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Situação de Aprendizagem 1

O continente africano

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Situação de Aprendizagem 1

Extrair informações sobre a distribuição espacial do continente africano; ler; interpretar e correlacionar evidências espaciais em mapas temáticos sobre clima, vegetação e hidrografia do continente africano, de modo a inferir a relação entre clima e vegetação; ler, interpretar e comparar mapas, gráficos e textos com objetivo de compreender os fatores responsáveis pela subdivisão da África em dois grandes conjuntos de países (África do Norte e África Subsaariana).

Localização da África no globo terrestre; Clima, vegetação e hidrografia do continente

africano; Características físicas e culturais gerais do

continente africano; Regionalização da África em África do Norte e

África Subsaariana.

Você conhece o continente africano?

Quais característica você poderia elencar sobre a África?

Existem diferentes formas de regionalizar o continente Africano.  Primeiro, devemos considerar a importância do Deserto do Saara na configuração natural, cultural e política do continente africano. O Saara é o maior deserto do mundo, separa o extremo norte africano do resto do continente e, historicamente, funcionou como uma barreira que, embora transposta por fluxos comerciais intensos, influenciou profundamente a configuração das culturas e civilizações na África. O Rio Nilo foi o primeiro e principal eixo comercial através do deserto, norte e sul do Saara.

Nos séculos VII e VIII, povos árabes conquistaram todo o norte africano, antes de invadirem a Península Ibérica. O domínio árabe no norte da África levou a difusão do islamismo e da língua árabe entre os povos da porção setentrional do continente. Nesse período, o Saara também passou a ser atravessado por rotas de caravanas árabes, que comercializavam inúmeros produtos e escravos dos reinos do sul do deserto. Essas relações comerciais foram responsáveis pela expansão do islamismo também para os povos que habitavam a porção sul do Saara. Isso explica a grande presença de adeptos do islamismo nessa parte do continente.

Foram também essas relações – em especial, o comercio de escravos – que levaram os árabes a tratar o sul do Saara como “terra de negros” . Dessa forma, a influência árabe e, posteriormente, a européia ratificou a regionalização que distinguia uma “África Branca” de uma “África Negra”. Essa designação das porções norte e sul do continente pela cor da pele, além de não esclarecer em nada as características culturais próprias de cada região, representam o modelo racista e preconceituoso que fundamentou a colonização do continente no século XIX.

Com o fim da colonização, essa regionalização ratificada pelo imperialismo foi profundamente criticada, tendo em vista o aprofundamento nos estudos acerca da heterogeneidade das culturas africanas. Na atualidade, os organismos internacionais consolidaram a regionalização em África do Norte e África Subsaariana.

Países da África do Nor te, Marrocos, Líbia, Tunísia, Egito, Argélia e Saara Ocidental (sob domínio do Marrocos), as populações desses países têm uma unidade cultural dada pela religião islâmica, trazida pelos árabes da Península Arábica a partir do século VII.

O significado da expressão Magreb, salientando que, em árabe, a palavra designa “ onde o Sol se põe”, pois, localizada a oeste, encontra-se em oposição ao “machrek”, que significa “o nascente”, porção representada pela Península Arábica. O Magreb (ou também Magreb Central) correspondente à porção do norte da África, onde se localizam o Marrocos, a Argélia e a Tunísia, países que foram interligados ao império colonial francês no século XIX – e que, anteriormente, faziam parte do Império Turco-Otomano. No entanto, a existência do Grande Magreb, região que se estende da Mauritânia à Líbia.

Em relação ao conjunto das exportações dos países que o compõem, as trocas econômicas e comerciais com a Europa são mais intensas que as relações que mantém entre si. Essa observação é importante, pois permite explicar uma das razões que tornam essa imensa região um espaço estratégico do ponto de vista dos europeus e, mais recentemente, dos chineses, em virtude da grande importância do petróleo e de outros minérios aí existentes. Além disso, essa região possui outras características como: a proximidade geográfica coma Europa; o fato de ser  mais rica da África, com vastas reservas de petróleo, gás natural, fosfato, ferro, etc.; o fato de ser importante fonte emissora de migrações com destino à União Européia.

É interessante informar, considerando o meio físico e sua ocupação pelo ser humano, que a África do Norte ou Setentrional possui, além do Magreb, outras duas áreas mais ou menos distintas: o Vale do Rio Nilo e o Saara.

Em relação ao Vale do Rio Nilo deve-se destacar a importância desse rio para vários países africanos, e não apenas para o Egito. O percurso do rio, desde a nascente no Lago Vitória à foz e em delta no Mar Mediterrâneo. Na antiguidade a população egípcia foi a única a atravessar o Deserto do Saara no sentido sul-norte. Vale também ressaltar que o Nilo poderá ser comparado ao Rio São Francisco, no Brasil. É sempre interessante fazer essa comparação considerando diversos aspectos. Tanto o Nilo quanto o São Francisco possuem traçado sul-norte; atravessam áreas áridas e semiáridas; são utilizados para transporte, produção de eletricidade, irrigação. O que os difere apenas é o tipo de foz; enquanto o Nilo apresenta foz em delta, o São Francisco deságua no Atlântico formando um grande estuário.

Em contraste com o Saara, o Rio Nilo propicia áreas úmidas e férteis, fornecendo água e solos agricultáveis em suas em suas margens, além de irrigação em áreas adjacentes ao Vale do Rio Nilo,  possuindo em suas margens muitas aglomerações humanas como, por exemplo, Cairo, Alexandria, no Egito, e Cartum e Ondurman, no Sudão. O Rio Nilo nasce na região central da África, no Lago Vitória, e corre na região central e nordeste do continente, atravessando Uganda, Sudão e Egito, desembocando em delta no Mar Mediterrâneo. A represa Assuã, no Rio Nilo, controla o nível das águas e fornece energia elétrica ao Egito.

Quanto ao Deserto do Saara  – localizado no norte do continente africano, estende-se do Oceano Atlântico até o Mar Vermelho -, é importante analisar que os vários países localizados na porção setentrional africana apresentam baixa densidade demográfica pelo fato dessa região ser árida, o que dificulta a ocupação humana e as atividades . Além disso, pode-se observar no mapa físico da África a notável influência do “sistema” da Cadeia do Atlas na aridez do Deserto do Saara que, em razão de suas elevadas altitudes e orientação transversal, impede a passagem dos ventos que chegam do norte carregados da umidade do mar.  A designação “sistema” relaciona-se com o fato dessa cadeia formada no Terciário compreender três cadeias no Marrocos (Alto do Atlas, Médio Atlas e Antiatlas) e duas na Argélia (Atlas Telianos e Atlas Saariano).

De modo a complementar o estudo sobre os desertos na África, não podemos esquecer do Kalahari e da Namíbia, ao sul do continente. Onde, a formação desses desertos, diferentemente do Saara associa-se à presença da corrente fria de Benguela

A África Subsaariana é composta de países localizados ao sul do deserto do Saara ou na porção meridional, denominada Sahel, extensão de terras localizada na “borda do deserto” e que, historicamente habitada por pastores nômades que, na atualidade e por influência do processo de colonização, em parte se sedentarizaram. Aliado ao pastoreio, a partir de investimentos de inúmeros organismos internacionais associados a empreendimentos privados, essa região tem apresentado melhor uso do solo e resultados agrícolas satisfatórios na produção de grãos especialmente milheto, sorgo e arroz.