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Transformações nos comportamentos e atitudes dos consumidores e suas implicações para o marketing contemporâneo.
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João Pinto e Castro
Comportamentos e Atitudesdo Novo Consumidor
João Pinto e Castro2006
João Pinto e Castro
O Marketing na Era Pós-Moderna
João Pinto e Castro
A crise da Modernidade� Desconfiança em relação à Ciência
(bomba atómica)� Desconfiança em relação à Razão
(Auschwitz)� Desconfiança em relação ao Progresso
(estarmos mesmo a viver melhor?)� Desconfiança em relação às grandes
Ideologias (1984 de Orwell)
João Pinto e Castro
O que é a Pós-Modernidade?� Condição do mundo contemporâneo� Traços distintivos
– Sociedade pós-industrial– Fragmentação da realidade social
– Coexistência de perspectivas diversas e contraditórias
– Ausência de sentido histórico
João Pinto e Castro
Economia em levitação� Serviços são a realidade dominante� As coisas materiais passam para um
plano secundário� Predomínio do consumo sobre a
produção� Produção de significados desempenha
papel crucial
João Pinto e Castro
Estrutura social� Eliminação progressiva das situações
de carência extrema� Toda a gente pertence à classe média� Sociedade esmagadoramente urbana� Crescimento dramático da esperança
de vida� Redução da natalidade� Peso da população imigrante
João Pinto e Castro
Estrutura familiar� Emancipação económica e social da
mulher� Decadência da família tradicional
– Crescimento da família monoparental– Múltipla paternidade, família alargada de
tipo novo
– Núcleo familiar flexível e instável
João Pinto e Castro
A tecnologia no quotidiano� O biológico sobrepõe-se ao mecânico� As ciências da informação são o novo
paradigma da ciência� Engenharia genética: o homem
programa-se a si próprio� Moravec: “em breve o robô superará o
homem”
João Pinto e Castro
Sociedade-rede� Desaparecimento do homem massa� Crise dos grupos de referência
tradicionais� Sistema de lealdades múltiplas� Grupos sociais temporários móveis� Tribalismo tecnológico� Nomadismo urbano
João Pinto e Castro
Sociedade do conhecimento� O conhecimento tornou-se na força
produtiva essencial� A maioria das pessoas transforma e
manipula símbolos em vez de coisas� O valor económico directo da ciência é
universalmente reconhecido
João Pinto e Castro
Globalização� O mundo encolheu: a morte da
distância� Aldeia global: partilhamos o espaço e o
tempo� Uniformidade e diversidade à escala
global� O novo cosmopolitismo tribal� O mercado único mundial
João Pinto e Castro
Multi-culturalismo� Justaposição e convivência de culturas
e estilos opostos� Hiper-realidade: realidade camuflada
por simulacros e simulações� Recusa da uniformidade e de regras
fixas� Aceitação da validade simultânea de
diversas perspectivas
João Pinto e Castro
Que relevância tem tudo isto para o marketing e a comunicação?
João Pinto e Castro
Relevância para o marketing� Enquadramento cultural desempenha
um papel determinante� Consumidores diferenciam-se segundo
as esferas culturais em que se envolvem
� Grupos de consumidores são instáveis e provisórios
João Pinto e Castro
Relevância para a comunicação� Consumo de comunicação traduz-se
em– Busca de significados
– Busca de pertença– Busca de sinais de identidade
� Importância crescente da dimensão simbólica
João Pinto e Castro
Tensões no Marketing Pós-Moderno
MarketingOne-to-One
Marketingde Imagem
Bases de Dados
Indivíduo
Passividade
MarketingTribal
Marketingde Experiência
Contacto Humano
Comunidade
Participação
João Pinto e Castro
Marcas modernas
� Coca-Cola� Ford
� Philips� Lacoste
� Vaqueiro� IBM
� Volkswagen Beetle
Marcas pós-modernas
� Red Bull� Smart
� Yorn� Diesel
� Nike� Nokia
� Volkswagen Beetle
João Pinto e Castro
O Novo Tribalismo
João Pinto e Castro
Que há de errado com a velha segmentação� A segmentação sócio-demográfica
tornou-se menos útil� As diferenças entre as pessoas passam
menos pela classe social e pelo local de origem
� Os factores culturais são hoje os factores decisivos para explicar as diferenças de comportamento de consumo
João Pinto e Castro
Novos grupos de referência� No passado, o comportamento das
pessoas resultava fundamentalmente da classe social a que pertenciam
� Hoje, as pessoas participam simultaneamente numa enorme variedade de grupos de referência
João Pinto e Castro
Traços essenciais do tribalismo� Busca do sentimento de pertença leva
as pessoas a associarem-se
� Estrutura horizontal em rede da sociedade cria maior fluidez das relações sociais
� Processo de contaminação facilitado pela mobilidade comunicacional
João Pinto e Castro
O papel da tribo na sociedade contemporânea� A tribo rejeita simultaneamente
– O anonimato do homem-massa
– O isolamento do indivíduo entregue a si mesmo
� Na tribo o homem socializa-se, mas guarda toda a sua liberdade para mudar e experimentar outras formas de vida quando lhe parecer adequado
João Pinto e Castro
Características das tribos arcaicas� Predominavam factores hereditários� Identidade genética ou territorial� Ambiente social fortemente
hierarquizado� Rigidez de comportamentos e valores� Culturas fechadas sobre si mesmas
João Pinto e Castro
Características das tribos modernas� A pertença resulta de uma opção� A identidade é cultural, transcende o
espaço� A estrutura é informal e fluida� Abertura a outras experiências e
valores� Filiação temporária e efémera� Dispersão geográfica� Pertença simultânea a várias tribos
João Pinto e Castro
Consequências fundamentais do tribalismo contemporâneo� Mobilidade social
– indivíduos mudam continuamente posições relativas
� Multi-culturalismo– coexistência pacífica de estilos de vida
díspares
� Indivíduo camaleão– cada pessoa adopta diversas peles
� Relações sobrepõem-se às coisas– O intangível conquista espaço
João Pinto e Castro
Elementos definidores da tribo� Crenças e valores partilhados - aquilo
em que todos acreditam� Instituições – suportes estruturantes
das relações� Canais de comunicação – meios de
contacto entre os membros� Sinais de identidade – manifestações
de diferença� Rituais – práticas colectivas dotadas de
elevado valor simbólico
João Pinto e Castro
Formas de envolvimento� Devotos
– Envolvidos de forma mais profunda e duradoura
� Adeptos– Participam regularmente em actividades
tribais
� Participantes– Reúnem-se em ocasiões especiais
� Simpatizantes– Relação marginal e distante
João Pinto e Castro
Tipos de tribos� Não são relevantes apenas para os
jovens� Há também, por exemplo, a tribo dos
empreendedores (ex: Silicon Valley)� Tribos Nokia: o executivo, o artista, o
designer, o DJ, o automobilista, o estilista, etc.
João Pinto e Castro
Paradoxos da tribalização� Vai-vem constante entre a massificação
e o micro-grupo� Certos micro-grupos tendem por vezes
a ingressar no mainstream� Tendência para a desagregação logo
que são associadas ao conformismo social
(Celebridades e estrelas rock como veículos desse processo)
João Pinto e Castro
Permanente reconfiguração social� A sociedade é constituída por sub-
sistemas heterogéneos� As diversas sociedades ajustam-se e
acomodam-se umas às outras� A tolerância é o princípio fundamental
para garantir o funcionamento da sociedade
João Pinto e Castro
Marketing tribal� Reconhece a importância das tribos
urbanas na sociedade contemporâneas� Adapta estratégias de segmentação do
mercado conformes à nova situação� Faz assentar o posicionamento em
factores culturais
João Pinto e Castro
O que muda no marketing� Os produtos são adquiridos mais pelo seu
valor relacional do que pelo seu valor de uso
� As marcas são apreciadas sobretudo pela sua capacidade de produzir significados
� Os consumidores desempenham um papel muito activo na construção da marca
� O alvo está em permanente mutação
João Pinto e Castro
O consumidor activo, conectado e poderoso
João Pinto e Castro
A nova realidade social (1)� Participação feminina no mercado de
trabalho– Dois salários
– Crise da “dona de casa”– Menos tempo para as compras
� Casamento tardio– Jovens casam cada vez mais tarde– Casais têm filhos cada vez mais tarde
João Pinto e Castro
A nova realidade social (2)� Famílias pequenas e instáveis
– Filho único como ideal
– Crise do casamento para a vida
� Envelhecimento da população– Quebra permanente da natalidade– Peso crescente da população idosa
João Pinto e Castro
A nova realidade social (3)� Instabilidade económica e social
– Não há empregos garantidos
– Rendimentos mais elevados mas mais inseguros
� Pressão sobre os tempos livres– Abolição da distinção entre trabalho e lazer– Mais qualificados trabalham mais horas
João Pinto e Castro
O que mudou nos mercados (1)� Clientes mais exigentes, educados e auto-
confiantes– Maior capacidade para recolher e comparar
informação– Maiores oportunidades de escolha no mercado
� Crescente segmentação dos mercados– Clientes mais afluentes buscam oferta
diferenciada– Multiplicação de segmentos e nichos
João Pinto e Castro
O que mudou nos mercados (2)� Proliferação de produtos, serviços e
marcas– Empresas reagem multiplicando a oferta– Crescente complexidade da gestão da oferta
� Concentração e aumento do poder negocial da distribuição– Centralização e modernização da distribuição– Distribuidores concorrem directamente com os
fabricantes
João Pinto e Castro
O que mudou nos mercados (3)� Perda de eficiência dos mass media
– Fragmentação das audiências– Degradação do custo por contacto– Elevados níveis de saturação
� Novas formas de escassez– Escassez de tempo– Escassez de atenção– Escassez de confiança
João Pinto e Castro
Áreas de procura crescente� Serviços culturais e educativos� Serviços de aconselhamento� Serviços dirigidos a comunidades� Produtos e serviços que poupam tempo� Produtos e serviços a feitio� Produtos que simplificam a utilização de
outros produtos
João Pinto e Castro
O impacto da tecnologia (1)� A microelectrónica criou a produção
flexível em série� A tecnologia invadiu os bens de consumo� Os ciclos de produto tornaram-se mais
curtos e imprevisíveis� A informática converteu-se num poderoso
instrumento ao serviço do marketing
João Pinto e Castro
O impacto da tecnologia (2)� O custo do armazenamento e
processamento da informação não pára de baixar
� Todas as novas tecnologias das comunicações são intrinsecamente interactivas
� As tecnologias da informação e da comunicação estão a transformar todo o processo da gestão de marketing
João Pinto e Castro
O que mudou no marketing� O fulcro do marketing deslocou-se do
produto para o cliente� Sabemos muito mais sobre o
comportamento do consumidor� Está em curso uma revolução no retalho� A gestão de marketing deixou de se
preocupar apenas com o momento da transacção
João Pinto e Castro
O que mudou na comunicação� O advertising perdeu peso no mix da
comunicação� Há cada vez mais oportunidades de
contacto com os consumidores, mas é cada vez mais difícil avaliar a contribuição de cada uma delas
� A comunicação intervém agora em todo o processo de gestão do cliente e do seu ciclo de vida
João Pinto e Castro
O consumidor poderoso� Novas tecnologias contribuíram para
aumentar o poder do consumidor� Ele tem agora maior facilidade de comparar
ofertas e preços e de exercer o seu poder negocial
� O novo desafio do marketing: ajudar os compradores a comprar, não ajudar os vendedores a vender
� O conceito de serviço assume uma nova dimensão
João Pinto e Castro
Consumer-generated media� Os consumidores mudaram de meros
receptores para emissores de mensagens
� A internet deu-lhes a possibilidade de criarem os seus próprios media
� Usam-nos para falarem uns com os outros sobre produtos, marcas, serviços e experiências
João Pinto e Castro
A co-criação de valor� O consumidor evoluiu
– Do isolamento para a conexão– Da ignorância para a informação– Da passividade para a pró-actividade
� Cada vez mais frequentemente, o valor é criado conjuntamente pelo produtor e o consumidor
� A construção de relacionamentos torna-se no elemento central do marketing, e a marca numa experiência completa de relacionamento
João Pinto e Castro
Branding cultural
João Pinto e Castro
Marcas que figuram no filme HitchAdidas – Altoids – Ben & Jerry’s – Benadryl – Blackberry –
Body Glove – Canon – Cargo – Citibank – Coca-Cola –Crunch – Dylan’s Candy Bar – Earl Grey – Ericsson –FedEx – Ford – Fortune – Fritos – General Electric –Google – Gray Line – Gucci – Helmut Lang – Hermès –Johnson & Johnson – Krispy Kreme – LA Café – Lacoste – Metropolitan Museum of Art – Mini – Moet & Chandon –Motorola – Negra Modelo – New York Jets – New York Nicks – New York Post – Nike – Nikon – Ilove’s –Oppenheimer – Pastis Café – Polaris – Rice to Riches –S. Pellegrino – Scalinatella – Sheraton – Sony –Starbucks – Subway – Sun-Maid – Time Out – Wristguard - Yoga
João Pinto e Castro
As marcas são hoje uma realidade omnipresente,não só na actividade comercial, mas também na sociedade, na cultura e na política.
João Pinto e Castro
As marcas desempenham um papel central no nosso mundo simultaneamente fragmentado e globalizado.
Porquê?
João Pinto e Castro
As marcas são âncoras de significados partilhados que ajudam a dar sentido à vida, a estabelecer pontes entre diversos indivíduos, diversas culturas, diversas nações.São um factor de agregação tanto mais importante quanto mais fragmentada se encontra a sociedade.
João Pinto e Castro
As marcas acrescentam valor ao produto básico, assumindo um papel determinante no comportamento de compra.A medida desse valor é o brand equity, ou capital da marca.
João Pinto e Castro
Testecego
Marcarevelada
MarcaA
MarcaB
João Pinto e Castro
Produto é aquilo que as empresas fazem.
Marca é aquilo que os consumidores compram.
João Pinto e Castro
Um produto é um objecto ou serviço que se encontra disponível.
Uma marca é um complexo de satisfações.
João Pinto e Castro
“Na fábrica produzimos cosméticos, mas na loja vendemos esperança.”
(Charles Revlon)
João Pinto e Castro
Levi’s
Os jeans originais e genuínos. Simbolizam os autênticos valores da categoria de produto: liberdade, individualidade, rebelião, sensualidade, masculinidade, originalidade e juventude.
Marca
Calças de ganga resistentes com cinco bolsos
Produto
João Pinto e Castro
Haagen-Dazs
Um prazer sensual e íntimo.Marca
Gelado caro, topo de gama.Produto
João Pinto e Castro
Marca identidade
Marca chancela
Marca valor
Marca experiência
Marca mito
Marca ícone
João Pinto e Castro
Marca identidade� Marca, s.f., Acto ou efeito de marcar,
emblema, firma, cunho� Uma marca começa por ser a mera
atribuição de um nome a uma série de coisas similares
� A marca designa um autor comum a essas coisas, é uma espécie de assinatura
João Pinto e Castro
Marca chancela� A própria lógica da marca implica a
assumpção de uma responsabilidade� A marca certifica um dado padrão de
qualidade� É um compromisso em que o produtor
arrisca a sua reputação perante o consumidor
João Pinto e Castro
Marca valor� A marca pode também sinalizar uma
diferença quando ela existe� Assim, passa a simbolizar uma oferta
de valor distintiva� A marca valor remete para benefícios e
atributos físicos ou funcionais diferenciados
João Pinto e Castro
Marca experiência� Uma experiência é uma nebulosa de
benefícios pelo menos parcialmente intangíveis
� É uma atmosfera, uma ambiente irredutível às suas partes constituintes, deve ser disfrutada globalmente
� A marca experiência é uma promessa de satisfação imaterial
João Pinto e Castro
Marca mito� A marca mito vai muito para além dos
benefícios a que está associada� Remete directamente para um contexto
cultural muito mais vasto� Um mito é uma narrativa que mergulha
as suas raízes na natureza humana
João Pinto e Castro
Marca ícone� A marca ícone ganhou o estatuto de
elemento indistinguível do próprio mito� A presença da marca ícone evoca
irresistivelmente o mito, confunde-se com ele