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Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura, Enterobius vermiculares Prof. Ms Marcos Gontijo da Silva

Ascaris Lumbricoides, Trichuris, Enterobios

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Aula de Parasitologia - ITPAC PORTO

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Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura,

Enterobius vermiculares

Prof. Ms Marcos Gontijo da Silva

Ascaris lumbricoides

OBJETIVO :

Estudar a clissificação, morfologia,

biologia, ações patogênicas, diagnóstico,

epidemiologia, profilaxia e tratamento.

ASCARIDÍASE

ASCARIDÍASE É o parasitismo desenvolvido

no homem pelo Ascaris lumbricoides.

Nome popular Lombrigas ou bichas.

Prevalência O Ascaris lumbricoides é encontrado em quase todos os países do mundo e ocorre com frequência variada em virtude das condições climáticas, ambientais e, principalmente do grau de desenvolvimento da população.

ASCARIDÍASE

A fêmea do Ascaris lumbricoides

pôe o maior número de ovos, os quais

possuem maior longevidade e

infectividade.

Uma fêmea pode conter 27 milhões

de óvolos, chegando a botar 200 mil ovos

por dia, durante um ano.

ASCARIDÍASE

Para manter a enorme produção

ovos férteis, esses helmintos consomem

grande quantidade de nutrientes,

espoliando o hospeeiro; nutrem-se

basicamente de proteínas, carboidratos,

lipídios e vitaminas A e C.

ASCARIDÍASE

No último relatório sobre a Ascaridíase

(2000) a OMS estimou em um bilhão e meio

o número de pessoas infectadas, das quais

400 milhões apresentavam sintomatologia,

havendo cerca de 100 mil mortes concentradas nos países subdesenvolvidos

da África, Ásia, Oceania e Américas.

ASCARIDÍASE

Os ovos do Ascaris lumbricoides são envolvidos por três membranas protetoras: uma

interna, impermeável, constituída por 25% de proteína, 75% de lipídeos, que confere grande resistência ao ovo contra dessecação; uma membrana média, constituída por quitina e proteínas e a membrana externa, constituída por mucopolissacarídeos.

Esses ovos infectantes resistem no meio ambiente por vários meses, talvez mais de um ano.

ASCARIDÍASE Ascaris lumbricoides Parasito do homem

Ascaris suum Parasito comum em suínos e pode acometer os humanos também

Toxocara canis Parasito comum de cães e que pode causar em humanos a síndrome denominada de larva migrans visceral.

ASCARIDÍASE

CLASSIFICAÇÃO:

Ordem Ascaridida Família Ascarididae Gênero Ascaris Espécie Ascaris lumbricoides

ASCARIDÍASE MORFOLOGIA Macho Mede 20 a 30 cm, cor leitosa, boca contornada por 3 lábios, apresenta esôfago, intestino retilíneo, reto encontrado próximo à extremidade posterior, testículo, canal ejaculador, com a extremidade posterios recur- vada.

Fêmea Mede 30 a 40 cm, sendo mais grossa, cor, boca e aparelho digestivo semelhantes aos do macho e extremidade posterior retilínea. Apresenta 2 ovários, úteros, vagina e vulva. Chega a botar 200.000 por dia, durante 1 ano. OBS: Os vermes adultos vivem em torno de dois anos.

ASCARIDÍASE

OVO Mede cerca 50 μm, cor castanha possuindo duas

membranas internas e uma externa manilonada

(que confere grande resistência ao ovo contra

dessecação).

Larva rabditóide

Larva filarióide

ASCARIDÍASE

HÁBITAT

Formas adultas vivem no intestino delgado

dos hospedeiros (principalmente no jejuno

e íleo)

ASCARIDÍASE

TRANSMISSÃO

Ingestão de ovos com L3 (larva

filarióide infectante)

Cada fêmea pode pôr 200.000 ovos por

dia, durante 1 ano

ASCARIDÍASE

CICLO EVOLUTIVO

É do tipo monoxênico

ASCARIDÍASE

PATOGENIA

LARVAS Lesões hepáticas e pulmonares (infecções maciças)

Hepáticas Focos hemorrágicos e de necrose fibrosados

Pulmonares Edemaciação dos alvéolos, com infiltrado

eosinofílicos, febre, bronquite, pneumonia,

tosse.

ASCARIDÍASE VERMES ADULTOS Ações:

Expoliadora Consomem grande quantidade de vitaminas (A e C), proteínas, lipídeos, carboidratos Desnutrição e depalperamento físico e mental.

Tóxica Antígenos parasitários X Anticorpos do hospedeiro (Edema, urticária, convulsões epileptiformes, etc.)

Mecânica Irritação da perede intestinal ou enovelamento de casais ou grupos de parasitos.

Ação ectópica Vermes migratórios (áscaris errático) podem, espontaneamente ou após midicação, atingir locais indevidos, tais como o canal coléduco, causando obstrução do mesmo, o canal de Wirsung,

causando pancreatite aguda ou eliminação do verme pela boca.

AÇÃO MECÂNICA

ASCARIDÍASE

ASPECTOS CLÍNICOS O aparecimento das lesões depende : Número de larvas, tecido onde se

encontrem, sensibilidade do hospedeiro.

Síndrome de Loeffler: Febre, tosse, eosinofilia sanguinea elevada, anorexia.

Intestinal: desconforto abdominal (cólicas), dor epigástrica e má digestão; náuseas, perda de apetite, emegrecimento; irritabilidade, sono intranquilo e ranger dos dentes à noite, manchas branca na pele.

Em crianças subnutridas e altamente parasitadas é comum o aumento exagerado do volume abdominal (abdome proeminente) além do aspecto geral de depalperamento físico, palidez e trinteza.

ASCARIDÍASE

DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Reconhecimento de formas adultas nas fezes

Detecção de ovos na materia fecal Exame de fezes

Métodos quantitativos Stoll e Kato – Katz

Métodos qualitativos Willis, Hoffmann, Ritchie, etc.

                                                                                                                                                                                       

Ovos fértil e infértil, respectivamente, de Ascaris lumbricoides.

EPIDEMIOLOGIA:

Cosmopolita (encontrado em paises de

clima tropical e semi-tropical.

Fatores que interferem na prevalência do

Ascaris lumbricoides:

Baixo nível socioeconômico;

precárias condições de saneamento básico;

má educação sanitária;

grande produção de ovos pela fêmea do

parasito (200.000 ovos por dia durante 1 ano)

textura do solo

contaminação fecal do solo ou piso das

habitações, por falta de instalações sanitárias;

disseminação de ovos através de poeira,

chuvas, insetos;

viabilidade dos ovos no solo durante meses ou

anos, quando em condições favoráveis de

temperatura e umidade;

resistência dos ovos aos desinfetantes usuais

devido à sua membrana lipóidica interna.

ASCARIDÍASE

TRATAMENTO PIPERAZINA Nos casos de obstrução intestinal administração por sonda nasogástrica 100 mg/kg hexa-hidrato de piperazina (não exceder 6g) 10 a 30 ml de óleo mineral, 3 em 3 horas por 24h e hidratação por via parenteral.

PAMOATO DE PIRANTEL Inibe a colinesterase causando a (Piranver, Combantrin) paralisia do verme (10mg/Kg em dose única).

MEBENDAZOL Age bloqueando a captação de glicose e (Pantelmin,sirben) aminoácidos – 100mg (2 x) por 3 dias

ASCARIDÍASE

MEBENDAZOL MODO DE AÇÃO Inibição seletiva da assimilação de

glicose em nematóides e cestóides, determinando maior

utilização de glicogênio pelo parasita; assim, os parasitas

ficam privados de sua principal fonte de energia. Sob

ação da droga, o parasito permanece imobilizado e o

desenvolvimento larvário é interrompido in vitro.

ASCARIDÍASE

MEBENDAZOL O Mebendazol é ativo contra nematóides e

empregado principalmente para tratamento de

tricuríase, ascaríase, ancilostomíase e estrongiloi-

díase. É pouco absorvido no trato gastrointestinal,

de modo que é muito eficaz em casos de

helmintoses intestinais.

ASCARIDÍASE

ALBENDAZOL 400 mg (larvicida) dose única.

(Zentel)

IVERMECTINA 200 μg/Kg em dose única; 100% de cura

(Revectina) (droga nova)

ASCARIDÍASE

PROFILAXIA Melhoria das condições de saneamento

básico Construção de fossas sépticas Educação sanitária Lavar as mãos antes de tocar os alimentos Tratamento das pessoas parasitadas Proteção dos alimentos contra insetos.

Trichuris trichiura

TRICURÍASE

CLASSIFICAÇÃO :

Classe Nematoda Ordem Trichuroidea Família Trichuridae Gênero Trichuris Espécie Trichuris trichiura

TRICURÍASE

TRICURÍASE OU TRICOCEFALOSE OU TRICUROSE

. É o parasitismo desenvolvido no homem pelo Trichuris

trichiura ou Trichocephalus trichiurus

TRICURÍASE

MORFOLOGIA Possui a parte anterior afilada, quase

2/3 maior que a posterior, dando um aspecto de chicote, de cor

esbranquiçada ou rósea.

MACHO Mede cerca de 3 cm; 1 testículo, canal deferente e canal

ejaculador.

FÊMEA Mede cerca de 4 cm. Ovário, oviduto, útero e vagina.

OVO Mede cerca de 50 μm X 22 μm cor castanha, casca

formada por uma camada vitelínea externa, uma quitinosa

intermediária e uma lipídica interna. Tem forma de barril.

TRICURÍASE

HÁBITAT Vermes adultos vivem no intestino grosso Poucos vermes (ceco e colo ascendente) Muitos vermes (colo descendente, reto e até no íleo) Longevidade: mais de 5 anos.

TRICURÍASE

TRANSMISSÃO Ingestão de ovos

maduros

CICLO EVOLUTIVO Tipo monoxênico

OVIPOSIÇÃO Alcança o número de

7.000 ovos por dia por fêmea.

TRICURÍASE PATOLOGIA E SINTOMATOLOGIA Maioria dos casos assintomáticos Ocorre um processo irritativo das terminações nervosas locais, estimulando o aumento do peristaltismo e dificultando a reabsorção de líquidos no nível de todo o intestino grosso.

Infecções moderadas colite associada à tricuríase. Dores abdominais, disenteria crônica, sangue e muco nas fezes

Infecções intensas e crônicas (Principalmente em crianças) Distúrbius locais Dor abdominal, disenteria, sangramento, tenesmo e prolapso retal.

Alterações sistêmicas Perda de apetite, vômito, eosinofilia, anemia, má nutrição e

retardamento do desenvolvimento.

TRICURÍASE DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Detecção de ovos na matéria fecal Exame de fezes

EPIDEMIOLOGIA Cosmopolita; clima tropical com temperatura média elevada; umidade

ambiente elevada; dispersão de ovos através de chuvas, vento, moscas e baratas.

Ovos mais sensíveis à dessecação e insolação do que os de Ascaris lumbricoides.

As crianças são as mais acometidas. Maior prevalência onde há falta de serviços de esgoto e água tratada.

TRICURÍASE

TRATAMENTO

Medendazol Age bloqueando a captação de glicose e

(Pantelmin, sirbem) aminoácidos 100mg (2X) por 3 dias.

Albendazol Larvicida 400 mg (dose única)

(Zentel)

TRICURÍASE

PROFILAXIA Educação sanitária

Construção de fossas sépticas

Lavar as maõs antes de tocar os alimentos

Tratamento das pessoas parasitadas

Proteção dos alimentos contra moscas e baratas.

Enterobius vermicularis

A enterobíase, enterobiose ou oxiurose, é a verminose intestinal devido ao Enterobius vermicularis. Mais conhecido popularmente como oxiúrus. A infecção costuma ser benígna, mas incômoda, pelo intenso prurido anal que produz e por suas complicações, sobretudo em crianças.

Enterobius vermicularis

CLASSIFICAÇÃO :

Classe Nematoda Ordem Oxyurida Família Oxyuridae Gênero Enterobius Espécie Enterobius vermicularis

Enterobius vermiculares

MORFOLOGIA MACHO Mede cerca de 5 mm X 0,2 mm com espículo presente

FÊMEA Mede cerca de 1 cm X 0,4 mm

OVO Mede cerca de 50 μm X 20 μm, aspecto de “D”, membrana dupla lisa e transpa- rente. Larva formada.

Enterobius vermiculares

HÁBITAT Machos e fêmeas vivem no ceco e apêndice. As fêmeas

repletas de ovos, são encontradas na região perianal.

Em mulheres, às vêzes pode-se encontrar vagina,

útero e bexiga.

CICLO BIOLÓGICO

Tipo monoxênico

Enterobius vermicularis

TRANSMISSÃO

Heteroinfecção

Auto-infecção externa (oral) ou direta

Auto-infecção interna (retal)

Auto infecção externa,anal ou

retroinfecção.

Enterobius vermicularis

PATOGENIA

Na maioria dos casos assintomático. Prurido anal (noturno Perda de sono e nervosismo)

Enterite catarral

Presença nos órgãos genitais femininos vaginite,

ovarite e salpingite.

Enterobius vermicularis

DIAGNÓSTICO CLÍNICO Prurido anal noturno

DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Exame de fezes e swab anal

                                                            

Enterobius vermicularis - fêmea.

                                                                                           

Enterobius vermiculares (ovo

Enterobius vermicularis

EPIDEMIOLOGIA Parasito de ambientes domésticos e coletivos

fechados. Fatores responsáveis:

Somente a espécie humana alberga o parasito;

Fêmeas eliminam ovos na região perianal;

Ovos em poucas horas se tormam infectantes;

Ovos resistem até 3 semanas em ambientes

domésticos;

Hábito de se sacudir roupas de cama.

Enterobius vermicularis

PROFILAXIA

Tratamento de todas as pessoas parasitadas

Corte rente das unhas

Roupa de dormir e de cama não devem ser

sacudidas e sim enroladas e lavadas em água

fervente

Enterobius vermicularis

TRATAMENTO Mesmo tratamento para o

Ascaris lumbricoides

Pamoato de pirantel (Combantrim e Piranver)

Mebendazol (Pantelmim, Panfugan, Sirbem)

Albendazole (Zentel)

Ivermectina (Revectina)

Filárias

Wuchereria bancroftiOnchocerca volvulus

Filárias

• Nematóides de vida longa.

• Requerem um período de desenvolvimento larvário (L1 a L3) em insetos hematófagos

• Portanto, não há crescimento populacional dentro do vetor

• A picada do vetor inicia a nova infecção humana.

Filárias

• nem todas as espécies causam doença

• as filárias podem sobreviver por muitos anos em hospedeiros imunocompetentes

• a compreensão dos mecanismos utilizados pelo parasito são passos cruciais na pesquisa de vacinas e drogas mais eficientes.

Filárias

• Wuchereria bancrofti, linfáticos, sangue, filaríase linfática

• Onchocerca volvulus, tecidos subcutâneos, pele, oncocercose

• Loa loa (DR), tecidos subcutâneos, sangue

• Brugia malayi (DR), linfáticos, sangue• Mansonella ozzardi (NP), cavidade

pleural ou peritoneal, sangue e pele DR: distribuição restrita - NP: não patogênica

Filárias

• tem diferentes sub-espécies ou cepas,

• tem espécies de vetores diferentes,• tem distinta periodicidade circadiana

na densidade de microfilárias no sangue

• desenvolvem síndromes patológicos diferentes.

A maioria das espécies, dependendo da distribuição geográfica:

Filaríase linfática

* Wuchereria bancrofti

Filaríase linfáticaWuchereria bancrofti

120 milhões de pessoas no mundo estão infectadas com filárias linfáticas

20% da população mundial está em situação de risco

90% dessas infecções são causadas por W. bancrofti

o inseto vetor

• Culicídeos (áreas urbanas e semi-urbanas) e anofelinos (áreas rurais) são os principais responsáveis pela transmissão

• Os mosquitos sugam as microfilárias com o sangue

Culex fatigans

Anopheles darlingi

Você sabia?

• Que o homem é o único hospedeiro definitivo de W. bancrofti?

• Que, nas Américas, C. quinquefasciatus é seu principal hospedeiro intermediário?

ciclo de vida Dentro do mosquito

apropriado, as microfilárias (L1) atravessam a parede do intestino

e amadurecem dentro dos músculos torácicos,

passando por dois estágios larvários,

até se transformar em larvas de terceiro estágio infectantes (L3)

ciclo de vida• L3 migra ativamente

até o lábio do mosquito

• que é perfurado quando ele suga o sangue,

• (aparentemente pelo estímulo térmico)

• L3 penetra ativamente a pele através da ferida da picada

ciclo de vida Na pele do

homem, a L3 penetra nos vasos sangüíneos e/ou linfáticos

pelos quais migram até o gânglio linfático mais próximo

filaríase linfática: a doença

Depois da infecção com L3, segue-se um período de ativa resposta imune contra as larvas,

se elas não forem eliminadas durante esse período,

podem se desenvolver as diversas patologias associadas

que dependem, portanto, do número de picadas e de larvas inoculadas

ciclo de vida• No gânglio, as larvas L3

amadurecem até se tornarem vermes adultos num período que leva entre 3 meses e 1 ano

• a patologia está relacionada à presença dos adultos nos gânglios linfáticos,

• interagindo com a resposta imune do hospedeiro e as eventuais super-infecções por bactérias ou fungos

Você sabia?

• Que os adultos podem formar novelos de até 20 vermes?

• e viver no gânglio entre 5 e 10 anos?

o parasito: os vermes adultos

São longos e finos (fêmeas até 10 cm, machos até 4 cm)

Sua presença nos gânglios linfáticos (fundamentalmente de abdômen e pélvis)

é responsável pelas principais manifestações patológicas

ciclo de vida• Após o acasalamento,

a fêmea dá a luz às microfilárias (larvas de primeiro estágio - L1)

• As microfilárias desempenham papel fundamental para a disseminação da doença e para o diagnóstico.

o parasito : as microfilárias

• elas se acumulam, durante o dia, na rede sangüínea pulmonar,

• na junção capilar de arteríolas e vênulas.

o parasito: as microfilárias

podem provocar uma reação alérgica semelhante à asma:

a eosinofilia pulmonar tropical

com níveis séricos de IgE e IgG4 extraordinariamente elevados

sobretudo em adultos primo-infectados

ao anoitecer as L1 começam a aparecer no sangue periférico

seu número aumenta durante a noite,

horário de maior atividade do mosquito vetor

o parasito : as microfilárias

o parasito: as microfilárias

• A tensão diferençal de oxigênio (PO2) entre a arteríola e a vênula dá o sinal para a migração das larvas

• Quando a PO2 está acima de 55 mmHg, as larvas se acumulam no pulmão.

• Quando a PO2 desce para 47 mmHg, elas migram para a circulação periférica.

Você sabia?

Que a periodicidade de W. bancrofti (noturna) pode ser mudada para diurna se o indivíduo muda seu ritmo de sono-vigília?

adultos primo-infectados apresentam linfangites, linfadenites, dor genital (pela inflamação dos linfáticos associados)

além de urticárias e outras manifestações alérgicas, inclusive eosinofilia.

o ultrasom dos linfáticos (escrotais no homem e mamários na mulher) pode mostrar o aumento de tamanho dos gânglios e o movimento dos vermes

filaríase linfática: a doença

filaríase linfática: a doença A alteração mais

importante é produzida pelo dano aos vasos linfáticos,

É mediada pela resposta do sistema imune aos vermes Estas agressões provocam linfangites que, quando repetidas, levam à fibrose e calcificação do tecido

filaríase linfática: a doença

Na fase obstrutiva, final a linfangite provoca

varizes, lesões genitais: hidrocele o linfedema crônico

provoca: infiltração fibrosa engrossamento da pele: a elefantíase

filaríase linfática: a doença

As deformidades incapacitantes são, em geral, unilaterais

freqüentemente elas requerem cirurgia para remover os tecidos fibrosos e calcificados.

oncocercose oucegueira dos rios

*Onchocerca volvulus

oncocercose ou cegueira dos riosOnchocerca volvulus

É a segunda causa de cegueira no mundo. Afeta mais de 18 milhões de pessoas (99% em África). 120 milhões em situação de risco (96% em áfrica)

o inseto vetor: o habitat

• A oncocercose, e a cegueira que ela pode provocar, estão associadas a rios de águas limpas e rápidas: “cegueira dos rios”

o inseto vetor

as larvas infectantes são transmitidas pela picada de moscas do gênero Simulium

Simulídeos (borrachudos) se desenvolvem em água bem oxigenada

suas larvas têm um estágio aquático obrigatório durante o qual requerem alta tensão de O2

ciclo de vida as larva infectantes

penetram através da ferida da picada do inseto hospedeiro

elas “andam” pelo tecido subcutâneo, onde formam nódulos encapsulados

dentro dos nódulos, elas amadurecem em aproximadamente um ano

ciclo de vida

os parasitos adultos são filiformes, com acentuado dimorfismo sexual

as fêmeas medem entre 30 e 50 cm, e os machos entre 2 e 4 cm

eles podem viver até 14 anos no hospedeiro humano

os nódulos fibrosos subcutâneos onde vivem os parasitos adultos podem formar tumores visíveis:

os oncocercomas

estes nódulos, principalmente os da cabeça, devem ser removidos cirurgicamente

patologia

ciclo de vida• depois do

acasalamento, a fêmea dá a luz as microfilárias

• cada fêmea produz entre 1.000 e 3.000 larvas (microfilárias) por dia

• as larvas podem ser encontradas na pele, a qualquer hora.

ciclo de vida

• as microfilárias podem ser encontradas no líquido dentro dos nódulos e nas camadas da pele,

• se disseminando em forma centrífuga da área onde estão os adultos

• em infecções massivas, as microfilárias podem ser encontradas no sangue

ciclo de vida• as microfilárias

infectam o inseto vetor quando ele se alimenta

• amadurecem nos músculos do inseto

• passando por três estágios larvários

• em aproximadamente 10 dias

as microfilárias causam erupções e urticárias que provocam intensa coceira e despigmentação da pele,

oncocercose: a doença

fibrose com hiperqueratose

atrofia epitelial e de glândulas da pele:

a oncodermatite

oncocercose: a doença

as microfilárias podem entrar no olho através das paredes vasculares ou nervosas

a morte destas larvas

provoca uma reação inflamatória com opacificação da córnea e cegueira progressiva

oncocercose: a doença• as microfilárias podem

causar inflamação dos gânglios linfáticos da pele

• junto com a perda da elasticidade da pele, leva à protrusão dos gânglios, especialmente na região do escroto

• os casos severos são conhecidos como elefantíase minor

• TODOS ESTES SINTOMAS APARECEM APÓS 1 A 3 ANOS APÓS A INFECÇÃO

filaríases

*diagnóstico

filaríases: o diagnóstico

parasitológico:

W.b.: sangue deve ser colhido entre 22:00 e 02:00 h da noite;

O.v.: amostras podem ser tomadas a qualquer hora

• gota espessa,

• câmara de contagem,

• filtração em membranas

pesquisa de antígeno circulante (W. bancrofti)

• sangue pode ser colhido a qualquer hora

• útil pelas variações que pode ter a microfilaremia

filaríases: o diagnóstico

• diagnóstico molecular (W. bancrofti)

• PCR, útil pelas variações que apresenta a microfilaremia

• identificação de adultos em nódulos de pele (O. volvulus)

• exame oftalmológico com lâmpada de fenda (O. volvulus)

• teste cutâneo e detecção de anticorpos circulantes:

• inespecíficos, não distinguem entre infecções presentes e passadas

filaríases

*tratamento

Diethylcarbamazina (DEC)

• (Heterazan, Banocide, Notezine)

• mais utilizada como microfilaricida,

• se acredita que atua sensibilizando as larvas para serem fagocitadas

• efetiva na eosinofilia pulmonar tropical

Diethylcarbamazina (DEC)

• doses anuais no sal de cozinha propiciaram a eliminação da filaríase linfática no Japão, Taiwan, Coréia do Sul e China.

• não pode ser empregada indiscriminadamente em regiões endêmicas de oncocercose

• já que, em casos de infecções massivas, pode produzir ceratite e cegueira

Ivermectin

• Mectizan (22,23-dihydroavermectin B1)• Mecanismo de ação envolve ativação das

vias do GABA (ácido -aminobutírico) e• ação sobre a permeabilidade de canais de

cloro

Ivermectin

• Não tem efeito macrofilaricida• mas é um microfilaricida efetivo para

quase todas as espécies de filárias• quase sem efeitos colaterais• dose única de administração oral (anual)

Mebendazole

• Mebendazole para o desenvolvimento dos embriões de Onchocerca

• Quando aplicado em conjunto com Levamisole, os efeitos microfilaricida e embriostático são potenciados.

• O efeito é lento e pode demorar até seis meses.• Em doses baixas, quase não apresenta efeitos

colaterais

Levamisole

• Levamisole interfere no metabolismo de carboidratos dos nematóides

• Inibe a produção da succinato deshidrogenase, provocando paralisia muscular nos vermes.

• Também atua como imunoestimulante não-humoral em indivíduos imunodeprimidos.

• O mecanismo da estimulação é desconhecido.

Novos alvos de drogas? Filárias patogênicas carregam um simbionte

pertencente a um complexo de bactérias simbiontes de insetos vetores: Wolbachia

W. bancrofti

O. volvulus

Imunomarcação

Ao igual que nos insetos, a bactéria é capaz de mudar o desenvolvimento e a reprodução da filária.

O tratamento de camundongos infectados com tetraciclinas provoca um bloqueio no estabelecimento e crescimento dos vermes e torna inférteis às fêmeas, provocando a degeneração dos ovários.

Se o tratamento é iniciado depois do desenvolvimento das L3, a eliminação das bactérias reduz a fertilidade das fêmeas e as microfilárias circulantes em mais de 90%.

Em contraste, tetraciclinas não têm efeito sobre camundongos infectados com filárias não patogênicas.

Novos alvos de drogas?

O. volvulus: Profilaxia

A combinação de larvicidas e ivermectina tem logrado, nos 7 primeiros paises participantes da OPC (Onchocerciasis Control Program), a eliminação da doença

Além disto, 30 milhões de pessoas estão protegidos contra novas infecções, 100 000 tem sido prevenidos de ficar cegos e 1.25 milhões têm-se curado dd infecção.

Leituras recomendadas

•Parasitologia - Rey, L. Segunda edição, capítulos - 50 e 51.

•http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/Filariasis.htm

•http://www.filariasis.org/disease.shtml

•http://www.who.int/inf-fs/en/fact095.html

•http://www.who.int/inf-fs/en/fact095.html

•http://www.who.int/inf-fs/en/fact095.html

•http://www.who.int/ocp/

•Parasitol Today 1999 Nov;15(11):437-42, Wolbachia bacteria of filarial nematodes, Taylor MJ, Hoerauf A.