View
132
Download
8
Category
Tags:
Preview:
Citation preview
DOR NO QID
FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DO PORTO
Rafaela Teles
Raquel Santos
Rita Barbosa
Susana Sousa
Vânia Gonçalves
DIVISÃO TOPOGRÁFICA DO ABDÓMEN
ANATOMIA DO QID
ANATOMIA DO QID
TIPOS DE DOR ABDOMINAL
Dor visceral vs Dor parietalInsidiosa
Vaga / Difusa / Profunda
Linha Média
Fibras C
Distensão / contracção muscular violenta / isquemia
Aguda
Bem localizada/ Severa
Sobre a área do Proc Patológico
Fibras A delta
Irritação directa por pús / bílis / urina / secreções GI / processo inflamatório / trauma
HX CLÍNICA• Identificação
• Hx da Doença Actual
Caracterização da Dor- Localização: QID- Modo de início- Periodicidade- Intensidade- Carácter- Migração- Duração- Irradiação- Factores de alívio / agravantes- Sintomas associados (náuseas, vómitos, anorexia, perda ponderal, astenia,
febre, hipersudorese, alterações TI, queixas urinárias ou ginecológicas)
HX CLÍNICA
• Antecedentes pessoais:
Outras doenças, Cx prévias, , hábitos alimentares, alcoólicos, tabágicos, viagens recentes, hx ginecológica
• Antecedentes familiares
EXAME FÍSICO
• Estado Geral
• Sinais Vitais
• Inspecção- Configuração - Simetria- Movimentos respiratórios- Distensão abdominal- Cicatrizes- Hérnias- Massas observáveis
• Auscultação- Ruídos hidroaéreos (Frequência/ Timbre)- Sopros
• Percussão- Dor à percussão- Áreas de macicez/timpanismo
• Palpação
- Parede abdominal mole e depressível
- Massas/ Organomegalias palpáveis- Pulsos arteriais (aórtico e femoral) - Dor à palpação- Contractura vs Defesa - Dor à descompressão (Manobra de Blumberg)
EXAME FÍSICO
• Toque Rectal
• Exame Ginecológico
EXAME FÍSICO
PATOLOGIA GASTROINTESTINAL
APENDICITE AGUDA
DEFINIÇÃO• Apendicite Aguda- inflamação aguda do apêndice
vermiforme confirmada histopatologicamente
7% da população dos países ocidentais
Países Desenvolvidos vs Países em Desenvolvimento
Condição cirúrgica + comum do abdómen agudo
Causa + comum de abdómen agudo na criança, adolescente e adulto jovem
Pico de incidência: 10-30 Anos
Ligeiro predomínio ♂
EPIDEMIOLOGIA
Apêndice- estrutura tubular de fundo cego: 9-10cm de comprimento 0,5-1cm de diâmetro
Vascularização: art apendicular (ramos da art ileocólica)
Localização: QID (excepto: má rotação intestinal e gravidez)
Posicionamento: anterior, medial, lateral ou posterior ao cego 65% retrocecal e 30% pélvico, 0,5% retroilealA maioria das vezes é intraperitoneal
Função: pertence ao “Gut Associated Lymphoid Tissue”
Grandes folículos linfóides nº > 200 aos 15 A atrofia progressiva
ANATOMIA
ETIOLOGIAObstrução do estreito lúmen do apêndice por:
- Hiperplasia do tecido linfóide- + crianças e adolescentes (60%)
- Fecalitos- + adultos
- Bandas Fibróticas
- Parasitas
- Corpos estranhos
- Cálculos Biliares
- Torção do Apêndice
- Doença Crohn
- Neoplasias
Obstrução do lúmen
Inflamação aguda da mucosa
Prolif bacteriana
Secreção mucosa
↑P intraluminal
Serosa Atingida pelo Proc. Inflamatório
Gangrena
Perfuração
Peritonite Abcesso periapendicular
FISIOPATOLOGIA
DOR PERIUMBILICAL
DOR FID
DOR DIFUSA
Náuseas / Vómitos
DIAGNÓSTICO:
Hx clínica + Ex. Físico
O rápido Dx e tratamento cirúrgico reduz o risco de perfuração e outras complicações
MANIFESTAÇÕES CLÍNICASSinais e Sintomas típicos da Apendicite Aguda ocorrem em < de 50% dts
grande variedade de manifestações
SINTOMAS:- DOR ABDOMINAL: Vaga, Moderada, Epigástrica ou Periumbilical
1- 12hrs Migra para QID, Severa, Aguda, Contínua
Depende da Localização do Apêndice: Retrocecal intraperitoneal: 2/3 pessoas, dor no flanco dir /
lombar Pélvico: ¼ pessoas, disúria / dor supra púbica, inflamação
silenciosa Retroperitoneal: 5% casos
dor lombar / flanco / testicular / alterações urinárias evolução frequente para abcesso
Longo: QIE
- ANOREXIA- NÁUSEAS E VÓMITOS - ALTERAÇÕES TI
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
SINAIS:Sinais Vitais – alterações mínimas (febre baixa 37,7º - 38,3º, ligeiro FC e FR)
Inspecção: movimentos respiratórios abdominais
Palpação e manobras:- Dor à palpação – Ponto McBurney- Dor à descompressão - Manobra de Blumberg- Defesa muscular vs contractura - Sinal Rovsing- Hiperestesia cutânea T10-T12
Percussão: Dor à percussão
Auscultação: ↓ ou ausência ruídos intestinais
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Ponto de McBurney .
• Variações Anatómicas alterações dos sinais
Apêndice Retrocecal: hipersensibilidade maior no flanco
Sinal do Psoas
Apêndice Pélvico: ausência sinais (excepto no exame rectal),
Sinal do Obturador
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
• Sinal Psoas- dor à extensão passiva da articulação coxofemoral
• Sinal do Obturador- dor produzida pela rotação interna passiva da coxa flectida
Exame ginecológico:
importante para o DD com doenças pélvicas
Pesquisar:• Sensibilidade à palpação• Sinais inflamatórios• Massas pélvicas• Secreção vaginal
Toque rectal
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Hx e Exame Físico
Apresentação Clássica:
Dor súbita, curta duração, migração da dor para QID, hipersensibilidade QID, anorexia
Apresentação equívoca
TCEco
Apendicite
Apendicectomia
Resultados indeterminados/ DD
Observação/
Tratamento
DIAGNÓSTICO
EXAMES COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO
Usados quando a história do paciente e o exame físico atípicos diagnóstico incerto
Análises Laboratoriais: • Leucocitose >10,000/µL (90% casos) • Neutrofilia PCR (>0.8 mg/dL)
• Urinálise: ligeira piúria, hematúria, proteinúria
IMAGIOLOGIA
• ECOGRAFIA - Apêndice com > 6mm de diâmetro
após compressão
- Dor à compressão focal
- Apendicolito com cone de sombra
- Espessamento da parede
- Colecção Líquido periapendicular
sensibilidade 85%, especificidade 92%
Gordura Periapendicular Hiperecógenica
• TC
-Apêndice distendido >6 cm diâmetro
-Apendicolito
-Espessamento da parede
-Colecção Líquido periapendicular
Sensibilidade >90%, Especificidade 97%
IMAGIOLOGIA
LAPAROSCOPIA
Meio de diagnóstico e tratamento
Útil em mulheres jovens com dor na FID: Confirma a doença e despista outros DD
COMPLICAÇÕES
• Dependem: atraso procura médica, idades extremas, apêndice em localização retroperitoneal, atraso no Dx
• Peritonite: mais frequente• Fleimão e Abcesso abdominal: 2º lugar, 20% perfurações• Pileflebite e Abcesso hepático : raras• Fístulas• Aumenta risco Infertilidade na mulher
Nas complicações Dor + generalizada, Ventre em madeira, Massa QID, Febre elevada, Leucocitose > 20.000 / mm3
TRATAMENTO e PROGNÓSTICO
• Apendicectomia
Cirurgia aberta ou laparoscópica Resultados e morbilidade iguais
• Laparoscópica:- Desvantagem: maior tempo
cirúrgico, maior custo, falta de domínio da técnica
- Vantagem: elucidação no DD
Antibióticos de largo espectro
Apendicite na criança
Rara < 2 anos
Febre: + elevada; Vómito: + intenso
Diarreia após dor abdominal
Irritabilidade, Flexão da Art Coxofemoral Dir
Inspecção: Distensão abdominal
• Peritonite: +freq devido atraso no diagnóstico e falta de desenvolvimento do omento
• Morbilidade e mortalidade: altas
Apendicite na gravidez
1 : 2.000 gestações
Indicação mais comum de
laparotomia na gravidez
Localização variável com
o volume uterino
Vómitos, Dor abdominal, Leucocitose
Eco e Laparoscopia , bastante úteis
Complicações maternas e fetais, elevadas após
perfuração
Apendicite no idoso
50% dos casos têm Perfuração
Mortalidade elevada (21%):
diagnóstico tardio, + complicações, doenças concomitantes
Sintomas atípicos :
Febre e leucocitose: ausentes
Dor: discreta e difusa
Distensão abdominal : frequente
• > incidência que na população geral
• Manifestações clínicas semelhantes excepto:
ausência de Leucocitose
• + complicações
• + DD
Apendicite no HIV+
Qualquer quadro de abdómen agudo
• Patologia Ginecológica:Abcesso tubulo-ovárico, Torção e Ruptura Cisto Ovário, Gravidez
Ectópica
• Patologia Urinária:Cólica Renal, Pielonefrite Aguda
• Patologia GI:Gastroenterite, Dç Crohn, Divertículo de Meckel, Linfadenite
mesentérica
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
DIVERTÍCULO de MECKEL
• o remanescente mais frequentemente encontrado do ducto onfalomesentérico ( que, por sua vez, é uma estrutura remanescente do saco vitelino embrionário).
• divertículo verdadeiro
• estrutura tubular persistente, de fundo cego, 5-6 cm de comprimento; diâmetro semelhante ao do íleo.
• + frequentemente, está localizado no bordo antimesentérico do íleo a +/- 85cm da válvula ileocecal.
• pode conter restos pancreáticos e tecido gástrico ectópico em 5% dos casos assintomáticos e em 60% dos sintomáticos.
• normalmente assintomático
ACHADOS CLÍNICOS
• Hemorragias 40%• Diverticulite ou perfuração péptica 15%• Fístula umbilical 15%• Obstrução intestinal 7%• Abcesso 3%
DIAGNÓSTICO
• Trânsito do delgado• TC abdominal• Laparoscopia diagnóstica
TRATAMENTO
• Ressecção por laparoscopia (vs cirurgia aberta)
Situações Dor Aguda
CARCINOMA do CEGO
• 25% dos carcinomas colo-rectais aparecem no cego e cólon ascendente
• Nestes locais, os tumores tendem a ser massas polipóides ou que se estendem ao longo de uma parede do cego
• + frequentes na mulher
FACTORES DE RISCO
• Colite ulcerosa• Dça de Crohn• PAF• Sdr. de Lynch• Colite schistossomal• Exposição a radiações• Litíase vesicular e colecistectomia (mulher)
SINAIS E SINTOMAS
• Astenia• Anemia• Sangue oculto nas fezes• Sintomas dispépticos• Desconforto abdominal inferior direito persistente, muitas vezes, pós-prandial• Massa abdominal palpável ( 10%)
→ alterações do tracto intestinal e obstrução são incomuns
ACHADOS LABORATORIAIS
• Hemoglobina ↓• Marcadores tumorais : CEA ( atg carcino-embrionário) – sangue, urina, fezes
Útil para detectar recorrência
EXAMES ENDOSCÓPICOS E IMAGIOLÓGICOS
• Colonoscopia (1º escolha) + BIÓPSIA
Massas polipóides Massas que se estendem ao longo da parede
• Rx contrastado com bário = clister opaco ( quando não é possível a colonoscopia, devido a obstrução)
Imagens semelhantes a pólipos (imagens de subtracção) O sinal de caroço de maça pode estar presente ( + frequente no cólon
esquerdo devido às características anatómicas)
• TC e RMN
Bons para o estadiamento T, N e M da lesão. Localizar recidivas
• PET
Avaliar recidivas.
COMPLICAÇÕES
• Hemorragia• Obstrução • Perfuração• Extensão directa a outros órgãos
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
• Outras alterações do TGI (litíase vesicular ou úlcera péptica)• Alterações hematológicas• Apendicite• Outras
TRATAMENTO
• Exploração abdominal (laparotomia ou laparoscopia) para determinar ressecabilidade local de lesão e procurar metástases à distância e doenças abdominais associadas.
• Ressecção cirúrgica alargada da lesão e dos gânglios linfáticos regionais• Quimioterapia
DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL
Doença inflamatória intestinal idiopática crónica
2 tipos: colite ulcerosa e doença de Crohn
DOENÇA de CROHN
• Doença inflamatória granulomatosa crónica do TGI.
• Pico de incidência: 20-40 anos
ETIOLOGIA
• Desconhecida• ? - agentes ambientais, genéticos, imunes do hospedeiro e das vias inflamatórias
• Ingestão de açúcar e tabagismo com factores de risco independentes• Pessoas com parentes de 1º grau com DC têm risco 4-20 vezes maior
PATOGENIA
• Qualquer parte do TGI• Afecta todas as camadas da parede intestinal; • Íleo terminal é a zona + frequentemente afectada (3/4 dos doentes)• Íleo distal e cólon 40-60% • Só cólon 25-30% • Só intestino delgado 15-30%• RECTO normalmente poupado
SINAIS e SINTOMAS
Diarreia• Em 90% dos doentes• Contínua ou episódica
Dor abdominal recorrente• Tipo cólica ligeira, pós-prandial e aliviada pela defecação• É devida à obstrução parcial crónica do intestino delgado, cólon ou ambos
Lesões anorrectais• Fissuras anais crónicas, úlceras gigantes, fístulas anais complicadas e abcessos perirrectais em
15-25% dos doentes com atingimento único do intestino delgado e 50-75% dos que têm somente o cólon atingido
Anemia• Anemia ferropénica• Anemia macrocítica por deficiência de vitamina B12 ou deficiência de ácido fólico devido a má
absorção no íleo terminal
Má nutrição• Esteatorreia, obstrução crónica e anorexia devidas à doença crónica• Deficiências vitamínicas e minerais são comuns
EXAME FÍSICO
• Dor abdominal no quadrante inferior direito • Massa palpável no quadrante inferior direito
ACHADOS LABORATORIAIS
• Hipoalbuminemia, anemia, esteatorreia são comuns• VS pode não estar elevada
ESTUDOS IMAGIOLÓGICOS
• Raio X contrastado de bário ( trânsito do delgado)
Parede intestinal espessada Ulceração longitudinal Fissuras transversas profundas Fístulas Estenoses Skip Lesions
• Enteroclise
• Clister opaco
• TC
Espessamento mural cólico ( > 2cm ) Espessamento mural do intestino delgado Espessamento da gordura mesentérica Sinais de doença perianal Linfadenopatia
• RMN
+ esclarecedora para lesões pélvicas como os abcessos perirrectais
EXAMES ENDOSCÓPICOS
• EDA: diagnostica lesões esofágicas, gástricas e duodenais
• Colonoscopia: identifica lesões cólicas e do íleo, se este puder ser examinado; com ou sem biópsia
Macroscopia
Doença segmentar: áreas de mucosa lesada são descontínuas, alternando com áreas de mucosa normal (“skip lesions”)
Fístulas, fissuras, úlceras, abcessos perirrectais e estenose anal em 33% dos casos
Fissuras e úlceras de bordos elevados rodeando ilhas de mucosa intacta – aspecto em pedra de calçada
• Endoscopia por cápsula: peristaltismo impele a cápsula através do intestino; não deve ser usada aquando da existência de um estenose
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
• Colite ulcerosa• Apendicite• Tuberculose• Linfoma• Outras doenças: carcinoma, isquemia, gastroenterite, outras condições inflamatórias
COMPLICAÇÕES
• Intestinais
- Obstrução, abcesso, fístulas, aderências e lesões anorrectais são muito comuns- Perfuração e hemorragia massiva são incomuns- Carcinoma no intestino delgado ou cólon (raros; menor percentagem que na colite ulcerosa)
• Sistémicas
- Doenças hepatobiliares (risco de colelitíase aumentado), artrite, úlceras aftosas, eritema nodoso, tromboembolismo
TRATAMENTO
1.Tratamento médico
• Tratamento inicial da DC• Descanso físico, fuga ao stress e ao tabaco, dieta livre de leite, de açúcar e com alto
teor proteico• Fármacos: aminossalicilatos ( sulfassalazina, messalamina), imunossupressores
(azatioprina e 6-mercaptopurina), corticosteróides (prednisona, prednisolona e metilprednisolona), anti-TNF α (infliximab) e antibióticos ( metronidazol e ciprofloxacina).
2.Tratamento cirúrgico
• Não é curativo para DC• Útil para resolver complicações da doença (obstrução, perfuração, fístulas, abcessos,
doenças perianais )• Ressecção conservadora do intestino afectado com uma anastomose larga é a
técnica mais usada.
COLITE ULCEROSA
• Pico de incidência: 15-30 anos e 60-80 anos
• + frequente nas mulheres
ETIOLOGIA
• Desconhecida• ? – genética, ambiental e factores imunes do hospedeiro
• 15-40% hx familiar• Apendicectomia e tabagismo como factores protectores da CU independentes
PATOGENIA
• Doença difusa mas contígua confinada à mucosa e submucosa superficial.• Pode afectar só o recto - proctite• 40-50% : recto e sigmóide• 30-40% : cólon esquerdo• 20% : pancolite (10-20% também íleo terminal)• ÂNUS normalmente poupado
SINAIS e SINTOMAS
• Rectorragias• Diarreia• Tenesmo• Muco, pús e/ou sangue nas fezes• Dor abdominal em cólica ( 2/3 )
EXAME FÍSICO
• Hipersensibilidade abdominal• Cólon distendido• Hipersensibilidade e espasticidade rectal • Sangue, muco e/ou pús na luva
ACHADOS LABORATORIAIS
• Anemia• Leucocitose• PCR ↑• VS ↑• Hipoalbuminemia (casos fulminantes)• Deplecção de água, electrólitos, vitaminas• Esteatorreia• Exames bacteriológicos e parasitológicos das fezes
EXAMES ENDOSCÓPICOS
Colonoscopia ( 1ª escolha); sempre associado a biópsia
Macroscopia
Casos ligeiros: Eritema, superfície granulada Casos graves: hemorragia, edema, úlceras Casos fulminantes: mucosa com ulcerações graves (úlceras em botão de
camisa) Cronicidade: pólipos inflamatórios (pseudopólipos), atrofia, cólon estreitado e
encurtado
Risco aumentado de perfuração nas doenças activas CI na dilatação do cólon Importante para investigar alterações no Rx
ESTUDOS IMAGIOLÓGICOS
• Rx contrastado com bário ( clister opaco ) :
Irregularidades da mucosa – úlceras ( imagens de adição) Perda das haustras Aspecto rígido (cólon tubular) Cólon encurtado e estreitado Pseudopólipos Zonas de lesão contínua
• TC
Espessamento da parede do cólon ( < 1,5 cm ) Ausência de espessamento do intestino delgado Densidade heterogénea da parede intestinal Espessamento da gordura perirrectal e pré-sagrada Linfadenopatia
COMPLICAÇÕES
Perfuração do cólon
• A que causa maior mortalidade• Maior risco na fase aguda da doença• Associada à extensão e gravidade • + frequente no sigmóide e ângulo esplénico• Pode ainda originar abcesso ou peritonite generalizada• Doentes com megacólon são mais susceptíveis
Megacólon tóxico (dilatação aguda do cólon)
• Pessoas estão francamente doentes e têm um ou mais do seguintes factores agravantes: inflamação na camada muscular, hipocalemia, uso de opióides, uso de anticolinérgicos.
Hemorragia massiva
• Incomum, mas pode pôr a vida em risco.
Carcinoma do cólon e recto
• 8-10 anos após início da CU• Risco aumenta 1% por ano após 10 anos• Doentes em maior risco: > extensão, severidade, duração e presença de colangite esclerosante
primária.• Colonoscopia de vigilância e biópsias - displasia
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
Doença de Crohn
Neoplasias do cólon e recto
Doença diverticular
Infecções TGI
TRATAMENTO
1.Tratamento médico
1.1. agudizações ligeiras a moderadas
• Dieta livre de carne vermelha ou outros produtores alimentares exacerbantes de diarreia• Fármacos: aminossalicilatos (sulfassalazina, messalamina), corticosteróides orais (prednisolona;
altas doses), imunossupressores (azatioprina); não há estudos que comprovem a eficácia dos antibióticos nesta fase
1.2. agudizações severas
• Requerem hospitalizações• Aspiração nasogástrica – megacólon tóxico ou em risco de o desenvolver• Fármacos: corticosteróides iv ( hidrocortisona ou metilprednisolona) ; antibióticos de largo
espectro ( pacientes severamente doentes, para evitar sépsis através da transferência bacteriana cólica); imunossupressores (ciclosporina,colites refractárias a corticosteróides); anti-colinérgicos e opióides ( risco de dilatação cólica)
1.3. manutenção
• Fármacos: aminossalicilatos (messalamina nocturna; supositórios - colites distais; oral – colites + extensas), imunossupressores (azatioprina, colites dependentes de esteróides)
2. Tratamento cirúrgico
2.1. Doença aguda / complicações
• Perfuração cólica - cirurgia de emergência
• Megacólon tóxico, hemorragia, colite fulminante - tratamento cirúrgico se tratamento médico não resultar (evitar perfuração)
2.2. Doença crónica
• Doença intratável: exacerbações e sintomas contínuos, má nutrição, incapacidade para trabalhar ou desfrutar de vida social
• Impossibilidade de interromper corticosteróides
• Alterações de crescimento e desenvolvimento ( crianças)
• Prevenção do carcinoma colorrectal
• Manifestações extra-cólicas severas ( artrite, pioderma gangrenoso)
→ Técnica cirúrgica electiva: colectomia total com anastomose íleoanal
→ Outras técnicas: protocolectomia com íleostomia permanente
Colite Ulcerosa Doença de Crohn
Sinais e Sintomas
Diarreia Marcada Menos severa
Hemorragia Comum Incomum
Lesões perianais
Pouco Frequente, Moderadas Frequentes, Complexas
Dilatação Tóxica
Entre 3-10% Entre 2-5%
Manifestações Sistémicas
(artrite, hepatite, uveíte)
Comuns Comuns
Imagens do Raio X contrastado
• Confluente• Úlceras • Fístulas Internas são raras• Mais frequentemente só o cólon esquerdo é afectado
• Skip Lesions• Úlceras longitudinais e fissuras transversais lembrando pedra de calçada• Fistulas internas comuns• Qualquer porção do TGI pode estar envolvida, mais frequentemente íleo e cólon direito
Macroscopia
• Envolvimento confluente• Recto normalmente afectado• Pólipos inflamatórios são comuns• Sem espessamento da parede
• Envolvimento segmentar com Skip Lesions• Recto normalmente não afectado• Úlceras longitudinais, fissuras transversas• Pólipos inflamatórios não proeminentes• Espessamento da parede intestinal
Colite Ulcerosa Doença de Crohn
Microscopia • reacção inflamatória usualmente limitada à mucosa e submucosa• camadas musculares envolvidas apenas nos casos graves• granulomas raros
• inflamação crónica de todas as camadas da parede intestinal• camadas musculares frequentemente envolvidas• granulomas frequentes
Hx Natural • exacerbações/ remissões; podem ser explosivas, letais
• indolente, recorrente
Tratamento Resposta ao tratamento médico
• boa em 85% dos casos • difícil avaliação; pior controlo a longo prazo
Resposta ao tratamento cirúrgico
• proctocolectomia com anastomose ileoanal• proctocolectomia com ileostomia• sem recorrência
• colectomia segmentar• colectomia total com anastomose ileorectal• proctocolectomia se recto severamente danificado• recorrência frequente
OCLUSÃO I.DELGADO- Causa + freq de Cirurgia do I.delgado
- Etiologia: aderências (+50%); hérnias; invaginação; vólvulo; Dç Crohn; tumores; íleo biliar; compressão externa; Bezoar; divertículo de Meckel;
OCLUSÃO I.DELGADO- Clínica• Sintomas:Dor abdominal aguda em cólica periumbilical, associada a náuseas e
vómitos, obstipação
• Sinais:Inspecção: Distensão abdominal + cicatrizes+ hérnias+ sinais
desidratação+ peristaltismo visível
Auscultação: aumento ruídos hidroaéreos+ sons timbre metálico
Percussâo: aumento áreas de timpanismo
Palpação: Dor à palpação; ver se há sinais irritação peritoneal
Complicação: Isquemia intestinal e Perfuração
• Avaliação laboratorial: Sem alterações em fases precoces
Desidratação hiponatrémia, hipoclorémia, hipocalémia, alcalose metabólica, aumento creatinina, aumento hematócrito
• RX Abdominal simples
• TC
OCLUSÃO I.DELGADO-ECD
OCLUSÃO CÓLON
- Etiologia: neoplasias; diverticulite; vólvulo; fecaloma
- Sintomas: Dor abdominal tipo cólica; Obstipação- Sinais: Distensão abdominal; Massas palpáveis
Exame rectal: pesquisa massas
Rx abdominal simples- distensão cólon, aspecto grão de café (vólvulo)
Complicações: Perfuração
DIVERTICULOSE
60% indivíduos >80 A
+ agressiva nos jovens > 70% cirurgia
Pseudodivertículos: mucosa
muscularis mucosa
serosa
Entre ténia mesentérica e antimesentérica
Local de penetração das arteríolas na parede muscularMaior fragilidade
(2,5mm - 2,5 cm)
NOTA: cólon direito – mais freq. congénitos e verdadeiros
Sigmóide> descendente> transverso> ascendente
DIVERTICULOSE
Factores:• Elastose pós 50A - ↑ distensão• Dieta pobre em fibras vegetais
↑ pressão intracólica (sigmóide-+estreito)• Contracções segmentares• AINEs (↑permeabilidade)
Diagnóstico: Clister opaco – imagem em dentes de serra, encurtamento,estenose
Colonoscopia – orifícios, conteúdo fecal, EXCLUIR CANCRO
Assintomática – 80%
DIVERTICULITE– Perfuração Diverticular
Surge em 15 a 29% dos portadores de diverticulose.
• Microperfuração (processo circunscrito pela gordura e ansas)• Macroperfuração – abcesso ou peritonite (dor generalizada)
Sinais e sintomas: dor abdominal QIE (espontânea e à palpação) massa palpável QIE + defesa
obstipação/diarreia
disúria
febrícula/leucocitose
distenção abdominal
sangue nas fezes (pode ser oculto)
ATENÇÃO
Cólon
redundante
DIVERTICULITE– Perfuração Diverticular
• Diagnóstico: Clínica
Rx simples – pneumoperitoneu
TAC – ↑gordura, abcesso, obstrução, fístula
ECO – parede espessada, focos hiperecogénicos
Clister opaco – espessamento parietal, divertículos,fistulas, NÃO USAR BÁRIO
Colonoscopia – edema, espasmo, NÃO INSUFLAR
drenagem percutânea
HEMORRAGIA DIVERTICULAR
Parede arterial sujeita a erosão mecânica e química Hematoquézias
Melenas
Maior risco: HTA, Aterosclerose, AINEs
Diagnóstico: colonoscopia (pode ser tx)
angiografia DD angiodisplasia cólica
cintigrafia Tc
80% é auto-limitada
Complicações
• Fistulação (2-4%)
Bexiga (+ freq. homem)
Útero
Int.delgado
Pele
• Abcesso• Peritonite• Obstrução parcial
Diverticulite crónica – fibroseAderência do delgado a massa inflamatória
Tratamento
• Diverticulose Dieta Rica em fibras (15-30g)
• Diverticulite não complicada Atb largo espectro + dieta líquida
Analgesia
• Diverticulite complicada por abcesso Drenagem percutânea (TAC ou US)
Drenagem transanal
Cirurgia (ressecção+anastomose)
• Diverticulite complicada por fístula Atb+APT+cirurgia (ressecção)
• Diverticulite com peritonite generalizada Excisão cirúrgica de emergência (Hartmann) + Atb
• Hemorragia diverticular Vasopressina
Colectomia segmentar ou colectomia subtotal
30% recorrência cirurgia
ADENITE MESENTÉRICA• Processo inflamatório auto-limitado dos gânglios linfáticos do QID
• Crianças e adolescentes (associação com ileíte)• Diagnóstico diferencial mais frequente de apendicite
• Após infecção do tracto respiratório sup. -25%• Agentes: Vírus, Yersinia enterocolitica, Campylobacter jejuni
• Sinais e Sintomas: Dor e hipersensibilidade no QID Febre/Leucocitose Náuseas/vómitos Diarreia
• Diagnóstico: ClínicaTAC ou ECO
• Tratamento: hidratação analgesia
atb
APENDICULITE / EPIPLOIDITE• Adulto jovem
• Primária: Enfarte dos apêndices epiplóicos secundário a torção• Secundária: Disseminação de proc. Inflamatório (ex:diverticulite)
• Sinais e Sintomas:Dor abdominal espontânea e à descompressão (quad. inf.)
Massa palpável (nem sempre) Leucocitose/↑PCR
• DD: diverticulite e apendicite
• Diagnóstico:TAC e ECO
• Tratamento: Repouso, analgesia e dieta leve
• Complicações: Compressão extrínseca estenose Invaginação Perfuração
GASTROENTERITE• Causa: ingestão de alimentos ou água contaminados
• Etiologia: E.coli, Campylobacter, Shigella, Salmonella
Rotavírus, Adenovírus, Enterovírus
Giardia lamblia, Cryptosporidium
• Sinais e sintomas: Perda de apetite, náuseas e vómitos
Dor tipo cólica
Diarreia
Febre, mal-estar generalizado,dores musculares, fadiga
P
Provocam ulcerações na mucosa
Perda de água, electrólitos e proteínas
Inicio abrupto, auto-limitada, geralmente inferior a 10 dias.
GASTROENTERITE• Diagnóstico: Clínica
IonogramaExame de fezesAnálise do vómitoColonoscopia
• DD: Colite ulcerosa Disenteria amebiana Pneumonia, septicemia, ITU, Meningite Apendicite
• Tratamento: Ingestão de líquidos Desidratação Reposição hidroelectrolítica Hiponatrémia e
Hipocaliémia
Dieta leve
Difenoxilato, Loperamida, Subsalicilato de bismuto DiarreiaNormalmente não se administram antibióticos uma vez que
agravam a diarreia e estimulam o crescimento de microrganismos resistentes, excepto se for conhecido o agente em causa.
FÍSTULASPÓS-OPERATÓRIASDOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS
Sinais e Sintomas:Dor inicialmente local e depois difusa Febre Desidratação, hiponatrémia, hipocalémia, acidose
metabólica Desnutrição / Perda de peso
Complicações: Sepsis Mortalidade: 28%
Diagnóstico: Fistulografia / Rx contrastado / Crister Opaco
Tratamento: Fluidoterapia Nutrição parentérica total (4 a 6 sem.)
Análogo da Somatostatina (octreotide) Atb largo espectro (abcesso) Colocação de catéter e bolsa adesiva Cirurgia (ressecção do segmento e anastomose)
Alto débito
Abcessos intrabd.
Obst.intestinal distal
SÍNDROME DO CÓLON IRRITÁVEL
• 15-25% população ocidental• Afecta mais as ♀s (jovens)
• Sem alterações estruturais ou bioquímicas
• Excitabilidade exagerada das vias nervosas Hiperactividade motora
• Limiar menor para a dor proveniente da distensão intestinal.• Relação com ansiedade e depressão
DIARREIA / OBSTIPAÇÃO
Dor - agrava com refeições,alivia com defecação
- tipo cólica, quadrantes inferiores
Distensão abdominal / flatulência
SÍNDROME DO CÓLON IRRITÁVEL
• Associação a outras queixas: dispepsia funcional dismenorreia polaquiúria dispareunia enxaqueca
• Diagnóstico: clínicaausência de alterações no exames auxiliares de diagnóstico
• Tratamento: obstipação fibras e laxantes
diarreia loperamida ou difenoxilato dor fármacos são pouco eficazes (anti-Ach, BCCa 2+,
antag.5HT3)apoio psicológico/anti-depressivos
Não associado ao cancro ou doença inflamatória do intestino.Não diminui a esperança de vida.
PATOLOGIA GINECOLÓGICA
-DIP-Quistos ováricos (ruptura/torção)-Mittelschmerz-Torção anexial-Endometriose-Dismenorreia-Leiomiomas-Aborto-Síndrome do ovário remanescente-Gravidez Ectópica
♦ Taxa de falsos positivos nas apendicectomias é > nas ♀ jovens (32-45% das ♀ 15-45 A tinham apêndice normal)
DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA (DIP)
▪ Infecção polimicrobiana ascendente – infecção vaginal/cervical (1 cada 8 ♀ <20A sexual/ activas)
. Endométrio ---------------- Endometrite
. Trompas de Falópio ---- Salpingite
. Ovários --------------------- Ooforite
. Abcesso tubulo-ovárico
▪ Etiologia: DST (Neisseria gonorrhoea, Chlamydia trachomatis); ascensão secundária da flora vaginal; instrumentalização uterina
DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA (DIP)
▪ FR: ♀ jovens (<25A), nulíparas, comportamento sexual de risco, início actividade sexual <16A; hx instrumentalização uterina; DIU/Método de barreira
▪Complicações: Gravidez ectópica (6x -1ºepisódio); Infertilidade (50% 3/+episódios); Dor pélvica crónica; Dispareunia; Adesões
▪ ECO – adjuvante dx Abcesso
▪ RM – útil ao dx. Não prático
▪ SALPINGITE/SALPINGO-OOFORITE/ENDOMETRITE
Sinais e Sintomas:
- Dor QI/pélvica em repouso, à palpação e à descompressão (90%bilateral difusa) – final/após menstruação, <7dias, > actividade sexual
- Dor à palpação das estruturas anexas- Dor à mobilização uterina
- Corrimento vaginal/endocervical purulento (75%)- Metrorragias- Febre; Náuseas e/ou Vómitos (> Toxicidade)- Sintomas urinários- Taxa sedimentação ↑, PCR ↑, Leucocitose
- Sdre Fitz-Hugh-Curtis (5%- perihepatite aguda)
▪ SALPINGITE/SALPINGO-OOFORITE/ENDOMETRITE
*DIP “silenciosa” – gravidez ectópica/infertilidade (Chlamydia)
Dx Diferencial: Apendicite Aguda; Dç Diverticular; Gastroenterite; Gravidez ectópica; Inf. Urinária; Endometriose; Ruptura/Torção Quisto ovárico
Tratamento: Antibióticos; Analgésicos; Fluídos. Cirúrgico
▪ ABCESSO TUBULO-OVÁRICO
Emergência médica!!
▪ Sequela de Salpingite Aguda▪ Geralmente bilateral (unilateral não raro)
- ”massa unilateral” ------ Cisto ovárico; Torção anexial; Endometrioma; Abcesso periapendicular
▪ Sintomas: dor e febre > 1sem▪ Diagnóstico: massa anexial palpável, fixa e dolorosa
Peritonite --------------- Abdómen Agudo!
▪ Tratamento: Abcesso s/ ruptura – Médico (Antibióticos) Ruptura Peritonite difusa Choque Séptico (endotoxinas )
Laparotomia exploratória c/ressecção tecidos!
QUISTOS OVÁRICOS
▪ “Sacos” com líquido nos ovários – Massa Anexial palpável▪ Maioria são benignos e assintomáticos
- Dor QI abdómen/pélvica (súbita, aguda, limitada)- Dor pélvica prolongada durante ciclo menstrual- Dor pélvica após exercício/actividade sexual- Náuseas e vómitos- Dor e hemorragia vaginal- Infertilidade- Febre e Leucocitose (raro)
▪ RUPTURA/TORÇÃO DOR/HEMORRAGIA Apendicite!!!(à direita)
QUISTOS OVÁRICOS
MITTELSCHMERZ (midcycle pain)
- Dor abdominal associada à ovulação (20%♀ jovem)
► Distensão parede ovárica pelo crescimento folicular
► Ruptura folículo ovárico libertação óvulo+fluído +sangue IRRITAÇÃO PERITONEU
- Dor geralmente moderada e auto-limitada
- Dor aguda num dos QI do abdómen, a meio do ciclo menstrual, com duração de minutos-horas
- Dor recorrente, que vai trocando de lado
-Quando severa (raro) Apendicite!!
Diagnóstico de exclusão!
FUNCIONAIS: (+comuns; auto-limitados) - CISTO FOLICULAR – Ovulação não ocorre
– Involução do folículo maduro
QUISTOS OVÁRICOS
- CISTO DERMÓIDE (Teratoma Cístico Benigno)
- ♀jovens
- Cistos de grande tamanho Células totipotenciais
- Inflamação.
- Torção Ovárica
- Ruptura ► PERITONITE QUÍMICA
- Dor início súbito, aguda que evolui progressivamente
- Dor abdominal generalizada à palpação e à percurssão
- Vertigens ou síncope (Hipovolémia)
- Abdómen distendido com ↓ruídos hidroaéreos
- CISTO CORPO LÚTEO – Corpo lúteo não regride liquido+ sangue – Sem sintomas – Causa de Torção Ovárica – Ruptura muito frequente! HEMOPERITONEU
QUISTOS OVÁRICOS
- ENDOMETRIOMA – a partir de tecido endometrial - preenchido por sangue hemolisado – Endometriose – Dor pélvica crónica associada à menstruação – Infertilidade – Ruptura (s/hipovolémia) ► PERITONITE QUÍMICA
- CISTADENOMA – a partir de células da superfície ovárica
- OVÁRIO POLIQUÍSTICO ( ≠ Sdre. Ovário Poliquístico)- ovário ↑ tamanho + peq cistos em torno da superfíce
*ACO – ↓ risco desenvolver quistos ( ↓ovulação)
“chocolate blood”
TORÇÃO ANEXIAL
▪Tratamento: Cirúrgico: Cistectomia (sem enfarte) Ooforectomia (enfarte e necrose)
▪ Torção pedículo vascular (ovário, trompas, cisto paratubárico) ISQUEMIA e NECROSE
▪ Causa pouco frequente de dor QI do abdómen 70-75% em ♀<30A
- Tumores Ováricos (50-60%) – Dermóides (+comum) – Malignos adesões ( - frequente)
- Alterações anatómicas (peso/tamanho ovário, trompas)- Cistos do Corpo Lúteo - Tx para Infertilidade (indução ovulação > risco cistos e de ↑volume ovário)
!Emergência Médica! Intervenção cirúrgica imediata!!
TORÇÃO ANEXIAL
-Dor no QI abdómen, unilateral, início súbito, severo, constante/intermitente
-Dor à palpação e à percurssão (localizada)
-Início coincide com exercício/actividade sexual
-Náuseas e vómitos (70%)
-Febre – NECROSE (+tardio)
-Leucocitose
▪ Massa pélvica palpável, grande, unilateral, dolorosa (50-60%)
(oclusão drenagem venosa e linfática)
▪ DX PRECOCE !! (Laparoscopia)
ENDOMETRIOSE
▪ Presença e proliferação de tecido endometrial fora
da cavidade uterina Reacção inflamatória crónica
▪ Pélvica (ovários, trompas, vagina, ligamentos uterossagrados, septo recto-vaginal…) ♀ 25-30A ▪ Extra pélvica – disseminação linfática/vascular (pulmão, pleura, baço…)
♀ 35-40A
- Menstruação retrógada- Metaplasia Celómica (mesotélio peritoneal → tecido reprodutivo)- Células mullerianas remanescentes- Metástases linfáticas/vasculares- Deposição iatrogénica- Predisposição genética
ENDOMETRIOSE
▪ 1/3 assintomáticos▪ Dor aguda geralmente em fase (pré)menstrual
↑ Gravidez↓ Menopausa
- Dismenorreia+menorragia (3ª/4ª década)- Dispareunia- Dor abdominal (QI) que pode irradiar p/ costas e perna- Dor à defecação- Náuseas e vómitos
- Dor pélvica, inguinal- Dor com o exercício- Disúria e Poliúria- Obstrução ureteral e Hidronefrose - Obstipação
ENVOLVIMENTO DO FUNDO-DE SACO/SEPTO RECTOVAGINAL
ENVOLVIMENTO BEXIGA
ENVOLVIMENTO URETER
ENVOLVIMENTO INTESTINO
ENDOMETRIOSE
- Hipersensibilidade pélvica e do QI
- Massas nodulares dolorosas à palpação+ ligamentos uterossagrados espessados
- Massa anexial hipersensível – ENDOMETRIOMA
- Útero retrovertido, fixo, c/obliteração do fundo-de-saco Douglas extensão da dç
* RUPTURA ENDOMETRIOMA Dor aguda generalizada em fase não menstrual
Abdómen Agudo!
▪ Factores de Risco: Hx familiar; menarca precoce; ciclos menstruais muito curtos (>27dias); fluxo menstrual longa duração (>7dias); menorragia; defeitos úteros/trompas; hipóxia e deficiência de Fe 3+
▪ Tratamento: Médico / Cx (Laparoscopia + biópsia Dx Definitvo!)
DISMENORREIA
▪ Períodos de dor excessiva durante menstruação
▪ Primária (PG’s) – 1s dias antes/no 1º dia; 1-2 dias duração
Secundária (Patologia) – Endometriose, Adenomiosite, DIP, DST’s
– 1/+ sem antes; dura vários dias após menstruação
- DOR tipo cólica/moedeira no QI abdómen; irradiação lombar- Náuseas e/ou vómitos - Alterações trânsito intestinal (diarreia/obstipação)
▪ Tratamento: Médico
LEIOMIOMA
▪ Tumor Benigno – proliferação monoclonal de células de músculo liso uterino por influência dos estrogéneos, progesterona e factores de crescimento.
Gravidez – ↑ taxa crescimentoMenopausa – cessa crescimento
▪ Geralmente múltiplos. Tamanho variável. Podem ser pediculados(*)
▪ Intramurais. Subserosos*. Submucosos*. Intraligamentares. Cervicais.
▪ Degeneração. Edema. Hemorragia focal. Calcificações.
▪ Complicações: Hemorragia
Infertilidade (distorção útero)
Aborto
Parto pré-termo
LEIOMIOMA
▪ Sintomas/Sinais: - Maioria assintomáticos
- Distensão abdominal; Menorragia; Sensação pressão pélvica ----- Dispareunia;
Retenção urinária
- Dor pélvica aguda DEGENERAÇÃO e TORÇÃO
Torção isquémica c/necrose -- Abdómen Agudo!!
(L.SUBSEROSO PEDICULADO)
- Dor abdominal no QI à palpação e percurssão - Inflamação/degeneração - Massa palpável, sólida irregular- Febre; Leucocitose
ABORTO▪ Perda espontânea/induzida de uma gravidez precoce
(< 20 semanas/ inviabilidade feto)
- Dor abdominal em um/ambos QI- Febre/calafrios (aborto séptico)
- Ausência de dor prévia no epigastro- Ausência de náuseas, vómitos- Dor suprapúbica- Irradiação: lombar, nádegas, genitália, períneo- Hemorragia vaginal com coágulos/ tecido embrionário
▪ Sinais e Sintomas:
▪ Diagnóstico: ECO; β-hCG; Hemograma; Tipo de sangue
GRAVIDEZ ECTÓPICA
• 2% das gravidezes• Trompas de Falópio (porção ampolar)– 95%• Abdómen, Ovário, Colo do útero• Factores de risco:
– Antecedentes pessoais de gravidez ectópica– Antecedentes de cirurgia pélvica– DIP– Infertilidade– Fertilização in vitro– Uso de DIU– Tabagismo– Idade avançada
Doentes inférteis submetidas a técnicas de Fertilização in vitro
Risco aumentado
Bloqueio da passagem do ovo em direcção à cavidade uterina
Implantação na parede da trompa
Enfraquecimento
Ruptura
Hemorragias marcadas
• Sintomas e sinais:– Dor severa na região abdominal inferior– Hemorragia vaginal– Instabilidade hemodinâmica– Massa palpável dolorosa na região dos anexos
• Diagnóstico:– β-hCG: presente, indicando gravidez, mas com valores
diminuídos relativamente a uma gravidez viável; aumentos anormais para uma gravidez normal
– Progesterona: valores diminuídos para uma gravidez viável
– Ecografia endovaginal
– Hematócrito ↓
• Tratamento:– Cirúrgico:
• Remoção da gravidez ectópica • Salpingectomia parcial• Salpingectomia total
– Médico• Metotrexato
Há casos de resolução espontânea
• Objectivo: Diagnóstico precoce para prevenção da ruptura da parede e das complicações (choque e morte)
CÓLICA RENAL• Obstrução aguda do ureter
↑ Pressão a montante
Dilatação
Dor
• Etiologia: litíase; coágulos; compressões extrínsecas (ex: tumores)
• Tipos de cálculos:
Cálcio; Fosfato de magnésio e amónia (estruvite); Cistina; Ácido úrico
• Sintomas e Sinais:
Dor no flanco (região lombar e ângulo costovertebral)
Cólica
Muito intensa (a pior dor)
Irradiação para o hipogastro, genitais e face interna da coxa
Ausência de factores de alívio ou agravamento
Doente agitado
Hematúria
Disúria
Polaquiúria
Náuseas e vómitos
• Diagnóstico:
– Raios X (visualiza 90% dos cálculos - cálcio, cistina e estruvite - radiopacos)
– TC (visualiza todos os cálculos, incluindo os de ácido úrico)
– Ecografia (visualiza os cálculos no ureter proximal ou terminal, dilatação da árvore pielo-calicial ou ureter)
• Complicações:– Infecção– Hidronefrose
• Tratamento:– Antiespasmódicos, analgésicos e
anti-inflamatórios – Litotripsia extracorporal– Litotripsia por ureteroscópio– Nefrolitotomia
INFECÇÕES DO TRACTO URINÁRIO
• Etiologia: Bactérias Gram-
E. coli
P. mirabilis
P.vulgaris
Klebsiella
Sexo feminino:
• elevada prevalência• jovens e sexualmente activas• uretra curta, proximidade entre a uretra e o ânus, traumatismo durante a relação sexual, gravidez
Sexo masculino:
• muito raro• procedimentos invasivos ou obstrução (hiperplasia da próstata)
Classificação:
– Infecções do tracto urinário superior
• Pielonefrites• Abcessos renais e perinéfricos
– Infecções do tracto urinário inferior
• Ureterite• Cistite• Uretrite
Infecções ascendentes (maioria)
Infecções descendentes ou hematogéneas - alterações locais do trato urinário: obstrução com estase, trauma, tumor
Disseminação linfática
Extensão directa
PIELONEFRITE AGUDA
• Infecção renal; via ascendente
• Sinais e sintomas
Dor no flancoPolaquiúriaDisúriaUrgência urinária
Febre e arrepiosNáuseas e vómitosDiarreiaTaquicardiaMialgia generalizada
• Diagnóstico laboratorial:BacteriúriaPiúriaLeucocitose
• Complicações:Pielonefrite crónica
• Tratamento:AntibióticoTratamento sintomático Ingestão de fluídos
PIELONEFRITE CRÓNICA• Resultado de pielonefrites agudas recorrentes ou tratadas
inadequadamente
• Sintomas e sinais tardios:– Dor crónica no flanco– HTA– Anemia– IR
• Diagnóstico por Raios-X
• Maioria sem bacteriúria Tratamento antibiótico desnecessário
• Tratamento: Diálise (IRC)
CISTITE
• Infecção da bexiga; via ascendente
• Sinais e sintomas:
Dor supra-púbica; parte inferior da região lombar; períneo
Urina turva e fétida
Polaquiúria Disúria Urgência urinária Hematúria Febre
• Diagnóstico laboratorial:
Bacteriúria Piúria Hematúria
• Tratamento: antibiótico
HISTÓRIA CLÍNICA▪ Identificação: MAMG ♀
52A Caucasiana Gondomar Reformada (Ourives e Doméstica) Casada
31/05/06 – Recorreu ao S.U. por dor na FID, sem migração, progressiva e contínua, severa, com duração de 2 a 3 horas, febrícula, náuseas e vómitos
Hemodinamicamente estável Abdómen mole, doloroso à palpação em todos os
quadrantes, com maior intensidade na FID. Sinais de irritação peritoneal: contractura localizada, dor à
percussão e Blumberg positivo
▪ Antecedentes pessoais: História de nefrolitíase ( Há 4A)
Laqueação tubar há 10 A.
Sem outras patologias relevantes.
Sem terapêutica habitual
▪ Exames auxiliares de diagnóstico:
– Ex. laboratoriais: Leucocitose (ligeira) 12,27 x 109/L
Neutrofilia 90,1 %
↑ PCR 213,9 mg/L
– Ecografia:
• Atrofia do rim direito, sem evidência de colecções ou dilatação
• Sedimento urinário normal
• Não se evidenciou com segurança imagem do apêndice, mas mostrou pequena quantidade de líquido livre e imagem de densificação de gordura periapendicular.
DIAGNÓSTICO ?...
DIAGNÓSTICO ?
APENDICITE AGUDA
▪ Diagnóstico: Apendicite aguda
▪ Tratamento:– Apendicectomia de Mc Burney
Achados intra-operatórios pequena quantidade de pús livrepequeno abcesso da base cecalapêndice necrosado e segmentado
– Antibioterapia endovenosa durante 5 dias (amox+ác.clavulânico)– Fluidoterapia– Analgesia
▪ Evolução no internamento: Sem intercorrências Apirética e estável Resolução dos parâmetros inflamatórios
▪ Terapêutica no ambulatório: Analgesia em SOS Agrafes a retirar no dia 09/06/06
08/06/06 – Recorreu novamente ao S.U. com febre e escorrência sanguinopurulenta da ferida cirúrgica com mau odor. Abdómen doloroso no QID.
HIPÓTESES DE DIAGNÓSTICO?...
▪ Exames auxiliares de diagnóstico:Ex laboratoriais:
Leucocitose 15,19 x 109/L Neutrofilia 81,8% ↑PCR 128,2 mg/L
Ecografia: Sem líquido livre ou colecções intrabdominais.
Abcesso da parede – complicação pós-apendicectomia
▪ Terapêutica: colocação de dreno amoxicilina 500mg 8/8h ibuprofeno 400mg 3/dia paracetamol 500mg 8/8h
FIM
Recommended