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Artigo original/Original Article
Alimentação de crianças matriculadas em creches públicas e fi lantrópicas da cidade de São Paulo-SPNutrition of children enrolled in public and philanthropic daycare centers in the city of São Paulo – SP
KELLY DE JESUS VIANA1; SARAH WARKENTIN1;
MAYSA HELENA DE AGUIAR TOLONI1; GIOVANA
LONGO-SILVA1; JOSÉ AUGUSTO DE AGUIAR CARRAZEDO TADDEI1
1Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
Instituição:Disciplina de Nutrologia do Departamento de Pediatria
da Universidade Federal de São Paulo
Rua Loefgreen, 1647Vila ClementinoCEP 04040-032
São Paulo, SP.Endereço para
correspondência:José Augusto de A. C. Taddei
Rua Loefgreen, 1647Vila ClementinoCEP 04040-032
São Paulo, SP.E-mail:
[email protected] / [email protected]
Fonte fi nanciadora do projeto:
FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) -
Processo nº 2006/02597-0.
VIANA, K. J.; WARKENTIN, S.; TOLONI, M. H. A.; LONGO-SILVA, G.; TADDEI, J. A. A. C. Nutrition of children enrolled in public and philanthropic daycare centers in the city of São Paulo - SP. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr. = J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP, v. 36, n. 3, p. 37-48, dez. 2011.
In the fi rst years of life the child develops skills to receive, chew and digest foods other than breast milk and self-control the intake of food. In this period of rapid growth and development, the attention to diet is essential, since breastfeeding until the introduction of complementary foods, which should be balanced, safe, easy to consume and receive, affordable and contain items consumed by the family. The aim of this study was to describe and evaluate the introduction of foods in the diet of children attending public and philanthropic daycare centers in São Paulo. This is a cross-sectional study of two observations in 2007 and 2010, developed with 621 children aged 5 to 38 months enrolled in selected daycare nurseries. The variables introduced were: non-breast milk, infant food introduction, family food introduction and the initial consistency of complementary foods. The results showed early introduction of non-breast milk, especially cow’s milk, liquid and semi-solid consistency errors and late introduction of family meals. Education measures are crucial to daycare workers with regard to adequate food to children under two years, since they are directly responsible for feeding them and because they are multipliers of adequate practices of child health and nutrition to family members, thus contributing to optimal growth and development of these children. Keywords: Infant food. Infant. Child Day Care Centers. Supplementary Feeding.
ABSTRACT
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RESUMORESUMEN
En los primeros años de vida el niño desarrolla habilidades para recibir, masticar y digerir alimentos distintos de la leche materna y también desarrollar autocontrol de la ingestión de alimentos. En este período de crecimiento rápido son esenciales los cuidados con la alimentación desde la lactancia hasta la introducción de la alimentación complementaria, que debe ser equilibrada, segura, de fácil ingestión y aceptación, tener costo accesible y ser constituida de alimentos consumidos por la familia. El objetivo de este estudio fue describir y evaluar la introducción de alimentos en la dieta de niños que frecuentan jardines infantiles públicos y fi lantrópicos en São Paulo, Brasil. Se trata de un estudio con dos observaciones transversales en 2007 y 2010, con 621 niños de 5 a 38 meses inscritos en los jardines infantiles seleccionados. Las variables evaluadas fueron la introducción de leche no materna, introducción de alimentos de transición, introducción de la alimentación familiar y consistencia inicial de los alimentos complementarios. Se encontró una introducción temprana de leche no materna, especialmente de leche de vaca, líquidos y semisólidos, errores de consistencia e introducción tardía de la alimentación familiar. Son fundamentales medidas educacionales con los trabajadores de estas instituciones en relación a la alimentación adecuada de infantes, por estar implicados directamente en su alimentación representando potenciales difusores de prácticas adecuadas de salud y nutrición de la familia, contribuyendo directamente al crecimiento y desenvolvimiento optimo de los niños.
Palabras clave: Alimentos infantiles. Lactante. Jardines infantiles. Alimentación suplementaria.
Nos primeiros anos de vida, a criança desenvolve habilidades para receber, mastigar e digerir outros alimentos além do leite materno e autocontrolar o processo de ingestão de alimentos. Neste período de rápido crescimento e desenvolvimento, são imprescindíveis os cuidados com a alimentação desde a amamentação até a introdução da alimentação complementar, a qual deve ser balanceada, segura, de fácil consumo e aceitação, ter custo acessível e se constituir de alimentos consumidos pela família. O objetivo do presente estudo foi descrever e avaliar a introdução de alimentos na dieta de crianças frequentadoras de creches públicas e fi lantrópicas do município de São Paulo. Trata-se de um estudo de duas observações transversais, em 2007 e 2010, desenvolvido com 621 crianças de 5 a 38 meses matriculadas nos berçários das creches selecionadas.As variáveis avaliadas foram introdução de leite não materno, introdução de alimentos de transição, introdução da alimentação da família e consistência inicial da alimentação complementar. Constatou-se introdução precoce de leite não materno, com destaque para o leite de vaca, líquidos e semissólidos, erros de consistência e introdução tardia da alimentação da família. São fundamentais a aplicação de medidas de educação a funcionários de creches no tocante à alimentação adequada às crianças menores de dois anos, por serem responsáveis diretos pela alimentação das mesmas e difusores em potencial das práticas adequadas de saúde e nutrição infantil para familiares, contribuindo para crescimento e desenvolvimento ideais dessas crianças.
Palavras-chave: Alimentos infantis. Lactente. Creches. Suplementação alimentar.
VIANA, K. J.; WARKENTIN, S.; TOLONI, M. H. A.; LONGO-SILVA, G.; TADDEI, J. A. A. C. Alimentação de crianças em creches. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr.= J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP, v. 36, n. 3, p. 37-48, dez. 2011.
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INTRODUÇÃO
O período compreendido entre o nascimento e os dois anos de vida é caracterizado
por acelerada velocidade de crescimento e pelo desenvolvimento de habilidades da
criança para receber, mastigar e digerir outros alimentos além do leite materno, e da
aquisição do autocontrole do processo de ingestão de alimentos. Sendo assim, são
imprescindíveis os cuidados com a alimentação oferecida nesta fase (BRASIL, 2010;
TADDEI et al., 2002).
A criança estabelece desde os primeiros meses de vida uma relação emocional
com o alimento, pois neste momento o alimento representa uma das principais formas
de contato com o mundo externo (PALMA; DISHCHEKENIAN, 2009; RAMOS; STEIN,
2000; TADDEI et al., 2006).
O aleitamento materno exclusivo tem indiscutível importância na fase inicial
da vida humana, pois além de proporcionar balanceamento adequado de nutrientes,
desenvolve vantagens imunológicas e psicológicas que possibilitam a redução dos
riscos de morbimortalidade infantil (ESPGHAN, 2009). A criança não amamentada de
forma correta está mais sujeita a infecções de repetição, às carências nutricionais e ao
comprometimento do seu crescimento (BRASIL, 2002).
Aos seis meses de vida, quando leite materno não é mais capaz de suprir as
necessidades nutricionais da criança, introduzem-se os alimentos de fase que representa
um período de vulnerabilidade, no qual práticas inadequadas de introdução de alimentos
complementares podem ser a principal causa de desnutrição em lactentes. Após os
dois anos de idade, reverter os prejuízos da desnutrição se torna tarefa difícil e algumas
sequelas nutricionais podem ser permanentes. Por outro lado, hábitos alimentares
errôneos iniciados nos primeiros anos de vida contribuem para o incremento precoce
da obesidade e doenças crônicas não transmissíveis (WORLD HEALTH ORGANIZATION,
2001, 2009).
A alimentação complementar deve ter composição balanceada de macronutrientes
e micronutrientes, ser segura do ponto de vista higiênico-sanitário, de fácil consumo e
aceitação e ter custo acessível, além de ser preparada com alimentos consumidos pela
família (BRASIL, 2002; WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2001).
Quando os alimentos complementares são introduzidos precocemente,
tornam a criança mais suscetível a diarreias, infecções respiratórias e gastrintestinais,
desnutrição, comprometimento do desenvolvimento e crescimento (WORLD HEALTH
ORGANIZATION, 2009), pois ocorre diminuição da ingestão dos fatores de proteção
maternos, colaborando para o incremento da morbimortalidade infantil (UNITED STATES
AGENCY FOR INTERNATIONAL DEVELOPMENT, 2001).
Diante do exposto e considerando a importância da alimentação para a saúde,
desenvolvimento e crescimento da criança e os efeitos nocivos da dieta inadequada nesta
VIANA, K. J.; WARKENTIN, S.; TOLONI, M. H. A.; LONGO-SILVA, G.; TADDEI, J. A. A. C. Alimentação de crianças em creches. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr.= J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP, v. 36, n. 3, p. 37-48, dez. 2011.
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fase, o objetivo deste estudo é descrever e avaliar a introdução de alimentos na dieta de
crianças frequentadoras de creches públicas e fi lantrópicas do município de São Paulo.
MÉTODO
O presente estudo compreende dois inquéritos transversais, o primeiro realizado
em 2007 e o segundo em 2010. O trabalho foi desenvolvido nos berçários de oito creches
públicas e fi lantrópicas pertencentes à Coordenadoria de Educação de Santo Amaro
do município de São Paulo, que fi zeram parte do Projeto Crechefi ciente – “Impacto do
treinamento de educadoras de creches públicas/fi lantrópicas nas práticas higiênico-
dietéticas e na saúde/nutrição dos lactentes” (KONSTANTYNER; TADDEI; PALMA, 2007;
SHIMABUKURO; OLIVEIRA; TADDEI, 2008; TOLONI et al., 2011). Em 2010, por recusar
participação, uma das creches não integrou a segunda observação do estudo, totalizando
neste inquérito, sete creches estudadas.
A população de estudo foi composta por 621 crianças, de ambos os sexos, com
faixa etária entre 5 e 38 meses, que frequentavam regularmente os berçários das creches
selecionadas e que foram autorizadas pelos pais/responsáveis a participarem da pesquisa
ao assinarem o termo de consentimento livre e esclarecido. Foram excluídas do estudo
crianças portadoras de síndrome de Down (n=2), paralisia cerebral (n=2), síndrome
genética (n=1), aquelas cujos pais/responsáveis recusaram-se a assinar o termo de
consentimento (n=8), as que não estavam presentes nos dias de coleta de dados (n=36)
e os casos de ausência de dados para as variáveis selecionadas (n=2), totalizando perda
amostral de 8,2%. Assim, as informações aqui apresentadas refl etem a realidade das
creches públicas e fi lantrópicas do município de São Paulo, uma vez que, embora não
se tenha feito uma amostragem probabilística, buscou-se incluir creches que refl etissem
o universo dessas instituições. Todas as crianças matriculadas nessas creches foram
incluídas na amostra.
Foram aplicados questionários estruturados e pré-codificados, compostos
por perguntas abertas e fechadas, elaborados e previamente testados para a coleta
de dados realizada pela equipe de pesquisadores do Projeto. A coleta de dados foi
realizada por quatro nutricionistas devidamente treinadas, as quais entrevistaram os
pais ou responsáveis no momento da entrada ou saída das crianças em dias agendados
previamente. Para uniformizar o preenchimento deste instrumento, foi elaborado um
manual com orientações aos entrevistadores e codifi cação das variáveis.
A introdução de alimentos, no segundo inquérito, foi avaliada, tal como no primeiro
em 2007, através de questionário baseado no anterior, com pequenos ajustes. Para cada
um dos itens avaliados, foi registrada a idade em meses de introdução, considerando-se
as recomendações do Ministério da Saúde (MS) e da Organização Mundial da Saúde
(OMS). O questionário de coleta de informações da alimentação consumida no domicílio
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continha a listagem dos alimentos de uso tradicional representados na tabela 1 e a
pergunta realizada aos pais/responsáveis pelas crianças foi “Em que idade (em meses)
foram introduzidos os seguintes alimentos:” A alimentação oferecida na creche foi
abordada em outro estudo (LONGO-SILVA et al., 2012).
Tabela 1 – Distribuição das 621 crianças frequentadoras de creches públicas e fi lantrópicas por faixa etária, segundo introdução de água e alimentos complementares. São Paulo, 2007, 2010
Alimentos0–3m 4-6m 7-9m 10-12m >12m
Não Introduziu
Não Informado
% %* %* %* %* % %
Água 53,3 94,4 98,7 99,4 99,8 0,2 0,5
Chá 45,2 80,0 84,7 86,3 86,3 12,9 0,8
Leite não materno 40,8 80,0 90,7 97,4 100 0,0 0,0
Mel 11,9 35,3 44,8 60,9 67,5 31,7 0,8
Suco natural 23,0 83,1 93,9 97,7 98,7 0,8 0,5
Papa de frutas 13,5 79,2 91,9 96,6 97,9 1,6 0,5
Papa de legumes 12,2 82,0 95,2 97,9 99,2 0,5 0,3
Feijão 7,9 59,4 82,1 95,0 99,4 0,2 0,5
Verduras (folhas) 8,5 59,6 73,6 85,7 92,4 7,2 0,3
Ovo 3,9 32,9 53,1 77,6 86,6 12,1 1,3
Carne Bovina 8,2 62,2 80,8 94,0 98,6 0,8 0,6
Carne de Frango 8,9 65,7 82,3 93,9 98,9 0,5 0,6
Fígado 5,2 34,9 49,9 64,6 68,9 29,8 1,3
Peixe 1,6 5,2 34,0 55,2 68,4 30,8 0,8
*Percentual acumulado; m = meses.
Os dados quantitativos foram avaliados quanto à consistência interna pelos
pesquisadores e, posteriormente, transcritos em bancos de dados com dupla digitação
e validação, visando correção de erros. O pacote estatístico utilizado foi o Epi Info2000
(DEAN et al., 2000).
As variáveis avaliadas foram introdução de leite não materno, introdução de
alimentos de transição, introdução da alimentação da família e consistência inicial da
alimentação complementar.
VIANA, K. J.; WARKENTIN, S.; TOLONI, M. H. A.; LONGO-SILVA, G.; TADDEI, J. A. A. C. Alimentação de crianças em creches. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr.= J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP, v. 36, n. 3, p. 37-48, dez. 2011.
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Os dois inquéritos, de 2007 e de 2010, foram aprovados pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da Universidade ao qual estão vinculados, sob os processos 0022/07 e 0471/10,
respectivamente.
RESULTADO
A mediana da idade das crianças avaliadas foi de 23 meses (amplitude de 5-38). A
amostra foi composta por 55,7% de crianças do sexo masculino e 44,3% do sexo feminino.
Na tabela 1, encontram-se as frequências acumuladas (%) das crianças estudadas,
conforme faixa etária de introdução de alimentos.
Na tabela 2, estão apresentados os tipos de leite artifi ciais utilizados pelas crianças,
segundo faixa etária de introdução. O leite de vaca na sua forma em pó, fl uído e diluído
foi o mais utilizado, seguido das fórmulas infantis.
Tabela 2 – Tipo de leite oferecido, na ocasião da introdução de leite não materno, às 615 crianças frequentadoras de creches públicas e fi lantrópicas, por faixa etária. São Paulo, 2007, 2010
Tipo de Leite0-3m 4-6m 7-9m 10-12m >12m
% %* %* %* %*
Leite de vaca em pó 10,9 26,0 31,2 35,3 36,4
Fórmulas infantis 23,6 39,3 41,8 43,3 43,4
Leite de vaca fl uido 5,7 13,7 16,6 17,7 18,7
Leite de vaca fl uido diluído 0,5 0,8 0,6 0,6 0,8
Extrato de soja 0,6 0,6 0,3 0,3 0,7
*Percentual acumulado; m = meses; 06 crianças sem informação.
A tabela 3 apresenta a característica da consistência da refeição de sal oferecida à
criança no momento da introdução da alimentação complementar, verifi cando-se grande
utilização de alimentos liquidifi cados.
Neste estudo, foi observada a introdução da alimentação da família por 70% das
crianças até os 12 meses de vida, das quais 7,2% iniciaram esse tipo de alimentação
antes dos seis meses. Na mesma amostra, 39% das crianças receberam a alimentação da
família entre 10 e 12 meses de vida e 26,7% das crianças iniciaram a alimentação
da família somente após um ano de idade.
VIANA, K. J.; WARKENTIN, S.; TOLONI, M. H. A.; LONGO-SILVA, G.; TADDEI, J. A. A. C. Alimentação de crianças em creches. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr.= J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP, v. 36, n. 3, p. 37-48, dez. 2011.
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Tabela 3 – Consistência da refeição de sal oferecida por ocasião de sua introdução na dieta de crianças frequentadoras de creches públicas e fi lantrópicas. São Paulo, 2007, 2010
Consistência n %
Liquidifi cada 286 46,2
Amassada com o garfo 259 41,8
Peneirada 61 9,9
Alimentação igual a da família 7 1,1
Alimentação da família modifi cada 3 0,5
Não informada 5 0,8
Total 621 100
DISCUSSÃO
Em consonância com trabalhos anteriores (BARBOSA et al., 2009; BERNARDI;
JORDÃO; FILHO, 2009; CORRÊA et al., 2009; SIMON; SOUZA; SOUZA, 2009),
verifi ca-se neste estudo a duração insufi ciente do aleitamento materno exclusivo entre
crianças menores de seis meses.
Mesmo o leite materno apresentando inúmeras vantagens e sendo recomendado
de forma exclusiva até o sexto mês de vida, no presente estudo 40,8% das crianças
avaliadas já haviam recebido leite não materno até o terceiro mês de idade e 80% até o
sexto mês, resultado superior ao encontrado para o município de São Paulo que foi de
37,1% e 56,2%, também aos 3 e 6 meses (BRASIL, 2009).
Estes achados mostram que ao permanecerem de 8 a 12 horas por dia em creches,
essas crianças têm acesso difi cultado ao leite materno, contribuindo para substituição
inadequada desse alimento em tenra idade, pois estas instituições, em geral, são distantes
do local de trabalho das mães, não apresentam ambiente próprio para amamentar e
estrutura adequada para orientar sobre a importância de continuidade da amamentação
e introdução correta da alimentação complementar (BARBOSA et al., 2009; GOLIN et
al., 2011; OLIVEIRA et al., 2005; SIMON; SOUZA; SOUZA, 2003).
O leite de vaca, inadequado para crianças com idade inferior a doze meses, foi
utilizado entre 53,6% das crianças avaliadas em aleitamento materno não exclusivo, sendo
que, aos três meses o índice foi de 17% e aos seis meses de 40,5%. Corroborando com os
resultados deste estudo, Caetano et al. (2010) encontraram taxa de 51% aos seis meses.
Este leite contém alta concentração de proteína e sódio, o que pode ocasionar sobrecarga
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renal e, em contrapartida, baixas concentrações de vitaminas C, D e E, e minerais como
zinco e ferro. A introdução precoce deste tipo de leite tem sido associada à ocorrência de
diarreia, pneumonia e outras infecções agudas como otite média, meningite e infecções
do trato urinário, além de problemas de longo prazo, como doenças respiratórias,
alergias, diabetes mellitus tipo 1, doença celíaca, colite ulcerativa e doença de Crohn
(STRASSBURGUER et al., 2010; WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2009).
Além disso, o leite de vaca é constituído por menor quantidade de ácidos graxos
polinsaturados de cadeia longa em relação ao leite humano, os quais são importantes
para o desenvolvimento cerebral e da retina do lactente (BRASIL, 2010; SILVA; JUNIOR;
SOARES, 2007).
As fórmulas infantis foram introduzidas em 39,3% das crianças até os seis meses
e 23,6% até os três meses de vida, sendo estas consideradas opções mais adequadas
quando esgotadas todas as possibilidades de amamentação bem sucedida. No entanto,
sua utilização deve ser realizada com cautela, pois todos os esforços para manter a
amamentação devem ser priorizados, até que se opte pela fórmula infantil (WORLD
HEALTH ORGANIZATION, 2008).
Como parte integrante do programa “Leve Leite”, desde dezembro de 2007, crianças
menores de um ano, regularmente matriculadas em creches públicas e fi lantrópicas
do município de São Paulo, recebem gratuitamente em suas residências um quilo de
fórmula infantil por mês até os 12 meses de vida, quantidade sufi ciente para alimentar
um lactente de 5 a 6 meses por seis a sete dias. Tal fato pode explicar, em parte, o acesso
dessas crianças a este tipo de produto, o qual custa cerca de três vezes mais em relação
à alimentação no primeiro ano de vida quando se utiliza o leite materno (BARBOSA et
al., 2007; PREFEITURA DE SÃO PAULO, 2011).
Acredita-se que, ao iniciar o consumo de fórmula infantil, a mãe de baixa renda
depara-se com o alto custo que deverá despender para obter este tipo de alimento, já
que o distribuído pelo “Leve Leite” é insuficiente, buscando soluções mais acessíveis
e geralmente inadequadas para alimentar seu filho. Desta forma, o percentual real
de crianças menores de um ano efetivamente consumindo leite de vaca deve ser
maior que o valor de 53,1% encontrado, pois, neste estudo, foi avaliado o tipo de
leite introduzido por faixa etária. Não estão aqui documentadas, as mudanças para
o leite de vaca, que provavelmente ocorreram devido à quantidade insuficiente do
leite formulado doado e o menor custo do leite de vaca (ARAÚJO et al., 2004; SIMON;
SOUZA; SOUZA, 2003).
Outra questão a ser considerada é a higiene na preparação e a diluição incorreta
da fórmula, verifi cada em alguns estudos por falta de orientação da mãe quanto por
economia, o que pode refl etir em contaminação associada a inadequações de energia
e proteína, levando a maiores riscos de diarreia, desidratação e desnutrição (CAETANO
et al., 2010; WOLF; FELN; SHEALY, 2008).
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Na população estudada, a alimentação complementar foi introduzida precocemente.
Nota-se que 53,3% das crianças receberam água e 45,2% receberam chás antes dos três
meses. Alimentos como suco natural (23%), mel (11,9%), papa de frutas (13,5%), papa
de legumes (12,2%), feijão (7,9%), verduras (8,5%), ovo (3,9%), carne bovina (8,2%),
carne de frango (8,9%), fígado (5,2%) e peixe (1,6%) também apresentaram consumo
precoce em crianças até três meses de idade, informação igualmente encontrada em
diversos outros estudos. Considerando a alta porcentagem de crianças que receberam
leite não materno antes dos três meses, justifi ca-se a introdução de água nesta faixa
etária, o que também pode ser explicado por hábitos culturais da população que
erroneamente acredita que a criança em aleitamento materno exclusivo necessita de
hidratação (BARBOSA et al., 2009; BRUNKEN et al., 2006; GOLIN et al., 2011; SIMON;
SOUZA; SOUZA, 2009).
Até os seis meses de vida, a criança não deve receber nenhum outro alimento
além do leite materno, incluindo água, sucos ou chás, por serem desnecessários e
prejudicarem a sucção do lactente, fazendo com que o mesmo ingira menor quantidade
de leite materno, além de aumentarem os riscos de contaminação, e doenças infecciosas.
Além disso, recomenda a introdução lenta e gradual da alimentação complementar a
partir dos seis meses, mantendo o leite materno por dois anos ou mais (BRASIL, 2010).
Dos alimentos complementares ricos em proteína, na faixa etária dos sete aos nove
meses, 46,9% e 66% das crianças não haviam recebido ovo e peixe, respectivamente.
Valores semelhantes foram encontrados em estudo conduzido em Florianópolis, SC, que
avaliou a introdução na dieta de crianças menores de dois anos e constatou que 57,4%
das crianças ainda não haviam recebido gema de ovo e 53,5% peixe (CORRÊA, 2009).
Isso se deve provavelmente ao receio das mães em introduzi-los por não conhecerem as
recomendações nutricionais recentes que os indicam para serem consumidos a partir dos
seis meses da criança (BRASIL, 2010; SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2006).
Em relação à consistência dos alimentos introduzidos, nota-se 46,2% das crianças
receberam alimentos liquidifi cados, 9,9% peneirados, 1,6% a alimentação da família,
enquanto que menos da metade da população estudada, 41,8%, recebeu a consistência
recomendada, ou seja, amassada com o garfo. No estudo de Bernardi, Jordão e Filho
(2009) realizado com crianças de 0 a 2 anos, a consistência amassada foi a mais prevalente
(66%) seguida da liquidifi cada (32,9%), contrariando os achados do presente estudo.
Os alimentos de transição devem ser oferecidos na consistência pastosa espessa
desde o início e, gradativamente, aumentar a consistência até chegar à alimentação da
família, com o intuito de estimular as funções de lateralização da língua, desenvolvimento
da musculatura facial, no processo de mastigação e permitir à criança distinguir a
consistência, sabores e cores dos novos alimentos. Além disso, refeições mais espessas
fornecem maior densidade energética, fator importante perante à capacidade gástrica
da criança na fase de introdução de novos alimentos (BRASIL, 2010).
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O momento propício para o início da introdução gradativa da alimentação da
família deve ocorrer por volta do oitavo mês. No entanto, o que se observou neste estudo
foi a introdução desses alimentos somente a partir dos dez meses (39%), sendo que,
26,7% das crianças receberam a alimentação da família somente após um ano de vida.
Introduções tardias da alimentação da família estão relacionadas à monotonia da dieta
infantil associada a carências de micronutrientes e distúrbios nutricionais, por excluírem
alguns nutrientes que estão normalmente inseridos na rotina dietética da família e à
baixa aceitação de alimentos novos (BRASIL, 2010; ESPGHAN, 2008; NORTHSTONE;
EMMETT; NETHERSOLE, 2001; SOUSA; ARAÚJO, 2005).
CONCLUSÕES
Os resultados deste estudo demonstram a ocorrência de diversos erros na
alimentação das crianças estudadas, dentre os quais, introdução precoce de alimentos
complementares e leite não materno, erros de consistência e introdução tardia da
alimentação da família. Ao frequentarem creches, os lactentes tornam-se mais vulneráveis
a esses fatores, pois permanecem longos períodos distantes de suas mães o que difi culta
a amamentação e propicia a introdução de determinados alimentos em momento
inoportuno. Diante dessa realidade, tornam-se fundamentais medidas de educação
voltadas a pais e responsáveis pelo cuidado da criança no que se refere à alimentação
preconizada para a faixa etária em questão, tanto por serem responsáveis diretos da
alimentação das crianças, como por representarem difusores em potencial das práticas
adequadas de saúde e nutrição infantil, contribuindo para crescimento e desenvolvimento
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Recebido para publicação em 01/03/11.Aprovado em 12/10/11.
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