CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Glauco Assman, Giusepe Fontanari, Luvanor Silveira, Matheus Charão
Memória de empresa: Center Vídeo
Santa Cruz do Sul, dezembro de 2011
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SUMÁRIO
1 JUSTIFICATIVA ....................................................................................... 03
2 METODOLOGIA ...................................................................................... 04
3 MEMÓRIA INSTITUCIONAL E USO DA HISTÓRIA ORAL .................... 05
4 COLETA DE DADOS ............................................................................... 06
4.1Funcionários selecionados...................................................................... 06
4.2 Cronograma........................................................................................... 06
4.3 Durante a entrevista............................................................................... 07
5 ENTREVISTAS (transcrição)................................................................. 08
5.1Entrevista com o proprietário Vilson Moura........................................... 08
5.2Entrevista com a cliente Aline Wenzel................................................... 20
5.3Entrevista com a gerente Márcia Regina Powolski................................ 21
5.4Entrevista com a cliente Fernanda da Rosa.......................................... 23
6 HISTORICO ATUAL.......................................................................................25
REFERÊNCIAS .......................................................................................... 28
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1- JUSTIFICATIVA
A empresa escolhida para realização dessa pesquisa foi a locadora de
filmes Center Vídeo, que possui sua matriz situada em Santa Cruz do Sul. A
escolha é por conta do crescimento de sua rede para fora da cidade com nove
filiais espalhadas em três cidades. Além disso, é uma das maiores redes de
locadoras da região. Esse crescimento deu-se de maneira linear e acelerada,
chamando atenção para sua provável riqueza histórica.
A empresa não possui site nem investe e nenhum tipo de mídia. Assim,
os dados oferecidos na internet são básicos e não permitem acesso ao
histórico do investimento.
Dentre essas informações, oferecidas por sites de cadastro de endereço,
estão os contatos de telefone e os endereços das filiais. Mesmo assim, os
números e endereços não estão completos pois não constam todas as
unidades em todas as buscas.
Tanto na História quanto na Sociologia, a história oral é um método de
pesquisa importantíssimo. É uma forma de colher dados deforma verdadeira a
partir dos relatos das experiências dos indivíduos.
Uma metodologia de pesquisa que consiste em realizar entrevistas
gravadas com pessoas que podem testemunhar sobre acontecimentos,
conjunturas, instituições, modos de vida ou outros aspectos da história
contemporânea. A memória institucional tem um olhar atento sobre o presente,
mas volta-se para o passado com o intuito de preservá-lo para o futuro. Ela
armazena determinadas informações e exige muita energia para tal
armazenamento, já que é um processo que conecta fragmentos e
conhecimentos para gerar novas idéias.
A memória é responsável pela nossa organização em grupos. Tanto em
família, amigos ou empresa, que é o caso específico deste trabalho.
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2-METODOLOGIA
Para realizar este trabalho, a forma de pesquisa utilizada foi através da
entrevista oral, onde os entrevistados contaram seus relatos e memórias da
empresa durante sua trajetória, esses depoimentos foram baseadas em uma
serie de perguntas sugeridas por Thompson, essas entrevistas não foram
realizadas mecanicamente, durante a conversa, ocorreram novos
questionamentos e curiosidades entre entrevistador e entrevistado.
Em uma entrevista par Marcia Bindo, Thompson (2003) afirmou que,
mais indivíduos são capazes de falar sobre seu passado do que escrever sobre
ele.Por isso os procedimentos principais foram pesquisa bibliográfica, que
gerou o embasamento do trabalho na teoria de Thompson, a pesquisa on line,
que não ofereceu uma base de dados muito vasta e as entrevistas que
realmente nutriram a base de dados do trabalho.
A teoria de Thompson, paradoxalmente fez com que as perguntas e
respostas, abalassem o sistema emocional dos entrevistados, fazendo-os dar
uma volta no tempo, e relembrar os períodos em que enfrentaram dificuldades
e resistiram com o passar do tempo ate solidar a empresa.
Segundo Thompson (1992) que se você está contando sua história, não
utiliza apenas palavras, usa também linguagem corporal e expressão facial – e
o faz com um estilo diferente: hesita, repete as palavras, os fatos, as coisas.
Por isso a pesquisa baseada na história de relatos faz-se tão autêntica. Por
colocar tanto pesquisador como entrevistado em posições confortáveis e
espontâneas.
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3- MEMÓRIA INSTITUCIONAL E O USO DAHISTÓRIA ORAL
Diz-se sempre que uma empresa é composta por pessoas. Por isso é
imprescindível, para contar a história de uma empresa, ouvir as pessoas que a
construíram. Assim como afirma Thompson (2003) há muitas pessoas que não
participam da história escrita. Pessoas mais pobres, analfabetos, mulheres,
negros e assim por diante.
Uma pesquisa baseada nos relatos de quem viveu realmente as
histórias que conta são sempre mais autênticas. Quando se tem acesso a essa
autenticidade, por exemplo, através de vídeos, nos damos por conta de como
as pessoas são mais espontâneas nessas situações.
Porém, o problema que se enfrenta - e Thompson fala de forma correta
no que toca esse assunto - é de que o pesquisador está exposto à realidade
espontânea. Não se pode planejar aquilo que não se conhece como as
pessoas, suas histórias e seus depoimentos. Assim como anão existência dos
mesmos.
Thompson(2003) acredita que para ser um bom contador de histórias o
primeiro passo é aprender a ouvir as histórias dos outros, e para isso
precisamos nos concentrar no que esta sendo relatado. Ouvir é uma habilidade
maravilhosa, aprender a escutar enriquece nossa vida.
Além de Thompson, alguns autores focam estudos nas histórias das
empresas como Margarida Kunsch (2003) (apud Nassar (2007)). Kunsch afirma
que o profissional terá organizar a história e fazer conhecer sua memória com
objetivos concretos para o futuro e agregando valores para o fortalecimento de
seus vínculos sociais. Seguindo essa linha de depoimentos e garantindo a
permanência da empresa no meio social, suas narrativas mantêm envolvidas
as pessoas e as redes de relações sociais que levam a sua construção e
expansão territorial. Para que possamos resgatar essa história teremos que
conhecer o seu conteúdo e quem a conta, e é com base nesses princípios que
procuramos ouvir a história da empresa e das pessoas que constituem para
poder contá-la de forma genuína.
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4-COLETA DE DADOS
4.1-Escolha dos entrevistados
Vilson Fernandes de Moura- dono da Center Vídeo.
Aline Frerich Wenzel- Cliente da locadora a mais de 10 anos.
Fernanda Martins da Rosa- Gerente da Locadora na Alberto Pasqualini, 2
anos de empresa.
Márcia Regina Povolski- Gerente da Locadora na Independencia, 11 anos de
empresa.
4.2CRONOGRAMA
28/10/2011-Primeiro contato com o proprietário, onde nos colocamos a ele
como seria a finalidade do trabalho, como seria a entrevista e captura de
imagens.
07/11/2011- Agendamento do material para gravação(câmera,luzes e lapela
para captação do áudio).
08/11/2011-20h-Entrevista com Vilson Fernandes de Moura em sua residência
em Travessa Rio Pardinho.
10/11/2011-Abastecimento das fitas de vídeo, na ilha de edição e começo das
transições do entrevistado.
11/11/2011-Agendamento de material para gravação(gravador de áudio).
14/11/2011-9h-Entrevista com Aline Wenzel cliente da locadora. A entrevista
ocorreu na Agencia de Publicidade na qual Aline trabalha.
18h30min-Entrevista com Fernanda Martins da Rosa, gerente de
umas das locadoras. A entrevista ocorreu na locadora onde Fernanda trabalha
na Avenida Independência na Frente da UNISC.
15/11/2011-Agendamento de material para gravação, abastecimento dos
áudios para ilha de edição e continuação das transcrições.
16/11/2011-12h30min- Entrevista com Márcia Regina Povolski, gerente de uma
das locadoras, A entrevista com Márcia ocorreu na Loja em que ela trabalha na
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Avenida Alberto Pasqualini ao lodo do shopping.
15h50min- Abastecimento do material na ilha de edição e continuação
das transcrições.
4.3Durante a entrevista
A primeira entrevista ocorreu em Travessa Rio Pardinho, na residência do
proprietário Vilson Fernandes de Moura onde tivemos uma bela entrevista que
durou 37minutos 24segundos. Moura não se intimidou comas luzes e uma
câmera na sua frente, e relembrou momentos marcantes de sua vida, desde a
paixão pela policia, ate as ameaças que fizeram ele abrir a locadora, no final
nem parecia uma entrevista, e sim um bate papo.
A segunda entrevista ocorreu com Aline Wenzel, cliente a mais de 10 anos da
locadora, Aline fala na entrevista que quando o pai foi morar em Porto Alegre
se sentia muito sozinha, e os filmes ajudavam a passar o tempo. A entrevista
durou 5min e 30seg e foi realizada no seu local de trabalho.
A terceira entrevista foi com Fernanda Martins da Rosa, que trabalha ha 2 anos
na locadora, hoje gerente ele conta que locava muitos filmes, era uma cliente
fiel, ate que um dia convidaram ela para trabalhar na locadora, o qual aceito no
mesmo momento.A entrevista ocorreu na loja localizada na Alberto Pasqualini
e durou 4min e 10seg.
Márcia Regina Povolski, participou da quarta entrevista, ela tem 11 anos de
empresa ja passou por todas as filiais de Santa Cruz do Sul. Márcia esta
sempre fazendo rodízio entre as locadoras, usa sua experiência para ensinar
novas atendentes.Sua entrevista ocorreu na locadora da Avenida
Independência e durou 3min 25 seg. Márcia foi indicação de Vilson Moura dono
da empresa.
Entrevistado:Vilson Moura
Entrevistador: Glauco Assman,Luvanor Silveira e Matheus Charão
Transcrição: Luvanor Silveira
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Entrevistado:Aline Wenzel
Entrevistador: Giusepe Fontanari
Transcrição: Luvanor Silveira
Entrevistado: Márcia Regina Povolski
Entrevistador: Giusepe Fontanari
Transcrição: Luvanor Silveira
Entrevistado: Fernanda da Rosa
Entrevistador: Giusepe Fontanari
Transcrição: Luvanor Silveira
5-Entrevistas
5.1ENTREVISTA- VILSON MOURA - PROPRIETARIO DA CENTER VIDEO
Entrevistador: Qual é o seu nome?
Entrevistado: Vilson Fernandes de Moura
Entrevistador: Endereço atual
Entrevistado: Linha Travessa Rio Pardinho
Entrevistador: Ano de nascimento?
Entrevistado: 20/01/1961
Entrevistador: Qual o estado civil?
Entrevistado: casado
Entrevistador: Quantos anos de casado?
Entrevistado: eu não me lembro, mas já faz 27 anos
Entrevistador: nasceu em Santa Cruz mesmo?
Entrevistado: eu sou natural de Candelária, interior de Candelária, Picada
Carnopp
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Entrevistador: Quanto tempo viveu em Candelária?
Entrevistado: eu fiquei lá, eu era filho de agricultor né, eu fiquei até os oito anos
de idade, meus pais vieram para Santa Cruz, agente veio para Santa Cruz e
dai na época a gente, o meu pai trabalhava de pedreiro e a mãe tinha um
armazém pequenininho, então inicialmente a gente, por exemplo meu tio,
quando meu tio veio para Santa Cruz, na época, como as famílias eram
pobres, o meu pai ajudou o meu tio, e dai depois meu tio, meu pai vim para
Santa Cruz, meu pai ajudo meu tio,meu tio ajudo meu pai
Entrevistador: Teve algum estudo em Candelária?
Entrevistado: Não, quando a gente chegou, com oito anos de idade na época lá
em Candelária, como era um colégio de interior, eu tinha, eu tava no segundo
ano, no caso no primeiro grau é no pré né, segundo ano, e dai quando a gente
veio para cá, como, a educação lá era pobre, eu acabei voltando pro primeiro
ano de novo, e comecei tudo de novo
Entrevistador: Tu veio para Santa Cruz e começou do zero
Entrevistado: comecei tudo do zero de novo
Entrevistador: E aqui como foi? Tu fico ate te formar no colégio? Foi para
a Unisc?
Entrevistado: não, não, dai é o seguinte, dai quando, por exemplo assim,
quando nos viemos para Santa Cruz, e dai meu pai trabalhava de pedreiro e
nos tínhamos o armazém, então a gente ajudava, e com 13 anos de idade
trabalhei em safra de fumo, eu era safrista, na antiga Armada, e dai a partir dai,
a gente, e dai como eu era por exemplo coroinha da igreja, com 13 anos de
idade, eu acabei indo estudar em seminário, dai eu fiquei 7 anos em seminário,
eu sai com 13 anos, e dai ate, não, eu sai com 12 anos e ate os 17 anos eu
fiquei em seminário né, dai depois terminei o segundo grau, tava terminando o
segundo grau eu resolvi desistir do seminário e estudei no São Luis, fiz o
terceiro ano no São Luiz, dai a partir dali...
Entrevistador:Teu pai ainda era pedreiro nessa época?
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entrevistado:não, ali o meu pai já tinha comprado um ponto de taxi, então ele
trabalhava de taxista e minha mãe, tinha o armazenzinho dela
Entrevistador: Vocês vieram para Santa Cruz e conquistaram o que?
Entrevistado: Conseguimos conquistar tudo, por exemplo, assim, nos eram
quando nos viemos para Santa Cruz, era eu mais duas irmãs, ta minha irmãs,
uma delas trabalhou no fórum, se formou, se formou em direito também, e a
outra é professora, é professora da, foi professora do São Luis, é professora do
Educar-se, professora do Polivalente, hoje atualmente ela é do Educar-se e da
Escola Luiz Dourado
Entrevistador: Qual o nome da tua irmã?
Entrevistado:Alcenia
Entrevistador: Bah conheço a Alcenia foi minha professora
Entrevistado: essa é a minha mana
Entrevistador: e tu tem 3 filhos, acho que são?
Entrevistado: são dela, no caso são da Nilva dessa minha mana que faleceu eu
tenho dois sobrinhos que a minha mana, faz três anos atrás, ela faleceu, ela e
o esposo dela faleceram num acidente de trânsito né, e dai o que ocorreu a
minha mana Alcenia, essa fico com os dois guris, então a gente ta ajudando as
crianças, e eles vivem com a minha irmã essa, a Alcenia,eles estudam, ela tem
quatro dela e mais dois meus sobrinhos. Aham
Entrevistador: e quando vocês vieram para Santa Cruz já eram nascidas
tuas irmãs?
Entrevistado: não, duas dela eram nascidas que era a Alcenia e a Nilva, a Nilva
é a que faleceu, e aqui em Santa Cruz meus pais tiveram mais a Neuza , e hoje
é professora na UFRGS, lá em Porto Alegre, né
Entrevistador: e depois que tu concluiu o segundo grau?
Entrevistado: segundo grau. Eu fiz ,eu passei no vestibular na UNISC e iniciei
fazendo Historia dai depois do segundo ano de Historia, eu acabei desistindo,
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passei no vestibular de ciências contábeis, e dai me formei em ciências
contábeis em 90, e dai logo, na época quando iniciei, quando comecei a
faculdade eu era da, eu era do exercito, sai do seminário, fiquei pouco tempo,
bom , no período meu de ferias do seminário eu trabalhava de safrista na
Tabra, que trabalhava 3 meses, ajudava meu pai, quando terminava a safra, eu
ajudava meu pai com auxiliar de pedreiro dele, dai depois quando sai do
seminário, eu entrei pro exercito, com 19 anos de idade, e dai la eu fiz o curso
de cabo, curso se sargento temporário fiquei um período e passei no concurso
da brigada militar, em 86 foi quando eu entrei na brigada militar e dai logo em
seguida passei no concurso de sargento da brigada, e fiquei na brigada ate 93,
e dai nesse período, por exemplo, quando estava na brigada militar, eu tinha
me formado em Ciências Contábeis, dai quando em 93 quando entrei na
Policia Civil eu comecei a faculdade de direito, depois me formei na faculdade
de direito
Entrevistador: Porque tu seguiu esse ramo?
Entrevistado: Na época, quando, isso foi em 95, foi criada a DEFREC Santa
Cruz do Sul e dai eu era o chefe de investigação da DEFREC, e daí começo,
na época eu já era formado, tinha faculdade e um dia resolvi, por que era
muitos problemas, a minha família, era problema com família, com os filhos, a
minha esposa e dai eu resolvi desistir, resolvi sai da Defrec
Entrevistador: Quantos filhos tu tem?
Entrevistado: eu tenho dois guris um de 25 e outro de 17 anos, e dai quando eu
sai da DEFREC, e dai fiquei triste,porque eu pedi minha transferência e minha
transferência saiu imediato, na época eu tava fazendo reforço em Tramandaí,
e dai eu fiquei triste, muito triste, bah sai fui de quase final do mês de janeiro,
agora não me lembro o ano, mas faz um bom tempo, 96 se eu não me
engano,96 foi quando abri a locadora, primeira loja e dai foi quando fui nessa
casa da minha irmã que ela morava em Sapiranga ela era do fórum, trabalhava
no fórum, o esposo dela, era engenheiro da CEE,e dai cheguei lá triste e dai,
chegou eu a Clarisse meus filhos, e dai eu cheguei e disse: -Bah, pedi
transferência to indo trabalha num plantão na delegacia em Santa Cruz,
transferência que quer dizer da DEFREC para o plantão, o plantão era 24
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horas por 72. E dai minha mana chegou e disse: - Tu não gosta de olha filme?
A pois é! Eu tinha que inventa alguma coisa para, e dai com a idéia da minha
irmã e do meu cunhado eu resolvi monta uma locadora dai como eu tinha na
época, alguns conhecidos meus que vendiam filmes um ate era bombeiro na
época, e um outro conhecido meu, revendedor de filmes, que é conhecido meu,
os pais dele moram na frente da minha casa, e daí chegaram e disseram: -
Moura tu não qué monta uma locadora? Daí o meu pai, toda mundo queria que
eu saísse da Defrec, saísse da DEFREC principalmente, porque na época, eu
trabalhava muito em contra traficantes, tóxicos, agente tinha meta, vou prender
uma relação, eu fiz uma relação de traficantes que eu ia prender, então
comecei um por um, e dai começou ameaças e essas coisas NE, daí a minha
família ficava preocupada, principalmente essa minha irmã, que trabalha no
fórum, e daí foi quando eu tive a ideia de montar uma locadora, montei na
minha casa, que era a minha casa ali na Salgado Filho, e daí iniciei, no bairro
Avenida, daí quando eu iniciei ali, e a locadora com na época 160 filmes.
Entrevistador: E esta locadora para você era um ganho secundário?
Entrevistado: Sim
Entrevistador: Tu tinha toda a tua base em?
Entrevistado: Na Policia Civil. É, e a minha esposa na época tinha uma
pequena confecção, então a gente resolveu, montamos a locadora, diminuímos
a confecção dela um pouquinho, na época minha esposa até foi contra porque,
bah um espaço para minha costura, mas a gente aos poucos começou, e aí a
costura dela começou a diminuir, o espaço e a locadora começou a aumentar
e daí logo em seguida o supermercado Feliz, lá no Arroio Grande, onde
montaram a Rede Vivo hoje lá e daí abriram, eu tinha lojas para alugar e daí
um dos da época de uma imobiliária me convidou se eu não queria abrir uma
locadora lá, daí iniciei lá depois abri em Vera Cruz e daí foi aumentando,
comprei uma sala, e daí comecei a comprar as salas comerciais e compre ali
no lado do Shopping, na Alberto Pasqualini e daí depois abri lá no centro, hoje
na frente da IMEC e daí abri na Tomaz Flores uma loja que eu comprei
também e daí fui pra Venâncio, fui convidado também por uma loja, comprei a
loja também, em Venâncio, logo em seguida aluguei mais um outro prédio, na
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cidade de Venâncio e abri mais uma outra loja em Vera Cruz e hoje a minha
última loja fica na frente da UNISC, ali na Independência. São dez lojas no
total, em três cidades. Fui convidado para abrir em outras cidades,
principalmente pela, como vou diz pela, os mercados, as redes de
supermercado, pelo movimenta que se tem as minhas lojas, só que, por
exemplo, hoje o que eu tinha a quatro ou cinco anos atrás não existe mais, o
movimente né, na época eu cheguei a ter noventa funcionários, hoje por
exemplo, chega a trinta funcionários, caiu um monte a locação, do porque disso
aí? Uma coisa que a gente combate, só que infelizmente o nosso governo não
combate a pirataria. A pirataria, baixando da internet, essas coisas tudo
prejudicaram, então por exemplo assim, o que que eu digo sempre, um dos
principais, o que que deveria se combater, o governo hoje fala tanto na
empresas se legalizarem, então assim ó, todas as minhas empresas são
legalizadas, são registadas, pagam um monte de impostos, o eu poderia pagar
muitas vezes melhor para um funcionário, a gente tem que pagar de impostos,
só que por exemplo, no lado a gente vê lojas vendendo fita pirata, então o que
que isso diminuiu, então além de nós perder um monte de movimento, o que
que acontece, este não pagamento de impostos prejudica a saúde, a
educação, segurança, então só pra ti ter uma ideia, de noventa funcionários,
além do desemprego, de noventa funcionários hoje para trinta, então a queda
foi muito grande e é a tendência, é cada vez mais até o Tiago ele tava na
faculdade, um dos professores lá, até da UNISC, ele falou, chegou e disse
assim, dizendo pro pessoal, eu não loco mais filme, porque o filme que eu
quero, filme novo, que nem chegou nas locadoras, eu posso baixar da Internet,
até o meu guri disse que não hora ele levantou a mão pra responder, mas ficou
quieto né, pra não responder para amanhã ou depois se prejudicar até mesmo
na aula com o professor, mas é isto que a gente fica triste, que a gente sempre
diz o seguinte: a educação, por exemplo, a educação no trânsito, a educação
muitas vezes começa, mas muitas vezes nossos educadores não dão esta
informação as pessoas, que a Internet, a pirataria, tudo prejudica o
desemprego, dá desemprego, assalto e daí nós, fora os impostos, tudo que
seria utilizado na saúde, educação e segurança, além dos funcionários que
perdem seus empregos, imagina de noventa funcionários, hoje por exemplo, eu
teria noventa funcionários hoje.
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Entrevistador: Estes funcionários que tu tinha foram cortados?
Entrevistado: Agente acabo demitindo, dependendo da loja, por exemplo, caiu
o movimento, então gente acabava demitindo o funcionário.
Entrevistador: Deixa de haver correria?
Entrevistado: Para o movimento, por exemplo, numa das lojas, a 6, 7 anos
atrás, que eu chegava a locar num sábado mil filmes, hoje o que que eu loco?
Trezentos filmes, só pra ti ter uma ideia, do numero negativo que ocorreu, tive
que diminuir o numero de funcionário porque não teria condições hoje, um
monte de impostos que agente paga, que é um verdadeiro absurdo né, que
agente paga né.
Entrevistador: Deixa eu te perguntar uma coisa? Tu tem alguma historia
curiosa de algum cliente de vocês ou alguma coisa que seja interessante?
Entrevistado: Até historias assim, por exemplo, assim, muitas vezes é questão
de educação de muitos clientes. Os clientes muitas vezes, tratam mal as
funcionarias, porque são funcionarias, dando carteiraços, “olha sou amigo do
patrão”, então teve um caso eu em uma das minhas lojas em que o cliente
chegou, daí devolveu uns filmes atrasados, e chegou e disse assim, chego e
disse na loja: - Olha aqui ó, se vocês não me derem desconto, eu vou falar pro
chefe de vocês, e ele vai demitir vocês, porque eu sou muito amigo dele. E as
gurias ficaram apavoradas, sabiam que ele era amigo meu mesmo, só que ele
não me viu que eu estava no fundo, no canto da locadora, que eu estava
chegando. Daí quando ele me viu, ele se calou, e daí as gurias tudo, daí eu
cheguei, questão de conversa, eram filmes novos, daí eu cheguei e disse: - Bá
cara, infelizmente é um filme tão novo, não tem como eu te dar desconto.
Porque eu não poderia, por exemplo, um filme, por exemplo, assim, só pra ter
uma ideia, hoje uma fita pirata, tão vendendo o que na rua, 3 ou 4 reais, sabe
quanto eu paga por um filme, isso que eu compro uma quantia, eu não compro
de um, por exemplo um lançamento, de um filme, eu não compro, por exemplo,
eu não compro uma ou duas copias, eu chego a comprar de um único filme 60,
70, 80 cópias. Tem filme que já cheguei a comprar 100 copias, e mesmo com
essa quantia grande, um único filme que eu pago, sabe quanto é? 105 reais, e
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isso pagando pelo numero de filmes que eu compro, que quem vai comprar
uma copia, por exemplo, já vai pagar o que 135, 140, depende do prazo, que
ganharem, claro que tem filmes que custam mais barato, por exemplo, tem
filmes que custos 120, e tem filmes que a média é 79, 80 reais, isso que eu
compro de quantia grande, imagina aquelas locadoras pequenas que compram
poucos filmes.
Entrevistador: Ai fica uma situação meio complicada né?
Entrevistado: Ficou, daí depois, em particular ele chegou pediu desculpas pra
mim né que ela tinha errado, que realmente né.
Entrevistador: Tem mais alguma coisa?
Entrevistado: Acho que não assim, por exemplo, assim, tem clientes que
abusam, por exemplo, agente tem salas, isso não sei se vai poder botar, tem
salas, que, por exemplo, assim, agente tem separado, os filmes pornôs, por
exemplo, assim chegou a situação em que as gurias pegaram o cliente, por
exemplo, muitas vezes tinha até câmera no local, o cliente se masturbando
(risos) no local (risos), e daí as gurias, “bá Moura, bá Vilson, pelo o amor de
Deus, aqui o cara bá” (risos). Agente tem reservado, acho que uma das poucas
locadoras, que eu tenho reservado esse espaço, não tem privacidade para
escolher, o que acontece hoje em dia, na época quando eu montei as
locadoras, então eu passei, por exemplo, eu fui abrir em Venâncio Aires, bom,
Vera Cruz que eu olhei, uma das primeiras cidades que eu fui abrir, Vera Cruz,
cheguei em Vera Cruz, as locadoras eram tudo pequenininhas, não tinham
lançamentos, por exemplo um filme que eu tinha aqui num valor, por exemplo,
3 reais, hoje na época, um filme por exemplo que eu tinha a 3 custava 5, só pra
ti ter uma ideia, hoje não é o valor certo, vamos dizer que eu tinha por 1 real, lá
custava três, e daí, só que não tinha atendimento, tu entrava na loja, as
funcionarias continuavam conversando, não davam atenção ao cliente, por
exemplo, fui pra Venâncio, e daí montei a locadora em Vera Cruz, hoje por
exemplo assim, posso dizer que 99%, quem olha filme em Vera Cruz, são
meus clientes. Fui pra Venâncio Aires, locadoras famosas em Venâncio,
locadoras de anos, daí eu cheguei na locadora, ate na época foi eu e a minha
esposa,e chegamos nas lojas, o a funcionaria continuava atrás do balcão no
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computador ali, nos entravamos circulava lá, como é que funcionava lá e
ninguém chego para nos, perguntando se quer ajuda se quer, se pelo menos
uma das lojas que a gente tenta introduzir nas nossas locadoras é isso ai, o
atendimento que tem que ser, o atendimento do funcionário tem que ser o
primeiro, funcionário daí a gente, outra coisa filmes, alias o funcionário não o
atendimento e daí a indicação de filmes ao funcionário tem que saber indicar o
filme ne, então tudo isso a gente tenta molda esse funcionário, a gente tenta
molda ele do jeito que eu queria, e daí hoje o diferencial das minhas lojas, por
exemplo se eu tiver que coloca em outra cidade vai se sempre um diferencial
muitas loja, fui a Porto Alegre, Novo Hamburgo e a gente via que faltava o
atendimento e foi uma das minhas idéias minhas, então o que vamos fazer o
atendimento, o preço também, o pessoa leva muito em conta, o preço, o local o
ambiente, então tudo isso levei em consideração,e a partir disse a gente
trabalho e hoje graças a deus né, apesar que a queda toda eu não diminui o
número de filmes que eu compro hoje, bah é difícil não é fácil nesse período
agora no verão, bah é difícil não é fácil
Entrevistador: Como foi teu planejamento quando terminaram as fitas
VHS e surgiram os DVDs, como tu se adaptou a essa nova tecnologia?
Entrevistado: A tecnologia para nós, ate é interessante porque, por exemplo, o
que ocorria, na época por exemplo o VHS era fácil do pessoal grava então
chegamos ao DVD, daí eu pensei pelo menos vai para a pirataria só que
ocorreu ao contrario, ta muito mais a pirataria do que era o antigo VHS, é mais
simples ainda, é mais simples ainda, hoje em dia dependendo de muitas
produtoras, mais que nem eu digo mais de 99% das produtoras de filmes não
existe um sistema como barrar isso ai bloqueia isso ai o bluray que ta entrando,
vai demora em razão da televisão da TV, o cara que compra um bluray não vai
quere, tanto que a televisão normais o funcionamento não da certo não altera
nada,o certo seria uma TV com, como uma TV moderna então o bluray, por
isso que ta demorando um pouco, por exemplo a maioria dos meus clientes
90% dos meus clientes são da classe media baixa então o que acontece eles
não tem, eles não compraram uma televisão de 50 polegadas com full HD e a
sofisticada eles não compraram eles não tem condições tem que ter o aparelho
especifico na época, hoje o aparelho de 40e pouco tu compra um bom,
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aparelho, mais na época quando inicio a dois anos atrás custava 2 , 3 mil reais
um aparelho daqueles, hoje já baixou bastante, a diferença é grande, a imagem
muda muito se tu tem a televisão ideal tu vai ver em 3d, 2d bah é muito, é
perfeita a imagem o som.Teria mais alguma pergunta, acho que já falei tudo,
eu acho que sou um expert nessa parte de, só para ti te uma idéia,hoje no Rio
Grande do Sul a maior rede, o cliente que mais compra filme no Rio Grande do
Sul sou eu, em razão ao numero de lojas, tem lojas tipo assim a Blackbluster
que é uma rede internacional só, por exemplo, muitas não compram a quantia
que eu compro de todas as produtoras os filmes eu tenho de todas as
produtoras, os filmes eu tenho de todas da do nome mais elevado ate a mais
simples da categoria A até a categoria C que hoje em dia tem varias
produtoras.
Entrevistador: Quando tu era policial, tu foi confiante para abri a locadora ou foi
com o pé atrás
Entrevistado: Não eu fui com o pé atrás, sabe por que eu fui milico bem dize eu
fui milico a vida toda, eu me achava na época eu me achava boçal e soberano,
me achava o tal, entao o que eu aprendi na época, eu aprendi por exemplo o
atendimento, só para vocês ter uma idéia uma curiosidade tem lojas onde por
exemplo a atendente minha funcionaria vai atender o cliente, por exemplo o
Glauco chega na locadora e que olha um filme, daí o Glauco chega e ela chega
pro Glauco que uma ajuda, não obrigado, daí chega eu, o Glauco como é que
ta, conheço ele, vou conversa com ele, Glauco que ta afim de olha hoje,ah eu
tava afim de olha um filme assim, o Glauco que normalmente pegaria um filme
num sábado, acaba levando 4, 5 lançamentos, o que que é, tudo isso eu
aprendi com o tempo, e que nem eu brinco sempre a Clarisse também, a
Clarisse sabe cativa, que é a minha esposa né, o nome da locadora ta ate no
nome dela, e o que acontece a gente que é proprietário, a gente sabe como
atender melhor o cliente sabe, lida com o cliente a gente sabe por exemplo o
que o Glauco gosta, como o Glauco é, no gosto dele, então muitas vezes
nossa atendente talvez ate por, muitas vezes não por a, muitos clientes, levam
ate para arrogância, bha o proprietário chegando me atendendo, isso vocês
não gravem, ate mesmo por causa disso ai, mais eu me considerava na época,
me considerava era deus no céu e o moura na terra, eu era muito arrogante, a
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eu era policia cara, olha bem eu fui o primeiro sargento de Santa Cruz do Sul
que comando o policiamento, que era formado em curso superior, bá eu era
arrogante um monte, mas o tempo, a vida ensina, quando tu começa a estuda
o tu é assim, e quando tu começa a estuda aquele leque,começa abri, por isso
eu digo sempre hoje por exemplo assim se eu não tivesse estudado hoje em
dia eu não teria a visão que eu tenho das coisas e é bem assim a vida é assim
tu vai aprende como tudo através da educação sem educação tu não vai
aprende, pode ate muito dize por exemplo o curso não tem nada a ver com o
curso,a educação mesmo qualquer curso que tu fizer tu gosto daquele, o ideal
seria gente sabe eu quero se medico eu vou ser medico, na época eu não
sabia o que eu queria, eu estuda meu sonho era ser policia, eu sou policia por
vocação infelizmente hoje em dia hoje por exemplo da policia se tive 100, deve
ter uns 10% que é por vocação, o resto porque passo num concurso publico
infelizmente hoje em dia o funcionário publico que nos temos ai é porque, sou
juiz, sou promotor, sou isso, sou aquilo, porque? Porque passaram num
concurso, e que ganha bem, e é garantido, só que na época minha, eu não, eu
queria ser policia, porque era minha vocação ser policia, e eu tive, BA eu sou
apaixonado pela policia, quando eu vejo uma sirene tocar, eu fico loco, BA
sabe aquela adrenalina da gente? E eu sou policia por vocação mesmo,
infelizmente agente, na vida da gente, agente é meio aparado nas coisas.
Entrevistador: E a tua relação com a Polícia dura até hoje?
Entrevistado: Dura, bah eu sou apaixonado, eu to, to me aposentando, ta eu to
por exemplo, desde setembro entrei em licença especial, eu tenho 6 meses de
licença, e depois vou tirar duas férias e não volto mais, eu não vou trabalha
mais, bem dizer, hoje to aposentado. Mais só que toda semana, BA
seguidamente to passando na frente da delegacia, lá e, sou apaixonado, por
policia, por vocação, eu sou policia porque gosto, por vocação, só que
infelizmente agente vê colegas lá, hoje, que tão lá na policia, que nem tão
dando bola, só pra ti ter uma idéia, eu tenho todo esse tempo de policia e
nunca cheguei 1 minuto atrasado no plantão, no meu plantão não cheguei nem
um minuto atrasado, o que agente vê diferente, colegas meus lá que arrecem
entraram na policia, 3, 4 anos, chegam lá 10, 15 minutos, não dão nem
satisfação, não querem nem, mudo totalmente a realidade
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Entrevistador: Como a tua família reagiu com a saída da Policia?
Entrevistado: Na verdade eu não saí da Policia, eu sai de um setor que era
linha de frente, por exemplo, DEFREC, que era linha de frente, que trabalha
com trafico de drogas, captura, eram investigação, então, por exemplo, quando
sai da DEFREC, a minha família, bem dizer da DEFREC porque minha família
me forçou, ou eu na época, que nem eu digo sempre, olhando os filmes
antigos, vocês podem olha na maioria dos policias, o que que acontece? Estão
separados da mulher, por quê? Porque é uma vida arriscada, é uma vida que
tu não tem tempo pra família, tu tem tempo é pra Policia, e na época eu me
dedicava 24 horas para a Policia, na época o pessoal chegava a liga pra minha
casa, a minha mulher chegava a passar as informações, eu na rua, o
informante ou a informante passando informação pra minha esposa, e a minha
esposa ligando pra mim, e eu na rua, então ficou uma coisa bem pesada
assim, ficou um ambiente, envolvia, envolvendo a minha família, então quando
eu saí da DEFREC, bom eu saí da DEFREC, por causa da minha família
Entrevistador: A simpatia foi o fator principal para conquistar os clientes?
Entrevistado: Não, o atendimento é o principal, o atendimento em qualquer
lugar que tu chega hoje em dia, se tu não tiver atendimento, qualquer local,
mesmo no mercado, o que que agente vê as vezes, em mercados grandes, nas
cidades grandes, morrendo, por que? Não tem atendimento, o funcionário ta
atendendo tu e ai fazendo no computador, e olhando pro lado, o principal é o
atendimento, e dái a partir do atendimento nós podemos observar, o preço, a
qualidade dos produtos que hoje é os filmes que agente tem na locadora, mas
é o principal, o atendimento, o preço e qualidade.
Entrevistador: Tu investiu em site, em rede social, alguma coisa do tipo?
Entrevistado: Não, infelizmente eu não investi, até eu tava, até eu queria
investir, quando eu mudei para cá, nessa casa hoje, na época eu queria montar
minha casa ali, nesse investimento em site, faze, loca filme por tele entrega, o
que que ocorreu? A pirataria foi tão grande que destruiu essa idéia, a pirataria
tanto pela internet, como vendendo filmes pelas ruas da cidade, hoje em dia tu
chega em bares, tu vê o cara vendendo filmes por 5 pila, só o que que
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acontece? Esses filmes que eles tão comprando a 5 reais não tem imagem, a
imagem é péssima, mas muitas vezes o pessoal, como chegou antes do
cinemas, daí quando chega nas locadoras eles acabam não olhando, porque
até mesmo, o próprio DVD, quem olha, que tem o costume de olhar filme
pirata, tem DVD’s que não vão funcionar direitinho no DVD onde rodou fita
pirata.
5.2 ENTREVISTA-ALINE WENZEL-CLIENTE DA LOCADORA
Entrevistador:Nome completo?
Entrevistado:Aline Frerich Wenzel
Entrevistador: Idade?
Entrevistado:22
Entrevistador:Mora em Santa Cruz?
Entrevistado:Sim, natural de Santa Cruz
Entrevistador: Tu é cliente da center video?
Entrevistado:Sou
Entrevistador:A quanto tempo?
Entrevistado: Olha, faz uns 8, 9 anos, por ai, então 14 , 12
Entrevistador:Como tu se tornou cliente?
Entrevistado:Eu morava perto da matriz da, Salgado Filho, então eu morava ali
pertinho, e foi aquilo
Entrevistador:E qual tua experiência com a loja?
Entrevistado:Olha eu gostava muito de ir lá porque na época, em que eu
comecei a ir la meu pai tinha ido mora em Porto Alegre, então como eu tava
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passando muito tempo sozinha, eu aproveitava para olhar filme, eu ia lá o
pessoal era legal, conversava sempre indicava bem os filmes
Entrevistador:Isso foi durante muito tempo? teve momento que tu paro de
ir lá e depois voltou como foi?
Entrevistado:Teve, eu me mudei, em 2006 eu acho, 2005, e dai eu comecei a
freqüentar outras locadoras que eram mais perto, mais depois de um tempo eu
acabei voltando, eu gosto mais do pessoal de lá.
Entrevistador: E tu ainda é cliente hoje?
Entrevistado:sou
Entrevistador: E tu não pretende freqüentar outras locadoras se for
possível?
Entrevistado:Não, eu já experimentei mais não gostei muito, principalmente da
Tropical né, a Center é mais aconchegante.
5.3 ENTREVISTA- MARCIA REGINA POLVISKI-GERENTE DE UMA DAS
LOJAS
Entrevistador:Nome?
Entrevistado:Márcia Regina Polviski
Entrevistador:Tua idade?
Entrevistado:29
Entrevistador:Tu mora em Santa Cruz?
Entrevistado:Sim
Entrevistador:Tu é natural daqui?
Entrevistado:Sim
Entrevistador:Qual teu cargo na empresa?
Entrevistado:Gerente
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Entrevistador:Quanto tempo tu ta na empresa?
Entrevistado:11 anos
Entrevistador:Quando tu começo, como tu entro na empresa?
Entrevistado:Entrei por uma indicação de uma amiga minha.
Entrevistador:Tu já fazia antes?
Entrevistado: Sim, eu trabalhava em loja de comercio, mas nunca tinha
trabalhado em locadora
Entrevistador:No começo qual o papel que tu desempenhava logo que tu
entro?
Entrevistado:Atendente
Entrevistador:E depois de quanto tempo tu se tornou gerente?
Entrevistado:Acho que uns dois anos depois
Entrevistador:Quais as filiais tu já passou
Entrevistado:Eu comecei no Arroio, que eu fiquei lá para aprender, depois eu
fui pra frente do Imec , na Borges de Medeiros, depois eu vim para cá, depois
eu fui para a Thomaz Flores, depois eu voltei para o centro de novo
Entrevistador:E hoje tu esta fixa aqui?
Entrevistado:Não eu faço, por exemplo eu to tirando as ferias da gurias, no
caso eu venho pra cá, mês que vem eu vou para outra
Entrevistador:Tu fica um mês em cada uma?
Entrevistado:É ate as gurias tirarem as ferias aham
Entrevistador:Tu tem alguma perspectiva tipo dentro da empresa ou sai?
Entrevistado:Ah sim, com certeza é que nem aqui na locadora no caso, eu não
teria para onde ir, no caso expandi por que gerente é o cargo
Entrevistador:Depois do gerente só tem o dono?
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Entrevistado:Só tem o dono, dai de repente ate eu gostaria de fica na empresa,
mas eu tenho perspectiva de cresce, ganha mais muda de profissão, de
repente uma coisa assim
Entrevistador:Tipo tu assumi uma filial em outro município?
Entrevistado:Sim, com certeza
5.4 ENTREVISTA-FERNANDA MARTINS DA ROSA-GERENTE DE UMA
DAS LOJAS
Entrevistador: Nome?
Entrevistado: Fernanda Martins da Rosa
Entrevistador:Tua idade?
Entrevistado: 18 anos
Entrevistador: Mora em Santa Cruz mesmo?
Entrevistado: Mora, mais sou de Santa Catarina
Entrevistador: Faz quanto tempo que tu veio pra ca?
Entrevistado: 4 anos
Entrevistador: E a quanto tempo tu esta na empresa?
Entrevistado: 2 anos, mas eu já sai e já voltei
Entrevistador:E como tu entro?o que tu fazia antes?
Entrevistado:Eu não fazia nada eu estudava,e dai eu recebi, eu morava perto
do Rede Vivo, lá onde é a outra filial no Arroio Grande e eu conheci todo
mundo que trabalhava lá, eu era cliente da locadora, e ai um dia me indicaram,
olhava bastante filme, me indicaram para dona, eu fiz a entrevista comecei no
mesmo dia, dai eu comecei pelo CIEE, que eram 4 horas, depois logo ela
assinou minha carteira
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Entrevistador:Tu desempenha o mesmo trabalho desde que tu entro?
Entrevistado:Não, eu fiquei lá um meio ano, pedi para sai, depois eu vim para
cá,e ai quando eu vim para cá, eu era atendente, depois eu virei gerente, que
dai qualquer problema a gente soluciona e passa para o dono
Entrevistador:Tu disse que saiu um tempo depois volto, foi nessa troca
de lá para cá?
Entrevistado:É eu trabalhei meio ano lá, dai eu sai da locadora pedi demissão,
fiquei três meses fora quando eu vim para cá eu ainda fiquei um mês, porque a
gerente dai pediu demissão dai eu que pensei a ser gerente, e agora eu sou
gerente, faz 8 meses que eu to aqui.
Entrevistador:No caso ao todo faz 2 anos que tu trabalha na empresa?
Entrevistado: 2 anos ao todo, desde 2005 e 2008
Entrevistador: E as tuas perspectivas dentro ou fora da empresa?
Entrevistado:Eu pretendo sai, que eu pretendo faze uma faculdade bem
diferente do que locadora, não tem nada a vê, mas por enquanto eu pretendo
fica ,eu gosto e bem o que eu gosto, procuro interagir com os clientes, olha
filme é bem o que eu gosto de faze, não pretendo sai, desde que eu consiga
concilia minha faculdade com a locadora pra min, eu não pretendo sai.
Entrevistador: E o que tu pretende faze de faculdade?
Entrevistado: Enfermagem ou Medicina, um cursinho pra Medicina, sempre foi
meu sonho Enfermagem ou Medicina mais a locadora eu gosto também.
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5-HISTÓRICO ATUAL
Em 1996, Wilson Moura, que era policial membro da DEFREC, resolveu
afastar-se da polícia para abrir a Center Vídeo. O afastamento foi apoiado
pelos familiares que se preocupavam com os perigos de Moura em trabalhar
contra o tráfico.
[...Na época, quando, isso foi em 95, foi
criada a DEFREC Santa Cruz do Sul e
dai eu era o chefe de investigação da
DEFREC, e daí começo, na época eu
já era formado, tinha faculdade e um
dia resolvi, por que era muitos
problemas, a minha família, era
problema com família, com os filhos, a
minha esposa e dai eu resolvi desistir,
resolvi sai da DEFREC...]
Wilson já tinha alguns amigos que revendiam filmes e perguntaram a ele
se não gostaria de abrir uma locadora. Ele já tinha os motivos, agora acabara
de ter a saída.
O empreendedor resolveu abrir o negócio na própria casa, na rua
Senador Salgado Filho, bairro Avenida, em Santa Cruz do Sul, onde sua
esposa tinha uma pequena confecção. No início, a esposa resistiu um pouco
quanto à disputa de espaço entre os dois negócios, mas aos poucos a
confecção foi cedendo espaço para a locadora que começara com 160 filmes.
[...E dai minha mana chegou e disse: -
Tu não gosta de olha filme? A pois é!
Eu tinha que inventa alguma coisa
para, e dai com a idéia da minha irmã e
do meu cunhado eu resolvi monta uma
locadora dai como eu tinha na época,
alguns conhecidos meus que vendiam
filmes um ate era bombeiro na época, e
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um outro conhecido meu, revendedor
de filmes, que é conhecido meu, os
pais dele moram na frente da minha
casa, e daí chegaram e disseram: -
Moura tu não qué monta uma
locadora?...]
Pouco tempo depois, recebeu a proposta de alugar uma sala no bairro
Arroio Grande onde instalou sua segunda filial. A terceira veio em Vera Cruz.
Ponto esse que Wilson comprou logo depois. Depois disso, começou a
comprar suas próprias salas comerciais. A seguinte foi na Alberto Pasqualini,
em frente ao Supermercado Imec e na Thomaz Flores.
[..supermercado Feliz, lá no Arroio
Grande, onde montaram a Rede Vivo
hoje lá e daí abriram, eu tinha lojas
para alugar e daí um dos da época de
uma imobiliária me convidou se eu não
queria abrir uma locadora lá, daí iniciei
lá depois abri em Vera Cruz e daí foi
aumentando, comprei uma sala, e daí
comecei a comprar as salas comerciais
e compre ali no lado do Shopping, na
Alberto Pasqualini e daí depois abri lá
no centro, hoje na frente da IMEC e daí
abri na Tomaz Flores uma loja que eu
comprei também...]
Moura já tinha lojas em Santa Cruz do Sul e Vera Cruz, então decidiu
expandir o negócio para Venâncio Aires, onde abriu mais uma filial, seguida de
outra em Vera Cruz, além da já existente. Sua última loja foi aberta na Avenida
Independência, em frente à Universidade de Santa Cruz do Sul. No total são
dez lojas em três cidades.
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[...e daí fui pra Venâncio, fui convidado
também por uma loja, comprei a loja
também, em Venâncio, logo em
seguida aluguei mais um outro prédio,
na cidade de Venâncio e abri mais uma
outra loja em Vera Cruz e hoje a minha
última loja fica na frente da UNISC, ali
na Independência...]
Com mais ou menos dez anos de empresa, a Center Vídeo empregava
noventa pessoas. Porém a pirataria e os altos impostos, segundo Wilson,
prejudicaram muito o mercado das locadoras de filme. Isso resultou na
demissão de aproximadamente 60 funcionários e na redução de quase 200%
na locação de filmes.
Contudo, o empresário manteve suas filiais. Ele afirma que o processo
que garante a sustentabilidade de suas locadoras é o atendimento aos clientes.
Os funcionários são orientados a conversar com os clientes e tem de saber
indicar os filmes de acordo com o gosto de cada um.
Hoje, a empresa continua com suas dez filiais espalhadas por Santa
Cruz, Vera Cruz e Venâncio Aires. Emprega trinta pessoas entre atendentes e
gerentes que fazem uma espécie de revezamento entre esses pontos.
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REFERENCIAS
THOMPSON, Paul. A voz do Passado, História oral. Rio de Janeiro, Paz e
Terra, 1992.
NASSAR, Paulo. Relações públicas na construção da responsabilidade
histórica e no resgate da memória ,institucional das organizações. São Caetano
do Sul, SP: Difusão Editora, 2007.