Arte no Papel

Preview:

DESCRIPTION

Arte no Papel

Citation preview

2 Bov

ey L

ee p.8

Gém

eo L

uís

p.14

Pet

er C

alle

sen

p.20

Rob

ert R

yan

p.26

Pat

rick

Gan

non

p.32

3Sher

Chr

isto

pher

p.50

Ber

nar

d Je

unet

p.56

Sim

on S

chub

ert p

.62

Su B

lack

well

p.44

Els

a M

ora

p.38

7

Papel... Ao pensar em papel, qual é a primeira coisa que me vem à cabeça? A primeiríssima

mesmo? Poderia ser “papel de máquina” (se calhar seria o mais lógico e previsível)...mas o

facto é que não é. Poderia também ser papel higiénico, ou papel de parede, tendo em conta

que em ambos os casos a palavra “papel” quase que pede por obrigação os complementos

“higiénico” ou o “de parede”. É quase automática a associação: papel...HIGIÉNICO; papel...

DE PAREDE. É quase instantâneo. Se bem que o papel...DE MÁQUINA também surge com

bastante naturalidade. Papel autocolante? Humm...também não. Na verdade, e deixando-

me de rodeios e de mistérios sem piada nenhuma, a primeira coisa que me vem à cabeça

quando penso em papel...é o sketch dos Gato Fedorento. Nesse sketch, denominado “O

Papel”, três personagens interagem entre si de uma forma, digamos que deveras repetitiva,

sendo a lenga-lenga sempre a mesma, ao longos de quase dois minutos de vídeo: “ – Qual

papel?” pergunta um, “– O papel!” responde o outro. “– Qual papel? – O papel!”.

Mas na verdade, e como já foi possível perceber com toda a destreza e evidência (e disso

tenho a certeza), nada disto tem a ver com o conteúdo e conceito do deste livro. Normal-

mente, os prefácios dos livros são coisas muito sérias e muito chatas de se ler, e normal-

mente até são escritas por outras pessoas que não os próprios autores (a grande prova de

que até para eles escrever prefácios é um valente frete), daí ter dado o meu parecer acerca

do papel (não que interesse muito, mas achei pertinente dá-lo na mesma).

Entrando, agora, num espírito mais sério (a tal parte chata), e falando do livro propria-

mente dito, o que pretendo dar a conhecer às pessoas que estão a ler este prefácio (aposto

que a maior parte nem sequer reparou que ele existia) foi o facto de o papel, sendo uma das

coisas mais flexíveis, maleáveis e simples, poder ser transformado em obras de arte com-

pletamente inesperadas. Podemos desenhar no papel, podemos pintar, podemos utilizá-lo

para as mais diversas situações da nossa vida. Mas, as mais interessantes, são aquelas que

envolvem uma criação artística e que possuem originalidade. Trabalhar o papel, dando-lhe

as mais variadas formas a partir de um simples rectângulo, ou quadrado, ou o que for, e

transforma-lo numa peça de arte, é algo que muita gente não está habituada a ver.

Recorrendo ao bisturi, à tesoura, ao x-acto, limitando-se a dobrar, cortar e colar, recorren-

do a meios digitais ou limitando-se a desenhar e a cortar, os artistas e os magníficos traba-

lhos que serão apresentados neste livro, são a prova de como a imaginação não tem limites.

8

Bovey Lee nasceu em Hong

Kong e actualmente trabalha

e vive em Pittsburgh. Os seus

recores de papel combinam a

tecnologia digital ao artesanato

manufacturado para contem-

poranizar e extender a arte

tradicional que é o tradicional re-

corte de papel Chinês. Os seus

recortes de papel incrivelmente

e atamente complexos exploram

temas como poder, política, so-

brevivência e como funcionam

em cenas de catástrofes.

9

10

11

12

13

14

Nasceu em Lourenço Marques,

actual Maputo (Moçambique),

em 1965. Lecciona na Escola

Superior de Artes e Design de

Matosinhos e na Faculdade de

Belas Artes da Universidade

do Porto. Recebeu a Menção

Especial do Prémio Nacional de

Ilustração 2002, pela ilustração

do livro “Grávida no Coração”.

15

16

17

18

19

Um dos temas comuns na

maioria dos meus trabalhos é

a reenterpretação de contos de

fadas tradicionais, bem como o

interesse genérico pelas memórias

de infância. [As minhas obras]

existem na terra perdida da

infância, entre o sonho e a

realidade, e é nesse encontro, ou

confronto, entre duas vertentes,

numa espécie de personificação

utópica, que as minhas obras se

tornam vivas, muitas vezes de

uma forma tragicómica.

Peter Callensen

21

22

23

24

25

26

Nascido em 1962, Robert Ryan

é um artista britânico conheci-

do especialmente pelos seus

trabalhos de minucioso recorte

de papel e serigrafia. A sua vasta

obra é caracterizada por ter uma

aparência bastante intrincada

e repleta de detalhes, que é

reflectido nas delicadas tramas

que este cria nas suas obras. A

sua prática incide-se no corte e

remoção de papel para produzir

imagens e padrões dentro de

um único pedaço de cartão.

27

28

29

30

31

32

As ilustrações e o trabalho de

Patrick Gannon são feito intei-

ramente recorrendo ao corte

de papel e tendo como base

madeira. Com estúdio e casa

em Tóquio, embora com raízes

em Nova Jersey, Patrick faz uma

mistura de fantasia mais ousada

com um toque de subtileza con-

ceptual. Na sua obra, combina

influências da sua vida no Japão

e da sua educação em Nova

Jersey, onde cresceu rodeado

de animais. O seu interesse

por mitos e fábulas levou-o a

estudar a literatura, chegando

mesmo a tirar uma graduação

no Providence College, Rhode

Island. Todos esses elementos

se reúnem para inventar uma

mitologia exclusivo para o

mundo actual.

33

36

37

38

Cubana de nacionalidade, Elsa

Mora, ou Elsita, como gosta

de ser conhecida, é uma artista

plástica, licenciada em multi-

média. Radicada nos Estados

Unidos, Elsa já trabalhou com

cerâmica, pintura, ilustrações,

fotografias, instalações e agora

criou o belíssimo blog The

heArt of Papercuts, que, como o

próprio nome sugere, traz tudo

sobre a arte de cortar papel.

Recortes mágicos e surpreen-

dentes. Criações feitas com todo

amor e muita paciência, traba-

lhadas até os mínimos detalhes.

Silhuetas, rostos anónimos,

animais, natureza. Tudo é lúdico

e delicado.

39

40

41

42

43

44

O papel foi usado para a comu-

nicação, desde a sua invenção,

quer entre os seres humanos ou

numa tentativa de se comunicar

com o mundo espiritual. Eu uso

este meio delicado e acessível e

utilizo processos irreversíveis e

destrutivos para reflectir sobre a

precariedade do mundo em que

vivemos e da fragilidade de nossa

vida, sonhos e ambições.

Su Blackwell

45

46

47

48

49

50

Cada escultura é única e é uma

resposta a uma exploração do pa-

pel como um meio para se fazer

escultura. O papel é um meio bo-

nito para trabalhar. É um desafio

e uma alegria a forma como de

criam formas tridimensionais a

partir de algo que é ordinaria-

mente plana. Cada escultura tem

uma força e permanência criada

pela manipulação de um meio

que muitas vezes é assumido

como sendo frágil e transitório e,

com uma compreensão da cons-

trução e da forma, cada escultura

é criada sem o recurso a outro

tipo de materiais.

Sher Crhistopher

51

52

53

54

55

Bernard Jeunet não pinta nem

desenha as suas ilustrações. As

suas personagens são esculpidas

em papel, a pose ensaiada sobre

cenários, a composição ajustada

com rigor, os elementos decora-

tivos dispostos meticulosamente.

Todo o mobiliário, todos os

objectos, da minúscula caixa de

lápis ao minúsculo caderno, a luz

e as sombras, os reflexos da luz

na água. Tudo é papel!

(autor desconhecido)

57

58

59

60

61

6262

Simon Schubert, escultor, nas-

ceu em 1976 na cidade de Köln,

na Alemanha. Estudou Artes

de 1997 a 2004 na Kunstaka-

demie Düsseldorf. Simon ficou

conhecido por seu trabalho com

papel, no qual através de um

complexo processo de dobras

e vincos o artista cria imagens

tridimensionais em folhas de

papel. Com essa técnica, o

artista consegue reproduzir com

impressionante fidelidade ima-

gens em perspectiva, tais como

corredores ou espaços internos

de uma casa.

63

64

65

66

67

68

TÍTULO

Arte no Papel

PESQUISA

Pedro Reis

DESIGN

Pedro Reis

1a EDIÇÃO

Maio, 2010

PUBLICAÇÃO

U.Porto Editorial

MORADA

Praça Gomes Teixeira 4099-002 Porto

SITE

http://editorial.up.pt

EMAIL

editup@reit.up.pt

IMPRESSÃO

Norcópia

TIRAGEM

1 exemplar

ANO

2010

69

Recommended