram:costumesdeenterramentosdebrancose negrosentreoBrasileAngola.SculosXVIIIeXIXSuelyCreusaCordeirodeAlmeida RaquelCristianeMunizFlorncioFeitiariaemancebianoPernambucocolonialMarcoAntnioNunesdaSilvaMulheresalvasdebomparecer:polticasdemestiagemnascomunidadesluso-afro-asiticasdoOceanondico eArquiplagoMalaio(1510-1750)ManuelLobatoMatizesjesutas:OperfildocleronativojaponsMariadeDeusBeitesMansoLciodeSousaSonhosneocoloniaisbrasileirosnoocasocolonialportugus: FrancoNogueira,diplomaciabrasileiraeasquestesdoultramarBelarminodeJesusSouzaRefernciasAbstracts/Resumos51127456577891151291411574PerspectivasPortugueseJournalofPoliticalScienceandInternationalRelations,N.10,June2013PardosnaBahia:casamento, coremobilidadesocial, 1760-18301AdrianaDantasReisAdrianaDantasReisUniversidadeEstadualdeFeiradeSantana/BA.PerspectivasPortuguese JournalofPoliticalScience andInternationalRelations, N.10,June2013,45-62 NICPRI2013ISSN1646-2157(print)NICPRI201346PerspectivasPortugueseJournalofPoliticalScienceandInternationalRelations,N.10,June2013No mesmo ano da Revolta dos Bzios, ou Conjurao Baiana, 1798, a parda Ana JoaquinadoCoraodeJesus2fezumrequerimentosolicitandoaautorizao parafundarumconventoparadonzelasdesuacorecondioemSalvador.D. FreiAntonioCorranegouopedido,acrescentandoemcartaendereadaaD. Rodrigo de Souza Coutinho: ocorre s a novidade dos pardos nesta Bahia. Ainda queossexossejamdiversos,sempresedeverecearnelesenelasasuaconduta (SILVA2000:146,grifosmeus).Joo Jos Reis teve razo quando informou ao Professor Nicolau Pars que, mais do que um processo de crioulizao, talvez tenha ocorrido um processo de par-dizaonaBahia(PARS2005:98),assimcomotambmchamouatenopara asidentidadespardasaoafirmarqueospardoseramvistoscomoinimigosdos pretosecultoresdeumaidentidadepardaprpria(REIS1997:19).Nasltimas dcadasdosculoXVIIIeprimeirasdoXIX,ospardosrepresentavamperigos hierarquiassociais,oquepreocupavaaselites3.Tornaram-seforapolticana Conjuraode1798,ummovimentodesencadeado,principalmente,comores-postaaodecretode1796quegarantiaapossibilidadedecomandantesbrancos assumiremastropasdemilciaspardasoudepretos,comoocorreucomo4. Regimento Auxiliar de Artilharia dos Homens Pardos, no qual um tenente branco datropadelinhafoipromovidoasargento-mor4. SegundoUbiratanCastro oshomensdecorde1798,almdepensaremnoprpriosoldo,apresentaramao povo da cidade de Salvador as primeiras propostas concretas de resoluo de uma criseurbanacrnicaque,aomesmotempoconfiguravaumaavanadapolticade descolonizaoededemocratizaodaBahia(ARAJO2001:25).AparticipaodoshomensdecornapolticadaBahiacontinuounasprimeiras dcadas do sculo XIX, sobretudo nos movimentos entre 1821 e 1837 (ARAJO 2001: 7-27;KRAAY2003;REIS2012).Oprogramapolticopopularapresentadoera:a Repblica, a democracia representativa, a autonomia regional, a igualdade racial inclusivenoacessoaoempregopblico,areformaeconmicapelaaberturada fronteiraagrcolaeadistribuiodesesmarias(ARAJO2001:25).Noentanto,importanteesclarecerque,nosculoXVIIIeinciodoXIX,acor noerasinnimoderaa,muitomenosasmisturaseramchamadasgenerica-mente de mestiagens, miscigenaes ou mesclas biolgicas. Cor estava associada diretamenteaqualidadeepurezadesangue,oquenosignificaqueotermo RESUMO:Estetextoanalisa ossignificadosdas cores/qualidadeseos arranjosmatrimoniais deescravos,libertos elivresdecorna FreguesiaNossa SenhoradaPenhade Itapagipe,estabelecendo algumascomparaes comaFreguesia NossaSenhorado deParipe,ambasna cidadedeSalvador, Bahia,1760-1830.Os registrosparoquiais dematrimniosdessas freguesiaschamam atenoparaoparadoxo senhoressolteiros/escravoscasadose paraoscasamentosde homensescravoscom mulheresforras,alm deproporcionarem umaanlisemais aprofundadasobre ospardoslivres, geralmentefilhos legtimos,confirmando aimportnciado casamentoparapessoas emmobilidadesocial. Problematizam-se, ainda,oscasamentos semidentificao decor,levantandoa hiptesedequemuitos dosquesilenciaram sobreacorpoderiam serpessoasmestias queascenderam 47AdrianaDantasReis(45-62)mestiagemnopossaserutilizado.Paiva,porexemplo,adotaalmdotermo mestiagem,mesclasbiolgicasemestiagensbiolgicas,econsiderapro-cedimentometodolgicolegtimo,enoanacrnico,mesmoemsetratandode umperodonoqualtaisconceitosaindanoexistiam(PAIVA2012:20).Larissa Viana tambm utiliza a ideia de mestiagem, e a justifica dizendo que os termos miscigenaoemestiagemsoprocessoscomplementares,ambosseaplicam ao processo social e que conduziu formao de uma sociedade plural e profun-damentediferenciadanaAmricaportuguesa(VIANA2007:40).Poroutrolado, Guedes prefere manter-se fiel aos termos da poca, falando apenas de cor e qua-lidade,sementrarnodebatesobremestiagens(GUEDES2008:96-97). Inegavelmente,ascoresintermediriascomopardo,mestio,mulato,cabra, etc.aparecemcomomisturas5,aindaquerevelemqualidadesmergulhadasem condiessociaisespecficasecomplexas.Adocumentaopesquisadaregis-tros de casamento e de batismo quando no silencia sobre as cores, traz como referncias mais recorrentes: pardos, crioulos, mulatos, cabras e mestios, sendo pouqussimos aqueles nomeados brancos ou pretos. Esses termos, permeados por posies sociais relativas escravido e liberdade, aparecendo ou desaparecendo, demonstramsentidosvariados,nemsemprefceisdeseremapreendidos.Para livresdecor,especificamente,otermomaisutilizadopardo,eparaforros, almdepretosdenaesafricanas,crioulos. SegundoHebeMattos()Pardofoiinicialmenteutilizadoparadesignaracormaisclaradealguns escravos,especialmentesinalizandoparaaascendnciaeuropeiadealgunsdeles, masampliousuasignificaoquandosetevequedarcontadeumacrescentepo-pulao para a qual no era mais cabvel a classificao de preto ou de crioulos, namedidaemqueestestendiamacongelarsocialmenteacondiodeescravoou ex-escravo.Aemergnciadeumapopulaolivredeascendnciaafricanano necessariamentemestia,masnecessariamentedissociada,jporalgumasgeraes, daexperinciamaisdiretadocativeiroconsolidouacategoriapardolivrecomo condiolingusticaparaexpressaranovarealidade,semquerecassesobreela oestigmadaescravido,mastambmsemqueseperdesseamemriadelaedas restriescivisqueimplicava()(MATTOS2000:6-18,grifosmeus). Concordo com as ponderaes de Guedes quando afirma que, mesmo aparecendo nadocumentaoasdesignaespardosforrosepardoslibertos,otermopar-socialmente.Ospardos, aomesmotempoem quesedistanciavam daescravido,por geraes,constituam-senumgruposocial intermedirioentre oscriouloslivres ebrancos,ousem identificaode cor.Essegrupo,de pardoslivres,teve importantepapel polticonomovimento de1798eemoutros, nocontextodaslutas pelaIndependncia, nadefesaporespaos jocupadosou reivindicandoaabertura denovos.Ouseja,a corpardateveum significadonoapenas social,mastambm poltico,osquetraziam anovidade.PALAVRAS-CHAVE: Cor/qualidade;pardos; casamentos;escravido; mobilidadesocial.48PerspectivasPortugueseJournalofPoliticalScienceandInternationalRelations,N.10,June2013do,quandoaplicadoalivres,indicavanosumdistanciamentogeracionalda escravidomas,umaposiosocialdistinta,emrelaoaoutrosdescendentes de escravos ou forros (pretos e negros) e a brancos (GUEDES 2008: 98). Acrescento que,adependerdosmecanismosdeascensodeindivduosdecor,estapoderia inclusive,desaparecercompletamentedosregistros. A classificao de cor na Bahia, segundo Joclio Teles dos Santos, era mais mul-tipolar do que imaginvamos e, se o sculo XVII anuncia a nossa etnognese, o XVIII, em muito, apontar e consolidar um dos nossos dilemas: a ambiguidade classificatria (SANTOS 2005: 116 e 119). A partir dos registros de expostos da Santa Casa de Misericrdia da Bahia, entre os sculos XVIII e XIX, o autor visualiza a construodeumsistemadeclassificaodecor,noqualocrioulo,omulatoe o pardo nem sempre eram referncias seguras, ou seja, uma criana considerada parda,quandochegavaSantaCasa,poderiaserreclassificadacomobranca, assimcomoumpardosetornavaumpardoalvooubranco,eumcrioulono necessariamente era o escravo nascido no Brasil. Entre os enjeitados expostos na Santa Casa, no perodo analisado, em primeiro lugar estavam as crianas brancas e,logoemseguida,aspardas,asmulatas,ascabras,asmestias,ascrioulas,e at as negras ou as pardas disfaradas, indicando uma tentativa de classificao dascrianasaparentementemiscigenadas. Essaconfusatentativadeclassificaodascoresdecrianasenjeitadasfazpen-sarsobrearelaodiretaqueGuedeseeufazemosdacorpardacomaposio social.Umatentativadeentendimentopodeseraseguinte:comosetratamde crianas enjeitadas, no geral, era difcil a definio de suas posies sociais espe-cficas,jquenotinhamnome,sobrenome,nemcondiodefinida.Poroutro lado,exatamentepelofatodeseremcrianas,napocavistascomoverdadeiros anjos, isso poderia influenciar na tendncia de reclassificao apresentada pelo autor,nogeralindicandoumaaparnciamaisclaradoqueainicial.Ouseja, as pigmentaes, visualizadas de forma arbitrria, no necessariamente estavam livresdesignificadossociais,nestecasoassociadodiretamentearepresentaes sobrecrianas.OAntigoRegimenosTrpicostevehierarquiassociaisquesepodemdefinir, segundoalgunsautores,comocostumeiras(FRAGOSO2010a;HESPANHA2010; GUEDES2008).Issosignificaque,duranteossculosXVIaXVIII,omodelo portugus hierrquico, baseado em uma sociedade corporativa, passou por rea-daptaes na Amrica portuguesa. Fragoso comprova, atravs de vasta pesquisa, 49AdrianaDantasReis(45-62)a formao e consolidao de uma nobreza costumeira, ou nobreza da terra, os descendentesdosquinhentistas,osprimeirosconquistadoresquevierampara oBrasileseestabeleceramatravsdeserviosprestadosCoroaemtrocade mercs, cargos, honras e terras (FRAGOSO 2010b: 244-294). No sculo XVIII, exis-tiaanobrezaligadaaltafidalguiaportuguesaeque,portanto,tinhaposies privilegiadasemqualquerlugardoImprio,eanobrezacompodereslocais, restritosprincipalmentescapitaniasousfreguesias.Essesformaramverda-deirospotentadoslocaisque,nocasodoRiodeJaneiro,entraramemdisputas comnegociantes,eatmesmocomosnobresprincipais.Omaisinteressante queessanobrezalocaleseuspotentadoseraformadatambmporegressos docativeiro,ospardosapadrinhadosouaparentadoscomgruposdebrancos ousocialmentebrancos.Para Hespanha, um dos fatores que poderia levar a essas brechas foi, exatamente, a ausncia de princpios especficos nas leis para tratar de questes das colnias, comoporexemplootratocomosescravoseosndios(HESPANHA2010:55).A necessidadedeocupareprotegeroterritrioabriuespaosparanegros,ndios, pardos, crioulos, mestios, etc., pegarem em armas e, ao mesmo tempo, fazerem parte das redes clientelares constitudas durante o perodo. Atravs do compadrio, por exemplo, muitos senhores estabeleciam privilgios para alguns de seus escravos, que reproduziam entre si e entre libertos e livres de cor hierarquias semelhantes. No entanto, inegvel que uma das formas mais bem sucedidas de ascenso social para um escravo ou descendente de escravo foi o reconhecimento da paternidade defilhosilegtimosporpartedehomensemposiosocialsuperior.Casosde concubinatosefilhosilegtimosdehomenslivrescommulheresdecorforam muitocomunsnoBrasilcolonial,etornaram-seumadasprincipaisformasde mobilidade, no sentido ascendente, alm de trazerem significados positivos para amestiagem(REISALVES2010).Os postos militares no eram os nicos espaos ocupados pelos pardos. Segundo Costa e Silva, em princpio no se proibia acesso s ordens sacras, clero diocesano esecular,aosnegrosemulatos,diferentedasordensreligiosas,maisrgidasna excluso6. Aps a Independncia foram eliminadas as restries de cor para aces-sosposieseclesisticas,crescendoonmerodepresbterosnegros,mulatos efilhosdelibertos,eaadmissodefilhosnaturais,alegando-seacarnciade candidatos. Os homens de cor tambm integravam a elite de cnegos ainda que honorrios e contidos em relativa distncia na geografia eclesistica do prestgio (SILVA2000:147). 50PerspectivasPortugueseJournalofPoliticalScienceandInternationalRelations,N.10,June2013As irmandades dedicadas aos pardos fundadas em Salvador ainda no sculo XVII tambm so indcios de que os espaos ocupados por eles e a construo de sua identidadeenquantogruponoumfenmenodosculoXVIII.Essasirman-dades tenderam a valorizar o nascimento na colnia (em contraponto frica), amestiagemeacondiodelivreouliberto,emmuitoscasoscomofatoresde coesoentreosconfradesidentificadoscomopardos(VIANA2007:35).Foram instituies que reafirmaram uma identidade positiva de cor diante da sociedade escravista. pensandonessesespaosocupadospelospardosenashierarquiasdeAntigo Regimequesepodeacrescentarsanlises,tantosobreomovimentoradical de1798quantosobreaquelesocorridosnaIndependnciaeps-Independncia que, de alguma forma, pardos e pessoas de cor reagiam contra a ameaa a uma hierarquiacostumeira7.Apartirde1780,ocontextonomaisomesmode perodosanteriores,asideiasdosculo(Iluminismo)edasRevoluesNorte-Americana e Francesa que, inclusive, inspirou o movimento de 1798 , a revolta doHaiti,quedisseminoupelasAmricasotemorderevoltasescravas,eociclo derevoltasescravasqueantecederamaRevoltadosMalsem1835(REIS2003), e a instalao da Famlia Real portuguesa no Brasil, a divulgao de novas ideias easexperinciaspolticaspodemtercontribudoparareforaridentidadesba-seadasnacor,sobretudoospardos.possvelqueashierarquiascostumeiras tenham sofrido mudanas com a presena da Corte, e pode-se arriscar dizer que os movimentos sociais organizados e liderados por homens de cor, sobretudo os pardos,entrefinaldosSetecentoseprimeirasdcadasdosOitocentos,podem ter significado uma reao a perdas de antigos espaos ocupados e mudanas na constituiodehierarquiascostumeiras,emfunodenovocontextopolticoe socialnaAmricaPortuguesa. Portanto,serpardonaBahia,entreosculoXVIIIeinciodoXIX,erafazer partedeumgrupomaisoumenosdefinidodepessoaslivresquepretendiam manterespaosconquistadoseabriroutrosqueosdistanciassemcadavezmais daescravido8. Casamentos,condioecornasFreguesiasdaPenhaedeParipeA pennsula de Itapagipe, at 1759, era uma lngua de terra compartida ao longo, pelas freguesias de Santo Antonio Alm do Carmo, da parte de cima, e de Nossa SenhoradoPillarnoprolongamentodapraiaurbana(SILVA2000:35).Locali-51AdrianaDantasReis(45-62)zadanacidadedeSalvador,Bahia,aFreguesiadeNossaSenhoradaPenhade Itapagipecontavaem1780com432fogose2.056pessoas,classificadasquanto aosexoeidade,massemrefernciasdecorecondio.Eramaispopulosado queaFreguesiaNossaSenhoradodeParipe,localizadanosubrbiodacida-de9, e que possua, no mesmo ano, 107 fogos e 1.362 pessoas10 (ver Mapas 1 e 2). APenhaeraumadasquatrofreguesiasmenospopulosas,entreas10dacidade deSalvador11,eem1798foiumdosfocosdearticulaoentreoslderesdo movimentoradicaldaRevoltadosBzios,quepregavaarepblicaeofimdas desigualdadessociaisedecor12.Em censo de 1775, pode-se perceber que, entre os seus moradores, predominavam pescadores, costureiras e soldados, respectivamente, seguidos pelos carpinteiros, as ganhadeiras e calafates, alm de um capito-mor, um familiar do Santo Ofcio, um Sargento-mor, dois proprietrios de Alambiques, etc.13 Os carpinteiros e soldados geralmente tinham tambm outras ocupaes, como soldado-carpinteiro, soldado-pescador,soldado-sapateiro,soldado-roceiro,soldado-calafate,soldado-alfaiate, etc.Nosregistrosdecasamentosparaoperodode1762a1830aparecem,alm deumcapito-mor,16capites,entreelesumpretoforroedoissargentos-mo-res.Em1816existiatambmumaRealFbricadeVidros,comautilizaode trabalhoescravo.EntreoschefesdedomicilionaPenha,em1775,48,1%eramlivresdecorou libertos, apesar de aparecerem no documento apenas as cores e no as condies, 28%dosdomiclioseramchefiadosporpretose20,1%chefiadosporpardose cabras,e50%porbrancos14.Essaproporosignificativadepessoasdecorna freguesia se mantm nos dados do Quadro dos Nascimentos na Penha15 de 1844 que, ao contrrio dos assentos de matrimnio, especifica todas as cores/qualidades nelaconstam23%pardos,44%brancos,6%cabrase27%crioulos,ouseja,a maiorpartedosnascidos(56%)eraconstitudaporpessoasdecor16.OsnubentesdaPenhaeramprincipalmentedelivres,seguidospelosescravose forros (Grfico 2). O maior percentual dos livres no indica a cor, seguidos pelos pardos, crioulos e cabras, respectivamente. Os de naes africanas e crioulos so libertos ou escravos (Grfico 3). A maioria dos nubentes, testemunhas e seus pais sodecor(57%),40%semrefernciaeapenas3%brancos.Situaodistinta ocorreu na Freguesia de Nossa Senhora do de Paripe onde, entre 1775 e 1827, foramrealizadosaproximadamente353casamentos,dosquais154(43,6%)en-volveramescravos,138(39,09%)sederamentrelivrese20(5,66%)entreforros. Nestafreguesia,asrefernciasdecorsoaindamaisrarasquenaPenha.52PerspectivasPortugueseJournalofPoliticalScienceandInternationalRelations,N.10,June2013Os casamentos de escravos na Penha contam 35, mais os casamentos mistos, envol-vendo homens escravos e mulheres libertas e vice-versa. A maioria dos nubentes da Costa da Mina (37%), seguidos de Angolas (20%) e os demais de grupos distintos, crioulos(7%),LoangoeBenguela(3%),ReinodeAngolaeCostadaMina(3%), crioulaeescravodaCostadaMina(10%),cabraeCostadaMina(3%),semrefe-rncia (17%) (Grfico 3). Diferente dos dados da Freguesia Nossa Senhora do de Paripe, uma freguesia rural e produtora de cana-de aucar, com engenhos e lavouras, houve um grande percentual de casamentos de escravos. Entre os 113 casamentos de escravos, 61 (aproximadamente 53%) so endogmicos: 21 entre angolas (30%), 14entrejejes(23,3%),12entrecrioulos(10,6%),novesoentreminas,dogentio daCostaoudaCostadaMina(8%),apenasumentrecongos(0,9%),trsentre benguelas, um entre nags (0,9%). Desses casamentos, 13 (11,5%) no apresentam dadossuficientesparadistinguirasetnias,ouasanotaesestoilegveis.Nos casamentos entre escravos da Penha chamou ateno alguns senhores, inclu-siveumdeles,AntoniodeBarros,pretoforrodaCostadaMina,quecasoudois escravos e uma ex-escrava17. Francisco Incio de Siqueira Nobre, morador na Real Fbrica de Vidros, no mesmo dia 26 de fevereiro de 1816 casou quatro casais de escravos,algunscomorigememAngolaeMina,outrossemreferncia18.Entre 1766e1777,AntonioMonizTelles,solteiro,moradornaFreguesiadePiraj,re-alizounovecasamentosentreseusescravosefoitestemunhadeumdeles,alm do registro de uma ex-escrava. Seu irmo, Capito Ignacio Moniz Telles, morador em Piraj, e tambm solteiro, casou um casal de escravos, e ambos senhores so testemunhas no casamento de um ex-escravo de Antonio Moniz Telles19. Caracte-rsticassemelhantesocorreramnaFreguesiaNossaSenhoradodeParipe,no Engenho Aratu, do Capito Manuel de Oliveira Barrozo, e alguns outros senhores quecasavamseusescravosemParipe.Aindaquesejaempequenaquantidade, os senhores identificados como solteiros20 confirmam a minha tese de que houve umainversoquantovalorizaodecasamentosemalgumaspropriedades,o sersolteirotorna-seumprivilgiosenhorial,enquantoocasamentotornava-se coisadeescravos(REISALVES2010)21. lgicoque,porsuapopulaoeperfildeocupaodamesma,afreguesiada Penhapossuamenospropriedadese,portanto,menosescravosdoqueoutras freguesias rurais ou do recncavo baiano, como Paripe, por exemplo. Em relao aosescravospardos,apenasumcasou-secomumaforramestia. AfrequnciadecasamentosentreforrosnaPenhade43%comparativamente aoscasamentosentreescravos(33%),dessesexistemcasamentosmistos,entre 53AdrianaDantasReis(45-62)escravas e forros (4%) e escravos e forras (20%) (Grfico 4). Os forros so crioulos ou da Costa da Mina, Reino de Angola e nags, e pouqussimos pardos ou cabras. Crioulosgeralmentesofilhosdecrioulos,ealgunsdeafricanos.Ocasamento predominantedeforrosentrenubentesdaCostadaMina(16)eentrecrioulos (11),eoutroscasamentosentreetniasecoresdistintas. Entre os casamentos realizados em Paripe, identificamos 20 (5,7%) casamentos entreforros,quatroentrecrioulos,3mulheresangolasforras,duassemiden-tificaodacondiodocnjugeeumacomcrioulo,2minascasam-secom crioulos,1jejecasa-secomcrioulo,doisjejessemidentificao,seforrosou escravos,2criouloscasam-setambmsemidentificao.Presumoquefossem forros.Apenasumhomemafricano,todososoutrossopardosoucrioulos, ousemidentificaodeorigem,apenasforros.20,3%doscasamentosentre escravoserammistos,entreescravoseforros/livres.Nessasunies,oshomens escravos aparecem tambm em maioria, so 19 (61%), casando-se com mulheres forrasoulivres,enquanto11(35,5%)escravasfaziamomesmo.Essasignifi-cativaquantidadedecasamentosentremulheresforrasehomensescravos,em ambas as freguesias, revela que o casamento era um mecanismo de mobilidade social, sobretudo para os homens, pois casar com mulheres forras poderia pro-porcionar possibilidade de adquirir tambm sua alforria22. Alm disso, como se sabe,existiamsempremenosmulheresnasescravariasdoquehomens,esses casamentoscomforras,algumasdelasdeoutrasfreguesias,poderiaserumar-ranjomatrimonialproporcionadotambmpelossenhorescomomecanismode controledoshomensescravizados.Poroutrolado,existiamtambmmaismu-lheres alforriadas do que homens, o que diminua a possibilidade de casamentos compessoasdamesmacondio.Ouseja,falardecasamentosdeescravos extrapolar a anlise estrita das despropores de gnero dentro das escravarias, pois essa poderia ser compensada, em alguns casos, atravs do casamentos com mulhereslibertas. Nos registros de matrimnio da Penha, a presena de pardos forros, mesmo que praticamenteinsignificante(trscasamentosdepardosforroseumentrepardo ecrioulaforros)confirmaaproposiodeGuedesdequepardopodeouno, indicar um distanciamento geracional maior em relao ao cativeiro (GUEDES 2008: 98). Essa presena de pardos entre escravos, libertos e livres tambm aparece na descriodeimpedimentomatrimonialaseguir.Os arranjos matrimoniais e promessas de casamentos envolvendo forros, escravas ou livres de cor podem revelar relaes afetivas e sociais muito diferentes daquelas 54PerspectivasPortugueseJournalofPoliticalScienceandInternationalRelations,N.10,June2013apontadas pelos discursos catlicos da poca. Um bom exemplo o que ocorreu em 1772,naFreguesiadeSantanadoCamiso,comBernardaRodriguesdosSantos, crioulaforra,vivade43anos,equeviviadesualavoura.Emsolicitaodeim-pedimentodematrimnio,alegavaviveremconcubinatocomAntonioGonalves Soares, pardo, que agora decidia casar com a escrava parda Narciza Lopes do Valle. Ao seu favor estavam as seguintes testemunhas: Bernardo da Cruz Caminha, pardo, casado, que vivia do ofcio de carpinteiro, de 40 anos; Antonio Borges dos Santos, crioulo forro, solteiro de 20 anos, que vivia de sua lavoura; e Silvestre Pereira, pardo, solteiro, 20 anos. Segundo relato das testemunhas, e de uma carta de Bernarda , ela e Antonio tinham legtimos esponsais, a ponto de ele ter impedido ela de se casar comJosPereira.DepoisqueelateveumafilhadeJernimodaSilva,elateria solicitadopermissoaAntonio,oqualnegou,dizendoquebemficariaelacasada com ele, se reportando ao Juramento que tinha dado perante o Reverendo Vigrio ParoquialdaMatrizdeSoJosdasItapororocasem1773.Julgou-seprocedente oimpedimento,sendoAntonioimpedidodecasarcomaescravaNarciza23.interessanteperceberogrupodehomenspardoseumcriouloemdefesade Bernarda,mesmotendoelafilhodeumhomem,quenopereciaserseufinado marido,epedidaemcasamentoporoutro,quenoaquelecomquemestava concubinada. No se levantou questes sobre sua honra. Por outro lado, tambm confirmaavantagemqueasmulheresforrastinhamnomercadomatrimonial, Bernardaeraumamulherde43anos,jviva,equejtinhadispensadoum pretendenteemfunodapromessadeoutro.Almdisso,mantinhaumcrculo deprotetoresmasculinosqueintercederamaseufavor.Adecisoetentativade Antoniodemudarparaumaescravapardapodeterumarelaocomacor,o nicoindcioreveladonodocumento,almdaafetividade.As mes solteiras forras, tambm poderiam tentar assumir o papel do pater fam-lias nos matrimnios dos filhos. interessante um fato ocorrido na Freguesia do Monte,termodaViladeSoFranciscodaBarradeSergipedoConde,emabril de1802.DamianadeSouza,mestia,solicitavacomocondioparaseufilho JooAntunesdeSouza,pardo,casarcomAnaMariadoSocorro,queopaida contraente deveria dar antes para ela (me) uma escrava, provavelmente a ttulo de dote, ao que seu filho alegava que tinha 25 anos e era sobre si. Damiana desistiu dasentena24.Ocasamentopoderiaservistocomoumaformadebeneficiara famlia,seguindoamesmaregradomundodoslivres.A indicao ou no da cor nos registros paroquiais pode estar associada diretamente a uma deciso do Vigrio. Guedes chama ateno para o fato de que tais expresses 55AdrianaDantasReis(45-62)so definidas em determinadas situaes sociais, ou seja, necessrio historicizar ascoreseprestaratenodocumentao,quematribuiouauto-atribuiacore de quem faz o registro, alm das variaes nas fontes, etc. (GUEDES 2008: 98). Nos registros de casamento da Penha para os anos de 1762, 1763 e 1768, surgem quatro testemunhasbrancas25.Noentanto,humamudanasubstancialnosregistrosa partirdenovembrode1799,quandocomeaaassinarumnovoVigrio,Manoel JosFreire.Nosseusregistroscomeamaaparecermuitosbrancos,sobretudo comotestemunhas,aumentandotambmosregistrosdepardos.NaPenha,comoemParipe,aindaqueempouquissimaquantidade,tambm aparecem registros de casamento entre homens brancos e mulheres de cor. O por-tugus branco Manoel Fernandes da Costa casou-se em 1768 com a crioula forra Clara Berbarda de So Joo, eram moradores em So Bartolomeu do Piraj, e em 1815 casaram Francisco Marques da Silva, homem branco, e Maria da Asceno, parda26.Aunioentredesiguaisnoserararacomodesaconselhada,optando-sepelasrelaesinformais.Podendoinclusiveconstituircausadesolicitaode impedimento de matrimnio, como a que ocorreu na Freguesia de So Pedro, em 1802,quandoEugniaLuizadeMenezes,quecriouoexpostonaSantaCasade MisericrdiaJooCrisostomo,solicitavaimpedimentodomatrimniodelecom RomanaJoaquinaSantoAgostinho,poisestavacasandosemasuaaprovaoe consentimento, alm do fato dele ser branco e ela parda, mas como a impedinte nocompareceuaudincia,oimpedimentofoianulado27.NaFreguesiadaPenha,acategoriapardorepresentava,principalmente,in-divduoslivres.Noaparecenosregistrosdecasamentosotermomulato,nem mesmo entre os escravos. Os pardos se diferenciavam dos forros e escravos e dos criouloslivres,queexistiamempercentualmenor,cercade8%doscasamentos delivres.Quantofiliao,ospardosgeralmenteeramfilhosdepardos,eem algunscasosfilhosnaturaisdecrioulasoupretas,oufilhoslegtimosdepardos e brancos. Nos registros de matrimnio no h como saber suas ocupaes, mas, nocensode1775ospardosaparecemdaseguinteforma:quinzecostureiras, dois alfaiates, quinze pescadores, um msico, um pintor e um estofador, alm de um soldado-pedreiro e um soldado-carpinteiro. A grande maioria dos pardos no eranaturaldaPenha,algunspoucos,inclusive,residiamemoutrasfreguesiase casavamcommulheresdaPenha. Nos registros de 1762 a 1801 no existem crioulos livres, apenas crioulos escravos ouforros.Apartirde1801surgem33criouloslivres,sendoamaiorincidncia (21) aps 1817. Entre aqueles para os quais foi possvel identificar a filiao, em 56PerspectivasPortugueseJournalofPoliticalScienceandInternationalRelations,N.10,June2013tornodeoitosofilhoslegtimos,geralmentedecrioulos.Ouseja,esseslivres crioulossofilhosdeex-escravosoupessoaslivresdecorjnascidasnoBrasil, nesse caso, crioulo representava a cor/qualidade, os pretos livres e que no ascen-deram socialmente. Mas alguns pardos so filhos de crioulos, o que pode aparecer comosegundageraodelivresdecorouqueascenderamsocialmente.Ainda ser necessrio estabelecer cruzamentos com registros de batismos e outras fontes, mas j possvel afirmar que os dados chamam ateno para a necessidade depesquisasdeflegosobremestiagemnaBahia,eespecficassobrepardos. A maioria deles era composta de filhos legtimos, sendo que a quantidade maior paraosculoXVIII.Nofoipossvelaindaverificarestudosdecasosmais especficosqueatestemmobilidade,noentanto,ofatodospardoslivresemsua maioria serem filhos legtimos pode representar a importncia do casamento para pessoasdecoremmobilidadesocial,casaisformaisreproduzemaestratgiado casamentonasgeraesseguintes.Fazendocruzamentonominativodosassentosdecasamentocomosdebatismo naPenha(1817a1830)percebem-sealgumasmudanasnasqualidadesdeco-res.Ignacio,nascidoem1817,pardo,erafilhodeIgnacioFernandeseMariada Conceio,declaradospardos;noregistrodecasamentodestesporm,em1808, eles aparecem como cabras28. Do mesmo modo, Mathias Batista e Joana Batista, semrefernciadecornoassentodebatismodesuafilhaRomana,em1819,no casamento aparecem como pardos29. Em 1817, Capito Manoel Anselmo, sem refe-rncia de cor, foi padrinho de batismo de Florinda, escrava adulta de Maria Joana dosPrazeres,eomesmoaparecenosregistrosdecasamentocomopaidePedro Alexandrino, cabra30. Filhos naturais de mulheres crioulas aparecem como pardos oucabras,efilhosdemulherescabrascomopardos.ParaGuedeshaviauma hierarquiafluidadacor,esuamudanasugerenegociaesdoslugaressociais daspessoas/famlias;da,amudanadecorimplicariaumaalianaentregrupos subalternos e as alites dirigentes. A mobilidade social, no acessvel a todos e mani-festa na mudana de cor, contribua para a manuteno das hierarquias sociais, das regras, posto que se d em meio a negociaes entre subalternos e elites dirigentes (GUEDES2008:101).Apenas com a documentao dos registros paroquiais no possvel saber sobre essanegociaoapontadapeloautor,masemoutrasfontesenabibliografia possvelperceberqueexistiamespaosimportantesocupadospelospardos.No 57AdrianaDantasReis(45-62)entanto,acorpardanoeraassociadaapenasaposiosocialdistintadelivres egressos da escravido, mas a uma referncia visual de mesclas biolgicas31 e de cores distintas, pois filhos naturais de crioulas so considerados pardos, ou pardos so confundidos com cabras em documentos distintos. Em Paripe, pode-se citar o caso especfico dos filhos do capito Manuel de Oliviera Barrozo, j mencionado anteriormente,cujascoresdesapareceramdadocumentao(REISALVES2010: 153).Issorepresentaaexpressodeumahierarquia,filhosdeumcapitodono deengenhoeescravosnopodiamserpardosoucrioulosouforros,apesarde, no caso de um dos filhos, em contexto distante do incio do XIX, aparecer a cor. O que parece, por enquanto, que os livres so pardos e no mulatos, e parecem constituir um grupo bem distinto dos outros livres de cor, crioulos em maior n-mero,cabrasempouqussismaquantidade,eoslivressemidentificaodecor.A ausncia das cores persiste nessa documentao, podendo representar brancos oupessoasdecorqueascenderamsocialmente.Masnoapenasumfatorso-cial, a cor um registro visual aliado a questes sociais. Os pardos da Penha e as ausncias de cores em Paripe nos levam a pensar que a pardizao na Bahia nem sempre est visvel, depende de vrios fatores, como quem registra, ou caracters-ticasespecficasdecadafreguesia.Essashierarquiasbaseadasnacor/qualidade aindaprecisamseravaliadascomprofundidade,atravsdemapeamentodas freguesiasdaBahiaeoutroscruzamentosdedados,inclusiveparaperceberas mudanas desses registros e seus significados ao longo do sculo XIX. Mas j se podeperceberqueadenominaopardo,adependerdoregistro,podedefinir estratosintermediriosentreoscriouloslivres,maisprximosdaescravido,e ossemcor,muitosdesses,asim,provavelmentemestiosqueascenderam socialmente.Ofatodeexistiremalgunsbrancosnosdocumentosreforaahi-ptesedequeossemcorpodemser,emgrandemedida,pessoasdecorem mobilidadesocial.Ostestamentoseregistrosdecasamentosebatismossoalgumasdospoucos caminhosparasepercorrerosprocessosinvisveisdamiscigenaobrasileira noperodocolonial.E,definitivamente,esseumtemadamaiorimportncia. Alm da questo geracional que distanciava pardos do cativeiro, ter e reconhecer filhosmestiosinfluencioudeformadecisivaanossaculturaracial,ouseja,a nossa maneira de vivenciar as relaes pautadas na cor da pele, na sua visibilidade ouinvisibilidade.Estabeleceunuancesbaseadasemreferenciaisdeascendncia brancae,dealgumaforma,favoreceuasinjustiassociorraciais.Nosassentos debatismoecasamento,asausnciasdecorpossuemdeterminantesvariadose 58PerspectivasPortugueseJournalofPoliticalScienceandInternationalRelations,N.10,June2013dependemdoolhardequemosregistra,eesseolharpodeserinfluenciadopela posio social, como pode ser visto nos casos dos filhos pardos do capito Barrozo. Ossilnciossobreascores,comcerteza,noconfundiamseuscontemporneos, masconfundemans,historiadores. MAPA1.SalvadoreRecncavoFonte:EntradadaBahiadeTodososSantosMAPA2.DetalhedasFreguesias59AdrianaDantasReis(45-62)GRFICO1.CornosregistosdecasamentodaPenha(1762-1830)GRFICO2.Condiodenubentes.FreguesiaNossaSenhora daPenhadeItapagipe(1762-1830)GRFICO3.Cor/qualidadeeetniasafricanasnoscasamentosda Penha(1762-1830).Foramcontabilizadostodososnubentes,pais dosnubentes,testemunhasesenhoresdeescravos60PerspectivasPortugueseJournalofPoliticalScienceandInternationalRelations,N.10,June2013GRFICO4.CasamentosdeescravoseforrosnaPenha(1762-1830)OutrasrefernciasbibliogrficasBACELAR2001;CASTROFARIA1998;FRAGOSO2007e2009;FARIA2012;GUEDES2002e2006; KRAAY2003;LIMA2003;MATTOS1995;OLIVEIRA2011;PAIVA1995e2008;REIS2010e2012; SOARES2009;VAINFAS2009;VASCONCELOS2009.1AgradeoaoscolegasCaioFigueiredoFernandesAdaneJulianaBarretoFariaque,gentilmente, leramecomentaramaprimeiraversodotexto,comsugestesvaliosas.2possvelquesejaumadasfilhasdoCapitoManoeldeOliveiraBarrozocomaescravaLuzia Jeje.NosdocumentosaparececomoAnaMariaJoaquina,mascomohaviavariaesnosnomes napoca,podeserquesetratedamesmapessoa.(REISALVES2010:174).3Em 1723, por exemplo, mulatos e bastardos foi tema discutido pelo Conselho Ultramarino, a partir deumasolicitaodogovernadordeMinas,paraqueosmulatosnopudessemherdardeseu pai, mesmo que no tivessem outro irmo branco (LARA 2007: 340). Vilhena criticava os mulatos soberbosesuaincompetnciaparagerirbensherdadoscomofilhosilegtimos(VILHENA1969: 136).4CeliodeSouzaMOTA,AfacepardadaConspiraodosalfaiates:homensdecor,corporaes militares e ascenso social em Salvador no final do sculo XVIII. Dissertao de Mestrado UEFS, 2010,p.32.Nemsempreospardosquestionavamapresenadebrancosnahierarquiadesuas tropas,emalgunscasosapresenadebrancospoderiaserutilizadaparagarantiraaceitaode seus pedidos pela coroa. No Rio de Janeiro em 1745, pardos e forros enviaram carta a Lisboa so-licitando a criao de um regimento de trs tropas auxiliares de cavalo e indicavam para homens brancos serem nomeados coronis. O Conselho Ultramarino nega tal solicitao argumentando que: corposdeinfantariadaordenanaseparadosdepardosebastardos()podemseremgrande prejuzodesseEstado(FRAGOSO2010b:285-286).Ressalte-setambmque,atravsdacartargia 61AdrianaDantasReis(45-62)de 22 de maro de 1766, ampliou-se o nmero de milcias pardas na colnia e consequentemente o acesso a altos postos militares como mestre de campo, sargento-mor, coronis, tenentes-coronis ecapites(CRISPIN2011:8). 5EmBluteau,Dicionariode1789,pardoointermedirioentreobrancoeopreto,emestioera ofilhodeEuropeucomndiaoubrancocommulata,cabraeraamisturademulatocompreto (MORAESSILVA1789,Tomo2.VerbeteMestio).6VersobrepadresdecoremobilidadesocialemOLIVEIRA2011:51-66.7Conceito utilizado por Joo Fragoso para pensar processos de mobilidade social de pardos no Rio de Janeiro no sculo XVIII (Fragoso 2010b: 245-294). Talvez seja uma concluso precipitada, mas consideroesseconceitotilparapensaressemovimentoeoutros.8No entanto, os pardos no eram apenas pessoas livres ou libertas, existem tambm escravos pardos nadocumentao,masemnmerobemreduzido.9ParaAntnioCaldasaFreguesiaNossaSenhoradodeParipefaziapartedoRecncavo,mas noMapade1780(citadonanotaseguinte)aparececomolocalizadanoSubrbiodaCidadede Salvador. 10Mapa de enumerao da gente e povo desta capitania da Baa pelas freguesias de suas comarcas 1780.ProjetoResgate,InventrioCastroeAlmeida,documento10701.11NomesmoMapaasFreguesiasmenospopulosassoSantssimoSacramentonaRuadoPasso com1.558pessoaseNossaSenhoradeBrotascom1.575,eNossaSenhoradaVitriacom2.172 pessoas.AmaispopulosaaFreguesiadaScom7.998pessoas.Ibidem.12EntreosrelatospresentesnaDevassadomovimentode1798,segundodepoimentodeJozede FreitasSacotodiz:sucediafalarcomLuisPires,estelhedizia,quetinhaumlivromanuscrito, dadopeloTenenteHermgenesdeAguiar,traduzidoporele,epeloPadreFranciscoAgostinho Gomes, de Francs em Portugus; o qual tratava de desabusar os rapazes religiosos, para adquirirem nmerodegentesuficienteparaumarevoluo,queseprojetavafazernacidade,abemdaqual seformaramosajuntamentosemvriosstios,comonaBarra,emItapagipe,emesmonascasas particulares(MOTA2010,p.47grifosmeus).APenhafoi,portanto,umdosfocosdearticulao entreoslderesdomovimento.13Projeto Resgate Serie Bahia Castro Almeida Mapa dos moradores da freguesia da Penha AHU CU 005-01,cx47,d.8745-8752.14Projeto Resgate Serie Bahia Castro Almeida Mapa dos moradores da freguesia da Penha AHU CU 005-01,cx47,d.8745-8752.15APEB,ColonialeProvincial,PresidenciadaProvncia.QuadrodosNascimentosnaPenha, 1844.16Ktia Mattoso chama ateno para a significativa populao mestia dessa freguesia no sculo XIX (MATTOSO1992:124).AnaAmliaNascimentotambmconfirmapercentuaissemelhantesparao censo de 1855: brancos 32, 43%, pardos 28,42%, crioulos 17,16%, cabras 11,53% e pretos 10,19%. (NASCIMENTO2007:162).17LEV,Livrodeassentodecasamentos,Penha1762-1837,fls.7,10e19.18Idem,fl.131.19LEV,Assentosdecasamentos,Penha,1762-1837,fls.26v,27,27v,29v,41,42,42v,53v,54,54v. 20Emmuitosregistrosnoespecificaoestadocivildosenhor.62PerspectivasPortugueseJournalofPoliticalScienceandInternationalRelations,N.10,June201321IssopodeconfirmaraminhatesedequeocasamentonaBahiaeraparaescravoseoprivilgio desersolteiroparaossenhores. 22SobreaimportnciadoscasamentosparaosafricanoseafricanasminasnoRiodeJaneirover FARIA2012:112-133.23LEV-UCSal(LaboratrioEugnioVeiga,UniversidadeCatlicadeSalvador),Impedimentosde Matrimnio,29deagostode1772,livro329.24LEV-UCSal,ImpedimentosdeMatrimnio,4denovembrode1802,livro329.Noapareceno impedimento a condio de forra. Mas no registro de nascimento de seu filho, em 1774 , ela aparece comoescravadeGonaloFerreiradeSouza,comonoapareceacondiodeescravaem1802, presumiquejfosseliberta.25 LEV-UCSal,Assentodecasamentos,Penha1762-1837,fls.1v,5,5v,22v.26 Ibidem,fls.22v,fl.128.27LEV-UCSal,ImpedimentosdeMatrimnio,livro329.28LEV,Assentodecasamento,fls.25e35v.AssentodeBatismo,Penha1817-1833,fl.1.29Projeto ResgateSerie Bahia CastroAlmeida Mapadosmoradoresdafreguesia daPenha AHU CU 005-01,cx47,d.8745-87522.30LEV,AssentodeMatrimnio,fl.40v.AssentodeBatismo,Penha1817-1833,fl.1v.31Eduardo Frana Paiva discute essa possibilidade de mesclas biolgicas ainda que no seja especfico doperodo(PAIVA2012:20).RefernciasPerspectivasPortuguese JournalofPoliticalScience andInternationalRelations, N.10,June2013,141-154NICPRI2013ISSN1646-2157(print)NICPRI2013142PerspectivasPortugueseJournalofPoliticalScienceandInternationalRelations,N.10,June2013ABREU,MauriciodeAlmeida.2010.GeografiahistricadoRiodeJaneiro,1502-1700.Vol. 2.RiodeJaneiro:AndreaJakobsson.ALDEN, Dauril. 1996. The making of an Enterprise: the society of Jesus in Portugal, its Empire, andbeyond,1540-1750.Stanford:StanfordUniversityPress.ALENCASTRO,LuizFelipede.2000.OTratodosViventes.FormaodoBrasilnoAtlntico Sul.SculosXVIeXVII.SoPaulo:CompanhiadasLetras.ALMADA,Andrlvaresde.1995.TratadobrevedosriosdeGuindoCabo-Verdefeitopelo Capito Andr lvares dAlmada Ano de 1594. Lisboa: Grupo de Trabalho do Ministrio da EducaoparaasComemoraesdosDescobrimentosPortugueses. ALVAR,Manuel.1987.LxicodelmestizajeenHispanoamrica.Madrid:EdicionesCultura Hispnica,InstitutodeCooperacinIberoamericana.AMES,GlennJ.1998.AnAfricanEldorado?ThePortugueseQuestforWealthandPower inMozambiqueandtheRiosdeCuama,c.1661-1683.InternationalJournalofAfrican HistoricalStudies31.1:91-110.Anais da Biblioteca Nacional. 1951. Vol. 71. Rio de Janeiro: Officinas Graphicas da Biblio-tecaNacional.ANCHIETA,Josde.1984.Cartas.SoPaulo:Loyola.IDEM.1988.Cartas:informaes,fragmentoshistricosesermes.BeloHorizonte:Itatiaia; SoPaulo:Edusp.IDEM.1999.AutodeSoLoureno.SoPaulo:MartinsFontes.ANDAYA, Leonard Y. 1995. The Portuguese Tribe in the Malay-Indonesian Archipelago in the Seventeenth and Eighteenth Centuries. In Francis A. DUTRA e Joo Camilo dos SANTOS (eds.), ThePortugueseandthePacific.SantaBarbara:CenterforPortugueseStudies.129-148.IDEM.2010.TheinformalPortugueseempireandtheTopassesintheSolorarchipelago andTimorintheseventeenthandeighteenthcenturies.JournalofSoutheastAsianStud-ies41.3:391-420.ANDRADE,AntnioAlbertode(ed.).1955.RelaesdeMoambiqueSetecentista.Lisboa: AgnciaGeraldoUltramar.ANGLERA,PedroMrtirde.1989.DcadasdelNuevoMundo.Madrid:EdicionesPolifemo.ANZAI, Leni Caselli e Maria Cristina Bohn MARTINS (org.). 2008. Histrias coloniais em reas defronteiras:ndios,jesutasecolonos.SoLeopoldoRS:Oikos;Unisinos;Cuiab,MT: EDUFMT.ARAJO,UbiratanCastrode.2001.APolticadosHomensdeCornoTempodaIndepen-dncia.CLIO.RevistadePesquisaHistrica19:7-27[ProgramadePs-Graduaoem Histria.UFPE.Recife:Ed.Universitria].AVELAR,Pedro.2012.HistriadeGoadeAfonsodeAlbuquerqueaVassaloeSilva.Lisboa: TextoEditores.AXELSON,EricA.(ed.).1959.ViagemquefezoPadreAntonioGomes,daCompanhiade Jesus,aoImperiodeMonomotapa[1648].Stvdia3:155-242.143Referncias(141-154)IDEM. 1960. Portuguese in South- East Africa. 1600-1700. Joanesburgo: Witwatersrand Uni-versityPress. AZEVEDO, Joo Lcio de. 1921. Os processos da Inquisio como documentos da histria. BoletimdaUniversidadedeCoimbra.ClassedeLetras13:1-21.BACELAR,Jeferson.2001.AHierarquiadasraas.NegrosebrancosemSalvador.Riode Janeiro:Pallas. BARROS, Joo de. 1945. sia. Dcada Segunda. Actualizao ortogrfica e anotaes de Her-nniCidade,anotaeshistricasdeManuelMrias.Lisboa:Agncia-GeraldasColnias [reed.digital1998,Lisboa:CNCDP,col.Ophir].BENCI,Jorge.1977.Economiacristdossenhoresnogovernodosescravos.SoPaulo: Grijalbo.BERNAND, Carmen e Serge GRUZINSKI. 1993. Historia del Nuevo Mundo. Los mestizages, 1550-1640.Mxico:FondodeCulturaEconmica.BETHENCOURT,Francisco.2004.Oimaginriodamagia:feiticeiras,adivinhose curandeirosemPortugalnosculoXVI.SoPaulo:CompanhiadasLetras.BLUTEAU,Rafael.1712-1728.VocabularioPortuguez&Latino,aulico,anatomico,ar-chitectonico.Coimbra:RealCollegiodasArtesdaCompanhiadeJesu;Lisboa: PascoaldaSylva;JosephAntoniodaSylva;PatriarcalOfficinadaMusica. Disponvelemhttp://www.ieb.usp.br/online/dicionarios/bluteau/imgDicionario.asp?arqImg=2425&vol=3&vvcont=17105&vtabela=tabBluteauEBOAS,Franz.2010[19381].Amentedoserhumanoprimitivo.Petrpolis:Vozes.BOCARRO,Antnio.1992.OLivrodasPlantasdetodasasfortalezas,cidadesepovoaesdo Estado da ndia Oriental. Transcrio, estudo histrico, codicolgico, paleogrfico e ndices porIsabelCID.Vol.II.Lisboa:ImprensaNacional-CasadaMoeda.BOUCHON,Genevive.1999.Indedcouverte,Inderetrouve(1498-1630).tudesdhistoire indo-portugaise.Paris-Lisboa:CCCG-CNCDP.BOXER, Charles R. 2002. O Imprio Martimo Portugus, 1415-1825. So Paulo: Companhia dasLetras.BRAGANAPEREIRA,A.B.de(ed.).1938.ArquivoPortugusOriental(NovaEdio).Tomo IV.Vol.II.ParteIII.Bastor:TipografiaRangel.BRAUDEL,Fernand.1983.OMediterrneoeoMundoMediterrniconapocadeFelipeII. SoPaulo:MartinsFontes.IDEM. 1995. Civilizao Material, Economia e Capitalismo. Sculos XVI-XVIII. As estruturas docotidiano.SoPaulo:MartinsFontes.CALAINHO,DanielaBuono.2006.UmescravonasmalhasdoSantoOfcio:FranciscoAn-tnio e o curandeirismo africano no Imprio Portugus. In Ronaldo VAINFAS et al. (orgs.). RetratosdoImprio:trajetriasindividuaisnomundoportugusnossculosXVIaXIX. Niteri:EdUFF.207-217.144PerspectivasPortugueseJournalofPoliticalScienceandInternationalRelations,N.10,June2013IDEM. 2008. Metrpole das mandingas: religiosidade negra e Inquisio portuguesa no Antigo Regime.RiodeJaneiro:Garamond.CAMINHA.ProVazde.1974.Cartaael-reiD.ManuelsobreoachamentodoBrasil(1de maiode1500).Introduo,actualizaodotextoenotasdeM.ViegasGuerreiro;leitura paleogrficadeEduardoNunes.Lisboa:ImprensaNacional-CasadaMoeda.CAMPBELL, Gwyn. 2008. The African-Asian Diaspora: Myth or Reality? In Shihan de Silva JAYASURIYA and Jean-Pierre ANGENOT (eds.). Uncovering the History of Africans in Asia. Leiden: Brill.37-56.CARDOSO, Hugo C. 2010. African slave population of Portuguese India: Demographics and impactonIndo-Portuguese.JournalofPidginandCreoleLanguages25.1:95-119.CARDOSO,V.M.2010.Emblemasagitado:osjesutaseopatrociniumdeSoSebastio no Rio de Janeiro, scs. XVI-XVII. Dissertao de Mestrado. Seropdica RJ: Universidade FederalRuraldoRiodeJaneiro.CARERI,Francesco.1700.GirodelMondodelDottorD.GioFrancescoGemelliCareri. ParteTerzaContenentelecosepiragguardevolivedutenellindostan.Npoles:Giuseppe Roselli.CARLETTI, Francesco. 1701. Ragionamenti di Francesco Carletti Fiorentino sopra le cose da lui vedutenesuoiviaggisidellIndieOccidentalieOrientali.Florena:GiuseppeManni.CASTANHEDA,FernoLopesde.1833.HistriadoDescobrimentoeConquistadandiapelos portugueses.LivroIII.Novaed.Lisboa:TypographiaRollandiana.IDEM. 1924. Histria do Descobrimento e Conquista da ndia pelos portugueses. Vol. I. 3. ed. revistaeanotadaporPedrodeAzevedo.Coimbra:ImprensadaUniversidade.CASTRO,Celso(org.).2010.FranzBoas.AntropologiaCultural.RiodeJaneiro:JorgeZahar Ed.CASTROFARIA,Sheilade.1998.Acolniaemmovimento.Fortunaefamlianocotidiano Colonial.RiodeJaneiro:NovaFronteira.COLLADO,Diego,O.P.2005a.MODVSCONFIDENTIetEXAMINANDI(Roma,1632)daautoriade frei dominicano Diego Colhado: Confisses dos pecados dos crentes japoneses seiscentistas contraoquintomandamentodeMoiss.TraduointegralportuguesadeHinoHIROSHI, JournaloftheRyutsuKeizaiUniversity15.2.IDEM.2005b.MODVSCONFIDENTIetEXAMINANDI(Roma,1632)daautoriadefreidominicano Diego Colhado: Confisses dos pecados dos crentes japoneses seiscentistas contra o sexto mandamentodeMoiss.TraduointegralportuguesadeHinoHIROSHI,Journalofthe RyutsuKeizaiUniversity40.1.CORRA,EliasAlexandreSilva.1937.HistriadeAngola.Lisboa:tica.CORREIA, Alberto Carlos Germano da Silva. 1948-54. Histria da colonizao portuguesa na ndia.5vols.Lisboa:AgnciaGeraldasColnias.CORTESO,Armando(ed.).1978.ASumaOrientaldeTomPireseoLivrodeFranciscoRo-drigues.Coimbra:ActaUniversitatisConimbrigensis.145Referncias(141-154)COURTOIS,JosVictor.1885.TerrasdeMacanga.Relatriosobreaminhaviagem,em companhiadoEx.moSr.GovernadordesteDistricto,LuizJoaquimVieiraBraga,sTer-rasdeMacanga.8a17deJulhode1885.BoletimdaSociedadedeGeographiadeLisboa 5.1:502-520.COUTO,Diogode.1783.Dasia.DcadaStima.ParteSegunda.Lisboa:RegiaOfficina Typografica. CRISPIN, Ana Carolina Teixeira. 2011. Alm do acidente pardo: os oficiais das milcias pardas dePernambucoeMinasGerais(1766-1807).DissertaodeMestradoemHistria.UFF.CRUZ, Maria Augusta Lima. 1996. Degredados e arrenegados portugueses no espao ndico, nosprimrdiosdosculoXVI.PovoseCulturas5:41-61.CUNHA, Pedro Henrique da. 1790. Notcia curiosa a beneficio da Fazenda de Santa Cruz que foidosdenominadosjesutas.RiodeJaneiro:ManuscritodaBibliotecaNacional.DAREZZO,Restoro.1859.LacomposizionedelmondodiRistorodArezzo:testoitaliano del1282,publicatodaEnricoNarducci.Roma:TipografiadelleScienzeMatematichee Fisiche.DEBRET,JeanBaptiste.1989.ViagempitorescaehistricaaoBrasil.TomoIII.BeloHori-zonte:Ed.Itatiaia.DELUMEAU,Jean.1989.NascimentoeafirmaodaReforma.SoPaulo:Pioneira. DEMTRIO,DeniseVieira.2008.FamliasescravasnorecncavodaGuanabara:sculos XVIIeXVIII.DissertaodeMestrado,UniversidadeFederalFluminense.DENOIX, Sylvie. 2006. La servilit, une condition ncessaire pour devenir prince: les Mamlks (gipte,Syrie,1250-1517).InCarmenBERNANDeAlessandroSTELLA(orgs.).Desclaves soldats.Miliciensetsoldatsdorigineservile,XIIIe-XXIesicles.Paris:LHarmattan.39-51.DIAS, Andrea Simone Barreto e Suely Creuza Cordeiro de ALMEIDA. 2007. Atuao franciscana emPernambucocolonialocasodafestadospardosnoLivramento1745.InAnais EletrnicosIColquiodeHistriadaUniversidadeFederalRuraldePernambuco.Brasile Portugal:nossahistriaontemehoje.Recife:UFRPE.DOMINGUES,ngela.2000.Quandoosndioseramvassalos:colonizaoerelaesdepoder noNortedoBrasilnasegundametadedosculoXVIII.Lisboa:CNCDP.ELTON,G.R.1985.AEuropaduranteaReforma,1517-1559.Lisboa:Presena.ENNAJI,Mohammed.2007.Lesujetetlemamelouk.Esclavage,pouvoiretreligiondansle monderabe.Paris:ditionsMilleetunenuits.ESPADA, Maria de Jesus. 2009. Io Dali Vos Mori. Retrato sumrio de uma comunidade luso-descendenteemTugu.Lisboa:Prefcio. ESPNDOLA,HarufSalmen.2005.SertodoRioDoce.Bauru,SoPaulo:EDUSC.FARIA,JulianaBarreto.2012.Sobogovernodasmulheres:casamentoedivrcioentre africanas e africanos minas no Rio de Janeiro do sculo XIX. In Giovana XAVIER, Juliana Barreto FARIAS e Flvio GOMES (orgs.), Mulheres negras no Brasil escravista e do ps-abolio. SoPaulo:SeloNegro.112-133.146PerspectivasPortugueseJournalofPoliticalScienceandInternationalRelations,N.10,June2013FARIA,PatriciaSouzade.2010.GuerreirosesacerdotesaserviodElRei:ascastas naescritadocleronativodandiaPortuguesa(sculoXVIII).19p.Emlinhaemhttp://www.iseg.utl.pt/aphes30/docs/progdocs/PATRICIA%20SOUZA%20DE%20FARIA.pdfFIGUEIREDO JNIOR, Joo Manuel Pacheco de. 1963. Goa Pr-Portuguesa [1. parte]. Stvdia 12:141-259.FLORES,JorgeManuel.1995.Comunicao,informaoepropaganda:osJurubaaseo usodoportugusemMacaunaprimeirametadedosculoXVII.InEncontroPortugus LnguadeCultura.Actas.Macau:IPOR.107-121. FORBES,JackD.1988.BlackAfricans&NativeAmericans.Color,RaceandCasteinthe EvolutionofRed-BlackPeoples.Oxford:BasilBlackwellLtd.FRAGOSO,Joo.2007.Fidalgoseparentesdepretos:notassobreanobrezaprincipalda terradoRiodeJaneiro(1600-1750).InJooFRAGOSO,CarlaMariaCarvalhodeALMEIDA eAntonioCarlosJucdeSAMPAIO.Conquistadoresenegociantes:HistriasdeelitesnoAn-tigoRegimenostrpicos.AmricaLusa,SculosXVIaXVIII.RiodeJaneiro:Civilizao Brasileira,33-120.IDEM.2009.OcapitoJooPereiraLemoseapardaMariaSampaio:notassobrehie-rarquiasruraiscostumeirasnoRiodeJaneirodosculoXVIII.InMnicaRibeirode OLIVEIRA,CarlaMariaCarvalhodeALMEIDA(orgs.).Exercciosdemicro-histria.Riode Janeiro:EditoraFGV.157-207. IDEM.2010a.Efigniaangola,FranciscaMunizforraparda,seusparceirosesenhores: freguesiasruraisdoRiodeJaneiro,sculoXVIII.Umacontribuiometodolgicaparaa histriacolonial.TOPOI11.21(jul.-dez.):74-106.IDEM. 2010b. Capito Manuel Pimenta Sampaio, senhor de engenho do Rio Grande, neto deconquistadoresecompadredeJooSoares,pardo:notassobreumahierarquiasocial costumeira(RiodeJaneiro,1700-1760).InNatramadasredes.Polticaenegciosno ImprioPortugus,sculosXVI-XVIII.RiodeJaneiro:CivilizaoBrasileira.243-294.FREYRE, Gilberto. 1990 [19331]. Casa Grande & Senzala. Formao da famlia brasileira sob oregimedaeconomiapatriarcal.RiodeJaneiro:Record.IDEM. 1996 [19361]. Sobrados e mucambos. Introduo histria da sociedade patriarcal no Brasil.RiodeJaneiro:Record.FRIS,LusS.J.1982-1983.HistoriadeJapam.J.WICKI(ed.).Vols.IIIeIV.Lisboa:Bib-liotecaNacional.IDEM.1993.Europa,Japo,umdilogocivilizacionalnosculoXVI.Tratadoemquese contmmuitosucintaeabreviadamentealgumasdiferenasdecostumesentreagentede EuropaeestaprovnciadeJapo.ApresentaodeJ.M.GARCIAefixaodetextoenotas porRaffaellaDINTINO.Lisboa:CNCDP.GALVO,Antnio.1731.Tratadodosdescobrimentosantigos,emodernos:feitosateaera de1550:comosnomesparticularesdaspessoasqueosfizero:eemquetempos,eassuas alturas, e dos desvairados caminhos por onde a pimenta, e especiaria veyo da India s nossas partes.Lisboa:OfficinaFerreiriana.147Referncias(141-154)GANDON,TaniadeAlmeida.1997.Ondioeonegro:umarelaolegendria.Afro-sia 19-20:135-164.GARCILASODELAVEGA,Inca.1995.ComentariosRealesdelosIncas.2vols.Mxico:Fondo deCulturaEconmica.GODINHO, Vitorino Magalhes. 1981-1984. Os Descobrimentos e a Economia Mundial. 4 vols. Lisboa:EditorialPresena.GRACIN DE LA MADRE DE DIOS, Jernimo. 2006. Tratado de la redencin de cautivos en que se cuentan las grandes miserias que padecen los cristianos que estn en poder de infieles, y cun santaobrasealadesurescate[Bruxelas16091].Sevilla:EdicionesEspueladePlata.GRAY,Richard.1971.PortugueseMusketeersontheZambezi.JournalofAfricanHistory 12.4:531-533.GRUZINSKI, Serge. 1994. Las repercusiones de la conquista: la experiencia novohispana. In CarmenBERNAND(ed.).Descubrimiento,conquistaycolonizacindeAmricaaquinientos aos.Mxico.FondodeCulturaEconmica,148-171.GRUZINSKI, Serge. 1999. La pense mtisse. Paris: Fayard [O pensamento mestio. So Paulo: CompanhiadasLetras].IDEM.2004.LesQuatrePartiesduMonde:historiedunemondialisation.Paris:ditionsde LaMartinire.GUEDES, Roberto. 2002. Bibiana, Maria, Ana, Micaela Joaquina e outras escravas: estratgias demobilidadesocialdemulherescativas.PortoFelizeRiodeJaneiro(primeirametade dosculoXIX).RevistaEstudosdeHistria9.2:255-279.IDEM. 2006. Sociedade escravista e mudana de cor. Porto Feliz, So Paulo, sculo XIX. In JooFRAGOSOetal.(orgs.),NasrotasdoImprio.Vitria:Edufes;Lisboa:IICT.447-488.IDEM. 2008. Egressos do cativeiro: trabalho, famlia, aliana e mobilidade social. Porto Feliz, SoPaulo,c.1798-c.1850.RiodeJaneiro:MauadX:FAPERJ.HALICZER, Stephen. 1998. Sexualidade no confessionrio: um sacramento profanado. Lisboa: Europa-Amrica.HESPANHA, Antnio Manuel. 2010. Antigo Regime nos Trpicos? Um debate sobre o modelo polticodeimpriocolonialportugus.InJooFRAGOSOE.M.F.GOUVA(orgs.)Natra-madasredes.PolticaenegciosnoImprioPortugus,sculosXVI-XVIII.RiodeJaneiro: CivilizaoBrasileira.43-93.HEYWOOD, Linda M. 2008. De portugus a africano: A origem centro-africana das culturas atlnticas crioulas no sculo XVIII. In Linda M. HEYWOOD (org.). Dispora negra no Brasil. SoPaulo:Contexto.ISAACMAN, Allen. 1972. Mozambique: the Africanization of a European Institution. The Zambezi prazos,1750-1902.Madison:UniversityofWisconsinPress. IDEM.1973.TheOrigin,FormationandEarlyHistoryoftheChikundaofSouthCentral Africa.JournalofAfricanHistory13.3:443-461.JABOATO,FreiAntniodeSantaMaria.1758.Jaboatomysticoemcorrentessacrasdivi-148PerspectivasPortugueseJournalofPoliticalScienceandInternationalRelations,N.10,June2013dido.Correnteprimeirapanegyrica,emoral,offerecida,debaixodaproteodamilagrosa imagem do Senhor Santo Amaro, venerada na sua igreja matriz do Jaboato, ao ilustrissimo e excelentissimo senhor Luiz Jos Correa de S, governador de Pernambuco. Lisboa: Antonio VicentedaSilva.JENNES, Joseph. 1973. A History of the Catholic Church in Japan from its beginning to the early Meijiera(1549-1873).Ashorthandbook.Tquio:OriensInstituteforReligiousResearch.KERN,ArnoAlvarez.1999.NasfronteirasdoBrasilmeridional:jesutas,bandeirantese Guaranis.InAformaoterritorialdoBrasil.Oceanos40(out/dez):112-126.KRAAY,Hendrik.2003.Identidaderacialnapoltica1790-1840.InIstvnJANCS(org.), Brasil:formaodoEstadoedaNao.SoPaulo:HUCITEC,Ed.Uniju-Fapesp.LAMARCK, Jean-Baptiste. 1802,Hydrogologie. Paris: lAuteur au Musum dHistoire Naturelle, AgasseImpr.-Lib.,MaillardLib.LARA, Silvia Hunold. 2007. Fragmentos setecentistas: escravido, cultura e poder na Amrica portuguesa.SoPaulo:CompanhiadasLetras.LAS CASAS, Bartolom de. 1875. Historia de las Indias escrita por fray Bartolom de las Casas Obispo de Chiapas ahora por primera vez dada luz por el Marqus de la Fuensanta del Valle yD.JosSanchoRayon.Madrid:ImprentadeMiguelGinesta.LEITE, Serafim. 1954. Cartas dos primeiros jesutas do Brasil (1538-1553). Vol. I. So Paulo: ComissodoIVCentenriodacidadedeSoPaulo.IDEM.2000.HistriadaCompanhiadeJesusnoBrasil.BeloHorizonte:Itatiaia.LEWCOWICZ,Ida.1987.Afragilidadedocelibato.InLanaLagedaGamaLIMA(org.). Mulheres,adlterosepadres:histriaemoralnasociedadebrasileira.RiodeJaneiro:Dois Pontos.55-68.LIMA, Ivana Stolze. 2003. Cores, marcas e falas. Sentidos da mestiagem no Imprio do Brasil. RiodeJaneiro:ArquivoNacional.LIMA, Lana Lage da Gama. 1990. A confisso pelo avesso: o crime de solicitao no Brasil Colonial.TesedeDoutoramento,DepartamentodeHistriadaFFLCHdaUniversidade deSoPaulo.LOBATO, Manuel. 2011. Lusofonia desaparecida e identidade no arquiplago malaio-indon-sio. Gnese e marginalizao das comunidades de origem portuguesa: o caso de Amboino. InAnaMariaCORREIAeIvoCarneirodeSOUSA(eds.),Lusofonia.EncruzilhadasCulturais. Macau:SaintJosephAcademicPress.48-68.LODOO, Fernando Torres. 1989. O crime do amor. In Maria Angela DINCAO (org.). Amor efamlianoBrasil.SoPaulo:Contexto.17-30.LOURENO, Clia Maria Duarte. 2010. A viso da mulher asitica no sculo XVI atravs do olhardeDuarteBarbosaedeTomPires.DissertaodeMestradoemEstudosPortu-guesesMultidisciplinares,Lisboa:UniversidadeAberta. LUZ,GuilhermeAmaral.2001.OsjustosfinsdaFranaAntrtica.Locus.Revistade Histria7.1:63-78.149Referncias(141-154)MANDELSLO, J. Albert de. 1669. The Voyages and Travels of J. Albert de Mandelslo (A Gentle-manbelongingtotheEmbassy,sentbytheDukeofHolsteintothegreatDukeofMuscovy, andtheKingofPersia).RendredintoEnglishbyJohnDaviesofKidwelly.TheSecond EditionCorrected.Londres:J.StarkeyandT.Basset.MATTOS,HebeMaria.1995.Dascoresdosilncio.Ossignificadosdaliberdadenosudeste escravistaBrasilsculoXIX.RiodeJaneiro:ArquivoNacional.IDEM.2000.EscravidoecidadanianoBrasilMonrquico.RiodeJaneiro:Zahar.MATTOSO,KtiaM.deQueirs.1992.ABahianosculoXIX.UmaprovncianoImprio. RiodeJaneiro:NovaFronteira. MAURO,Frdric.1989.Portugal,oBrasileoAtlntico:1570-1670.Lisboa:Estampa. MEA,ElviraCunhadeAzevedo.1999.OcotidianoentreasgradesdoSantoOfcio.In NachmanFALBELetal.(eds.).Emnomedaf.EstudosinmemoriamdeEliasLipiner.So Paulo:Perspectiva.MELLO, Jos Antnio Gonsalves de e Cleonir Xavier de ALBUQUERQUE (orgs.). 1997. Cartas de DuarteCoelhoaElRei.Recife:FundaoJoaquimNabuco/EditoraMassangana.MENDONA, Paulo Knauss de. 1991. O Rio de Janeiro da pacificao: franceses e portugueses na disputacolonial.RiodeJaneiro:SecretariaMunicipaldeCultura,TurismoeEsportes.MESQUITA, Adelaide Sofia dAzevedo Moura de. 1965. Histria da Provncia de Moambique durante a Restaurao. Dissertao de Licenciatura, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.MONTEIRO,JohnManuel.1994.Negrosdaterra.ndiosebandeirantesnasorigensdeSo Paulo.SoPaulo:CompanhiadasLetras.MONTOTO, Santiago. 1927. Coleccin de documentos inditos para la Historia de Ibero-Amrica. TomoI.Madrid:EditorialIbero-Africano-Americana(recopil.).MORAESFILHO,Melo.1896.EchosAfazendadeSantaCruz.RevistadoArquivodo DistrictoFederal1,3. MORAESSILVA,Antoniode.1789.DiccionariodalinguaportuguezacompostopelopadreD. RafaelBluteau,reformado,eaccrescentadoporAntoniodeMoraesSilvanaturaldoRiode Janeiro . Vol. 2. Lisboa: Simo Thaddeo Ferreira. Disponvel em http://www.brasiliana.usp.br (acesso24-10-2012).MOTA,CeliodeSouza.2010.AfacepardadaConspiraodosalfaiates:homensdecor, corporaes militares e ascenso social em Salvador no final do sculo XVIII. Dissertao deMestrado.UEFS.MOTT, Luiz. 2010. Um dominicano feiticeiro em Salvador colonial (1713). In Luiz MOTT, Bahia:Inquisio&Sociedade.Salvador:Ed.UFBA.31-40.NASCIMENTO, Anna Amlia Vieira. 2007. Dez freguesias da cidade de Salvador: aspectos sociais dosculoXIX.Salvador:EDUFBA.NEVES,MariadeFtimaR.das.1993.Osacrilgiopermitido:filhosdepadresemSo PauloColonial.InMariaLuizaMARCILIO(org.).Famlia,mulher,sexualidadeeIgrejana histriadoBrasil.SoPaulo:EdiesLoyola.135-189.150PerspectivasPortugueseJournalofPoliticalScienceandInternationalRelations,N.10,June2013NEWITT,M.D.D.1968.ThePortugueseontheZambesifromtheSeventeenthtotheNine-teenthCenturies.Race&Class9:477-498.NBREGA,Manoelda.1988.CartasdoBrasil,1549-1560.BeloHorizonteeSoPaulo:Ita-tiaiaeEdusp. OKADA,Akio.1977.KirishitanDaimyo.KyoikuSha.OLIVEIRA, Anderson Jos Machado de. 2011. Padre Jos Mauricio: dispensa da cor, mobi-lidade social e recriao de hierarquias na Amrica portuguesa. In Roberto GUEDES (org.), DinmicaImperialnoAntigoRegimePortugus:escravido,governos,fronteiras,poderes, legados.RiodeJaneiro:MauadX,51-66.OLIVEIRA,Ins.1988.OLiberto:seumundoeosoutros.SoPaulo:Corrupio.OLIVEIRA, Joo Pacheco de. 2011. A presena indgena no Nordeste: processos de territoriali-zao,modosdereconhecimentoeregimesdememria.RiodeJaneiro:ContraCapa.ORTIZ,Fernando.1978[19401].Contrapunteocubanodeltabacoyelazcar. Caracas:BibliotecaAyacucho.PAIVA,EduardoFrana.1995.EscravoselibertosnasMinasGeraisdosculoXVIII.Estra-tgiasderesistnciaatravsdostestamentos.SoPaulo:Annablume.IDEM.2001.EscravidoeuniversoculturalnaColnia.MinasGerais,1716-1789.BeloHo-rizonte:EditoradaUFMG.IDEM. 2008. Histrias comparadas, histrias conectadas: escravido e mestiagem no mun-doIbrico.InEduardoFranaPAIVAeIsnaraPereiraIVO(orgs.),Escravido,mestiagem ehistriascomparadas.SoPaulo:Annablume/BeloHorizonte:PPGH-UFMG/Vitriada Conquista:EdiesUESB,13-25.IDEM. 2009.Escravos e libertos nas Minas Gerais do sculo XVIII. Estratgias de resistncia atravsdostestamentos.SoPauloeBeloHorizonte:AnnablumeePPGH-UFMG.IDEM. 2012. Dar nome ao novo: uma histria lexical das Amricas portuguesa e espanho-la,entreossculosXVIeXVIII.Asdinmicasdemestiagemeomundodotrabalho. BeloHorizonte:DissertaoparaProfessorTitularemHistriadoBrasilapresentadaao DepartamentodeHistriadaUniversidadeFederaldeMinasGerais.PAIVA,JosPedro.2002.Bruxariaesuperstionumpassemcaasbruxas,1600-1774. 2.ed.Lisboa:NotciasEditorial.PARS, Luis Nicolau. 2005. O processo de crioulizao no recncavo baiano (1750-1800), Afro-sia33:87-132.PATO,RaimundoAntnioBulho(ed.).1884.CartasdeAfonsodeAlbuquerqueseguidasde documentosqueaselucidam.Vol.I.Lisboa:AcademiaRealdasSciencias.PINTO, Ferno Mendes. 1962. Peregrinaam. Edio prefaciada e organizada por lvaro Jlio daCOSTAPIMPOeCsarPEGADO.2vols.Porto:PortucalenseEditora.PISSURLENCAR,Panduronga.(ed.).1953.AssentosdoConselhodoEstado,1618-1633.Vol.I. Bastor:TipografiaRangel.IDEM.1931.AsprimitivascapitaisdeGoa.OOrienteportuguez30.1:1-20.151Referncias(141-154)POLO,MarcoeRuggeroM.RUGGIERI.1986.IlMilione.Florena:L.S.Olschki.POS, Arie e Rui LOUREIRO (eds.). 1997. Itinerrio. Viagem ou Navegao de Jan Huyghen van LinschotenparaasndiasOrientaisouPortuguesas.Lisboa:CNCDP.PRIORE,MaryDel.1989.Ocorpofemininoeoamor:umolhar,inM.A.DINCAO(org.). AmorefamlianoBrasil.SoPaulo:Contexto.31-56.PROSPERI,Adriano.1995.Omissionrio.InRosrioVILLARI.Ohomembarroco.Lisboa: EditorialPresena.143-171.REGO,A.daSilva(ed.).1952.DocumentaoparaaHistriadoPadroadoPortugusno Oriente.ndia.Vol.VII.Lisboa:AgnciaGeraldoUltramar.IDEM.1963.AsGavetasdaTorredoTombo.Vol.III.Lisboa:CentrodeEstudosHistricos Ultramarinos.REISALVES,AdrianaDantas.2010.Asmulheresnegrasporcima.OcasodeLuziajeje. Escravido,famliaemobilidadesocial.Bahia,c.1780c.1830.TesedeDoutorado. UniversidadeFederalFluminense.REIS, Adriana Dantas. 2010. Luzia jeje, o Capito Manoel de Oliveira Barrozo e seus filhos pardos:quandoasfronteirasdegnerointerferemnashierarquiassociais.Bahia,1780-1822. In Clia Cristina Silva TAVARES e Rogrio de Oliveira RIBAS (orgs.), Hierarquias, raa e mobilidade social. Portugal, Brasil e o imprio colonial portugus (sculos XVI- XVIII). Rio deJaneiro:ContraCapa/Companhiadasndias.151-166.IDEM.2012.Mulheresafro-ascendentesnaBahia:gnero,coremobilidadesocial(1780-1830).InGiovanaXAVIER,JulianaBarretoFARIASeFlvioGOMES(orgs.),Mulheresnegras noBrasilescravistaedops-abolio.SoPaulo:SeloNegro.24-34.REIS.JooJos,1991.Amorteumafesta:ritosfnebreserevoltapopularnoBrasildo SculoXIX.SoPaulo:CompanhiadasLetras.IDEM.1997.Identidadeediversidadetnicanasirmandadesnotempodaescravido. Tempo2.3:1-21.IDEM. 2003. Rebelio escrava no Brasil: a histria do levante dos mals em 1835. 2. ed. rev. eampl.SoPaulo:CompanhiadasLetras. IDEM. 2012. Cor, classe, ocupao etc: o perfil social (s vezes pessoal) dos rebeldes baia-nos,1823-1833.InJooJosREISeElcieneAZEVEDO(orgs.).Escravidoesuassombras. Salvador,EDUFBA.RESTALL,Matthew(ed.).2005.BeyondBlackandRed:African-NativeRelationsinColonial LatinAmerica.Albuquerque:UniversityofNewMexico.RITA-FERREIRA, A. 1966. Os cheuas da Macanga. Loureno Marques: Memrias do Instituto deInvestigaoCientficadeMoambique,SrieC(CinciasHumanas)n.8.RIVARA,J.H.daCunha(ed.).1861-1876.ArchivoPortuguezOriental.Fasc.3e6Suple-mentos.NovaGoa:ImprensaNacional.S,ArturBasliode(ed.).1956.DocumentaoparaaHistriadasMissesdoPadroado PortugusdoOriente.Insulndia.Vol.IV.Lisboa:AgnciaGeraldoUltramar. 152PerspectivasPortugueseJournalofPoliticalScienceandInternationalRelations,N.10,June2013SAMPAIO,AntonioCarlosJucde.2003.NaencruzilhadadoImprio:hierarquiassociaise conjunturaseconmicasnoRiodeJaneiro(c.1650-c.1750).RiodeJaneiro:ArquivoNa-cional. SANTOS, Jocelio Teles. 2005. De pardos disfarados a brancos pouco claros. Classificaes raciaisdoBrasilsculosXVIIIeXIX.Afro-sia32:115-137.SCHOT, Apollonius. 1705. Relation du Voiage du mme Apollonius Schot, fait de Bantam Botton, Solor & Timor (), date le 5. de Juillet 1613. InRecueil des Voiages qui ont servi a ltablissement et aux progres de la Compagnie des Indes Orientales, Forme dans les ProvincesUniesdesPas-bas.T.IV.Amsterdo:EtienneRoger.206-219.SCHUMM, Petra. 1998. El concepto barroco en la poca de la desaparicin de las fronteras. In Petra SCHUMM (ed.). Barrocos y modernos: Nuevos caminos en la investigacin del Barroco iberoamericano.Frankfurt:Vervuert;Madrid:Ibero-Americana.355-369. SCHWARTZ, Stuart B. 2003. Tapanhuns, negros da terra e curibocas: causas comuns e con-frontosentrenegroseindgenas.Afro-sia29-30:13-40.SERRES, Michel. 1992. Filosofia Mestia. Trad. Maria Ignez Duque Estrada. Rio de Janeiro: NovaFronteira. SILVA,CndidodaCostae.2000.Ossegadoreseamesse.OclerooitocentistanaBahia. Salvador:EDUFBA.SILVA, Joaquim Norberto de Souza e. 1854. Memria histrica e documentada das aldeias de ndios da provncia do Rio de Janeiro.Revista do Instituto Histrico e Geogrfico Bra-sileiroXVII.14.SINGH,Anjana.2010.FortCochininKerala,1750-1830:thesocialconditionofaDutch communityinaIndianmilieu.Leiden:Brill. SLAMET-VELSINK, Ina E. 1995. Emerging Hierarchies. Processes of stratification and early state formationintheIndonesianarchipelago:prehistoryandtheethnographicpresent.Leiden: KITLVPress. SOARES, Mrcio de Sousa. 2009. A remisso do cativeiro. A ddiva da alforria e o governo dos escravosnosCamposdosGoitacases,c.1750-c.1830.RiodeJaneiro:Apicuri.SOLRZANOPEREYRA,Juan.1996.Polticaindiana.Madrid:FundacinJosAntoniode Castro.SOUSA, Maria Augusta Veiga e (ed.). 2000. O Livro de Duarte Barbosa (edio crtica e ano-tada).Vol.II.Lisboa:IICT. SOUZA,LauradeMelloe.1986.Opadreeasfeiticeiras:notassobreasexualidadeno Brasil colonial. In Ronaldo VAINFAS (org.). Histria e sexualidade no Brasil. Rio de Janeiro: Graal.9-18.IDEM.1993.InfernoAtlntico:demonologiaecolonizao,sculosXVI-XVIII.SoPaulo: CompanhiadasLetras.IDEM.2009.OdiaboeaterradeSantaCruz:feitiariaereligiosidadepopularnoBrasilco-lonial.SoPaulo:CompanhiadasLetras. 153Referncias(141-154)SUBRAHMANYAM, Sanjay. 1994. Duas perspectivas da Malaca portuguesa na dcada de 1620. InSanjaySUBRAHMANYAM.ComrcioeConflito.APresenaPortuguesanoGolfodeBengala (1500-1700).Lisboa:Edies70.175-200SYMANSKI, Luiz Claudio Pereira. 2011. Cabur. In Nauk Maria de JESUS (org.). Dicionrio deHistriadeMatoGrosso.Perodocolonial.Cuiab:Carlini&Caniato.44.TAYLOR, Jean Gelman. 2009. The social world of BataviaEuropeans and Eurasians in colonial Indonesia.2.ed.Madison:TheUniversityofWisconsinPress.THEAL,GeorgeMcCall(ed.).1901.RecordsofSouth-EasternAfrica.CollectedInVarious LibrariesandArchiveDepartmentsinEurope.Vol.V.Londres:WilliamClowesandSons fortheGovernmentoftheCapeColony.THOMAZ,LusFilipeF.R.1964.OsportuguesesemMalaca(1511-1580).Dissertaode Licenciatura.FaculdadedeLetrasdeLisboa.Vol.I.IDEM.2004.LaprsenceiranienneautourdelocanIndienauXVIesicledaprsles sourcesportugaisesdelpoque.Archipel68:59-158.TODOROV,Tzvetan.2003.AConquistadaAmrica.Aquestodooutro.SoPaulo:Martins Fontes. TRAVASSOS, Simo. 1983.Summario das Armadas que se fizeram, e guerras que se deram na conquista do rio Parahyba; escripto e feito por mandado do muito reverendo padre em Chris-to,opadreChristovamdeGouveia,visitadordaCompanhiadeJesus,detodaaprovncia doBrasil.CampinaGrande:FundaoUniversidadeRegionaldoNordeste/Universidade FederaldaParaba.TREVIRANUS, Gottfried Reinhold. 1802. Biologie oder Philosophie der lebenden Natur. Gttin-gen:JohannFriedrichRwer.VAINFAS, Ronaldo. 1986. A teia da intriga. Delao e moralidade na sociedade colonial. In RonaldoVAINFAS(org.),HistriaesexualidadenoBrasil.RiodeJaneiro:Graal.41-66.IDEM. 1989. Trpico dos pecados: moral, sexualidade e Inquisio no Brasil. Rio de Janeiro: Campus.IDEM. 2009. Colonizao, miscigenao e questo racial: notas sobre equvocos e tabus da historiografiabrasileira.Tempo8:7-22.VALADEZ, Mario Gmez. 2008. Between Linguistic Walls and the Third Space: The Juruba-as Identity and Their Role in Sino-Portuguese Negotiations after the 1622 Dutch Attack. RevistadeCultura.InternationalEdition25(Jan.):21-35.VALIGNANO,Alessandro.1954.SumariodelascosasdeJapon,1583.J.A.ALVAREZ-TALADRIZ (ed.).Vol.I.Tquio:SophiaUniversity.VASCONCELLOS,Simode.1977.CrnicadaCompanhiadeJesus.Petrpolis:Vozes.VASCONCELOS, Jos. 1977 [19251]. La raza csmica: misin de la raza iberoameri-cana.Mxico:EspasaCalpe.VASCONCELOS,PedrodeAlmeida.2009.Complexidaderacial:mitoserealidadesemduas freguesiasdeSalvadorem1775.CadernoCRHXXII.55(jan.-abr.):163-172.154PerspectivasPortugueseJournalofPoliticalScienceandInternationalRelations,N.10,June2013VENNCIO,RenatoPinto.1986.Noslimitesdasagradafamlia:ilegitimidadeecasamento noBrasilcolonial.InRonaldoVAINFAS(org.).HistriaesexualidadenoBrasil.Riode Janeiro:Graal.107-123.VIANA,Larissa.2007.Oidiomadamestiagem.Campinas,SP:EditoradaUNICAMP.VIDE, Sebastio Monteiro da. 2007. Constituies primeiras do Arcebispado da Bahia / feitas, eordenadaspeloilustrssimoereverendssimoD.SebastioMonteirodaVide.Braslia: SenadoFederal,ConselhoEditorial.IDEM. 2010. Constituies Primeiras do Arcebispado da Bahia. Estudo introdutrio e edio deBrunoFEITLEReEvergtonSalesSOUZA,organizaodeIstvanJANCSePedroPUNTONI. SoPaulo:EditoradaUniversidadedeSoPaulo.VILHENA,LuisdosSantos.1969.ABahianosculoXVIII.Vols.1e2.Salvador:Ed.Ita-pu.Vocabulario da Lingoa de Japam com a declarao em Portugus, feito por alguns Padres, e IrmosdaCompanhiadeIesu.ComLicenadoOrdinrio,&SuperioresemNangasaqui noCollegiodeIapamdaCompanhiadeIesus.AnnoMDCIII.WAGNER,AnaPaula.2007.Moambiqueeseudiminutonmerodehabitantes:recense-amentosdapopulaodafricaOrientalportuguesanoltimoquarteldosculoXVIII. Dilogos11.1/2:239-266. WALLERSTEIN,Immanuel.1974.TheModernWorldSystem.Londres:AcademicPress.IDEM.1999.RepassoTerico.Elmodernosistemamundial:laagriculturacapitalistaylos orgenesdelaeconomia-mundoeuropeaenelsigloXVI.MxicoD.F.:SigloVeintiuno.WETZEL,HerbertEwaldo.1972.MemdeS:terceirogovernadorgeral(1557-1572).Riode Janeiro:ConselhoFederaldeCultura. WICKI,Joseph(ed.).1962.DocumentaIndica(1566-1569).Vol.VII.Roma:Institutum HistoricumSocietatisIesu.XAVIER,ngelaBarreto.2006.Deconversoanovamenteconvertido.Identidadepoltica ealteridadenoreinoenoimprio.Cultura.RevistadeHistriaeTeoriadasIdeias.Srie II22:245-274.IDEM.2007.Nobrespergerao.Aconscinciadesidosdescendentesdeportuguesesna Goaseiscentista.Cultura.RevistadeHistriaeTeoriadasIdeias.SrieII24:89-118.IDEM.2008.DissolveraDiferena.ConversoeMestiagemnoImprioPortugus.In ManuelVILLAVERDEetal.(eds.).Itinerrios:AInvestigaonos25AnosdoICS.Lisboa: ImprensadeCinciasSociais.709-727.Abstracts/ResumosPerspectivasPortuguese JournalofPoliticalScience andInternationalRelations, N.10,June2013,157-161 NICPRI2012ISSN1646-2157(print)NICPRI2012Abstracts/Resumos(157-161)159Identidadesemestiagensentrenegrosendioseocontrole daCompanhiadeJesusnoRiodeJaneirocolonialAbstract: In 1757, two years before the expulsion of the Society of Jesus of the kingdoms of Portugal, theordermanagedinthecaptaincyofRiodeJaneiro,eightfarmsandfiveindigenousvillages.This meantthattherewasapopulationintheirfarmsaround2616slavesand1810indigenousintheir villages.Althoughthereareclearlydifferentiatedadministrationpoliciesforindigenouspeopleandslaves,it was inevitable that this population that lived under the spiritual and temporal care of Jesuits constantly shifted between the farms and resorts not only in moments of festivities, but also during the realization of activities related to different needs. Such moves have provided various sexual encounters, legitimized ornotbytheChurch.Anyway,thesemeetings,althoughprohibitedbylawinmanymoments,were oneofthemainwaystolessentheculturaldifferencesbetweenthetwogroupsandallowedthe developmentofamestizoculture,althoughrootedinslavery.On the other hand, these meetings were not sufficient to prevent, at times, conflicts between the two groups, thus demonstrating the limits not only of the control exercised by the Jesuits and by society, butalsotheveryedgeofbiologicalandculturalmiscegenation.Keywords:Jesuits;RiodeJaneiro;slavery;Indians;Blackpeople;miscegenation. PardosnaBahia:casamento,coremobilidadesocial,1760-1830Abstract:Thispaperanalyzesthemeaningsofcolors/qualitiesandthematrimonialarrangements ofslaves,freedmenandfreecoloredpeopleintheParishofNossaSenhoradaPenhadeItapagipe, establishing some comparisons with the Parish of Nossa Senhora do de Paripe, both of them in the city of Salvador, Bahia, 1760-1830. These marriages records draw attention to the paradox unmarried gentlemen/marriedslaves,andtotheimportanceofmarriageforthesocialascentoffreedmen, especiallymen.Theyalsoprovidefurtheranalysisonthefreepardosgroup,usuallylegitimatesons, attestingtheimportanceofmarriageforindividualsinsocialmobilityprocess.Furthermore,it speculates on marriages without color identification, proposing that many of those who had silenced about their color could have been mestizo people which had experienced social ascension. The pardos, astheydistancedthemselvesfromslaverythroughgenerations,cametocomposeanintermediary social group placed between free criolos and whites, or people without color identification. This group of free pardos had an important political role in the 1798s movement, as in others, in the context of Independence, fighting for social spaces already occupied or demanding the opening of new ones. Then, havingnotonlyasocialmeaningbutalsoapoliticalone,thepardocolorbroughtthenovelty.Keywords:Color/quality;pardos;marriages;slavery;socialmobility.PerspectivasPortugueseJournalofPoliticalScienceandInternationalRelations,N.10,September2013AEuropa,PortugaleosDesafiosdaGlobalizao:PerspectivasTransdisciplinares164Perspectivas#9AEuropa,PortugaleosDesafiosdaGlobalizao:PerspectivasTransdisciplinares165EditorialPolicyThe Perspectivas Portuguese Journal of Political Science and International Relations is a peer reviewed journal with external blind referee system which aims at publishing high quality articles that may bring innovative and significant theoretical, conceptual, methodologicalandempiricalcontributionstothefieldsofPoliticalScienceandIn-ternationalRelations. ThePerspectivashasaparticularinterestininterdisciplinaryapproachestothePor-tuguese and Lusophone political spaces, whether through comparative or single case--study analysis, but by no means restricts its interests to these spaces, welcoming any relevantcontributionfromandaboutdifferentpartsoftheWorld.PerspectivasPortugueseJournalofPoliticalScience andInternationalRelationsThe Perspectivas accepts original articles which are not under consideration elsewhere at the time ofsubmission. Policyfornon-originalarticles Asnorm,theJournaldoesnotacceptforpubli-cationasoriginals,articlesthathavebeenpub-lished elsewhere in languages different from that ofsubmission.However,articlespublishedelse-where(regardlessoforiginallanguage)maybe exceptionally considered by the Journal, provided thattheauthorsstateclearlyinthesubmission form that the article is not an original and prove to have permission to reproduce copyright material (seemoreinformationinCopyrightPolicy).SpecialissuesThe Journal welcomes proposals for Special Issues. Proposalsfororganisingspecialissuesshouldbe sent directly to [email protected] Bookreviewsmaybesubmittedatanytime. Theymaybeupto1000words,andfollowthe journalseditorialstyle(seeGuidelinesforAu-thors).GeneralGuidelinesforSubmissionArticles may be submitted in one of the follow-inglanguages:Portuguese,English,Spanish, Italian,andFrench. Articles should not exceed 8000 words in length, includingfootnotes,bibliographicreferences, tables,graphicsandfigures.Articles should be free from jargon, biased and offensivelanguage.Abstractsshouldhave250wordsmaximum, followedbyamaximumoffivekeywords.Abstracts must be provided in English, in Por-tuguese,andinthearticlesoriginallanguage ifdifferentfromtheprevioustwo.TheJournaldoesnotprovidetranslationser-vices.However,itmayexceptionallytranslate abstractsintoPortugueseattheauthorsre-quest.Articles should be provided in editable formats (notPDF).Articlesshouldbe1,5spacedthroughout(in-cludingallquotations,footnotesandreferen-ces),withgenerousmarginsonbothsidesof thepagesandpagesnumberedconsecutively.PerspectivasPortugueseJournalofPoliticalScienceandInternationalRelations,N.10,September2013AEuropa,PortugaleosDesafiosdaGlobalizao:PerspectivasTransdisciplinares166The style applicable is the Turabian Style (see alsoNormsonBibliographicReferences).Authors are responsible for ensuring that their manuscriptsconformtotheJournalstyle.Articlesmustbesubmittedonlineinwww. nicpri.uminho.ptatDocumentSubmission.On-lineAnonymityPolicy Details about the author(s) and/or academic/pro-fessional affiliations must be provided only where requested during the on-line submission process astoensuretheanonymityofthesubmission.Forfurtherinformationpleasecontact perspectivas-nicpri@eeg.uminho.ptGuidelinesforStyleansReferencesFootnotes Notes should be marked clearly in the text at the pointofpunctuationbysuperiornumbers,and listedconsecutivelyatthebottomofeachpage.References PleasefollowtheReferenceListStyle,citing sourcesinparenthesesinthetextbyauthors lastnameanddateofpublication. Forbibliographicreferencesfollowtheseexam-ples:BookOneauthor:Doniger,Wendy.1999.Splittingthe difference.Chicago:UniversityofChicagoPress.Two authors: Cowlishaw, Guy, and Robin Dunbar. 2000. Primate conservation biology. Chicago: Uni-versityofChicagoPress.Four or more authors: Laumann, Edward O., John H. Gagnon, Robert T. Michael, and Stuart Michaels. 1994. The social organization of sexuality: Sexual practices in the United States. Chicago: University ofChicagoPress.ChapterofabookWiese, Andrew. 2006. The house I live in: Race, class, andAfricanAmericansuburbandreamsin thepostwarUnitedStates.InThenewsubur-banhistory,ed.KevinM.KruseandThomasJ. Sugrue,99119.Chicago:UniversityofChicago Press.BookpublishedelectronicallyKurland, Philip B., and Ralph Lerner, eds. 1987. ThefoundersConstitution.Chicago:University ofChicagoPress.http://press-pubs.uchicago.edu /founders/(accessedJune27,2006).Articleinaprintjournal Smith, John Maynard. 1998. The origin of altru-ism.Nature393:639-40.Articleinanonlinejournal Hlatky, Mark A., Derek Boothroyd, Eric Vittinghoff, Penny Sharp, and Mary A. Whooley. 2002. Quali-ty-of-life and depressive symptoms in postmeno-pausalwomenafterreceivinghormonetherapy: ResultsfromtheHeartandEstrogen/Progestin ReplacementStudy(HERS)trial.Journalofthe AmericanMedicalAssociation287,n.5(Feb-ruary 6), http://jama.ama-assn.org/issues/v287n5/rfull/joc10108.html#aainfo(accessedJanuary7, 2004).BookreviewGorman,James.2002.Endangeredspecies.Re-viewofThelastAmericanman,byElizabeth Gilbert.NewYorkTimesBookReview,June2.WebsiteEvanston Public Library Board of Trustees. Evan-stonPublicLibrarystrategicplan,20002010:A decadeofoutreach.EvanstonPublicLibrary. http://www.epl.org/library/strategic-plan-00.html (accessedJune1,2005).Formoreinformation,youmaywishtoconsult the 7th Edition of Kate L. Turabians Manual for WritersofResearchPapers,Theses,andDis-sertations. Figuresandtables Figuresandtablesshouldbenumberedin Arabicnumerals,consecutively.Figures and tables must be inserted in editable formatattheendofthearticlestext. Perspectivas#9AEuropa,PortugaleosDesafiosdaGlobalizao:PerspectivasTransdisciplinares167Thetextshouldindicateclearlywherefigures andtablesaretobeinserteddefinitely.Figuresandtablesshouldbeblack&white.Formatting Onefontsizethroughout.Donotjustifytotheright. Donotindentparagraphs. Separateparagraphsbytwohardreturns.Abbreviationsconsistingofcapitalletters,ac-ronymsandcontractionsshouldnottakefull points.E.g.:UN,NATO,OSCE,EU. Spell out numbers one to nine; use figures for numerals10andover.Writeoutdatesasfollows:15June1975. Quotedmaterialshouldbeinsinglequotes, whetherintextornotes. Double quotes should be used for a quote within aquote. Long quotations (30 words or more) should be indentedwithoutquotationmarks.Quoteswithinanindentedquoteshouldhave singlequotationmarks. HeadingsandSubheadings Type headings and sub-headings at the left mar-gin,usingthefollowinghierarchy: First-levelheadingsinbold,withaninitial capitalletterforanypropernouns.Second-levelheadingsinbolditalics,withan initialcapitalletterforanypropernouns. Third-level (and subsequent if necessary) in ita-lics, with an initial capital letter for any proper nouns.RevisedarticlesWhensubmittingrevisedarticles,authorsmust signaldirectlyinthetextallrevisionsmade. Authors may also send a file with a direct response tothereviewerscomments,withnoreference tocontacts,namesorinstitutionalaffiliations. Thisfilewillbesenttothereviewers,hencethe importanceofkeepinganonymity.Answersandrevisionsshouldalwaysbeasneat anddetailedaspossibleastoavoidanymisin-terpretations. The revised articles and any other files should be sent to the Journal using the authors login area, and following the articles identification provided bytheJournal. ProofsThepublisherwillsendfinalproofsdirectlyto theauthorsandtheseshouldbereturnedafter minorcorrectionswithin20days.Editing The editor retains the right to make minor stylistic changestothefinallyacceptedarticle. CopyrightPolicyAuthors must be sure that they have permission to reproduce copyright material, prior to submitting theirarticlestothisJournal.Authorsmustsecurepermissioniftheywantto reproducefigures,tables,oranyextractfrom thetextofanothersource.Thisappliestodirect reproductionaswellastoanyderivativerepro-duction.In assigning copyright, authors retain their right tousetheirownmaterialelsewhere,provided thattheJournalisacknowledgedastheoriginal placeofpublication,andtheEditor(NICPRI)is notifiedinwritinginadvance. Furtherinformationoncopyrightpolicyplease [email protected] APDFoffprintofeacharticlewillbeprovided freeofchargetoeachauthor. Additionaloffprintsmaybepurchasedbycon- tacting the Editor, according to a scale of charges. ForfurtherinformationpleasecontacttheJour-nal.