UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONASFACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
CURSO DE AGRONOMIA
CONSERVAÇÃO E MANEJO DO SOLO
RECUPERAÇÃO DE AREAS DEGRADADAS
MANAUS
2014
Géssica Nogueira
Gustavo Buzaglo
KamilaBurlamaqui
CONSERVAÇÃO E MANEJO DO SOLO
RECUPERAÇÃO DE AREAS DEGRADADAS
Trabalho elaborado para obtenção de nota parcial na disciplina de Conservação e Manejo do Solo, FGE095, como parte das exigências da grade curricular do 6º período do Curso de Graduação em Agronomia da Faculdade de Ciências Agrárias.
Professor: Jose Rafael MendezBaldeon
MANAUS2014
INTRODUÇÃO
O solo é um dos recursos naturais mais importantes para a qualidade de vida do
homem. Possui múltiplas funções nos ciclos dos nutrientes, no ciclo da água e também é
importante para a sustentabilidade dos sistemas naturais. Além disso é fundamental na
produção de alimentos. Contudo, o seu mal uso pode levar a degradação, impondo
elevados custos à sociedade, além do empobrecimento do produtor rural.
Uma área degradada é aquela que sofreu, em algum grau, perturbações em sua
integridade, sejam elas de natureza física, química ou biológica. Recuperação, por sua
vez, é a reversão de uma condição degradada para uma condição não degradada
(Majoer, 1989), independentemente de seu estado original e de sua destinação futura
(Rodrigues & Gandolfi, 2001). A recuperação de uma dada área degradada deve ter
como objetivos recuperar sua integridade física, química e biológica (estrutura), e, ao
mesmo tempo, recuperar sua capacidade produtiva (função), seja na produção de
alimentos e matérias-primas ou na prestação de serviços ambientais A degradação dos
solos constitui um prejuízo socioeconômico para as gerações atuais e representa um
enorme risco para as gerações futuras.
RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS
1-CONCEITOS
De acordo com a natureza e a severidade da degradação, bem como do esforço
necessário para a reversão deste estado, podem ser considerados os seguintes casos, de
acordo com Aronson et al., 1995 e Rodrigues & Gandolfi, 2001:
Restauração: retorno completo da área degradada às condições existentes antes
da degradação, ou a um estado intermediário estável. Neste caso, a recuperação se opera
de forma natural (resiliência), uma vez eliminados os fatores de degradação.
Reabilitação: retorno da área degradada a um estado intermediário da condição
original, havendo a necessidade de uma intervenção antrópica.
Redefinição ou redestinação: recuperação da área com vistas ao uso/destinação
diferente da situação pré-existente, havendo a necessidade de uma forte intervenção
antrópica.
O termo RECUPERAÇÃO é amplamente utilizado, por incorporar os sentidos
de restauração e reabilitação.
São muitos e variados os processos que levam a degradação dos sistemas de
produção, em geral ocorrem em duas fases a primeira denominada degradação agrícola
e a segunda degradação biológica.
A degradação agrícola é o processo inicial no qual o sistema apresenta perda da
produtividade econômica devido a redução do potencial de produção das plantas
cultivadas.
A degradação biológica consiste no processo final no qual há uma imensa
diminuição da capacidade da produção de biomassa vegetal e é provocada
primeiramente pela degradação dos solos, ocasionados por diferentes processos que
conduzem a perda de nutrientes e de matériaorgânica e o aumento da acidez ou da
compactação, sendo nessa fase que os processos erosivos tornam se evidentes.
2-PRINCÍPIOS BÁSICOS DE RECUPERAÇÃO
Diversos são os processos de recuperação das terras degradadas. Nestes
processos, quase sempre o objetivo fim é o homem, onde se procura a médio ou longo
prazo a satisfação de seus anseios (saúde, alimentação e ingressos financeiros) em
harmonia com os recursos naturais. Neste contexto, alguns dos resultados contribuem
significativamente para o desenvolvimento harmônico da região, evitando sobremaneira
problemas de desertificação causadas pelo uso inadequado do solo, práticas erradas de
irrigação, drenagem, fertilização e manejo da vegetação. A recuperação de áreas
degradadas requer a utilização de princípios ecológicos e práticas siviculturais oriundos
do conhecimento básico do ecossistema que se vai trabalhar, com descrição das espécies
a serem utilizadas na aplicação de modelos de recuperação. Todavia, para se alcançar
pleno êxito nesta tarefa, além do conhecimento das causas da degradação e formas de
recuperação, é preciso, também, conhecer as necessidades sociais, econômicas e os
aspectos culturais da comunidade humana local. Uma comunidade pobre, que dependa
exclusivamente do recurso natural vegetação para sua sobrevivência, deve utilizá-lo de
forma racional a fim de mantê-lo por gerações futuras. Para isto, é necessário que se
explore apenas o necessário e que haja reposição do que foi retirado.
3-TECNOLOGIAS DE RECUPERAÇÃO
Embora se considere onerosos os custos de recuperação de uma área degradada,
alguns pontos devem ser levados em consideração. Na recuperação de áreas onde ainda
existem vestígios da vegetação é importante a análise de sua estrutura e determinação
do valor de importância das espécies existentes na comunidade, através de sua
frequência, densidade e dominância. A escolha das espécies a serem utilizadas no
repovoamento da área será através destes dados. Daí então, serão feitos os plantios de
enriquecimento utilizando as espécies mais importantes e com problemas em sua
regeneração, bem como plantios mistos, através do reflorestamento. BARBOSA et al.
(1992b) recomenda para os trabalhos de recuperação os seguintes passos:
a) necessidade de levantamento fitossociológico prévio para conhecimento do
estado de degradação ou conservação da área e a recomendação de espécies regionais
mais importantes, recomendando-se modelos que sejam similares à sucessão natural;
b) tecnologia de sementes;
c) estudos autoecológicos;
d) considerar aspectos eco fisiológicos ligados ao crescimento, adaptação e
recuperação das plantas após fenômenos temporais como enchentes, secas e geadas.
Recuperação de áreas degradadas
4-RECUPERAÇAO DE ÁREAS DEGRADADAS
Conforme abordado por Blum (1998), a degradação do solo pode ser entendida
como a perda ou redução da energia do solo, uma vez que todas as funções e usos
dependem de energia. Assim sendo, degradação do solo significa mudança do estado de
equilíbrio, de maior para menor energia, onde os processos biológicos são alterados em
alguma intensidade. Para o solo, o efeito será tanto maior quanto mais intensa for a ação
destruidora sobre a vegetação, alterando ou eliminando a ciclagem de nutrientes. Além
disso, o rompimento do equilíbrio pode ser maior ainda com a retirada da camada
superficial do solo, o que se dá pela erosão, mineração, expansão urbana, etc. Como
conseqüência, quanto mais distante estiver o solo do equilíbrio original, maior será a
dificuldade para sua recuperação ou para a recuperação dos processos biológicos.
O princípio a nortear a recuperação de áreas degradadas, quanto à fertilidade e
outros atributos do solo é restabelecer suas funções de modo a propiciar condições
iniciais adequadas para a revegetação.
A principal e mais difícil recuperação a ser feita no solo degradado é qualitativa
e diz respeito ao seu potencial para o desenvolvimento da vegetação, englobando
retenção de água e nutrientes. A capacidade produtiva do solo, no entanto, depende
também de fatores quantitativos. Os atributos qualitativos e quantitativos do solo estão
presentes em suas propriedades químicas e físicas, além das microbiológicas.
A propriedade química mais importante do solo é a capacidade de troca de cátions
(CTC), responsável pela magnitude da retenção e impedimento da lixiviação de cátions
(Na, K, Ca e Mg) ao longo do perfil do solo, deixando-os próximos ao sistema
radicular. A CTC é tanto mais importante e mais crítica quanto mais arenoso é o solo.
Os solos mais arenosos apresentam menores teores de matéria orgânica e argila e,
conseqüentemente, menores CTC. A matéria orgânica da camada superficial dos solos
(cerca de 20cm) representa cerca de 70% da CTC, sendo que esta matéria orgânica
diminui com a perda da vegetação. Além da CTC se tornar menor, a formação de
agregados e microagregados pela matéria orgânica também é diminuída (a matéria
orgânica funciona como agente cimentante de partículas de argila e outros colóides do
solo), resultando em menor microporosidade e, conseqüentemente, menor capacidade de
retenção de água. Ao mesmo tempo, a diminuição da matéria orgânica também resulta
na redução da microbiota do solo. O segundo ponto importante para a recuperação do
solo degradado é quantitativo, é recolocação dos nutrientes essenciais que foram
perdidos por erosão ou lixiviação com a retirada da vegetação. Tanto os macro como os
micro nutrientes são importantes, embora alguns devam receber atenção especial em
função de seu comportamento no solo e funções na planta. É o caso do fósforo e do
cálcio. O fósforo é imóvel, principalmente nos latossolos, argilosos ricos em óxidos de
ferro e alumínio, além dos solos brasileiros serem naturalmente pobres deste nutriente.
Dada à sua imobilidade e à sua escassez, é importante que esteja localizado onde
ocorrerá o desenvolvimento do sistema radicular, evitando que as raízes se desenvolvam
pouco e apenas superficialmente. Quanto ao cálcio, este impede o desenvolvimento do
sistema radicular se estiver deficiente no solo, o que também resulta no
desenvolvimento superficial e restrito do sistema radicular, retardando ou levando ao
insucesso da revegetação.
Partindo-se dessas considerações, sugere-se que um modelo de recuperação de
áreas degradadas recomponha o potencial de produção vegetal do solo, repondo
principalmente a matéria orgânica, e também os nutrientes necessários à exploração de
um maior volume de solo pelo aprofundamento do sistema radicular, principalmente
fósforo e cálcio, além da diminuição do excesso de alumínio, sem deixar de corrigir os
demais nutrientes em função da análise química do solo. Com a reposição da matéria
orgânica, também será recuperada a capacidade de retenção de água do solo.
Nas situações em que a degradação está ocorrendo seja em sua fase inicial
(degradaçãoagrícola) ou final (degradaçãobiológica), é necessário adotar técnicas de
recuperação.
As estratégias para a recuperação dessas áreas podem ser em longo, médio ou
curto prazo e ainda depender do sistema de exploração de área (pastagens, lavouras,
florestas cultivadas ou sistemas agroflorestais)
4.1-Estratégias em longo prazo
A estratégia de recuperação em longo prazo consiste no abandono da área para
que haja a recomposição natural da vegetação. O abandono de área (pousio) condiz ao
desenvolvimento de arbustos e arvores que, com o passar dos anos podem formar uma
vegetação com características de florestas secundaria passa a absorver agua de camadas
mais profundas do solo, atua como sumidouro de carbono atmosférico e transferir
nutrientes do solo para a biomassa onde ficam menos susceptíveis a erosão.
São vários os fatores que podem comprometer ou dificultar a formação dessa vegetação
secundária como: baixo estoque de sementes de plantas nativas, efeito alelopático da
vegetação cultivada (principalmente gramíneas de pastagens), alto nível de compactação
do solo, baixa fertilidade do solo, efeitos residuais de herbicidas e pesticidas.
Para se tornar essa recuperação mais rápida pode-se optar pelo manejo melhorado da
vegetação secundária (capoeiras). O manejo das capoeiras é tradicionalmente um
componente da agricultura migratória na Amazônia, que consiste basicamente
abandonar as áreas agrícolas por um tempo de 5 a 15 anos, ou mais, e depois
reincorpora-los ao sistema produtivo, por meio da derrubada e queima da vegetação que
se desenvolveu no local. Esse período de abandono (pousio),consiste no tempo
necessário para que, uma vez cessadas as saídas de nutrientes (erosão, exportação pela
colheita), haja uma recuperação de fertilidade do solo.
O sistema pode ser manejado para diminuir o período de pousio. Esse processo
denominado manejo melhorado de capoeiras, é feito com introdução ou plantio de uma
espécie capaz de fixar nitrogênio por meio de associação simbiótica, normalmente uma
leguminosa arbustiva ou herbácea. Tratamentos silviculturais como desbaste seletivo,
corte de cipós, corte de liberação, plantio de espécie de valor econômico e eliminação
das espécies indesejadas podem também ser realizados com o objetivo de aumentar a
produtividade biológica e econômica do sistema.
Leguminosas de rápido crescimento (por exemplo: mucuna, puerária, feijão-de-porco)
também podem ser indicadas para o cultivo na área que será deixada em pousio por
curto período de tempo, entretanto, em áreas mais degradadas que demandam um maior
tempo para sua recuperação, devem-se plantar leguminosas arbustivas ou arbóreas,
quando a capoeira ainda estiver nova, nos primeiros nos de regeneração.
Uma prática importante para a reutilização agrícolas dessas áreas, após o período de
pousio, está na eliminação do processo de queima da biomassa. Nesse caso, ao invés de
fazer a derrubada e queima da vegetação secundária que se formou na área, utilizam-se
equipamentos que se permita o corte e a trituração da biomassa, a qual é deixada para se
decompor no solo. Esse processo deixará o solo menos exposto a processos erosivos e
evita as perdas de vários nutrientes durante a queima, principalmente nitrogênio e
enxofre.
O manejo da vegetação secundária e o posterior uso do local no processo produtivo sem
a utilização do fogo são particularmente viáveis para áreas agrícolas, onde o plantio
direto pode ser feito diretamente sobre a biomassa vegetal triturada.
A recuperação de matas ciliares também é uma estratégia considerada de longo
prazo.Uma vez quando necessária a recomposição de matas ripárias, deve-se atentar
para que se utilize o maior número de espécies, garantindo assim a heterogeneidade da
flora. No entanto, as escolhas das plantas a serem reflorestadas, são fundamentais ter o
conhecimento das plantas existentes na região (composição florística), seu
comportamento, e como estão situadas na mata. Além disso, elas devem ser de
ocorrência natural e de diferentes estádios de sucessão, ou seja, pioneiras (espécie de
crescimento mais rápido) e secundárias (espécies de crescimento mais lento que se
desenvolva bem na sombra).
Para a recuperação de áreas degradadas é possível utilizar espécies nativas que
possibilitem uso múltiplo, que possam apresentar retorno econômico sem degradação
ambiental.
4.2-Estratégias em médio prazo
Para ecossistemas de pastagens, as estratégias de recuperação de áreas degradadas em
médio prazo constituem na integração lavoura-pecuária e em sistemas silvipastoris. Para
os demais ecossistemas agrícolas, o ideal é a implantação de sistemas agroflorestais,
permitindo a recuperação da área em menor tempo, e aproveitamento econômico da
área. A introdução de árvores tem como objetivo melhorar a ciclagem de nutrientes e a
posterior deposição de folhas na camada superficial do solo, melhorando o teor de
matéria orgânica. Dentre seus principais benefícios estão: Desenvolvimento de uma
camada densa de raízes e micorrizas, similar a floresta; produção abundante de
folhagem, aumentando o teor de matéria orgânica; fonte adicional de nitrogênio;
absorção de nutrientes nas camadas mais profundas do solo, e a posterior deposição na
camada superficial, por meio da decomposição das folhas, raízes e galhos. Se a espécie
arbórea for capaz de promover associações simbióticas com bactérias fixadoras de
nitrogênio, haverá também maior aporte desse nutriente no sistema.
Benefício da introdução de árvores:
Conforto térmico propício para os animais.
Melhoria do valor nutritivo das pastagens.
Maior disponibilidade de recursos forrageiros adicionais, proporcionado pelos
frutos de algumas árvores.
Maior diversidade do sistema, contribuindo para o controle de ectoparasitas dos
rebanhos por aves.
Melhor controle de insetos-praga das pastagens.
Benefício indireto: Diversificar a produção pelos produtos madeireiros e
frutíferos.
A integração lavoura-pecuária é, dentro da perspectiva de retorno econômico e
viabilidade agronômica, a alternativa mais segura para a recuperação de pastagens de
áreas degradadas. Esse sistema consiste no plantio de lavoura de grãos (uma ou duas
safras), normalmente o milho ou outra gramínea exigente em fertilidade do solo,
seguido ou não por uma safra de grãos de leguminosa.
Na recuperação de áreas degradadas, há uma grande variabilidade de combinações de
sistemas agroflorestais, como o cultivo em faixas e sistemas multiestratos. Em geral os
principais sistemas agroflorestais são:
Desenvolvimento de uma camada densa de raízes com micorrizas, similar à
floresta natural em sua função de diminuir a lixiviação de nutrientes e aumentar
e aumentar a absorção de fósforo disponível.
Produção de abundante folhagem, que contribui para aumentar a quantidade de
húmus no solo ao final da decomposição.
Fonte adicional de nitrogênio por meio de espécies fixadoras desse elemento.
Absorção de nutrientes das camadas mais profundas do solo, levando-os às
camadas superficiais, tanto aqueles lixiviados quanto os liberados pela
decomposição da rocha matriz.
4.3-Estratégia em curto prazo
Em geral nas áreas agrícolas utiliza-se a adoção de tecnologias visando a pronta
recuperação utilizando-se corretivos de acidez do solo para diminuir a acidez e fornecer
cálcio e magnésio as plantas. A puerária( Puerariaphaseoloides) é uma leguminosa de
excelente adaptação e vem sendo utilizada em áreas degradas como rotação de cultura e
também podem ser utilizadas como consorcio sendo utilizadas como adubo verde.O uso
de fontes orgânicas desencadeia no solo diversas reações benéficas como o aumento da
atividade microbiana , maior retenção de cátions e aniôns, melhoria da estrutura e
capacidade de retenção de agua, o que otimiza durante a recuperação de áreas
degradadas. Contudo,a adubação mineral quando necessária, associada a práticas
mecânicas como a subsolagem torna mais rápido o processo de degradação de áreas
degradadas, cujo princípio está no fornecimento daqueles nutrientes que estejam em
níveis inadequados ou insuficientes no solo, recompondo sua fertilidade natural ou, em
muitos casos, tornando-o mais fértil que em condições naturais.
Normalmente a recuperação visa elevar a saturação de bases a valores mínimos que
devem ser definidos em função do tipo de solo e da cultura, ou aumentar a
disponibilidade de cálcio, magnésio e potássio trocáveis e de fósforo assimilável.
Se houver problemas físicos associados à baixa fertilidade como formação de pé de
arado ou compactação do solo, nesse caso, deverá ser associada com práticas
conservacionistas (construção de terraços e plantio direto) para que seus benefícios
sejam duradouros.
Em ecossistemas agrícolas, a adoção de práticas conservacionistas integrada com o
manejo adequado da fertilidade do solo (adubação mineral ou orgânica equilibrada, ou
adubação verde) além de ser garantia de boa produtividade, ao longo do tempo contribui
para recuperar as áreas degradadas.
A recuperação deve ser aplicada em pastagens que se encontram nos primeiros estádios
da degradação agrícola, enquanto a renovação deve ser realizada nas situações em que o
grau de degradação é tal que sua recuperação torna-se inviável, como nas áreas com
degradação agrícola mais intensa ou naqueles com degradação biológica.
As técnicas a serem empregadas na recuperação devem ser voltadas principalmente para
a correção dos fatores responsáveis pela degradação e, normalmente, incluem a
combinação de uma ou mais das seguintes práticas:
Controle de invasoras, Adubação de manutenção, Melhoria do manejo, Plantio de
forrageiras, Introdução de leguminosas, Diversificação do pasto, Ocupação de nichos
específicos, Substituição de forrageiras
Na recuperação normalmente recomenda-se o preparo mecânico da área, seguido da
adubação e plantio de espécies forrageiras, principalmente em consórcios com
leguminosas. Pode-se incluir ou não a destoca e enleiramento, casos existam tocos e
trocos na área.
Vantagens
As vantagens podem ser:
a) Econômicas – obtenção de produtos agrícolas e florestais namesma área,
redução das perdas na comercialização e aumento da renda líquida por unidade de área
da propriedade, apresentando menores riscos técnicos de produção;
b) Sociais – melhoria da distribuição da mão-de-obra ao longo do ano,
diversificação da produção, melhoria das condições de trabalho no meiorural e melhoria
da qualidade de vida do produtor já que são atividades economicamente rentáveis para
os produtores rurais;
c) Ecológicas – melhoria na conservação do solo, da água e do microclima para
as plantas e animais, reduzindo o impacto das chuvas,proporcionando refúgio contra a
radiação solar, às altas temperaturas, ventos e um risco futuro de erosão; redução dos
impactos ambientais negativos locais e regionais além de uma melhor racionalização do
uso do solo, beneficiando suas propriedades físicas, químicas e biológicas, já que há
uma melhorciclagem de nutrientes, além de algumas espécies introduzidas neste sistema
serem capazes de controlar ou reduzir a toxidez do solo; demandam
menoresquantidades de agroquímicos e por fim estimulam o aumento dabiodiversidade.
CONCLUSÃO
A Capacidade de uma área degradada abandonada em se recuperar sem a
utilização de práticas de recuperação é baixa e lenta, e em ambientes agrícolas o ideal é
que se utilizem estratégias durante o sistema produtivo, visando a reutilização daquele
sistema, e a diminuição da demanda de novas áreas produtivas que venham a ser
desmatadas. A reutilização dessas áreas devem vir acompanhadas de técnicas que
almejem uma rápida recuperação, assim como a utilização de sua capacidade produtiva,
utilizando ainda de manejo de uso sustentável para que elas possam ser utilizadas
posteriormente. A adoção de práticas de conservação do solo e recuperação de áreas
degradadas evitam a degradação de áreas que ainda estão em produção, assim como
diminui a perda de áreas produtivas trazendo benefícios ao produtor e a sociedade.
REFERÊNCIAS
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áreas degradadas do estado de São Paulo - Matas Ciliares do Interior Paulista.
FAPESP nº 03/06423-9 – Instituto de Botânica de São Paulo GEF – Global
Environment Facility da SMA – SP - Junho de 2006
M.T.V.N. Recuperação de solos degradados pela agricultura. 2006. Artigo
em Hypertexto. Disponível em:
<http://www.infobibos.com/Artigos/2006_2/RecSolos/index.htm>. Acesso
em: 16/12/2014
PIOLLI, A. L.; CELESTINI, R. M.; MAGON, R. Teoria e prática em
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PLANETA ÁGUA Associação de Defesa do Meio Ambiente Serra Negra - SP Outubro
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CERTIFICADA ISO 9001:2008 Artigo disponível em:
http://www.cnpma.embrapa.br/unidade/index.php3?id=229&func=pesq Acesso em:
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Agronomia de Pindorama, SP, Pindorama, 1999. 13p.
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ALVES, L. S. Práticas de conservação do solo e recuperação de áreas degradadas.
Rio Branco, AC: EMBRAPA Acre, 2003. 29p II. ( Embrapa Acre. Documentos,90)